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——————— << - UU Boge ‘SCrmaaneppsoseyot) istetnrey ‘Tanager ‘staan ng wan ‘ADANGA COMO VISAO DO MUNDO: DA GRANDE MODERNIDADE A EPOCA ACTUAL Maria José Fazenda ¥ Avaacces asprin do estilos poem secon rns or ia dem sso comple eo ica dae arieds angus ee usar aseonbinté- urdeeortdeacnds com Sis pec ‘Cada um de ns fitmia Laban, tem ur estilo prdprio de intoragir com 0 ‘meloaubiente ox como outros. Ox movimentosda vida quetidianaeotra- ‘amentn do espagoprinimo revelam apes qualitativas que nfo sé consti fuera nossa relagko com o mundo, ma, tale maisimportante nds, the «ga cor, Avltsdecada sc, xia uma entilago que emana do seu corpo € os seus movimentase que, semelhanga da auréola de ura lminosidade ‘nvsivel, «comes. (bailar tem fsiament consciéacia dessa gama diveriiada de egistosexistencais que explora em sie nos outros e que The permite desenvolve-se para asm dees, conferindo-Ihe em simultneo sentido postara ( estilo na danga parece aro algo vagoeinlcangvel. Na ealidade, teata-se do gue & percepionade de forma mais medias pelo espacadore so que age mais rapidamente sobre 2 sua sensibilidade. 0 esi stus-se "bem aguém de tos © qualquer elaboragio formal: no consta do vocal rionem de qualquer pardmeto lexical da eeritacoeogrfis, mas reside no comedo firelonsmento ds esrts, Contenta-se er detrninay as vias plas ‘quai eaptamos 0 gra» do movimento, Zeami, meste nd, flade «modo» ‘do movimento, no sentido musical, mas também de stil» {com togas as eetvas que ur terme tradi eproveniente eum context remoto pres- supie), um sestieabsoluton, eu movimento. «Para efeitos de compara- <0, correspondeva aparbnea deur pasar a planac a0 saber do vent, Fv oque Be mo da danga.' Este modo ou west absoliton constitu, porlsso,apséprn ala da danga abrea, on latncia suspen, nos limites do nel eda imivel, squém esl do movimento e, portant provai¥imente ‘Susan Foster presenta vérae defini interesante e sugntvas de tio primeira consate em distnguiro mata pla forma como € abr ‘do, Partindo do exempl da lingungem: de Martha Graham, cla observa como Evick Havin ¢ Pal Taylors capazes de eto elementos dessa linguagem, dando-Ines um colorido muito diferente A mesma ubeeragio pderse-ia fier x propsto de Anna Sokolow talvezapeimelra a retin» ‘um voeabulérojéelaborado (Grabar) ex explor-lo para ansmir a sa lela mensaiem, sem ke peacoat ema econstrirun corp ingulrrela- tivo a esa mensagem. Neste sentido, Sokolov a nosso vet a pecursora dos coredgaf fanceacs que acta & sua spacigio em mesdos dos anos 3470 ¢ que por sua ves exploraio foramestas pronae a ser ublinadae no seus proprio projectos e sanhos, E evidente gue Sokal dew kingager de Graham uma defini mais envolvidae tiga, mate itasional ainda do ques sus muon estlisten origina. Roeneontemos nelaadatingéa de Foster entrlinguageme estilo: «0 eto dbeorve tooo wocablrio da dana con- feindo-Ine tm identidade cultural e individual, enquanto 0 wcabuliio impose limites 20 por consegunte, expansive bert, 20 passo que o conceit de voebulrio, mesmo na danga cotenpo- nes, pormanccria esti, Reconhece-seaguininéaomsterial coreog fico spesentado como procesto de aclepio a partir de wma sérc infinite de ‘mavimentos posses. Fosce formula, em vtios monsentos, esta defini eestia como copies e, por so, coma elimina deelementox extrenhos ge lterariam a un identi. «Una escolhaestilisticn em danga implica tum fino de possibile wejitadas em favor de determina extutarat de movimentos que conferem distingo © una Sdentidade sgniieaiva 0 sewenecutante.»!Nesteconteto,0 esti ser igualmenteabordado, 8 seme- 7" Thana do vocabulivio, em terms de epreerénclas». Contd, este ginere de peferéacia Sem mais profendo. Nabisttia do sueto (oude un grape), ‘ext proferénca die sobretusorepeitoaos eststoscriadones mais vector © ‘isenciaie noo que o movimiento é, mas para onde tendo pats que pais. gen aensoviais no cond, Para ns, 2 abordagem do conceit de estilo de Laban, no coxteto da teoriae da pritica doef shape, const um dos expocates da reflexion cesttca em danca. Exige ua total empata cam o corp do oxo €a par tha de expriéciassubtis que nos ligucr atodo orl de avance das 409 le do bilan nas sun wanifatacoee mss nina, tadusidas, porvases, ‘numa explosiopassgeira ne mint de um movimento, outras vere, no pane ctar-af ce um gests que a forma no seu presente ¢ no neu Com fee slmos, para Taba, 2 esealhaatistca no passa pela Identidade factual de ‘um lemento (um consticinte ou o prdpro movimento), mas pla race aque ese estabelece. Se exminarmos os quatro fietores (pos, fax, espago tempo), verfcamos que nenhum dees remete para os conecitos essen lists esubstantivistas de exparo, de tempo, et. Airside atevia do fire (Gin) enue ca pate di tenia de pes, Qu condiciona tanto asminhas 2e;Ges como as mishas porcepges Eee cond clonamento» no um deteminismo qualquer a pati do moraento em que cuss penso 0 mex corpo em termes de fialdade bioligica ma, pelo con. ‘riro, como agente do mew univers simbslic, cans opereges concorzem incesuntemente para claborareenriquecer ome imaginrioe x mika nig. Bor essa azo quee stuo x minha idestidade avavés das rlagbes ‘qe © meu peso em movimento extubelece com ox patimetros da experitn- a, Bta Menta afirma-se por meio das rinhas perepectives em relagio| so mundo e pas suas moialdades. Estas porspectivas manifesta nse atituds interiores» (ber atte), muito antes do empreencimento de toda equsler movment nuit movimento interne que transpota tod a mareas de meu sere que pode surgi (ou ne) em favor do que Bartel? ria a teorieer como «motivaco interior para a movimento (ber impulse Pe,reTT PPP VIWIIAWIVIALALL2LX22922233322' eee eeeeeeesese reer eee seeesaae eee asnegTe IEEE SeeaseetHeE ee Cee steet aeaMmmneE MEE SEEE Eee Cee aeeeTeae eee sree eee ate ee ‘1a ql, ates mest de ser esbaca o mai infin gst, pal pa jum nimer inci de informatio ede dsposigies fetivas? Vaan sedi, de forma thee um pouco dct, «scuemas os qua ests de posits elacionas possivels eatin: «minha reli com oespago terra ow nde: com tempo, repent ou contin: co i, line outenss eo peso, come qualidade endo. eideatemet, com media ‘quotitatia), sed etegorin coma lve ou pesto. Etre els pce Aros, exist mero inervel de sobneposigies, de maces interés © «te combirariaspotsiveis, Nenhure mavens € desc serves deetae snaias He €somente«quaieados ate mode de dcsrerer que aban ‘hama de estos, ouseia a nosn principals pgbee elacoral (orto da combinagfo das dri), pareeu-Ie poco pouca muta importante do 4uea consignarfo do movimento como aco veel no expug eno tempo ‘Aconfguaso ov apresemtagio etsior de um movimento ¢ pout impor tante quando eomparsacom a pes mais proindssquenele se realizar, so pontodea segunda notes de aba, claboraa em inglteraapés ania figadaAemanhacespecfcamentemaocind a fin mecionar ips Aspostivosqultatvsligados serous, No in dasa vida, quando ealoealusca vison do enti do movimento afstaranwalente Ahadang, Laban nds insmessaa peo que ballarno,ousimpesmente sohomem em movies» fara, mas pelo qu ee ea no eu movment, mesmo aqué dete, nat sua pure fs dein, quand ax suas nes Auntativas oe extabelcin. Com ftto,@sobretad pelo aspect estilistico (qualitative) deste dis- hostivos relacionsis que za movimento, dangedo aunfo, Spextadoe do aie “shan chara eralres» (plu) moras ou floss que nos eanimame, 0 $entido ato da palavra. O nosso pensamento en movimento (eo movirsecto Go nosso pensamento) io depende de sms declaragio de intengio, nem ‘nesmo do vocabulivio ou da estiiea expecta do univers visual Os wala ein transportados plas noses intengGessituart-se nas margens do vit ‘ye, surgindo frequentemente na orientago temporal ou espacial do nosso movimento, O estilo sera, a verdade, a aubtesto, ose, o verdad texto ‘que sussurra sc alinguazer:coreogifca..andlise do morvimenta e, mais Singarmente, a visio Iabanians do estilo» poem aplicar-ee 2 leitura de uma obra coregrfica, da danga deus niobalarna, deuma escola core sifica ou de toda ums sociedad, nfo woments por melo das suas actvida- des motos sinbélicas, mae de todos o8 seus aioe, rds de producio, ct, Situemo-nos, de momento, naletura da danga, Cabea outros ~bailarinos, Investgaores,antropélogos ~ ebscrvar come exe letra dé aces inter pretago dos acios corporis humanos em geal quer digam on fe rexpelto process de simbolizagio. a nelagio com os princpais elementos constituintes do movimento — ‘peso o fsa ~ que preside formagio do eat, Podetosafrmar que estes Avis tors vo além do agpecto elacional e passa pata o acto pravhzido, le soa sua propria mati, o eu motor osencondicionamento.Asesco- nas tbrens como vimos,encontram-seliadas aoe envolvinentos mals adi- caso balan, a0 ponte dena dang contemporines, a ibertagia do tins se ter tomado a insfgnis de ton umn fini de corpos (Duncan, Humphey. Hirkins Broom.) Paseste balarinosoelaxametoimpde-aecomacon Aigo aboluta da dane, ou sea de todo © moviment,recsando slinharse com ura concep formalzadn qv no rascria do snplesesvasiamenta do peso. este propsito, Nicole Walsh verificon que Ersk Hawn ex tounos seus inimeros textos que «apenas 0 mlselos dated ade dots dos de snsibiidade". Observanda no somenteo trabalho de Havekins, mas ‘umbmo de Brown Hubert Godard vaimislonge a anlar asescolhas de ‘onic, em particular ofvlw, coma rsuss de todas colusio com ura ‘deologin do endurecimento que contrat os corpo, crane um obsticalo (fo cerado ou contraeco excessva) livre eelagio do peso. A excolha olive axo par Hains e Brown (e, x Feanea, yor Stan Ahn) fr are integrante do etl. 0 estilo contribu, ent, para steer 0 ompo ext rego &ideolgia 2 stra. Trata-e eum humanism comporal da nlo- violénei, da rcusa em pacar com proessos de autoridade ou, sbretno, ‘com fasciniosligaos & visio de um corpo que se auto- afin manus tenio ‘todavia, sao ainda observiveis oats poses cstilisieas, no meno sndiapraivelpaao siiprete» de dange~oesilonetiatnmets does, veel aan -nosumaprineia cave parsers la:anog pocooerg numa deo fica, cna lagi directa quando ota Se indo avd de vss rentagiesscultineas ¢ indirect, Btn qua bind rlacional do esto & pata née fuslamental. quer ae ate do compos rare re nt vide quotidlans, da are dobro oda ese do cove arjare Cunningham por exemplo, cam rasa édvetaser isha Brown, re dn Olle boc oeup um espao inbeméioexcemament meres ato lice que devia dae espeito a dana), por cio de ura sesposte» exporl activa «Licida. nesta constatgo de um posse despetar nt revo do eapectader, um aspcta que vith char mas tarde alo~ individuis dosbaila ‘Tinos, que no fando seria spleamente a podpria encenagio. Rata etitics “dewfuzerars papel que 0 nossns,largament difnidanacoreoraia fa tesa dos anot 1980 resutou certamente em beisimas pesas como Chat tppole (igh), de Jacques Patagoz, A epresenca dointrpeteconsderada ‘FRextoraabsolista de uma podtia do ser. sta stuagbes #80 excepcionsis ‘ dependem inteamente da qualidade, da autenticidade e de envelviment ido bllaina, Dado que a decisfo de cxplorarepersonaidades» &perigosa, ‘a mesma poderdconduaie a processos de casting, alimentando etic 24 imagem, mals do que requintes de prsenga. Todavis estado de grat Sleangado por intérpretes como MaftéFossen ou Dominique Mercy fex thar ¢adequasio enpontinea do «etlon a «ser, como express directa ‘equaveinxplicfvel de una pessonalidade nia, vivendo no pale o estado podtice de um comp. “Temos vinde a fala de tbat. trabalho do esi & deeds proces «de impregnagio lena de um sistema corporl por ouze. Dominique Ragovet sgostavadon csiarinos-esponja>os que sbsorvem uma pica do coo por ‘aplaidae”, segundo indica Domingue Noel, a su antiga pacers, Pocém ‘2esponjspreskade emparpara sorver,mudar de contomoe de consis ‘ha Una ballarna to not como Viviane Sey declarava,2quando de wn atelié de repertério Bagoust, cu era capa dle transmiteo movimento, mss ‘ni 9 eestlon, por nde ter permanecido tempo sufcente na compari." Trata-se de uma observagSo profumda: econhece se 0 tempo necessiio ‘par penerar mum estado de corpo e para ser penetado por ele. Veremos diane que & pecisamente na comusidade coreogrifica que 0 westlo» se tlabors no somente como emanacio da cnesfra do covedgraf, mas como tia de welagbesteida gradualmente no interior do grupo Po ss, e mait importante na eset coneogréfin & 6 que Bartenieff enomina de turado copoe (odiysigianre),eoquetentamas sugerirpele yo» 6 pode 2 tansmtdo, on pelo menas patithado, pr meio da piri experinela ‘Tabslhar com um coredgrafoevoes 0 trabalho dos cncsiflogos-enélayos ce bailarinos qu, a fim de penetrrem mar sistema gestual, permanecem dlrante muito tempo mua socedade, repreduzindo os movimentos dos habitantese estando a su lado até trem inteprade ots x ompreen Aidoasdindmica, asim como todas asmunces deere Consequentemente, ‘podem da retirarconclusbesimportantes sobree modo como al cultura ela ‘ora o seu imaginisio oa naan elagies soca a partir da experéncia do ‘compo eda partlia dessa experifnca ‘Cont, 0 que representa 0 tempo de inteeagio do cestlow por urn Dellarno ao hos de sacedades inteiras que, através de combinatirias de Girt leva séculos a wecomhecerer-se num estado decomp sgnificstivo ‘ea ipl lo atodos os seas mesos enquant comportamenta de prtensa ‘uma ceimunidade?” Outras dures, outas les as governar, Para cos stermos a context da danea, on ej, tanspasilosimbslics eta rela- {ies no interior de um process sie, ctemos o comentirio native de tama ailarina sobre ur dos seus colegas origin daha de ava que vio stud para Nova lorque Vejamos a andlise de Judy Van Zileresumids por Teanga Barteie «0 bilarino dominava formas ens estes, ma no deiceva de er um arjavands»€, por ino, passe completamente ao lado do (que danga moderna nos Estados Unidos. Ua andise de efi pode cntio posimaco eetio» da cultura javanesa, através de um tratamentoespec!- fico de vasagies de xo, Trta-se de variagee muito pequenss nas quae ‘fluo énivelada, permiindo-The omesteevolulr mediante eztasflatus bes de oud ie ou vice-versa, enquanto,na danga moderna nos Estados Unidos, oesiloimplies requentemente mudaneas abruptns defi a bau, ‘Asim, o estilo de utsacio subjacente a esse bailarino javanésafetavaas vnas eas extraturas de movimento, que eontade dominava, sponta deo scttide expressive cer completamente tansformado.# Gostaria de toerduas considoragcs sobre este aspect. A primeira dia respeit 20 poder do estilo, que ceemos ser evanescente ou menos directa~ mente impsiive sabre © sentido do que sobre a propria composi. De facto, o «estilo», como conjato ds disposes relacionais do corp dan- ante, & provavelments,o que tansporta toda. 2 mensagem da dana, num infaterto que qualquer eeura dove te em coxa segunda considerasio, talver msi ra, concerne experiénlas de mistuaa cultura, tal como as ‘bservamos numa corente de opinito fvorévlsinsltaneament ideas Ge identidade, de altndade, de etnicdade © de mesticagem. & poser ‘bservaro que ert em jogo a partir do momento em que se justapdem, ou se mituzam, no iter de ume compe factores que no foram analsados. O conheclmento ova encenacio dos crpos do mundo nfo se verifeacn em ‘apurado taalho desevto yor Bartenief no qual se identifica olugar onde um sistema de represencagio xe encontra em aca. Aguada do sea exo voluntirio da Alemanha nay, ela qrovavelmente sabia que, ma bitiria dos compos, ests nia eondicio para evita 0 duplo isco da eegueia ou da sulomissZo. Ao meamo tempo, no intevior de uma cultura ou de wns dads conente atstica,talver wna companhia de denga, &impossivelconsderar~ mas. indieasieseatilistias como abso e dvi absterm-noa de as transformar em objectos de um proceso de grande revlago que pode con Ausra balatino &adesio conscientea salictagGes corporis. | | | aml aot nee Sit Pin Cae 8 Shan oe A 86 stn Dan dy Moe Cping wii aint Vente One acndnae referee Soles ity ne dedi 2 ese eens pa en leh hibits te cy a Ang) Dey 1 Geta aust 1 fa ined ie tegen de Ubu AL Yo enact 1 A ren aig. mepam eneat fone aec-spnon a Wiper an plo A Pa Aled See, 18 Donte oll aude luo dean, need ems ‘or Al Hades eres ° iro ape ai plage Ca Bagel Tie tin statin cond 17 ener Bef Pian Sle) asl Sp i, ar eto hin rb rare once jon cae tit 78 PETELT ECE TTT LE LRERPRARARARARARARARARRRAA’s

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