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Hue Arona —VoL2 26027 ~ ovens 2013 EMBALAGENS ATIVAS E INTELIGENTES: CONCEITOS E APLICACOES. Odilio B. G. Assis > Douglas de Britto Embrapa Instrumentagao, Sao Carlos, SP = odilio.assis@gmaileom ResuMO Neste texto so apresentados os principais conceitos e uma breve revisio das atuais aplicagdes das chamadas embalagens ativas ¢ inteligentes para alimentos. Diversos dispositivos ja se encontram disponiveis comercialmente © a principal diferenga entre esses dois tipos de embalagens consiste na iden tificagdo e na capacidade de interferir e gerar alteragSes no sistema alimento/ embalagem/meio-ambiente citcundante, Tabelas com aplicagdes e principios de funcionamento sao apresentadas. Palavras-chave: Conservagio de alimentos. Sensores. Tempo de prateleira, ABSTRACT In the present text the main concepts and a brief review of the active and intelligent packaging applications are presented. Some devices are already commercially available and the main difference between these packages lay in the identification and capability of alteration in the food/packaging/environ- ‘ment system. Tables with examples of applications and operating principle are presented. Keywords: Food conservation. Activity. Sersors. Shellie v InTRopugéa s embalagens sempre de- sempenharam um papel relevante na cadeia de ali- mentos ¢ tém historica~ mente sido fundamentais para a sobrevivéncia ¢ desenvolvimento do ser humano. Os primeiros materiais, empregados para fins de guarda de alimentos e principalmente de égua, foram o junco, folhas de bananeira, caseas de coco ¢ o couro animal, que remontam hé 20.000 anos. Hé 8.000 anos a cerimica, desenvolvida no Oriente Médio, assumiu o principal papel como recipiente e embalagem, Os vidros, apés muitos anos sendo utilizados somente como adorno pelos egipcios, passaram, por volta de 100 a.C., a serem empregados como vasilhames pelos romanos, que desenvolveram a refinada arte do sopro, De forma similar © papel, inventado pelos chineses em 200 aC., 86 foi empregado como embalagem a partir de 1884 na Europa, Os atu- ais metais e plistico so bem mais, recentes ¢ iniciaram seus domfnios a partir das décadas de 1950 e 1960, respectivamente (BORGSTROM, 1967; BERGER, 2002), Independente do tipo de material, fundamentalmente as embalagens prestam-se para diversos fins nao apenas o de acomodar, mas também para facilitar 0 transporte, proteger contra agdes degradantes do tempo, da luz ¢ do calor; proteger contra contaminagdes além de evitar a perda de gases ou nutrientes voléteis. Hoje, além de funcionais, as embalagens sto informativas e trazem em sua face exterior instrugdes de preparo e dado de valores mutricionais além de terem se tornado um atrativo adicional de fundamental importincia comercial. Em principio, para que uma emba- lagem seja elaborada ou selecionada como adequada a um determinado produto, faz-se necessario que diver ARTIGO | sos requisitos bisicos sejam pensados e atendidos, como: ser duravel, nfo interferir negativamente, ou seja, no introduzir elementos estranhos & composigio do alimento, ser atraente e ter formato e sistema de abertura que facilite o manuseio ¢ uso. Embora esses conceitos sejam universais, com o avango da tecnologia cada um desses itens tem sido aperfeigoado ou adequado, agregando valores ¢ quali- dades a produtos especificos. No perfodo de 1975 a 1990 e nos anos posteriores, surgiu no meio cien- Uilico o conceito de embalagens ativas e inteligentes, nao somente para uso em alimentos, mas igualmente indica- dos para férmacos e demais produtos pereciveis (SAROKA, 2008). De um modo geral, 0 tetmo “ativo” indica que esses materiais apresentam fun- ges que as diferencia das usuais embalagens “inertes”, sendo, como veremos, projetadas para interagit como produto o qual esta protegendo. De Kruif ¢ colaboradores (2002), relacionaram em uma série de concei- tos para a definicao de “embalagens inteligentes!ativas”: Embalagens ditas “inteligentes” sdo aquelas confec- cionadas de materiais ou de sistemas de monitoramento das qualidades do proditto, em tempo real, e que possuem acapacidade de alterarem suas condi- gdes em fungéo dos dados coletados, adaptando-se as novas condigdes com 0 objetivo de elevar o tempo de vida sem perda das qualidades sensoriais. Ou seja, as chamadas “embalagens inteligentes” respondem a estimulos, sejam eles do produto oudo seuentor- no, alterando assim suas caracteristicas estruturais, Vejamos ambos os tipos com mais detalhes. Embelagens Alivas Nas iiltimas décadas tém-se ob- servado uma mudanga significativa no padrio de consumo mundial. Em particular, registra-se um aumento nna demanda por produtos naturais prontos para o consumo, principal- mente de frutas ¢ hortaligas frescas ou minimamente processadas. Esses tipos de produtos séo considera- velmente mais pereciveis que seus correspondentes intactos ou indus- trializados, chegando a apresentar uma taxa de degradagao c/ou infesta- 0 por fungos e bactérias da ordem de seis vezes superior aos originais integros (GARG et al., 1990). A tendéncia do consumo de produtos processados mostra-se, contudo, ir- reversivel ¢ reflete um novo padrio alimentar fazendo com que novas metodologias de embalagens ¢ con- servagao sejam desenvolvidas para garantir qualidade por um maior perfodo de tempo. Neste segmento as chamadas embalagens ativas de- sempenham um papel fundamental. Quando é mencionado “ativi- dade” em um material ou sistema, estabelece-se, em principio, que este material nao seja inerte © que apresente uma série de processos fi- sico-quimicos ov reagdes especificas quando em contato com um alimento, pelo menos em um periodo anterior a “saturago” do componente ativo. Em outras palavras, enquanto 0s ati- vos presentes no material estiverem atuantes, 08 processos fisiolégicos sio interferidos resultando em uma redugao global da deterioragao, Segundo Ahvenaine (2000), em- balagens ativas podem ser, ainda que de forma nao muito rigorosa, divididas em trés amplas categorias i) As que apresentam processos absorventes; ii) as de processos de liberagao e iti) os demais sistemas de miltiplos ativos. Processos absorventes - os cha- mados processos absorventes (sca- vengers) consistem em embalagens ou recipientes, os quais contém ou io fabricados de materiais com afinidade © capacidade de absorgao de algum tipo de composto. Os mais comuns so 0 uso de materiais absor- vedores de Agua, etileno, oxigénio, CO,, ¢ demais componentes que em 38 excesso possam causar alterag induzir ou acelerar a deterioragio do alimento, Diversos materiais, em sua maioria de origem inorginica, sio empregados para este fim, Esses materiais sdo incorporados fisica- mente & embalagem ou dispostos na forma de saches ow de membranas no interior da embalagem ou na base de bandejas. Sua fungio é absorver excessos liberados pelo alimento, por tempo limitado, garantindo um periodo maior da qualidade original, ‘A Tabela 1 apresenta uma breve lista dos principais materiais comerciais ja disponiveis para esse fim. Processos de liberacdo - as em- balagens que apresentam dispositivos de liberagio atuam de maneira inver- sa ao da absoreao, Para a liberacio, © uso de tecnologias de saches ¢ de membranas porosas previamente embebidas em compostos ativos so frequentemente empregadas. Siste- mas mais complexos de circulagao, admissao ¢ aspersao de agentes ex- temnos existem € sao indicadas para grandes volumes de cargas, como containeres de transporte aérco/ma- ritimo (TAECKENS, 2007). Deum modo geral, mesmo nestes sistemas, o contato direto com o ali- mento deve ser evitado. O ideal é que a migragao, quando ocorte, seja ho- mogénea em todo o volume da emb: lagem (headspace) e nao em posigao localizada, o que pode acontecer em fungdo de um maior contato em um ponto em particular, o que leva a uma agao irregular ao longo da guarda. A Tabela 2 exemplifica alguns dispo- sitivos de liberagao ¢ exemplos de aplicagdes, segundo dados adaptados de Ahvenaine (2000) e Day (2000). Sistemas de Miiltiplos Ativos = a terceira classe de embalagens consideradas ativas consiste na combinagao de diversos materiais € técnicas que atuam conjuntamente, sempre com o objetivo de prevenir a degradacio e elevar 0 tempo de vida do produto. Hurme et al. (2002) Howe meta. 271 29.27 -nownblete e 2013 Tabela 1 -Prrcpa's composts absorvdos e mates usva merte empregads para este fm em ema agers, com tase ro levartamerto de Floroseta 1997 Composto _—Principais materiais Objetivo Exemplos de aplicagoes, absorvido —_absorventes Oxigério Sais metlicas ferosos, cdo Rediuzire preveriro ataque por Produtos cérneos, queijo, ascirtico, glucose oxidase e _fungos edo cescimento bacterano, _futase horaigas recentemenie nanoparticles de Prevengéoda oxidagao de viemines — minmemente processadas, cobalt’ elipiios eviandorancficasoe alimentos emp (cafe ch per de sabore alterardo de let, ele). Conservacéo de coorarao. noes e olzaginosas, Didxido de Hic de cco ou de Reduzira conceniragdoinlerna de _Produlos desidratados, cat Cetbono poléssioe silica ge. (CO: acumulada dures arespirdo toredo, horalgasefulas ‘emembalagens de longa durayéo._inleras ou processacas. Etieno Ordo de aumino, Eliinar 0 excesso de hormério do Frutas cimatércas e produtos permanganato depotésso, -amadurecimento,reduzindo ataxa _freso0s ou minimamente carvéo aivado, argias € dedegradagdo com genhode vida —_processados eblites. de pratelera Umidade e Policies, propleno gicol, _Absorvero excesso de liquides Cares, peises aticinios, liguidos silica gele membranas abase _reduzindo a elvidade de dua. ‘futas e hortaligas residuais de celioss Prevenir a infeslagéo de ungos eo minmemente processades. crescimento bacteriano. “share, PE. & Pillage, KR. Patent Application, US 7,264 484 82 (2007), ‘Tabela 2 - Prrcpasss semas ce | beraao dat vos empreqados em emba agers. Datos adatados de Anveraire (2000) 2 Day (2000), Tipo de sistema iberader _Composto Objetivo Exemplos de aplicacées Niberado ‘aches, sistemas de [ory Tnibirerescimento de bactérias ___Peixes, produtos cimeos, inclusive rculagso gasosa via acdo ram-negativas « fungos, aves, tas e hortaias. mectnica, ‘aches, sistemas de Etanol Tn crescimento de fungos @ Paes e cesidvatados, Produtos a circulagao mecanica, boiores, serem consumidos aqueciéos, Weribranase fimes. ‘Redes organices _[nibircrescimento de bactérias e __Lalicnios,cames, fulas © tungos. hortalgas in natura e processadas. ‘aches, membranas Dibxido de Tnibir crescimento de fungos @ Frutas ehorialgas. porosas. enxotre bolores. Wembrana porosa. Aaltingico ‘Controle de pestes,fungos © ‘Graos, farina, prods ((mazai@) bectrias, esiratados e trutas Wanoencepsulados Rromase Tiberagao de nutienles ede aroma Lalcinios, almmenlos provessados vtaminas ce curanle a aberura da ée consumo imediato, cembalagem. 39 ARTIGO | fizeram uma breve compilagao desses sistemas, aqui adaptados na Tabela 3 Embalagens Ineigentes Embalagens inteligentes, por sua vez, esto relacionadas com a capacidade de monitorar um sistema fechado e de prover informagdes, seja em tempo real ou em uma escala temporal programével, da qualidade do alimento protegido ¢ de suas condigdes de guarda. A embalagem deverd ter a capacidade de identificar certos fendmenos ou alteragdes e indicé-las ou transmiti-las de forma compreensivel. Essas informagoes permitem a tomada de decisdes, seja automitica ou nao, com respeito as condigdes apresentadas. Por exemplo, informagées sobre vazamentos, alteragdes bruscas ou frequentes de temperatura, perda ex- cessiva ou ganho de umidade, estado de rancificagao (oxidacao) ou pre- senga de micro-organismos (fungos € bactérias), podem ser identificados pela simples alteragio de corem uma escala proporcional & concentragao ou intensidade da reagao quimica. Os sis- temas indicadores de vazamento sio (os mais simples ¢ tém por principio a presenga de materiais, concentrados ou imobilizados em uma membrana aderida & parede da embalagem, que indicam de forma visual (pela alte~ ragao de sua coloragdo) as reagdes com agua, CO, ¢ principalmente com oxigénio (SMOLANDER et al., 1997). Os dispositivos para esse fim comercialmente disponiveis tém como principio de medida a oxida- go de particulas de ferro ou de seus derivados, que na presenga de algum catalizador realga as alteragdes de co- loragao. A reagio basica de oxidagao nesses indicadores € apresentada por Smith et al. (1990) como: Fos Fe" +26 (12) 0, + H,0 + 26 -+ 20% Fe!" = 20H + Fe(OH), Fe(OH), + (1/4) 0, * (1/2) 1,0 -> Fe(OH), Essses dispositivos tém sido em- pregados com frequéncia ¢ com razoavel eficiéncia em ambientes de atmosfera controlada ou modificada (CHURCH, 1994) e principalmente em recipientes médico-farmacéuticos (BONFIGLIOLI, 2011). Para indica- dores e para absorvedores de gases em alimentos @ subsidiria da Mitsubishi, a Ageless (Gas Chemical Co., Japan), presenta uma variedade de produtos detendo a maior fatia do mercado no seguimento. Para identificagao de CO, cujas perdas em embalagens poliméricas sao normalmente alias (a permeaga0 de CO, chega a ser de 3 a 5 vezes superior &de O, na maioria dos plésti- cos) (OZDEMIR & FLOROS, 2004), a Ageless e a Cryovac Sealed Air Corp. dispéem de indicadores visuais a base de hidtéxido de célcio ¢ silica gel. Este tipo de sensor é posicionado internamente & embalagem em forma de disco e apresenta coloragdes bem definidas: azul (0% de CO2); preto (10%); marrom (20%); verde (50%) ¢ amarelo (atmosfera interna preenchi- da com 100% de CO,) (Day, 2000) Na Universidade de Sao Paulo (USP) encontra-se em desenvolvi- mento filmes a base de amido de mandioca que, ao ser usado como embalagem, tem a capacidade de alterar sua coloragio ao longo da degradacao do alimento, O principio tem por base a interagao com pH, tornando a embalagem verde (em pH basico) a vermelho (em pH dcido) in- dicando assim a qualidade do produto em tempo real (SILVEIRA, 2011). Dispositivos de andlises miltiplas também so comercialmente disponi- veis, nos quais sensores, individuais ou miltiplos, so empregados, como os chamados lab-on-a-chip que permitem a deteceao simultinea de diversos parimetros (SCHAWARZ & HAUSER, 2001; VAN OORDT etal., 2011). Esses sensores sio miniaturi- ados e normalmente aderentes & pa- rede da embalagem, sejana superficie 40 interna ou na externa. Seu modo de transmissio de informago pode ter também por base a simples alteragao de cor a respostas mais complexas, nas quais so empregados sensores constituidos de circuitos interdigi- tados com trilhas condutoras. Sobre essas trilhas reagentes, antigenos ou elementos sensiveis especificos sio imobilizados, gerando na interagao um sinal caracteristico (PALCHETIT & MASCINI, 2008). Neste caso de trilhas condutoras a alimentagdo do dispositivo € feita por bateria embu- {ida ou por incidéncia de luz solar ou artificial, A Figura 1 ilustra a base de um sistema comercial do tipo lab-on- -a-chip para a deteceao de alérgenos em alimentos, tendo por principio a andlise polarimétrica (KTH, 2010) Outra classe de embalagens tidas como inteligentes so aquelas que dispdem de sistemas TTI (Time- -Temperature Integrator). Esses indicadores também consistem de dispositivos visuais integrados ao material da embalagem ¢ indicam 0 perfil térmico ao longo do tempo de armazcnamento, Alguns dispositivos TTI ja so encontrados dispontveis no mercado, com os mais variados prineipios de atuagao (VITSAB, 2011; US PHARMACOPEIA, 2011), O registro térmico ocorre pot reagao quimica ou interagdo enzimatica ¢ pode ser integrado a sistemas de trans- missio de radio sem fio (LABUZA & MYERS, 2006; JEDERMANN et al., 2007). E por titimo, na categoria de embalagens inteligentes, hi os siste- mas indicadores de contaminagio de deterioragio, comhecidos em inglés como Spolage Indicators. Estes tm por objetivo indicar a qualidade do produto em tempo real. Os indica- dores de qualidade microbiolégica por exemplo, podem ter por base os metabélitos produzidos durante © crescimento da microflora, obtida por meio da relagao entre respiragio bisica e biomassa microbiana (me- dida do coeficiente metabslico para Nose mrt Wo 27 125727 — nebo d2013 ‘Tabela 3 -Sstomas msi, também cosiderados avs segurdo Hume et, 2002) Tipo de Embalagem Principioe reagentes _Objetivo Exemplos de aplicagdes Teolantes fermions Polimeros sntéioas Conifclar e manter alemperatura Transporie de produlos de ala orosos, compésios, para restigao da taxa de perecvidade. Manutengao de fibras natura e vitesse respiragdo.e do crescimento alimentos que deve ser cerdmicas, mirobiano ‘mantides sob refrigeragdo Embalagens meldicas Mistura de 6xdo de calcio Aquecimento imediato por ‘Aimentapao e bebidas para de auto-aquecimento —_e agua. lberagao de calor decorrente de consumo imediat, aimentagao reacao quimica militar e simiares. Embalagensmeléicas Mislura de doreloenilralo Resiiamento mediate por reagao _Almventos, solOnioos @ damais auto-etigerantes 6 amonio com agua. uimica bebidas ndo-gasosas. Embalagens para ‘Abbase ou com depéstes —Reagir com comprimentos de Produtos pré-cozidos ou semi- rmicroondas de poliéster ou cartonados _ondas espectivos lberando prontos, Alimentos cembebidos em leo ou _compostos que avorecemn a indusiriaizadios de consumo emulsées coogi @ aparéncia do produla. _imedialo. Filmes de nylon ‘Sob ago de luz 183m Alvar como fingicida roduios carneos lalcinios, cemissores de radiago (argtnia)rradiam ultra- _baceriostitcn. Iribe ocrescimento futas e hortaligas. Puricagzo w violeta de bactérias de Sgua Figura 1 -Frircipo de um sersorporoso dot po fab-on-a-chip com bioreeplr de moruglobulra mo: 1 zada para delecg dea ergs em alimertos.Baseado em s'slema comerca deservolvdo pea KTH, 2010, Fluxo de » my 4 tL e ) mt. bioreteptor = onal imunoglobuina 4) ARTIGO | CO,), alteragao de pH ou detecgao via bioluminescéncia do ATP (RATPHI- TAGSANTI et al., 2012), Coberturas Comestiveis As coberturas ou filmes comes liveis, processados a partir de poli- meros naturais, constituem em uma tecnologia emergente ¢ tém sido recentemente classificadas como uma embalagem ativa ou formadora de atmosfera modificada (MAP) (ASSIS ct al., 2008). Essas coberturas sio formadas pela deposi¢o ou imersao do fruto em gel ea posterior formaga de uma pelicula continua envolvendo o alimento, Hsses revestimentos, nas melhores de suas caracteristicas, agem como uma barreira ao seu en- tomo reduzindo a entrada ¢ saida de gua, gases, éleos, gorduras, nutrien- tes, atuando como uma membrana de isolamento a contaminantes ¢ infes- tacdes externas, A redugio da trans- feréncia de umidade (transpiragio) das trocas gasosas (tespiragao) geta uma atmosfera modificada que atua no sentido de retardar 0 processo de maturagao, Essas coberturas tém rece- bido considerdvel ateneao nos tltimos anos devido as suas vantagens sobre 9s filmes sintéticos quanto a biodegra- dabilidade, biocompatiblidade © por causarem menor impacto ambiental. Por serem consideravelmente mais baratas que 0s dispositivos ativos ou inteligentes anteriormente apresen- tados, as coberturas comestiveis tém merecido destaque na area de conser- vagio, principalmente no aumento do tempo de prateleira de frutos tropicais de alta perecibilidade, Na Embrapae em diversos outros centros de pesqui- sa essa tecnologia tem sido avaliada e esta sendo aperfeigoada e adaptada para os produtos nacionais. Algumas das vantagens dessas coberturas 6a possibilidade de serem processadas a partir de materiais naturais antimicrobianos, como a quitosana (GOY et al., 2009) e de- rivados (BRITTO & ASSIS, 2010) ¢ de agregarem particulas em sua formulagao de dimensdes nano ou micrométricas que atuem como trans- portadoras de agentes antioxidantes e/ou elementos nutrientes. Isto de {ato permitiré ages que levem auma maior preservagao ou enriquecimento das propriedades nutricionais, O seu emprego em larga escala, assim como as demais tecnologias citadas, é uma questio de tempo e de agregagio de valores, 0 que se daré naturalmente conforme a demanda aumentar hhouver a necessidade de redugao das perdas que hoje, para algumas frutas em hortaligas, so superiotes a 40% (SANCHES, 2010). REFERENCIAS AMVENAINEN, R. Active and intelligent packaging: An introduction. In Novel Food Packaging Techriques.(Abwe- rainen, R.e6). CRC Puolishng, Bova Raton, FL, pp5-21, 2000 ASSIS, 0.8.G.; FORATO, L.A; BRITTO, D. Revestimentas Comestvis Protetores em Frutos Minimamente Processados. Reev. Hig, Alimentar. v.22, 9. 99-105, 2008 BERGER, KR. A brief history of packag- ing. University of Flrca, FL. USA, Doou ment ABE321, 5p. 2002 BRITTO, D. ASSIS, 0.8.6, Hydrophilic and Morphological Aspects of Films Based on (Quaternary Sats of Chitosan fr Eble Ap plications. 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Os procedimentos operacionais para a exportagao de animis vivos ¢ materials de multiplicagao animal exceto os animals aqudticos, tém navas regras. 0 Ministério da Agricultura, Pecudria e Abastecimento (Mapa) publicou no Didro Oficial da Unido a Instrugdo Normativa (IN) n° 24/2044 relativa ao assunto. 0 objetivo € compilar e padronizar as apes que ja eram executadas nas Superintendéncias e Servigos de Vigilancia Agropecustia (SVAs) ‘Acxpartagdo de animals vivos e de materials de multiplicagao animal seré autorizada em portos, aeroportas, postos de fronteira e aduanas especiais que disponiam de Unidade de Vigilancia Agropecuaria instalada e ‘que possuam estrutura e equioamentos adequados para a realizagao dos procedimentos de fiscalizagao e demais controles oficiais. 0 Mapa vai disponibilizar em seu site a lista de portos, aeroportos e postos de fronteira habilitados para o ingresso e o egresso de animals vives. Pela nova norma, a exportagao s6 serd autorizada mediante a emissdo do Certticado Zoossanitério Internacional (CZ1), documento emitido ou chancelado pelo Servigo Velerindrio Oficial do Pais de origem ou de procedéncia dos animals, Pata a emissao de CZI, o exportador devera preencher e assinar 0 requerimento em modelo disponibil'zado na péginaeletrnica do Mapa, que deve ser aprovado previamente pelo Departamento de Sade Animal (DSA). A integra da IN 24 pode ser obtida no site do MAPA (ww. agricultura.gov.b) 4B

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