Bom dia, hoje vou-vos apresentar um tema bastante importante “os
escravos do século XXI”. Quando pensamos na palavra “escravidão” a ideia
que nos vem imediatamente à cabeça é a dos escravos dos países colonizados há mais de quinhentos anos, mas a triste realidade é que ainda hoje, em pleno século XXI existem escravos. Apesar de hoje em dia a escravidão ser ilegal na maior parte do mundo ainda existem cerca de 50 milhões de escravos por todo o mundo, sendo este número maior do que em qualquer outro período da história. Mas, o que é a escravidão? A escravidão consiste no trabalho forçado que envolve a restrição da liberdade do trabalhador. Os escravos são obrigados a prestar um serviço, não recebendo pagamento ou recebendo quantias insuficientes para as suas necessidades. Por norma, trabalham em locais com péssimas condições, onde são privados dos seus direitos humanos e muitas vezes explorados ou maltratados- Existem várias formas de escravidão, mas hoje vou vos falar da escravidão infantil, da escravidão sexual e da escravidão de imigrantes.
A exploração do trabalho infantil ainda é muito comum em países em
desenvolvimento, principalmente na Ásia ocidental. Nestes países as crianças são escravizadas, sendo privadas da sua dignidade e infância. Em muitos casos, os pais desesperados e endividados vendem os seus filhos por um preço bastante reduzido a fábricas ou explorações agrícolas que escravizam a mão de obra infantil de uma forma desumana. Estas crianças dos 6 aos 17 anos trabalham mais de dez horas por dia sem qualquer pagamento, não tendo direito a pausas e passando muitas vezes fome e calor, acabando por desenvolver doenças.
A escravidão infantil ainda é recorrente em países como na Índia e é muito
prejudicial ao desenvolvimento físico e mental das crianças e impede-as do seu direito à escolaridade,
Isto é o caso do Panneer, um menino indiano, vítima da escravidão infantil
que trabalha 14 horas por dia, não podendo ter uma vida de criança normal. A escravidão sexual é uma forma de escravidão ainda muito comum no mundo, incluindo no nosso país. As vítimas, geralmente mulheres são usadas para prostituição, violadas e muitas vezes aterrorizadas para que mantenham a obediência. Estas mulheres são traficadas, por vezes, é lhes prometida uma melhor oportunidade de trabalho noutro país e quando se dão conta recebem uma nova identificação e entram na rede de prostituição e são vendidas várias vezes, passando de traficante em traficante, servindo de escravas sexuais. Muitas das vítimas da escravidão sexual são crianças e adolescentes que são retiradas aos pais e passam a viver em condições horríveis e a serem maltratadas. Esta é a história da Victoria, uma menina proveniente da Moldávia que aos 17 anos, quando estava a passar por dificuldades financeiras e não conseguia arranjar trabalho um amigo lhe propôs a ajudá-la a arranjar um trabalho supostamente numa fábrica na Turquia. Ela concordou com a ideia e aceitou que o amigo a levasse de carro até ao suposto trabalho. Quando se deu conta o carro desviou-se, passando pela Roménia em direção à Sérvia. Mas já era tarde de mais, chegando à fronteira, foi entregue a um grupo de sérvios que lhe fabricaram um novo passaporte, onde declarava ter 18 anos. Levaram-na para a Sérvia a pé e violaram-na, ameaçando-a de morte se resistisse. Depois, enviaram-na sob escolta para a Bósnia. Neste processo, foi comprada e vendida dez vezes por vários donos de bordéis ao longo dos dois anos que se seguiram, por um preço médio de 1.320 euros. Ela não era paga, sendo todo o lucro para os seus traficantes. Por fim, grávida de quatro meses e temendo que a obrigassem a abortar, fugiu. Foi encontrada numa cidade bósnia, onde foi acolhida por um grupo de mulheres e finalmente se encontrava segura. Victoria acrescenta ainda, que nos seus anos como escrava sexual não pode pedir ajuda, pois os seus principais clientes eram policias. Concluindo, apesar de estarmos no século XXI, um século supostamente bastante evoluído, onde temos muita liberdade e direitos humanos ainda existe um elevado número de escravos e infelizmente ainda há muita gente a lucrar escravizando os outros e é importante a criação de leis universais para reduzir e prevenir a escravidão. Na realidade, a escravidão existe há muitos anos, a única diferença é que a escravidão de hoje só mudou o cenário. Eu achei muito interessante pesquisar sobre este tema, mas confesso que fiquei um bocado chocada e perturbada ao ler algumas histórias reias de escravidão. A verdadeira pergunta é, acham mesmo que a sociedade evoluiu para termos escravos em pleno século XXI.