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GEOMETRIA

ANALÍTICA

Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

GRADUAÇÃO

Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi

NEAD - Núcleo de Educação a Distância


Direção Operacional de Ensino
Kátia Coelho
Direção de Planejamento de Ensino
Fabrício Lazilha
Direção de Operações
Chrystiano Mincoff
Direção de Mercado
Hilton Pereira
Direção de Polos Próprios
James Prestes
Direção de Desenvolvimento
Dayane Almeida
Direção de Relacionamento
Alessandra Baron
Head de Produção de Conteúdos
Rodolfo Encinas de Encarnação Pinelli
Gerência de Produção de Conteúdos
Gabriel Araújo
Supervisão do Núcleo de Produção de
Materiais
Nádila de Almeida Toledo
Coordenador de Conteúdo
Ivnna Gurniski
Qualidade Editorial e Textual
Daniel F. Hey, Hellyery Agda
Design Educacional
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Nádila de Almeida Toledo
Distância; SUGUIMOTO, Alexandre Shuji.
Iconografia
Geometria Analítica. Alexandre Shuji Suguimoto. Isabela Soares Silva
Reimpressão
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Arte Capa
176 p. Arthur Cantareli Silva
“Graduação - EaD”. Projeto Gráfico
1. Vetores. 2. Planos. 3. Multiplicação. 4. Retas. 5. EaD. I. Título. Jaime de Marchi Junior
José Jhonny Coelho
ISBN 978-85-8084-987-5 Editoração
CDD - 22 ed. 510
CIP - NBR 12899 - AACR/2
Humberto Garcia da Silva
Revisão Textual
Jaquelina Kutsunugi

Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário


João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar –
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo
competências e habilidades, e aplicando conceitos
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de
professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTOR

Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto


Possui Licenciatura em Matemática pela UEM - Universidade Estadual de
Maringá (2003), Especialização em Métodos e Técnicas de Ensino pela
UTFPR - Universidade Tecnológica Federal do Paraná (2012), Mestrado em
Matemática pela UEM - Universidade Estadual de Maringá (2013). Atuou
na rede Municipal de Ensino de Maringá, de 2005 até 2012, como professor
de Matemática e desde 2005 atua como professor de Matemática da rede
Estadual do Paraná.
APRESENTAÇÃO

GEOMETRIA ANALÍTICA

SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) acadêmico(a), é com muita satisfação que apresento este livro sobre Geome-
tria Analítica, espero que este material possa contribuir em seu aprendizado e que sirva
para enriquecer seus conhecimentos referentes a um dos pilares da matemática, que é
a Geometria Analítica.
Na unidade 1, é apresentado o conceito formal de vetores com suas operações (adição,
subtração e multiplicalção por escalar), também é apresentado o conceito de conjun-
tos linearmente dependentes e linearmente independentes, apesar de conceitos apa-
rentemente simples, esses constituem a base da Álgebra Linear. Na unidade 2, damos
continuidade ao estudo dos vetores, particularmente na operação de multiplicação de
vetores, muito útil no cálculo de áreas, volume e fundamental para dedução de algumas
fórmulas. Na unidade seguinte, são deduzidas as equações da reta, plano, fórmulas das
distâncias, ângulos. E, para finalizar, nas duas últimas unidades, são apresentados os es-
tudos das cônicas e quádricas, com conteúdos de extrema importância para o estudo
do Cálculo Vetorial.
Ao escrever este livro, procurei apresentar as definições e conceitos, com exemplos e,
sempre que possível, com auxílio de figuras, de maneira a facilitar a compreensão dos
assuntos abordados. Para os mais interessados, muitos conteúdos podem ser aprofun-
dados mais detalhadamente em livros de cálculo com geometria analítica.
Para todos os cursistas, desejo-lhes um ótimo estudo, com muita garra, dedicação e,
consequentemente, muito sucesso.
09
SUMÁRIO

UNIDADE I

VETORES

15 Introdução

20 Operação com Vetores

24 Dependência e Independência Linear

26 Expressão Analítica de um Vetor

33 Considerações Finais

UNIDADE II

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES

43 Introdução

43 Multiplicação de Vetores

49 Produto Vetorial

53 Produto Misto

56 Considerações Finais
SUMÁRIO

UNIDADE III

RETAS E PLANOS

63 Introdução

63 Sistema de Coordenadas

65 O Plano

74 A Reta

84 Distância de um Ponto a um Plano

91 Considerações Finais

UNIDADE IV

CÔNICAS

99 Introdução

100 A Elipse

114 A Hipérbole

123 A Parábola

131 Considerações Finais


11
SUMÁRIO

UNIDADE V

QUÁDRICAS

137 Introdução

138 Superfícies Quádricas

139 Elipsoide

143 Hiperboloide de Uma Folha

146 Hiperboloide de Duas Folhas

150 Paraboloide Elíptico

153 Paraboloide Hiperbólico

157 Superfície Cônica

160 Superfície Cilíndrica

163 Considerações Finais

167 CONCLUSÃO
169 REFERÊNCIAS
170 GABARITO
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

I
UNIDADE
VETORES

Objetivos de Aprendizagem
■ Definir o conceito matemático de vetores como conjunto de
segmentos orientados.
■ Apresentar as operações com vetores: produto por escalar, adição de
vetores.
■ Definir e identificar conjuntos linearmente dependentes e
independentes.
■ Apresentar o conceito de base ortonormal e as bases Canônicas.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Vetores
■ Operação com Vetores
■ Dependência e Independência Linear
■ Expressão Analítica de um vetor ( 2
e )
3
15

INTRODUÇÃO

Prezado(a) leitor(a), você provavelmente já tenha algum conhecimento sobre vetor, com suas
caracterı́sticas, que são: módulo, direção e sentido. Também deve ter efetuado algumas operações com
vetores, principalmente na disciplina de fı́sica, ao obter, por exemplo, a força resultante que atua num
determinado corpo que se encontra sob a ação de mais de uma força aplicada sobre esse corpo. Entretanto,
no Ensino Médio, os vetores são apresentados de maneira intuitiva, sem seguir um critério rigoroso em
sua definição.

Nesta unidade, vamos introduzir o conceito formal de vetores, como conjunto de segmentos orien-
tados, com suas operações e propriedades que possibilitam definir um Espaço Vetorial, esse último sendo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a base para o estudo da disciplina de Álgebra Linear. Apresentaremos o conceito de conjuntos linear-
mente dependentes e conjuntos linearmente independentes, conceitos esses de extrema importância para
podermos definir o plano cartesiano e também o espaço euclidiano tridimensional. Para finalizar esta uni-
dade, estudaremos os vetores em sua expressão analı́tica, ou seja, por meio de coordenadas, possibilitando
realizar operações algébricas, seja no plano R2 ou no espaço R3 .

A aplicação dos conceitos envolvendo os vetores é de extrema importância nos mais variados
ramos de conhecimento, a saber: na Engenharia, nas Ciências Exatas e, particularmente, na Fı́sica e na
Matemática. É importante ter ciência de que a Geometria Analı́tica é um fundamento básico para as
áreas mais modernas da geometria, tais como geometria algébrica, diferencial, discreta e computacional.

Em nossos estudos, vamos considerar espaços euclidianos, como a reta real, plano cartesiano e os
espaços em terceira dimensão, cujos eixos são mutuamente perpendiculares.

VETORES

Segmentos Orientados

Algumas grandezas fı́sicas ao serem medidas necessitam apenas do valor numérico seguido da
unidade de medida, por exemplo: a massa, o comprimento, a área e o volume, estas são chamadas de
grandezas escalares. No entanto, existem outras grandezas que precisam de mais informações além das
citadas anteriormente, como por exemplo a força aplicada, o campo elétrico, a aceleração, a velocidade.
Assim, vamos formalizar esses conceitos. Seja r uma reta horizontal, marquemos nessa reta um ponto
O, que chamaremos de origem, o lado direito indicaremos de sentido positivo e o contrário de sentido
negativo. Tomando dois pontos distintos A e B dessa reta suporte.

Introdução
I

O segmento orientado AB é determinado pelos pontos com origem em A e extremidade em B.

O segmento BA é o segmento oposto ao AB.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Adotando uma unidade de comprimento, podemos associar ao segmento AB um número real
positivo, que chamaremos de comprimento ou módulo do segmento AB.

No caso em que A = B, chamamos de segmento nulo, em que |AB| = AB = 0.

Direção e Sentido

Sejam r e s retas paralelas, dizemos que os segmentos AB e CD têm a mesma direção, se


esses segmentos estão em retas paralelas ou estão situadas sobre uma mesma reta suporte. Agora, dois
segmentos orientados têm o mesmo sentido quando eles apontam para o mesmo lado. Note que, para
compararmos o sentido de dois segmentos, é necessário que eles tenham a mesma direção.

Mesmo sentido Sentidos opostos Mesmo sentido Sentidos opostos

VETORES
17

Segmentos Equipolentes

Dizemos que dois segmentos são equipolentes quando têm:


i) o mesmo módulo.
ii) a mesma direção.
ii) o mesmo sentido.
Geometricamente, os segmentos AB e CD são equipolentes quando:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

AB e CD estão sobre uma


ABCD é um paralelogramo mesma reta Seus pontos coincidem

Usaremos a seguinte notação AB ∼ CD para indicarmos equipolência. É fácil de verificar algumas


propriedades de equipolência:
i) Reflexiva: AB ∼ AB, todo segmento é equipolente a si mesmo.
ii) Simétrica: Se AB ∼ CD, então CD ∼ AB.
iii) Transitiva: Se AB ∼ CD e CD ∼ EF , então AB ∼ EF .
Como as três propriedades são verificadas, dizemos que equipolência é uma relação de equivalência.

Vetor

Dizemos que o vetor determinado por um segmento orientado AB é o conjunto de todos seg-
mentos orientados equipolentes a ele.

E denotaremos esse conjunto por:


�v = {XY ; XY ∼ AB}.

Introdução
I

−−→
Outras notações para vetores são AB e B − A. Chama-se norma ou comprimento de um vetor �v e
indicaremos por ��v � um número real t tal que ��v � = |t|.

As caracterı́sticas de um vetor �v são as mesmas em qualquer um de seus representantes, isto é: o


módulo, a direção e o sentido. Note que, se AB é um segmento orientado e P é um ponto qualquer, então,
−−→
existe um único ponto Q, tal que AB ∼ P Q. Em particular, dado um vetor AB é sempre possı́vel obter
segmentos equipolentes a AB com origem onde acharmos mais conveniente.

−−→ −−→
Igualdade de Vetores: dois vetores AB e CD são iguais, se AB ∼ CD.
−→ −−→ −−→
Vetor Nulo: o vetor nulo é o vetor determinado por segmentos nulos, isto é, AA = BB = CC = ... e é

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
indicado por �0.
−−→ −−→
Vetores Opostos ou Simétricos: dado um vetor �v = AB, o vetor BA é chamado de vetor oposto (ou
−−→ −−→
simétrico), denotado por BA = −AB.
Vetor Unitário: dizemos que �v é um vetor unitário, quando sua norma é igual a 1, ou seja ��v � = 1.
Vetores Colineares: dois vetores �u e �v são colineares quando têm a mesma direção, ou seja, seus
representantes estão sobre a mesma reta, ou situadas em retas paralelas.

Mesmo sentido Sentidos opostos Mesmo sentido Sentidos opostos

Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são coplanares quando possuem representantes num mesmo
−−→ −−→ −→
plano. Na figura abaixo os vetores �u, �v e w
� são coplanares, em que �u = AD, �v = AB e w
� = AC.

Note que dois vetores são sempre coplanares.

VETORES
19

Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. Assim,
−−→
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor AB.
Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. Assim,
−−→
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor AB.

Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento unidimensional/intro
Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças
ducao a vetores e escalares parte 1>.
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento unidimensional/intro

ducao a vetores e escalares parte 1>.

Introdução
I

OPERAÇÃO COM VETORES

Adição de Vetores

Sejam �u e �v dois vetores, definimos por vetor soma desses vetores e indicaremos por �s = �u + �v
ao vetor como indicado na figura abaixo:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ −−→
Assim, se AB e BC são representantes dos vetores �u e �v , respectivamente, temos
�s = �u + �v

−→ −−→ −−→
AC = AB + BC
isto é, o vetor soma �s tem origem na origem do vetor �u e extremidade na extremidade vetor �v , em que a
origem do vetor �v é a extremidade do vetor �u.

Propriedades
i) Comutativa: �u + �v = �v + �u.
ii) Associativa: (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w).

iii) Existência do vetor nulo �0, assim, para todo �v existe �0, tal que �v + �0 = �0 + �v = �v .
iv) Para todo vetor �v existe o vetor −�v , tal que �v + (−�v ) = �0.
Vamos demonstrar a propriedade (i) com auxı́lio da figura a seguir. Dados �u e �v , considere o paralelogramo
−−→ −−→ −−→ −−→
ABCD, em que �u = AB = DC e �v = AD = BC.

VETORES
21

−−→ −−→ −→ −−→ −−→ −→


Temos �u +�v = AB + BC = AC, por outro lado, �v + �u = AD + DC = AC, logo �u +�v = �v + �u, como
querı́amos demonstrar. Essa propriedade pode nos auxiliar geometricamente para obtermos o vetor soma,
conhecido como Regra do Paralelogramo, para tanto, procedemos da seguinte maneira: marcamos os
−−→ −−→
vetores �u = AB e �v = AD, depois traçamos duas retas paralelas aos segmentos AB e AD, cuja interseção
−→
é um ponto C, em que o vetor soma é o vetor AC.

No caso da adição de três ou mais vetores, temos uma regra bastante útil, que é a Regra do
Polı́gono Fechado. Por exemplo, dados os vetores �u, �v e w,
� o vetor soma �s tem origem na origem do
primeiro vetor com extremidade na extremidade do último vetor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Ou seja, para n vetores o vetor soma fecha o polı́gonos, formando um polı́gono com n + 1 lados.

Diferença de Vetores: definimos por diferença entre os vetores �u por �v , isto é �u − �v , o vetor d� como
sendo a soma d� = �u + (−�v ), ou seja, �u − �v = �u + (−�v ).

Introdução
I

Multiplicação de um Vetor por um Escalar (Produto por Escalar)

Seja �v um vetor não nulo e k um número real (escalar), chama-se produto de um número real k
pelo vetor �v o vetor p� = k�v , cuja direção é a mesma do vetor �v . Se k > 0, o sentido é o mesmo que de
�v

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
k=1 k>1 0<k<1

Agora, se k é negativo, o sentido é oposto.

k = −1 k < −1 −1 < k < 0


Observe que se k�v = �0 então k = 0 ou �v = �0.

1
� obtenha o vetor �s = 2�u − �v + w.
Exemplo 1: Dados os vetores �u, �v e w, �
3

VETORES
23

Exemplo 2: Sejam ABCD vértices de um paralelogramo, M , N , O e P pontos médios dos segmentos


−→ −−→
AB, BC, CD e DA, respectivamente. Escreva em termos dos vetores AP e AM os vetores:
−→
a) AC
−−→
b) N A
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→


a) AC = AD + DC b) N A = N P + P A
−→ −−→ −−→ −−→ −→
= AP + P D + AB = BA − AP
−→ −→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→
= AP + AP + AM + M B = BM + M A − AP
−→ −−→ −−→ −−→ −→
= 2AP + AM + AM = 2M A − AP
−→ −−→ −−→ −→
= 2AP + 2AM = −2AM − AP

Até o momento, apresentamos os vetores, a adição e subtração de vetores, bem como a multiplica-
ção de um vetor por um número real, particularmente em sua caracterı́stica geométrica (módulo, direção
e sentido). No entanto, precisamos definir os vetores analiticamente, ou seja, por meio de coordena-
das, mas, para definirmos o plano cartesiano, bem como o espaço R3 , esse último nosso principal objetivo,
é necessário apresentar o conceito de dependência e independência linear que será visto na próxima sessão.

Introdução
I

DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR

−→ −−→
Sejam �u e �v vetores com representantes P A e P B, respectivamente. Analisemos as seguintes
−→ −−→
situações: primeiramente se, P A e P B estão sobre uma mesma reta r, então, existe um escalar k ∈ R, tal
−−→ −→
que P B = k P A, nesse caso, dizemos que o conjunto {�u, �v } é linearmente dependente LD, ou que os
vetores − →
u e− →v são múltiplos um do outro, ou ainda que −

v é combinação linear de −→u , em particular,
−→ −−→ −→
dizemos que os vetores P A e P B geram uma reta, na verdade, basta um vetor não nulo P A para gerar
toda reta.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vetores LD Vetores LI

−→ −−→ −→ −−→
Agora, se P A e P B não estão sobre uma mesma reta, então P A e P B determinam um plano π,
nesse caso, dizemos que {�u, �v } formam um conjunto linearmente independente LI. Assim, qualquer
� ∈ π pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , ou seja , se C pertence ao plano
vetor w
−−→ −−→ −→ −−→ −→
π em que w� = P C, existem escalares a e b reais tais que P C = aP A + bP B e, portanto, os vetores P A e
−−→
P B geram um plano, os números a e b são as coordenadas do vetor w � em termos dos vetores �u e �v .

Considere agora 3 vetores {�u, �v , w},


� dizemos que esse conjunto é linearmente dependente se eles

VETORES
25

possuem representantes num mesmo plano, ou são colineares, assim, esses vetores geram um plano ou uma
possuem representantes num mesmo plano, ou são colineares, assim, esses vetores geram um plano ou uma
reta. Agora, se o conjunto {�u, �v , w}
� é LI, então, esses vetores são não coplanares, logo, dado qualquer
reta. Agora, se o conjunto {�u, �v , w}
� é LI, então, esses vetores são não coplanares, logo, dado qualquer
ponto M do espaço e tomando P como ponto de origem comum aos vetores �u, �v , w, � existem escalares
ponto M do espaço e tomando −−→ P como ponto de origem comum aos vetores �u, �v , w, � existem escalares
a, b e c tais que o vetor P M = a�u + b�v + cw, � ou seja, qualquer vetor do espaço pode ser escrito como
−−→
a, b e c tais que o vetor P M = a�u + b�v + cw,� ou seja, qualquer vetor do espaço pode ser escrito como
combinação linear desses três vetores LI, portanto, esse conjunto gera o espaço. Sejam �u, �v e w� vetores
−→ três
combinação linear desses −−→ vetores
−−→ LI, portanto, esse conjunto gera o espaço. Sejam �u, �v e w � vetores
com representantes P A, P B e P C, abaixo, podemos observar as seguintes situações:
−→ −−→ −−→
com representantes P A, P B e P C, abaixo, podemos observar as seguintes situações:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor deve
Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor deve
gerar a reta para ser LI, já dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem gerar o
gerar a reta para ser LI, já dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem gerar o
espaço para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é linearmente independente e qualquer
espaço para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é linearmente independente e qualquer
conjunto que contenha o vetor �0 é LD.
conjunto que contenha o vetor �0 é LD.

O vetor �v = 1 pode gerar o eixo x, no entanto, qualquer vetor não nulo pode gerar a reta real, o plano
O vetor �v = 1 pode gerar o eixo x, no entanto, qualquer vetor não nulo pode gerar a reta real, o plano
cartesiano pode ser gerado pelos vetores �i = (1, 0) e �j = (0, 1), ou seja, o conjunto {(1, 0), (0, 1)},
cartesiano pode ser gerado pelos vetores i = (1, 0) e �j = (0, 1), ou seja, o conjunto {(1, 0), (0, 1)},

mas qualquer outro par de vetores não nulos LI pode gerar um plano, analogamente, o conjunto
mas qualquer outro par de vetores não nulos LI pode gerar um plano, analogamente, o conjunto
{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} é um conjunto que gera o espaço, porém qualquer outro conjunto formado
{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} é um conjunto que gera o espaço, porém qualquer outro conjunto formado
por três vetores LI pode gerar o espaço, esses três conjuntos são chamados de base canônica: da reta,
por três vetores LI pode gerar o espaço, esses três conjuntos são chamados de base canônica: da reta,
do plano e do espaço euclidiano, estudados mais detalhadamente em Álgebra Linear. Os conjuntos
do plano e do espaço euclidiano, estudados mais detalhadamente em Álgebra Linear. Os conjuntos
{(1, 0), (0, 1)} e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} são chamados de base canônica para R2 e R3 , respectiva-
{(1, 0), (0, 1)} e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} são chamados de base canônica para R2 e R3 , respectiva-
mente. Acesse o link e veja detalhadamente em:
mente. Acesse o link e veja detalhadamente em:
<http://www.pucrs.br/famat/demat/facin/algainf/Dependencia e Independencia Linear.pdf>
<http://www.pucrs.br/famat/demat/facin/algainf/Dependencia e Independencia Linear.pdf>
Fonte: o autor
Fonte: o autor

Dependência e Independência Linear


I

EXPRESSÃO ANALÍTICA DE UM VETOR

Vetores no plano R2

Fixada uma base ortonormal para o plano, cada ponto (par ordenado) (x, y) associa-se a um vetor
�v = (x, y) e, reciprocamente, cada vetor do plano pode ser associado a um par ordenado. Notação:
�v = (x, y) = x(1, 0) + y(0, 1) = x�i + y�j.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ) são iguais se x1 = x2 e y1 = y2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R2 definimos k�v = (kx2 , ky2 ).
Dados A e B em R2 , temos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ −→ −−→
AB = AO + OB
−−→ −→ −−→
AB = −OA + OB
−−→
AB = −(xA , yA ) + (xB , yB )
−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )

Portanto, o vetor definido por dois pontos no plano é:

−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )
−−→
AB = B − A
−−→ −−→
AB = OP .

VETORES
27

De maneira análoga, definimos as operações citadas anteriormente para vetores no espaço.

Vetores no espaço R3

Fixada uma base ortonormal para R3 , cada ponto (terno ordenado) (x, y, z) do espaço euclidiano
associa-se a um vetor �v = (x, y, z) e, reciprocamente, cada vetor do espaço pode ser associado a um terno
ordenado.
Notação: �v = (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) = x�i + y�j + z�k.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) são iguais se x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R3 definimos k�v = (kx2 , ky2 , kz2 ).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−−→ −−→
Dados A e B em R3 , AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ) = OP , em que P corresponde ao ponto
P (xB − xA , yB − yA , zB − zA ).

Partindo das definições acima, é possı́vel demonstrar as propriedades a seguir, isto é, para quais-
quer vetores �u, �v , w
� e números reais a e b temos:

i) �u + �v = �v + �u
ii) (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w)

iii) �u + �0 = �u
� = �0
iv) �u + (−u)
v) a(b�v ) = (ab)�v
vi) (a + b)�u = a�u + b�v
vii) a(�u + �v ) = a�u + a�v
viii) 1�v = �v

Introdução
I

−−→
Exemplo 3: Sejam A = 3 e B = 5 dois pontos da reta real (eixo x) R. Definimos o vetor AB como sendo o
−−→
vetor �v = B −A, ou seja, �v = 5−3 = 2, por outro lado, seu oposto é o vetor �u = BA = A−B = 3−5 = −2.
−−→ −−→
A norma de ��v � = ��u� = |5 − 3| = 2. Note que, se C = 2 e O = 0 (origem da reta), o vetor AB = OC = 2.

−−→
Exemplo 4: Dados dois pontos A e B no plano cartesiano, definimos o vetor AB como sendo o vetor
�v = B − A, em termos de coordenadas cartesianas por �v = (xB − xA , yB − yA ). A norma do vetor é dada

por ��v � = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 (Teorema de Pitágoras). Por exemplo, se A(1, 2) e B(5, 5), então,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ √
temos �v = AB = (5 − 1, 5 − 2) = (4, 3), em que ��v � = 42 + 32 = 5. Observe que, se C(4, 3) e O(0, 0) é
−−→ −−→
a origem do plano cartesiano, temos AB = OC.

−−→ −−→
Marque o ponto C(4, 3), depois o vetor OC e compare com AB.

Exemplo 5: Considere o eixo real (reta x ou R), marque os pontos A = 2, B = 3 e C = 5, determine a


posição do ponto Xi para cada item, em que i = a, b, c, d.

−−→ −−→
a) AB = CXa
−−→ −−→
b) BC = AXb
−−→ −−→
c) BC = Xc A
−→ −−→
d) CA = AXd

VETORES
29

a) b) c) d)
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
AB = CXa BC = AXb BC = Xc A CA = AXd
B − A = Xa − C C − B = Xb − A C − B = A − Xc A − C = Xd − A
3 − 2 = Xa − 5 5 − 3 = Xb − 2 5 − 3 = 2 − Xc 2 − 5 = Xd − 2
1 + 5 = Xa 2 = Xb − 2 2 = 2 − X2 2 + 2 − 5 = Xd
∴ Xa = 6 ∴ Xb = 4 ∴ Xc = 0 ∴ Xd = −1

Vetores no Espaço

−−→
Exemplo 6: Sejam A e B dois pontos no espaço, definimos o vetor AB como sendo o vetor �v =
B − A, cujas coordenadas são �v = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ). A norma do vetor é dada por ��v � =
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.


−−→
(xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2 . Por exemplo, se A(−3, −2, 1) e B(2, 4, 3), temos �v = AB =
−−→ √ √
(2 − (−3), 4 − (−2), 3 − 1) = (5, 6, 2) e ��v � = �AB� = 52 + 62 + 22 = 65.

Exemplo 7: Sejam A(−1, 2, 3), B(3, 0, −1) e C(2, 1, 1) pontos de R3 . Determine X, Y , Z e T de maneira
que:
−−→ −−→
a) AB = CX
−−→ −−→
b) CB = Y C
−→ −→
c) AC = −AZ
−−→ −→
d) BC = T B

Introdução
I

a) b)
−−→ −−→ −−→ −−→
AB = CX CB = Y C
B−A=X −C B−C =C −Y
(3, 0, −1) − (−1, 2, 3) = X − (2, 1, 1) (3, 0, −1) − (2, 1, 1) = (2, 1, 1) − y
(3, 0, −1) + (1, −2, −3) + (2, 1, 1) = X y = (2, 1, 1) + (2, 1, 1) − (3, 0, −1)
∴ X = (6, −1 − 3) ∴ Xb = (1, 2, 3)

c) d)
−→ −→ −−→ −→
AC = −AZ BC = T B
C − A = −(Z − A) C −B =B−T
(2, 1, 1) − (−1, 2, 3) = −Z + (−1, 2, 3) (2, 1, 1) − (3, 0, −1) = (3, 0, −1) − T
Z = (−1, 2, 3) + (−1, 2, 3) − (2, 1, 1) T = (3, 0, −1) + (3, 0, −1) − (2, 1,

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
∴ Z = (−4, 3, 5) ∴ T = (4, −1 − 3)

Exemplo 8: Sejam A(1, 1), B(−2, 0) e C(−3, −2) pontos do plano cartesiano (R2 ). Determine as coor-
denadas do ponto Xi em que i =, a, b, c, d.

−−→ −−→
a) BA = CXa
−→ −−→
b) CA = BXb
−−→ −−→
c) BC = AXc
−→ −−→
d) CA = AXd

VETORES
31

a) b)
−−→ −−→ −→ −−→
BA = CXa CA = BXb
A − B = Xa − C A − C = Xb − B
(1, 1) − (−2, 0) = Xa − (−3, −2) (1, 1) − (−3, −2) = Xb − (−2, 0)
(1, 1) + (2, 0) + (−3, −2) = Xa (1, 1) + (3, 2) + (−2, 0) = Xb
Xa = (1 + 2 − 3, 1 + 0 − 2) Xb = (1 + 3 − 2, 1 + 2 + 0)
∴ Xa = (0, −1) ∴ Xb = (2, 3)

c) d)
−−→ −−→ −→ −−→
BC = AXc CA = AXd
C − B = Xc − A A − C = Xd − A
(−3, −2) − (−2, 0) = Xc − (1, 1) (1, 1) − (−3, −2) = Xd − (1, 1)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(−3, −2) − (−2, 0) + (1, 1) = Xc (1, 1) + (3, 2) + (1, 1) = Xd


Xc = (−3 + 2 + 1, −2 + 0 + 1) Xd = (1 + 3 + 1, 1 + 2 + 1)
∴ Xc = (0, −1) ∴ Xd = (5, 4)

Exemplo 9: Dados os vetores �u = (1, 3), �v = (1, 2) e w


� = 2�v , determine:

a) �s = �u + w

�s = �u + w

= (1, 3) + 2(1, 2)

= (1, 3) + (2, 4)

= (3, 7)

b) Mostre que os vetores �s e �t = (6, 14) são linearmente dependentes.

Sabemos que �s e �t são LD se existir k ∈ R, tal que �s = k�t. Assim, vamos tentar calcular k de
maneira que a igualdade de vetores seja verificada, ou seja

(3, 7) = k(6, 14)

(3, 7) = (6k, 14k)

da igualdade de vetores
6k = 3 e 14k = 7

1 1
k= ek=
2 2

portanto, �s e �t são LD.

Introdução
I

Exemplo 10: Sejam �u = (1, 1, 1) e �v = (1, 0, 2) vetores de R3 .


a) Mostre que �u e �v é LI.

Suponhamos, por absurdo, que �u e �v sejam LD, isto é, existe k ∈ R tal que

�u = k�v

(1, 1, 1) = k(1, 0, 2)

(1, 1, 1) = (k.1, 0, k.2)

(1, 1, 1) = (k, 0, 2k)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
ou seja k = 1, 0 = 1 e k = , absurdo, logo �u e �v são LI.
2

b) Mostre que o vetor w


� = (5, 3, 7) pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v .

Devemos mostrar que existem números a e b tais que w


� = a�u + b�v . De fato, temos

w
� = a�u + b�v

(5, 3, 7) = a(1, 1, 1) + b(1, 0, 2)

(5, 3, 7) = (a.1, a.1, a.1) + (b.1, b.0, b.2)

(5, 3, 7) = (a, a, a) + (b, 0, 2b)

(5, 3, 7) = (a + b, a, a + 2b).

Da igualdade de vetores obtemos o seguinte sistema:




⎪ a+b = 5



⎪ a = 3




a + 2b = 7

cuja solução é a = 3 e b = 2, ou seja (5, 3, 7) = 3(1, 1, 1) + 2(1, 0, 2) e, portanto, w


� = 3�u + 2�v .

VETORES
33

Caros(as) cursistas, o GeoGebra é um software que é gratuito, disponı́vel para todas plataformas
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(windows, linux, android etc). A qualidade e quantidade de recursos disponı́veis nesse aplicativo
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é impressionante. Assim, sugiro que utilizem sempre que possı́vel, de maneira a auxiliá-los, sanar
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dúvidas, tentem fazer com que esse programa faça parte de seus estudos, não apenas na Geometria
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Analı́tica, mas também nas outras disciplinas. O GeoGebra é um aplicativo indispensável, todo
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professor de Matemática deveria conhecê-lo, existem inúmeros materiais de apoio disponı́veis na web,
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desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele. Acesse:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele. Acesse:
<http://www.geogebra.org/>
<http://www.geogebra.org/>
Fonte: o autor
Fonte: o autor

CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, apresentamos o conceito sobre segmentos orientados: o módulo a direção e o


Nesta unidade, apresentamos o conceito sobre segmentos orientados: o módulo a direção e o
sentido. Posteriormente, definimos um vetor como conjunto de segmentos equipolentes, é interessante
sentido. Posteriormente, definimos um vetor como conjunto de segmentos equipolentes, é interessante
perceber que um segmento orientado AB é um conjunto de pontos com origem em A e extremidade
perceber que um segmento orientado AB é um conjunto de pontos com origem em A e extremidade
−−→
em B, enquanto que um vetor AB −−→é um conjunto de segmentos orientados equipolentes a AB,
em B, enquanto que um vetor AB é um conjunto de segmentos orientados equipolentes a AB,
portanto, segmento orientado e vetor são objetos matemáticos distintos.
portanto, segmento orientado e vetor são objetos matemáticos distintos.
Definimos também as operações com vetores: a adição e a diferença entre vetores, a regra do
Definimos também as operações com vetores: a adição e a diferença entre vetores, a regra do
paralelogramo e a regra do polı́gono fechado; a multiplicação de um número real por um vetor, que, nesse
paralelogramo e a regra do polı́gono fechado; a multiplicação de um número real por um vetor, que, nesse
caso, pode alterar o sentido e o tamanho do vetor, mas preservando a direção; a norma de um vetor como
caso, pode alterar o sentido e o tamanho do vetor, mas preservando a direção; a norma de um vetor como
comprimento do vetor; a igualdade de vetores. Sempre com o cuidado em ilustrar geometricamente cada
comprimento do vetor; a igualdade de vetores. Sempre com o cuidado em ilustrar geometricamente cada
caso. Verificamos quando um conjunto formado por vetores é linearmente dependente ou linearmente
caso. Verificamos quando um conjunto formado por vetores é linearmente dependente ou linearmente
independente, bem como a noção de combinação linear entre vetores. E definido o espaço tridimensional
independente, bem como a noção de combinação linear entre vetores. E definido o espaço tridimensional
R3 , 3foi possı́vel apresentar uma expressão analı́tica para os vetores, por meio de coordenadas no espaço,
R , foi possı́vel apresentar uma expressão analı́tica para os vetores, por meio de coordenadas no espaço,
em que cada vetor �v pode ser representado por um ponto P (x, y, z), mais ainda, que existe uma cor-
em que cada vetor �v pode ser representado por um ponto P (x, y, z), mais ainda, que existe uma cor-
−−→
respondência biunı́voca entre cada vetor do espaço, com um ponto de R3 , 3ou seja �v = OP −−→= (x, y, z).
respondência biunı́voca entre cada vetor do espaço, com um ponto de R , ou seja �v = OP = (x, y, z).
Finalizando a unidade, foi possı́vel definir uma estrutura algébrica com o conjunto dos vetores munido
Finalizando a unidade, foi possı́vel definir uma estrutura algébrica com o conjunto dos vetores munido
das operações de adição, subtração e multiplicação de um vetor por escalar, dando um significado tanto
das operações de adição, subtração e multiplicação de um vetor por escalar, dando um significado tanto
geométrico quanto algébrico aos vetores.
geométrico quanto algébrico aos vetores.

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

Equações de Maxwell

Prezado(a) aluno(a), apenas para exemplificar, apresentamos aqui uma das mais notáveis aplica-
ções relacionadas ao estudo dos vetores, que são as Equações de Maxwell, em suas equações, aparecem
as multiplicações de vetores que serão estudadas na próxima unidade, a saber: o produto interno e o
produto vetorial. Nosso objetivo não é ensinar as teorias da fı́sica, tampouco explicar o que cada sı́mbolo
representa, mas apenas explicitar suas equações formadas por vetores com as operações definidas neste
material.

James Clerck Maxwell (1831 - 1879), fı́sico e matemático escocês, é certamente um dos mais bri-
lhantes fı́sicos de todos os tempos, devido aos seus estudos sobre eletromagnetismo. Partindo das teorias
de Gauss, Ampére e Faraday, Maxwell conseguiu reunir um conjunto formado por quatro equações capaz
de descrever todos os fenômenos eletromagnéticos. As contribuições de seus estudos para fı́sica são com-
paradas as de Isaac Newton e Albert Einsten.

Equação 1: Lei de Gauss: “O fluxo do campo elétrico através de uma superfı́cie fechada no vácuo é
igual à soma das cargas internas à superfı́cie dividida pela permissividade elétrica do vácuo”

− −
→ → 1
∇. E = ρ
�0

Equação 2: Lei de Gauss para o magnetismo: “O fluxo magnético resultante no interior de uma
superfı́cie fechada é zero”
− −
→ →
∇. B = 0

Equação 3: Lei de Faraday: “A variação do fluxo do campo magnético gera um campo elétrico”

− −
→ → ∂− →
∇×E =− B
∂t

Equação 4: Lei de Ampère-Maxwell: “Uma corrente elétrica de intensidade i ou a variação de fluxo


do campo elétrico pode dar origem a um campo magnético”

− −
→ → ∂− →
∇ × B = μ0�j + μ0 �0 E
∂t
35

Atividade de autoestudo

1) Considere o eixo real (reta x). Se A = 7, B = 11, C = 2, D = −1 e O = 0 é a origem da reta, então,


determine para cada caso o valor de X de modo que:

−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→


a) AB = OX e) AB = XC e) AB = CX
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→
b) BA = OX f ) BA = CX h) BA = DX
−−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
c) AB = XO f ) BA = XC i) AA = XD
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→
d) BA = OX g) AB = DX i) OO = CX

2) Marque no plano cartesiano os seguintes pontos A(4, 2), B(7, 5), C(4, 4) E(−2, −2), H(−3, 3) e O(0, 0).
Determine as coordenadas para os pontos D, F , G, I, J, K, L e M de forma que:
−−→ −−→
a) AB = CD
−→ −−→
b) AC = EF
−−→ −−→
c) CB = OG
−→ −−→
d) CA = BK
−→ −→
e) AO = HI
−→ −−→
f ) OA = HJ
−−→ −→ −→ −→
g) HC = −LE (Dica: − LE = EL)
−−→ −−→
h) − OC = M A
3) Dados os pontos A = 1, B = 3, C = 6, D = −2 e O = 0 sobre a reta R, obtenha:

−−→
a) AB
−−→ −−→ −−→
b) BA h) AB + DA
−−→ −−→ −−→
c) − AB i) AB + BC
−−→ −−→ −−→
d) − BA j) OB + AD
−−→ −−→ −−→
e) CD k) AB − CB
−−→ −−→ −−→
f ) − DC l) 2AB − 2DA
1 −−→ −−→ −−→ −−→
g) OC − DO m) CD − AB
3 2 −−→ 1 −−→
n) OB + OD
3 2

4) Sejam A(1, 2), B(2, 2), C(2, 1) e D(1, 1) vértices de um quadrado, determine:

−−→ −−→
a) AD + DC =
−−→ −−→
b) AB + DC =
−−→ −−→
c) DA + BC =
−−→ −−→
d) DC − BA =
−−→ −−→
e) AD − BC =
−→ −−→
f) AC + DB =
−→ −−→
g) −AC − BD =
−−→ −−→
h) 2DB − 2DA =
−−→
i) �AD� =
−→
j) �AC� =
−→ −−→
k) �AC + DB� =
−→ −−→
l) �AC� + �DB� =
37

5) Sejam A(1, 1, 1), B(2, 0, 1), C(−1, 1, 3), determine:


−−→ −→
a) AB + AC =
−−→ −−→
b) BA − BC =
−−→ −−→
c) 3BA − 4BC =
−→ −−→
d) −CA − 5BA =
−−→
e) �AB� =
−→
f) �AC� =
−−→ −→
g) �AB� + �AC� =
−−→ −→
h) �AB + AC� =

6) Dados os vetores �u, �v e w,


� determine:

a) �u + �v
b) 2�u − �v
c) −�v + w

d) �u + �v + w

e) −�u − �v − w

1 1
f) �u + �v − w �
3 6
7) Considere o paralelogramo abaixo:

em que M , N , O e P são pontos médios dos segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente. Escreva
em termos dos vetores �u e �v os vetores a seguir:
−→
a) AO
−−→
b) DN
−−→
c) DB
−−→
d) ON

� = (−4, −1), calcule os valores de a e b de maneira que


8) Dados os vetores �u = (−1, 2) e �v = (−5, 1) e w
w
� = a�u + b�v , ou seja, escreva w
� como combinação linear dos vetores �u e �v .

9) Verifique se �u = (−2, 3, −4) e �v = (−4, 6, 8) são paralelos (LD).

10) Determine a e b de modo que �u = (a + 1, 3, 1) e �v = (4, 2, 2b − 1) sejam paralelos.

11) Verifique se os pontos estão alinhados.


a) A(−1, 3), B(1, 0) e C(2, 2)
b) A(−1, 3), B(1, 0) e D(3, −3)

12) Sejam �u = (−1, 2, 1) e �v = (0, 1, 3):


a) Mostre que o conjunto {�u, �v } é LI.
b) Escreva w
� = (−2, 7, 11) como combinação linear dos vetores �u e �v .

13) Sejam �u = (3, 0, −6) e �v = (−1, 0, 2):


a) Verifique se esses vetores são LI ou LD.
1 2
b) Determine o vetor �x tal que �u = �v + �x.
3 5
39

14) Verifique se os pontos são colineares:


a) A(−1, −5, 0), B(2, 1, 3) e C(−2, −7, −1)
b) A(2, 1, −1), B(3, −1, 0) e C(1, 0, 4)

15) Considere um hexágono regular ABCDEF com centro no ponto O.

−−→ −→ −−→ −→ −→ −→
Mostre que AB + AC + AD + AE + AF = 6AO.

−−→ −−→ −−→


16) Dado um triângulo ABC com medianas AD, BE e CF . Mostre que AD + BE + CF = �0.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

MULTIPLICAÇÃO DE

II
UNIDADE
VETORES

Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir os conceitos de Multiplicação de Vetores.
■■ Produto Interno (produto escalar).
■■ Produto Vetorial e sua interpretação geométrica.
■■ Produto Misto.
■■ Apresentar aplicações no cálculo de áreas e volumes.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Produto Interno ou Produto Escalar
■■ Produto Vetorial ou Produto Externo
■■ Produto Misto
43

INTRODUÇÃO

Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, aprendemos a multiplicar dois números, por exemplo,
3 × 5 = 15, o número 15 é chamado de produto, 3 é o primeiro fator e o número 5 é o segundo fator, nesse
caso, a multiplicação é uma operação que vem simplificar a soma de parcelas iguais, isto é 5 + 5 + 5 =
3 × 5 = 15. Uma outra multiplicação é definida no Ensino Médio, particularmente no estudo das Matrizes,
isto é, dadas duas matrizes Amp e Bpn , a multiplicação da matriz Amp pela matriz Bpn é uma matriz Cmn
e denotada por Amp × Bpn = Cmn , perceba que, na matemática, dado um conjunto (números naturais,
racionais, reais, complexos, polinômios, matrizes, funções etc.) é natural tentar definir, primeiramente, a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

operação da adição/subtração e, depois, a operação da multiplicação, quando isso é possı́vel, tal conjunto
com essas operações, torna-se um objeto de estudo bem interessante, com propriedades muitas vezes
semelhantes ao estudado com os números reais.

Apresentaremos, nesta unidade, duas definições para multiplicação de vetores, a saber, o produto
interno (produto escalar) e, também, o produto vetorial (produto externo). O produto interno é uma
função binária que associa a cada par de vetores um número real (escalar), enquanto o produto vetorial
é uma função que associa a cada par de vetores um outro vetor.

O conceito de produto interno e produto vetorial é de extrema importância para o estudo do cálculo
vetorial, bem como nas aplicação relacionadas à fı́sica clássica, mecânica e eletromagnetismo. Existem
muitos estudos que tentam justificar a origem das definições dessas duas operações, no entanto, ficaremos
restritos apenas a defini-los e aplicá-los conforme objetivo do curso.

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES

Produto Interno

Vamos definir uma operação denominada de produto interno, também conhecido por produto
escalar (não confunda com produto por escalar visto na unidade anterior), essa operação associa a cada
par de vetores um número real, mas, para definir tal operação, primeiramente, precisamos de dois
conceitos relacionados aos vetores, o primeiro é ângulo formado por dois vetores e o segundo é a norma
−→
(módulo) ou comprimento de um vetor. Assim, sejam �u e �v vetores não nulos com representantes P A e
−−→
P B.

Introdução
II

Definimos o número θ como sendo o ângulo (�u, �v ) medida em radianos (ou graus) no sentido anti-
horário (positivo) com medida 0 ≤ θ ≤ π ou em graus 0o ≤ θ ≤ 180o , assim, o ângulo (�v , �u) no sentido
horário é um ângulo negativo. A norma de um vetor é um número real t denotado por ��v � = |t| que

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corresponde a distância entre os ponto P e B. Na unidade anterior, vimos como calcular a norma de um
vetor, vamos relembrar.

−−→
Exemplo 1: Na reta real (eixo x), se A = 5 e B = 8, o vetor �v = B − A = 8 − 5 = 3 e �AB� = ��v � = 3,
lembrando que dado um segmento AB sempre existe um ponto P tal que o segmento AB ∼ OP em que
O é a origem (ou ponto zero), então, em termos de coordenadas, o valor 3 corresponde a distância do P
a origem O.

−−→
No plano cartesiano R2 , dados A(xA , yA ) e B(xB , yB ), se �v = AB, a norma do vetor �v é a distância
entre os pontos A e B, pondo �v = (a, b) em que a = xB − xA e b = yB − yA temos

−−→ 
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2

��v � = a2 + b2

Analogamente, se A(xA , yA , zA ) e B(xB , yB , zB ) são pontos do R3 , pondo �v = (a, b, c) em que


a = xB − xA , b = yB − yA e c = zB − zA , então

−−→ 
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 + (zB − zA )2


��v � = a 2 + b2 + c 2

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
45

Definimos como Produto Interno (ou Produto Escalar) dos vetores �u por �v ao número real
dado por: ⎧

⎨ 0, se �u = �0 ou �v = �0
�u.�v =

⎩ �u�.�v�. cos θ

Observe que se �u e �v são vetores não nulos, �u.�v = �0 se, e somente se, θ = 90o , nesse caso, dizemos
que �u e �v são ortogonais (perpendiculares).

A definição anterior exige que conheçamos o ângulo θ para calcular o produto interno, no entanto,
vamos verificar um resultado interessante para calcular o produto interno sem conhecer o ângulo θ. Esse
resultado é válido para bases ortonormais. Faremos a demonstração desse resultado para R3 . Assim,
dizemos que o conjunto {�a, �b, �c} é uma base ortonormal se:
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i) �a.�b = �a.�c = �b.�c = 0, isto é, �a, �b e �c são ortogonais entre si.
ii) ��a� = ��b� = ��c� = 1.
Em particular, a base ortonormal {�i, �j, �k} é conhecida como base canônica de R3 , em que �i = (1, 0, 0),
�j = (0, 1, 0) e �k = (0, 0, 1).

Teorema: se {�i, �j, �k} é uma base ortonormal e �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), então

�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 .

e

��u� = x21 + y12 + z12 .

De fato,

�u.�v = (x1�i + y1�j + z1�k).(x2�i + y2�j + z2�k)

= x1 x2�i2 + x1 y2�i�j + x1 z2�i�k + y1 x2�j�i + y1 y2�j 2 + y1 z2�j�k + z1 x2�k�i + z1 y2�k�j + z1 z2�k 2

= x1 x2 .1 + x1 y2 .0 + x1 z2 .0 + y1 x2 .0 + y1 y2 .1 + y1 z2 .0 + z1 x2 .0 + z1 y2 .0 + z1 z2 .1

= x1 x 2 + y 1 y 2 + z1 z2 .

Além disso, pondo �v = �u, temos

�u.�u = ��u�.��u�. cos 0 = x21 + y12 + z12

e, portanto,

��u� = x21 + y12 + z12 .

Introdução
II

De maneira análoga, a partir da definição de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R2
De maneira análoga, a partir da definição de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
�u.�v = xDe
1 .x2maneira
+ y1 .y2 , análoga,
em que �ua =
partir
(x1 , yda
1 ) definição
e �v = (x2 ,de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
y2 ).
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R2 2
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).

É possı́vel definir produto interno como no resultado do Teorema anterior, ou seja, por definição, o
produto interno é �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 (em R2 , por exemplo) e �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R3 ), e como
É possı́vel definir produto interno como no resultado do Teorema anterior, ou seja, por definição, o
É possı́vel definir
consequência produto
obtém-se interno como
o resultado �u.�v =no resultado
��u���v �. cos θ.doAlguns
Teorema anterior,
livros usam aounotação
seja, por< definição,
�u, �v > parao
produto interno é �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 (em R2 ,2por exemplo) e �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R3 ),3 e como

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produtoointerno
indicar produtoé �u .�v = x1 .x
interno. 2 + y1 .y2 (em R , por exemplo) e �
Acesse: u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R ), e como
consequência obtém-se o resultado �u.�v = ��u���v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
consequência obtém-se o resultado �u .�
v
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>= ��u ���
v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
indicar o produto interno. Acesse:
indicar o produto interno. Acesse:
Fonte: o autor
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
Fonte: o autor
Fonte: o autor

Propriedades
i) �u.�v = �v .�u;
Propriedades
k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
Propriedades
ii)
i) �u.�v = �v .�u;
i) �u.�
iii) �uv.(�
=v �+
v .�uw)
�; = �u.�v + �u.w

ii) k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
ii) k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
iii) �u.(�v +
Vamos w)
� = �ua.�vpropriedade
mostrar + �u.w
� do item (i). Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R3 , temos:
iii) �u.(�v + w) � = �u.�v + �u.w�

Vamos mostrar a propriedade


�u.�v = x1 xdo+item
yitem (i).z1Sejam
1 y2 +
�u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R3 ,3temos:
Vamos mostrar a propriedade 2 do (i). zSejam
2 �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R , temos:
= x2 x1 + y2 y1 + z2 z1 (a multiplicação nos reais é comutativa)
�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2
= �v .�u
= x2 x1 + y2 y1 + z2 z1 (a multiplicação nos reais é comutativa)
= x2 x1 + y2 y1 + z2 z1 (a multiplicação nos reais é comutativa)
Exemplo 2: Determine=�vo.�
= uproduto interno entre os vetores:
�v .�u
a) �u = (1, 3) e �v = (2, 5).
Exemplo 2: Determine o produto interno entre os vetores:
Exemplo 2: Determine o produto interno entre os vetores:
Temos
a) �u = (1, 3) e �v = (2, 5).
a) �u = (1, 3) e �v = (2, 5).
Temos �u.�v = (1, 3).(2, 5)
Temos
= 1.2 + 3.5
�u.�v = (1, 3).(2, 5)
�u.�v = (1, 3).(2, 5)
= 2 + 15
= 1.2 + 3.5
= 1.2 + 3.5
= 17
= 2 + 15
= 2 + 15
= 17
= 17

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
47

b) �u = (1, −2, 4) e �v = (−3, −1, 2)

�u.�v = (1, −2, 4).(−3, −1, 2)

= 1.(−3) + (−2).(−1) + 4.2

= −3 + 2 + 8

=7

c) �a = 2�i − �j + 3�k e �b = �i + �k

�a.�b = (2, −1, 3).(1, 0, 1)

= 2.1 + (−1).0 + 3.1


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

=2+0+3

=5

−−→ −→
Exemplo 3: Sejam A(3, 1), B(5, 3) e C(0, 4), mostre que os vetores AB e AC são ortogonais.
Dois vetores são ortogonais se o ângulo formado por eles é igual a 90o , como cos 90o = 0, então devemos
−−→ −→ −−→ −→
ter AB.AC = 0. Assim, temos AB = (5 − 3, 3 − 1) = (2, 2) e AC = (0 − 3, 4 − 1) = (−3, 3), logo

−−→ −→
AB.AC = 2.(−3) + 2.3 = −6 + 6 = 0

Exemplo 4: Determine a norma dos vetores:


a) �u = (−3, 5)
Temos que a norma de um vetor é dada por

 √
��u� = (−3)2 + 52 = 9 + 25

portanto,

��u� = 34


b) �v = ( 2, 0, −3)
Em R3 temos
√ √ √
��v � = ( 2)2 + 02 + (−3)2 = 2 + 0 + 9 = 11

Introdução
II

Exemplo 5: Se �u = (1, 1, 4) e �v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
Seja θ o ângulo formado pelos vetores �u e �v , como �u.�v = ��u���v � cos θ, logo
Exemplo 5: Se �u = (1, 1, 4) e �v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
�u.�v
como=�u.�v = ��u���
Seja θ o ângulo formado pelos vetores �u e �v ,cosθ v � cos θ, logo
(∗)
��u���v �
�u.�v √ √ √
Assim, temos �u.�v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2cosθ= −1 = + 2 + 8 (∗) = 9, ��u� = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2 e
 √ ��u���v �
��v � = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 = 3, logo, substituindo em (∗) os resultados obtidos resultam que
√ √ √
Assim, temos �u.�v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2 = −1 + 2 + 8 = 9, ��u� = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2 e
 √
√ 9 1 2
��v � = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 =cos 3, θlogo,
= √ substituindo
= √ =em (∗) os resultados obtidos resultam que
3 2.3 2 2

9 1 2
como 0 < θ < 180o , então θ = 45o . cos θ = √ =√ =
3 2.3 2 2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como 0 < θ < 180o , então θ = 45o .
Perceba que tomamos dois vetores �u e �v em R3 e, a partir de suas coordenadas, obtivemos o ângulo
formado por eles sem mesmo ter que desenhá-los.
Perceba que tomamos dois vetores �u e �v em R3 e, a partir de suas coordenadas, obtivemos o ângulo
formado por eles sem mesmo ter que desenhá-los.

No Ensino Fundamental, é ensinada a regra dos sinais para multiplicação, isto é, negativo com negativo
dá positivo, positivo com negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta R, verifique quais
No
osEnsino Fundamental,
possı́veis é ensinada
ângulos formados poraeles,
regrae dos sinais para
utilizando multiplicação,
a definição isto é,interno,
de produto negativotente
com negativo
explicar a
dáregra
positivo, positivo com negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta R, verifique quais
dos sinais.
os possı́veis ângulos formados por eles, e utilizando a definição de produto interno, tente explicar a
regra dos sinais.

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
49

Produto Vetorial

Vimos na seção anterior que o produto interno associa cada par de vetores a um número real.
Veremos agora uma operação chamada de Produto Vetorial (ou Produto Externo) que, a cada par
ordenado de vetores (�u, �v ) no espaço, associa-se a um vetor indicado por �u × �v .

Definição: Dados dois vetores �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), nessa ordem, o produto vetorial de �u
por �v denotado por �u × �v resulta em um vetor com as seguintes propriedades:
i) ��u × �v � = ��u�.��v �.|sen(�u, �v )|;
ii) �u × �v é perpendicular ao plano gerado por �u e �v ;
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iii) O sentido do vetor �u × �v pode ser indicado pela regra da mão direita. Isto é, suponhamos que �u e �v
determinam um plano horizontal, como na figura a seguir:

Com a mão direita, indicamos por �u (dedo indicador), �v (dedo médio) e �u × �v (o polegar extendido), esse
último indica o sentido do vetor �u ×�v . Por outro lado, o produto �v × �u tem-se �v (dedo indicador), �u (dedo
médio) e �v × �u (polegar) aponta para o sentido oposto ao anterior, ou seja, �u × �v = −�v × �u.

O item (i) indica que a norma do produto vetorial corresponde à área do paralelogramo ABCD.

As coordenadas do produto vetorial podem ser obtidas com auxı́lio do cálculo simbólico de um “determi-

Produto Vetorial
II

nante”. Ou seja, se �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), o produto vetorial �u × �v é dado por

� �
� �
� �i �j �k � �� �









� � �
� � � y1 z1 �� � x1 z1 �
� �
� x 1 y1 �
� ��
�u × �v = �� x1 y1
�=�
z1 � � � �
i − � � �
j + � �k
� � � y z �� � �
� x2 z2 �
� �
� x 2 y2 �
� � 2 2
� x 2 y2 z2 �

ou ainda ⎛� � � � � �⎞
� � � � � �
� � � x1 z1 � � x 1 y1 �
⎜� y1 z1 � � � � �⎟
�u × �v = ⎝� � , − � ,
� � �⎠
� � � � � �
� y2 z2 � � x 2 z2 � � x 2 y2 �

portanto, em termos de coordenadas temos

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�u × �v = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .

Propriedades

i) �u × �u = �0, ∀ �u
ii) �u × �v = −�v × �u
iii) �u × (�v + w)
� = �u × �v + �u × w

iv) (m�u) × �v = m(�u × �v )
v) �u × �v = �0 se, e somente se, um dos vetores é nulo, ou u e v são colineares (paralelos)
vi) O vetor �u × �v é ortogonal aos vetores �u e �v .

Vamos provar a propriedade (ii) utilizando as propriedades dos determinantes, isto é, quando
trocamos de posição duas linhas, seu determinante muda o sinal, ou seja
� � � �
� � � �
� �i �j �k � � �i �j �k �
� � � �
� � � �
�u × �v = �� x1 y1
� = −�
z1 � � x 2 y2

z2 � = −�v × �u
� � � �
� � � �
� x 2 y2 z2 � � x 1 y1 z1 �

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
51

Exemplo 6: Sejam �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2) vetores de R3 , calcule o produto vetorial entre esses
vetores.

Sabemos que  
 
 �i �j �k   









       
   1 1 �  2 1  �  2 1  �
�u × �v =  
2 1 1  =  i −  j +  k
   0 2     
    −1 2   −1 0 
 −1 0 2 

�u × �v = 2�i − (4 + 1)�j + �k = (2, −5, 1)

Geometricamente, temos
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Exemplo 7: Calcule a área do paralelogramo determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
Sabemos que a área do paralelogramo é dada por:

A = ��u × �v �

e do item anterior temos



A= 22 + (−5)2 + 12

A= 4 + 25 + 1

A= 30

Produto Vetorial
II

Vimos que o produto interno pode ser definido na reta R, no plano R2 , no espaço R3 , no entanto, o

na retaRR,. Qual
produto 3
Vimos que vetorial é por
o produto definição
interno podeumservetor do espaço
definido a parte
no plano R2 , da
no definição
espaço Rque
3 , nogarante isso?
entanto, o
produto vetorial é por definição um vetor do espaço R3 . Qual a parte da definição que garante isso?

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
No aplicativo GeoGebra, é possı́vel definir um vetor dados dois pontos, além disso, é possı́vel efetuar

Noasaplicativo
operaçõesGeoGebra,
usuais comé vetores,
possı́vel adição,
definir um produto
vetorpor escalar,
dados dois epontos,
também efetuar
além disso,asé multiplicações
possı́vel efetuardos

asvetores (Produto
operações usuais Escalar e Produto
com vetores, Vetorial).
adição, produtoAcesse o link ee também
por escalar, veja a dica para as
efetuar obter as multiplicações
multiplicações dos
de vetores.
vetores (Produto Escalar e Produto Vetorial). Acesse o link e veja a dica para obter as multiplicações
de<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
vetores.
Acesso em: 12 dez. 2014.
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>

Acesso em: 12 dez. 2014.

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
53

PRODUTO MISTO

Para definirmos o Produto Misto, lembremos que o cálculo do produto interno está associado a
um número real, enquanto o produto vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse produto
envolverá os dois tipos de multiplicação.

Definição: Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ), �v = (x2 , y2 , z2 ) e w


� = (x3 , y3 , z3 ) vetores no espaço, o produto misto
é uma operação que a cada terno ordenado associa-se a um número real denotado por
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

� = (�u × �v ).w.
[�u, �v , w] �

A interpretação geométrica é que o módulo do produto misto corresponde ao volume do paralele-


pı́pedo definido pelos vetores �u, �v e w.

|[�u, �v , w]|
� = ��u × �v �.�w�.|
� cos(�u × �v , w)|

Observe o paralelepı́pedo ABCDEF GH definido pelos vetores �u, �v e w,


� como na figura abaixo:

Assim, ��u × �v � corresponde à área do paralelogramo ABCE e �w�.|


� cos(θ)| é a altura no paralelepı́pedo,
em que θ = (�u × �v ), w.
� Pensando ainda em termos de volume, note que se os vetores �u, �v e w
� são
coplanares, então, o volume do sólido se degenera, ou seja, seu volume é igual a zero. Utilizando o mesmo
raciocı́nio, podemos dizer que os pontos ABCD estão no mesmo plano se o produto misto também é igual
a zero.

Produto Misto
II

Uma forma prática de calcular o produto misto é utilizando o determinante a seguir


 
 
 x1 y1 z1 
 
 
� =  x2 y2 z2  .
[�u, �v , w]
 
 
 x3 y3 z3 

Vamos verificar a validade dessa igualdade, temos:

� = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .(x3 , y3 , z3 )


(�u × �v ) .w

� = x3 (y1 z2 − y2 z1 ) − y3 (x1 z2 − x2 z1 ) + z3 (x1 y2 − x2 y1 )


(�u × �v ) .w

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja,  
 
 x 1 y 1 z1 
 
 
� =  x2 y2 z2 
(�u × �v ) .w
 
 
 x 3 y 3 z3 

portanto,  
 
 x 1 y 1 z1 
 
 
� =  x2 y2 z2 
[�u, �v , w]
 
 
 x 3 y 3 z3 

Exemplo 8: Mostre que os vetores �u = (−1, −3, −1), �v = (2, 3, −1) e w


� = (−1, 0, 2) são coplanares (LD).
Os vetores �u, �v e w
� são coplanares se [�u, �v , w]
� = 0, assim temos:

 
 
 −1 −3 −1 
 
 
� =  2
[�u, �v , w] 
3 −1  = −1(6 − 0) + 3(4 − 1) − 1(0 + 3) = −6 + 9 − 3 = 0.
 
 
 −1 0 2 

Exemplo 9: Verifique se os pontos A(0, 0, 2), B(1, 0, 0), C(−1, −3, 1) e D(−2, −3, 3) estão situados no
mesmo plano.
−−→ −→ −−→
Os pontos dados são coplanares se os vetores AB, AC e AD forem coplanares, da definição de produto
misto temos:
 
 
 1−0 0 − 0− 0 − 2 

−−→ −→ −−→  
[AB, AC, AD] =  −1 − 0 −3 − 0 1 − 2 

 
 
 −2 − 0 −3 − 0 3 − 2 
 
 
 1 0 −2 

 
=  −1 −3 −1 

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES  
 
 −2 −3 1 
55

45
misto temos:

misto temos:  
 
 1 − 0 0 − 0− 0 − 2 
   
−−→ −→ −−→    
[AB, AC, AD] =  −1 −10− 0−3 − 0 −
0 0−
1 − 0
2
 2 

 

−−→ −→ −−→   
 
[AB, AC, AD] =
−2 −−10 −−3
0 − −3  2 
0 −30− 21 −
 
   
  −2 − 0 −3  −0 3−2 
 1 0 −2 
   
   
=  −1 −31 0−1 −2 
    
 =  
 −2 −1
−3 −31 −1 
 
 
= 1(−3 − −23) −
−30(−11 −2) − 2(+3 − 6)

= 0 = 1(−3 − 3) − 0(−1 − 2) − 2(+3 − 6)


=0
−−→ −→ −−→
portanto, como [AB, AC, AD] = 0, segue que os pontos dados são coplanares.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−−→ −→ −−→
portanto, como [AB, AC, AD] = 0, segue que os pontos dados são coplanares.
Exemplo 10: Determine o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes
Exemplo 10: B(0, 2, 0), C(4,
Determine 0, 0) edo
o volume D(0, 0, 2).
paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes B(0, 2, 0), C(4, 0, 0) e D(0,
 0, 2). 
 
 0−0 2−0 0−0 
   
−−→ −→ −−→    
[AB, AC, AD] =  4 − 00 −00− 02 −00− 00 −  0 
 
−−→ −→ −−→   
 
[AB, AC, AD] =  4 − 0 0 − 0 0 −
0 − 0 0 − 0 2 − 0  0 
    
 0 − 0 0 − 0 2 − 0 
 0 2 0 
   
   
=  4  00 02  0 
   
 =  4 0 0 
 0 0 0  
 
 
 2 − 0) + 0(0 − 0)
= 0(0 − 00) − 0 2(4

= −8 = 0(0 − 0) − 2(8 − 0) + 0(0 − 0)


 −−→ −→ −−→ 
 
[AB, AC, AD] = 8 = −16
 −−→ −→ − −→ 

[ AB, AC, AD] = 16

A multiplicação de vetores tem ampla aplicação no ramo da fı́sica, a saber as Equações de Maxwell.
A multiplicação de vetores tem ampla aplicação no ramo da fı́sica, a saber as Equações de Maxwell.
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>

Produto Misto
II

Uma propriedade interessante do produto misto é que dados �u, �v e w


� esses vetores são coplanares se
Uma
[�u, �vpropriedade
� = 0, ouinteressante
, w] do produto
seja, esses três vetores misto
formamé que
um dados �u, �vLD.
conjunto ew
� Agora,
esses vetores
se [�u, �vsão
� coplanares
, w] se o
= 0, então,
[�uconjunto
, �v , w]
� = 0, ou(não
é LI seja,coplanares).
esses três vetores formam
Portanto, dadosum
trêsconjunto LD.espaço,
vetores no Agora,podemos � = 0, se
se [�u, �v , verificar
w] então, o
eles são
conjunto é LI
LI ou LD (não coplanares).
analisando o valor doPortanto,
produto dados
misto. três vetores no espaço, podemos verificar se eles são
LIFonte:
ou LDoanalisando
autor o valor do produto misto.

Fonte: o autor

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Vimos nesta unidade que o produto interno, também conhecido por produto escalar, é uma opera-
Vimos
ção que nesta
associa unidade
a cada quevetores
par de o produto interno, real.
um número também conhecido
Quando por produto
o produto interno éescalar, é uma
positivo, opera-
significa que
ção que associa
o ângulo a cada
formado porpar de vetores
esses vetores um número
é agudo, real. Quando
enquanto o produto
que, quando interno é épositivo,
o resultado significa
um número que
negativo,
o significa
ângulo formado por esses
que o ângulo vetores
é obtuso. é agudo,
Enfim, enquanto
quando que,interno
o produto quando o resultado
é igual a zero, ésignifica
um número negativo,
que esses vetores
significa que o ângulo é obtuso. Enfim, quando o produto interno é igual a zero, significa que esses vetores
são ortogonais.
são ortogonais.
Com relação ao produto vetorial, podemos verificar, de acordo com a definição, que o produto
Com
vetorial relação
associa ao produto
a cada par de vetorial,
vetores umpodemos verificar,
outro vetor de acordo
ortogonal com avetores
a ambos definição, que cuja
iniciais, o produto
direção
vetorial associa
e sentido podema cada par depela
ser obtido vetores
regraum
daoutro vetor ortogonal
mão direita, a ambos
essa operação, vetores
assim comoiniciais, cuja direção
na multiplicação das
e matrizes,
sentido podem
não é ser obtido pelaUma
comutativa. regra da mão prática
aplicação direita, éessa
que operação, assim como na do
a norma (comprimento) multiplicação das
produto vetorial
matrizes, não aé área
corresponde comutativa. Uma aplicação
do paralelogramo formadoprática é que
a partir a norma
desses (comprimento)
vetores, do produto
isso significa que, quando ovetorial
produto
corresponde a área
vetorial é igual ao do paralelogramo
vetor formado
nulo, esses vetores sãoa paralelos
partir desses vetores, isso
ou colineares, ou significa que, quando oseproduto
seja, o paralelogramo degenera
vetorial
em umé segmento
igual ao vetor nulo,
de reta e, esses vetores
portanto, sãovetores
esses paralelos
sãooulinearmente
colineares, ou seja, o paralelogramo se degenera
dependentes.
em um segmento de reta e, portanto, esses vetores são linearmente dependentes.
Combinando esse par de operações, obtemos uma outra operação chamada de produto misto, cujo
Combinando
resultado, esse no
assim como parproduto
de operações,
escalar,obtemos uma outra
é um número operação
real. chamada
Além disso, de produto
o módulo misto, cujo
do produto misto
resultado, assim
corresponde ao como
volumenodoproduto escalar, formado
paralelepı́pedo é um número
a partirreal. Além
desses três disso, o módulo
vetores. do produto
Desse último misto
fato, podemos
corresponde ao volume
dar uma condição doque
para paralelepı́pedo
três vetores formado a partir desses
sejam coplanares, isto é,três vetores.
basta que oDesse último
produto fato,
misto podemos
se anule, pois
dar uma condição
o sólido para que
se degenera, umatrês
vezvetores
que suasejam coplanares,
altura é igual aisto é, basta
zero, o que que o produto
significa mistotrês
que esses se anule, pois
vetores são
o linearmente
sólido se degenera, uma vez que sua altura é igual a zero, o que significa que esses três vetores são
dependentes.
linearmente dependentes.

MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
57

LEITURA COMPLEMENTAR

Existem alguns questionamentos sobre a origem para a definição da multiplicação dos vetores, seja
do produto escalar (interno) ou do produto vetorial. A importância destas duas operações é inquestio-
nável, por exemplo, o produto interno descreve o trabalho realizado por uma força aplicada sobre um
corpo num determinado deslocamento, o produto vetorial tem aplicação no torque e momento angular
na mecânica clássica, as Equações de Maxwell que descrevem os fenômenos elétricos e magnéticos tem
as duas multiplicações em suas composições. Apesar dos livros de fı́sica e de matemática definirem essas
operações, não há nenhuma justificativa que explique o porque da forma como são definidas. Apresento
aqui uma evidência da origem dessas operações, mas devido a complexidade não detalharemos o assunto.
O irlandês William Rowan Hamilton (1805-1865) matemático, fı́sico e astrônomo em seus estudos sobre
os números complexos descobriu uma estrutura interessante que denominou de Quaternios, esta estrutura
é uma generalização dos números complexos em 4 dimensões (C × C).

Hamilton verificou que ao realizar as operação usuais com os números complexos, seus resultados
apresentavam duas partes distintas, uma parte real que denominou de parte escalar do quatérnio e uma
outra parte imaginária que denominou de parte vetorial do quatérnio, particularmente na multiplicação
dos quatérnios surgiam duas estruturas, uma que se assemelha ao da definição de produto interno e uma
outra que se assemelha ao do produto vetorial, conhecidos e utilizados atualmente na geometria analı́tica.

Perceba que estes são apenas estudos analı́ticos sobre os números complexos, que na verdade ten-
tava mostrar que o conjunto dos quatérnios era algebricamente fechado. Porém, as aplicações relacionadas
a esta teoria só surgiram depois, particularmente nas descrições das leis relacionadas a fı́sica mecânica e
eletromagnética. Não sabemos ao certo se Maxwell se inspirou nos quatérnios, ou foram apenas coinci-
dências, mas quando se trata de ciência muitas teorias se relacionam naturalmente.

Para maiores informações, leia o artigo: “Sobre as origens das definições dos produtos escalar e ve-
torial”. M.J. Menon. Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, v. 31, n. 2, 2305 (2009) www.sbfisica.org.br.
Disponı́vel em:
<http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/312305.pdf>

Fonte: o autor
Atividade de autoestudo

1) Calcule o produto interno �u por �v .

a) �u = 2 e �v = 3
b) �u = −2 e �v = 3
c) �u = −2 e �v = −3
d) �u = (1, 2) e �v = (3, 4)
e) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
f) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
g) �u = (1, 1) e �v = (−1, 2)
h) �u = (1, 1) e �v = (−4, 1)
i) �u = (−2, −1) e �v (−1, −2)
j) �u = (−4, −1) e �v = (4, 1)
k) �u = (1, 1, 1) e �v = (2, −1, 3)
l) �u = (−2, 3, 5) e �v = (4, 1, 1)
m) �u = (0, −1, 3) e �v = (3, 4, −2)

2) Sejam �a = (−1, 2) e �b = (−3, 1) vetores do R2 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.

3) Sejam �u = (1, 1, 0) e �v = (−2, 3, 0) vetores do R3 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.

4) Mostre que os vetores �u = (−1, 2, 3) e �v = (−2, −4, 2) são ortogonais.

5) Se �u = (1, 3) e �v = (−2, m), determine:


a) O valor de m de forma que �u e �v formem um ângulo de 45o .
b) Um vetor w � = −30.
� paralelo ao vetor �u tal que �u.w

5 −−→ −−→
6) Sejam A(1, 2, 3), B(2, 2, ), C(2, 3, 5) e D(1, 0, 3), mostre que os vetores AB e CD são ortogonais.
2

7) Dados os vetores �a = (3, 4, −4) e �b = (2, 2, 0), obtenha o produto vetorial entre esses vetores.
59

8) Calcule a área do paralelogramo com vértices consecutivos nos pontos A(0, −1, 2), B(3, 1, 2) e C(−1, 0, 3).

9) Considere o triângulo com vértices A(0, −2, 0), B(0, 0, 2) e C(2, 0, 0):
a) Mostre que esse triângulo é equilátero.
b) Calcule a área do triângulo ABC.

10) Sejam �u = (1, −2, 3) e �v = (3, −1, 2), obtenha um vetor unitário perpendicular a �u e �v .

11) Dados os vetores �u = (−2, 1, 2), �v = (1, −1, 1) e w


� = (1, 1, 1), calcule:
a) [�u, �v , w]

b) [�v , �u, w]

c) [w,
� �u, �v ]

12) Obtenha o produto misto [�a, �b, �c] para:


a) �a = (1, −2, 0), �b = (−1, 3, 1) e �c = (2, 1, 3)
b) �a = 3�i + 2�j − �k, �b = 2�j e �c = �k + �j

13) Dados os vetores �u = (1, 2, 3), �v = (−1, 3, 0) e w


� = (2, 5, 1), calcule o volume do paralelepı́pedo
determinado por esses três vetores.

14) Obtenha o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(1, 1, 1) e três adjacentes
B(2, 1, 1), C(1, 2, 1) e D(1, 1, 2).

15) Mostre que os vetores �u = (−1, −3, −1), �v = (−1, 0 − 1) e w


� = (2, 6, 2) são coplanares.

16) Sejam A(1, 0, 2), B(2, −1, 1), C(3, 2, 1) e D(4, 5, 1) pontos de R3 . Mostre que esses pontos estão sobre
um mesmo plano.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

III
UNIDADE
RETAS E PLANOS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer e determinar equações do plano.
■■ Reconhecer e determinar equações da reta.
■■ Identificar as posições relativas entre planos.
■■ Identificar as posições relativas entre retas.
■■ Calcular distâncias.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistema de Coordenadas
■■ Plano no Espaço
■■ Reta no Espaço
■■ Distâncias
63

INTRODUÇÃO

A Geometria Analı́tica, também conhecida como geometria das coordenadas, baseia-se no estudo
da geometria com a utilização da Álgebra, indı́cios históricos apontam que seus estudos iniciaram com
o matemático francês René Descartes (1596-1650), criador do sistema de coordenadas cartesianas ou
plano cartesiano, ele conseguiu estabelecer relações entre a geometria e a álgebra ao analisar o ponto,
distâncias, retas e circunferências no plano cartesiano por meio de suas coordenadas.

Nesta unidade, vamos estudar as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo
e posições relativas no sistema de coordenadas R3 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Vamos lembrar de alguns fatos importantes relacionados à geometria no plano xy, por exemplo,
por dois pontos distintos passa uma única reta, ou seja, para obtermos a equação de uma reta precisamos
de dois pontos, equivalentemente, dada a inclinação da reta e um ponto do plano, existe uma única reta
que passa por esse ponto com essa inclinação. Fazendo analogia ao exemplo anterior, no espaço R3 , para
definirmos a equação de uma reta, precisamos de dois pontos distintos, ou equivalentemente de um ponto
e um vetor, esse último nos fornece a direção da reta, da mesma forma que o coeficiente angular no plano.
Agora, para definirmos a equação de um plano no espaço R3 , precisamos de três pontos distintos, mais
ainda, esses três pontos devem ser não colineares, ou equivalentemente, para obtermos a equação do plano,
precisamos de dois vetores linearmente independentes e mais um ponto por onde deve passar o plano. É
importante se atentar a esses detalhes, pois podem auxiliá-los na compreensão e dedução das fórmulas e
resolução dos problemas.

Apesar da importância da dedução das fórmulas, esperamos que o leitor tenha domı́nio em aplicá-
las na resolução dos problemas propostos.

SISTEMAS DE COORDENADAS

Seja O um ponto do espaço que chamaremos de origem, tomemos os segmentos OA, OB e OC


−→ −−→ −−→
unitários e ortogonais entre si. Os vetores �i = OA, �j = OB e �k = OC representam uma base ortonormal
que chamaremos de Sistema Ortogonal de coordenadas de R3 . Indicaremos por OX, OY e OZ as retas
que contém os pontos OA, OB e OC respectivamente, ou apenas eixos x, y e z (eixos coordenadas). O
plano que contém os eixos x e y recebe o nome de plano xy, x e z de plano xz e y e z de plano yz. A
cada ponto P do espaço, corresponde um único segmento orientado OP com origem em O, esse segmento

Introdução
III

−−→
determina um único vetor �v = OP que se escreve como combinação linear dos vetores �i, �j e �k

�v = x�i + y�j + z�k

ou simplesmente
�v = (x, y, z).

Assim, podemos representar cada ponto P do espaço por meio do terno ordenado de coordenadas carte-
sianas P = (x, y, z) ou P (x, y, z). Reciprocamente, cada terno ordenado (x, y, z) corresponde a um único
−−→
ponto P do espaço, tal que OP = x�i + y�y + �z = (x, y, z).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Distância entre 2 pontos

Vamos deduzir a fórmula da distância entre dois pontos no espaço. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB
e O(0, 0, 0) pontos de R3 .


Denotemos a distância entre os pontos A e B por d(A, B), assim temos d(A, B) = �AB�, como

−−→ −−→ −→
AB = BO + OA
−−→ −→
= −OB + OA

= −(xB − 0, yB − 0, zB − 0) + (xA − 0, yA − 0, zA − 0)

= (xA − xB , yA − yB , zA − zB )

RETAS E PLANOS
65

segue que
−−→ 
�AB� = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2

e, portanto,

d(A, B) = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2

O PLANO

Equações do plano definidas por 3 pontos

Equações Paramétricas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Vamos determinar uma equação do plano definido por 3 pontos. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB
e C(xC , yC , zC ) pontos não colineares e π o plano que contém esses pontos, assim, se um ponto genérico
−−→ −→
P (x, y, z) pertence ao plano π, vamos encontrar condições para que P ∈ π. Como AB, AC são LI, logo,
−→ −−→ −→ −→
P ∈ π se existem escalares a e b tais que AP = aAB + bAC, ou seja, AP é combinação linear dos vetores
−−→ −→
AB e AC.

−→ −→ −−→
Como AP = AO + OP , segue que

−→ −−→ −−→ −→
AO + OP = aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = −AO + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + a(xB − xA , yB − yA , zB − zA ) + b(xC − xA , yC − yA , zC − zA )

(x, y, z) = (xA + a(xB − xA ) + b(xC − xA ), yA + a(yB − yA ) + b(yC − yA ), zA + a(zB − zA ) + b(zC − zA

O Plano
III

Da igualdade de vetores temos




⎪ x = xA + a(xB − xA ) + b(xC − xA )



⎪ y = yA + a(yB − yA ) + b(yC − yA ).




z = zA + a(zB − zA ) + b(zC − zA )

Essas são as equações paramétricas do plano π, os números a e b são os parâmetros do ponto P (x, y, z).
Assim, para cada ponto P do plano existe um par ordenado (a, b) associado a ele e, reciprocamente, cada
par ordenado (a, b) corresponde a um ponto P do plano.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 1: Sejam A(1, 2, 3), B(−1, 0, 1) e C(3, 1, 5) pontos de R3 . Determine as equações paramétricas
do plano que passa por esses 3 pontos e verifique se os pontos D(−1, 0, 3) e E(3, 1, 0) pertencem a este
plano.

Temos:
xA = 1, xB = −1 e xC = 3

yA = 2, yB = 0 e yC = 1

zA = 3, zB = 1 e zC = 5

substituindo obtemos ⎧

⎪ x = 1 + a(−1 − 1) + b(3 − 1)



⎪ y = 2 + a(0 − 2) + b(1 − 2)




z = 3 + a(1 − 3) + b(5 − 3)

portanto, as equações paramétricas são




⎪ x = 1 − 2a + 2b



⎪ y = 2 − 2a − b




z = 3 − 2a + 2b

Agora, vamos verificar se o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano, para tanto, substituı́mos as coordenadas
do ponto nas equações paramétricas e obtemos o seguinte sistema de três equações e duas incógnitas:


⎪ −1 = 1 − 2a + 2b



⎪ 0 = 2 − 2a − b.




1 = 3 − 2a + 2b

RETAS E PLANOS
67

Equivalentemente ⎧

⎪ −2 = −2a + 2b



⎪ −2 = −2a − b




−2 = −2a + 2b

cuja solução é o par ordenado (a, b) = (1, 0) e, portanto, o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano. Por outro
lado, para o ponto E(3, 1, 0), obtemos o seguinte sistema



⎪ 3 = 1 − 2a + 2b



⎪ 1 = 2 − 2a − b




0 = 3 − 2a + 2b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

ou seja, ⎧

⎪ 2 = −2a + 2b



⎪ −1 = −2a − b




−3 = −2a + 2b

que não admite solução. Logo, como não existe um par ordenado que é solução do sistema anterior,
concluı́mos que esse ponto E não pertence ao plano.

Equação Cartesiana do plano

Vamos obter agora uma outra equação do plano definida por 3 pontos, se os pontos A, B, C e P
−→ −−→ −→
são coplanares, então, o conjunto {AP , AB, AC} é LD, logo, do produto misto temos

−→ −−→ −→
[AP , AB, AC] = 0

O Plano
III

56

−−→ −→
Pondo AB = (a1 , b1 , c1 ), AC = (a2 , b2 , c2 ) em que a1 = xB −xA , b1 = yB −yA , c1 = zB −zA , a2 = xC −xA ,
b2 = yC − yA e c2 = zC − zA , segue que
 
 
 x − xA y − y A z − zA 
 
 
 =0
 a1 b1 c1 
 
 
 a2 b2 c2 

(x − xA )(b1 c2 − c1 b2 ) + (y − yA )(a2 c1 − a1 c2 ) + (z − zA )(a1 b2 − b1 a2 ) = 0

chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0

Pondo d = −(axA + byA + czA ) obtemos

ax + by + cz + d = 0

que é a equação geral ou cartesiana do plano.

Exemplo 2: Determine a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e
C(0, 1, −2).

Seja π o plano que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e C(0, 1, −2), considere P (x, y, z) um
−→ −−→ −→
ponto genérico desse plano. Assim, AP = (x − 1, y, z − 2), AB = (−2, 2, −2) e AC = (−1, 1, −4) e do
produto misto temos  
 
 x−1 y z−2 
 
 
 =0
 −2 2 −2 
 
 
 −1 1 −4 

(x − 1)(−8 + 2) − y(+8 − 2) + (z − 2)(−2 + 2) = 0

(x − 1).(−6) − y(+6) + (z − 2).0 = 0

−6x + 6 − 6y = 0

−6x − 6y + 6 = 0

RETAS E PLANOS
69

essa última é a equação geral do plano.

Equação Normal do Plano

Dizemos que um vetor �n é normal (perpendicular) a um plano π se ele é perpendicular a todos


vetores desse plano. Assim, seja �n = (a, b, c) um vetor normal a um plano π e A(xA , yA , zA ) um ponto
−→
desse plano, logo um ponto P (x, y, z) pertence a π se AP é perpendicular ao vetor �n, isso ocorre se

−→
�n.AP = 0 (equação normal do plano)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

segue que

(a, b, c).(x − xA , y − yA , z − zA ) = 0

a(x − xA ) + b(y − yA ) + c(z − zA ) = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0.

Pondo d = −(axA + byA + czA ) obtemos

ax + by + cz + d = 0.

Assim, acabamos de verificar que é possı́vel obter a equação de um plano, dados um vetor normal a ele e
um ponto desse plano, note também que, dada uma equação de um plano ax + by + cz + d = 0, o vetor
�n = (a, c, b) é um vetor normal a esse plano.

Observe que fixado um vetor �n = (a, b, c) todo plano com equação ax + by + cz + d = 0 é perpen-
dicular ao vetor �n, particularmente, para cada valor d ∈ R obtemos um plano ortogonal ao vetor dado,
em que esses planos são todos paralelos entre si. Lembre-se que dada uma equação do 1o grau y = ax + b,
fixando o coeficiente angular a e percorrendo todos valores reais para o coeficiente linear b obtemos uma

O Plano
III

famı́lia de retas paralelas “varrendo” todo plano xy, o mesmo ocorre com a equação ax + by + cz + d = 0,
famı́lia de retas paralelas “varrendo” todo plano xy, o mesmo ocorre com a equação ax + by + cz + d = 0,
ao variarmos todos valores d percorremos todo espaço R3 .
ao variarmos todos valores d percorremos todo espaço R3 .

Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
vector-from-plane-equation>
vector-from-plane-equation>

Exemplo 3: Determine a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo
vetor normal esse plano.a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um
3:aDetermine
vetor normal a esse plano.
Vimos que se �n = (1, −1, 2) é um vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo
a = 1, b Vimos
= −1 eque (1, −1, 2) é umobtemos:
c =se2,�nao=substituirmos, vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo
a = 1, b = −1 e c = 2, ao substituirmos, obtemos:

1x − 1y + 2z + d = 0
1x − 1y + 2z + d = 0

como A(1, −1, 3) é um ponto desse plano, devemos ter


como A(1, −1, 3) é um ponto desse plano, devemos ter

1.(1) − 1.(−1) + 2.3 + d = 0


1.(1) − 1.(−1) + 2.3 + d = 0

1+1+6+d=0
1+1+6+d=0
d = −8.
d = −8.
Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é
Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é

x − y + 2z − 8 = 0.
x − y + 2z − 8 = 0.

RETAS E PLANOS
71

Equações do plano determinado por 2 vetores e 1 ponto

Equações paramétricas

Sejam A(xA , yA , zA ), �u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ) vetores não nulos. Tomemos os pontos B e


−−→ −→
C, tais que os vetores AB e AC sejam representantes (ou diretores) dos vetores �u e �v .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

−−→ −→
Assim, se AB e AC são vetores LI, então, existe um plano π que contém os segmentos AB e AC,
−→
logo, se P (x, y, z) ∈ π o vetor AP pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , isto é,
existem escalares p e q tais que

−→
AP = p�u + q�v
−→ −−→
AO + OP = p�u + q�v
−→ −−→
−OA + OP = p�u + q�v
−−→ −→
OP = OA + p�u + q�v

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + p(a1 , b1 , c1 ) + q(a2 , b2 , c2 )

(x, y, z) = (xA + pa1 + qa2 , yA + pb1 + qb2 , zA + pc1 + qc2 )

Da igualdade de vetores temos ⎧



⎪ x = xA + pa1 + qa2



⎪ y = yA + pb1 + qb2




z = zA + pc1 + qc2

que são as equações paramétricas do plano que passa pelo ponto dado A e tem vetores diretores �u e �v .
Cada ponto P está associado a um par de parâmetros (p, q) e, reciprocamente, cada par (p, q) associa-se
a um ponto P do espaço, por exemplo, o par (0, 0) associa o ponto P = A.

O Plano
III

Exemplo 4: Determine as equações paramétricas do plano π que passa pelo ponto A(1, −1, 0) e é paralelo
aos vetores �u = (1, −3, 7) e �v = (−5, 2, 4).

As equações paramétricas do plano π são dadas pelo sistema




⎪ x = 1 + p(1) + q(−5)



⎪ y = −1 + p(−3) + q(2)




z = 0 + p(7) + q(4)

e, portanto, obtemos



Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

⎪ x = 1 + p − 5q

⎪ y = −1 − 3p + 2q.




z = 7p + 4q

Equação geral

Agora, para obtermos a equação cartesiana (ou geral) do plano determinada por 2 vetores e 1
ponto, lembremos que �u × �v é ortogonal ao plano π, isto é

−→
AP .(�u × �v ) = 0
� �
� �
� x − x A y − y A z − zA �
� �
� �
� �=0
� a1 b1 c1 �
� �
� �
� a2 b2 c2 �

(x − xA )(b1 c2 − c1 b2 ) + (y − yA )(a2 c1 − a1 c2 ) + (z − zA )(a1 b2 − b1 a2 ) = 0.

RETAS E PLANOS
73

Chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2

(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0

ax + by + cz − (axA + byA + czA ) = 0.

Pondo d = −(axA + byA + czA ), obtemos

ax + by + cz + d = 0.

Exemplo 5: Obtenha a equação cartesiana do plano π que passa pelo ponto A(2, 1, −3) e é paralelo aos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

vetores �u = (1, 3, 0) e �v = (−2, 5, 1).

Se P (x, y, z) ∈ π, temos
 
 
 x−2 y−1 z+3 
 
 
 =0
 1 3 0 
 
 
 −2 5 1 

desenvolvendo, segue que

(x − 2).(3 − 0) − (y − 1).(1 − 0) + (z + 3).(5 + 6) = 0

(x − 2).3 − (y − 1).1 + (z + 3).11

3x − 6 − y + 1 + 11z + 33 = 0

3x − y + 11z + 28 = 0.

Ângulos entre planos

Sejam π1 e π2 planos com equações a1 x + b1 y + c1 z + d1 = 0 e a2 x + b2 y + c2 z + d2 = 0,


respectivamente. Os vetores �n1 = (a1 , b1 , c1 ) e �n2 = (a2 , b2 , c2 ) são vetores perpendiculares aos planos π1
e π2 , respectivamente. Utilizando as propriedades da geometria espacial, é possı́vel verificar que o ângulo
θ formado por esses dois planos é o mesmo ângulo formado pelos vetores normais. Assim, do produto
interno temos
�n1 .�n2 = ��n1 ���n2 � cos θ

O Plano
III

e, portanto,
|�n1 .�n2 | θ
cos θ = , com 0 ≤ θ ≤
��n1 ���n2 � 2

Exemplo 6: Sejam π1 e π2 planos determinados pelas equações 2x + 3y − z + 2 = 0 e x − y + 4z = 0,


determine o ângulo formados por esses planos.

Sabemos que os vetores normais aos planos dados são �n1 = (2, 3, −1) e �n2 = (1, −1, 4), segue que

n�1 .n�2 = 2.1 + 3.(−1) − 1.(4)

=2−3−4

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= −5,

√ √ √ √
além disso, temos ��n1 � = 4 + 9 + 1 = 14 e ��n2 � = 1 + 1 + 16 = 18, como

�n1 .�n2
cos θ =
�n�1 ���n2 �

substituindo, obtemos  
 −5 
cos θ =  √ √ 
14. 18
 √ 
 −5 7 
 
cos θ =  
 42 

cos θ ∼
= 0, 3149

arccos(cos θ) ∼
= arccos 0, 3149

θ∼
= 71, 64o .

A Reta

Equação de uma Reta

Sabemos que dados dois pontos distintos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ) existe uma única reta que
passa por esses pontos. Seja P (x, y, z) um ponto dessa reta que chamaremos de r assim, temos um
der,

RETAS E PLANOS
75

−−→ −−−→
conjunto {P1 P , P1 P2 } Linearmente Dependente, isto é, existe um λ ∈ R tal que

−−→ −−−→
P1 P = λP1 P2
−−→ −−→ −−−→
P1 O + OP = λP1 P2
−−→
OP = λ(x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ) + (x1 , y1 , z1 )

(x, y, z) = (x1 + λ(x2 − x1 ), y1 + λ(y2 − y1 ), z1 + λ(z2 − z1 )

ou seja, ⎧

⎪ x = x1 + λ(x2 − x1 )



y = y1 + λ(y2 − y1 ) equações paramétricas da reta r.



Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.



z = z1 + λ(z2 − z1 )

É interessante observar que se λ = 0, P = P1 , se λ = 1, temos P = P2 e, para 0 < λ < 1, P está no


segmento entre P1 e P2 , se λ > 1 ou λ < 0 P está na reta r, mas fora do segmento P1 P2 . Note que se P1 P
é paralelo ao plano yz, então, x = x1 = x2 , se P1 P é paralelo xz, então y = y1 = y2 e, da mesma forma,
se P1 P é paralelo a z = z1 = z2 , se P1 P não é paralelo a nenhum desses planos, temos a seguinte relação

x − x1 y − y1 z − z1
λ= = =
x2 − x 1 y2 − y1 z2 − z1

que são as equações simétricas da reta. A relação acima nos dá a condição para que três pontos estejam
alinhados, ou seja, os pontos P , P1 e P2 estão alinhados se as razões acima são iguais a uma constante.

Particularmente, se uma reta r passa pelos pontos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P (x, y, z) e tem direção do vetor

A Reta
III

�v = (a, b, c), então temos:



⎪ x = x1 + λa



y = y1 + λb equações paramétricas da reta r





z = z1 + λc

e supondo que abc �= 0, temos

x − x1 y − y1 z − z1
= = equações simétricas da reta r.
a b c

Exemplo 7: Determine a equação paramétrica da reta que passa pelos pontos P1 (1, 2, 0) e P2 (−1, 3, 5).

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja r a reta determinada pelos pontos P1 e P2 , assim se P (x, y, z) ∈ r, temos

−−−→
P = P1 + λP1 P2

(x, y, z) = (1, 2, 0) + λ(−1 − 1, 3 − 2, 5)

(x, y, z) = (1, 2, 0) + λ(−2, 1, 5)

portanto, ⎧

⎪ x = 1 − 2λ



⎪ y = 2+λ .




z = 5λ

Exemplo 8: Mostre que os pontos A(−2, 2, 5), B(2, 0, 3) e C(0, 1, 4) estão alinhados.

Seja r a reta que passa pelos pontos A, B e P (x, y, z), assim temos

−−→
P = B + λAB

(x, y, z) = (2, 0, 3) + λ(2 + 2, 0 − 2, 3 − 5)

(x, y, z) = (2, 0, 3) + λ(4, −2, −2)

(x, y, z) = (2 + 4λ, −2λ, 3 − 2λ)

isto é, ⎧

⎪ x = 2 + 4λ



⎪ y = −2λ




z = 3 − 2λ

RETAS E PLANOS
77

logo, as equações simétricas são dadas por

x−2 y −z + 3
=− = = λ.
4 2 2

Vamos verificar se o ponto C(0, 1, 4) pertence a reta r, logo, temos

0−2 1 −4 + 3 1
=− = =− =λ
4 2 2 2

como a identidade acima é verificada, concluı́mos que os pontos A, B e C estão alinhados.

Equação da reta perpendicular a um plano passando por um ponto dado


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Seja π um plano cuja equação é ax + by + cz + d = 0 e A(xA , yA , zA ) um ponto do espaço, vamos


obter a equação da reta r que passa pelo ponto A perpendicular ao plano dado. Como o vetor �n = (a, b, c)
é perpendicular a π, logo, a reta procurada é paralela ao vetor �n. Assim, se P (x, y, z) ∈ r, existe λ ∈ R
tal que
−→
AP = λ�n

(x, y, z) − (xA , yA , zA ) = λ(a, b, c)

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + λ(a, b, c)

logo, as equações paramétricas são ⎧



⎪ x = xA + aλ



⎪ y = yA + bλ




z = zA + cλ

Exemplo 9: Seja π um plano com equação 3x + 2y − 5z + 4 = 0. Obtenha as equações paramétricas da


reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7).

Seja r uma reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7), o vetor �n = (3, 2, −5)
é normal ao plano π, substituindo diretamente na fórmula anterior, obtemos as equações paramétricas


⎪ x = −1 + 3λ



⎪ y = 2 + 2λ




z = 7 − 5λ

A Reta
III

Equação da reta pertencente a interseção de dois planos

Sejam π1 e π2 dois planos com equações a1 x + b1 y + c1 z + d = 0 e a2 x + b2 y + c2 z + d = 0 e vetores


normais �n1 = (a1 , b1 , c1 ) e �n2 = (a2 , b2 , c2 ), respectivamente, note que se π1 e π2 não são paralelos (ou
coincidentes), então, a interseção desses planos é uma reta r, vimos que toda reta de um plano é ortogonal
ao vetor normal, logo, r é ortogonal a ambos vetores normais. Além disso, o vetor �n1 × �n2 também é
ortogonal aos vetores n1 e n2 , ou seja, �n1 × �n2 tem a mesma direção que r e, portanto, são paralelos.
Assim, se A(xA , yA , zA ) é um ponto de r (fixado) e P (x, y, z) é um ponto de genérico de r, temos

−→
AP = λn�1 × n�2 para algum λ real

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mas � �
� �
� �i �j �k �
� �
� �
n�1 × n�2 = �� a1 b1 c1 ��
� �
� �
� a 2 b2 c 2 �

n�1 × n�2 = (b1 c2 − b2 c1 )�i − (a1 c2 − a2 c1 )�j + (a1 b2 − a2 b1 )�k

n�1 × n�2 = (b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

segue que

−→
AP = λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

(x, y, z) = (xA , yA , zA ) + λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )

e, portanto, obtemos ⎧

⎪ x = xA + λ(b1 c2 − b2 c1 )



⎪ y = yA + λ(a2 c1 − a1 c2 ) .




z = zA + λ(a1 b2 − a2 b1 )

que são as equações paramétricas da reta r passando pelo ponto A.

RETAS E PLANOS
79

Quando resolvemos um sistema de três equações com três incógnitas, a solução (caso exista) é um
ponto da interseção desses três planos. Acesse o link e verifique todas possibilidades:

<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
Quando resolvemos um sistema de três equações com três incógnitas, a solução (caso exista) é um
ponto da interseção desses três planos. Acesse o link e verifique todas possibilidades:

<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
Exemplo 10: Sejam π1 e π2 planos com equações x + 2z − 8 = 0 e x + 4y − 2z + 4 = 0. Encontre as
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

equações paramétricas da interseção desses planos.


Os vetores normais aos planos são n�1 = (1, 0, 2) e �n2 = (1, 4, −2), como n�1 × n�2 é paralelo a interseção
Exemplo 10: Sejam π1 e π2 planos com equações x + 2z − 8 = 0 e x + 4y − 2z + 4 = 0. Encontre as
desses planos, logo, temos � �
equações paramétricas da interseção desses planos. � �
� �i �j �k �
� �
Os vetores normais aos planos são n�1 = (1, 0, 2) e�� �n2 = (1, 4,��−2), como n�1 × n�2 é paralelo a interseção
�n1 × �n2 = � 1 0 2 �
desses planos, logo, temos � �
� � �
� �1 4 −2 � ��
� �
� i j k ��
� �
� �
�n1 × �n2 = �i(0 �
= �j(−2
− �n8)2 − �� − 0)
�n1 × � 1 0− 2)2+ k(4

� �
� �
� 1 4 −2 �
�n × �n = (−8, 4, 4).
1 2

�n1 × �n2 = �i(0 − 8) − �j(−2 − 2) + �k(4 − 0)


Agora, vamos obter um ponto da interseção, particularmente para x = 0, temos
⎧�n1 × �n2 = (−8, 4, 4).

⎨ 2z − 8 = 0

Agora, vamos obter um ponto da interseção,
⎩ 4yparticularmente para x = 0, temos
− 2z = −4


⎨ 2z − 8 = 0
segue que z = 4 e, substituindo, obtemos

⎩ 4y − 2z = −4
4y − 2.4 = −4
segue que z = 4 e, substituindo, obtemos
4y − 8 = −4
4y − 2.4 = −4
4y = 4

4y − 8 = −4
y=1

4y = 4
logo, um ponto da interseção é um ponto A(0, 1, 4). Assim, se P (x, y, z) ∈ π1 ∩ π2 , temos

y=1
−→
AP = λ(�n1 × �n2 )
logo, um ponto da interseção é um ponto A(0, 1, 4). Assim, se P (x, y, z) ∈ π1 ∩ π2 , temos

−→
AP = λ(�n1 × �n2 )

A Reta
III

(x, y, z) = A + λ(�n1 × �n2 )

(x, y, z) = (0, 1, 4) + λ(−8, 4, 4).

Portanto, as equações paramétricas da reta procurada são




⎪ x = −8λ



⎪ y = 1 + 4λ .




z = 4 + 4λ

Planos paralelos

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se π1 e π2 são paralelos, então, �n1 e �n2 são múltiplos (paralelos), isto é, existe λ tal que

�n1 = λ�n2

(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )

(a1 , b1 , c1 ) = (λa2 , λb2 , λc2 ).

Portanto, dois planos são paralelos quando a igualdade abaixo é verificada

a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2

Exemplo 11: Mostre que os planos π1 e π2 determinados pelas equações 15x − 12y + 6z + 9 = 0 e
5x − 4y + 2z + 7 = 0 são paralelos.

De fato, sejam �n1 = (15, −12, 6) e �n2 = (5, −4, 2) vetores normais aos planos π1 e π2 , devemos
exibir um λ ∈ R tal que
�n1 = λ�n2

como
(15, −12, 6) = λ(5, −4, 2)

logo,
15 −12 6
= = = λ.
5 −4 2

Portanto, tomando λ = 3, obtemos �n1 = 3�n2 , o que mostra que π1 e π2 são paralelos.

RETAS E PLANOS
81

Planos Perpendiculares

Se os planos π1 e π2 são perpendiculares, então, do produto interno devemos ter

�n1 .�n2 = 0

Exemplo 12: Sejam π1 e π2 planos com equações 3x − 4y − 3z + 7 = 0 e x + z − 4 = 0. Mostre que esses


planos são perpendiculares.

Temos que �n1 = (3, −4, −3) e �n2 = (1, 0, 1) são vetores normais aos planos dados, logo, do produto
interno temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

�n1 .�n2 = 3.1 − 4.0 − 3.1

�n1 .�n2 = 3 − 0 − 3

�n1 .�n2 = 0

portanto, π1 e π2 são perpendiculares.

Ângulos entre duas retas

Sejam r1 e r2 duas retas do espaço, existem três possibilidades:


- r1 é paralela à r2 (ou coincidentes);
- r1 é concorrente à r2 (um ponto em comum);
- r1 é reversa à r2 .

Retas paralelas

No caso em que r1 é paralela à r2 dizemos que o ângulo formado é igual a zero. Assim, considere
�u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ) vetores diretores das retas r1 e r2 , respectivamente, para verificar que
essas retas são paralelas, basta exibir λ ∈ R tal que

�u = λ�v

(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )

(a1 , b1 , c1 ) = (λa2 , λb2 , λc2 )

ou, equivalentemente,
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2

A Reta
III

Exemplo 13: Seja r1 a reta que passa pelos pontos O(0, 0, 0) e A(1, 1, 1), r2 a reta que passa pelos pontos
B(0, 0, 2) e C(2, 2, 4). Mostre que essas retas são paralelas.
−→ −−→
De fato, temos �v1 = OA = (1, 1, 1) tem direção da reta r1 e �v2 = BC = (2, 2, 2) tem direção da
reta r2 , logo, da condição de paralelismo, temos

1 1 1
λ= = =
2 2 2

o que mostra que as retas r1 e r2 são paralelas.

Retas concorrentes e reversas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando r1 é concorrente à r2 , o ângulo θ entre essas retas é o menor entre os quatro ângulos
formados no ponto em comum, caso r1 e r2 sejam reversas, marcamos um ponto P , por exemplo, sobre a
reta r1 e traçamos uma reta r3 paralela a r2 , passando por esse ponto, o ângulo formado pelas retas r1 e
r3 é o ângulo entre as retas r1 e r2 .

Assim, se �v1 e �v2 são vetores diretores de r1 e r2 , então, ângulo formado por essas retas é tal que:

cos θ = | cos(�v1 , �v2 )|

|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 ���v2 �

Exemplo 14: Sejam r1 e r2 retas definidas por




⎨ x =7+λ x+1 y−5 z+9
r1 : y =λ e r2 : = = .

⎩ −2 1 1
z = 13 − 2λ

Calcule o ângulo formado pelas retas r1 e r2 .

RETAS E PLANOS
83

Seja θ o ângulo formado por essas retas, as direções das retas r1 e r2 são dadas por �v1 = (1, 1, −2)
e �v2 = (−2, 1, 1), logo

|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 �.��v2 �
|1.(−2) + 1.1 + (−2).1|
cos θ = � �
11 + 12 + (−2)2 . (−2)2 + 12 + 12

| − 2 + 1 − 2|
cos θ = √ √
1 + 1 + 4. 4 + 1 + 1
3
cos θ =
6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

1
cos θ =
2

portanto, θ = 60o .

Retas ortogonais

Sejam r1 e r2 duas retas com direção dos vetores �u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ), respectivamente,
dizemos que r1 é ortogonal à r2 (formam um ângulo de 90o ), quando

�u.�v = 0.

Exemplo 15: Considere as retas definidas por




⎨ x =1+λ x y−1 z+7
r1 : y =3−λ e r2 : = = .

⎩ 1 4 1
z = 4 + 3λ

Mostre que essas retas são ortogonais.

As retas r1 e r2 possuem direção dos vetores v1 = (1, −1, 3) e v2 = (1, 4, 1), respectivamente. Logo,
do produto interno segue que

�v1 .�v2 = 1.1 − 1.4 + 3.1

=1−4+3

=0

o que mostra que essas retas são ortogonais.

A Reta
III

Distância de um ponto a um plano

Sejam π um plano definido pela equação ax + by + cz + d = 0 e P0 (x0 , y0 , z0 ) um ponto qualquer


de R3 , tracemos uma reta perpendicular, passando por P0 , obtendo um ponto A no plano π. Tomemos
um ponto P (x, y, z) em π.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, a distância d do ponto P0 ao plano π é

−−→
d(P0 , π) = �AP0 �
−−→ −−→ −−→
d(P0 , π) = �P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
−−→ −−→ −−→ −−→
�AP0 ��P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
d(P0 , π) = −−−→ (∗)
�AP0 �

note que �n = (a, b, c) é normal ao plano π, logo, existe λ real tal que

−−→
AP0 = λ�n
−−→
AP0 = |λ|(a, b, c) (∗∗)
−−→ 
�AP0 � = |λ| a2 + b2 + c2 (∗ ∗ ∗)

RETAS E PLANOS
85

Combinando (∗), (∗∗) e (∗ ∗ ∗) segue que

−−→ −−→
|AP .P P |
d(P0 , π) = √ 0 0
|λ| a2 + b2 + c2
|λ(a, b, c).(x − x0 , y − y0 , z − z0 )|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
| − λ(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
|λ||(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √ .
|λ| a2 + b2 + c2

Como d = −(ax + by + cz), obtemos

|ax0 + by0 + cz0 + d|


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

d(P0 , π) = √ .
a 2 + b2 + c 2

Exemplo 16: Seja π o plano definido pela equação 3x − 2y + z − 1 = 0. Calcule a distância entre o plano
π ao ponto P0 = (1, 0, 1).
Temos que a = 3, b = −2 e c = 1, além disso, x0 = 1, y0 = 0 e z0 = 1, substituindo na fórmula anterior
segue que

|3.(1) − 2.(0) + 1.(1) − 1|


d(P0 , π) = 
32 + (−2)2 + (1)2
3−0+1−1
= √
9+4+1
3
=√
14

3 14
= .
14

3 14
Portanto, a distância entre o plano π ao ponto P0 é igual a .
14

Distância de um plano a um Plano


III

Distância de um ponto a uma reta

Considere uma reta r determinada por um ponto P1 (x1 , y1 , z1 ) com direção do vetor �v = (a, b, c),
dado um ponto P0 , vamos determinar a distância d do ponto P0 até a reta r. Observe que os vetores �v e
−−−→
P1 P0 determinam um paralelogramo cuja altura corresponde a distância d de P0 até a reta r.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sabemos que a área do paralelogramo é dada pela norma do produto vetorial

−−−→
A = �P1 P0 × �v �

por outro lado, a área também é obtida por

A = ��v �.d

−−−→
logo ��v �.d = �P1 P0 × �v �, ou seja,
−−−→
�P1 P0 × �v �
d(P0 , r) =
��v �

que é a fórmula da distância entre o ponto P0 até a reta r.

Exemplo 17: Dados P0 (1, −1, 2) e r uma reta definida por

x y−2 z+5
r: = = .
3 2 1

Calcule a distância entre o ponto P0 e a reta r.

Primeiramente, precisamos de um ponto da reta r, assim, para x = 0 temos que y = 2 e z = −5,


desse modo, P1 (0, 2, −5) ∈ r. A direção da reta r é dada pelo vetor �v = (3, 2, 1).

RETAS E PLANOS
87

Sabemos que  
 
 �i �j �k 
 
−−−→  
P1 P0 × �v =  1 − 0 −1 − 2 2 + 5  = (−17, 20, 11),

 
 
 3 2 1 

logo, 
(−17)2 + 202 + 112
d(P0 , r) = √
32 + 22 + 12

289 + 400 + 121
d(P0 , r) = √
9+4+1

9 35
d(P0 , r) = .
7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Distância entre duas retas

Dadas duas retas quaisquer, existem três possibilidades: são concorrentes, nesse caso, a distância
entre elas é zero, são paralelas, nesse caso, a distância é constante, ou as retas são reversas.

Retas paralelas

Sejam r e s duas retas paralelas, tomemos um ponto P0 sobre s, nesse caso, basta calcular a
distância entre uma reta e um ponto, como visto anteriormente, isto é, se P0 ∈ s, então

d(s, r) = d(P0 , r).

Distância de um plano a um Plano


III

Exemplo 18: Considere as retas definidas pelas equações abaixo




⎨ x = 1 + 6λ x−1 y z−2
Exemplo 18:s : Considere
y = −1 as−retas
12λ definidas pelas eequações abaixor : = = .

⎩ 2 −4 1
⎧ z = 3 + 3λ

⎨ x = 1 + 6λ x−1 y z−2
s: y = −1 − 12λ e r: = = .


Calcule a distância entre elas. 2 −4 1
z = 3 + 3λ
Os vetores diretores das retas s e r são, respectivamente, vs = (6, −12, 3) e �vr = (2, −4, 1), como
Calcule
�vs = 3�vr ,distância
a logo, r é entre elas.à s, além disso, P (1, −1, 3) ∈ s e P (1, 0, 2) ∈ r. Lembremos que
paralelo 0 1

Os vetores diretores das retas s e r são, respectivamente, vs = (6, −12, 3) e �vr = (2, −4, 1), como
d(s, r) = d(P , r)
�vs = 3�vr , logo, r é paralelo à s, além disso, P0 (1, −1, 3)0 ∈ s e P1 (1, 0, 2) ∈ r. Lembremos que
−−−→
�P1 P0 × �v �

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= (∗)
��v �
d(s, r) = d(P0 , r)
−−−→
Assim, temos: �P1 P0 × �v �
= (∗)
��v �
� �
� �
� �i �j �k �
Assim, temos: � �
−−−→ � �
P1 P0 × �v = �� 0 −1 1 ��
�� ��
�� ��
� ��i �j �k � �
� 2 −4 1�
−−−→ � �
P1 P0 × �v = �� 0 −1 1 ��
=� �i(−1 + 4) −� �j(0 − 2) + �k(0 + 2)
� �
� 2 −4 1 �
= (3, 2, 2)
= �i(−1 + 4) − �j(0 − 2) + �k(0 + 2)
e, substituindo em (∗), segue que
= (3, 2, 2)
√ √ √
e, substituindo em (∗),Psegue 32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
(s, r) que
=� =√ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21
√ √ √
32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
P (s, r) = � =√ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21

É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares, com retas ortogonais?
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares, com retas ortogonais?

RETAS E PLANOS
89

Retas reversas

Considere r e s duas retas reversas, em que r é definida pelo vetor �u = (a1 , b1 , c1 ) e P1 (x1 , y1 , z1 )
e s definida pelo vetor �v = (a2 , b2 , c2 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ).
−−−→
Os vetores �u, �v e P1 P2 definem um paralelepı́pedo de altura d = d(r, s), cujo volume é dado por
V = ��u × �v �.d,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

por outro lado, do produto misto temos

−−−→
V = |[�u, �v , P1 P2 ]|.

Combinando as duas fórmulas, segue que

−−−→
��u × �v �.d = |[�u, �v , P1 P2 ]|

e, portanto, a distância entre as retas é dada por

−−−→
|[�u, �v , P1 P2 ]|
d(r, s) = .
��u × �v �

Exemplo 19: Sejam r e s retas definidas pelas equações




⎨ x = 3λ
x+2 y−3 z
r: = = e s: y =λ
5 3 1 ⎪

z = 3 − 5λ

Determine a distância entre essas retas.

Distância de um plano a um Plano


III

As retas r e s passam pelos pontos P1 (−2, 3, 0) e P2 (0, 0, 3) e têm direção dos vetores �u = (5, 3, 1) e
�v = (3, 1, −5), respectivamente, além disso, essas retas não são paralelas, pois não existe λ tal que �u = λ�v ,
5 3 1
ou seja, �= �= . Agora, do produto vetorial temos
3 1 −5
 
 
 �k 
�i �j
 
 
�u × �v =  5 3 1 

 
 
 3 1 −5 

= �i(−15 − 1) − �j(−25 − 3) + �k(5 − 9)

= (−16, 28, −4)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
logo,


��u × �v � = (−16)2 + 282 + (−4)2

= 256 + 784 + 16

= 1056

= 4 66.

Além disso,
 
 
 5 3 1 

−−−→  
[�u, �v , P1 P2 ] =  3 1 −5 
 
 
 2 −3 3 

= 5.(3 − 15) − 3.(9 + 10) + 1.(−9 − 2)

= 5.(−12) − 3.(19) − 11

= −60 − 57 − 11

= −128,

como
−−−→
|[�u, �v , P1 , P2 ]|
d(r, s) =
��u × �v �

RETAS E PLANOS
91

segue que

| − 128|
d(r, s) = √
4 66

32 66
= √ .√
66 66

32. 66
=
66

16 66
=
33
∼ 3, 94.
=
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, vimos como determinar as equações (paramétricas, simétricas)
que representam retas, as equações (paramétricas, cartesiana e normal) que representam os planos, as
posições relativas entre: plano e plano, plano e reta, reta e reta, vimos também como calcular ângulos
e distâncias. É interessante perceber que em vários momentos tivemos que recorrer aos conceitos das
unidades anteriores, a saber: conjunto de vetores linearmente dependentes e independentes; combinação
linear; produto interno; produto vetorial; produto misto. Esses conceitos foram fundamentais nas deduções
das equações do plano, da reta, nas fórmulas para o cálculo das distâncias e dos ângulos.

Na disciplina de matemática, particularmente na educação básica, normalmente são apresentados


situações-problema e, a partir daı́, é proposto um modelo matemático que consiga resolver o problema, no
entanto, existem situações ou certos conteúdos que só farão sentido num momento posterior, muitas vezes
tornando essa disciplina um pouco mais difı́cil ou menos atraente que as outras. Um exemplo clássico é o
estudo do cálculo algébrico, que se dá no 8o ano do ensino fundamental, com monômios e suas operações,
ou até mesmo os produtos notáveis, e que para o aluno faz pouco sentido saber esses conteúdos, porém ter
domı́nio do cálculo algébrico é de extrema importância para a sequência dos estudos nas próximas séries.

Portanto, podemos notar que todo estudo feito nesta unidade 3 está fundamentado na teoria das
seções anteriores, que, num primeiro momento, poderia aparentar ter pouca utilidade ou aplicação.

Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR

Sistemas Equações e interseção de planos

Prezado(a) leitor(a), vamos apresentar uma interpretação geométrica referente a solução de um


sistema de equações com três equação e três incógnitas. Iniciamos fazendo uma análise na seguinte
situação, por exemplo, quando resolvemos uma equação 3x + 8 = 20, sua solução é um ponto da reta,
isto é, x = 4, assim, essa é a única solução do nosso “sistema” formado por uma equação e uma incógnita.
Quando temos uma equação com duas variáveis, por exemplo: x + y = 10, existem infinitos valores de x
e y que satisfazem a igualdade, na verdade, esse conjunto de pares ordenados (x, y) descreve uma reta no
plano cartesiano, no entanto, se tivéssemos
⎧ outra reta, por exemplo x − y = 4, formarı́amos um sistema

⎨ x + y = 10
com duas equações e duas incógnitas . No plano cartesiano, essas equações representam

⎩ x−y =4
duas retas, lembremos que a posição relativa entre duas retas no plano é: paralelas, coincidentes ou um
único ponto. Em nosso exemplo, temos uma única solução cuja representação no plano é um ponto com
coordenadas (7; 3) e geometricamente corresponde a interseção das duas retas. No caso em que as retas
são paralelas, dizemos que o sistema é impossı́vel, ou seja, a interseção entre as retas é um conjunto vazio.
Porém, quando as retas são coincidentes, dizemos que o sistema é possı́vel e indeterminado, pois existem
infinitas soluções, na realidade, geometricamente, o conjunto solução é a própria reta e, portanto, infinitos
pares ordenados.

Agora, quando temos um sistema com duas equações e três incógnitas R3 , geometricamente, temos
dois planos, cujas posições relativas podem ser: planos paralelos, cuja interseção é um conjunto vazio,
logo, o sistema é impossı́vel; planos coincidentes, nesse caso, temos infinitas soluções, pois qualquer ponto
do plano é solução do sistema, ou seja, o sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; uma
reta, aqui também temos infinitas soluções, pois qualquer ponto da reta é solução do sistema.

Para finalizar, quando temos um sistema formado por três equações e três incógnitas, resolver
esse sistema é tentar obter a interseção de três planos, cujas possibilidades são: um único ponto, sistema
possı́vel e determinado com solução única; uma reta, nesse caso, o sistema é possı́vel e indeterminado
com infinitas soluções; um plano, sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; conjunto vazio,
nessa situação, o sistema é impossı́vel, ou nenhuma solução. Portanto, quando estiver resolvendo um
sistema de equações, lembre-se que você está tentando obter a interseção entre planos (ou retas) e isso
nem sempre é possı́vel.
93

Atividade de autoestudo

1) Sejam A(1, −2, 3), B(2, 4, −1) e C(0, 1, 4) pontos de R3 :

a) Determine as equações paramétricas do plano π que passa por esses pontos.


b) Verifique se o ponto E(2, 1, 0) pertence ao plano π.
c) Mostre que o ponto F (1, 1, 1) não pertence ao plano π.
d) Calcule a distância entre o ponto A e B.

2) Calcule a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, −3, 5), B(0, 1, −4) e C(−1, 2, 0).

3) Encontrar a equação do plano que passa pelo ponto A(3, 2, 0) e é perpendicular ao vetor �n = (−1, 3, 2).

4) Considere os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1). Determine a equação do plano que passa pelo
ponto A(1, −1, 5).

5) Dados os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1) e A(1, −1, 5), como no exercı́cio anterior, determine a
equação geral do plano que passa pelo ponto A e tem direção dos vetores �u e �v . Faça um comparativo
entre as equações paramétricas com a equação geral.

6) Calcule o ângulo formado pelos planos 3x + 4y = 0 e x − 4y + 5z − 2 = 0.

7) Sejam A(2, −1, 3) e B(7, 0, −2), determine as equações paramétricas da reta que passa por esses pontos.

8) Dados os pontos A(3, 2, 4) e B(−1, 0, 2):

a) Obtenha as equações paramétricas da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto C(7, 4, 6)
pertence a reta.
b) Obtenha a equação da forma simétrica da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto
D(5, 3, 4)) pertence a reta.

9) Seja π o plano definido pela equação −x + 2y = 7, determine a equação da reta perpendicular a esse
plano e que passa pelo ponto A(1, 2, 5).
10) Dados os planos 2x − 4y + z = 11 e 3y + 5z = 9. Determine as equações paramétricas da interseção
desses planos.

11) Sejam π1 := x + 2y − 3z + 4 = 0, π2 := 5x + 20y + 4z = 41z − 10y − 2x − 28, π3 := −x + 2y − z − 10 =


x + 6y − 7z e π4 := 3x + 6y + 9z + 4 = 0, verifique em cada item: a posição relativa entre o plano π1 com
os outros planos, isto é, se são paralelos, coincidentes ou se sua interseção é uma reta:

a) π1 e π2
b) π1 e π3
c) π1 e π4

12) Seja π1 o plano definido por 5x − 2y + 4z − 13 = 0, determine o valor de k para que o plano π2 com
equação 6x + ky + 8z + 2 = 0 seja perpendicular ao plano π1 .

13) Considere as retas




⎨ x =6−λ x−2 y+1 z
r1 : y = 5 + 3λ e r2 : = =

⎩ 2 −6 4
z = −2λ

Mostre que essas retas são paralelas.



⎪ x = 2λ



14) Se r1 é a reta que passa pelos pontos A(1, 0, −2) e B(0, −3, 5) e r2 é definida por y = 11 − 3λ,





z = 2 + 5λ
calcule o ângulo formado por essas retas.

15) Considere a reta r1 que passa pelos pontos A(3, 2, −1) e B(4, 6, 1) e r2 a reta com equações simétricas
x−1 y+2 z+3
= = . Mostre que essas retas são ortogonais.
−2 −3 7

16) Calcule as distâncias entre o plano e o ponto em cada caso:

a) x + y + z + 1 = 0 e A(1, 1, 1)
b) 2x − y − 3z = 5 e B(1, 2, 0)
95

c) 3x + 4z − 7 = 0 e C(1, 0, 1)
d) −x − z + 1 = 0 e D(−1, −3, 5)



⎪ x = 3 + 2k



17) Seja r a reta com equações paramétricas r : y = 4 − 5k , determine a distância entre r e o ponto





z = −1 + 3k
P (−1, −3, 5).

18) Sejam r e s retas definidas por



⎨ x = 2 − 2λ x y+1 z−1
r: y = 1 + 3λ e s: = = .

⎩ 6 −9 −15
z = 5 + 5λ

Verifique a posição relativa entre essas retas e calcule a distância entre elas.

19) Sejam r e t duas retas definidas por




⎨ x=2
x+1 y z+7
s: = = e r: y = 3 + 2k .
−2 5 −3 ⎪

z = 5k

Calcule a distância entre s e t.


Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

IV
UNIDADE
CÔNICAS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de Cônicas como interseção do Plano com o
Cone.
■■ Compreender as cônicas como o lugar geométrico dos pontos que
satisfazem uma certa condição.
■■ Identificar suas equações e seus elementos.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A Elipse
■■ A Circunferência
■■ A Hipérbole
■■ A Parábola
■■ Atividades
■■ Considerações Finais
99

INTRODUÇÇ
INTRODU ÃO
ÃO

Na
Naunidade
unidadeanterior,
anterior,estudamos
estudamosasasequações
equaçõesdadareta
retae edo
doplano
planoque
quesão
sãoequações
equaçõeslineares,
lineares,isto
istoé,é,
equações o o
equaçõesdo
do11ograu.
grau.Nesta
Nestaunidade,
unidade,vamos
vamosestudar
estudarequações
equaçõesdo
do22ograu
grauem
emxxe ey yno
noplano
planocartesiano,
cartesiano,osos
gráficos
gráficosdessas
dessasequações
equaçõesdescrevem
descrevemcurvas
curvasno
noplano
planoxy,
xy,são
sãoelas:
elas:aaelipse;
elipse;aacircunferência;
circunferência;aahipérbole;
hipérbole;
aaparábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de um cone com um plano e, dependendo
parábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de um cone com um plano e, dependendo
da
dadisposição
disposiçãodesses
dessesdois
doiselementos,
elementos,é épossı́vel
possı́velobter
obteressas
essascurvas,
curvas,justificando
justificandoaanomenclatura
nomenclaturadedesecção
secção
cônica.
cônica.
Essas
Essascurvas
curvasjájáeram
eramconhecidas,
conhecidas,admiradas
admiradase eestudadas
estudadasdesde
desdeaaantiguidade,
antiguidade,porporexemplo:
exemplo: oo
filósofo
filósofo e astrônomo Johannes Kepler (1571 - 1630) foi quem deduziu que as órbitas planetáriaseram
e astrônomo Johannes Kepler (1571 - 1630) foi quem deduziu que as órbitas planetárias eram
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

elı́pticas e não circulares, como se pensava na época. Já Apolônio de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático
elı́pticas e não circulares, como se pensava na época. Já Apolônio de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático
e eastrônomo
astrônomogrego,
grego,dedicou
dedicouparte
partededesua
suavida
vidaaoaoestudo
estudodas
dascônicas,
cônicas,dando
dandouma
umacontribuição
contribuiçãoı́mpar
ı́mparpara
para
aamatemática
matemáticacom
comsua
suaobra
obra“As
“Ascônicas”.
cônicas”.
Espero
Esperoque
queooleitor
leitorsesesurpreenda
surpreendacom
comoofato
fatodedequequeasascurvas
curvasestudadas
estudadasnesta
nestaunidade,
unidade,podem
podem
simplesmente
simplesmenteser
serobtidas
obtidaspor
pormeio
meiodedeuma
umainterseção
interseçãodedeum
umplano
planocom
comumumcone,
cone,por
poroutro
outrolado,
lado,essas
essas
curvas
curvasobtidas
obtidasestão
estãoestritamente
estritamenterelacionadas
relacionadascom
comequações
equaçõescujo
cujoexpoente
expoenteé éexatamente
exatamente2.2.
Conhecer
Conhecere eidentificar
identificaruma
umasecção
secçãocônica,
cônica,sua
suaequação
equaçãoe esua
suacurva
curvacom
comseus
seuselementos
elementosé éooprincipal
principal
objetivo nesta unidade. Posteriormente analisaremos superfı́cies no espaço tridimensional, cuja interseção
objetivo nesta unidade. Posteriormente analisaremos superfı́cies no espaço tridimensional, cuja interseção
com
comum
umdeterminado
determinadoplano
planoresulta
resultaexatamente
exatamenteem
emuma
umadessas
dessascurvas.
curvas.

Um
Umcone
conepode
podeser
serobtido
obtidoaapartir
partirdededuas
duasretas
retasconcorrentes,
concorrentes,por
porexemplo,
exemplo,fixada
fixadauma
umareta
retar r(eixo),
(eixo),
fixamos
fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno dareta
um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno da reta
r,r,mantendo
mantendofixo
fixoooângulo
ânguloentre
entreelas,
elas,obtemos
obtemosum
umcone,
cone,em
emque
queg gé échamada
chamadadedegeratriz
geratrizdesse
dessecone.
cone.
Ver:
Ver:www.brasilescola/matematica/cone.htm
www.brasilescola/matematica/cone.htm

Introdução
IV

A Elipse

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano xy, cuja distância entre eles é igual à 2c, ao conjunto de pontos
P (x, y) do plano xy tais que
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a, onde a > c

damos o nome de elipse. Assim, uma elipse é o lugar geométrico dos pontos P (x, y), cuja soma das
distâncias a dois pontos fixos é uma constante. A elipse é obtida por meio da interseção entre o plano e
o cone, em que o plano deve ser inclinado em relação ao eixo do cone, mas não paralelo à sua geratriz.

Os pontos F1 e F2 são focos da elipse e o ponto médio do segmento F1 F2 é o centro C da elipse.


O segmento A1 A2 é chamado de eixo maior (contém os focos), a distância 2c entre F1 e F2 é chamada
de distância focal.

CÔNICAS
101
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

O segmento B1 B2 é o eixo menor e é perpendicular ao segmento A1 A2 . Os pontos A1 , A2 , B1 e


c
B2 são os vértices e o número e = é chamado de excentricidade da elipse. Note que, do Teorema de
a
Pitágoras temos a2 = b2 + c2

e 0 < e < 1, pois c < a.

1o Caso: Eixo maior está sobre o eixo x com centro na origem O

Considere a elipse com foco F1 (−c, 0) e F2 (c, 0), se P (x, y) é um ponto da elipse, temos:

d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a

−−→ −−→
||F1 P || + ||F2 P || = 2a
 
(x + c)2 + (y − 0)2 + (x − c)2 + (y − 0)2 = 2a

A Elipse
IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
 
(x + c)2 + y 2 = 2a − (x − c)2 + y 2

(x + c)2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2

x2 + 2xc + c2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + x2 − 2xc + c2 + y 2

4a (x − c)2 + y 2 = 4a2 − 4xc

a (x − c)2 + y 2 = a2 − xc

a2 (x2 − 2xc + c2 + y 2 ) = a4 − 2a2 xc + x2 c2

a2 x2 − 2a2 xc + a2 c2 + a2 y 2 = a4 − 2a2 xc + x2 c2

a 2 x 2 − x 2 c 2 + a 2 y 2 = a4 − a 2 c 2

x2 (a2 − c2 ) + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )

como a2 = b2 + c2 , segue que


x 2 b2 + a 2 y 2 = a2 b2

e, dividindo ambos os lados da igualdade por a2 b2 , obtemos

x2 y 2
+ 2 =1
a2 b

essa última é chamada de equação reduzida da elipse.

CÔNICAS
103

2o Caso: Eixo maior está sobre o eixo y

Sejam F1 (0, −c) e F2 (0, c) os focos da elipse,


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utilizando o raciocı́nio do caso anterior, podemos deduzir a equação

x2 y 2
+ 2 = 1.
b2 a

Como a, b e c são constantes reais positivas, é interessante observar que como a2 = b2 + c2 , logo,
a2 > b2 e, portanto, a > b, isso significa que o eixo maior será aquele cujo denominador é maior.

Exemplo 1: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é 9x2 + 16y 2 = 144 e obtenha seus elementos, isto
é, os focos, seus vértices, seus eixos, a distância focal, centro e a excentricidade.

Temos:
9x2 + 16y 2 = 144

9x2 16y 2
+ =1
144 144
3x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 y 2
+ =1
16 9

A Elipse
IV

x2 y 2
+ 2 =1
42 3

para x = 0, temos y = ±3, ou seja, os pontos (0, −3) e (0, 3) são pontos da elipse. Para y = 0, temos
x = ±4, isto é, (−4, 0) e (4, 0) também são pontos da elipse. Além disso, como 16 > 9, segue que o eixo
maior está sobre o eixo x em que a = 4 e b = 3. Vamos obter agora os focos dessa elipse, cujo centro está
na origem C(0, 0), assim, temos:

a 2 = b2 + c2

42 = 32 + c2

c = 7.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√ √ √
Portanto, seus focos são F1 (− 7, 0), F2 ( 7, 0) com distância focal d(F1 , F2 ) = 2 7, eixo maior com ex-
tremidades em A1 (−4, 0) e A2 (4, 0) e tamanho d(A1 , A2 ) = 8, eixo menor
√ com extremidades em B1 (0, −3)
c 7 ∼ 0, 66. Graficamente,
e B2 (0, 3) e tamanho d(B1 , B2 ) = 6. Segue que e = , logo, e = , ou seja, e =
a 4
temos:

Exemplo 2: Considere a equação da elipse 49x2 + 4y 2 − 196 = 0, obtenha seus elementos e construa seu
gráfico.

Temos:
49x2 + 4y 2 = 196

49x2 4y 2 196
+ =
196 196 196
x2 y2
+ =1
4 49
x2 y 2
+ 2.
22 7

CÔNICAS
105

Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. Assim, segue que

a2 = b2 + c2

Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. Assim, segue que
72 = 22 + c2

a2 = b2 +√c2
c = 3 5.

Para x = 0, temos y = ±7, logo, os vértices72do 22 + maior


= eixo c2 são A1 (0, −7) e A2 (0, 7), para y = 0 temos
√ √
x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2,√0) e B2 (2, 0). Os √ focos são F1 (0, −3 5) e F2 (0, 3 5),
√ c = 3 5. 3 5∼
cuja distância focal é d(F1 , F2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 0, 96.
7
Para x = 0, temos y = ±7, logo, os vértices do eixo maior são A1 (0, −7) e A2 (0, 7), para y = 0 temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

√ √
x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2, 0) e B2 (2, 0). Os √ focos são F1 (0, −3 5) e F2 (0, 3 5),
√ 3 5∼
cuja distância focal é d(F1 , F2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 0, 96.
7

O que acontece com forma de uma elipse cujos focos são coincidentes?

O que acontece com forma de uma elipse cujos focos são coincidentes?

A Elipse
IV

x2 y2
Exemplo 3: Um caso particular + = 1.
25 25

Aqui, temos 25=25, logo a = b = 5 e sendo a2 = b2 + c2 segue que c = 0, assim, F1 (0, 0) =


F2 (0, 0) = C(0, 0), ou seja, a elipse se reduz a uma circunferência de raio igual à 5.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c 0
Note que a excentricidade e = = = 0, ou seja, a circunferência é um caso particular da
a 5
elipse cuja excentricidade é nula, assim, quanto menor a excentricidade, menor a distância focal e mais
“semelhante” a uma circunferência se torna a elipse. Por outro lado, quanto maior a excentricidade, isto
é, mais próximo do valor 1, mais “achatada” fica a elipse, ou seja, ela se aproxima do eixo maior.

Exemplo 4: Obtenha o gráfico e a equação da elipse com centro na origem C(0, 0), sabendo-se que um
de seus focos é F (3, 0) e a medida do eixo maior é igual a 8.

Temos:

Como um de seus focos é (3, 0) e o centro é C(0, 0) pela simetria o outro foco é (−3, 0) e o eixo
maior está sobre o eixo x, em que c = 3. Além disso, a elipse tem equação do tipo

x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b

CÔNICAS
107

Sendo a medida do eixo maior igual a 8, temos 2a = 8, logo a = 4. Mas


Sendo a medida do eixo maior igual a 8, temos 2a = 8, logo a = 4. Mas

a2 = b2 + c2
a2 = b2 + c2

segue que
segue que
42 = b2 + 32
42 = b2 + 32
16 = b2 + 9
16 = b2 + 9

b =√ 7.
b = 7.
Portanto, a equação é
Portanto, a equação é x2 y2
x422 + (√
y 27)2
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+ √
42 ( 7)2
ou melhor
ou melhor x2 y 2
2 +y 2 = 1,
x16
+ 7 = 1,
16√ 7 √ 3
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, −√ 7) e B(0,√ 7), cuja excentricidade é e =3 = 0, 75.
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, − 7) e B(0, 7), cuja excentricidade é e = 4= 0, 75.
4

Verifique o que acontece com a elipse em função do valor da excentricidade. Acesse:


Verifique o que acontece com a elipse em função do valor da excentricidade. Acesse:
<www.profcardy.com/cardicas/excentricidade.php>
<www.profcardy.com/cardicas/excentricidade.php>

A Elipse
IV

Elipse com centro fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Eixo maior paralelo ao eixo x

Vamos deduzir a equação da elipse partindo da definição de lugar geométrico, a dedução para
os outros casos que veremos mais adiante é análogo a este. Sejam C(h, k) o centro e P (x, y) um ponto
genérico dessa elipse com focos F1 (h − c, k) e F2 (h + c, k). Assim, temos:

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d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a

 
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 2a
 
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 2a − [x − (h + c)]2 + (y − k)2

[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2

x2 −2x(h−c)+(h−c)2 +(y −k)2 = 4a2 −4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 +x2 −2x(h+c)+(h+c)2 +(y −k)2

−2xh + 2xc + h2 − 2hc + c2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 − 2xh − 2xc + h2 + 2hc + c2

4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4xc + 4hc

a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = a2 − xc + hc

a2 ([x − (h + c)]2 + (y − k)2 ) = a4 − a2 xc + a2 hc − a2 xc + x2 c2 − xhc2 + a2 hc − hxc2 + h2 c2

a2 [x2 − 2x(h + c) + (h + c)2 + y 2 − 2yk + k 2 ] = a4 − a2 xc + a2 hc − a2 xc + x2 c2 = xhc2 + a2 hc − hxc2 + h2 c2

a2 (x2 −2xh−2xc+h2 +2hc+c2 +y 2 −2yk +k 2 ) = a4 −a2 xc+a2 hc−a2 xc+x2 c2 −xhc2 +a2 hc−hxc2 +h2 c2

CÔNICAS
109

a2 x2 −2a2 xh−2a2 xc+a2 h2 +2a2 hc+a2 c2 +a2 y 2 −2a2 yk +a2 k 2 = a4 −2a2 xc+2a2 hc+x2 c2 −2xhc2 +h2 c2

a2 x2 − 2a2 xh + a2 h2 + a2 c2 + a2 y 2 − 2a2 yk + a2 k 2 = a4 + x2 c2 − 2xhc2 + h2 c2

(x2 − 2xh + h2 )(a2 − c2 ) + a2 (y 2 − 2yk + k 2 ) = a2 (a2 − c2 )

(x − h)2 (a2 − c2 ) + a2 (y − k)2 = a2 (a2 − c2 )

b2 (x − h)2 + a2 (y − k)2 = a2 b2

e, dividindo ambos os lados por a2 b2 , obtemos:

(x − h)2 (y − k)2
+ =1
a2 b2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

que é equação reduzida da elipse com centro em C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo x. Observe que seus
vértices são A1 (h − a, k), A2 (h + a, k), B1 (h, k − b) e B( h, k + b), note que, se h = k = 0 temos C(0, 0).
(x + 1)2 (y − 3)2
Exemplo 5: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é dada por + = 1.
4 1
Como 4>1, então, o eixo maior é paralelo ao eixo x, seu centro é C(−1, 3), para obtermos seus
vértices podemos substituir por y = 3 e obtemos x = −3 ou x = 1, analogamente, para x = −1,
temos y = 3 ou y = 4, logo, seus vértices são A1 (−3, 3), A2 (1, 3), B1 (−1, 2) e B2 (−1, 4). Uma outra
forma para obtermos seus vértices é observando o seguinte, como 4 > 1, então, a = 2 e b = 1 e sendo
o eixo maior paralelo ao eixo x, partindo do centro C(−1, 3), segue que A1 (−1 − 2, 3) = A1 (−3, 3),
A2 (−1 + 2, 3) = A2 (1, 3), B(−1, 3 − 1) = B1 (−1, 2) e B2 (−1, 3 +√1) = B2 (−1, 4). Além disso, temos
√ 3 √
22 = 12 + c2 , ou seja, c = 3, portanto, a excentricidade é e = , seus focos são F1 (−1 − 3, 3) e
√ 2
F2 (−1 + 3, 3).

A Elipse
IV

Exemplo 6: Dada a equação 4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, os
vértices e seus focos.

Temos:
4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0

4x2 − 8x + 9y 2 − 36y + 4 = 0

4(x2 − 2x) + 9(y 2 − 4y) + 4 = 0

completando quadrado, segue que

4(x2 − 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) + 4 = 0

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4[(x − 1)2 − 1] + 9[(y − 2)2 − 4] + 4 = 0

4(x − 1)2 − 4 + 9(y − 2)2 − 36 + 4 = 0

4(x − 1)2 9(y − 2)2 36


+ =
36 36 36
(x − 1)2 (y − 2)2
+ =1
9 4
(x − 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 22

Como 9>4, então, seu eixo maior é paralelo ao eixo x cujo centro é C(1, 2), além disso, temos a = 3

e b = 2, logo, c = 5. Segue que A1 (1 − 3, 2) = A1 (−2, 2), A2 (1 + 3, 2) = A2 (4, 2), B1 (1, 2 − 2) = B1 (1, 0),
√ √
B2 (1, 2 + 2) = B2 (1, 4), F1 (1 − 5, 2) e F2 (1 + 5, 2).

CÔNICAS
111

2o Caso: Eixo maior paralelo ao eixo y

A equação da elipse com centro em C(h, k) é dada por

(x − h)2 (y − k)2
+ =1
b2 a2

e pode ser deduzida forma análoga a anterior.


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

em que seus vértices são A1 (h, k − a), A2 (h, k + a), B1 (h − b, k) e B2 (h + b, k).

Exemplo 7: Construa uma elipse com centro C(2, 3), com eixo maior medindo 10 unidades, paralelo ao
eixo y, eixo menor medindo 8 unidades e obtenha também sua equação reduzida.

O eixo maior tem medida igual a 10, logo, 2a = 10 e 2b = 8, ou seja, a = 5, b = 4 e, consequente-


mente, c = 3, segue que a equação reduzida é:

(x − 2)2 (y − 3)2
+ = 1.
42 52

Como seu centro é C(2, 3) e o eixo maior é paralelo ao eixo y, então, seus vértices são A1 (2, 3 − 5) =
A1 (2, −2), A2 (2, 3 + 5) = A2 (2, 8), B1 (2 − 4, 3) = B1 (−2, 3), B2 (2 + 4, 3) = B2 (6, 3) e seus focos são
F1 (2, 3 − 3) = (2, 0) e F (2, 3 + 3) = F (2, 6).

Introdução
IV

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 8: Determine o centro, os vértices, os focos e a excentricidade da elipse de equação

25x2 + 9y 2 + 50x − 36y − 164 = 0.

A equação pode ser reescrita por

25x2 + 50x + 9y 2 − 36y − 164 = 0

25(x2 + 2x) + 9(y 2 − 4y) − 164 = 0

25(x2 + 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) − 164 = 0

25[(x + 1)2 − 1] + 9[(y − 2)2 − 4] − 164 = 0

25(x + 1)2 − 25 + 9(y − 2)2 − 36 − 164 = 0

25(x + 1)2 9(y − 2)2 225


+ =
225 225 225
(x + 1)2 (y − 2)2
+ =1
9 25

portanto,
(x + 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 52

Assim, temos a = 5 e b = 3, logo, c = 4, além disso, seu centro é C(−1, 2), seus vértices são A1 (−1, −3),
4
A2 (−1, 7), B1 (−4, 2) e B2 (2, 2), seus focos são F1 (−1, −2), F2 (−1, 6) e a excentricidade é e = = 0, 8.
5

CÔNICAS
113
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Uma elipse pode ser obtida utilizando-se de uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um lápis.
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
Umamedida
com elipse pode ser obtida
superior utilizando-se
a distância de com
entre eles, uma um
madeira
lápis plana, doisopregos,
esticando umsebarbante
barbante obtém oe traço
um lápis.
que
Os dois
nos dá a pregos
elipse. devem
Assistaser fixadosao
também navı́deo
madeira (nos
sobre focos)
a mesa deebilhar
o barbante amarrado em ambos os pregos
elı́ptica:
com medida superior a distância entre eles,
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se com madeira
de uma um lápisplana,
esticando
dois opregos,
barbante
um se obtém oe um
barbante traço que
lápis.
nos dá a elipse. Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
com medida superior a distância entre eles, com um lápis esticando o barbante se obtém o traço que
nos dá a elipse. Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:

<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>

Introdução
IV

A Hipérbole

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano com d(F1 , F2 ) = 2c, ao conjunto dos pontos P (x, y) tais que
o módulo da diferença entre d(P, F1 ) e d(P, F2 ) é uma constante, damos o nome de hipérbole, isto é, se
a é um número real positivo tal que 2a < 2c, a hipérbole é o conjunto dos pontos que satisfaz

|d(P, F1 ) − d(P, F2 )| = 2a.

Os pontos F1 e F2 são os focos e d(F1 , F2 ) = 2c é a distância focal, o centro C da hipérbole é o


ponto médio do segmento F1 e F2 , os ponto A1 e A2 são os vértices em que d(A1 , A2 ) = 2a, o eixo real
é o segmento A1 A2 . O eixo imaginário é o segmento B1 B2 , com d(B1 , B2 ) = 2b, além disso o segmento
B1 B2 é perpendicular ao segmento A1 A2 no ponto C.

CÔNICAS
115
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

c
Chamamos de excentricidade ao número e = , temos também a seguinte relação c2 = a2 + b2 e
a
sendo c > a, logo, e > 1.

Considere o retângulo M N OP , cujos pontos A1 , A2 , B1 e B2 são pontos médios dos segmentos


M N , OP , N O e M P , respectivamente. As retas r e s que passam pelos segmentos M O e N P são
chamadas de assı́ntotas da hipérbole. Essas retas têm as propriedades de, à medida que os pontos da
hipérbole se afastam do foco, esses pontos se aproximam cada vez mais de uma dessas retas, porém nunca
b b
tocam a reta. Observe também, lembrando da trigonometria, que as razões e − correspondem às
a a
inclinações das retas s e r, respectivamente.

Geometricamente, a hipérbole pode ser obtida por meio da interseção do plano com o cone, em
que o plano deve ser paralelo ao eixo do cone.

A Hipérbole
IV

Hipérbole com centro na origem do plano cartesiano

1o caso: Eixo real sobre o eixo x

Seja P (x, y) um ponto da hipérbole com centro C(0, 0) e focos F1 (−c, 0) e F2 (c, 0)

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
temos
|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a
 
| (x + c)2 + (y − 0)2 − (x − c)2 + (y − 0)2 | = 2a
 
(x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a.

Utilizando o mesmo processo da elipse, obtemos

(c2 − a2 )x2 − a2 y 2 = a2 (c2 − a2 )

como c2 = a2 + b2 , logo
b 2 x 2 − a 2 y 2 = a 2 b2

dividindo ambos os lados por a2 b2 , chegamos ao resultado

x2 y 2
− 2 =1
a2 b

b
que é a equação reduzida da hipérbole com vértices A1 (−a, 0), A2 (a, 0) e assı́ntotas y = ± x (equação
a
da reta passando pela origem).

CÔNICAS
117

2o Caso: Eixo real sobre o eixo y

Partindo da definição da hipérbole

|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a

podemos deduzir de maneira análoga a equação

y 2 x2
− 2 = 1.
a2 b

que é a equação da hipérbole com focos F1 (0, −c), F2 (0, c), vértices A1 (0, a), A2 (0, −a) e assı́ntotas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

a
y = ± x, em que c2 = a2 + b2 .
b

x2 y2
Exemplo 9: Obtenha o gráfico da hipérbole cuja equação reduzida é − = 1 e seus elementos
25 16
(centro, focos, vértices, excentricidade e as assı́ntotas).
x2 y2
A equação é do tipo 2
− 2 = 1, logo, a = 5 e o eixo real está sobre o eixo x em que b = 4,
a√ b
como c2 = a2 + b2 , então, c = 41. Para y = 0, temos x = ±5, logo, A1 (−5, 0) e A2 (5, 0) são os vértices
da hipérbole. Note que para x = 0 a equação y 2 = −16 não admite solução no conjunto dos números
reais, ou seja, a hipérbole não intercepta o eixo y,
√ segue que o centro da hipérbole é C(0, 0), seus focos
√ √ 41
são F1 (− 41, 0), F2 ( 41, 0), excentricidade e = = 1, 28 e suas assı́ntotas são retas que passam pela
5
4 4
origem e cujas equações são y = x e y = − x.
5 5

A Hipérbole
IV

Exemplo 10: Dada a equação 4y 2 − 9x2 = 36, obtenha os elementos e o gráfico dessa hipérbole.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos
4y 2 − 9x2 = 36

4y 2 9x2 36
− =
36 36 36
y 2 x2
− 2 =1
32 2

essa última equação nos indica que o eixo real está sobre o eixo y, assim a = 3, b = 2 e lembrando que
√ √ √
c2 = a2 + b2 , logo, c = 13, segue que seus focos são F1 (0, − 13) e F2 (0, 13). Pondo x = 0, obtemos
3
y = ±3, ou seja, seus vértices são A1 (0, −3) e A2 (0, 3). Suas assı́ntotas são y = ± x e a excentricidade
√ 2
13 ∼
e= = 1, 20.
3

CÔNICAS
119

Equação da hipérbole com centro fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Eixo real paralelo ao eixo x

De maneira análoga ao caso da elipse, podemos deduzir a equação da hipérbole com centro C(h, k),
focos F1 (h − c, k), F2 (h + c, k), vértices A1 (h − a, k) e A2 (h + a, k).

(x − h)2 (y − k)2
− =1
a2 b2
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2o Caso: Eixo real paralelo ao eixo y

Nesse caso, temos C(h, k), F1 (h, k − c), F2 (h, k + c), A1 (h, k − a), A2 (h, k + a) e a equação é dada
por
(y − k)2 (x − h)2
− = 1.
a2 b2

A Hipérbole
IV

Exemplo 11: Obtenha a equação da hipérbole sabendo-se que seus vértices são A1 (0, 3), A2 (2, 3) e um
dos seus focos é F (3, 3).

O eixo real  A1 A2 e é paralelo ao eixo x, o centro C é o ponto médio do segmento


 é o segmento
0+2 3+3 
A1 A2 , ou seja, C , = C(1, 3), segue que c = d(C, F ) = (1 − 3)2 + (3 − 3)2 = 2.
2 2

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 √
Além disso, a = d(C, A1 ) = (0 − 1)2 + (3 − 3)2 = 1, como c2 = a2 + b2 logo b = 3, portanto,

(x − 1)2 (y − 3)2
− √ =1
12 ( 3)2

(y − 3)2
(x − 1)2 − =1
3

e, desenvolvendo, obtemos:
3x2 − y 2 − 6x + 6y − 9 = 0.

CÔNICAS
121

Exemplo 12: Dada a equação da hipérbole 16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0, obtenha o centro, os
vértices, os focos, seu gráfico, a excentricidade e suas assı́ntotas.
Temos:
16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0

16(x2 + 4x) − 9(y 2 + 6y) + 127 = 0

16(x2 + 4x + 4 − 4) − 9(y 2 + 6y + 9 − 9) + 127 = 0

16[(x + 2)2 − 4] − 9[(y + 3)2 − 9] + 127 = 0

16(x + 2)2 − 64 − 9(y + 3)2 + 81 + 127 = 0


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16(x + 2)2 − 9(y + 3)2 = −144

16(x + 2)2 9(y + 3)2 −144


− =
−144 −144 −144
(x + 2)2 (y + 3)2
− + =1
9 16
(y + 3)2 (x + 2)2
− = 1.
42 32

Assim, o centro é C(−2, −3), o eixo real é paralelo ao eixo y, a = 4 e b = 3, sendo c2 = a2 + b2 , logo
c = 5. Segue que seus focos são F1 (−2, −3 − 5) = F1 (−2, −8), F2 (−2, −3 + 5) = F2 (−2, 2), seus vértices
são A1 (−2, −3 − 4) = A1 (−2, −7) e A2 (−2, −3 + 4) = A2 (−2, 1). Seu gráfico é

A Hipérbole
IV

c 5
sua excentricidade e = = = 1, 25, suas assı́ntotas são retas do tipo y = mx + k, ou seja,
a 4

y = ±mx + k

a
y =± x+k
b
4
y =± x+k
3
4
o ponto C(−2, −3) pertence às assı́ntotas, logo, para y = x + k1 temos
3

4
−3 = (−2) + k1
3

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ou seja,
1
k1 = −
3
4 1 4
e, portanto, uma das retas é y = x − . Analogamente, para y = − x + k2 , temos
3 3 3

4
−3 = − (−2) + k2
3

17 4 17
segue que k2 = − e, portanto, a outra assı́ntota é y = − x − .
3 3 3

CÔNICAS
123

A Parábola
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Sejam d uma reta e F um ponto não pertencente a d, ambos no plano xy, uma parábola é o
conjunto dos pontos P (x, y) no plano que são equidistantes do ponto F e da reta d, o ponto F é chamado
de foco e d é a diretriz da parábola.

Ou seja, se P (x, y) é um ponto da parábola, então,

d(P, F ) = d(P, d).

O eixo da parábola é a reta que passa pelo foco e é perpendicular a diretriz, a interseção entre seu eixo
com a parábola é um ponto chamado de vértice e denotado por V .

Geometricamente, a parábola é obtida a partir da interseção de um plano com um cone, em que


o plano é paralelo a geratriz desse cone.

A Parábola
IV

Parábola com vértice na Origem do Sistema Cartesiano

1o Caso: Eixo da parábola é o próprio eixo y


p
Seja P (x, y) um ponto da parábola com foco F (0, ), diretriz d e D um ponto da reta d,
2

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assim, temos:
d(F, P ) = d(D, P )
  
p 2  p 2
(x − 0)2 + y − = (x − x)2 + y +
2 2

elevando ambos os lados ao quadrado

 2  2
 p 2  p 2
x2 + y − = y+
2 2

 p 2  p 2
x2 + y − = y+
2 2
p2 p2
x2 + y 2 − yp + = y 2 + yp +
4 4

x2 = 2yp

essa é a equação reduzida da parábola com vértice na origem do plano cartesiano e eixo da parábola
coincidindo com o eixo y. Note que como x2 ≥ 0, logo, 2yp deve ser positivo, o que significa que y e p
devem ter o mesmo sinal. Em particular, se p > 0 a concavidade é voltada para cima, por outro lado, se
p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.

CÔNICAS
125

2oo Caso: Eixo da parábola é o eixo x


2 Caso: Eixo da parábola é o eixo x p 
Seja P (x, y) um ponto da parábola com foco F  p, 0 e diretriz d, usando o raciocı́nio anterior,
Seja P (x, y) um ponto da parábola com foco F 2 , 0 e diretriz d, usando o raciocı́nio anterior,
chegamos na equação 2
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chegamos na equação
2
y 2= 2px.
y = 2px.

Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.
Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.

Aprofunde seus conhecimentos sobre a parábola:


Aprofunde seus conhecimentos sobre a parábola:
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes pde/artigo mirtes tamy gomes
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes pde/artigo mirtes tamy gomes
machado.pdf>
machado.pdf>

A Parábola
IV

Exemplo 13: Dada a equação x2 = 6y, obtenha o foco, a diretriz e seu gráfico.

Sabemos que x2 = 2py, logo, 2p = 6, ou seja, p = 3, segue que a parábola


 tem concavidade voltada
3 3
para cima, como seu vértice é V (0, 0), temos seu foco com coordenadas F 0, , sua diretriz é y = − .
2 2
3
Além disso, se y = , temos
2
3
x2 = 6.
2

x = ±3
   
3 3
portanto, os pontos −3, e 3, também são pontos da parábola.
2 2

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Exemplo 14: Dada a equação y 2 = −20x, obtenha seu gráfico, o foco e a diretriz da parábola.

A equação é do tipo y 2 = 2px, logo, 2p = −20, ou seja, p = −10, portanto, a concavidade é


10
voltada para esquerda. Como seu vértice é V (0, 0), logo, seu foco é F (0 − , 0) = (−5, 0) e a diretriz é
2
10
x=0+ = 5.
2

CÔNICAS
127

Parábola com vértice fora da origem do sistema cartesiano

1o Caso: Parábola com eixo paralelo ao eixo y

Seja V (h, k) o vértice da parábola, partindo da definição d(P, F ) = d(P, d) é fácil de deduzir sua
equação, que é dada por
(x − h)2 = 2p(y − k).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2
Exemplo 15: Obtenha o vértice, o foco, a diretriz e o gráfico da parábola cuja equação é y = − − x.
4
Temos:
x2
+ x = −y
4

x2 + 4x = −4y

x2 + 4x + 4 − 4 = −4y

(x + 2)2 − 4 = −4y

(x + 2)2 = −4y + 4

(x + 2)2 = −4(y − 1)

(x + 2)2 = 2(−2)(y − 1)

assim, h = −2 e k = 1, logo, V (−2, 1), além disso, como p = −2, segue que a concavidade é voltada
para baixo e seu eixo é paralelo ao eixo y com foco F (−2, 1 − 1) = F (−2, 0) e diretriz y = 1 + 1 = 2. É
interessante observar que a equação reduzida nos fornece as coordenadas do vértice, bem como para onde

A Parábola
IV

a concavidade está voltada.


a concavidade está voltada.
Dizemos que x é raiz da equação y = ax2 + bx + c = 0, se a(x )2 + bx + c = 0. Assim, vamos
obterDizemos
as raı́zesque x éexistam)
(caso raiz da dessa
equação 2 + bx + c = 0, se a(x )2 + bx + c = 0. Assim, vamos
y = axou
equação, seja, devemos obter valores de x tais que
obter as raı́zes (caso existam) dessa equação, ou seja, devemos obter valores de x tais que
y=0
y=0
x2
− −x=0
x2 4
− − x=0
4 x2
+x=0
x2 4
+x=0
4 x2 + 4x = 0

x2 + 4x = 0

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x2 + 4x + 4 − 4 = 0
x2 + 4x + 4 − 4 = 0
(x + 2)2 = 4
(x + 2)2 = 4 √
x+2=± 4

x+2=± 4
x = −2 ± 2
x = −2 ± 2
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.

A Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:
A <http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm>
Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:
e confira.
<http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm> e confira.

CÔNICAS
129

2o Caso: O eixo da parábola é paralelo ao eixo x

Seja V (h, k) o vértice da parábola, sua equação é dada por

(y − k)2 = 2p(x − h)
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Exemplo 16: Determine a equação da parábola cuja diretriz é x = 1 e tem foco no ponto F (5, 2).

Sabemos que a diretriz é x = 1, logo, o eixo da parábola é paralelo ao 


eixo x e passapelos pontos
5+1 2+2
F (5, 2) e A(1, 2), como seu vértice é o ponto médio do segmento AF , logo, V , = (3, 2), ou
2 2
seja, h = 3 e k = 2. Note que, como o foco está a direita do vértice, então, a concavidade é voltada para

A Parábola
IV

direita, o que significa que p é positivo, além disso, temos:

p = d(A, F )


p= (5 − 1)2 + (2 − 2)2

p=4

e substituindo na equação abaixo


(y − k)2 = 2p(x − h)

segue que

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(y − 2)2 = 2.(4)(x − 3)

y 2 − 4y + 4 = 8x − 24

y 2 − 4y − 8x + 28 = 0

é a equação da parábola.

CÔNICAS
131

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Caro(a) cursista, nesta unidade, verificamos as possı́veis formas de equações de 2o grau em x e em


y. A primeira cônica que estudamos foi a elipse, que consiste no conjunto de pontos do plano cuja soma
das distâncias a dois pontos fixos é igual a uma constante, a partir dessa definição foi possı́vel deduzir a
equação que representa essa curva, conhecer seus elementos, isto é: seus focos, seus vértices, seu centro e
sua excentricidade. Vimos um caso particular da elipse que é a circunferência, cujos focos coincidem com
o seu centro e concluı́mos este estudo com casos em que a cônica tinha centro fora da origem do plano
cartesiano, porém com eixo maior paralelo a um dos eixos coordenados. A elipse aparece nas curvas que
descrevem as órbitas dos planetas, em estruturas de engenharia para aumentar a rigidez, bem como nas
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mais belas arquiteturas.

Posteriormente, estudamos a hipérbole que por definição é o conjunto de pontos do plano cujo
módulo da diferença das distâncias a dois pontos fixos é uma constante, a partir dessa definição foi possı́vel
deduzir a equação da hipérbole e apresentar seus elementos: seus focos, vértices, seu centro, eixo real e
eixo imaginário, sua excentricidade e suas assı́ntotas. Assim como na elipse, verificamos os casos em que
o centro não era a origem do sistema de coordenadas. A aplicação da hipérbole aparece na construção
de telescópios refletores, nas órbitas dos cometas, nas engenharias, devido as suas propriedades fı́sicas e
estéticas, e aparece nos gráficos de funções de vários ramos das ciências exatas.

Para finalizar, fizemos o estudo da parábola, que é o conjunto de pontos do plano cuja distância
a um ponto fixo e uma reta dada é uma constante, também partindo dessa definição foi possı́vel obter
sua equação e definir seus elementos, a saber: seu foco, sua diretriz, seu vértice e seu eixo. Sua aplica-
ção está presente nos faróis dos carros, fornos solares, antenas parabólicas, nas construções de pontes,
proporcionando estabilidade e economia.

A Parábola
LEITURA COMPLEMENTAR

Sistematização das Cônicas

Apolônio de Perga (262 a.C. - 194 a.C) foi um matemático e astrônomo grego, estudou com
sucessores de Euclides e mais tarde veio a ensinar. Apelidado de Épsilon e também conhecido como “O
Grande Geômetra” foi, provavelmente, um dos maiores e mais originais matemáticos no ramo da geometria
pura, dedicando grande parte de sua vida aos estudos das cônicas.

Sua principal obra, intitulada de “Cônicas”, era composta por oito livros dos quais sete sobrevive-
ram, tal obra teve uma grande importância para a matemática devido ao seu avançado e rigoroso nı́vel
de escrita, sendo comparado a magnı́fica obra “Os Elementos”, de Euclides. Os quatro primeiros livros
tratam das propriedades básicas relacionadas às cônicas, afirmava que de um único cone pode ser obtido
três tipos de secções cônicas: a parábola, a elipse e a hipérbole, nos livros 5 a 7 mostrou como obter
retas tangentes e normais às cônicas, quais poderiam ser desenhadas a partir de um ponto, apresentou a
igualdade e semelhança entre as cônicas e fez um rigoroso estudo dos diâmetros conjugados, na verdade,
são inúmeras as contribuições contidas nessa obra ı́mpar.

Uma das principais teorias presentes em seus livros teve grande aplicação muitos séculos depois,
particularmente no ramo da astronomia, no qual afirmava-se que as órbitas planetárias descreviam cur-
vas cujas formas eram elı́pticas, e não circulares, como se acreditavam na época. Suas teorias até então
puramente matemáticas auxiliaram grandes pensadores nas descrições de fenômenos fı́sicos, até chegar a
formulação da lei da gravitação universal, essa última por Issac Newton (1680). Portanto, não tem como
discutir a importância das suas contribuições tanto para matemática, quanto para a fı́sica.

Caso queira obter maiores informações sobre Apolônio de Perga e sua obra “As Cônicas”, acesse:
<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/apolonio/index.htm>
Acesso em: 04 jan. 2015.
133

Atividade de autoestudo

1) Dada a equação 4x2 + 9y 2 = 36, determine seus vértices, seus focos, a excentricidade e construa seu
gráfico.

2) Construa o gráfico da elipse 144x2 + 25y 2 − 3600 = 0 e obtenha sua excentricidade.

3) Obtenha a equação, as coordenadas dos seus focos e a excentricidade da elipse abaixo.

4) Numa elipse com centro na origem C(0, 0) um dos seus focos tem coordenadas F (0, 8) e eixo menor
medindo 30 unidades. Obtenha a equação e o gráfico dessa elipse.

(x − 2)2 (y + 1)2
5) Construa o gráfico da elipse + = 1 e determine as coordenadas dos seus focos.
4 1

6) Dada a equação 9x2 + 25y 2 + 108x + 200y + 499 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, seus
vértices e seus focos.

7) Obtenha a equação da elipse cujo centro é C(−1, 1), sendo o eixo maior paralelo ao eixo y medindo 8
unidades e o eixo menor medindo 6 unidades.

8) Dada a equação 36x2 + 4y 2 − 72x + 16y − 92 = 0, determine o centro, os vértices, os focos e a excen-
tricidade dessa elipse.
x2 y 2
9) Dada a equação − = 1, obtenha os vértices, os focos, a assı́ntotas e a excentricidade da hipérbole.
9 4

10) Considere a equação −4x2 +y 2 −4 = 0, determine os elementos dessa hipérbole e construa seus gráfico.

11) Obtenha a equação da hipérbole cujos focos são F1 (−1, −3), F2 (5, −3), A1 (0, −3) e A2 (4, −3), seu
gráfico e sua excentricidade.

12) Dada a equação da hipérbole x2 − 3y 2 + 2x + 18y = 23, obtenha seu centro, seus vértices, seus focos,
seu gráfico, sua excentricidade e suas assı́ntotas.

13) Considere a equação x2 = −10y, obtenha o foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.

14) Uma parábola com vértice na origem tem foco F (0, 4) e concavidade voltada para cima, obtenha sua
equação e sua diretriz.

15) Dada a equação x2 − 6x − 4y = −5, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.

16) Dada a equação y 2 + 10x + 2y = 54, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto

V
UNIDADE
QUÁDRICAS

Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer superfícies quádricas.
■■ Identificar suas equações.
■■ Representá-los no sistema de coordenadas tridimensional.

Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Elipsoide
■■ Hiperboloide de uma folha
■■ Hiperboloide de duas folhas
■■ Paraboloide Elíptico
■■ Paraboloide Hiperbólico
■■ Superfície Cônica
■■ Superfície Cilíndrica
137

INTRODUÇÃO

Na unidade 3, estudamos as superfı́cies planas que podem ser representadas pelas equações lineares
em x, y e z, na unidade 4, estudamos equações de segundo grau apenas em x e em y, exclusivamente
no plano cartesiano. Nesta unidade, estudaremos superfı́cies cujas equações são de segundo grau nas
variáveis x, y e z, cujos gráficos são conjuntos de pontos do espaço tridimensional conhecidos como
superfı́cies quádricas, são elas: elipsoide; esfera; hiperboloide de uma folha; hiperboloide de duas folhas;
paraboloide elı́ptico; paraboloide hiperbólico; superfı́cie cônica; superfı́cie cilı́ndrica. Ter pleno domı́nio
do conteúdo da unidade anterior é fundamental para estudar essas superfı́cies.

Desenvolveremos nosso estudo sob a seguinte perspectiva: dada uma equação de uma superfı́cie
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

quádrica, vamos analisar as curvas (ou traços) obtidas pela interseção de planos (convenientemente es-
colhidos) com a quádrica, de uma maneira geral, a escolha do plano se dará preferencialmente com os
planos coordenados, ou seja, planos xy, xz e yz, esses planos são obtidos tomando z = 0, y = 0 e x = 0,
respectivamente. No entanto, teremos casos em que esses planos não interceptarão a superfı́cie dada, em
situações como essa, será necessário fazer uma análise mais criteriosa para decidir como obter os traços
da superfı́cie num plano conveniente. E a partir dos traços obtidos nos três planos, será possı́vel desenhar
a superfı́cie. Apesar da dificuldade em fazer um desenho de uma superfı́cie tridimensional numa folha de
papel, veremos que basta observar a equação para sabermos de que superfı́cie estamos tratando, ou seja,
cada quádrica tem uma equação particular, assim como a reta, a parábola, a elipse no plano.

Portanto, o que pretendemos aqui é que dada uma equação, o cursista consiga identificar de qual
superfı́cie estamos tratando e que procure, na medida do possı́vel, desenhar seu gráfico, pois, reconhecer
essas superfı́cies e suas equações é de extrema importância no futuro estudo do cálculo vetorial.

Introdução
V

SUPERFÍCIES QUÁDRICAS

Uma equação do 2o grau com três variáveis x, y e z tem a seguinte forma:

ax2 + by 2 + cz 2 + 2dxy + 2exz + 2f yz + mx + ny + pz + q = 0

com pelo menos uma das constante a, b, c, d, e ou f não nula, ela representa uma superfı́cie quádrica.
Quando essa superfı́cie for cortada por algum plano paralelo aos planos das coordenadas (x, y ou z igual
a uma constante), sua interseção será uma curva cônica, como veremos nos próximos exemplos. Através
de uma mudança de coordenadas (rotação e/ou translação), essa equação pode assumir uma das seguintes

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formas:
Ax2 + By 2 + Cz 2 = D (quádrica centrada)

ou ⎧

⎪ Ax2 + By 2 + Cz = 0



Ax2 + By + Cz 2 = 0 (quádrica não centrada)





Ax + By 2 + Cz 2 = 0

que são os casos que abordaremos nesta unidade.

Superfı́cies Quádricas Centradas

A equação abaixo
x2 y 2 z 2
± ± 2 ± 2 =1
a2 b c

é chamada de forma canônica (ou padrão) de uma superfı́cie quádrica centrada. De acordo com a combi-
nação dos sinais, existem três possibilidades, a saber:
- três sinais positivos (elipsoide);
- dois sinais positivos e um negativo (hiperboloide de uma folha);
- um sinal positivo e dois negativos (hiperboloide de duas folhas);
- três sinais negativos, nesse caso, não existe superfı́cie.

QUÁDRICAS
139

Elipsoide

Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 b c

em que a, b e c são constantes reais positivas, ao conjunto de pontos P (x, y, z) que satisfazem essa equação
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damos o nome de elipsoide. Note, primeiramente, que se P (x, y, z) é um ponto da superfı́cie, então o
ponto P  (−x, −y, −z) também pertence a superfı́cie, pois satisfaz a equação dada, ou seja, a superfı́cie
é simétrica em relação a origem, além disso, o ponto P  (−x, y, z) também pertence a superfı́cie, logo, a
superfı́cie é simétrica em relação ao plano yz, a mesma simetria ocorre com relação aos planos xy e xz.
Agora, para z = 0, o plano xy corta a superfı́cie segundo o traço de uma elipse de equação

x2 y 2
+ 2 = 1, z = 0.
a2 b

Analogamente, para y = 0, temos uma elipse no plano xz e também para x = 0 outra elipse no plano yz.

Elipsoide
V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em particular, se a = b = c, temos
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 a a

que representa uma superfı́cie esférica com raio r = a cuja equação é dada por

x 2 + y 2 + z 2 = a2 .

Se pelo menos dois valores de a, b ou c são iguais, dizemos que o elipsoide é de revolução. Quando o
centro do elipsoide é o ponto C(h, k, l) com eixos paralelos aos eixos coordenados, sua equação tem forma:

(x − h)2 (y − k)2 (z − l)2


+ + = 1.
a2 b2 c2

QUÁDRICAS
141

x2 y 2 z 2
Exemplo 1: Obtenha a superfı́cie do elipsoide cuja equação é + + = 1.
4 9 1
x2 y 2
No plano xy, isto é, quando z = 0, temos uma elipse cuja equação é + = 1, analogamente,
4 9
x2 z2 y2 z2
nos planos xz e yz obtemos as equações + = 1 e + = 1 que também são elipses, assim,
4 1 9 1
graficamente, temos um elipsoide cujo gráfico é representado pela figura abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

(x − 1)2 (y − 1)2 (z − 1)2


Exemplo 2: Verifique que a equação + + = 1 representa um elipsoide.
9 25 9
(x − 1)2 (y − 1)2
A superfı́cie tem centro C(1, 1, 1), suas equações são + = 1 no plano xy,
9 25
(x − 1)2 (z − 1)2 (y − 1)2 (z − 1)2
+ = 1 no plano xz e + = 1 no plano yz, note também que a = c = 3,
9 9 25 9
portanto, a superfı́cie é um elipsoide de revolução.

Superfície Quádricas
V

Atualmente, existem vários softwares disponı́veis na web que constroem gráficos tridimensionais. Um
Atualmente,
programa existem
fácil de vários
utilizar, comsoftwares disponı́veis
gráficos de na web eque
ótima qualidade queconstroem gráficos
pode auxiliar tridimensionais.
o estudo Um
das quádricas
é oprograma fácil de
Autograph, utilizar,em:
disponı́vel com gráficos de ótima qualidade e que pode auxiliar o estudo das quádricas
é o Autograph, disponı́vel em:
<http://www.autograph-maths.com/download/>
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Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As pesquisas na área de Educação Matemática promovem reflexões sobre como a forma tradicional de
As pesquisas
ensino pode ser na área de
inovada Educação
por meio de Matemática promovem reflexões
estratégias diferenciadas, sobre
que visem comomelhor
a uma a formaqualidade
tradicional
no de
ensino de
processo pode ser inovada por meio
ensinoaprendizagem de estratégias diferenciadas, que visem a uma melhor qualidade no
da Matemática.
processo
A nossa de ensinoaprendizagem
prática da Matemática.
profissional, com estudantes da Licenciatura em Matemática e cursos de Engenharias,
A nossa
revelou práticaéprofissional,
o quanto com os
difı́cil trabalhar estudantes da Licenciatura
tópicos planos, cilindros em Matemática
e quádricas nas edisciplinas
cursos de Engenharias,
Geometria
revelou ou
Analı́tica o quanto
Cálculoé Diferencial
difı́cil trabalhar os tópicos
e Integral, planos,
seja por cilindros
reduzida cargae horária
quádricas nasesses
para disciplinas Geometria
conteúdos, seja
Analı́tica
pela ou Cálculo
dificuldade que os Diferencial
estudantes etêm
Integral, seja por reduzida
na visualização carganohorária
geométrica espaçopara esses conteúdos,
tridimensional ou, naseja
pela dificuldade
relação quevisuais
entre questões os estudantes têm na visualização geométrica no espaço tridimensional ou, na
e analı́ticas.
Asrelação entre dos
dificuldades questões visuaisnos
estudantes e analı́ticas.
tópicos de geometria perpassam toda a educação básica, chegando
ao As dificuldades
ensino superior.dos estudantes
Essa nosé evidenciada
deficiência tópicos de geometria
por váriosperpassam toda em
pesquisadores a educação
Educaçãobásica, chegando
Matemática,
aocomo
tais ensinoLorenzato
superior. (1995),
Essa deficiência é evidenciada
Dante (1988) por (1993).
e Pavanello vários pesquisadores em Educação
Essa defasagem Matemática,
gera dificuldades de
tais como Lorenzato
aprendizagem, (1995),na
principalmente Dante (1988)Geometria
disciplina e Pavanello (1993).e Essa
Analı́tica defasagem
em tópicos gera dificuldades
do Cálculo Diferencial de
aprendizagem, principalmente na disciplina Geometria Analı́tica e em tópicos do Cálculo Diferencial
e Integral.
e Integral.

Parte extraı́da do artigo disponı́vel em:


Parte extraı́da do artigo disponı́vel em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-636X2013000300011&script=sci arttext>
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-636X2013000300011&script=sci
Acesso em: 04 jan. 2015. arttext>

Acesso em: 04 jan. 2015.

QUÁDRICAS
143

Hiperboloide de Uma Folha


Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =1
a2 b c

com a, b e c termos positivos, quando dois sinais são positivos e um negativo a superfı́cie é chamada de
hiperboloide de uma folha, em relação a equação anterior, o hiperboloide está ao longo do eixo z. O
x2 y 2
plano xy intercepta a superfı́cie segundo uma elipse de equação 2 + 2 = 1,
a b

x2 z 2 y2 z2
já nos planos xz e yz temos as equações − 2 = 1 e 2 − 2 = 1 que representam hipérboles.
a2 c b c

Hiperboloide de uma folha


V

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando a = b, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido pela rotação de uma hipérbole em torno
do eixo z.

As outras formas de hiperboloide de uma folha são:

x2 y 2 z 2
− 2 + 2 = 1 ao longo do eixo y
a2 b c

e
x2 y 2 z 2
− + 2 + 2 = 1 ao longo do eixo. x
a2 b c

QUÁDRICAS
145

x2 y 2 z2
Exemplo 3: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é+ − = 1.
9 4 16
x2 y 2
No plano z = 0, temos uma elipse de equação 2 + 2 ,
3 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2 z 2 y2 z2
nos planos y = 0 e x = 0, temos hipérboles de equações − 2 =1e 2 − 2 =1
32 4 2 4

e graficamente

Hiperboloide de uma folha


V

Hiperboloide de Duas Folhas

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A superfı́cie com equação
x2 y 2 z 2
− + 2 − 2 =1
a2 b c

é chamada de hiperboloide de duas folhas ao longo do eixo y, em que a, b e c são constantes reais
positivas.

Nos planos xy e yz, temos as equações

x2 y 2 y2 z2
− + 2 =1e 2 − 2 =1
a2 b b c

que representam duas hipérboles

QUÁDRICAS
147

Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Observe que quando y = 0 o plano xz não intercepta a superfı́cie, mais ainda, para qualquer plano
y = k, com −b < k < b, esses planos não interceptam a superfı́cie. Por outro lado, para qualquer valor
de y = k com k > b ou k < −b, a interseção entre o plano e a superfı́cie é uma elipse, particularmente, se
a = c, a elipse é uma circunferência, portanto, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido rotacionando
uma hipérbole em torno do eixo real y.

As outras formas canônicas dessa superfı́cie são:

x2 y 2 z 2
− 2 − 2 = 1 ao longo do eixo x
a2 b c

e
x2 y 2 z 2
− − 2 + 2 = 1 ao longo do eixo z.
a2 b c

Hiperboloide de duas folhas


V

x2 y2 z2
Exemplo 4: Dada a equação − + − = 1, obtenha seus gráficos nos planos coordenados e sua
4 16 25
superfı́cie.

A superfı́cie é um hiperboloide de duas folhas ao longo do eixo y. Nos planos x = 0 e z = 0, temos,


y2 z2 x2 y 2
respectivamente, hipérboles com equações 2 − 2 = 1 e − 2 + 2 = 1, cujos gráficos são:
4 5 2 4

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, a superfı́cie pode ser representada conforme o gráfico abaixo:

Observe que para valores y = k, com |k| > 4 os planos y = k interceptam a superfı́cie segundo uma elipse
de equação
x2 z 2 k2
2
+ 2 = −1
2 5 16
x2 z2
por exemplo, para k = 5, temos uma elipse cuja equação é  2 +  2 = 1.
3 15
2 4

QUÁDRICAS
149

Superfı́cies
Superfı́cies Quádricas
Quádricas Não
Não Centradas
Centradas

As
As equações
equações




⎪ 2 2
⎪ Ax
⎪ Ax2 ++ By
By 2 +
+ Cz
Cz = = 00



2 2
Ax 2 + By + Cz 2 = 0

⎪ Ax + By + Cz = 0




⎩ Ax + By 22 + Cz 22 = 0
Ax + By + Cz = 0

podem
podem ser
ser reescritas
reescritas em
em uma
uma das
das seguintes
seguintes formas
formas

xx22 yy22
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

± a22 ±
± ± b22 =
= cz,
cz,
a b
2
xx2 zz 22
± a22 ±
± ± c22 =
= by
by
a c
ou
ou
yy22 zz22
±
± b22 ±
± c22 =
= ax
ax
b c

que
que são
são chamadas
chamadas de
de forma
forma canônica
canônica da
da superfı́cie
superfı́cie quádrica.
quádrica. De
De acordo
acordo com
com as
as combinações
combinações dos
dos sinais
sinais
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:

-- Sinais
Sinais iguais
iguais (Paraboloide
(Paraboloide Elı́ptico).
Elı́ptico).
-- Sinais
Sinais contrários (Paraboloide Hiperbólico).
contrários (Paraboloide Hiperbólico).

Conheçam
Conheçam outros
outros aplicativos
aplicativos que
que podem
podem auxiliá-los
auxiliá-los em
em seus
seus estudos:
estudos:
-- Maple
Maple <http://www.maplesoft.com/>.
<http://www.maplesoft.com/>.
-- Winplot
Winplot <http://math.exeter.edu/rparris>.
<http://math.exeter.edu/rparris>.
-- Cabri
Cabri <http://www.cabri.com/>.
<http://www.cabri.com/>.

Hiperboloide de duas folhas


V

Paraboloide Elı́ptico

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A equação
x2 y 2
+ 2 = cz
a2 b

representa uma superfı́cie quádrica denominada de paraboloide elı́ptico ao longo do eixo z.


x2 y 2
Para o plano z = 0, temos a equação + = 0, logo, x = 0 e y = 0, ou seja, a origem (0, 0, 0) é
a 2 b2
o único do plano xy. Supondo que c seja uma constante positiva, nos planos xz e yz, temos as equações
x2 = a2 cz e y 2 = b2 cz cujos gráficos são parábolas.

QUÁDRICAS
151

Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Quando c > 0 e k é uma constante positiva, o plano z = k intercepta essa superfı́cie segundo uma
elipse
x2 y2
2
+ 2 =1
a ck b ck

em particular, se a = b, a elipse é uma circunferência e, portanto, a superfı́cie é um paraboloide de


revolução e pode ser obtido rotacionando uma parábola em torno do eixo z. Quando k < 0, o plano z = k
não intercepta a superfı́cie.

Por outro lado, se c é uma constante negativa, a superfı́cie está abaixo do plano xy, ou seja, está
na região z ≤ 0.

Paraboloide Elíptico
V

As outras duas possibilidades de paraboloide elı́ptico são

x2 z 2
+ 2 = by ao longo do eixo y
a2 c

e
y2 z2
+ 2 = ax ao longo do eixo x.
b2 c

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y2
Exemplo 5: Considere a equação + = 2z, obtenha seus gráficos nos planos xz, yz e depois sua
4 9
superfı́cie.

A equação dada representa um paraboloide elı́ptico na parte positiva ao longo do eixo z. Assim,
nos planos xz e yz temos, respectivamente, as seguintes equações x2 = 8z e y 2 = 18z, cujos gráficos são
x2 y2
parábolas com vértice na origem. Particularmente, no plano z = 2 temos a seguinte elipse 2 + 2 = 1,
4 6
assim, o gráfico fica representado da seguinte forma.

QUÁDRICAS
153

Paraboloide Hiperbólico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Uma superfı́cie com equação


x2 y 2
− + 2 = cz
a2 b

é chamada de paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z, também conhecida por sela de cavalo.

No plano xy, temos


x2 y 2
− + 2 =0
a2 b

logo,
b
y=± x
a

e, portanto, o plano xy corta a superfı́cie segundo duas retas.

Paraboloide Hiperbólico
V

Os planos xz e yz interceptam a superfı́cie segundo parábolas com equações

x2 = −ca2 z e y 2 = cb2 z

cujas concavidades estão voltadas para sentidos opostos. Assim, supondo c uma constante positiva, temos
os seguintes gráficos.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sua superfı́cie pode ser representada pela figura abaixo:

Se k �= 0, o plano z = k corta a superfı́cie segundo uma hipérbole, em particulcar, se k > 0 o eixo


focal é o eixo y e a hipérbole está situada num plano acima do plano xy, por outro lado, se k < 0, o eixo
focal é o eixo x e está situado abaixo do plano xy.

QUÁDRICAS
155

As outras formas de paraboloide hiperbólico podem ser representadas pelas equações

z 2 x2
− 2 = by ao longo do eixo y
c2 a

e
z2 y2
− 2 = ax ao longo do eixo x
c2 b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Exemplo 6: Obtenha os traços nos planos coordenados e depois a superfı́cie da quádrica cuja equação é
x2 y 2
− + = 3z.
4 1
De acordo com a equação, temos um paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z. Assim, nos planos
yz e xz, temos parábolas cujas equações são y 2 = 3z e x2 = −12z, respectivamente.

Paraboloide Hiperbólico
V

x x
No plano xy, temos duas retas cujas equações são y = e y = − . Particularmente, no plano
2 2
x2 y 2
z = 3, temos uma hipérbole com equação − + = 1.
36 9

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, obtemos o gráfico abaixo.

Um site interessante com materiais sobre geometria plana e espacial é “O GeoGebra”, no link a seguir
temos um exemplo de “Superfı́cies e Curvas Parametrizadas”:

<http://ogeogebra.com.br/site/?p=468>

QUÁDRICAS
157

Superfı́cie Cônica
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

A superfı́cie com equação


x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =0
a2 b c

é denominada de cone quádrico ao longo do eixo z. A interseção do plano z = 0 com essa superfı́cie é
o ponto (0, 0, 0) chamado de vértice do cone. Nos planos xz e yz temos duas retas em cada plano, são
x y
elas z = ± e z = ± .
a b

Superfície Cônica
V

Graficamente, temos:

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora, se k �= 0, o plano z = k é uma elipse, em particular, quando a = b temos circunferências e,
x
portanto, o cone é de revolução e pode ser gerado pela rotação da reta z = em torno do eixo z, essa
a
reta é chamada de geratriz no cone.
x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2
As outras formas de cone são − + + = 0 ao longo do eixo x e 2 − 2 + 2 = 0 ao longo
a 2 b2 c 2 a b c
do eixo y, cujas superfı́cies estão representadas abaixo.

QUÁDRICAS
159

Exemplo 7: Considere a equação 9x2 + 4y 2 = z 2 , obtenha suas interseções nos planos xz e yz, depois
sua superfı́cie.

A equação dada pode ser reescrita na seguinte forma

x2 y2
2 + = z2
(1/3) (1/2)2

e representa um cone ao longo do eixo z. Nos planos xz e yz, temos retas com equações z = ±3x e
z = ±2y.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

x2 y 2
Na interseção do plano z = 6 com a superfı́cie, temos uma elipse de equação + = 1. Portanto,
4 9
seu gráfico pode ser representado conforme superfı́cie abaixo.

Superfície Cônica
V

Superfı́cie Cilı́ndrica

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja C uma curva num plano π e t uma reta fixada que corta esse plano, uma superfı́cie cilı́ndrica
é a superfı́cie gerada por uma reta r que se move ao longo da curva C e é paralela a reta t, a reta r é
chamada de geratriz do cilindro descrito pela diretriz C.

Vamos considerar apenas as superfı́cies cilı́ndricas cuja diretriz seja uma curva situada em um
dos planos xy, xz ou yz e que a geratriz seja paralela a um dos eixos x, y ou z. Assim, se C é uma
curva cônica, o cilindro é quádrico, ou seja, podemos ter um cilindro circular, cilindro elı́ptico, cilindro
parabólico ou um cilindro hiperbólico conforme a curva C. É interessante observar que dada a equação de
uma superfı́cie cilı́ndrica, essa equação não tem uma das variáveis, justamente suas geratrizes são paralelas
ao eixo dessa variável, como veremos nos próximos exemplos.

QUÁDRICAS
161

Exemplo 8: Dada a equação x2 = 6y, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica dessa quádrica.

Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k temos
2
aExemplo 8: Dada
mesma equação daaparábola
equação x
x2 == 6y, obtenha
6y cuja a superfı́cie
representação é acilı́ndrica
mesma que dessa
no quádrica.
plano xy.
Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k temos
a mesma equação da parábola x2 = 6y cuja representação é a mesma que no plano xy.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

Assim, temos a superfı́cie que é um cilindro parabólico.

Assim, temos a superfı́cie que é um cilindro parabólico.

É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?

Superfície Cilíndrica
V

x2
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx,
a equação representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode x2representada de acordo com a figura a
ser
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
seguir. 4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx,
a equação representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode ser representada de acordo com a figura a
seguir.

Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, coloca-se os eixos dispostos da
seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno e,
o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores ouvirmos queixa
Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, coloca-se os eixos dispostos da
dos alunos quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma superfı́cie.
seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno e,
Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos eixos
o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores ouvirmos queixa
cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para baixo”,
dos alunos quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma superfı́cie.
então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e para nos auxiliar em nossa
Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos eixos
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para baixo”,
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e então você poderia caminhar
então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e para nos auxiliar em nossa
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e então você poderia caminhar
Fonte: prof Ivnna Gurniski Carniel
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.

Fonte: prof Ivnna Gurniski Carniel

QUÁDRICAS
163

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, finalizamos nossos estudos da Geometria Analı́tica com as superfı́cies quádricas,
vimos que, para construção de seus gráficos, primeiramente, escolhemos planos convenientes de maneira a
obter a interseção entre o plano e a superfı́cie analisada, obtendo o que chamamos de traço. Obviamente
que, quanto maior número de traços, mais fácil fica para descrever a superfı́cie estudada. A primeira
quádrica que vimos foi o elipsoide com centro na origem do sistema cartesiano, verificamos que seus
traços nos planos coordenados são sempre elı́pticos e que a esfera é um caso particular do elipsoide,
em que seus traços nos planos são circunferências. A forma do elipsoide está presente no formato dos
planetas, em balões, na natureza (alguns vegetais), na bola de futebol americano e em algumas construções
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.

de engenharia devido a sua beleza.

A segunda superfı́cie estudada foi o hiperboloide de uma folha com centro na origem, cujos traços
nos planos correspondem a duas hipérboles e no outro plano uma elipse, logo depois fizemos o estudo
do hiperboloide de duas folhas, cujos traços também eram: duas hipérboles e o outro traço com forma
elı́ptica. Essas superfı́cies estão presentes em muitas construções devido a sua beleza arquitetônica. Na
sequência, vimos o paraboloide elı́ptico cujos traços eram duas parábolas e uma elipse e, posteriormente,
o paraboloide hiperbólico, em que seus traços eram duas retas num plano e nos outros planos parábolas,
sendo uma parábola com concavidade voltada para baixo e a outra no outro plano com concavidade
voltada para cima, tendo as duas parábolas seus eixos em comum.

Fizemos também um estudo sobre a superfı́cies cônica, em que suas interseções eram duas retas
em cada um dos dois planos coordenados e uma elipse no terceiro plano. E, finalizando, vimos as super-
fı́cies cilı́ndricas, cuja equação tinha a ausência de uma das variáveis e, portanto, uma curva no plano
determinado pelas variáveis existentes, curva essa que dava caracterı́stica da superfı́cie cilı́ndrica.

Espero que o leitor tenha percebido que apesar do grande número de tipos de superfı́cie, existem
duas formas de indentificar uma quádrica, uma seria obtendo seus traços nos planos e a outra seria
decorando os vários tipos de equações quádricas.

Superfície Cilíndrica
LEITURA COMPLEMENTAR

Arquimedes e as Quádricas

Arquimedes (287 a.C. - 212 a.C) nasceu e foi morto em Siracusa, na ilha grega de Secı́lia (atual-
mente: pertencente à Itália). Quando jovem, estudou em Alexandria, com os discı́pulos de Euclides, foi
matemático, engenheiro, fı́sico, inventor e astrônomo. A genialidade de Arquimedes como fı́sico e mate-
mático só é comparável com Isaac Newton no séc. XVII. Como contribuição para matemática, deixou
uma vasta e original produção sobre geometria plana e espacial.

Em particular, para geometria espacial, há dois tratados que demonstram riquı́ssimas teorias em
relação aos sólidos de revolução, a saber: Conoides e Esferoides: que descrevem sólidos de revolução
gerados por elipses, parábolas e hipérboles em torno dos seus próprios eixos (conhecidas atualmente por
quádricas de revolução); Esfera e Cilindro: com demonstrações sobre o cálculo do volume e da área desses
sólidos. Arquimedes mostrou como calcular as áreas e volumes das superfı́cies obtidas por seções planas
sobre a esfera (calotas e segmentos) e sobre o cilindro, utilizando a técnica da exaustão precendente ao
cálculo infinitesimal.

Assim, do que atualmente denomina-se o estudo das quádricas, podemos dizer que deve-se funda-
mentalmente aos estudos de Arquimedes, obviamente não podemos deixar de lembrar das contribuições
de Apolônio de Perga com seus livros sobre as cônicas.

A pedido de Arquimedes, foi gravada na lápide de seu túmulo a representação de uma esfera
inscrita num cilindro circular reto, ele tinha provado que o volume da esfera tinha 2/3 do volume do
cilindro, bem como a área da esfera tinha 2/3 da área total do cilindro, esses últimos fatos considerado
por ele suas maiores descobertas.
165

Atividade de autoestudo

Identifique a quádrica em cada atividade a seguir.

1) Dada a equação
x2 y2 z2
+ + =1
9 16 25

obtenha seus traços, isto é, a interseção da superfı́cies com os planos coordenados xy, xz e yz.

2) Esboce os gráficos das superfı́cies quádricas das seguintes equações:


x2 y 2 z 2
a) x2 + y 2 + z 2 = 36 b) + + =1
4 4 9

3) Para cada equação, obtenha os traços nos planos coordenados e esboce o gráfico de sua superfı́cie:
x2 y 2 z 2
a) + − =1 b) y 2 + z 2 = 1 + x2
2 4 9

x2 z2
4) Considere a equação − − + y 2 = 1, obtenha a interseção nos planos coordenados e depois sua
9 4
superfı́cie.

5) Construa o gráfico de cada quádrica:


y2 z2
a) x2 + 4y 2 = 12z b) + = 2x
9 4

x2 y 2 z
6) Dada a equação − + = , construa seu gráfico obtendo os traços nos planos coordenados.
16 9 4

7) Represente o gráfico de cada equação:


y2 z2
a) x2 + y 2 = 9z 2 b) −x2 + + =0
25 9

8) Para cada caso abaixo, obtenha a superfı́cie cilı́ndrica:


z 2 x2
a) x2 = −14y d) + =1
9 4
b) z 2 = 4y e) x2 − 4y 2 = 16
c) y − x = 0 f) x2 + y 2 = 49
167
CONCLUSÃO
CONCLUSÃO DO LIVRO

Caro(a) leitor(a), escrever um material sobre Geometria Analı́tica foi um grande desafio, visto a
enorme responsabilidade, por se tratar de uma das bases da matemática do ensino superior, e também de
extrema importância para as mais diversas áreas de conhecimento, das ciências exatas e engenharias. A
proposta deste material foi apresentar a Geometria Analı́tica de maneira construtiva, com muitos exemplos
e ilustrações que pudessem facilitar a compreensão dos assuntos abordados.

Nas unidades 1 e 2, fizemos um estudo bem detalhado com os vetores, sua interpretação geomé-
trica por meio de coordenadas, vimos o conceito de combinação linear, produto interno, produto vetorial
e produto misto. É importante saber que estas duas primeiras unidades têm extrema importância para
disciplina da Fı́sica, pois essas teorias auxiliam na descrição de vários fenômenos fı́sicos, desde a mecâ-
nica clássica até o eletromagnetismo. Na unidade seguinte, estudamos as retas e os planos, deduzimos
várias equações, sempre partindo dos conceitos estudados nas unidades anteriores, mostrando, assim, a
importância dos vetores com suas teorias.

Dando continuidade em nossos estudos, vimos as equações de grau dois com duas variáveis no
plano cartesiano e obtemos as curvas cônicas. E para concluir, na unidade 5, fizemos um estudo bem
detalhado das superfı́cies quádricas, sendo essa última um dos principais objetivos deste material.

Espero que o livro apresentado aqui possa, de alguma maneira, ter contribuı́do para seu aprendi-
zado e, principalmente, tenha dado uma base sólida para continuidade dos seus estudos.
169
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA

BOLDRINI, J. M., et al. Álgebra Linear. 3 ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.

BOULOS, P., CAMARGO, I. GEOMETRIA ANALÍTICA - um tratamento vetorial. São Paulo:


Makron Books do Brasil, 1987.

CALLIOLI, C. A., et al. Álgebra Linear e Aplicações. 6 ed. São Paulo: Atual, 1990.

SANTOS, N. M. Vetores e Matrizes. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora
S.A., 1985.

STEINBRUCH, A., WINTERLE, P. Geometria Analı́tica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
171
GABARITO 153

GABARITO

Unidade I

1)
a) X = 4 e) X = −2 i) X = 6
b) X = −4 f ) X = −2 j) X = −5
c) X = −4 g) X = 6 l) X = −1
d) X = −4 h) X = 3 m) X = 2

2) 3)
a) D(7, 7) a) 2
b) F (−2, 0) b) − 2 h) 5
c) D(3, 1) c) − 2 i) 5
d) K(7, 3) d) 2 j) 0
e) I(−7, 1) e) − 8 k) 5
f ) J(1, 5) f) − 8 l) − 2
g) L(5, −1) g) 0 m) − 10
h) M (8, 6) n) 1

4) 5) 6)
a) (1, −1) a) (−1, −1, 2) Desenho de vetores
b) (2, 0) b) (2, 0, −2)
c) (0, 0) c) (9, −1, −8)
d) (2, 0) d) √(3, −5, 2)
e) (0, 0) e) √ 2
f ) (2, 0) f ) 2√ 2
g) (0, 2) g) 3√ 2
h) (2, 0) h) 6
i) 1√
j) 2
k) 2√
l) 2 2

7) 8) 9)
a) �v + 2�u (−4, −1) = −1(−1, 2)+1(−5, 1) �u e �v não são paralelos
b) 2�v − �u
c) 2(�v − �u)
d) �v − �u
GABARITO

154

10) 11) 12)


5
a=5eb= a) Não a) Tente mostrar por absurdo
6
b) Sim que �u e �v são LD.
b) w
� = 2(−1, 2, 1) + 3(0, 1, 3)

13) 14)
a) LD a) sim
7 14
b) �x = ( , 0, − ) b) não
5 5

Unidade II

1)
i) 4
a) 6 e) 0 j) − 17
b) − 6 f) 0 k) 4
c) 6 g) 1 l) 0
d) 11 h) − 3 m) − 10

2)
√ 3)
√ 4)
2 26
�u e �v são ortogonais
2 26

5) 6) 7)
a) m = −1 ou m = 4 demonstração (8, −8, −2)
b) w
� = (−3, −9)

8) 9) 10)
√
√ √ √ √ 
38 a) 2 2 3 7 3 3
,− ,−
√ 15 15 3
b) 2 3

11) 12) 13)


a) 8 a) − 2 28
b) − 8 b) 6
c) 8
173
GABARITO

155

14) 15) 16)


1 demonstração demosntração

Unidade III

1) 2) 3)




 x = 1+a−b 25x + 13y + 3z − 1 = 0 −x + 3y + 2z − 3 = 0

a) y = −2 + 6a + 3b




z = 3 − 4a + b

b) O ponto E(2, 1, 0) pertence ao


plano π.
c) O sistema não tem solução, logo
F (1, 1, 1) não pertence ao plano π.

d) 53

4) 5) 6) √
13 42
−x + 3y − 3z + 19 = 0 equação geral: −x + 3y − 3z + 19 = 0 cos θ = = 66, 34o
→θ∼
210
equação paramétrica:





 x = 1 − 3p + 3q

 y = −1 + p



z = 5 + 2p − q

7) 8) b)
−x + 3 −y + 2 −z + 4
 

 x = 2 + 5λ 
 x = 3 − 4λ = = =λ
4 2 2

 

 
y = −1 + λ a) y = 2 − 2λ

 

O ponto D não pertence a reta.

 

z = 3 − 5λ z = 4 − 2λ
 

O ponto C pertence a reta.

9) 10)
 



 x = 1−λ 


 x = −23λ
 
 y = 2 + 2λ  y = −2 − 10λ

 

 
z = 5 z = 3 + 6λ
 
GABARITO
156

11)
a) b) c)
Os planos não são paralelos, São paralelos. São paralelos.
nem coincidentes.

12) 13) 14) 15)


k = 31 demonstração = 27, 5o
θ = arccos(0, 8870) ∼ demonstração

16) √ √ √
4 3 5 14 3 2
a) b) c) 0. d)
3 14 2

17)
√ 18) 19)
7 1406
r e s são paralelas d(s, r) ∼
= 2, 8948
38
d(r, s) = 3, 2571

Unidade IV

1)
Vértices: A1 (−3, 0) , A2 (3, 0), B1 (0, 2) e B2 (0, −2)
√ √
Focos: F1 (− 5, 0) e √ F2 ( 5, 0)
5
Excentricidade: e =
3


119
2) e =
12

x2 y2 15 ∼
3) 2
+ 2 = 1, focos: F1 (0, −15) e F2 (0, 15), excentricidade: e = = 0, 88.
17 8 17

x2 y2
4) Equação: + = 1.
152 172

√ √
5) Focos: F1 (2 − 3, −1) e F2 (2 + 3, 1)

(x + 6)2 (y + 4)2
6) Equação reduzida: 2
+ = 1, centro: C(−6, −4), vértices: A1 (−11, −4) , A2 (−1, −4),
5 32
B1 (−6, −7) e B2 (−6, −1), focos: F1 (−10, −4) e F2 (−2, −4)
175
GABARITO

157

(x + 1)2 (y − 1)2
7) Equação: + = 1.
32 42


8) Centro: C(1, −2), vértices: A1 (−1, −2), A2 (3, −2), B1 (1, −8) e B2 (1, 4), focos: F1 (1, −2 − 32) e
√ √
F2 (1, −2 + 32), excentricidade: e = 632 ∼= 0, 94.

√ √
9) Vértices: A1 (−3, 0) e A2 (3, 0), focos: F1 (− 13, 0) e F2 ( 13, 0), assı́ntotas: y = 32 x e y = − 23 x, excen-

13 ∼
tricidade: e = = 1, 20.
3


√ √ 5∼
10) Vértices: A1 (0, −2) e A2 (0, 2), focos: F1 (0, − 5) e F2 (0, 5), excentricidade: e = = 1, 12
2

(x − 2)2 (y + 3)2 3
11) Equação: − = 1 e excentricidade e = .
4 5 2

12) Centro: C(−1, 3), vértices: A1 (−1, 2) e A2 (−1, 4), √focos: F1 (−1, 1) e F2 (−1, 5), assı́ntotas: y =
1 1 68
√ x + 3, 577 e y = − √ x + 2, 423, excentricidade: e = √ ∼ = 1, 16.
3 3 51

13) Foco: F (0, −5/2) e diretriz: y = 5/2.

14) ) Equação x2 = 16y, diretriz: y = −4

15) Vértice: V (3, −1), foco: F (3, 0) e diretriz: y = −2.

16) Vértice: V (5, 5; −1), foco: F (3, −1) e diretriz: x = 8.

Unidade V

1) elipsoide

2) a) esfera b) elipsoide
GABARITO
158

3) a) hiperboloide de 1 folha (z) b) hiperboloide de 1 folha (x)

4) hiperboloide de 2 folhas (y)

5) a) paraboloide elı́ptico (z) b) paraboloide elı́ptico (x)

6) paraboloide hiperbólico (z)

7) a) superfı́cie cônica (z) b) superfı́cie cônica (x)

8)
a) cilindro parabólico (z)
b) cilindro elı́ptico (y)
c) cilindro parabólico (x)
d cilindro hiperbólico (z)
e) planos (z)
f ) cilindro circular (z)

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