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Sy ANALISE DA INFLUENCIA DO Uso DE UMA AssociAcAo CoRTICOSTEROIDE-ANTIBIOTICO NA AUSENCIA DE Dor NO P6S-OPERATORIO DO TRATAMENTO DAS URGENCIAS EM ENDODONTIA Anatysis OF INetueNcE OF USING A CORTICOSTEROID-ANTIBIOTIC ASSOCIATION ON THE ABsence OF PAIN IN ENDODONTIC EMERGENCIES TREATMENT Ronaldo Aragjo Souza Roberta Catapano Naves** Susyane Almeida de Souza* Jodo da Costa Pinto Dantas*** Suely Colombo Nelli Gomes*** ‘Souza RA, Naves RC, Souza SA de, Dantas J da CP, Colombo SNG. Analise da influéncia do uso de uma associacao corticosteréide-antibidtico na auséncia de dor no pés-operatério do tratamento das urgéncias em endodontia. J Bras Endod 2004; 5(18):213-6. O objetivo desse trabalho foi verificar se 0 uso de uma associagao cortiedide-antibiético como medicagao local apés o atendimento de urgéncia era o fator determinante da auséncia de dor no pés-operatério dos pacientes Para tanto, fez-se a pulpotomia como tratamento de urgéncia, na Unidade de Triagem e Urgéncia (UTU) da Escola Bahiana de Odontologia, em 41 dentes portadores de pulpite sintomatica que, apos 0 procedimento, foram divididos em dois grupos. Nos dentes do grupo I, foi colocada uma associacao corticdide-antibistico, (Otosporin) sobre o remanescente pulpar radicular e no grupo I foi colocada uma bolinha de algodao seca, sem nenhuma substancia. Os resultados mostram que nao houve diferenca entre os dois grupos, o que permite infetir que a auséncia de dor apés atendimento de urgéncia em casos de pulpite sintomatica nao tem relagao com a utilizacao da associacao corticéide-antibidtico como medicacao local PALAVRAS-CHAVE: Inflamacdo pulpar; Pulpite aguda; Tratamento de urgéncia. INTRODUCAO Em um passado recente, além do tratamento endodéntico apresentar um consideravel indice de dor trans-operatéria, 0 pés-operatério também costumava ser doloroso para os pacientes, as vezes de forma dramética. Para isso, muito contribuiam a qualidade dos anestésicos, a técnica operatéria, as substncias que eram utilizadas como auxiliares do preparo do canal, etc. De uma certa forma, era um reflexo do pouco conhecimento de que se dispunha. Gragas a esses aspectos, ainda existe uma forte associacao entre tratamento endodéntico e dor, o que explica o temor ainda existente por parte de alguns pacientes e a crenca generalizada, entre muitos Endodontistas, de que as interveng6es tealizadas na Endodontia devem ser, necessariamente, acompanhadas de medicagao intracanal com acao antiinflamatéria. + Protessor da Diaciplina de Endodontia da Escola Bahiana de Odontologia da Fundacio para Desenvolvimento das Cidncias (FDC); Protessor de Endodontia da EAP da ABO Bahia; Av, Paulo VI, 20381504 Haigara ~ CEP 41810-001, Salvador, Bahia ‘email ronaldoasouza@ ognet.com br “+ Protessores da Unidade de Tragem © Urgincia da Escola Bahlana de Odontologia da Fundagdo para Deserwolvimento das Cléncias (FOC) Protessores da Discipina de Endodontia da Escola Gahiana de Odontologia da Fundagao para Desenvolvimento das Ciencias (FDC), Protessores de Endodantia da EAP da ABO Bahia JRL ~ Jomal Brasileiro de Endodontia 2004; 5(18):213-6 Anélise da Influéncia do Uso de uma Associacéo Corticosterside-Antibiético na ‘Auséncia de Dor no Pés-operatério do Tratamento das Urgéncias em Endodontia grande desenvolvimento técnico e cientifico da Endodontia trouxe a luz novas concepgdes e formas de realizar a terapia endodéntica. Assim é que, hoje, tem-se um grande conhecimento a respeito de todos os aspectos que a envolvem, em que se incluem nao s6 as questdes técnicas do tratamento endodéntico, mas também, e prin- cipalmente, a compreensao do que ocorre como resposta tecidual a ele. Em outras palavras, nao se trata mais s6 de como fazer, mas também de o qué e porqué fazer. Sabe-se, por exemplo, que todo preparo de canal é traumatico e, como tal, provoca resposta inflamatéria (Souza, 2003). Todavia, sabe-se também que, sendo um preparo bem conduzido, a resposta inflamatéria nao assumiré proporces que levem a dor pés-operatéria intensa e, mais importante, que a sua presenca nao representa fator impediente ao processo de reparo. A compreensao desses e de outros fatores permitiu, mudancas importantes, como novas concepcées a respeito da medicacao intracanal no tratamento de canais com polpa viva (Souza, Dantas, 2001 Souza, Dantas, 2002; Souza, 2003) e mesmo a sua nao utilizacao nas mesmas condicées, ou seja, nos casos de polpa viva, situagao em que a Endodontia em sessao tinica é plenamente aceita (Lopes, Siqueira, 1999; Estrela, Figueiredo, 1999; Souza, 2003) Pesando essas consideragées, a medicacéo intracanal ainda ¢ largamente utilizada e existem raz6es para isso, sendo uma das mais fortes o temor pela possibilidade de dor pés-operatéria, dai a necessidade de que ela exerga acao antiin- flamatéria. Nos tratamentos conservadores da polpa, entre eles a pulpotomia, o argumento mais utilizado a favor dessa postura € a pressao tecidual que, muito aumentada, poderia levar a alteracdes irreverssiveis no tecido pulpar remanescente e assim impedir a preservacao da sua vitalidade. Nesses casos, a indicacao classica tem sido os corticosterdides, (Leonardo, Leal, 1998; Estrela et al., 1999) No caso das urgéncias causadas pelas pulpites sintomaticas (pulpites agudas), essa também tem sido a recomendacao geral, isto é, pelo temor da permanéncia da dor decorrente da pressao tecidual, os cotticdides tém sido a medicacao de eleigdo. Muitos profissionais acreditam que, se essas substancias nao forem utilizadas, 0 paciente podera continuar sentindo dor apés 0 atendimento de urgéncia. O objetivo desse trabalho é analisar se a auséncia de dor apés o tratamento das urgéncias provocadas pela pulpite sintomatica tem a sua explicacdo no emprego dos corticosterdides. 214 MATERIAL E METODOS Foram tratados 41 casos, todos portadores de pulpite sintomatica, Os dentes foram anestesiadlos cle acordo com a técnica adequada a cada situacao e, apés 0 isolamento absoluto, foi feito acesso camara pulpar, também de acordo com o estabelecido para cada grupo de dentes. A pulpotomia foi realizacla com curetas, sempre com irrigacdo com soro fisiolégico e aspiracao. Quando 0 procedimento era dado como concluido, aguardava-se 0 tempo suficiente para que houvesse hemostasia e procedia-se a secagem com bolinhas estéreis de algodao, sem exercer pressio sobre 0 tecido remanescente. Os dentes foram entéo divididos em dois grupos. Grupo 1: foi depositada solucao de Otosporin sobre 0 remanescente pulpar e colocada uma bolinha estéril de algodao de tamanho compativel com a cavidade, que em seguida foi selada com Cimpat nos dentes anteriores e IRM nos posteriores. Grupo 2: colocou-se uma bolinha esterl de algodao sobre o temianescente pulpar, sem que nenhuma substancia fosse depositada sobre ele. O selamento coronatio foi feito nas mesmas condigdes do grupo 1. Para que nao houvesse problemas de incompreensao por parte dos pacientes com questionérios para avaliacao de quantificagao da dor, eles foram orientados para, simplesmente, observar e anotar a auséncia ou presenca de dor nos primeiros sete dias, prazo em que eram contactados para 0 devido registro dos resultados. RESULTADOS Os resultados estao expressos na Tabela 1 ¢ no Grafico 1 Como se pode observar, eles mostram que nao ha diferencas percentuais significantes entre os grupos 1, em que se usou 0 Otosporin e Il, no qual nenhuma medicagéo foi utilizada, TABELA 1: Andlise da auséncia de dor, pés-atendimento de urgéncia, em casos de pulpite sintomdtica. Grupos n= 41 si dor

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