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Editora Quartier Latin do Brasil Rua Santo Amaro, 316 ~ CEP 01315-000 Vendas: Fone (11) 3101-5780 Email: quartierlasin@quattietatin.act be Site: www.quartierlatin.are be petites ps decom plc alceakon feng ces pops, spies dceion Yoato Spm ies ny tin eon gig eat Tet magnon uray nbs rapa tr eee = canciones ean aon ho og A lian dr dion = mcrae cme ce (14 up do CS Pea se ops cinemas 10480 L940 co 10% doe Ds A) FLAvio Luv YARSHELL Gurserme SeTocuTtJ. PEREIRA (coordenadares) ProcESSO SOCIETARIO ‘Ada Pellegrini Grinover José Rogério Cruz e Tucci ‘Arruda Alvim Leandro Aragio Carlos Eduardo Jonge Bernardini Luis Andeé Negrelli de Moura Azevedo Eduardo Secchi Munhoz Manocl de Queisoz Pereira Calgas EdvardoTalamini Marcela Maffei Quaden Travassos Erasmo Valladéo A. eN.Franga Marcelo Guedes Nunes Fabio Ulhoa Coelho Marcelo José Magalhies Bonicio Felipe Amaral Matos Marcelo Vieira von Adamnck Fernando Antonio Maia da Cunha Modesto Carvallans Francisco Antunes Maciel Missnich Nelson Eizirile Fredie DidierJx. Newton Mareagio Helena Najar Abdo Oreste Nestor de Souza Laspro Humberto Theodore Jt. Paulo Henrique dos Santos Lacon Igor Bimkowski Rosson Pedro A. Batists Martins Joto Paulo Hecker da Silva Ricardo de Barros Leonel José Araldo da Costa Telles Rodrige Mendes de Araijo Joxé Alexandre Tavares Guerrciro Rodrigo Octivio Brogit Mendes Joxe Carlos Baptista Puoli Rodrigo R. Monteiro de Castro José Eugenio do Amaral Souza Neto Tasso Duarte de Melo José Mareelo Martins Proensa ‘Tiago Asfor Rocha Lima José Robecto dos Santos Bedaque Wallido Jorge Warde J. PREFACIO Do Ministro Luts FELIPE SALOMAO Editora Quartier Latin do Brasil ‘Sao Paulo, inverno de 2012 quartierlatin@quartierlatin.art. br worw.quartierlatin.astbr 646 ~ Rerteses 1 TORN 00 DeNoMInAdo “REDIECIONAMENTO DA EXECUCAO 8. BisuioGRariA Amaro, Luciano. Diteito Tributério Braseve. 13. Ba, So Paul: Saraiva, 2007. Assis, Araken, Manual da Eseewzae, 11, Bd, So Paulo: RT, 2007, ‘Buraid, Alle. Ajo delaraoria no dieito Bravia. 2. Ba, Sto Paulo: Saraiva, 1986 (Calamandei, Piero. Opere Giidihe, vol. IX. Napole: Maran Editore, 1983, Cotta, Regina Helena. Curie de Divito Tributdrie, Sto Paulo: Sarsiva, 2009, Dinamarco, Candido Rangel. Esso ceil 8, Bd, so Paulo: Malheiros, 2002, Institue de Direito Procssual Civil «IL. 6. Ed, Sdo Paulo: Malheizos, 2009, Faria Luiz Alberto Gurgel de. in" Odio Teiduairio Nacional Comentado (coord, Vadimi Passos de Freitas) 4. Ed, Séo Paulo: RT, 2007 Femandes, Omi, Chiment, Ricardo Cunha, Abin, Cale Henvique, Ais, Manoel ¢ Ben Mary Agee Lo fal oman aa by So Pal I, Liebman, Ensico Tullio, Proceso de essa, So Paulo: Sarsiva, 1980. ‘Machado, Hugo de Brito. Comentdrios ao Qadig Triburio Nacional. Vol. I 2, Ea, Sio Paulo, ‘Atlas, 2008, ‘Martins, Ives Ganda da Silva, Comentéries ao Chdigo Tributéria Nacional. Vol. 2,5. Pa, Sio uo: Saraiva, 2008, sree Paulsen, Leandro. Direite Tributiri 9. Ea, Porto Alegre: Livaca do Advogudo Editors, 2007. ‘TheorlovoJnios, Mumberto, Prac deseo e annprimence de rentensa. 24. Ed, Sao Paul: LEUD, 2007 Laide Exec Pica. 11. Ed, Sto Paulo: Saraiva, 2009 “Torres, Ricardo Lobo. Curse de Direto Financiroe Tributara. 14. Fa, Rio de Jancizo: Renovas, 2007. Ronnico Octavio Brocua Moss 647 APURAGAO DE HAVERES NA RETIRADA DO SOCIO F FUNDO DE COMERCIO (AVIAMENTO) Rodrigo Octévio Broglia Mendes 1. INtTRODUCAO ‘No ambito do dircitosocietétio, uma das mais frequentes questbes forenses 6 a que diz respeito sobre a determinagao dos haveres devidos ao s6cio que se retira da sociedade, seja em razio do exercicio do direito de retirada (Cédigo Civil, art, 1.029), da exclusto do sécio (Cédigo Civil, art. 1.030 no caso das sociedades simples; ¢ art. 1.085, no caso das sociedades limitadas), ou ainda, no caso de falecimento do sécio (Cédigo Civil, art. 1.028). Nessa discussio, destaca-se a questio sobre a inclusio das quantias relativas 0 “fundo de comércio” na apuragio dos haveres do sécio retirante. O problema é frequentemente enfrentado, principalmente, por conta de uma possivel desconexo de sentido do disposto na legislagio de regéncia e a interpretastio jurisprudencial a respeito da matéria. Esta, contudo, parece seguir em uma conextio de sentido cocrente com sua evolugio (anterior a Cédigo Civil de 2002), ainda que seja possivel identificar problemas na sua construcio e ela hii demonstre ter reagido as eriticas que Ihe foram dirigidas. Deacordo com o diteito positivo, a apuracio dos haveres do s6cio reirante rege-se pelo disposto no artigo 1.031° do Cédigo Civil, para as sociedades por cle reguladas?, Essa disposisio claramente estabelece que a liquidagio da quota do sécio que se retira sera sealizada pela situagZo patrimonial da sociedade, isto 6 pelo valor efetivo daqueles bens que compoem o patrimdnio social, depois de TC TOT Nas casas em que a scledde se resaler em rela a um soo valor da sua qua, Considered pelo montane efsivamente relizado,leuidarse-, salvo dlspisiio coniatal er contro, com base na suacao pasimonil da socedade, a data da reslugdo, veriicada em balance especialmente evantado 8 1°O capital social soeré a conespondete redo, salvo se Dsdemassicios supitem valor da quota, "A quot ligudada sed pagatem dhe, no prazo ‘de noverta dias a pati da quidco, sale acordo, ou epulaao conratal em conti.” ‘Sango 1.021 eats insert ne Caps de sociedade simples, conto, suas reas servem Pada ‘SplcagSo subsea nos cemaistipos soxitros do Ccgo Chil welds em nomeccleto, 2: 1040, ds soca em comandita simples, at 1-046 cle 1.040; a5 sociedades iad, ‘L1053;associedades coperatvas, ant 11096) As agra de diet societrioestabeecidas ro Codigo Cll tarot se aplicar suiiciramente, 8s sociedadesandnimas eem comands pot ‘gpeslar. 1.0996 1090 ec 1.089, rexpectvament), mas nz vaca, ness ago da spurs ‘de havers ness sociecades. (648 ~ Arunacto DF Havtnts na ReT#ADA DO S000 E FuNcO OF Comtkc10 (AviaWENTO) agus todas as obrigagées da sociedade’. A rigor, esse valor deveria corresponder 20 valor contébil, o que nem sempre corre. Do ponto de vista jurisprudencial, firmou-se 0 entendimento de que, nessa avaliagio patrimonial, deveria se considerar, também, o “fundo de comércio"*. Contudo, o que fica pouco claro na anzlise da jurisprudéncia é a0 que, efetivamente, corresponderia esse conceito de “fundo de comércio" ‘Quase a totalidade da jurisprudéncia afirma, com clareza, que se trata dos hens intangiveis que comple o patriménio social (0 patriménio imaterial). ‘Todavia, verifica-se uma certa oscilaeao na jurisprudéncia a respeito da inclusio da perspectiva de gerasio de lucros firturos (0 que a doutrina denomina aviamento), mas com uma provivel tendéncia & sua inclusio’ Ao se verificar a jurisprudéncia, na tentativa de extrair dela uma regra, € possivel construir 0 entendimento de que ao incluir o aviamento, estar-se-ia indo de uma avaliagao patrimonial, estabelecida pela lei, para uma econdmica, Esse entendimento pode ser sumariado na seguinte passagem de um julgado do ‘Tribunal de Justiga de Sao Paulo: “Os haveres do s6cio retirante serio apurados (© ue pela spropriagio da construgzo jusprudencial anterior & etican do Cdgo Chi, confamade postetionmente, pode ser ertendido como Valor patron real, na temnologie ‘@pilcada por Fabio Ulhoa Coelno Coelho, Fabio Ulhos [20010 valor patimonial das quar cl sociedadelimiala” Revista de Deto Mercanl, Industrial, Ezonmico «Finance 123 Ver xemplifeatvamente ST), REsp #907 014M, Tuna rel. Min’ Antonio Carlo ere, {, 1.102011, DIU 19.10.2011, wu. STL, RESp m* 968.317 RS, 4 Tuma, rel Min ooo Otanis Noronha, j 14.08.2009, D)U 11.05.2008, vn: ST), REspn®'Sé4.71-RS, 4¥ Tm, tel Min, Cesar Asfor Rocha 13.12.2005, DIU 20.03 2008, veg St) Espn 4534760, 3 turmay el Min Antinio de Pada Riba, 01.09.2005, DU 12.12.2005, vu: STL, REsp rt 371.990.36 Tuma el. Min. So de Figuitedo Testa, 19.04:2001, DIU 25.03.2002, aS, Reg a? 5209457, 3 Tuma, rl Mn, Nelion Nave, |. 13.06.2000, DIU 2108-2000, va STL REp nt 77.122-PR 48 arma, rel. Min, Ruy Rosado Agua, 3.02196, DjU 08.04.1996, wu ISP Ap. Ci. ni 217.022-42'00, 5* Camara de Dito Pivado, te. Des Dim Caine, j 23.01.2008, sm ‘itn a incluso do avimereo(snda que no se refam, expessamente, a ewe conclta ~ mas deisando claro que as quotas devem ser avaladas de’ acordo com seu "ler teal de ‘metcado" ver: STL RESp r2986.517-85, 4 Turma, ek Min Jodo Otavio Noroohj 14.08 2008, JU 11.05.2009, va ST, RESp n?907.014-M5, 9° ura, rel Min, Antonio Cavlos Ferry 11.10.2011, 0) 19.10.2011, vat; TSP, Ap. n#0118956-98 2007 8.26,0011, + Chara ce Del Privat, rl Des. Francisco Loui, j6.102011, vss ISP Ap. n#C022137-47.1990 826.0908, 4 Cémara de Dict Piva, rl. Des, Eno Zula, j, 25.08.2011, wn TSP, Ap 0158453 1. 2010.8.26.010, 4 Cimara de Ditto Priva, el: Des. Ero Zan). 21.67 2011, was), ‘Ap. Chun 275.247-40, 6! Camara de Dieta Prva, vel, Des. Waldemar Noguela ib 21.02.2008, Vorfque-s, por exemplo, a aimacaa no Ac (ISP. Ap CW 21702 2-00, 5° Camara de Die Privado, rel. es. Dimas Carne, 23-01-2008, im), que, uit errata reconhecido ainclusso do fund de corn, com ela ao aviamani, arose ‘manifesto: “quanto aos endimentos devidos em azap de pssvel “porpectivade enabldade aura que, no entender ds bus apeants, seria decontete da at vate da smpres ao uals nto fara dssidene jus, infere-se que na foram invocado expressamertena neal, arcs apteiados ro curso ca ago, Logo, nada se pode arescertara expt fatando mest nertse ‘eeursal dos apeletes quanta & meteva” Roprico Octaso BRoctiA MeNots - 649 por seu valor real de mercado, mediante pericias contabeis ¢ de engenaria, O valor é 0 mesmo que seria, se houvesse a alienacio negocial da participacio social”. O fiandamento que se pretende erigir para sustentar essa regra pretoriana é oda vedagio do enriquecimento injustificado. Com isso, observa-se que o foco da jurisprudéncia concentra-se nas relagGes entre sécio retirante, de um lado, € s6cios remanescentes e sociedade, de outro. O argumento é que o“fundo de comércio” possui um valor econdmico, de forma que mio considers-lo implicaria em enriquecimento dos sécios remanescentes da sociedade, em detrimento do s6cio retirante, que contribuiu para a constitui¢io do “fndo de comércio”. Essa construgio pretoriana recebe a aceitagao da doutrina?, que serve por sua vez de elemento de retroalimentagio do citculo hermenéutico de construcao desse argumento, ‘Uma anilise mais detida da jurisprudéncia sugere que esse entendimento iio pode ser aceito sem maiores consideragées. Em primeiro lugar, na evolugio da construgao pretoriana, 0 reconhecimento da incluso do fundo de comércio apresenta-se como natural Contudo, ha quest6es submetidas aos tibunais que abalam essa nacuralidade, principalmnente quando se atribuiu um valor negative a0 fundo de comércio, Nesses casos, as solugdes apontam para a desconsideragio dos valores negativos*®, Como se pretende demonstrar, sso leva 4 construgio de Abeta taeeretoeanaeceensias Tat erg on esate Sa eect a re Fert fe eS arom ‘Goncalves Neto, Aledo de ass (2010) Diet de Empress, p. 270-271; Farce, Prizla MP 1650 - Arunacio be Havenes Na RETRADA 90 SOC £ FUNDO be Comercio (AwaMeNTo) ‘uma regra que aplica um critério para valores positivos de fundo de comércio, € outro para valores negativos. Essa é uma regra de dificil sustentagio. Essa ircunstincia, porsis6, aconselha uma pesquisa mais apurada da jurisprudéncia, ‘Alem disso, a sepresentagZo majoritéria da construgio pretoriana, que exige a inclusio do fundo de comércio, com uma tendéncia a identificé-lo com 0 aviamento, precisa ser confrontada com as razSes dogmiticas para 0 reconhecimento e protecio do aviamento, bem como da fungio do pagamento dos haveres na resolusao da sociedade em relagio a um sécio”. Além disso, & necessirio verificar se € possivel compatibilizar essa construgdo pretoriana com outros interesses tutelados no direito societirio, como a protegio do patriménio para o exercicio da atividade empresarial ¢ os interesses de credores. A rigor, a constante afirmagio dos direitos do sécio retirante na jurisprudéncia, de uma certa forma, oculta o dilema que traz a questio da apuragio dos haveres, resultante da possibilidade da dissolugio parcial da sociedade: se, de um lado, pretende-se preservar a empresa, permitindo que 0 s6cio se retire sem a dissolugio total da sociedade; de outro, a atribuigao ao sécio retirante de quantias que s8o estimadas como uma mera expectativa, sem que exista qualquer perspectiva de sua realizagao, pode levar a um cenério prejudicial a empresa” Tio de comércor TP, Ap. Cv carn Revito 115033724100, Camara de Diteko Privado, ‘el Des, viovalda Sarin Teodoro, 13.03.2007, vu. “Dsl parcial de socedade linac ‘Apurago de haveres, Laude percal contbi nsurgncia do socio retrarta em rlaga0 20: ‘eos ctérosadtades. Hipoese em que forma urlizad para puraco do valor do undo ‘ecomsrcio mosrouse ica ncosent, Necesslave de nova prc concbil com adoca0 ‘de cutoscitios consarados pela cortabilidadee pulsprancia. Conversio do jlgarento fem dligencls.” Do acto warat-e a equine pastagen No easo dos alos, o pert jucicial Jie orto preeatado no leu do valor do furdo de comérco, qual sa, 0 fundo ‘decamirciocorespanderia x0 resultado da dferenea do valor econdmicoda emprestedovalr ‘de sea atin ould, corre que tal farula mosra-se Incoerente apart do momento er ‘ue, embora majoradoo valor do atv imoblzad do Bos em R$. 201 680,00, al acescimo mio eperatu na montante dos haveres do apelane, que se manteve em RS 244.721 91. Note {o, sna, cue pela Yrmuls actae3, © serésemo pa avo imoalzado do But implicov na Tedugao do mesne valor da quanta referent a undo de comérco: furdo de cométco antes {qaniicadoemR$ 735997 58, pascou aser de RS 932. 717,59 [ou ea, alererca comesponde halarnente RS 201,660,00, Ora, no € preciso ser um exper na matria para verear cue, Clatvarmerte, exe algun ero no lado peal, Hogica acer que aelevacao do pavimorio ‘de uma empresa resufaria na relugo do valor de sa ‘undo de comérco.e na manrengso do ‘montante dos Ravers do cio retene.” Expresso do Cig Chil. que eliza com abarcandoos cies de lisolugso pata Paracrtica totem celssotyo parca, Lucena, Jot Waldery 2005) as Societe Lita p. 936-937 ‘Neste sentido, Bulgar, Waldiio (1998) O now dlreito empresa. 408. ts derma nao desconhacido da uepmedénci: "Nio se nega aul, que a avalagaa de uma partipac30 ‘eeictiia,o caso de resolugto da sociedad, & ma tela ic Osteo dsidente a0 requrer "spare, Ivariavelment ere asperavaliro valor da empresa quem peanece, por sua Roomico OcrAvo Beocin Mennes - 651 que se pretende, no presente artigo, revisitar a construgio jurisprudencial” a partir de uma perspectiva que considere a reasio, ou a ‘ua falta, as criticas formuladas, bem como eventuais problemas surgidos do entendimento segundo o qual o fundo de comércio, mais especificamente 0 aviamento, deveria ser incluido na apuragio de haveres do sécio retirante. Para tanto, pretendo (i) realizar uma exposicao representativa da construsio do argumento jurisprudencial que culminou na construcio da interpretagio que defende a inclusio do fundo de comércio, entendido como aviamento; (ii) analisar a construgio jurisprudencial ¢ indicar alguns dos seus problemas; (ii) confrontat a construcaio jurisprudencial com a compreensio juriica acerca do fando de comércio e os interesses tutelados sob esse conceito, principalmente a partir da hipétese do diseito de retirada; e (jv) concluir que a inclusio do aviamento, na apuragio de haveres, transforma 2 avaliagio patrimonial em econémica, sem que haja autorizagao legal para tanto. Nessa conclusio, dois elementos so importantes: (a) 0 argumento do ‘enriquecimento injustificado, sempre invocado pela urisprudéncia eque permitiria restahelever a legalidade dessa avaliaclo, a partir de uma interpretacao sistemstica, se submetido a um maior escrutinio, reclama maiores desenvolvimentos para readquirir sua forga persuasiva; e (b) a jurisprudéncia parece se sustentar na premissa de que a resolugio da sociedade em relago a um sécio é uma situagdo aniloga a de uma alienago. Pretendo demonstrar os problemas desse pressuposto. Contudo, caso ele seja considerado procedente, ¢ necessério complementar a disciplina da apuragio de haveres com regras de protecio imutabilidade do capital social, tal como se estivesse aproximando a disciplina da apuragio de haveres com a da negociagZo das suas quotas pela propria sociedade, IL. A CONSTRUCAO JURISPRUDENCIAL ‘A apuragdo de haveres do sécio retirante, nos casos de dissolugio parcial da sociedade, encontra sua premissa bésica na regra desenvolvida no julgamento do Recurso Extraordinario n° 89.464-SP", da relatoria do Ministro Décio ‘Miranda, de 12 de dezembro de 1978. Tez, pocia ab avali-la® RP, Agra Ge Invenio O498250-34.20102.26,000, re Des. Percival Noguelra | 24.03.2011, vu se exerci sera ei part de um evaniament representative, mas nao exausvo, da posgto juriprodencal do Superior Tibynal de jusica e do Tibural de hse do Estado de Sao Palo, om decisis part da cada de 90 do sé pasado. [STE Resp n# 89-464 SP, 2" Turma, ral, (/ acrdao) Min. cio Mirada, j 12.12.1978.) (652 ~ Arunacao DE Havents Na RETI&ADA BO SOc € Funoo oF ComéRcio (AUAMENTO) O quese pretendeu nessejulgamento foi oreconhecimento da possibilidade do sécio de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, desejando retirar-se da mesma, nfo invocar 0 direito de recesso que Ihe concedia o artigo 15" do Decreto n® 3.708/1919, mas sim pleitear que o célculo dos seus haveres fossem feitos com base nos valores que se obteria, caso se procedesse a uma dissolugto total, por forca da aplicagio do disposto nos artigos 335, V e 336, IIL, do Cédigo Comercial. E desseulgamento que se constréi a férmull diretora da apuragdo dos haveres, ‘uito repetida até hoje, de que ela deve ser feita como se de dissolugio total se tratasse”, Ela decorre da sintese do seguinte argumento constante do acbrdéo: *O fato que oart. 15, citado, concede ao séco disidente uma faculdade, aque ele usu se lhe parece adequadsa a forma de reembolio ai previta. Tal faculdade, direito potestativo do sécio, nao se pode transmudar «em forma obsigardria, Dai porque, se se admite a dissolugio parcial como modalidade da dlissolugio total, aquela deve adotara forma de liquidagao dos interesses slo sécio dissiddente que mais se aproxime da que resultaria da tltama. Na liquidasio resutante da dssolugio total, alienam-se 0s bens para realizasfo do ativo, forma de apuragio que, segundo se presume, mais revelao verdadeiro valor das coisas. Na dissolugdo parcial, que por natureza impede a realizagdo do ative edo monte partivel pela alicnagio de bens, nfo ha de prevalecer 0 “lkimo balango aprovado, a ndo ser que o aceitem as partes. Hii de prevalecer a apiragio, em toda a sua amplitude, dos haveres do sécio dissidente, com a exata verificasio, fisica e contabil, dos bens e direitos da sociedade, sem a restrigio do art. 15 do Decreto n® 3.708. Este somente se aplica ao dissidente que, semn poder opor-se Decco 13.708, de 10 de ano de 191 at. 15: “Asie aos seis ve diverge da alerago do contacto soil facade de etre da sclcade rss reno da quire cnespondent ose capil ns properao do titnobaleno approve. ea por, Sao s presario no [estas rem necsarispaapogamenta de Obvieydes cond at ei Aisinive ds modieagi so eautosechle CGocigo Comarca an 35, ots socedadeseparse doh: 5 Poe vontade de wn deo sco, senda sociedad ekcbrada po tempo cermin A396 Irae esse ‘ociedades poem ser discus jute, antes do period rareado no coneaay 8 Yequeimerto de qualquer ds scios; 3 por abuso, prevric oy voagao Tas de “umprimenta cos ose: soca on aga algun dossoson® Raoaice Ocrawo BRociia MENDES - 653 alteracio do contrato social resolvida pelos outros sécios em maioria de capital, manifeste 0 propésito de deixar a sociedade. Diversamente, a0 sécio que, como se reconheceu nestes autos, tem direito a ver decretada a dissolugio da sociedade com fundamento no axt.336, n° IIT, do Cédigo Comercial (Rs.620 medio),e. quem apenas senega a dissolugio total no interesse da preservapio da continuidade do empreendimento, 2 dissolugao parcial, para se considerar contida na dissoluc8o total, nlo hi de seguir © modelo de Fiquidaso pelo “timo balango aprovado". © Min, Moreira Alves, acompanhando o entendimento do Min, Décio ‘Miranda, cunhou uma frase também muito repetida em matéria de dissolugao parcial, que afirma que “a avaliagdo dos bens sociais, para o efeito da retirada da sua cota com base nos valores reais, ¢ ndo apenas nos valores contabeis”. Deis sto 0s pontos que chamam a atengio nesse acérdao: 0 primeiro, diz respeito a interpretagao do direito de recesso, Nao se nega que se trata de uma faculdade e que ele nao excluia, no regime do Decreto n° 3.708/1919, 0 pedido de dissolucio da sociedade. O curioso € a solucio dada: assim, para pres 4 empresa, e permitir sua continuidade, concede-se a dissolugo parcial que, com efeito, tem o mesmo resultado do direito de recesso, no que diz respeito A cessagio do vinculo societitio. © segundo ponto, provavelmente, contribuiu para a afirmago e com- preensio do primeiro. Verifica-se que a razo por detris dessa preocupagio em afastar os valores contibeis residia na circunstincia de, tradicionalmente, (8 valores contibeis nao corresponderem ao efetivo valor dos ativos sociais. A solugio do Supremo Tribunal Federal, portanto, permitiu uma corregdo desses valores para fins de apuragio de haveres do sécio retirante. (Como contraponto a ratis decidendi, é interessante recuperar 0 comentitio de Walditio Bulgareli sobre esse acérd#io", publicado em 1983. O seu principal argumento de critica é falta de considerasio da Fungo do reembolso no direito de recesso que, segundo ele, deveria ter sido analisado pelo acérdio, inclusive com 0 recurso a aplicagio da Lei de Sociedades Anénimas, porquanto o artigo 15 do Decreto n° 3.708/1919 possui a mesma ratio egis dos artigos 137 ¢ 45 da Lei n® 6.404/76, que disciplinam o recess0 ¢ 0 reembolso, respectivamente. Bulge, Waldo (1982) “hursprudéncia Comentada, Comercial — Ditoluco de sociedace ltada" Revista de Dieto Mercart lndusva,Econdmicoe Financeiron, 49 (854 ~ Arunacho Dt Havints na RétiesD4 00 Sco € FuNbo oF Comtscio (Aviautnra) ‘Walditio Bulgarelli,em sua critica, relembra que “reembolso é 0 pagamento de quanto valem as quotas (também as ag6es) €o instituto nio cuida de perdas ‘ou ganhos; seré o valor que for apurado, e com base no ativo liquido ou se se preferir do patciménio liquide”. Além disso, assevera que as regras relativas a retirada dos s6cios, & apuragio de haveres, a forma e prazo de pagamento, “tém uma fungdo clara de salvaguarda do patriménio social, atuando como fator desanimante da despedida do s6cio, procurando evitar a descapitalizagio pelo pagamento ao dissidente””, Na formulagiio da sua critica, Waldirio Bulgarelli nfo exclui a possibilidade de uma discrepancia entre valores contébeis ¢ valores “reais", mas isso consistiria em um problema de ma representacio contébil, no propriamente de “atualizagiio dos haveres”. A sua soluglo é categérica: “Se o,balango atual iio ¢ verdadeiro, que se corrija”™. Mas o que tinha dificuldade em admitir era 2 subversio, na sua leitura, das regras de reembolso ¢ recesso. O julgamento do Supremo Tribunal Federal, afirma Bulgarell, teria instaurado uma situagio paradoxal: 0 fundamento que permitiu a dissolugéo parcial foi a preservacio da empresa; contudo, a forma do seu pagamento com a desembolso imediato da quantia, poderia prejudicar a empresa, o que se quis evitar. A doutrina, posteriormente, passou a accitar a possibilidade da dissolucéo parcial e, consequentemente, reconhecer a diferenca entre os valores de reembolso devidos em razio do exercicio do direito de recesso ¢ 0 direito do {1985 airtncia Comer. Conerca-Dieci i eso nada Revita Dio Merce, india, Eandmcoe Prancelr np 10, Nese mesmo aetde Corre, fabio Kander (195) Valor dere das reso ache cite. 27- 938 ull, Waldo (963) “usprudénca Comox. Comecal~ Disugao de socedade load” Revita de Drago Mera Insta Ecanmieoe ance, p 108 Nene foteagem, Bulgari referee dcanerte dr cules dos contaon dc soelaie eas pramente a8 ra jis de modo perl Conta, 0 € pose ecu essay Sut tka se pura ths havees, sede a ao sptdam os ion paca oy ‘cio emrelagio ao acevo patimonial da sociedad de ous cs cotmenis ean reed {parimoni social pore o dexanpento da vidas soca {1963 “jrsprdnia Comenadn, Comer! ~ Disslito de oleae ita Revista de Dito Meron, Industiol.Ccondnicoe Finance m9, p. 102. Crkica nao he cake nega! que sempre pe haver uma cota dsepincia ene vr conabl'e vara joe $conbdae see como na ora deere da aka a occdade Aacaato sua, el ioc conta expres dasa ora apogee tea e ccis ine Matins Aland Boeel Lopes Provavenente, uma castes sobre Conidae qu expesa bora aarezs ade um preter que ares soas en melhor estamos proimadarente ces do que examen eats” hlilbas Seg ca Manin, Else Lopes, Alexsaeo Sroedat (201) Os vnosenowucs da conabitonas ssh tts Compr, Fabio Kon (1978)Naveza ones Blangs yt a8 Ronica Octvio Broci MeNoes - 655 sécio de participar do acervo patrimonial da sociedade, no caso de dissolugio parcial” A partir dessa aceitacao doutrinaria e jurisprudencial de que a dissolugio parcial deveria ocorrer “tal como de se dissoluedo total se tratasse”, a questio a respeito da inclustio dos elementos intangiveis do estabelecimento empresarial passa a ter relevancia, Nesse contexto, é possivel identificarjulgados até anteriores ao do Recurso Extraordinsrio 89.464-SP, especificamente no que trata da apuragao de haveres para 0 sécio pré-morto. Com eftito, o Recurso Extraordinario n° 48.580", de 28.6.1962, relatado pelo Min. Luiz. Gallotti, debateu 0 tema da inelusio ‘ou nao do fundo de comércio no pagamento dos haveres do sécio pré-morto. Nessa discussfo, o findamento aceito para incluso do fundo de comércio consistente no entendimento de que uma vez que os herdeiros nao poderio continuar na sociedade e, por essa razdo, eles merecem ser “indenizados” pelo valor do fundo de comércio —logo, a rati juris estaria na subtragio involuntéria do direito de continuar usufruindo daquele “fundo de comércio”. Em outro julgado™, posterior ao precedente do Recurso Extraordinario n® 89.464-SP, reconheceu-se a apuragio de haveres do sécio pré-morto de forma ampla, sugerindo inclusive a inclusto do fundo de comércio. O pressuposto para ‘o reconhecimento da inclusdo do fundo de comércio consiste no entendimento de que, permanecendo a sociedade (e, assim, preservando 0 respective fundo 21 Wiallo Franco, Vera Helena de (1988) “Dissoluco parcial e receso nas sciedades por quotas ‘de responsabilidad lnitada.Legilmidade e procedimento Critio © momento de apuracio se haveres” Revita de Ditto Mercantil Inustal,Ecandmico Financelt 73, ps 25 Poseriorment, todavia, pretovianamentee por razoes de exbldade, a Ilerpreag3o dase lspostive [Ar 335, CCam] fo: abrandaca par, com Sito de preservaracoetivdade insta na Sociedade, proclamar, io some, a dsolucao parcial. sta a tendéncia aval ds tibunais © 0 julgados com tal oor so soundanes(.) Mas © que sobreleve aq € que a ursprudéncia lrrinante econhece 0 dreto do siclo& diswlucao. por lal raza, arena 3 spuracio de hhaveres como sa se cudasie de dissoluso tal. A ptr de endo o que se dsc no & ls cio do sbcio ao reemboln das uss patcpagdes decoreie di ead, mas osu eto ‘material do parteipar do acer da soeieade em ligula. Dai porque 2 apurarao de set hhaveres deve se feta”. Com exalaverfieacio fea e conti dos wales da ava. aga “ma presto Gna "eno em pareela como, evenuslete, arden o contrat,” ST, REx 48.500:Guarabsa, Tuma fl Min ula Calla, 28.6 1962, “Soiedace, endo apenas this sis emorendo un, ela sedsiave. Apuracio de avers nckando so undo de comeio™ [No mesmo sentido de ser « inclusio do fundo de cométeio uma fama de “indenizacao™ do ‘clo ext ido: nf, senoo fund de coméco parcels do pairimnio da wcledade eve set indenizado.o scioexclido, ra medida da especiva paricipacao social, devendo prevalcer¢ recomendagao do laudo es. 750 e keguiney, iso 6, da ulizagso da toa made Se sobre ‘faturamerto acurolado da empresa, eroaindo 20s Ghimos cinca anos, por ser proporconal | paricipagio acinar do apelaco © 20 luero experimentae pela socedd." 1H Ap. CX ‘446 188.4400, 10"CAmata de Direlo Prvado, el. Des. Testa March, 27.01.2009.) STF REx 104.5955, 2 Turma, re Min. Cordeiro Cetra, 23.08-1988, vm (656 - Arusacio ot Havens na Reni®aDA bo Socio & FuNoO bE Contec (Avian) de coméreio), a apurasio dos haveres do sécio deve ser feito com base em “balango especial com avaliagao de todos os elementos do fundo de comércio da sociedade, pagando-se ao sécio retirante a metade do patriménio liquido verificado, na forma prevista no contrato.” Muito embora o termo “fundo de comércio” estar sendo utilizado, aqui, no sentido atual de estabelecimento empresarial, nfo se tematizou sobre o que compunha o “fundo de comércio”, Com a compreensio de que a apuracio dos haveres deveria ser ampla, abrangendo “todos os elementos de fiundo de comércio da sociedade", endo ele compreendido como estabelecimento empresarial, a pergunta que logicamente decorre é se deveriam ser incluidos os seus elementos imateriais, notadamente, © aviamento (que por vezes ¢ referido na jurisprudéncia pelo proprio termo “fundo de comércio”).. A solugdo dessa questio nfo se estabeleceu de forma evidente. A concepgio de que o aviamento é elemento do estabelecimento empresarial permitiu a conclusio, quase intuitiva, de que o aviamento (Fando de comércio) deveria ser considerado, pois faz parte do patrimdnio da sociedade®, Esse entendimento foi ctiticado por Walditio Bulgarelli, sobre o fandamento de que a jurisprudéncia adotava uma concepeio equivocada de aviamento, na medida em que ele nfo pode ser considerado elemento do estabelecimento— portanto, parte integrante do patriménio da sociedade — mas atributo™ O fato € que essa distingio entre elemento c atributo” nao foi tematizada na jurisprudéncia. O aviamento (fuando de comércio) sempre foi considerado 25 Essefo entendimento que, poserorment, fi sendo ima no SupericeTibuna de sia, no santo de que ofundo de coma integra o patina da sociale. et. ST}, RESp® 72 132, PR, 4¥Turme, rel. Min Ruy Rosado Aguiar 13.02.1996, 08.04.1996, us 50, RESpP-413.995-96 3 Tura, rel. Min. Ari Pargendle, | 25.05.1999, DJL), 26.06.1999, vase ST) REBp ne 92.094 Se 38 Tuma, rel Min. Nikon Naves,j 13.06 2000, Dj 31.08.2000, vas STL, REspn°271.930.SF, 4 Tuma, el in Salve de Figueiredo Tes, 19.04 2001, B} 2503 2002" vu ST) RESp wt 453.476-GO, 3 Turma, el. Min, Avdno de Pca ibe, 01.09.2008, DU 12-12-2005 Bulgar, Walerio(1998) O novo cto empresa. 410-11, No mento Semi, afimanc Sr aviomerto um atito, no um elemento do esiabelecimtri, Boel Fi, Oscar (900) Teoria do esabelecimenta comercial. 172 «a, Borges, lone Eunéolo (1968) Chao de deo comercial toes p. 193 Perera, Waldemar (1982) Tatado de Dic Comercial 202-29 Carvalho de Mendonca compreendia o aviamento como um elemento do estsbeecitnento comercial. Carvalho de Mendonca José Xavier (1969) Tata de Ditto Comercial Basic, 21 Esa desjgnacio permite @ comproenido de que o avlamenin & age que imegia & ‘stabelecimerto comercial, camo umn dos sas commponenies. Meno Carvalho de Mendonca parece que nao usava otermo elemento nese seria (0 avant, ue sefixta cama tenn om aobradil gente do comerciant, com aliondade dos prdhtos, coms honesidade 0 rake, ¢a rosperidade ea poéncia do extabelecimento comercial. Mes «doutina tem demonston 8 diicaldade de wabalharoaviamerto em tetas de um componente do estabeiecinem, toe, ‘de um bem em si considera. Veja, por exemplo, Bors, lose Eunipo (1968) Cuno de dhs ‘comercial teres, p. 193-194: "Pela simples fata de exis epor mats rudiment que veo Roosice Ocrhve Beacuia MeNoes - 657 como um clemento do estabelecimento (motivo pelo qual se pode concluir que cle sera, para os fins de direto, um bem) e, por iso, integraria 0 patrimonio do titular do estabelecimento, isto 6, a sociedad. Logo, sob essa concepgio, fica quaseinrespondlivel* o argumento segundo o qual a exclusio do fando de comércio dos haveres do sécio que contribuiu para a sua constituigio constituiria verdadeiro enriquecimento injustificado dos sécios remanescentes”. Essa circunsténcia, portanto, permitiu a reificagio do aviamento, isto é a ‘sua compreenséo como um bem, um ativo social. Ao se debater como determinar ‘seu valor, para quantificar os haveres do sécio retirante, a jurisprudéncia se confronta com a questio de saber se deve reconhecer a capacidade de gerar lucro, sendo possfvel afirmar uma certa tendéncia pela aceitagao da incluso da representagio econdmica dessa capacidade™. Essa concepgao tem o potencial de deslocar de uma avaliag%o patrimonial da participagio do sécio para uma econdmica, motivo pelo qual se verifica registros na jurisprudéncia de que, “realmente, a retirada da sécia-autora, equivale a aquisigio de sua posigio social pelas sécias remanescentes, que no podem ser beneficiar ¢ locupletar Tayanizagio ead erahelcnvavo tan sa avamerto, A Gfeenga so apenas de gra, mas 0 miami arnt ncaa de quar eaten. pase una dade, unt do exabeleimert, nso um element autonomies ost considera ‘Teladamente coma or dea de que se compte 9 exabelacmanta,Osbameta em snese ‘rs reullane don lems oranizan que compoem 0 exelent. Ao esr tmp ona svareto a verdad medida do vaor de om exabelscimeno comer Se 3 rade econtnica dese € peda dar lucos se avareto¢ pean aeapacidade produ ede dar ctr, ena do exabelecinanto¢cacontnca de sas alamo) “al como quaifica Hemani Estella para, depois reftar o argument dl incsbo os bens imtanaie pas se eto eniquecimen ijusiado. Ea’, Hern O10) Apap doe avers de cop 126 SI Resp 77 122 Tul Min Ry Rosado de gua, 1.02.196, O.08.08.1806 “TSP, Ap. Ch 569.20246-0, 4" Camara de Dito Pvada, rel, Des. Francisco Lou, 21.02.2008, va... Apurago de Rovere Apuracae do valor da paticpacao Inga elo scio miei, ar afd no mamta quo et exc de oo den pveres de Eetneae de admininrag da socielnde ~Canhor © perds posters eleven, 8d ico SS poves ens dns mare pra do al an rane iccamamerta em balan de ida com pra conib ee engenhaaa eer eaizadat tem sede de iquifagsa~ Valor do fd de comérca do poten ce venda da oidades Stones em fue Ge acabomenn a er niga na parla (TSR, Apc 92.51.44 @, o"Choura de Dio Pho, re Ooe, Polo Menezes, 17111988, wa "igus por Siramento~ Nio ht que ter eno pela apenas pre discards otras! Spelantcs o cto ala, wna vex eu nce, pardram 9 opacunade de prserar ‘mecdologla uta de cdl ~ Agro velco nao prow ~ A apuraco dos haveres do ct ‘snl dov ser eliza combasenovalorrea dasctat-Inelise na spracso de pain © Funda de Comercio que €eximad em consondnia coma penal deco da empresa ~O valor a marca ro fo considera A apiagae de jes de 6% ao are no ad qalguer eager — Apolo nao prod”

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