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TEMA 1 - O CVV CENTRO DE VALORIZAGAO DA VIDA 1 - Caracteristicas da nossa sociedade As rapidas transformagdes que ocorrem continuamente na sociedade fazem com que os principio e valores tradicionais, tais como 0 casamento, a familia, a religiéo, a amizade e a hones- tidade, também sofram mudangas sucessivas. Os relacionamentos entre as pessoas tornam-se, a cada dia, no minimo mais complexos ¢ ricos. Os casais separados precisam dividir 0 tempo entre os filhos os novos companheiros; os filhos, entre os diversos pais; os religiosos disputam entre si a posse da “verdade"; os amigos desconfiam de estarem sendo “passados para trés” ou de que lhes vao “puxar o tapete”, porque a esrerteza ainda tem mais valor do que a amizade. O individualismo, ou a defesa dos interesses pessoais - recurso para a sobrevivéncia diante do ‘excesso de competicao e da auséncia de cooperagao -, supera em importancia o coletivisrro ou a preocupacao pelo interesse comum. As consequéncias s4o conhecidas de todos: o distanciamen- to entre as pessoas, a frieza e a insensibilidade. Nossa época, no entanto, também apresenta caracteristicas bastante positivas, que estimulam a capacidade de realiza¢do de cada individuo. 0 desafio da comunicagao verdadeira entre as pessoas est muito mais presente. Estamos na era da comunicagao de massa, através da TV, do radio, do jornal e da Internet. Mesmo com tantos recursos, porém, para muitas pessoas a Unica forma que Ihes resta de co- municar os sentimentos é a violéncia contra os outros ou contra si mesmas. 2- Causas sociais do surgimento dos trabalhos de ajuda A propria sociedade, como um organismo vivo, desenvolve parte de sua energia e transforma algumas dessas caracteristicas e combate outras. Diversos grupos tém se organizado com o objetivo de suprir as necessidades coletivas mais im- portantes, Sao pessoas cue se sensibilizam mais facilmente com os grandes problemas humanos ‘© tomam para sia tarefa de colaborar para ameniza-los. Delas surgiram diversos tipos de trazalhos de ajuda, com consequéncias imediatas. O simples fato de se saber que “algo esta sendo feito” ja produz sentimentos positivos no seio da sociedade. As pessoas sentem-se mais seguras e confiantes, mesmo que nao necessitem de ajuda imediata. 3 - A prevencao do suicidio se faz com aceitagao e compreensdo Nenhum ser humano pode dizer que “jamais pensard em suicidio”. Nossa sensibilidade pode ser também passaporte 2ara a dor e 0 sofrimento, de onde a morte parece, por vezes, ¢ Unica saida. “Prevengao do suicidio” é uma expresso de forga, de impacto, para a ago silenciosa dos voluntérios. Ela nos faz recordar de imagens de policiais e enfermeiros procurando impedir uma @ tentativa de suicidio. Mas, se a expressao for usada no sentido da Medicina Preventiva, como acdo preventiva do suicidio, entéic estara descrevendo um dos aspectos mais importantes do trabalho. O médico vacina as pessoas, visando desenvolver-Ihes resisténcia contra as doengas. Nés va- cinamos pessoas por meio da aceitagéo e da compreensao, para que elas desenvolvam forga e confianga em si mesmas e, dessa forma, adquiram resisténcia contra a doenca do desespero. 4-Historico A partir do momento em que um ser humano colocou-se em disponibilidade para ouvir com compaixao 0 desabafo das engustias de outro ser, pode-se dizer que comecou 0 trabalho de pre- vengao do suicidio. No inicio do século XX, despontaram diversos servigos de apoio emocional em situacées de crise, todos oferecidos por voluntérios. Primeiro, nos Estados Unidos da América, e, depois, am Londres, ambos no ano de 1906; posteriormente, em Viena, 1948, e em Berlim, 1956. Entretanto, foi a partir da ll Guerra Mundial que, na Europa e nos EUA, comegaram a se formar grupos, profissionais ou voluntérios, com a estrita finalidade de prevenir o suicidio. Pessoas que se colocaram disponiveis para ajudar aqueles que sofrem a ponto de desejarem dar fim a propria vida De todas as entidades que foram se formando, uma delas mais se projetou. Trata-se de os Samaritans, fundada em 1953 pelo Reverendo Chad Varah, psicoterapeuta e pastor da Igreja An- glicana. Embora ganhando estrutura naquela ocasiao, os Samaritans comegaram muito antes, em 1936, Naquele ano, o joven Varah, revém-formado pela Igreja Anglicana, fora designado para proceder ao oficio flinebre de uma jovem de 14 anos que se suicidara. Apés fazer a encomendagao do corpo, voltou para casa e escreveu para um pequeno jornal de Londres, dizendo-se disponivel, em sua prépria casa, para “ouvir seriamente pessoas falarem de assuntos sérios”. A partir daquele momento, o Reverendo Varah nao mais descansou. Ja no dia seguinte publicagao do artigo dele, recebia a visita de uma pessoa do Continente, isto é, de alguém que atravessara o Canal da Man- cha somente para abrir-se com o homem que se propunha a ouvir. Atualmente, os Samaritans contam com mais de 200 postos na prevengao do suicidio em toda a Inglaterra e Iranda, reunindo cerca de 20 mil voluntarios. Deste grupo teve origem o Befrienders Worldwide, organizagao que congrega voluntarios de 36 paises, onde cerca de 370 postos estéo em atividade. 5 - Redes de Prevengao do Suicidio Os servigos de prevenco do suicidio constituem uma rede inserida em outras redes locais globais que oferecem milltiplas formas de suporte. Podem ser classificados em trés categorias, conforme suas caracteristicas: a) Humanitarios: como “Samaritans”, da Inglaterra; “SOS Amitié”, da Franca; © o CWV, do Brasil. Neste grupo, todos os trabalhadores sao voluntarios reunidos to somente pelo desejo de ser, nao havendo entre eles discriminago de religio, cor, sexo, filiagao politica, etc. So entidades ndo religiosas e apartidérias, de portas abertas para o atendimento gratuito a pessoa que procura ajuda, sem discriminagao de qualquer espécie; b) Religiosos: como “Telefcno Amico”, da Itélia; a “Pastoral da Escuta” e o “Fala que eu te escu- to”, aqui do Brasil. S40 mantidos e integrados pelos membros de uma ordem religiosa e também. sao desenvolvidos gratuitamente; ©) Cientificos: geralmente integrados por profissionais remunerados - médicos, psicélogos, ad- vogados, etc. O “SPC ~ Suicide Prevention Center”, de Los Angeles, nos Estados Unidos, 6 um deles. Seus profissionais tém contribuido muito para que possamos conhecer um pouco melhor @ suicidio e suas causas. O CW é um programa de prevenedo do suicidio do tipo humanitério, isto é, integrado sonente por voluntdrios e que presta servigo gratuitamente. Até mesmo seus consultores, como médicos, advogados e psicdiogos, atuam voluntariamente. 6 - O Centro de Valorizagao da Vida - C.V.V. Centro de Valorizacao da Vida é uma Organizagao da Sociedade Civil sem finalidades lucrati- vas, de carater filantrépico, fundada em 1° de marco de 1962 como Campanha de Valorizagao da Vida, na cidade de Sao Paulo, por um grupo inicial de 14 voluntarios. Foi registrado como Centro de Valorizagao da Vida em 20 de fevereiro de 1965 e, em 20 de dezembro de 1973, reconhecido como Entidade de Utilidade Publica Federal pelo Decreto n° 73.348. a) Fase Embrionaria Em julho de 1961, 0 joven Jacques André Conchon, entao com 19 anos, é tomado de grande emogao ao receber de um amigo, Milton Batista Jardim, um envelope de papel manilha, com a informagao de que vinha a pedido do “Comandante”. O Comandante Edgard Armond foi o idealizador da Escola de Aprendizes do Evangelho, mi- nistrada pela Federacdo Espirita do Estado de Sao Paulo. Ao abrir o envelope, viu um recorte de Jornal, com um bilhete manuscrito: “Para quem deseja servir, aqui esté uma boa oportunidade”. Em anexo, uma matéria sobre o trabalho de prevengao do suicidio realizado na Inglaterra pelo Re- verendo Chad Varah. Emergiram indagagées reflexivas: “Se eles fazem la, podemos fazer aqui?! venir l4, por que nao seria aqui? E outra cultura, outro pais, podemos adaptar...”. Seguia o més de agosto de 1961 a todo vapor no campo dos Estudos, Pesquisas e Estatisticas, ‘com 0 apoio e orientagdio do Dr. Ary Alex, médico do HC - Hospital das Clinicas. No final daquele més, ocorreu a apresentagao do Esbo¢o da Campanha de Prevengdo do suicidio para o "Coman- dante” No més de setembro, depois de sedimentada a ideia de plantées, aconteceu a primeira Mobi- lizagao de Voluntérios, e surgiram 30 interessados, dentre esses Flavio Focdssio. No mesmo més foi feita a visita ao Hospital das Clinicas, sob a supervisdo do Dr. Pedro Augusto Martins, oportuni- dade de grande impacto emocional, de reforgo a determinagao de servir & causa da prevencao do suicidio e de contribuir de algum modo para minorar as estatisticas. A certeza de que era preciso e possivel fazer algo consolidou-se ao contato com as vitimas do suicidio, em pleno “calvario de dor”, nos corredores do HC na area dos sobreviventes. Em outubro seguiram-se os encontros para preparagao do grupo. No primeiro, o conferencista faltou e im- provisou-se. No segundo, um efeito desanimador. Apés examinar ficha por ficha, o conferencista presente balangou a cabega negativamente no seu parecer: “Vocé esté com um material hLmano fraquissimo”, disse ele, referindo-se aos candidatos ao voluntariado. De todo modo, o encontro trouxe 0 beneficio da indizag&o do livro do psiquiatra Karl Menninger: “O Homem Contra Si Pré- prio”. No terceiro encontro, o palestrante convidado faltou, e houve uma evasao de mais de 50% dos candidatos. O encontro seguinte compensou todos os anteriores quando a conferencista da noite, a enfermeira Nancy Puhimann Di Girolamo, afirmou: “A Campanha que hoje vocés iniciam, se, a0 longo de cem anos, tiver salvado uma vida, uma s6, ja estard justificada”. A reuniao seguinte tam- bém foi um incentivo eloquente, com o psiquiatra Wilson Ferreira de Mello: “Dentro de dez anos vocés estaréio entendendo de desespero e ansiedade mais do que eu”. @ Se é possivel pre- Novembro prosseguiu com a reviséo sobre o nome da campanha, com os desenhos de Nelson de Oliveira a preparacdo para iniciar os plantdes. Dezembro surgiu com um desafio que inicial- mente pareceu um obstaculo e, mais tarde, compreendeu-se ser um exercicio de aceitagdo € de ‘oportunas ligées de determinagao, perseveranga e disciplina. Jacques foi recrutado para o Exérci- to. Os jovens continuaram nos caminhos da perseveranca no servir por entre os desafios da vida, da escola, da faculdade, do trabalho, da sobrevivéncia, entre tantos outros. No més de dezembro, © grupo decidiu entrar em férias, para o “desespero de alguns”: “Como? Nem comegamos ¢ jA vamos entrar de férias?” Uma pausa providencial, denominada de férias, apés 0 conferencista daquele final de ano “jcgar um balde de agua fria no grupo”, justamente ao falar de “Como dar de si- 0 que é doagao afetiva”, tema que entusiasmara os interessados em engajar-se. Questionamentos tais como: “Vocés es- to mexendo em casa de vespeiro”, “vocés estdo invadindo a seara alheia”, entre outros, soaram como desestimulos. O més de janeiro de 1962 foi marcado por intensa dedicagao no Exército e no Trabalho. Em fe- vereiro, ocorreu a definicéo do tema para a campanha: com a sugestao de Alice Monteiro, surgia a “Campanha de Valorizagao da Vida”. Comecava a convocacao dos voluntarios, a elaboragaio do MGP - Mapa Geral de Plantéo, a definigdo da estrutura, do local, da administragao, etc, Foi dis- tribuido © Rol Expressivo de Pensamentos Positivos, com frases tais como: “Amanha sera outro cia”, “Apés a tempestade vem a bonanga”, etc, experiéncia que na pratica durou poucos dias, pois rapidamente o grupo percebeu a inadequagdo de usd-o durante os atendimentos. No dia 1° de margo de 1962 aconteceu o primeiro plantao. Nos primeiros quatro anos de atividades, o CVV atendeu em uma sala contigua ao consultorio do Dr. Wilson Ferreira de Mello. Local de grande movimento cuja sala de espera era partilhada, quando necessério, com as pessoas que procuravam o CVV. Constatou-se um efeito negativo nessas pessoas, desmotivando-as de retornar. Foi entao realizada uma campanha financeira entre familiares e arnigos dos plantonistas, que resultou na compra da sede propria, em julho de 1968. A linha telef6nica, que na época era muito dificil de ser obtida, foi conseguida através de uma pessoa vinculada ao trabalho. A conquista da sede prépria trouxe ao grupo a seguranga para divulgar o servigo de prevenc&io do suicidio, por sentir que estava entao capacitado a atender adequadamente a um maior nimero de pessoas. Inicialmente, o CVV buscou, além de contribuir para minorar o indice de suicidios, oferecer uma ampla assisténcia aos que se encontravam em vias de cometé-lo. Focado no proble- ma e no individuo, oferecia solugées e tinha por objetivo tanto dissuadir a pessoa da ideia suicida, como também prepara-la para enfrentar os problemas futuros. O que durou pouco tempo, una vez que 0 CW aprendeu com as préprias pessoas em sofrimento que elas buscavam outra coisa: queriam falar e ser escutadas, sem interferéncias ou julgamentos. Em 1970, 0 grupo passou a estabelecer os critérios para uma divulgagao culdadosa do CVV, Em 1971, comegou a expandir a disponibilidade do atendimento, com a criagéo do Corujao (plan‘éo das 22 horas as 7 horas). Em dezembro 1974, estendeu o periodo de atendimento para 24 horas. O Reverendo Chad Varah veio ao Brasil em maio de 1977, transmitindo ao grupo de voluntarios uma mensagem de confianga que desencadeou o processo de expansao do CVV. Ele retornou em abril de 1979 para 0 1° Encontro Nacional de Plantonistas, com a presenca de 500 participantes. b) Atualidade | - Programa CW de Prevengdo do suicidio Primeira atividade desenvolvida pelo Centro de Valorizagao da Vida: um servigo gratuito de apoio emocional oferecido por voluntarios disponiveis para conversar com pessoas em estado de 9 angistia, sofrimento, e em necessidade de desabafar por telefone, e-mail, carta, voip ou pessoal- mente. Também esta associado ao Befrienders Worldwide, entidade que congrega instituicdes de apoio ‘emocional e prevengdo do suicidio em todo o mundo. Presta, atualmente, os seguintes servigos: 1. CWV Posto, com postos nas principais capitais e cidades do pais, com atendimento por te- lefone 24 horas através co 188, além de oferecer apoio emocional por e-mail, carta e presencial. ‘Ainda promove e participa de ages comunitarias, palestras e eventos em prol da sociedade; 2. CW Comunidade, com voluntérios integrados aos postos CVV ou nao, que prestam apoio a grupos diversos da sociedade, tais como presididrios, associagdes de bairro, empresas, escolas, faculdades, universidades e sobreviventes de suicidio por meio do GASS - Grupo de Apcio aos ‘Sobreviventes de Suicidio. Realiza palestras, sessdes de Cine Ser, Cursos ¢ o programa Caminho da Renovagao Continua - CRC, cuja finalidade é divulgar e propagar a Proposta de Vida do CW; 3. CW WEB, com voluntérios vinculados aos Postos CVV ou nao. Realizam os apoios por chat online, de seus computacores ou celulares pessoais, em sala virtual privativa do CW; 4, CW Voip, com voluntarios vinculados aos Postos CVV ou nao. Realizam os apoios através da chamada de Voz por |? de seus computadores ou celulares pessoais, em sala virtual privativa do CW. II - Hospital Francisca Jilia Fundado em 1° de maio de 1968, iniciou suas atividades na cidade de Sao José dos Campos (SP) em 12 de agosto de 7972. Atende pessoas com transtornos mentais e dependentes quimicos através de leitos de internagdo, em convénio com 0 SUS, e também particulares, Além do hospital, oferece atendimento de ambulatérios infantil e adulto, e Servigos Residencials Terapéuticos, O Centro de Valorizagao da Vida também promoveu e viabilizou a introdugao do Programa Ami- gos do Zippy no Brasil, para criangas de seis a sete anos de idade. Esse programa teve origem na Inglaterra com uma equipe internacional e multidisciplinar sob a coordenacaio do Befrienders Worldwide. O objetivo é cesenvolver as capacidades das criangas para lidar com as dificuldades delas do dia-a-dia, identitcar e conversar sobre sentimentos e lidar com eles, ‘A.exemplo do que ocorreu na Inglaterra, onde foi fundada uma organizacao independente e es- pecifica (PFC - Partnership for Children) para cuidar de programas de desenvolvimento de rabili- dades socioemocionais, no Brasil, ap6s a aprovagao da fase experimental coordenada e represen- tada pelo CW, 0 programa estrategicamente ganhou independéncia. Para tal, foi fundada a ASEC ~ Associagao pela Satide Emocional de Criangas, para trazer e desenvolver programas e capacitar educadores em escolas piiblicas e particulares. E ela hoje quem administra e representa o progra- ma Amigos do Zippy, mantendo-se o espirito de parceria e interagdo entre ambas as Organizagoes (CW e ASEC). AASEC ea PFC trabalham com uma estrutura constituida por profissionais. 7 - Os Postos CVV O CW coloca-se a disposigao de grupos de pessoas que voluntariamente queiram irstalar um ou mais Postos de Prevengao do Suicidio em sua cidade e regido. Para facilitar e viablizar a sustentabilidade, o Posto funciona como Franquia Social, o que exige a existéncia de uma man- tenedora que 0 represents localmente dentro da sua rea de abrangéncia, responsdvel por sua representagdo juridica. A criacao da mantenedora visa cuidar e garantir o respeito e o cumprimento da legislagao em vigor referente ao territério de abrangéncia, as regras, as normas, os principios, as praticas, os preceitos e a3 orientagdes do Programa CVV e de funcionamento da Rede C\ Ao grupo interessado serdo fornecidas todas as informagdes sobre como constituir essa asso- ciagdo, obrigacées civis e legais, regimento interno, custos, hierarquia administrativa e organza- ional, e outras que forem necessarias. Um traco fundamental do CW é a atuagéio como grupo de amigos a servigo das pessoas, pois somente dessa forma é possivel alcangar resultados duradouros. A Diregao Centrada no Grupo é 0 modelo sobre o qual esta baseada toda a vida organizativa do CW. As fungGes sao executadas por membros diferentes, conforme as habilidades especificas exigidas pelas diferentes situacGes, e sempre centradas no grupo ao qual pertence. O que significa intrinsicamente estar centrado no Trabalho e no Servico (ideal existencial que nos torna grupo e rede). grupo interessado na constituigao do Posto CVV deve observar as etapas desoritas a seguir: a) Informar ao Posto Coordenador Regional b) Fundar uma Associagéo Civil, a Mantenedora, sem fins lucrativos, para desempenhar a fun- 90 de Personalidade Juridica do Posto e registra-la no cartério local, juntamente com o Estatuto da entidade e outros documentos necessarios; c) Providenciar locale infraestrutura necessaria para funcionamento do Posto (exemplo: equipa- mentos para o atendimento 2 conexao banda-larga); d) Iniciar a divulgagao para a realizagao de um Curso de Selegao de Voluntarios; e) Eleger a coordenacao do Posto, responsavel para estar em contato com a regional e tratar das atividades dlarias. 8 - Organizacao dos Postos CW Dentro de cada Posto, os voluntarios esto organizados em pequenos grupos, coordenado por um entre eles, mais experierte, que esteja disponivel para prestar apoio e esclarecimento sempre que os voluntarios necessitarem. Aequipe composta pelas Coordenacdes de Grupos constitui o Grupo Executivo daquele Posto, que possui uma Coordena¢éo Geral nomeada anualmente. Os Postos estao agrupados em Regionais, para estimular o desenvolvimento de atividades vol- tadas ao aperfeigoamento constante dos voluntarios. As deliberagées atinentes ao Programa CW de Prevengao do Suicidio sao da algada do Grupo Executivo Nacional, constituido pelas Coordenagées Regionais de todo o Pais, A reunido de todas as Coordenagées de Postos do Brasil constitui o Conselho Nacional, érgdo soberano do CVV, que tem por objetivo desenvolver estudos e referendar as deliberagdes do Gru- po Executivo Nacional. a) Estrutura Administrativa do CW cvv Programa de Prevengao do Suicidio Coordenagao Geral do Posto Grupos Se 9 - O Programa de Selegao de Voluntarios (PSV) O curso - 0 PSV - é constituido de quatro temas (parte tedrica), 8 a 11 estagios e a aula admi- nistrativa, totalizando no minimo 9 encontros e no maximo 12 encontros (parte pratica). Ao coneluir © conjunto dos temas com aproveitamento, o candidato passa aos estagios. Nessa etapa, tera oportunidade de adquitir familiaridade com as situagdes do cotidiano do CVV e dos atendimen- tos, no caso de plantonistas, vivenciando o periodo institucionalmente nomeado de probatério. Posteriormente & admiss&o, entre 90 e 120 dias, os candidatos ao voluntariado CWV participam da aula de reforgo, que finaliza 0 periodo probatério, e credencia oficialmente a pessoa enquanto voluntaria CVV. O PSV engloba metodologias e métodos diferenciadbs relativos aos servigos oferecidos: Telefo- ne, Apoio pessoal, Chat, Voip, E-mail e Comunidade. Ha pontos especificos e diferenciados entre 08 servigos (presencial, virtual e misto), bem como regras, normas administrativas, compromissos observados a cada modalidade, func&o a ser exercida e gesto interdependentes. Ora, contuco, a esséncia do contetido - filosofia, principios, praticas, preceitos, missdo, visdo, valores e proposta de vida - 6 a mesma para todos 0s Servigos CVV, para todos os que desejam engajar-se no Volun- tariado e Rede CVV. detalhamento, etapas e fases do PSV podem e devem ser observados nas Apostilas e Manu- ais especificos sobre o tema. O PSV seleciona o potent voluntario, mas o caminho formative e de desenvolvimento se faz através da experiéncia vivencial, da participagao nas oportunidades de estudos, tais como: reuni- 6es, treinamentos, exercicies, leituras edificantes, encontros, cursos, seminarios, reciclagens, etc. Institucionalmente, o CVV se preocupa e cuida do desenvolvimento e fortalecimento do volunta- tio, no exercicio do voluntariado e enquanto pessoa, através de indmeras ofertas e possibilidades para seu autoconhecimente, maturidade emocional e espiritual, com o trabalho, com o servigo & com a vida, com oportunidedes e com momentos de estudos, além da supervisdo, do apoio e do suporte dos mais experientes. E um processo ciclico, em que 0 engajamento e o compromsso pessoal so diferenciais na jornada do tornar-se pessoa e grupo, e melhor servir. 10 - Elementos essenciais do trabalho Sao trés os elementos necessérios ao funcionamento dos postos: 1-0 voluntério E a pessoa com disponibilidade interior para acolher, ouvir, respeitar e compreender as pessoas angustiadas que procuram o CW. Ela deve estar disposta a adauirir ou aperfeicoar as sequintes caracteristicas basicas: a) Flexibilidade: capacidade de deixar 0 seu ponto de vista e se aproximar do outro com since- ridade e honestidade; b) Nao sectarismo: nao induzir para religiéo, politica ou qualquer outro caminh ©) Disponibilidade para superar as dificuldades pessoais: os seus preconceitos e medos para aprender a estar junto com a pessoa; 4) Humildade para reconhecer sua limitagao ¢ esforgo para se colocar a mesma altura daquele que est se relacionando com ele; €) Abertura para Superviso e Aprimoramento Humano: abertura a opinido, suporte, supervisio € orientaao na prestagao do servigo; confraternizar e treinar sempre para melhor ser e servir. I-A infraestrutura O local deve ser simples, acolhedor, sdbrio e silencioso, que se permita conversar sem dificul- dade, garantindo sempre a privacidade e o sigilo. equipamento necessario e suficiente para que se realize uma ou mais das formas de apoio: a) Telefone com recursos para acessar o PABX virtual 188; b) E-mail; ©) Chat; d) Voip; e) Presencial; ) Carta; g) Comunidade. Todos os apoios sao sigilosos e com respeito total & privacidade da pessoa. Esta é uma essén- cia do CW. Nenhuma informagao é revelada a ninguém fora do CVV sem a permissao da pessoa que procura ajuda. O voluntario, antes de comegar a trabalhar no CVV, assume um compromisso de seguir as regras do trabalho e manter sempre atitude de confidencialidade, tanto durante o seu tempo de servigo, quanto depois de deixar 0 CWV. Todos os assuntos com imprensa, advogados, policia e outras agéncias sao encaminhados a Coordenagao ou ao Voluntério responsave pela rea de Comunicacao e Administragéo do Programa em referencia. Il - A divulgagéo Necessaria para que outras pessoas, em busca de apoio ou candidatas ao voluntariado, conhe- gam 0 servigo do CW e as oportunidades de trabalho voluntario. &9e

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