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José Carlos Libaneo + / é Lcatica Seis DIDATICA Jor Carlos Libineo Cape e projet grifco: Carlos Chien -Montagem: Las Anni Pinto Barbosa Preparacao de Origieas: Vicente Cechelero ‘Revisdo: Ana Pala Tadeu Massaro, Simone Brit de Araijo, Liege Marci Compesigao: Dany Bsitora Lida Coondenagio edltril: Dasilo A. Q. Morales [Nenhuma parte esta cba pode se rprodusida on duplicda sm atorzago express do autor edo editor {© 1990 by José Carles Libineo Direitos pan esta edo (CORTEZ EDITORA Rom Barta, 317 Perdizes 15009000 Sto Pasio SP Tel: (11) 3864-0111 Fax: (11) 3864-4280 E-mai-corte@eortereditoracom be srw conezeitora.cam br Impreso no Brasil ~ sutubro de 2006 Capitulo 1 Iniciamos nosso estudo de Didética situando-a no conjunto dos co- nhecimentos pedagégicos e esclarecendo seu papel na formacio profissional para 0 exercicio do magistério. Do mesmo modo que o professor, na fase inicial de cada aula, deve propor e examinar com os alunos os objetivos, contetidos e atividades que serdio desenvolvidos, preparando-os para o estudo da disciplina, também neste livro eada capitulo se inicia com o delincamento dos temas, indicando objetives a aleangar no processo de assimilagio cons- ciente de conhecimentos e habilidades. Este capitulo tem como objetivos compreender a Didética como um dos ramos de estudo da Pedagogia, justificar a subordinagao do processo didético a finalidades educacionais indicar os conhecimentos tedricos ¢ priticos necessdrios para orientar a ago pedagégico-didatica na escola. Consideraremos, em primeiro lugar, que o processo de ensino — objeto de estudo da Didética — nao pode ser tratado como atividade restrita 20 espaco da sala de aula. O trabalho docente 6 uma das modalidades espe- cffieas da pritica educativa mais ampla que ocorre na sociedade. Para com- preendermos a importéncia do ensino na formagiio humana, é preciso con- 15 siderd-lo no conjunto das tarefas educativas exigidas pela vida em sociedade. A ciéncia que investiga a teoria e a pratica da educagdo nos seus vinculos com a pratica social global € a Pedagogia. Sendo a Didatica uma disciplina que estuda os objetivos, os contetidos, os meios e as condigées do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que s4o sempre sociais, ela se fundamenta na Pedagogia; é, assim, uma disciplina pedagégica. Ao estudar a educagio nos seus aspectos sociais, politicos, econémicos, psicolégicos, para descrever e explicar o fendmeno educativo, a Pedagogia tecorre & contribuigo de outras ciéncias como a Filosofia, a Historia, a Sociologia, a Psicologia, a Economia, Esses estudos acabam por convergir na Didatica, uma vez que esta reine em seu campo de conhecimentos objetivos e modos de agdo pedagégica na escola. Além disso, sendo a educagdo uma pratica social que acontece numa grande variedade de ins- tituigdes e atividades humanas (na familia, na escola, no trabalho, nas igre- jas, nas organizagdes politicas e sindicais, nos meios de comunicagao de massa ete.), podemos falar de uma pedagogia familiar, de uma pedagogia politica etc. e, também, de uma pedagogia escolar. Nesse caso, constituem- se disciplinas propriamente pedagégicas tais como a Teoria da Educagio, Teoria da Escola, Organizago Escolar, destacando-se a Didatica como Teoria do Ensino. Nesse conjunto de estudos indispensdveis & formagio teérica e pratica dos professores, a Didatica ocupa um lugar especial. Com efeito, a atividade principal do profissional do magistério € 0 ensino, que consiste em dirigir, organizar, orientar e estimular a aprendizagem escolar dos alunos. E em fungio da condugao do processo de ensinar, de suas finalidades, modos e condigdes, que se mobilizam os conhecimentos pedagégicos gerais ¢ es- pecfficos. Neste capitulo serdo tratados os seguintes temas: pritica educativa e sociedade; educagio, instrucio e ensino; Educagio Escolar, Pedagogia e Didética; a Diditica e a formagio profissional dos professores. odoaoo Pratica educativa e sociedade O trabalho docente é parte integrante do processo educativo mais global pelo qual os membros da sociedade so preparados para a participacao na vida social. A educag%o — ou seja, a pratica educativa — é um fendmeno social e universal, sendo uma atividade humana necesséria a existéncia e 16 funcionamento de todas as sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formagio dos individuos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades fisicas e espirituais, prepard-los para a participago ativa e transformadora nas varias inst&ncias da vida social. Nao hd sociedade sem prética educativa nem pratica educativa sem sociedade. A prdtica educativa niio é apenas uma exigéncia da vida em sociedade, mas também o proceso de prover 08 individuos dos conhecimentos e experiéncias culturais que os tormam aptos a atuar no meio social e a transformé-lo em fungiio de necessidades econémicas, sociais ¢ politicas da coletividade. Através da ago educativa o meio social exerce influéncias sobre os individuos e estes, ao assimilarem e recriarem essas influéncias, tomam-se capazes de estabelecer uma relagdo ativa e transformadora em relagio ao meio social. Tais influéncias se manifestam através de conhecimentos, ex- periéncias, valores, crengas, modos de agir, técnicas e costumes acumulados por muitas geragdes de individuos e grupos, transmitidos, assimilados e recriados pelas novas geragdes. Em sentido amplo, a educacio compreende 08 processos formativos que ocorrem no meio social, nos quais os individuos estdo envolvidos de modo necessario e inevitével pelo simples fato de existirem socialmente; neste sentido, a prética educativa existe numa grande variedade de instituigdes ¢ atividades sociais decorrentes da organizagio econémica, politica e legal de uma sociedade, da religiio, dos costumes, das formas de convivéncia humana. Em sentido estrito, a educagio ocorre em instituigées especificas, escolares ou nao, com finalidades explicitas de instrugio ¢ ensino mediante uma aco consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles processos formativos gerais Os estudos que tratam das diversas modalidades de educacao costumam caracterizar as influéncias educativas como nao-intencionais e intencionais, A educagéo ndo-intencional refere-se as influéncias do contexto social ¢ do meio ambiente sobre os individuos. Tais influéncias, também denomi- nadas de educagdo informal, correspondem a processos de aquisigao de conhecimentos, experiéncias, idéias, valores, priticas, que nao estio ligados especificamente a uma instituigdo e nem sio intencionais e conscientes. Sio situagdes e experiéncias, por assim dizer, casuais, espontineas, nao organizadas, embora influam na formaco humana. E 0 caso, por exemplo, das formas econémicas e politicas de organizagao da sociedade, das relugdes humanas na famflia, no trabalho, na comunidade, dos grupos de convivéncia humana, do clima sécio-cultural da sociedade. A educago intencional refere-se a influéncias em que hé intengdes € objetivos definidos conscientemente, como é 0 caso da educagao escolar e extre-escolar. Hé uma intencionalidade, uma consciéncia por parte do educador quanto aos objetivos e tarefas que deve cumprir, seja ele o pai, 17 0 professor, ou os adultos em geral — estes, muitas vezes, invisiveis atras de um canal de televisio, do rédio, do cartaz de propaganda, do computador etc. H4 métodos, técnicas, lugares © condigées especificas prévias criadas deliberadamente para suscitar idéias, conhecimentos, valores, atitudes, com- portamentos. Sio muitas as formas de educagiio intencional e, conforme o objetivo pretendido, variam os meios. Podemos falar da educagdo nio-for- mal quando se trata de atividade educativa estruturada fora do sistema escolar convencional (como € 0 caso de movimentos sociais organizados, dos meios de comunicagao de massa etc.) e da educacio formal que se realiza nas escolas ou outras agéncias de instrugdio ¢ educacio (igrcjas, sindicatos, partidos, empresas) implicando agdes de ensino com objetivos pedagégicos explicitos, sistematizacao, procedimentos didéticos. Cumpre acentuar, no entanto, que a educagao propriamente escolar se destaca entre as demais formas de educagio intencional por ser suporte e requisito delas. Com efeito, é a escolarizagio bisica que possibilita aos individuos aproveitar e interpretar, consciente e criticamente, outras influéncias educativas. E impossivel, na sociedade atual, com 0 progresso dos conhecimentos cien- tificos e técnicos, e com o peso cada vez maior de outras influéncias edu- cativas (mormente os meios de comunicago de massa), a participagdio efetiva dos individuos e grupos nas decisées que permeiam a sociedade sem a educagio intencional e sistematizada provida pela educagdo escolar. As formas que assume a pratica educativa, sejam nao-intencionais ou intencionais, formais ou nio-formais, escolares ou extra-escolares, se in- terpenetram. O processo educativo, onde quer que se dé, é sempre contex- tualizado social e politicamente; hd uma subordinagio a sociedade que Ihe faz exigéncias, determina objetivos e Ihe prové condigées e meios de agao. Vejamos mais de perto como se estabelecem os vinculos entre sociedade e¢ educagio. Conforme dissemos, a educagdo é um fenémeno social. Isso significa que ela € parte integrante das relagdes sociais, econémicas, politicas ¢ culturais de uma determinada sociedade. Na sociedade brasileira atual, a estrutura.social se apresenta dividida em classes grupos sociais com in- teresses distintos e antagénicos; esse fato repercute tanto na organizacio econémica ¢ politica quanto na pratica educativa. Assim, as finalidades e meios da educagio subordinam-se & estrutura e dindmica das relagdes entre as classes sociais, ou seja, sio socialmente determinados, Que significa a expressiio “a educagio é socialmente determinada”? Significa que a prdtica educativa, ¢ especialmente os objetivos e contetidos do ensino e 0 trabalho docente, estio determinados por fins e exigéncias sociais, politicas e ideolégicas. Com efeito, a pratica educativa que ocorre em varias instancias da sociedade — assim como os acontecimentos da 18 vida cotidiana, os fatos politicos ¢ econdmicos etc. — é determinad: por valores, normas e particularidades da estrutura social a que esta subordinada, A estrutura social e as formas sociais pelas quais a sociedade se organiza sdo uma decorréncia do fato de que, desde o inicio da sua existéncia, os homens vivem em grupos; sua vida esta na dependéncia da vida de outros membros do grupo social, ou seja, a histéria humana, a histéria da sua vida e a histria da sociedade se constituem e se desenvolvem na dinamica das relagdes sociais. Este fato é fundamental para se compreender que a organizagio da sociedade, a existéncia das classes sociais, o papel da edu- cago estio implicados nas formas que as relagées sociais vio assumindo pela ago pratica concreta dos homens. Desde 0 inicio da histéria da humanidade, os indivicuos e grupos travam relagées recfprocas diante da necessidade de trabalharem conjun- tamente para garantir sua sobrevivéncia. Essas relagdes vio passando por transformagées, criando novas necessidades, novas formas de organizagio do trabalho e, especificamente, uma divisio do trabalho conforme sexo, idade, ocupagées, de modo a existir uma distribuigdo das atividades entre os envolvidos no processo de trabalho. Na hist6ria da sociedade, nem sempre houve uma distribuigio por igual dos produtos do trabalho, tanto materiais quanto espirituais. Com isso, vai surgindo nas relacées sociais a desigual- dade econdmica ¢ de classes. Nas formas primitivas de relages sociais, os individuos tém igual usufruto do trabalho comum. Entretanto, nas etapas seguintes da histéria da sociedade, cada vez mais se acentua a distribuigao desigual dos individuos em distintas atividades, bem como do produto dessas atividades. A divisdo do trabalho vai fazendo com que os individuos passem a ocupar diferentes lugares na atividade produtiva. Na sociedade escravista, os meios de trabalho e o préprio trabalhador (escravo) sio propriedade dos donos de terras; na sociedade feudal, os trabalhadores (servos) sio obrigados a trabalhar gratuitamente as terras do senhor feudal ou a pagar-lhe tributos. Séculos mais tarde, na sociedade capitalista, ocorreu uma divisdo entre os proprietérios privados dos meios de produgio (empresas, m4quinas, bancos, instrumentos de trabalho etc.) e os que vendem a sua forga de trabalho Para obter os meios da sua subsisténcia, os trabalhadores que vivem do salario, As relagdes sociais no capitalismo sio, assim, fortemente marcadas pela divistio da sociedade em classes, onde capitalistas e trabalhadores ocu- pam lugares opostos e antag6nicos no processo de produgao. A classe social proprictéria dos meios de produgio retira seus lucros da exploragao do trabalho da classe trabalhadora. Esta, 8 qual pertencem cerca de 70% da populacio brasileira, é obrigada a tocar sua capacidade de trabalho por um salario que nao cobre as suas necessidades vitais e fica privada, também, 19 da satisfagiio de suas necessidades espirituais e culturais, A alienagdo eco- nOmica dos meios e produtos do trabalho dos trabalhadores, que é ao mesmo tempo uma alienagdo espiritual, determina desigualdade social e cons qliéncias decisivas nas condigdes de vida da grande maioria da populagio trabalhadora. Este € 0 trago fundamental do sistema de organizagdo das relagées sociais em nossa sociedade. A desigualdade entre os homens, que na origem é uma desigualdade econémica no seio das relagGes entre as classes sociais, determina nao apenas as condi¢des materiais de vida e de trabalho dos individuos mas também a diferenciag3o no acesso a cultura espiritual, a educagio. Com efeito a classe social dominante retém os meios de producio material como também os meios de produgao cultural e da sua difusdio, tendendo a colocé-la a servico dos seus interesses. Assim, a educagio que os trabalhadores re- cebem visa principalmente prepard-los para trabalho fisico, para atitudes conformistas, devendo contentar-se com uma escolarizagao deficiente. Além disso, a minoria dominante dispde de meios de difundir a sua propria con- cepgiio de mundo (idéias, valores, priticas sobre a vida, o trabalho, as relacdes humanas etc.) para justificar, ao seu modo, o sistema de relagées sociais que caracteriza a sociedade capitalista. Tais idéias, valores e praticas, apresentados pela minoria dominante como representativos dos interesses de todas as classes sociais, so 0 que se costuma denominar de ideologia. O sistema educativo, incluindo as escolas, as igrejas, as agéncias de for- magio profissional, os meios de comunicagao de massa, é um meio privi- legiado para o repasse da ideologia dominante. Consideremos algumas afirmacées que so passadas nas conversas, nas aulas, nos livros didaticos: 2 “O Governo sempre faz 0 que € possivel; as pessoas é que nao cola- boram”; 2 “Os professores nao tém que se preocupar com politica; 0 que devem fazer € cumprir sua obrigagao na escola”; “A educagiio é a mola do sucesso, para subir na vida”; a “Nossa sociedade ¢ democritica porque dé oportunidades iguais a to- dos. Se a pessoa nfo tem bom emprego ou no consegue estudar é porque tem limitagées indivi © “As criangas sio indisciplinadas e relapsas porque seus pais nao Ihes d3o educagio conveniente em casa”; a “As criangas repetem de ano porque ndo se esforgam; tudo na vida depende de esforco pessoal”; a “Bom aluno é aquele que sabe obedecer”, 20 Essas ¢ outras opinides mostram idéias e valores que ndo condizem com a realidade social. Fica parecendo que 0 governo se poe acima dos conflitos entre as classes sociais e das desigualdades, fazendo recair os problemas na incompeténcia das pessoas, e que a escolarizacio pode reduzir as diferencas sociais, porque dé oportunidade a todos. Problemas que so decorrentes da estrutura social sio tomados como problemas individuais. Entretanto, sio meias-verdades, so concepgdes parciais da realidade que escondem os conflitos sociais e tentam passar uma idéia positiva das coisas. Pessoas desavisadas acabam assumindo essas crengas, valores ¢ priticas, como se fizessem parte da normalidade da vida; acabam acreditando que a sociedade é boa, os individuos é que destoam, A pratica educativa, portanto, é parte integrante da dinamica das re- lagdes sociais, das formas da organizagio social. Suas finalidades e pro- cessos so determinados por interesses antag6nicos das classes sociais. No trabalho docente, sendo manifestagao da pratica educativa, esto presentes interesses de toda ordem — sociais, politicos, econémicos, culturais — que precisam ser compreendidos pelos professores. Por outro lado, é preciso compreender, também, que as relagées sociais existentes na nossa sociedade no sio estaticas, imutaveis, estabelecidas para sempre. Elas sio dinamicas, uma vez que se constituem pela agtio humana na vida social. Isso significa que as relacdes sociais podem ser transformadas pelos proprios individuos que a integram. Portanto, na sociedade de classes, nao & apenas a minoria dominante que pde em pratica os seus interesses. Também as classes tra- balhadoras podem elaborar e organizar concretamente os seus interesses e formular objetivos ¢ meios do processo educativo alinhados com as lutas pela transformacao do sistema de relagdes sociais vigente. O que devemos ter em mente € que uma educago voltada para os interesses majoritarios da sociedade efetivamente se defronta com limites impostos pelas relagdes de poder no seio da sociedade. Por isso mesmo, o reconhecimento do papel politico do trabalho docente implica a luta pela modificagio dessas relagdes de poder. Fizemos essas consideragdes para mostrar que a pritica educativa, a vida cotidiana, as relagdes professor-alunos, os objetivos da educago, 0 trabalho docente, nossa percep¢ao do aluno esto carregados de significados sociais que se constituem na dinamica das relagdes entre classes, entre Tagas, entre grupos religiosos, entre homens e mulheres, jovens ¢ adultos. Sao os seres humanos que, na diversidade das relagGes recfprocas que travam em varios contextos, dio significado As coisas, as pessoas, As idéias; & socialmente que se formam idéias, opinides, ideologias. Este fato é funda: mental para compreender como cada sociedade se produz e se desenvolve, como se organiza e como encaminha a prdtica educativa através dos seus 21 conflitos e suas contradigdes. Para quem lida com a educagao tendo em vista a formagio humana dos individuos vivendo em contextos sociais de- terminados, é imprescindivel que desenvolva a capacidade de descobrir as relagées sociais reais implicadas em cada acontecimento, em cada situagio real da sua vida e da sua profissiio, em cada matéria que ensina como também nos discursos, nos meios de comunicagdo de massa, nas relagdes cotidianas na familia ¢ no trabalho, O campo especifico de atuagdo profissional e politica do professor € a escola, & qual cabem tarefas de assegurar aos alunos um sélido dominio de conhecimentos ¢ habilidades, 0 desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de pensamento independente, critico e criativo. Tais tarefas representam uma significativa contribuigao para a formagao de cidadaos ativos, criativos ¢ criticos, capazes de participar nas lutas pela transformagio social. Podemos dizer que, quanto mais se diversificam as formas de edu- cago extra-escolar e quanto mais a minoria dominante refina os meios de difusdo da ideologia burguesa, tanto mais a educaco escolar adquire im- portancia, principalmente para as classes trabalhadoras. Vé-se que a responsabilidade social da escola e dos professores é muito grande, pois cabe-Ihes escolher qual concepgao de vida e de sociedade deve ser trazida & consideragiio dos alunos e quais contetidos e métodos Ihes propiciam 0 dominio dos conhecimentos ¢ a capacidade de raciocinio necessdrios A compreensdo da realidade social e a atividade prdtica na profiss%o, na politica, nos movimentos sociais. Tal como a educacio, tam- bém o ensino é determinado socialmente. Ao mesmo tempo que cumpre objetivos e exigéncias da sociedade conforme interesses de grupos e classes sociais que a constituem, ensino cria condigées metodoldgicas e organi- zativas para 0 processo de transmissiio ¢ assimilagdo de conhecimentos ¢ desenvolvimento das capacidades intelectuais e processos mentais dos alu- nos tendo em vista 0 entendimento critico dos problemas sociais.

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