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Geometria Analitica
Geometria Analitica
ANALÍTICA
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de Administração
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor de EAD
Willian Victor Kendrick de Matos Silva
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
GEOMETRIA ANALÍTICA
SEJA BEM-VINDO(A)!
Prezado(a) acadêmico(a), é com muita satisfação que apresento este livro sobre Geome-
tria Analítica, espero que este material possa contribuir em seu aprendizado e que sirva
para enriquecer seus conhecimentos referentes a um dos pilares da matemática, que é
a Geometria Analítica.
Na unidade 1, é apresentado o conceito formal de vetores com suas operações (adição,
subtração e multiplicalção por escalar), também é apresentado o conceito de conjun-
tos linearmente dependentes e linearmente independentes, apesar de conceitos apa-
rentemente simples, esses constituem a base da Álgebra Linear. Na unidade 2, damos
continuidade ao estudo dos vetores, particularmente na operação de multiplicação de
vetores, muito útil no cálculo de áreas, volume e fundamental para dedução de algumas
fórmulas. Na unidade seguinte, são deduzidas as equações da reta, plano, fórmulas das
distâncias, ângulos. E, para finalizar, nas duas últimas unidades, são apresentados os es-
tudos das cônicas e quádricas, com conteúdos de extrema importância para o estudo
do Cálculo Vetorial.
Ao escrever este livro, procurei apresentar as definições e conceitos, com exemplos e,
sempre que possível, com auxílio de figuras, de maneira a facilitar a compreensão dos
assuntos abordados. Para os mais interessados, muitos conteúdos podem ser aprofun-
dados mais detalhadamente em livros de cálculo com geometria analítica.
Para todos os cursistas, desejo-lhes um ótimo estudo, com muita garra, dedicação e,
consequentemente, muito sucesso.
09
SUMÁRIO
UNIDADE I
VETORES
15 Introdução
33 Considerações Finais
UNIDADE II
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
43 Introdução
43 Multiplicação de Vetores
49 Produto Vetorial
53 Produto Misto
56 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
RETAS E PLANOS
63 Introdução
63 Sistema de Coordenadas
65 O Plano
74 A Reta
91 Considerações Finais
UNIDADE IV
CÔNICAS
99 Introdução
100 A Elipse
114 A Hipérbole
123 A Parábola
UNIDADE V
QUÁDRICAS
137 Introdução
139 Elipsoide
167 CONCLUSÃO
169 REFERÊNCIAS
170 GABARITO
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
I
UNIDADE
VETORES
Objetivos de Aprendizagem
■ Definir o conceito matemático de vetores como conjunto de
segmentos orientados.
■ Apresentar as operações com vetores: produto por escalar, adição de
vetores.
■ Definir e identificar conjuntos linearmente dependentes e
independentes.
■ Apresentar o conceito de base ortonormal e as bases Canônicas.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Vetores
■ Operação com Vetores
■ Dependência e Independência Linear
■ Expressão Analítica de um vetor ( 2
e )
3
15
INTRODUÇÃO
Prezado(a) leitor(a), você provavelmente já tenha algum conhecimento sobre vetor, com suas
caracterı́sticas, que são: módulo, direção e sentido. Também deve ter efetuado algumas operações com
vetores, principalmente na disciplina de fı́sica, ao obter, por exemplo, a força resultante que atua num
determinado corpo que se encontra sob a ação de mais de uma força aplicada sobre esse corpo. Entretanto,
no Ensino Médio, os vetores são apresentados de maneira intuitiva, sem seguir um critério rigoroso em
sua definição.
Nesta unidade, vamos introduzir o conceito formal de vetores, como conjunto de segmentos orien-
tados, com suas operações e propriedades que possibilitam definir um Espaço Vetorial, esse último sendo
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a base para o estudo da disciplina de Álgebra Linear. Apresentaremos o conceito de conjuntos linear-
mente dependentes e conjuntos linearmente independentes, conceitos esses de extrema importância para
podermos definir o plano cartesiano e também o espaço euclidiano tridimensional. Para finalizar esta uni-
dade, estudaremos os vetores em sua expressão analı́tica, ou seja, por meio de coordenadas, possibilitando
realizar operações algébricas, seja no plano R2 ou no espaço R3 .
A aplicação dos conceitos envolvendo os vetores é de extrema importância nos mais variados
ramos de conhecimento, a saber: na Engenharia, nas Ciências Exatas e, particularmente, na Fı́sica e na
Matemática. É importante ter ciência de que a Geometria Analı́tica é um fundamento básico para as
áreas mais modernas da geometria, tais como geometria algébrica, diferencial, discreta e computacional.
Em nossos estudos, vamos considerar espaços euclidianos, como a reta real, plano cartesiano e os
espaços em terceira dimensão, cujos eixos são mutuamente perpendiculares.
VETORES
Segmentos Orientados
Algumas grandezas fı́sicas ao serem medidas necessitam apenas do valor numérico seguido da
unidade de medida, por exemplo: a massa, o comprimento, a área e o volume, estas são chamadas de
grandezas escalares. No entanto, existem outras grandezas que precisam de mais informações além das
citadas anteriormente, como por exemplo a força aplicada, o campo elétrico, a aceleração, a velocidade.
Assim, vamos formalizar esses conceitos. Seja r uma reta horizontal, marquemos nessa reta um ponto
O, que chamaremos de origem, o lado direito indicaremos de sentido positivo e o contrário de sentido
negativo. Tomando dois pontos distintos A e B dessa reta suporte.
Introdução
I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Adotando uma unidade de comprimento, podemos associar ao segmento AB um número real
positivo, que chamaremos de comprimento ou módulo do segmento AB.
Direção e Sentido
VETORES
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Segmentos Equipolentes
Vetor
Dizemos que o vetor determinado por um segmento orientado AB é o conjunto de todos seg-
mentos orientados equipolentes a ele.
Introdução
I
−−→
Outras notações para vetores são AB e B − A. Chama-se norma ou comprimento de um vetor �v e
indicaremos por ��v � um número real t tal que ��v � = |t|.
−−→ −−→
Igualdade de Vetores: dois vetores AB e CD são iguais, se AB ∼ CD.
−→ −−→ −−→
Vetor Nulo: o vetor nulo é o vetor determinado por segmentos nulos, isto é, AA = BB = CC = ... e é
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indicado por �0.
−−→ −−→
Vetores Opostos ou Simétricos: dado um vetor �v = AB, o vetor BA é chamado de vetor oposto (ou
−−→ −−→
simétrico), denotado por BA = −AB.
Vetor Unitário: dizemos que �v é um vetor unitário, quando sua norma é igual a 1, ou seja ��v � = 1.
Vetores Colineares: dois vetores �u e �v são colineares quando têm a mesma direção, ou seja, seus
representantes estão sobre a mesma reta, ou situadas em retas paralelas.
Vetores Coplanares: dois ou mais vetores são coplanares quando possuem representantes num mesmo
−−→ −−→ −→
plano. Na figura abaixo os vetores �u, �v e w
� são coplanares, em que �u = AD, �v = AB e w
� = AC.
VETORES
19
Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. Assim,
−−→
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor AB.
Nesta unidade definimos dois conceitos matemático: segmento orientado e também vetor. Assim,
−−→
dados dois pontos A e B, reflita sobre a diferença entre o segmento orientado AB e o vetor AB.
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento unidimensional/intro
Vetores e Escalares são grandezas distintas, verifique essas diferenças
ducao a vetores e escalares parte 1>.
<http://www.fundacaolemann.org.br/khanportugues/ciencias/fisica/movimento unidimensional/intro
Introdução
I
Adição de Vetores
Sejam �u e �v dois vetores, definimos por vetor soma desses vetores e indicaremos por �s = �u + �v
ao vetor como indicado na figura abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−→ −−→
Assim, se AB e BC são representantes dos vetores �u e �v , respectivamente, temos
�s = �u + �v
−→ −−→ −−→
AC = AB + BC
isto é, o vetor soma �s tem origem na origem do vetor �u e extremidade na extremidade vetor �v , em que a
origem do vetor �v é a extremidade do vetor �u.
Propriedades
i) Comutativa: �u + �v = �v + �u.
ii) Associativa: (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w).
�
iii) Existência do vetor nulo �0, assim, para todo �v existe �0, tal que �v + �0 = �0 + �v = �v .
iv) Para todo vetor �v existe o vetor −�v , tal que �v + (−�v ) = �0.
Vamos demonstrar a propriedade (i) com auxı́lio da figura a seguir. Dados �u e �v , considere o paralelogramo
−−→ −−→ −−→ −−→
ABCD, em que �u = AB = DC e �v = AD = BC.
VETORES
21
No caso da adição de três ou mais vetores, temos uma regra bastante útil, que é a Regra do
Polı́gono Fechado. Por exemplo, dados os vetores �u, �v e w,
� o vetor soma �s tem origem na origem do
primeiro vetor com extremidade na extremidade do último vetor.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Ou seja, para n vetores o vetor soma fecha o polı́gonos, formando um polı́gono com n + 1 lados.
Diferença de Vetores: definimos por diferença entre os vetores �u por �v , isto é �u − �v , o vetor d� como
sendo a soma d� = �u + (−�v ), ou seja, �u − �v = �u + (−�v ).
Introdução
I
Seja �v um vetor não nulo e k um número real (escalar), chama-se produto de um número real k
pelo vetor �v o vetor p� = k�v , cuja direção é a mesma do vetor �v . Se k > 0, o sentido é o mesmo que de
�v
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k=1 k>1 0<k<1
1
� obtenha o vetor �s = 2�u − �v + w.
Exemplo 1: Dados os vetores �u, �v e w, �
3
VETORES
23
Até o momento, apresentamos os vetores, a adição e subtração de vetores, bem como a multiplica-
ção de um vetor por um número real, particularmente em sua caracterı́stica geométrica (módulo, direção
e sentido). No entanto, precisamos definir os vetores analiticamente, ou seja, por meio de coordena-
das, mas, para definirmos o plano cartesiano, bem como o espaço R3 , esse último nosso principal objetivo,
é necessário apresentar o conceito de dependência e independência linear que será visto na próxima sessão.
Introdução
I
−→ −−→
Sejam �u e �v vetores com representantes P A e P B, respectivamente. Analisemos as seguintes
−→ −−→
situações: primeiramente se, P A e P B estão sobre uma mesma reta r, então, existe um escalar k ∈ R, tal
−−→ −→
que P B = k P A, nesse caso, dizemos que o conjunto {�u, �v } é linearmente dependente LD, ou que os
vetores − →
u e− →v são múltiplos um do outro, ou ainda que −
→
v é combinação linear de −→u , em particular,
−→ −−→ −→
dizemos que os vetores P A e P B geram uma reta, na verdade, basta um vetor não nulo P A para gerar
toda reta.
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Vetores LD Vetores LI
−→ −−→ −→ −−→
Agora, se P A e P B não estão sobre uma mesma reta, então P A e P B determinam um plano π,
nesse caso, dizemos que {�u, �v } formam um conjunto linearmente independente LI. Assim, qualquer
� ∈ π pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , ou seja , se C pertence ao plano
vetor w
−−→ −−→ −→ −−→ −→
π em que w� = P C, existem escalares a e b reais tais que P C = aP A + bP B e, portanto, os vetores P A e
−−→
P B geram um plano, os números a e b são as coordenadas do vetor w � em termos dos vetores �u e �v .
VETORES
25
possuem representantes num mesmo plano, ou são colineares, assim, esses vetores geram um plano ou uma
possuem representantes num mesmo plano, ou são colineares, assim, esses vetores geram um plano ou uma
reta. Agora, se o conjunto {�u, �v , w}
� é LI, então, esses vetores são não coplanares, logo, dado qualquer
reta. Agora, se o conjunto {�u, �v , w}
� é LI, então, esses vetores são não coplanares, logo, dado qualquer
ponto M do espaço e tomando P como ponto de origem comum aos vetores �u, �v , w, � existem escalares
ponto M do espaço e tomando −−→ P como ponto de origem comum aos vetores �u, �v , w, � existem escalares
a, b e c tais que o vetor P M = a�u + b�v + cw, � ou seja, qualquer vetor do espaço pode ser escrito como
−−→
a, b e c tais que o vetor P M = a�u + b�v + cw,� ou seja, qualquer vetor do espaço pode ser escrito como
combinação linear desses três vetores LI, portanto, esse conjunto gera o espaço. Sejam �u, �v e w� vetores
−→ três
combinação linear desses −−→ vetores
−−→ LI, portanto, esse conjunto gera o espaço. Sejam �u, �v e w � vetores
com representantes P A, P B e P C, abaixo, podemos observar as seguintes situações:
−→ −−→ −−→
com representantes P A, P B e P C, abaixo, podemos observar as seguintes situações:
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Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor deve
Um conjunto com três ou mais vetores num plano é sempre LD. Informalmente, um vetor deve
gerar a reta para ser LI, já dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem gerar o
gerar a reta para ser LI, já dois vetores devem gerar um plano para ser LI e três vetores devem gerar o
espaço para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é linearmente independente e qualquer
espaço para ser LI, caso contrário, serão LD. O conjunto vazio {} é linearmente independente e qualquer
conjunto que contenha o vetor �0 é LD.
conjunto que contenha o vetor �0 é LD.
O vetor �v = 1 pode gerar o eixo x, no entanto, qualquer vetor não nulo pode gerar a reta real, o plano
O vetor �v = 1 pode gerar o eixo x, no entanto, qualquer vetor não nulo pode gerar a reta real, o plano
cartesiano pode ser gerado pelos vetores �i = (1, 0) e �j = (0, 1), ou seja, o conjunto {(1, 0), (0, 1)},
cartesiano pode ser gerado pelos vetores i = (1, 0) e �j = (0, 1), ou seja, o conjunto {(1, 0), (0, 1)},
�
mas qualquer outro par de vetores não nulos LI pode gerar um plano, analogamente, o conjunto
mas qualquer outro par de vetores não nulos LI pode gerar um plano, analogamente, o conjunto
{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} é um conjunto que gera o espaço, porém qualquer outro conjunto formado
{(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} é um conjunto que gera o espaço, porém qualquer outro conjunto formado
por três vetores LI pode gerar o espaço, esses três conjuntos são chamados de base canônica: da reta,
por três vetores LI pode gerar o espaço, esses três conjuntos são chamados de base canônica: da reta,
do plano e do espaço euclidiano, estudados mais detalhadamente em Álgebra Linear. Os conjuntos
do plano e do espaço euclidiano, estudados mais detalhadamente em Álgebra Linear. Os conjuntos
{(1, 0), (0, 1)} e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} são chamados de base canônica para R2 e R3 , respectiva-
{(1, 0), (0, 1)} e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} são chamados de base canônica para R2 e R3 , respectiva-
mente. Acesse o link e veja detalhadamente em:
mente. Acesse o link e veja detalhadamente em:
<http://www.pucrs.br/famat/demat/facin/algainf/Dependencia e Independencia Linear.pdf>
<http://www.pucrs.br/famat/demat/facin/algainf/Dependencia e Independencia Linear.pdf>
Fonte: o autor
Fonte: o autor
Vetores no plano R2
Fixada uma base ortonormal para o plano, cada ponto (par ordenado) (x, y) associa-se a um vetor
�v = (x, y) e, reciprocamente, cada vetor do plano pode ser associado a um par ordenado. Notação:
�v = (x, y) = x(1, 0) + y(0, 1) = x�i + y�j.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ) são iguais se x1 = x2 e y1 = y2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R2 definimos k�v = (kx2 , ky2 ).
Dados A e B em R2 , temos:
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−−→ −→ −−→
AB = AO + OB
−−→ −→ −−→
AB = −OA + OB
−−→
AB = −(xA , yA ) + (xB , yB )
−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )
−−→
AB = (xB − xA , yB − yA )
−−→
AB = B − A
−−→ −−→
AB = OP .
VETORES
27
Vetores no espaço R3
Fixada uma base ortonormal para R3 , cada ponto (terno ordenado) (x, y, z) do espaço euclidiano
associa-se a um vetor �v = (x, y, z) e, reciprocamente, cada vetor do espaço pode ser associado a um terno
ordenado.
Notação: �v = (x, y, z) = x(1, 0, 0) + y(0, 1, 0) + z(0, 0, 1) = x�i + y�j + z�k.
Igualdade: dois vetores �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) são iguais se x1 = x2 , y1 = y2 e z1 = z2 .
Soma: �u + �v = (x1 + x2 , y1 + y2 , z1 + z2 ).
Multiplicação por escalar: dados k ∈ R e �v ∈ R3 definimos k�v = (kx2 , ky2 , kz2 ).
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−−→ −−→
Dados A e B em R3 , AB = B − A = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ) = OP , em que P corresponde ao ponto
P (xB − xA , yB − yA , zB − zA ).
Partindo das definições acima, é possı́vel demonstrar as propriedades a seguir, isto é, para quais-
quer vetores �u, �v , w
� e números reais a e b temos:
i) �u + �v = �v + �u
ii) (�u + �v ) + w
� = �u + (�v + w)
�
iii) �u + �0 = �u
� = �0
iv) �u + (−u)
v) a(b�v ) = (ab)�v
vi) (a + b)�u = a�u + b�v
vii) a(�u + �v ) = a�u + a�v
viii) 1�v = �v
Introdução
I
−−→
Exemplo 3: Sejam A = 3 e B = 5 dois pontos da reta real (eixo x) R. Definimos o vetor AB como sendo o
−−→
vetor �v = B −A, ou seja, �v = 5−3 = 2, por outro lado, seu oposto é o vetor �u = BA = A−B = 3−5 = −2.
−−→ −−→
A norma de ��v � = ��u� = |5 − 3| = 2. Note que, se C = 2 e O = 0 (origem da reta), o vetor AB = OC = 2.
−−→
Exemplo 4: Dados dois pontos A e B no plano cartesiano, definimos o vetor AB como sendo o vetor
�v = B − A, em termos de coordenadas cartesianas por �v = (xB − xA , yB − yA ). A norma do vetor é dada
por ��v � = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 (Teorema de Pitágoras). Por exemplo, se A(1, 2) e B(5, 5), então,
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−−→ √
temos �v = AB = (5 − 1, 5 − 2) = (4, 3), em que ��v � = 42 + 32 = 5. Observe que, se C(4, 3) e O(0, 0) é
−−→ −−→
a origem do plano cartesiano, temos AB = OC.
−−→ −−→
Marque o ponto C(4, 3), depois o vetor OC e compare com AB.
−−→ −−→
a) AB = CXa
−−→ −−→
b) BC = AXb
−−→ −−→
c) BC = Xc A
−→ −−→
d) CA = AXd
VETORES
29
a) b) c) d)
−−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −−→ −→ −−→
AB = CXa BC = AXb BC = Xc A CA = AXd
B − A = Xa − C C − B = Xb − A C − B = A − Xc A − C = Xd − A
3 − 2 = Xa − 5 5 − 3 = Xb − 2 5 − 3 = 2 − Xc 2 − 5 = Xd − 2
1 + 5 = Xa 2 = Xb − 2 2 = 2 − X2 2 + 2 − 5 = Xd
∴ Xa = 6 ∴ Xb = 4 ∴ Xc = 0 ∴ Xd = −1
Vetores no Espaço
−−→
Exemplo 6: Sejam A e B dois pontos no espaço, definimos o vetor AB como sendo o vetor �v =
B − A, cujas coordenadas são �v = (xB − xA , yB − yA , zB − zA ). A norma do vetor é dada por ��v � =
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−−→
(xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2 . Por exemplo, se A(−3, −2, 1) e B(2, 4, 3), temos �v = AB =
−−→ √ √
(2 − (−3), 4 − (−2), 3 − 1) = (5, 6, 2) e ��v � = �AB� = 52 + 62 + 22 = 65.
Exemplo 7: Sejam A(−1, 2, 3), B(3, 0, −1) e C(2, 1, 1) pontos de R3 . Determine X, Y , Z e T de maneira
que:
−−→ −−→
a) AB = CX
−−→ −−→
b) CB = Y C
−→ −→
c) AC = −AZ
−−→ −→
d) BC = T B
Introdução
I
a) b)
−−→ −−→ −−→ −−→
AB = CX CB = Y C
B−A=X −C B−C =C −Y
(3, 0, −1) − (−1, 2, 3) = X − (2, 1, 1) (3, 0, −1) − (2, 1, 1) = (2, 1, 1) − y
(3, 0, −1) + (1, −2, −3) + (2, 1, 1) = X y = (2, 1, 1) + (2, 1, 1) − (3, 0, −1)
∴ X = (6, −1 − 3) ∴ Xb = (1, 2, 3)
c) d)
−→ −→ −−→ −→
AC = −AZ BC = T B
C − A = −(Z − A) C −B =B−T
(2, 1, 1) − (−1, 2, 3) = −Z + (−1, 2, 3) (2, 1, 1) − (3, 0, −1) = (3, 0, −1) − T
Z = (−1, 2, 3) + (−1, 2, 3) − (2, 1, 1) T = (3, 0, −1) + (3, 0, −1) − (2, 1,
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∴ Z = (−4, 3, 5) ∴ T = (4, −1 − 3)
Exemplo 8: Sejam A(1, 1), B(−2, 0) e C(−3, −2) pontos do plano cartesiano (R2 ). Determine as coor-
denadas do ponto Xi em que i =, a, b, c, d.
−−→ −−→
a) BA = CXa
−→ −−→
b) CA = BXb
−−→ −−→
c) BC = AXc
−→ −−→
d) CA = AXd
VETORES
31
a) b)
−−→ −−→ −→ −−→
BA = CXa CA = BXb
A − B = Xa − C A − C = Xb − B
(1, 1) − (−2, 0) = Xa − (−3, −2) (1, 1) − (−3, −2) = Xb − (−2, 0)
(1, 1) + (2, 0) + (−3, −2) = Xa (1, 1) + (3, 2) + (−2, 0) = Xb
Xa = (1 + 2 − 3, 1 + 0 − 2) Xb = (1 + 3 − 2, 1 + 2 + 0)
∴ Xa = (0, −1) ∴ Xb = (2, 3)
c) d)
−−→ −−→ −→ −−→
BC = AXc CA = AXd
C − B = Xc − A A − C = Xd − A
(−3, −2) − (−2, 0) = Xc − (1, 1) (1, 1) − (−3, −2) = Xd − (1, 1)
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a) �s = �u + w
�
�s = �u + w
�
= (1, 3) + 2(1, 2)
= (1, 3) + (2, 4)
= (3, 7)
Sabemos que �s e �t são LD se existir k ∈ R, tal que �s = k�t. Assim, vamos tentar calcular k de
maneira que a igualdade de vetores seja verificada, ou seja
da igualdade de vetores
6k = 3 e 14k = 7
1 1
k= ek=
2 2
Introdução
I
Suponhamos, por absurdo, que �u e �v sejam LD, isto é, existe k ∈ R tal que
�u = k�v
(1, 1, 1) = k(1, 0, 2)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
ou seja k = 1, 0 = 1 e k = , absurdo, logo �u e �v são LI.
2
w
� = a�u + b�v
(5, 3, 7) = (a + b, a, a + 2b).
VETORES
33
Caros(as) cursistas, o GeoGebra é um software que é gratuito, disponı́vel para todas plataformas
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(windows, linux, android etc). A qualidade e quantidade de recursos disponı́veis nesse aplicativo
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é impressionante. Assim, sugiro que utilizem sempre que possı́vel, de maneira a auxiliá-los, sanar
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dúvidas, tentem fazer com que esse programa faça parte de seus estudos, não apenas na Geometria
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Analı́tica, mas também nas outras disciplinas. O GeoGebra é um aplicativo indispensável, todo
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professor de Matemática deveria conhecê-lo, existem inúmeros materiais de apoio disponı́veis na web,
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desde apostilas, tutoriais, vı́deos, até comunidades destinadas ao uso dele. Acesse:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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<http://www.geogebra.org/>
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Fonte: o autor
Fonte: o autor
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR
Equações de Maxwell
Prezado(a) aluno(a), apenas para exemplificar, apresentamos aqui uma das mais notáveis aplica-
ções relacionadas ao estudo dos vetores, que são as Equações de Maxwell, em suas equações, aparecem
as multiplicações de vetores que serão estudadas na próxima unidade, a saber: o produto interno e o
produto vetorial. Nosso objetivo não é ensinar as teorias da fı́sica, tampouco explicar o que cada sı́mbolo
representa, mas apenas explicitar suas equações formadas por vetores com as operações definidas neste
material.
James Clerck Maxwell (1831 - 1879), fı́sico e matemático escocês, é certamente um dos mais bri-
lhantes fı́sicos de todos os tempos, devido aos seus estudos sobre eletromagnetismo. Partindo das teorias
de Gauss, Ampére e Faraday, Maxwell conseguiu reunir um conjunto formado por quatro equações capaz
de descrever todos os fenômenos eletromagnéticos. As contribuições de seus estudos para fı́sica são com-
paradas as de Isaac Newton e Albert Einsten.
Equação 1: Lei de Gauss: “O fluxo do campo elétrico através de uma superfı́cie fechada no vácuo é
igual à soma das cargas internas à superfı́cie dividida pela permissividade elétrica do vácuo”
− −
→ → 1
∇. E = ρ
�0
Equação 2: Lei de Gauss para o magnetismo: “O fluxo magnético resultante no interior de uma
superfı́cie fechada é zero”
− −
→ →
∇. B = 0
Equação 3: Lei de Faraday: “A variação do fluxo do campo magnético gera um campo elétrico”
− −
→ → ∂− →
∇×E =− B
∂t
− −
→ → ∂− →
∇ × B = μ0�j + μ0 �0 E
∂t
35
Atividade de autoestudo
2) Marque no plano cartesiano os seguintes pontos A(4, 2), B(7, 5), C(4, 4) E(−2, −2), H(−3, 3) e O(0, 0).
Determine as coordenadas para os pontos D, F , G, I, J, K, L e M de forma que:
−−→ −−→
a) AB = CD
−→ −−→
b) AC = EF
−−→ −−→
c) CB = OG
−→ −−→
d) CA = BK
−→ −→
e) AO = HI
−→ −−→
f ) OA = HJ
−−→ −→ −→ −→
g) HC = −LE (Dica: − LE = EL)
−−→ −−→
h) − OC = M A
3) Dados os pontos A = 1, B = 3, C = 6, D = −2 e O = 0 sobre a reta R, obtenha:
−−→
a) AB
−−→ −−→ −−→
b) BA h) AB + DA
−−→ −−→ −−→
c) − AB i) AB + BC
−−→ −−→ −−→
d) − BA j) OB + AD
−−→ −−→ −−→
e) CD k) AB − CB
−−→ −−→ −−→
f ) − DC l) 2AB − 2DA
1 −−→ −−→ −−→ −−→
g) OC − DO m) CD − AB
3 2 −−→ 1 −−→
n) OB + OD
3 2
4) Sejam A(1, 2), B(2, 2), C(2, 1) e D(1, 1) vértices de um quadrado, determine:
−−→ −−→
a) AD + DC =
−−→ −−→
b) AB + DC =
−−→ −−→
c) DA + BC =
−−→ −−→
d) DC − BA =
−−→ −−→
e) AD − BC =
−→ −−→
f) AC + DB =
−→ −−→
g) −AC − BD =
−−→ −−→
h) 2DB − 2DA =
−−→
i) �AD� =
−→
j) �AC� =
−→ −−→
k) �AC + DB� =
−→ −−→
l) �AC� + �DB� =
37
a) �u + �v
b) 2�u − �v
c) −�v + w
�
d) �u + �v + w
�
e) −�u − �v − w
�
1 1
f) �u + �v − w �
3 6
7) Considere o paralelogramo abaixo:
em que M , N , O e P são pontos médios dos segmentos AB, BC, CD e DA, respectivamente. Escreva
em termos dos vetores �u e �v os vetores a seguir:
−→
a) AO
−−→
b) DN
−−→
c) DB
−−→
d) ON
−−→ −→ −−→ −→ −→ −→
Mostre que AB + AC + AD + AE + AF = 6AO.
MULTIPLICAÇÃO DE
II
UNIDADE
VETORES
Objetivos de Aprendizagem
■■ Definir os conceitos de Multiplicação de Vetores.
■■ Produto Interno (produto escalar).
■■ Produto Vetorial e sua interpretação geométrica.
■■ Produto Misto.
■■ Apresentar aplicações no cálculo de áreas e volumes.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Produto Interno ou Produto Escalar
■■ Produto Vetorial ou Produto Externo
■■ Produto Misto
43
INTRODUÇÃO
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental, aprendemos a multiplicar dois números, por exemplo,
3 × 5 = 15, o número 15 é chamado de produto, 3 é o primeiro fator e o número 5 é o segundo fator, nesse
caso, a multiplicação é uma operação que vem simplificar a soma de parcelas iguais, isto é 5 + 5 + 5 =
3 × 5 = 15. Uma outra multiplicação é definida no Ensino Médio, particularmente no estudo das Matrizes,
isto é, dadas duas matrizes Amp e Bpn , a multiplicação da matriz Amp pela matriz Bpn é uma matriz Cmn
e denotada por Amp × Bpn = Cmn , perceba que, na matemática, dado um conjunto (números naturais,
racionais, reais, complexos, polinômios, matrizes, funções etc.) é natural tentar definir, primeiramente, a
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operação da adição/subtração e, depois, a operação da multiplicação, quando isso é possı́vel, tal conjunto
com essas operações, torna-se um objeto de estudo bem interessante, com propriedades muitas vezes
semelhantes ao estudado com os números reais.
Apresentaremos, nesta unidade, duas definições para multiplicação de vetores, a saber, o produto
interno (produto escalar) e, também, o produto vetorial (produto externo). O produto interno é uma
função binária que associa a cada par de vetores um número real (escalar), enquanto o produto vetorial
é uma função que associa a cada par de vetores um outro vetor.
O conceito de produto interno e produto vetorial é de extrema importância para o estudo do cálculo
vetorial, bem como nas aplicação relacionadas à fı́sica clássica, mecânica e eletromagnetismo. Existem
muitos estudos que tentam justificar a origem das definições dessas duas operações, no entanto, ficaremos
restritos apenas a defini-los e aplicá-los conforme objetivo do curso.
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
Produto Interno
Vamos definir uma operação denominada de produto interno, também conhecido por produto
escalar (não confunda com produto por escalar visto na unidade anterior), essa operação associa a cada
par de vetores um número real, mas, para definir tal operação, primeiramente, precisamos de dois
conceitos relacionados aos vetores, o primeiro é ângulo formado por dois vetores e o segundo é a norma
−→
(módulo) ou comprimento de um vetor. Assim, sejam �u e �v vetores não nulos com representantes P A e
−−→
P B.
Introdução
II
Definimos o número θ como sendo o ângulo (�u, �v ) medida em radianos (ou graus) no sentido anti-
horário (positivo) com medida 0 ≤ θ ≤ π ou em graus 0o ≤ θ ≤ 180o , assim, o ângulo (�v , �u) no sentido
horário é um ângulo negativo. A norma de um vetor é um número real t denotado por ��v � = |t| que
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corresponde a distância entre os ponto P e B. Na unidade anterior, vimos como calcular a norma de um
vetor, vamos relembrar.
−−→
Exemplo 1: Na reta real (eixo x), se A = 5 e B = 8, o vetor �v = B − A = 8 − 5 = 3 e �AB� = ��v � = 3,
lembrando que dado um segmento AB sempre existe um ponto P tal que o segmento AB ∼ OP em que
O é a origem (ou ponto zero), então, em termos de coordenadas, o valor 3 corresponde a distância do P
a origem O.
−−→
No plano cartesiano R2 , dados A(xA , yA ) e B(xB , yB ), se �v = AB, a norma do vetor �v é a distância
entre os pontos A e B, pondo �v = (a, b) em que a = xB − xA e b = yB − yA temos
−−→
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2
��v � = a2 + b2
−−→
�AB� = (xB − xA )2 + (yB − yA )2 + (zB − zA )2
��v � = a 2 + b2 + c 2
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
45
Definimos como Produto Interno (ou Produto Escalar) dos vetores �u por �v ao número real
dado por: ⎧
⎪
⎨ 0, se �u = �0 ou �v = �0
�u.�v =
⎪
⎩ �u�.�v�. cos θ
Observe que se �u e �v são vetores não nulos, �u.�v = �0 se, e somente se, θ = 90o , nesse caso, dizemos
que �u e �v são ortogonais (perpendiculares).
A definição anterior exige que conheçamos o ângulo θ para calcular o produto interno, no entanto,
vamos verificar um resultado interessante para calcular o produto interno sem conhecer o ângulo θ. Esse
resultado é válido para bases ortonormais. Faremos a demonstração desse resultado para R3 . Assim,
dizemos que o conjunto {�a, �b, �c} é uma base ortonormal se:
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i) �a.�b = �a.�c = �b.�c = 0, isto é, �a, �b e �c são ortogonais entre si.
ii) ��a� = ��b� = ��c� = 1.
Em particular, a base ortonormal {�i, �j, �k} é conhecida como base canônica de R3 , em que �i = (1, 0, 0),
�j = (0, 1, 0) e �k = (0, 0, 1).
Teorema: se {�i, �j, �k} é uma base ortonormal e �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), então
�u.�v = x1 x2 + y1 y2 + z1 z2 .
e
�
��u� = x21 + y12 + z12 .
De fato,
= x1 x2 .1 + x1 y2 .0 + x1 z2 .0 + y1 x2 .0 + y1 y2 .1 + y1 z2 .0 + z1 x2 .0 + z1 y2 .0 + z1 z2 .1
= x1 x 2 + y 1 y 2 + z1 z2 .
e, portanto,
�
��u� = x21 + y12 + z12 .
Introdução
II
De maneira análoga, a partir da definição de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R2
De maneira análoga, a partir da definição de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
�u.�v = xDe
1 .x2maneira
+ y1 .y2 , análoga,
em que �ua =
partir
(x1 , yda
1 ) definição
e �v = (x2 ,de produto interno �u.�v = ��u���v �. cos θ, podemos mos-
y2 ).
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R2 2
trar que o resultado é válido na reta R, ou seja �u.�v = x1 .x2 , em que �u = x1 e �v = x2 , e também em R
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).
�u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 , em que �u = (x1 , y1 ) e �v = (x2 , y2 ).
É possı́vel definir produto interno como no resultado do Teorema anterior, ou seja, por definição, o
produto interno é �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 (em R2 , por exemplo) e �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R3 ), e como
É possı́vel definir produto interno como no resultado do Teorema anterior, ou seja, por definição, o
É possı́vel definir
consequência produto
obtém-se interno como
o resultado �u.�v =no resultado
��u���v �. cos θ.doAlguns
Teorema anterior,
livros usam aounotação
seja, por< definição,
�u, �v > parao
produto interno é �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 (em R2 ,2por exemplo) e �u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R3 ),3 e como
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produtoointerno
indicar produtoé �u .�v = x1 .x
interno. 2 + y1 .y2 (em R , por exemplo) e �
Acesse: u.�v = x1 .x2 + y1 .y2 + z1 .z2 (R ), e como
consequência obtém-se o resultado �u.�v = ��u���v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
consequência obtém-se o resultado �u .�
v
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>= ��u ���
v �. cos θ. Alguns livros usam a notação < �u, �v > para
indicar o produto interno. Acesse:
indicar o produto interno. Acesse:
Fonte: o autor
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
<http://www.sato.prof.ufu.br/LeisKepler/node4.html>
Fonte: o autor
Fonte: o autor
Propriedades
i) �u.�v = �v .�u;
Propriedades
k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
Propriedades
ii)
i) �u.�v = �v .�u;
i) �u.�
iii) �uv.(�
=v �+
v .�uw)
�; = �u.�v + �u.w
�
ii) k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
ii) k(�u.�v ) = (k�u).�v ; ∀x ∈ R
iii) �u.(�v +
Vamos w)
� = �ua.�vpropriedade
mostrar + �u.w
� do item (i). Sejam �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ) vetores em R3 , temos:
iii) �u.(�v + w) � = �u.�v + �u.w�
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
47
= −3 + 2 + 8
=7
c) �a = 2�i − �j + 3�k e �b = �i + �k
=2+0+3
=5
−−→ −→
Exemplo 3: Sejam A(3, 1), B(5, 3) e C(0, 4), mostre que os vetores AB e AC são ortogonais.
Dois vetores são ortogonais se o ângulo formado por eles é igual a 90o , como cos 90o = 0, então devemos
−−→ −→ −−→ −→
ter AB.AC = 0. Assim, temos AB = (5 − 3, 3 − 1) = (2, 2) e AC = (0 − 3, 4 − 1) = (−3, 3), logo
−−→ −→
AB.AC = 2.(−3) + 2.3 = −6 + 6 = 0
√
��u� = (−3)2 + 52 = 9 + 25
portanto,
√
��u� = 34
√
b) �v = ( 2, 0, −3)
Em R3 temos
√ √ √
��v � = ( 2)2 + 02 + (−3)2 = 2 + 0 + 9 = 11
Introdução
II
Exemplo 5: Se �u = (1, 1, 4) e �v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
Seja θ o ângulo formado pelos vetores �u e �v , como �u.�v = ��u���v � cos θ, logo
Exemplo 5: Se �u = (1, 1, 4) e �v = (−1, 2, 2), determine o ângulo formado por esses vetores.
�u.�v
como=�u.�v = ��u���
Seja θ o ângulo formado pelos vetores �u e �v ,cosθ v � cos θ, logo
(∗)
��u���v �
�u.�v √ √ √
Assim, temos �u.�v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2cosθ= −1 = + 2 + 8 (∗) = 9, ��u� = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2 e
√ ��u���v �
��v � = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 = 3, logo, substituindo em (∗) os resultados obtidos resultam que
√ √ √
Assim, temos �u.�v = 1.(−1) + 1.2 + 4.2 = −1 + 2 + 8 = 9, ��u� = 12 + 12 + 42 = 18 = 3 2 e
√
√ 9 1 2
��v � = (−1)2 + 22 + 22 = 1 + 4 + 4 =cos 3, θlogo,
= √ substituindo
= √ =em (∗) os resultados obtidos resultam que
3 2.3 2 2
√
9 1 2
como 0 < θ < 180o , então θ = 45o . cos θ = √ =√ =
3 2.3 2 2
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como 0 < θ < 180o , então θ = 45o .
Perceba que tomamos dois vetores �u e �v em R3 e, a partir de suas coordenadas, obtivemos o ângulo
formado por eles sem mesmo ter que desenhá-los.
Perceba que tomamos dois vetores �u e �v em R3 e, a partir de suas coordenadas, obtivemos o ângulo
formado por eles sem mesmo ter que desenhá-los.
No Ensino Fundamental, é ensinada a regra dos sinais para multiplicação, isto é, negativo com negativo
dá positivo, positivo com negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta R, verifique quais
No
osEnsino Fundamental,
possı́veis é ensinada
ângulos formados poraeles,
regrae dos sinais para
utilizando multiplicação,
a definição isto é,interno,
de produto negativotente
com negativo
explicar a
dáregra
positivo, positivo com negativo dá negativo etc. Observe alguns vetores na reta R, verifique quais
dos sinais.
os possı́veis ângulos formados por eles, e utilizando a definição de produto interno, tente explicar a
regra dos sinais.
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
49
Produto Vetorial
Vimos na seção anterior que o produto interno associa cada par de vetores a um número real.
Veremos agora uma operação chamada de Produto Vetorial (ou Produto Externo) que, a cada par
ordenado de vetores (�u, �v ) no espaço, associa-se a um vetor indicado por �u × �v .
Definição: Dados dois vetores �u = (x1 , y1 , z1 ) e �v = (x2 , y2 , z2 ), nessa ordem, o produto vetorial de �u
por �v denotado por �u × �v resulta em um vetor com as seguintes propriedades:
i) ��u × �v � = ��u�.��v �.|sen(�u, �v )|;
ii) �u × �v é perpendicular ao plano gerado por �u e �v ;
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iii) O sentido do vetor �u × �v pode ser indicado pela regra da mão direita. Isto é, suponhamos que �u e �v
determinam um plano horizontal, como na figura a seguir:
Com a mão direita, indicamos por �u (dedo indicador), �v (dedo médio) e �u × �v (o polegar extendido), esse
último indica o sentido do vetor �u ×�v . Por outro lado, o produto �v × �u tem-se �v (dedo indicador), �u (dedo
médio) e �v × �u (polegar) aponta para o sentido oposto ao anterior, ou seja, �u × �v = −�v × �u.
O item (i) indica que a norma do produto vetorial corresponde à área do paralelogramo ABCD.
As coordenadas do produto vetorial podem ser obtidas com auxı́lio do cálculo simbólico de um “determi-
Produto Vetorial
II
� �
� �
� �i �j �k � �� �
�
�
�
�
�
�
�
�
�
� � �
� � � y1 z1 �� � x1 z1 �
� �
� x 1 y1 �
� ��
�u × �v = �� x1 y1
�=�
z1 � � � �
i − � � �
j + � �k
� � � y z �� � �
� x2 z2 �
� �
� x 2 y2 �
� � 2 2
� x 2 y2 z2 �
ou ainda ⎛� � � � � �⎞
� � � � � �
� � � x1 z1 � � x 1 y1 �
⎜� y1 z1 � � � � �⎟
�u × �v = ⎝� � , − � ,
� � �⎠
� � � � � �
� y2 z2 � � x 2 z2 � � x 2 y2 �
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�u × �v = (y1 z2 − y2 z1 , −(x1 z2 − x2 z1 ), x1 y2 − x2 y1 ) .
Propriedades
i) �u × �u = �0, ∀ �u
ii) �u × �v = −�v × �u
iii) �u × (�v + w)
� = �u × �v + �u × w
�
iv) (m�u) × �v = m(�u × �v )
v) �u × �v = �0 se, e somente se, um dos vetores é nulo, ou u e v são colineares (paralelos)
vi) O vetor �u × �v é ortogonal aos vetores �u e �v .
Vamos provar a propriedade (ii) utilizando as propriedades dos determinantes, isto é, quando
trocamos de posição duas linhas, seu determinante muda o sinal, ou seja
� � � �
� � � �
� �i �j �k � � �i �j �k �
� � � �
� � � �
�u × �v = �� x1 y1
� = −�
z1 � � x 2 y2
�
z2 � = −�v × �u
� � � �
� � � �
� x 2 y2 z2 � � x 1 y1 z1 �
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
51
Exemplo 6: Sejam �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2) vetores de R3 , calcule o produto vetorial entre esses
vetores.
Sabemos que
�i �j �k
1 1 � 2 1 � 2 1 �
�u × �v =
2 1 1 = i − j + k
0 2
−1 2 −1 0
−1 0 2
Geometricamente, temos
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Exemplo 7: Calcule a área do paralelogramo determinada pelos vetores �u = (2, 1, 1) e �v = (−1, 0, 2).
Sabemos que a área do paralelogramo é dada por:
A = ��u × �v �
Produto Vetorial
II
Vimos que o produto interno pode ser definido na reta R, no plano R2 , no espaço R3 , no entanto, o
na retaRR,. Qual
produto 3
Vimos que vetorial é por
o produto definição
interno podeumservetor do espaço
definido a parte
no plano R2 , da
no definição
espaço Rque
3 , nogarante isso?
entanto, o
produto vetorial é por definição um vetor do espaço R3 . Qual a parte da definição que garante isso?
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No aplicativo GeoGebra, é possı́vel definir um vetor dados dois pontos, além disso, é possı́vel efetuar
Noasaplicativo
operaçõesGeoGebra,
usuais comé vetores,
possı́vel adição,
definir um produto
vetorpor escalar,
dados dois epontos,
também efetuar
além disso,asé multiplicações
possı́vel efetuardos
asvetores (Produto
operações usuais Escalar e Produto
com vetores, Vetorial).
adição, produtoAcesse o link ee também
por escalar, veja a dica para as
efetuar obter as multiplicações
multiplicações dos
de vetores.
vetores (Produto Escalar e Produto Vetorial). Acesse o link e veja a dica para obter as multiplicações
de<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
vetores.
Acesso em: 12 dez. 2014.
<http://forum.geogebra.org/viewtopic.php?f=19&t=24153>
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
53
PRODUTO MISTO
Para definirmos o Produto Misto, lembremos que o cálculo do produto interno está associado a
um número real, enquanto o produto vetorial nos dá um vetor. O termo misto indica que esse produto
envolverá os dois tipos de multiplicação.
� = (�u × �v ).w.
[�u, �v , w] �
|[�u, �v , w]|
� = ��u × �v �.�w�.|
� cos(�u × �v , w)|
�
Produto Misto
II
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja,
x 1 y 1 z1
� = x2 y2 z2
(�u × �v ) .w
x 3 y 3 z3
portanto,
x 1 y 1 z1
� = x2 y2 z2
[�u, �v , w]
x 3 y 3 z3
−1 −3 −1
� = 2
[�u, �v , w]
3 −1 = −1(6 − 0) + 3(4 − 1) − 1(0 + 3) = −6 + 9 − 3 = 0.
−1 0 2
Exemplo 9: Verifique se os pontos A(0, 0, 2), B(1, 0, 0), C(−1, −3, 1) e D(−2, −3, 3) estão situados no
mesmo plano.
−−→ −→ −−→
Os pontos dados são coplanares se os vetores AB, AC e AD forem coplanares, da definição de produto
misto temos:
1−0 0 − 0− 0 − 2
−−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = −1 − 0 −3 − 0 1 − 2
−2 − 0 −3 − 0 3 − 2
1 0 −2
= −1 −3 −1
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
−2 −3 1
55
45
misto temos:
misto temos:
1 − 0 0 − 0− 0 − 2
−−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = −1 −10− 0−3 − 0 −
0 0−
1 − 0
2
2
−
−−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] =
−2 −−10 −−3
0 − −3 2
0 −30− 21 −
−2 − 0 −3 −0 3−2
1 0 −2
= −1 −31 0−1 −2
=
−2 −1
−3 −31 −1
= 1(−3 − −23) −
−30(−11 −2) − 2(+3 − 6)
−−→ −→ −−→
portanto, como [AB, AC, AD] = 0, segue que os pontos dados são coplanares.
Exemplo 10: Determine o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes
Exemplo 10: B(0, 2, 0), C(4,
Determine 0, 0) edo
o volume D(0, 0, 2).
paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(0, 0, 0) e três
vértices adjacentes B(0, 2, 0), C(4, 0, 0) e D(0,
0, 2).
0−0 2−0 0−0
−−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = 4 − 00 −00− 02 −00− 00 − 0
−−→ −→ −−→
[AB, AC, AD] = 4 − 0 0 − 0 0 −
0 − 0 0 − 0 2 − 0 0
0 − 0 0 − 0 2 − 0
0 2 0
= 4 00 02 0
= 4 0 0
0 0 0
2 − 0) + 0(0 − 0)
= 0(0 − 00) − 0 2(4
A multiplicação de vetores tem ampla aplicação no ramo da fı́sica, a saber as Equações de Maxwell.
A multiplicação de vetores tem ampla aplicação no ramo da fı́sica, a saber as Equações de Maxwell.
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>
<https://www.youtube.com/watch?v=WoZ8kCGQZEE>
Produto Misto
II
Fonte: o autor
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos nesta unidade que o produto interno, também conhecido por produto escalar, é uma opera-
Vimos
ção que nesta
associa unidade
a cada quevetores
par de o produto interno, real.
um número também conhecido
Quando por produto
o produto interno éescalar, é uma
positivo, opera-
significa que
ção que associa
o ângulo a cada
formado porpar de vetores
esses vetores um número
é agudo, real. Quando
enquanto o produto
que, quando interno é épositivo,
o resultado significa
um número que
negativo,
o significa
ângulo formado por esses
que o ângulo vetores
é obtuso. é agudo,
Enfim, enquanto
quando que,interno
o produto quando o resultado
é igual a zero, ésignifica
um número negativo,
que esses vetores
significa que o ângulo é obtuso. Enfim, quando o produto interno é igual a zero, significa que esses vetores
são ortogonais.
são ortogonais.
Com relação ao produto vetorial, podemos verificar, de acordo com a definição, que o produto
Com
vetorial relação
associa ao produto
a cada par de vetorial,
vetores umpodemos verificar,
outro vetor de acordo
ortogonal com avetores
a ambos definição, que cuja
iniciais, o produto
direção
vetorial associa
e sentido podema cada par depela
ser obtido vetores
regraum
daoutro vetor ortogonal
mão direita, a ambos
essa operação, vetores
assim comoiniciais, cuja direção
na multiplicação das
e matrizes,
sentido podem
não é ser obtido pelaUma
comutativa. regra da mão prática
aplicação direita, éessa
que operação, assim como na do
a norma (comprimento) multiplicação das
produto vetorial
matrizes, não aé área
corresponde comutativa. Uma aplicação
do paralelogramo formadoprática é que
a partir a norma
desses (comprimento)
vetores, do produto
isso significa que, quando ovetorial
produto
corresponde a área
vetorial é igual ao do paralelogramo
vetor formado
nulo, esses vetores sãoa paralelos
partir desses vetores, isso
ou colineares, ou significa que, quando oseproduto
seja, o paralelogramo degenera
vetorial
em umé segmento
igual ao vetor nulo,
de reta e, esses vetores
portanto, sãovetores
esses paralelos
sãooulinearmente
colineares, ou seja, o paralelogramo se degenera
dependentes.
em um segmento de reta e, portanto, esses vetores são linearmente dependentes.
Combinando esse par de operações, obtemos uma outra operação chamada de produto misto, cujo
Combinando
resultado, esse no
assim como parproduto
de operações,
escalar,obtemos uma outra
é um número operação
real. chamada
Além disso, de produto
o módulo misto, cujo
do produto misto
resultado, assim
corresponde ao como
volumenodoproduto escalar, formado
paralelepı́pedo é um número
a partirreal. Além
desses três disso, o módulo
vetores. do produto
Desse último misto
fato, podemos
corresponde ao volume
dar uma condição doque
para paralelepı́pedo
três vetores formado a partir desses
sejam coplanares, isto é,três vetores.
basta que oDesse último
produto fato,
misto podemos
se anule, pois
dar uma condição
o sólido para que
se degenera, umatrês
vezvetores
que suasejam coplanares,
altura é igual aisto é, basta
zero, o que que o produto
significa mistotrês
que esses se anule, pois
vetores são
o linearmente
sólido se degenera, uma vez que sua altura é igual a zero, o que significa que esses três vetores são
dependentes.
linearmente dependentes.
MULTIPLICAÇÃO DE VETORES
57
LEITURA COMPLEMENTAR
Existem alguns questionamentos sobre a origem para a definição da multiplicação dos vetores, seja
do produto escalar (interno) ou do produto vetorial. A importância destas duas operações é inquestio-
nável, por exemplo, o produto interno descreve o trabalho realizado por uma força aplicada sobre um
corpo num determinado deslocamento, o produto vetorial tem aplicação no torque e momento angular
na mecânica clássica, as Equações de Maxwell que descrevem os fenômenos elétricos e magnéticos tem
as duas multiplicações em suas composições. Apesar dos livros de fı́sica e de matemática definirem essas
operações, não há nenhuma justificativa que explique o porque da forma como são definidas. Apresento
aqui uma evidência da origem dessas operações, mas devido a complexidade não detalharemos o assunto.
O irlandês William Rowan Hamilton (1805-1865) matemático, fı́sico e astrônomo em seus estudos sobre
os números complexos descobriu uma estrutura interessante que denominou de Quaternios, esta estrutura
é uma generalização dos números complexos em 4 dimensões (C × C).
Hamilton verificou que ao realizar as operação usuais com os números complexos, seus resultados
apresentavam duas partes distintas, uma parte real que denominou de parte escalar do quatérnio e uma
outra parte imaginária que denominou de parte vetorial do quatérnio, particularmente na multiplicação
dos quatérnios surgiam duas estruturas, uma que se assemelha ao da definição de produto interno e uma
outra que se assemelha ao do produto vetorial, conhecidos e utilizados atualmente na geometria analı́tica.
Perceba que estes são apenas estudos analı́ticos sobre os números complexos, que na verdade ten-
tava mostrar que o conjunto dos quatérnios era algebricamente fechado. Porém, as aplicações relacionadas
a esta teoria só surgiram depois, particularmente nas descrições das leis relacionadas a fı́sica mecânica e
eletromagnética. Não sabemos ao certo se Maxwell se inspirou nos quatérnios, ou foram apenas coinci-
dências, mas quando se trata de ciência muitas teorias se relacionam naturalmente.
Para maiores informações, leia o artigo: “Sobre as origens das definições dos produtos escalar e ve-
torial”. M.J. Menon. Revista Brasileira de Ensino de Fı́sica, v. 31, n. 2, 2305 (2009) www.sbfisica.org.br.
Disponı́vel em:
<http://www.sbfisica.org.br/rbef/pdf/312305.pdf>
Fonte: o autor
Atividade de autoestudo
a) �u = 2 e �v = 3
b) �u = −2 e �v = 3
c) �u = −2 e �v = −3
d) �u = (1, 2) e �v = (3, 4)
e) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
f) �u = (1, 2) e �v = (2, −1)
g) �u = (1, 1) e �v = (−1, 2)
h) �u = (1, 1) e �v = (−4, 1)
i) �u = (−2, −1) e �v (−1, −2)
j) �u = (−4, −1) e �v = (4, 1)
k) �u = (1, 1, 1) e �v = (2, −1, 3)
l) �u = (−2, 3, 5) e �v = (4, 1, 1)
m) �u = (0, −1, 3) e �v = (3, 4, −2)
2) Sejam �a = (−1, 2) e �b = (−3, 1) vetores do R2 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.
3) Sejam �u = (1, 1, 0) e �v = (−2, 3, 0) vetores do R3 , obtenha o ângulo formado por esses vetores.
5 −−→ −−→
6) Sejam A(1, 2, 3), B(2, 2, ), C(2, 3, 5) e D(1, 0, 3), mostre que os vetores AB e CD são ortogonais.
2
7) Dados os vetores �a = (3, 4, −4) e �b = (2, 2, 0), obtenha o produto vetorial entre esses vetores.
59
8) Calcule a área do paralelogramo com vértices consecutivos nos pontos A(0, −1, 2), B(3, 1, 2) e C(−1, 0, 3).
9) Considere o triângulo com vértices A(0, −2, 0), B(0, 0, 2) e C(2, 0, 0):
a) Mostre que esse triângulo é equilátero.
b) Calcule a área do triângulo ABC.
10) Sejam �u = (1, −2, 3) e �v = (3, −1, 2), obtenha um vetor unitário perpendicular a �u e �v .
14) Obtenha o volume do paralelepı́pedo que tem um dos vértices no ponto A(1, 1, 1) e três adjacentes
B(2, 1, 1), C(1, 2, 1) e D(1, 1, 2).
16) Sejam A(1, 0, 2), B(2, −1, 1), C(3, 2, 1) e D(4, 5, 1) pontos de R3 . Mostre que esses pontos estão sobre
um mesmo plano.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
III
UNIDADE
RETAS E PLANOS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer e determinar equações do plano.
■■ Reconhecer e determinar equações da reta.
■■ Identificar as posições relativas entre planos.
■■ Identificar as posições relativas entre retas.
■■ Calcular distâncias.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Sistema de Coordenadas
■■ Plano no Espaço
■■ Reta no Espaço
■■ Distâncias
63
INTRODUÇÃO
A Geometria Analı́tica, também conhecida como geometria das coordenadas, baseia-se no estudo
da geometria com a utilização da Álgebra, indı́cios históricos apontam que seus estudos iniciaram com
o matemático francês René Descartes (1596-1650), criador do sistema de coordenadas cartesianas ou
plano cartesiano, ele conseguiu estabelecer relações entre a geometria e a álgebra ao analisar o ponto,
distâncias, retas e circunferências no plano cartesiano por meio de suas coordenadas.
Nesta unidade, vamos estudar as equações da reta, equações do plano, cálculo de distância, ângulo
e posições relativas no sistema de coordenadas R3 .
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos lembrar de alguns fatos importantes relacionados à geometria no plano xy, por exemplo,
por dois pontos distintos passa uma única reta, ou seja, para obtermos a equação de uma reta precisamos
de dois pontos, equivalentemente, dada a inclinação da reta e um ponto do plano, existe uma única reta
que passa por esse ponto com essa inclinação. Fazendo analogia ao exemplo anterior, no espaço R3 , para
definirmos a equação de uma reta, precisamos de dois pontos distintos, ou equivalentemente de um ponto
e um vetor, esse último nos fornece a direção da reta, da mesma forma que o coeficiente angular no plano.
Agora, para definirmos a equação de um plano no espaço R3 , precisamos de três pontos distintos, mais
ainda, esses três pontos devem ser não colineares, ou equivalentemente, para obtermos a equação do plano,
precisamos de dois vetores linearmente independentes e mais um ponto por onde deve passar o plano. É
importante se atentar a esses detalhes, pois podem auxiliá-los na compreensão e dedução das fórmulas e
resolução dos problemas.
Apesar da importância da dedução das fórmulas, esperamos que o leitor tenha domı́nio em aplicá-
las na resolução dos problemas propostos.
SISTEMAS DE COORDENADAS
Introdução
III
−−→
determina um único vetor �v = OP que se escreve como combinação linear dos vetores �i, �j e �k
ou simplesmente
�v = (x, y, z).
Assim, podemos representar cada ponto P do espaço por meio do terno ordenado de coordenadas carte-
sianas P = (x, y, z) ou P (x, y, z). Reciprocamente, cada terno ordenado (x, y, z) corresponde a um único
−−→
ponto P do espaço, tal que OP = x�i + y�y + �z = (x, y, z).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Distância entre 2 pontos
Vamos deduzir a fórmula da distância entre dois pontos no espaço. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB
e O(0, 0, 0) pontos de R3 .
�
Denotemos a distância entre os pontos A e B por d(A, B), assim temos d(A, B) = �AB�, como
−−→ −−→ −→
AB = BO + OA
−−→ −→
= −OB + OA
= −(xB − 0, yB − 0, zB − 0) + (xA − 0, yA − 0, zA − 0)
= (xA − xB , yA − yB , zA − zB )
RETAS E PLANOS
65
segue que
−−→
�AB� = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2
e, portanto,
d(A, B) = (xA − xB )2 + (yA − yB )2 + (zA − zB )2
O PLANO
Equações Paramétricas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos determinar uma equação do plano definido por 3 pontos. Sejam A(xA , yA , zA ), B(xB , yB , zB
e C(xC , yC , zC ) pontos não colineares e π o plano que contém esses pontos, assim, se um ponto genérico
−−→ −→
P (x, y, z) pertence ao plano π, vamos encontrar condições para que P ∈ π. Como AB, AC são LI, logo,
−→ −−→ −→ −→
P ∈ π se existem escalares a e b tais que AP = aAB + bAC, ou seja, AP é combinação linear dos vetores
−−→ −→
AB e AC.
−→ −→ −−→
Como AP = AO + OP , segue que
−→ −−→ −−→ −→
AO + OP = aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = −AO + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC
−−→ −→ −−→ −→
OP = OA + aAB + bAC
O Plano
III
Essas são as equações paramétricas do plano π, os números a e b são os parâmetros do ponto P (x, y, z).
Assim, para cada ponto P do plano existe um par ordenado (a, b) associado a ele e, reciprocamente, cada
par ordenado (a, b) corresponde a um ponto P do plano.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 1: Sejam A(1, 2, 3), B(−1, 0, 1) e C(3, 1, 5) pontos de R3 . Determine as equações paramétricas
do plano que passa por esses 3 pontos e verifique se os pontos D(−1, 0, 3) e E(3, 1, 0) pertencem a este
plano.
Temos:
xA = 1, xB = −1 e xC = 3
yA = 2, yB = 0 e yC = 1
zA = 3, zB = 1 e zC = 5
substituindo obtemos ⎧
⎪
⎪ x = 1 + a(−1 − 1) + b(3 − 1)
⎪
⎪
⎨
⎪ y = 2 + a(0 − 2) + b(1 − 2)
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 3 + a(1 − 3) + b(5 − 3)
Agora, vamos verificar se o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano, para tanto, substituı́mos as coordenadas
do ponto nas equações paramétricas e obtemos o seguinte sistema de três equações e duas incógnitas:
⎧
⎪
⎪ −1 = 1 − 2a + 2b
⎪
⎪
⎨
⎪ 0 = 2 − 2a − b.
⎪
⎪
⎪
⎩
1 = 3 − 2a + 2b
RETAS E PLANOS
67
Equivalentemente ⎧
⎪
⎪ −2 = −2a + 2b
⎪
⎪
⎨
⎪ −2 = −2a − b
⎪
⎪
⎪
⎩
−2 = −2a + 2b
cuja solução é o par ordenado (a, b) = (1, 0) e, portanto, o ponto D(−1, 0, 1) pertence ao plano. Por outro
lado, para o ponto E(3, 1, 0), obtemos o seguinte sistema
⎧
⎪
⎪ 3 = 1 − 2a + 2b
⎪
⎪
⎨
⎪ 1 = 2 − 2a − b
⎪
⎪
⎪
⎩
0 = 3 − 2a + 2b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja, ⎧
⎪
⎪ 2 = −2a + 2b
⎪
⎪
⎨
⎪ −1 = −2a − b
⎪
⎪
⎪
⎩
−3 = −2a + 2b
que não admite solução. Logo, como não existe um par ordenado que é solução do sistema anterior,
concluı́mos que esse ponto E não pertence ao plano.
Vamos obter agora uma outra equação do plano definida por 3 pontos, se os pontos A, B, C e P
−→ −−→ −→
são coplanares, então, o conjunto {AP , AB, AC} é LD, logo, do produto misto temos
−→ −−→ −→
[AP , AB, AC] = 0
O Plano
III
56
−−→ −→
Pondo AB = (a1 , b1 , c1 ), AC = (a2 , b2 , c2 ) em que a1 = xB −xA , b1 = yB −yA , c1 = zB −zA , a2 = xC −xA ,
b2 = yC − yA e c2 = zC − zA , segue que
x − xA y − y A z − zA
=0
a1 b1 c1
a2 b2 c2
chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0
ax + by + cz + d = 0
Exemplo 2: Determine a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e
C(0, 1, −2).
Seja π o plano que passa pelos pontos A(1, 0, 2), B(−1, 2, 0) e C(0, 1, −2), considere P (x, y, z) um
−→ −−→ −→
ponto genérico desse plano. Assim, AP = (x − 1, y, z − 2), AB = (−2, 2, −2) e AC = (−1, 1, −4) e do
produto misto temos
x−1 y z−2
=0
−2 2 −2
−1 1 −4
−6x + 6 − 6y = 0
−6x − 6y + 6 = 0
RETAS E PLANOS
69
−→
�n.AP = 0 (equação normal do plano)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
segue que
(a, b, c).(x − xA , y − yA , z − zA ) = 0
ax + by + cz + d = 0.
Assim, acabamos de verificar que é possı́vel obter a equação de um plano, dados um vetor normal a ele e
um ponto desse plano, note também que, dada uma equação de um plano ax + by + cz + d = 0, o vetor
�n = (a, c, b) é um vetor normal a esse plano.
Observe que fixado um vetor �n = (a, b, c) todo plano com equação ax + by + cz + d = 0 é perpen-
dicular ao vetor �n, particularmente, para cada valor d ∈ R obtemos um plano ortogonal ao vetor dado,
em que esses planos são todos paralelos entre si. Lembre-se que dada uma equação do 1o grau y = ax + b,
fixando o coeficiente angular a e percorrendo todos valores reais para o coeficiente linear b obtemos uma
O Plano
III
famı́lia de retas paralelas “varrendo” todo plano xy, o mesmo ocorre com a equação ax + by + cz + d = 0,
famı́lia de retas paralelas “varrendo” todo plano xy, o mesmo ocorre com a equação ax + by + cz + d = 0,
ao variarmos todos valores d percorremos todo espaço R3 .
ao variarmos todos valores d percorremos todo espaço R3 .
Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
Acesse o link abaixo e veja a determinação de um vetor normal a partir de sua equação do plano:
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
<https://pt.khanacademy.org/math/linear-algebra/vectors and spaces/dot cross products/v/normal-
vector-from-plane-equation>
vector-from-plane-equation>
Exemplo 3: Determine a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo
vetor normal esse plano.a equação do plano que passa pelo ponto A(1, −1, 3), sendo �n = (1, −1, 2) um
3:aDetermine
vetor normal a esse plano.
Vimos que se �n = (1, −1, 2) é um vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo
a = 1, b Vimos
= −1 eque (1, −1, 2) é umobtemos:
c =se2,�nao=substituirmos, vetor normal ao plano de equação ax + by + cz + d = 0, sendo
a = 1, b = −1 e c = 2, ao substituirmos, obtemos:
1x − 1y + 2z + d = 0
1x − 1y + 2z + d = 0
1+1+6+d=0
1+1+6+d=0
d = −8.
d = −8.
Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é
Portanto, a equação é do plano com vetor normal �n = (1, −1, 2) e que passa pelo ponto A(1, −1, 3) é
x − y + 2z − 8 = 0.
x − y + 2z − 8 = 0.
RETAS E PLANOS
71
Equações paramétricas
−−→ −→
Assim, se AB e AC são vetores LI, então, existe um plano π que contém os segmentos AB e AC,
−→
logo, se P (x, y, z) ∈ π o vetor AP pode ser escrito como combinação linear dos vetores �u e �v , isto é,
existem escalares p e q tais que
−→
AP = p�u + q�v
−→ −−→
AO + OP = p�u + q�v
−→ −−→
−OA + OP = p�u + q�v
−−→ −→
OP = OA + p�u + q�v
que são as equações paramétricas do plano que passa pelo ponto dado A e tem vetores diretores �u e �v .
Cada ponto P está associado a um par de parâmetros (p, q) e, reciprocamente, cada par (p, q) associa-se
a um ponto P do espaço, por exemplo, o par (0, 0) associa o ponto P = A.
O Plano
III
Exemplo 4: Determine as equações paramétricas do plano π que passa pelo ponto A(1, −1, 0) e é paralelo
aos vetores �u = (1, −3, 7) e �v = (−5, 2, 4).
e, portanto, obtemos
⎧
⎪
⎪
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪
⎪ x = 1 + p − 5q
⎨
⎪ y = −1 − 3p + 2q.
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 7p + 4q
Equação geral
Agora, para obtermos a equação cartesiana (ou geral) do plano determinada por 2 vetores e 1
ponto, lembremos que �u × �v é ortogonal ao plano π, isto é
−→
AP .(�u × �v ) = 0
� �
� �
� x − x A y − y A z − zA �
� �
� �
� �=0
� a1 b1 c1 �
� �
� �
� a2 b2 c2 �
RETAS E PLANOS
73
Chamando de a = b1 c2 − c1 b2 , b = a2 c1 − a1 c2 e c = a1 b2 − b1 a2
(x − xA )a + (y − yA )b + (z − zA )c = 0
ax + by + cz + d = 0.
Exemplo 5: Obtenha a equação cartesiana do plano π que passa pelo ponto A(2, 1, −3) e é paralelo aos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se P (x, y, z) ∈ π, temos
x−2 y−1 z+3
=0
1 3 0
−2 5 1
3x − 6 − y + 1 + 11z + 33 = 0
3x − y + 11z + 28 = 0.
O Plano
III
e, portanto,
|�n1 .�n2 | θ
cos θ = , com 0 ≤ θ ≤
��n1 ���n2 � 2
Sabemos que os vetores normais aos planos dados são �n1 = (2, 3, −1) e �n2 = (1, −1, 4), segue que
=2−3−4
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= −5,
√ √ √ √
além disso, temos ��n1 � = 4 + 9 + 1 = 14 e ��n2 � = 1 + 1 + 16 = 18, como
�n1 .�n2
cos θ =
�n�1 ���n2 �
substituindo, obtemos
−5
cos θ = √ √
14. 18
√
−5 7
cos θ =
42
cos θ ∼
= 0, 3149
arccos(cos θ) ∼
= arccos 0, 3149
θ∼
= 71, 64o .
A Reta
Sabemos que dados dois pontos distintos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ) existe uma única reta que
passa por esses pontos. Seja P (x, y, z) um ponto dessa reta que chamaremos de r assim, temos um
der,
RETAS E PLANOS
75
−−→ −−−→
conjunto {P1 P , P1 P2 } Linearmente Dependente, isto é, existe um λ ∈ R tal que
−−→ −−−→
P1 P = λP1 P2
−−→ −−→ −−−→
P1 O + OP = λP1 P2
−−→
OP = λ(x2 − x1 , y2 − y1 , z2 − z1 ) + (x1 , y1 , z1 )
ou seja, ⎧
⎪
⎪ x = x1 + λ(x2 − x1 )
⎪
⎪
⎨
y = y1 + λ(y2 − y1 ) equações paramétricas da reta r.
⎪
⎪
⎪
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
⎪
⎩
z = z1 + λ(z2 − z1 )
x − x1 y − y1 z − z1
λ= = =
x2 − x 1 y2 − y1 z2 − z1
que são as equações simétricas da reta. A relação acima nos dá a condição para que três pontos estejam
alinhados, ou seja, os pontos P , P1 e P2 estão alinhados se as razões acima são iguais a uma constante.
Particularmente, se uma reta r passa pelos pontos P1 (x1 , y1 , z1 ) e P (x, y, z) e tem direção do vetor
A Reta
III
⎧
⎪
⎪ x = x1 + λa
⎪
⎪
⎨
y = y1 + λb equações paramétricas da reta r
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
z = z1 + λc
x − x1 y − y1 z − z1
= = equações simétricas da reta r.
a b c
Exemplo 7: Determine a equação paramétrica da reta que passa pelos pontos P1 (1, 2, 0) e P2 (−1, 3, 5).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja r a reta determinada pelos pontos P1 e P2 , assim se P (x, y, z) ∈ r, temos
−−−→
P = P1 + λP1 P2
portanto, ⎧
⎪
⎪ x = 1 − 2λ
⎪
⎪
⎨
⎪ y = 2+λ .
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 5λ
Exemplo 8: Mostre que os pontos A(−2, 2, 5), B(2, 0, 3) e C(0, 1, 4) estão alinhados.
Seja r a reta que passa pelos pontos A, B e P (x, y, z), assim temos
−−→
P = B + λAB
isto é, ⎧
⎪
⎪ x = 2 + 4λ
⎪
⎪
⎨
⎪ y = −2λ
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 3 − 2λ
RETAS E PLANOS
77
x−2 y −z + 3
=− = = λ.
4 2 2
0−2 1 −4 + 3 1
=− = =− =λ
4 2 2 2
Seja r uma reta perpendicular ao plano π e que passa pelo ponto A(−1, 2, 7), o vetor �n = (3, 2, −5)
é normal ao plano π, substituindo diretamente na fórmula anterior, obtemos as equações paramétricas
⎧
⎪
⎪ x = −1 + 3λ
⎪
⎪
⎨
⎪ y = 2 + 2λ
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 7 − 5λ
A Reta
III
−→
AP = λn�1 × n�2 para algum λ real
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mas � �
� �
� �i �j �k �
� �
� �
n�1 × n�2 = �� a1 b1 c1 ��
� �
� �
� a 2 b2 c 2 �
segue que
−→
AP = λ(b1 c2 − b2 c1 , a2 c1 − a1 c2 , a1 b2 − a2 b1 )
e, portanto, obtemos ⎧
⎪
⎪ x = xA + λ(b1 c2 − b2 c1 )
⎪
⎪
⎨
⎪ y = yA + λ(a2 c1 − a1 c2 ) .
⎪
⎪
⎪
⎩
z = zA + λ(a1 b2 − a2 b1 )
RETAS E PLANOS
79
Quando resolvemos um sistema de três equações com três incógnitas, a solução (caso exista) é um
ponto da interseção desses três planos. Acesse o link e verifique todas possibilidades:
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
Quando resolvemos um sistema de três equações com três incógnitas, a solução (caso exista) é um
ponto da interseção desses três planos. Acesse o link e verifique todas possibilidades:
<http://pt.slideshare.net/luanadavila/luana-14123718>
Exemplo 10: Sejam π1 e π2 planos com equações x + 2z − 8 = 0 e x + 4y − 2z + 4 = 0. Encontre as
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4y − 8 = −4
y=1
4y = 4
logo, um ponto da interseção é um ponto A(0, 1, 4). Assim, se P (x, y, z) ∈ π1 ∩ π2 , temos
y=1
−→
AP = λ(�n1 × �n2 )
logo, um ponto da interseção é um ponto A(0, 1, 4). Assim, se P (x, y, z) ∈ π1 ∩ π2 , temos
−→
AP = λ(�n1 × �n2 )
A Reta
III
Planos paralelos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Se π1 e π2 são paralelos, então, �n1 e �n2 são múltiplos (paralelos), isto é, existe λ tal que
�n1 = λ�n2
(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2
Exemplo 11: Mostre que os planos π1 e π2 determinados pelas equações 15x − 12y + 6z + 9 = 0 e
5x − 4y + 2z + 7 = 0 são paralelos.
De fato, sejam �n1 = (15, −12, 6) e �n2 = (5, −4, 2) vetores normais aos planos π1 e π2 , devemos
exibir um λ ∈ R tal que
�n1 = λ�n2
como
(15, −12, 6) = λ(5, −4, 2)
logo,
15 −12 6
= = = λ.
5 −4 2
Portanto, tomando λ = 3, obtemos �n1 = 3�n2 , o que mostra que π1 e π2 são paralelos.
RETAS E PLANOS
81
Planos Perpendiculares
�n1 .�n2 = 0
Temos que �n1 = (3, −4, −3) e �n2 = (1, 0, 1) são vetores normais aos planos dados, logo, do produto
interno temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
�n1 .�n2 = 3 − 0 − 3
�n1 .�n2 = 0
Retas paralelas
No caso em que r1 é paralela à r2 dizemos que o ângulo formado é igual a zero. Assim, considere
�u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ) vetores diretores das retas r1 e r2 , respectivamente, para verificar que
essas retas são paralelas, basta exibir λ ∈ R tal que
�u = λ�v
(a1 , b1 , c1 ) = λ(a2 , b2 , c2 )
ou, equivalentemente,
a1 b1 c1
λ= = = .
a2 b2 c2
A Reta
III
Exemplo 13: Seja r1 a reta que passa pelos pontos O(0, 0, 0) e A(1, 1, 1), r2 a reta que passa pelos pontos
B(0, 0, 2) e C(2, 2, 4). Mostre que essas retas são paralelas.
−→ −−→
De fato, temos �v1 = OA = (1, 1, 1) tem direção da reta r1 e �v2 = BC = (2, 2, 2) tem direção da
reta r2 , logo, da condição de paralelismo, temos
1 1 1
λ= = =
2 2 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando r1 é concorrente à r2 , o ângulo θ entre essas retas é o menor entre os quatro ângulos
formados no ponto em comum, caso r1 e r2 sejam reversas, marcamos um ponto P , por exemplo, sobre a
reta r1 e traçamos uma reta r3 paralela a r2 , passando por esse ponto, o ângulo formado pelas retas r1 e
r3 é o ângulo entre as retas r1 e r2 .
Assim, se �v1 e �v2 são vetores diretores de r1 e r2 , então, ângulo formado por essas retas é tal que:
|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 ���v2 �
RETAS E PLANOS
83
Seja θ o ângulo formado por essas retas, as direções das retas r1 e r2 são dadas por �v1 = (1, 1, −2)
e �v2 = (−2, 1, 1), logo
|�v1 .�v2 |
cos θ =
��v1 �.��v2 �
|1.(−2) + 1.1 + (−2).1|
cos θ = � �
11 + 12 + (−2)2 . (−2)2 + 12 + 12
| − 2 + 1 − 2|
cos θ = √ √
1 + 1 + 4. 4 + 1 + 1
3
cos θ =
6
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1
cos θ =
2
portanto, θ = 60o .
Retas ortogonais
Sejam r1 e r2 duas retas com direção dos vetores �u = (a1 , b1 , c1 ) e �v = (a2 , b2 , c2 ), respectivamente,
dizemos que r1 é ortogonal à r2 (formam um ângulo de 90o ), quando
�u.�v = 0.
As retas r1 e r2 possuem direção dos vetores v1 = (1, −1, 3) e v2 = (1, 4, 1), respectivamente. Logo,
do produto interno segue que
=1−4+3
=0
A Reta
III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, a distância d do ponto P0 ao plano π é
−−→
d(P0 , π) = �AP0 �
−−→ −−→ −−→
d(P0 , π) = �P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
−−→ −−→ −−→ −−→
�AP0 ��P0 P �| cos(P0 A, P0 P )|
d(P0 , π) = −−−→ (∗)
�AP0 �
note que �n = (a, b, c) é normal ao plano π, logo, existe λ real tal que
−−→
AP0 = λ�n
−−→
AP0 = |λ|(a, b, c) (∗∗)
−−→
�AP0 � = |λ| a2 + b2 + c2 (∗ ∗ ∗)
RETAS E PLANOS
85
−−→ −−→
|AP .P P |
d(P0 , π) = √ 0 0
|λ| a2 + b2 + c2
|λ(a, b, c).(x − x0 , y − y0 , z − z0 )|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
| − λ(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √
|λ| a2 + b2 + c2
|λ||(ax0 + by0 + cz0 − ax − by − cz)|
d(P0 , π) = √ .
|λ| a2 + b2 + c2
d(P0 , π) = √ .
a 2 + b2 + c 2
Exemplo 16: Seja π o plano definido pela equação 3x − 2y + z − 1 = 0. Calcule a distância entre o plano
π ao ponto P0 = (1, 0, 1).
Temos que a = 3, b = −2 e c = 1, além disso, x0 = 1, y0 = 0 e z0 = 1, substituindo na fórmula anterior
segue que
Considere uma reta r determinada por um ponto P1 (x1 , y1 , z1 ) com direção do vetor �v = (a, b, c),
dado um ponto P0 , vamos determinar a distância d do ponto P0 até a reta r. Observe que os vetores �v e
−−−→
P1 P0 determinam um paralelogramo cuja altura corresponde a distância d de P0 até a reta r.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sabemos que a área do paralelogramo é dada pela norma do produto vetorial
−−−→
A = �P1 P0 × �v �
A = ��v �.d
−−−→
logo ��v �.d = �P1 P0 × �v �, ou seja,
−−−→
�P1 P0 × �v �
d(P0 , r) =
��v �
x y−2 z+5
r: = = .
3 2 1
RETAS E PLANOS
87
Sabemos que
�i �j �k
−−−→
P1 P0 × �v = 1 − 0 −1 − 2 2 + 5 = (−17, 20, 11),
3 2 1
logo,
(−17)2 + 202 + 112
d(P0 , r) = √
32 + 22 + 12
√
289 + 400 + 121
d(P0 , r) = √
9+4+1
√
9 35
d(P0 , r) = .
7
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dadas duas retas quaisquer, existem três possibilidades: são concorrentes, nesse caso, a distância
entre elas é zero, são paralelas, nesse caso, a distância é constante, ou as retas são reversas.
Retas paralelas
Sejam r e s duas retas paralelas, tomemos um ponto P0 sobre s, nesse caso, basta calcular a
distância entre uma reta e um ponto, como visto anteriormente, isto é, se P0 ∈ s, então
Os vetores diretores das retas s e r são, respectivamente, vs = (6, −12, 3) e �vr = (2, −4, 1), como
d(s, r) = d(P , r)
�vs = 3�vr , logo, r é paralelo à s, além disso, P0 (1, −1, 3)0 ∈ s e P1 (1, 0, 2) ∈ r. Lembremos que
−−−→
�P1 P0 × �v �
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
= (∗)
��v �
d(s, r) = d(P0 , r)
−−−→
Assim, temos: �P1 P0 × �v �
= (∗)
��v �
� �
� �
� �i �j �k �
Assim, temos: � �
−−−→ � �
P1 P0 × �v = �� 0 −1 1 ��
�� ��
�� ��
� ��i �j �k � �
� 2 −4 1�
−−−→ � �
P1 P0 × �v = �� 0 −1 1 ��
=� �i(−1 + 4) −� �j(0 − 2) + �k(0 + 2)
� �
� 2 −4 1 �
= (3, 2, 2)
= �i(−1 + 4) − �j(0 − 2) + �k(0 + 2)
e, substituindo em (∗), segue que
= (3, 2, 2)
√ √ √
e, substituindo em (∗),Psegue 32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
(s, r) que
=� =√ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21
√ √ √
32 + 22 + 22 9+4+4 357 ∼
P (s, r) = � =√ = = 0, 8997.
22 + (−4)2 + 12 4 + 16 + 1 21
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares, com retas ortogonais?
É comum ouvirmos a expressão perpendicular e outras vezes ortogonal. Qual a diferença entre retas
perpendiculares, com retas ortogonais?
RETAS E PLANOS
89
Retas reversas
Considere r e s duas retas reversas, em que r é definida pelo vetor �u = (a1 , b1 , c1 ) e P1 (x1 , y1 , z1 )
e s definida pelo vetor �v = (a2 , b2 , c2 ) e P2 (x2 , y2 , z2 ).
−−−→
Os vetores �u, �v e P1 P2 definem um paralelepı́pedo de altura d = d(r, s), cujo volume é dado por
V = ��u × �v �.d,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
−−−→
V = |[�u, �v , P1 P2 ]|.
−−−→
��u × �v �.d = |[�u, �v , P1 P2 ]|
−−−→
|[�u, �v , P1 P2 ]|
d(r, s) = .
��u × �v �
As retas r e s passam pelos pontos P1 (−2, 3, 0) e P2 (0, 0, 3) e têm direção dos vetores �u = (5, 3, 1) e
�v = (3, 1, −5), respectivamente, além disso, essas retas não são paralelas, pois não existe λ tal que �u = λ�v ,
5 3 1
ou seja, �= �= . Agora, do produto vetorial temos
3 1 −5
�k
�i �j
�u × �v = 5 3 1
3 1 −5
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
logo,
��u × �v � = (−16)2 + 282 + (−4)2
√
= 256 + 784 + 16
√
= 1056
√
= 4 66.
Além disso,
5 3 1
−−−→
[�u, �v , P1 P2 ] = 3 1 −5
2 −3 3
= 5.(−12) − 3.(19) − 11
= −60 − 57 − 11
= −128,
como
−−−→
|[�u, �v , P1 , P2 ]|
d(r, s) =
��u × �v �
RETAS E PLANOS
91
segue que
| − 128|
d(r, s) = √
4 66
√
32 66
= √ .√
66 66
√
32. 66
=
66
√
16 66
=
33
∼ 3, 94.
=
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Prezado(a) aluno(a), nesta unidade, vimos como determinar as equações (paramétricas, simétricas)
que representam retas, as equações (paramétricas, cartesiana e normal) que representam os planos, as
posições relativas entre: plano e plano, plano e reta, reta e reta, vimos também como calcular ângulos
e distâncias. É interessante perceber que em vários momentos tivemos que recorrer aos conceitos das
unidades anteriores, a saber: conjunto de vetores linearmente dependentes e independentes; combinação
linear; produto interno; produto vetorial; produto misto. Esses conceitos foram fundamentais nas deduções
das equações do plano, da reta, nas fórmulas para o cálculo das distâncias e dos ângulos.
Portanto, podemos notar que todo estudo feito nesta unidade 3 está fundamentado na teoria das
seções anteriores, que, num primeiro momento, poderia aparentar ter pouca utilidade ou aplicação.
Considerações Finais
LEITURA COMPLEMENTAR
Agora, quando temos um sistema com duas equações e três incógnitas R3 , geometricamente, temos
dois planos, cujas posições relativas podem ser: planos paralelos, cuja interseção é um conjunto vazio,
logo, o sistema é impossı́vel; planos coincidentes, nesse caso, temos infinitas soluções, pois qualquer ponto
do plano é solução do sistema, ou seja, o sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; uma
reta, aqui também temos infinitas soluções, pois qualquer ponto da reta é solução do sistema.
Para finalizar, quando temos um sistema formado por três equações e três incógnitas, resolver
esse sistema é tentar obter a interseção de três planos, cujas possibilidades são: um único ponto, sistema
possı́vel e determinado com solução única; uma reta, nesse caso, o sistema é possı́vel e indeterminado
com infinitas soluções; um plano, sistema possı́vel e indeterminado com infinitas soluções; conjunto vazio,
nessa situação, o sistema é impossı́vel, ou nenhuma solução. Portanto, quando estiver resolvendo um
sistema de equações, lembre-se que você está tentando obter a interseção entre planos (ou retas) e isso
nem sempre é possı́vel.
93
Atividade de autoestudo
2) Calcule a equação geral do plano π que passa pelos pontos A(1, −3, 5), B(0, 1, −4) e C(−1, 2, 0).
3) Encontrar a equação do plano que passa pelo ponto A(3, 2, 0) e é perpendicular ao vetor �n = (−1, 3, 2).
4) Considere os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1). Determine a equação do plano que passa pelo
ponto A(1, −1, 5).
5) Dados os vetores �u = (−3, 1, 2) e �v = (3, 0, −1) e A(1, −1, 5), como no exercı́cio anterior, determine a
equação geral do plano que passa pelo ponto A e tem direção dos vetores �u e �v . Faça um comparativo
entre as equações paramétricas com a equação geral.
7) Sejam A(2, −1, 3) e B(7, 0, −2), determine as equações paramétricas da reta que passa por esses pontos.
a) Obtenha as equações paramétricas da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto C(7, 4, 6)
pertence a reta.
b) Obtenha a equação da forma simétrica da reta que passa por esses pontos e verifique se o ponto
D(5, 3, 4)) pertence a reta.
9) Seja π o plano definido pela equação −x + 2y = 7, determine a equação da reta perpendicular a esse
plano e que passa pelo ponto A(1, 2, 5).
10) Dados os planos 2x − 4y + z = 11 e 3y + 5z = 9. Determine as equações paramétricas da interseção
desses planos.
a) π1 e π2
b) π1 e π3
c) π1 e π4
12) Seja π1 o plano definido por 5x − 2y + 4z − 13 = 0, determine o valor de k para que o plano π2 com
equação 6x + ky + 8z + 2 = 0 seja perpendicular ao plano π1 .
⎧
⎪
⎪ x = 2λ
⎪
⎪
⎨
14) Se r1 é a reta que passa pelos pontos A(1, 0, −2) e B(0, −3, 5) e r2 é definida por y = 11 − 3λ,
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
z = 2 + 5λ
calcule o ângulo formado por essas retas.
15) Considere a reta r1 que passa pelos pontos A(3, 2, −1) e B(4, 6, 1) e r2 a reta com equações simétricas
x−1 y+2 z+3
= = . Mostre que essas retas são ortogonais.
−2 −3 7
a) x + y + z + 1 = 0 e A(1, 1, 1)
b) 2x − y − 3z = 5 e B(1, 2, 0)
95
c) 3x + 4z − 7 = 0 e C(1, 0, 1)
d) −x − z + 1 = 0 e D(−1, −3, 5)
⎧
⎪
⎪ x = 3 + 2k
⎪
⎪
⎨
17) Seja r a reta com equações paramétricas r : y = 4 − 5k , determine a distância entre r e o ponto
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
z = −1 + 3k
P (−1, −3, 5).
⎧
⎪
⎨ x = 2 − 2λ x y+1 z−1
r: y = 1 + 3λ e s: = = .
⎪
⎩ 6 −9 −15
z = 5 + 5λ
Verifique a posição relativa entre essas retas e calcule a distância entre elas.
IV
UNIDADE
CÔNICAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Entender o conceito de Cônicas como interseção do Plano com o
Cone.
■■ Compreender as cônicas como o lugar geométrico dos pontos que
satisfazem uma certa condição.
■■ Identificar suas equações e seus elementos.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ A Elipse
■■ A Circunferência
■■ A Hipérbole
■■ A Parábola
■■ Atividades
■■ Considerações Finais
99
INTRODUÇÇ
INTRODU ÃO
ÃO
Na
Naunidade
unidadeanterior,
anterior,estudamos
estudamosasasequações
equaçõesdadareta
retae edo
doplano
planoque
quesão
sãoequações
equaçõeslineares,
lineares,isto
istoé,é,
equações o o
equaçõesdo
do11ograu.
grau.Nesta
Nestaunidade,
unidade,vamos
vamosestudar
estudarequações
equaçõesdo
do22ograu
grauem
emxxe ey yno
noplano
planocartesiano,
cartesiano,osos
gráficos
gráficosdessas
dessasequações
equaçõesdescrevem
descrevemcurvas
curvasno
noplano
planoxy,
xy,são
sãoelas:
elas:aaelipse;
elipse;aacircunferência;
circunferência;aahipérbole;
hipérbole;
aaparábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de um cone com um plano e, dependendo
parábola. Tais curvas são obtidas por meio da interseção de um cone com um plano e, dependendo
da
dadisposição
disposiçãodesses
dessesdois
doiselementos,
elementos,é épossı́vel
possı́velobter
obteressas
essascurvas,
curvas,justificando
justificandoaanomenclatura
nomenclaturadedesecção
secção
cônica.
cônica.
Essas
Essascurvas
curvasjájáeram
eramconhecidas,
conhecidas,admiradas
admiradase eestudadas
estudadasdesde
desdeaaantiguidade,
antiguidade,porporexemplo:
exemplo: oo
filósofo
filósofo e astrônomo Johannes Kepler (1571 - 1630) foi quem deduziu que as órbitas planetáriaseram
e astrônomo Johannes Kepler (1571 - 1630) foi quem deduziu que as órbitas planetárias eram
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
elı́pticas e não circulares, como se pensava na época. Já Apolônio de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático
elı́pticas e não circulares, como se pensava na época. Já Apolônio de Perga (262 a.C - 194 a.C), matemático
e eastrônomo
astrônomogrego,
grego,dedicou
dedicouparte
partededesua
suavida
vidaaoaoestudo
estudodas
dascônicas,
cônicas,dando
dandouma
umacontribuição
contribuiçãoı́mpar
ı́mparpara
para
aamatemática
matemáticacom
comsua
suaobra
obra“As
“Ascônicas”.
cônicas”.
Espero
Esperoque
queooleitor
leitorsesesurpreenda
surpreendacom
comoofato
fatodedequequeasascurvas
curvasestudadas
estudadasnesta
nestaunidade,
unidade,podem
podem
simplesmente
simplesmenteser
serobtidas
obtidaspor
pormeio
meiodedeuma
umainterseção
interseçãodedeum
umplano
planocom
comumumcone,
cone,por
poroutro
outrolado,
lado,essas
essas
curvas
curvasobtidas
obtidasestão
estãoestritamente
estritamenterelacionadas
relacionadascom
comequações
equaçõescujo
cujoexpoente
expoenteé éexatamente
exatamente2.2.
Conhecer
Conhecere eidentificar
identificaruma
umasecção
secçãocônica,
cônica,sua
suaequação
equaçãoe esua
suacurva
curvacom
comseus
seuselementos
elementosé éooprincipal
principal
objetivo nesta unidade. Posteriormente analisaremos superfı́cies no espaço tridimensional, cuja interseção
objetivo nesta unidade. Posteriormente analisaremos superfı́cies no espaço tridimensional, cuja interseção
com
comum
umdeterminado
determinadoplano
planoresulta
resultaexatamente
exatamenteem
emuma
umadessas
dessascurvas.
curvas.
Um
Umcone
conepode
podeser
serobtido
obtidoaapartir
partirdededuas
duasretas
retasconcorrentes,
concorrentes,por
porexemplo,
exemplo,fixada
fixadauma
umareta
retar r(eixo),
(eixo),
fixamos
fixamos um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno dareta
um ponto P em r, traçamos uma reta g passando por P , ao rotacionarmos g em torno da reta
r,r,mantendo
mantendofixo
fixoooângulo
ânguloentre
entreelas,
elas,obtemos
obtemosum
umcone,
cone,em
emque
queg gé échamada
chamadadedegeratriz
geratrizdesse
dessecone.
cone.
Ver:
Ver:www.brasilescola/matematica/cone.htm
www.brasilescola/matematica/cone.htm
Introdução
IV
A Elipse
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano xy, cuja distância entre eles é igual à 2c, ao conjunto de pontos
P (x, y) do plano xy tais que
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a, onde a > c
damos o nome de elipse. Assim, uma elipse é o lugar geométrico dos pontos P (x, y), cuja soma das
distâncias a dois pontos fixos é uma constante. A elipse é obtida por meio da interseção entre o plano e
o cone, em que o plano deve ser inclinado em relação ao eixo do cone, mas não paralelo à sua geratriz.
CÔNICAS
101
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Considere a elipse com foco F1 (−c, 0) e F2 (c, 0), se P (x, y) é um ponto da elipse, temos:
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
−−→ −−→
||F1 P || + ||F2 P || = 2a
(x + c)2 + (y − 0)2 + (x − c)2 + (y − 0)2 = 2a
A Elipse
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(x + c)2 + y 2 = 2a − (x − c)2 + y 2
(x + c)2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + (x − c)2 + y 2
x2 + 2xc + c2 + y 2 = 4a2 − 4a (x − c)2 + y 2 + x2 − 2xc + c2 + y 2
4a (x − c)2 + y 2 = 4a2 − 4xc
a (x − c)2 + y 2 = a2 − xc
a2 x2 − 2a2 xc + a2 c2 + a2 y 2 = a4 − 2a2 xc + x2 c2
a 2 x 2 − x 2 c 2 + a 2 y 2 = a4 − a 2 c 2
x2 (a2 − c2 ) + a2 y 2 = a2 (a2 − c2 )
x2 y 2
+ 2 =1
a2 b
CÔNICAS
103
x2 y 2
+ 2 = 1.
b2 a
Como a, b e c são constantes reais positivas, é interessante observar que como a2 = b2 + c2 , logo,
a2 > b2 e, portanto, a > b, isso significa que o eixo maior será aquele cujo denominador é maior.
Exemplo 1: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é 9x2 + 16y 2 = 144 e obtenha seus elementos, isto
é, os focos, seus vértices, seus eixos, a distância focal, centro e a excentricidade.
Temos:
9x2 + 16y 2 = 144
9x2 16y 2
+ =1
144 144
3x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 4y 2
+ =1
48 36
x2 y 2
+ =1
16 9
A Elipse
IV
x2 y 2
+ 2 =1
42 3
para x = 0, temos y = ±3, ou seja, os pontos (0, −3) e (0, 3) são pontos da elipse. Para y = 0, temos
x = ±4, isto é, (−4, 0) e (4, 0) também são pontos da elipse. Além disso, como 16 > 9, segue que o eixo
maior está sobre o eixo x em que a = 4 e b = 3. Vamos obter agora os focos dessa elipse, cujo centro está
na origem C(0, 0), assim, temos:
a 2 = b2 + c2
42 = 32 + c2
√
c = 7.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√ √ √
Portanto, seus focos são F1 (− 7, 0), F2 ( 7, 0) com distância focal d(F1 , F2 ) = 2 7, eixo maior com ex-
tremidades em A1 (−4, 0) e A2 (4, 0) e tamanho d(A1 , A2 ) = 8, eixo menor
√ com extremidades em B1 (0, −3)
c 7 ∼ 0, 66. Graficamente,
e B2 (0, 3) e tamanho d(B1 , B2 ) = 6. Segue que e = , logo, e = , ou seja, e =
a 4
temos:
Exemplo 2: Considere a equação da elipse 49x2 + 4y 2 − 196 = 0, obtenha seus elementos e construa seu
gráfico.
Temos:
49x2 + 4y 2 = 196
49x2 4y 2 196
+ =
196 196 196
x2 y2
+ =1
4 49
x2 y 2
+ 2.
22 7
CÔNICAS
105
Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. Assim, segue que
a2 = b2 + c2
Como 49 > 4, logo, o eixo maior está sobre o eixo y, em que a = 7 e b = 2. Assim, segue que
72 = 22 + c2
a2 = b2 +√c2
c = 3 5.
√ √
x = ±2, assim, os vértices do eixo menor são B1 (−2, 0) e B2 (2, 0). Os √ focos são F1 (0, −3 5) e F2 (0, 3 5),
√ 3 5∼
cuja distância focal é d(F1 , F2 ) = 6 5 e sua excentricidade é e = = 0, 96.
7
O que acontece com forma de uma elipse cujos focos são coincidentes?
O que acontece com forma de uma elipse cujos focos são coincidentes?
A Elipse
IV
x2 y2
Exemplo 3: Um caso particular + = 1.
25 25
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c 0
Note que a excentricidade e = = = 0, ou seja, a circunferência é um caso particular da
a 5
elipse cuja excentricidade é nula, assim, quanto menor a excentricidade, menor a distância focal e mais
“semelhante” a uma circunferência se torna a elipse. Por outro lado, quanto maior a excentricidade, isto
é, mais próximo do valor 1, mais “achatada” fica a elipse, ou seja, ela se aproxima do eixo maior.
Exemplo 4: Obtenha o gráfico e a equação da elipse com centro na origem C(0, 0), sabendo-se que um
de seus focos é F (3, 0) e a medida do eixo maior é igual a 8.
Temos:
Como um de seus focos é (3, 0) e o centro é C(0, 0) pela simetria o outro foco é (−3, 0) e o eixo
maior está sobre o eixo x, em que c = 3. Além disso, a elipse tem equação do tipo
x2 y 2
+ 2 = 1.
a2 b
CÔNICAS
107
a2 = b2 + c2
a2 = b2 + c2
segue que
segue que
42 = b2 + 32
42 = b2 + 32
16 = b2 + 9
16 = b2 + 9
√
b =√ 7.
b = 7.
Portanto, a equação é
Portanto, a equação é x2 y2
x422 + (√
y 27)2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
+ √
42 ( 7)2
ou melhor
ou melhor x2 y 2
2 +y 2 = 1,
x16
+ 7 = 1,
16√ 7 √ 3
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, −√ 7) e B(0,√ 7), cuja excentricidade é e =3 = 0, 75.
seus elementos são A1 (−4, 0), A2 (4, 0), B1 (0, − 7) e B(0, 7), cuja excentricidade é e = 4= 0, 75.
4
A Elipse
IV
Vamos deduzir a equação da elipse partindo da definição de lugar geométrico, a dedução para
os outros casos que veremos mais adiante é análogo a este. Sejam C(h, k) o centro e P (x, y) um ponto
genérico dessa elipse com focos F1 (h − c, k) e F2 (h + c, k). Assim, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
d(P, F1 ) + d(P, F2 ) = 2a
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 2a
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 2a − [x − (h + c)]2 + (y − k)2
[x − (h − c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 + [x − (h + c)]2 + (y − k)2
x2 −2x(h−c)+(h−c)2 +(y −k)2 = 4a2 −4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 +x2 −2x(h+c)+(h+c)2 +(y −k)2
−2xh + 2xc + h2 − 2hc + c2 = 4a2 − 4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 − 2xh − 2xc + h2 + 2hc + c2
4a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = 4a2 − 4xc + 4hc
a [x − (h + c)]2 + (y − k)2 = a2 − xc + hc
a2 (x2 −2xh−2xc+h2 +2hc+c2 +y 2 −2yk +k 2 ) = a4 −a2 xc+a2 hc−a2 xc+x2 c2 −xhc2 +a2 hc−hxc2 +h2 c2
CÔNICAS
109
a2 x2 −2a2 xh−2a2 xc+a2 h2 +2a2 hc+a2 c2 +a2 y 2 −2a2 yk +a2 k 2 = a4 −2a2 xc+2a2 hc+x2 c2 −2xhc2 +h2 c2
b2 (x − h)2 + a2 (y − k)2 = a2 b2
(x − h)2 (y − k)2
+ =1
a2 b2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
que é equação reduzida da elipse com centro em C(h, k) e eixo maior paralelo ao eixo x. Observe que seus
vértices são A1 (h − a, k), A2 (h + a, k), B1 (h, k − b) e B( h, k + b), note que, se h = k = 0 temos C(0, 0).
(x + 1)2 (y − 3)2
Exemplo 5: Esboce o gráfico da elipse cuja equação é dada por + = 1.
4 1
Como 4>1, então, o eixo maior é paralelo ao eixo x, seu centro é C(−1, 3), para obtermos seus
vértices podemos substituir por y = 3 e obtemos x = −3 ou x = 1, analogamente, para x = −1,
temos y = 3 ou y = 4, logo, seus vértices são A1 (−3, 3), A2 (1, 3), B1 (−1, 2) e B2 (−1, 4). Uma outra
forma para obtermos seus vértices é observando o seguinte, como 4 > 1, então, a = 2 e b = 1 e sendo
o eixo maior paralelo ao eixo x, partindo do centro C(−1, 3), segue que A1 (−1 − 2, 3) = A1 (−3, 3),
A2 (−1 + 2, 3) = A2 (1, 3), B(−1, 3 − 1) = B1 (−1, 2) e B2 (−1, 3 +√1) = B2 (−1, 4). Além disso, temos
√ 3 √
22 = 12 + c2 , ou seja, c = 3, portanto, a excentricidade é e = , seus focos são F1 (−1 − 3, 3) e
√ 2
F2 (−1 + 3, 3).
A Elipse
IV
Exemplo 6: Dada a equação 4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, os
vértices e seus focos.
Temos:
4x2 + 9y 2 − 8x − 36y + 4 = 0
4x2 − 8x + 9y 2 − 36y + 4 = 0
4(x2 − 2x + 1 − 1) + 9(y 2 − 4y + 4 − 4) + 4 = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
4[(x − 1)2 − 1] + 9[(y − 2)2 − 4] + 4 = 0
Como 9>4, então, seu eixo maior é paralelo ao eixo x cujo centro é C(1, 2), além disso, temos a = 3
√
e b = 2, logo, c = 5. Segue que A1 (1 − 3, 2) = A1 (−2, 2), A2 (1 + 3, 2) = A2 (4, 2), B1 (1, 2 − 2) = B1 (1, 0),
√ √
B2 (1, 2 + 2) = B2 (1, 4), F1 (1 − 5, 2) e F2 (1 + 5, 2).
CÔNICAS
111
(x − h)2 (y − k)2
+ =1
b2 a2
Exemplo 7: Construa uma elipse com centro C(2, 3), com eixo maior medindo 10 unidades, paralelo ao
eixo y, eixo menor medindo 8 unidades e obtenha também sua equação reduzida.
(x − 2)2 (y − 3)2
+ = 1.
42 52
Como seu centro é C(2, 3) e o eixo maior é paralelo ao eixo y, então, seus vértices são A1 (2, 3 − 5) =
A1 (2, −2), A2 (2, 3 + 5) = A2 (2, 8), B1 (2 − 4, 3) = B1 (−2, 3), B2 (2 + 4, 3) = B2 (6, 3) e seus focos são
F1 (2, 3 − 3) = (2, 0) e F (2, 3 + 3) = F (2, 6).
Introdução
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 8: Determine o centro, os vértices, os focos e a excentricidade da elipse de equação
portanto,
(x + 1)2 (y − 2)2
+ = 1.
32 52
Assim, temos a = 5 e b = 3, logo, c = 4, além disso, seu centro é C(−1, 2), seus vértices são A1 (−1, −3),
4
A2 (−1, 7), B1 (−4, 2) e B2 (2, 2), seus focos são F1 (−1, −2), F2 (−1, 6) e a excentricidade é e = = 0, 8.
5
CÔNICAS
113
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se de uma madeira plana, dois pregos, um barbante e um lápis.
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
Umamedida
com elipse pode ser obtida
superior utilizando-se
a distância de com
entre eles, uma um
madeira
lápis plana, doisopregos,
esticando umsebarbante
barbante obtém oe traço
um lápis.
que
Os dois
nos dá a pregos
elipse. devem
Assistaser fixadosao
também navı́deo
madeira (nos
sobre focos)
a mesa deebilhar
o barbante amarrado em ambos os pregos
elı́ptica:
com medida superior a distância entre eles,
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
Uma elipse pode ser obtida utilizando-se com madeira
de uma um lápisplana,
esticando
dois opregos,
barbante
um se obtém oe um
barbante traço que
lápis.
nos dá a elipse. Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:
Os dois pregos devem ser fixados na madeira (nos focos) e o barbante amarrado em ambos os pregos
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
com medida superior a distância entre eles, com um lápis esticando o barbante se obtém o traço que
nos dá a elipse. Assista também ao vı́deo sobre a mesa de bilhar elı́ptica:
<https://www.youtube.com/watch?v=NGiMw4dI8fk>
Introdução
IV
A Hipérbole
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam F1 e F2 dois pontos do plano com d(F1 , F2 ) = 2c, ao conjunto dos pontos P (x, y) tais que
o módulo da diferença entre d(P, F1 ) e d(P, F2 ) é uma constante, damos o nome de hipérbole, isto é, se
a é um número real positivo tal que 2a < 2c, a hipérbole é o conjunto dos pontos que satisfaz
CÔNICAS
115
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
c
Chamamos de excentricidade ao número e = , temos também a seguinte relação c2 = a2 + b2 e
a
sendo c > a, logo, e > 1.
Geometricamente, a hipérbole pode ser obtida por meio da interseção do plano com o cone, em
que o plano deve ser paralelo ao eixo do cone.
A Hipérbole
IV
Seja P (x, y) um ponto da hipérbole com centro C(0, 0) e focos F1 (−c, 0) e F2 (c, 0)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
temos
|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a
| (x + c)2 + (y − 0)2 − (x − c)2 + (y − 0)2 | = 2a
(x + c)2 + y 2 − (x − c)2 + y 2 = ±2a.
como c2 = a2 + b2 , logo
b 2 x 2 − a 2 y 2 = a 2 b2
x2 y 2
− 2 =1
a2 b
b
que é a equação reduzida da hipérbole com vértices A1 (−a, 0), A2 (a, 0) e assı́ntotas y = ± x (equação
a
da reta passando pela origem).
CÔNICAS
117
|d(F1 , P ) − d(F2 , P )| = 2a
y 2 x2
− 2 = 1.
a2 b
que é a equação da hipérbole com focos F1 (0, −c), F2 (0, c), vértices A1 (0, a), A2 (0, −a) e assı́ntotas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
a
y = ± x, em que c2 = a2 + b2 .
b
x2 y2
Exemplo 9: Obtenha o gráfico da hipérbole cuja equação reduzida é − = 1 e seus elementos
25 16
(centro, focos, vértices, excentricidade e as assı́ntotas).
x2 y2
A equação é do tipo 2
− 2 = 1, logo, a = 5 e o eixo real está sobre o eixo x em que b = 4,
a√ b
como c2 = a2 + b2 , então, c = 41. Para y = 0, temos x = ±5, logo, A1 (−5, 0) e A2 (5, 0) são os vértices
da hipérbole. Note que para x = 0 a equação y 2 = −16 não admite solução no conjunto dos números
reais, ou seja, a hipérbole não intercepta o eixo y,
√ segue que o centro da hipérbole é C(0, 0), seus focos
√ √ 41
são F1 (− 41, 0), F2 ( 41, 0), excentricidade e = = 1, 28 e suas assı́ntotas são retas que passam pela
5
4 4
origem e cujas equações são y = x e y = − x.
5 5
A Hipérbole
IV
Exemplo 10: Dada a equação 4y 2 − 9x2 = 36, obtenha os elementos e o gráfico dessa hipérbole.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Temos
4y 2 − 9x2 = 36
4y 2 9x2 36
− =
36 36 36
y 2 x2
− 2 =1
32 2
essa última equação nos indica que o eixo real está sobre o eixo y, assim a = 3, b = 2 e lembrando que
√ √ √
c2 = a2 + b2 , logo, c = 13, segue que seus focos são F1 (0, − 13) e F2 (0, 13). Pondo x = 0, obtemos
3
y = ±3, ou seja, seus vértices são A1 (0, −3) e A2 (0, 3). Suas assı́ntotas são y = ± x e a excentricidade
√ 2
13 ∼
e= = 1, 20.
3
CÔNICAS
119
De maneira análoga ao caso da elipse, podemos deduzir a equação da hipérbole com centro C(h, k),
focos F1 (h − c, k), F2 (h + c, k), vértices A1 (h − a, k) e A2 (h + a, k).
(x − h)2 (y − k)2
− =1
a2 b2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Nesse caso, temos C(h, k), F1 (h, k − c), F2 (h, k + c), A1 (h, k − a), A2 (h, k + a) e a equação é dada
por
(y − k)2 (x − h)2
− = 1.
a2 b2
A Hipérbole
IV
Exemplo 11: Obtenha a equação da hipérbole sabendo-se que seus vértices são A1 (0, 3), A2 (2, 3) e um
dos seus focos é F (3, 3).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
√
Além disso, a = d(C, A1 ) = (0 − 1)2 + (3 − 3)2 = 1, como c2 = a2 + b2 logo b = 3, portanto,
(x − 1)2 (y − 3)2
− √ =1
12 ( 3)2
(y − 3)2
(x − 1)2 − =1
3
e, desenvolvendo, obtemos:
3x2 − y 2 − 6x + 6y − 9 = 0.
CÔNICAS
121
Exemplo 12: Dada a equação da hipérbole 16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0, obtenha o centro, os
vértices, os focos, seu gráfico, a excentricidade e suas assı́ntotas.
Temos:
16x2 − 9y 2 + 64x − 54y + 127 = 0
Assim, o centro é C(−2, −3), o eixo real é paralelo ao eixo y, a = 4 e b = 3, sendo c2 = a2 + b2 , logo
c = 5. Segue que seus focos são F1 (−2, −3 − 5) = F1 (−2, −8), F2 (−2, −3 + 5) = F2 (−2, 2), seus vértices
são A1 (−2, −3 − 4) = A1 (−2, −7) e A2 (−2, −3 + 4) = A2 (−2, 1). Seu gráfico é
A Hipérbole
IV
c 5
sua excentricidade e = = = 1, 25, suas assı́ntotas são retas do tipo y = mx + k, ou seja,
a 4
y = ±mx + k
a
y =± x+k
b
4
y =± x+k
3
4
o ponto C(−2, −3) pertence às assı́ntotas, logo, para y = x + k1 temos
3
4
−3 = (−2) + k1
3
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ou seja,
1
k1 = −
3
4 1 4
e, portanto, uma das retas é y = x − . Analogamente, para y = − x + k2 , temos
3 3 3
4
−3 = − (−2) + k2
3
17 4 17
segue que k2 = − e, portanto, a outra assı́ntota é y = − x − .
3 3 3
CÔNICAS
123
A Parábola
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sejam d uma reta e F um ponto não pertencente a d, ambos no plano xy, uma parábola é o
conjunto dos pontos P (x, y) no plano que são equidistantes do ponto F e da reta d, o ponto F é chamado
de foco e d é a diretriz da parábola.
O eixo da parábola é a reta que passa pelo foco e é perpendicular a diretriz, a interseção entre seu eixo
com a parábola é um ponto chamado de vértice e denotado por V .
A Parábola
IV
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
assim, temos:
d(F, P ) = d(D, P )
p 2 p 2
(x − 0)2 + y − = (x − x)2 + y +
2 2
2 2
p 2 p 2
x2 + y − = y+
2 2
p 2 p 2
x2 + y − = y+
2 2
p2 p2
x2 + y 2 − yp + = y 2 + yp +
4 4
x2 = 2yp
essa é a equação reduzida da parábola com vértice na origem do plano cartesiano e eixo da parábola
coincidindo com o eixo y. Note que como x2 ≥ 0, logo, 2yp deve ser positivo, o que significa que y e p
devem ter o mesmo sinal. Em particular, se p > 0 a concavidade é voltada para cima, por outro lado, se
p < 0 a parábola tem concavidade voltada para baixo.
CÔNICAS
125
chegamos na equação
2
y 2= 2px.
y = 2px.
Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.
Quando p > 0, a concavidade é voltada para direita e, se p < 0, a concavidade é voltada para esquerda.
A Parábola
IV
Exemplo 13: Dada a equação x2 = 6y, obtenha o foco, a diretriz e seu gráfico.
x = ±3
3 3
portanto, os pontos −3, e 3, também são pontos da parábola.
2 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 14: Dada a equação y 2 = −20x, obtenha seu gráfico, o foco e a diretriz da parábola.
CÔNICAS
127
Seja V (h, k) o vértice da parábola, partindo da definição d(P, F ) = d(P, d) é fácil de deduzir sua
equação, que é dada por
(x − h)2 = 2p(y − k).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2
Exemplo 15: Obtenha o vértice, o foco, a diretriz e o gráfico da parábola cuja equação é y = − − x.
4
Temos:
x2
+ x = −y
4
x2 + 4x = −4y
x2 + 4x + 4 − 4 = −4y
(x + 2)2 − 4 = −4y
(x + 2)2 = −4y + 4
(x + 2)2 = −4(y − 1)
(x + 2)2 = 2(−2)(y − 1)
assim, h = −2 e k = 1, logo, V (−2, 1), além disso, como p = −2, segue que a concavidade é voltada
para baixo e seu eixo é paralelo ao eixo y com foco F (−2, 1 − 1) = F (−2, 0) e diretriz y = 1 + 1 = 2. É
interessante observar que a equação reduzida nos fornece as coordenadas do vértice, bem como para onde
A Parábola
IV
x2 + 4x = 0
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 + 4x + 4 − 4 = 0
x2 + 4x + 4 − 4 = 0
(x + 2)2 = 4
(x + 2)2 = 4 √
x+2=± 4
√
x+2=± 4
x = −2 ± 2
x = −2 ± 2
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.
logo, as raı́zes são x = 0 e x = −4. Portanto, os pontos (−4, 0) e (0, 0) pertencem a parábola.
A Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:
A <http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm>
Fórmula de Bháskara pode ser deduzida utilizando a ideia do exemplo anterior. Acesse:
e confira.
<http://www.brasilescola.com/matematica/demonstracao-formula-bhaskara.htm> e confira.
CÔNICAS
129
(y − k)2 = 2p(x − h)
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 16: Determine a equação da parábola cuja diretriz é x = 1 e tem foco no ponto F (5, 2).
A Parábola
IV
p = d(A, F )
p= (5 − 1)2 + (2 − 2)2
p=4
segue que
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
(y − 2)2 = 2.(4)(x − 3)
y 2 − 4y + 4 = 8x − 24
y 2 − 4y − 8x + 28 = 0
é a equação da parábola.
CÔNICAS
131
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Posteriormente, estudamos a hipérbole que por definição é o conjunto de pontos do plano cujo
módulo da diferença das distâncias a dois pontos fixos é uma constante, a partir dessa definição foi possı́vel
deduzir a equação da hipérbole e apresentar seus elementos: seus focos, vértices, seu centro, eixo real e
eixo imaginário, sua excentricidade e suas assı́ntotas. Assim como na elipse, verificamos os casos em que
o centro não era a origem do sistema de coordenadas. A aplicação da hipérbole aparece na construção
de telescópios refletores, nas órbitas dos cometas, nas engenharias, devido as suas propriedades fı́sicas e
estéticas, e aparece nos gráficos de funções de vários ramos das ciências exatas.
Para finalizar, fizemos o estudo da parábola, que é o conjunto de pontos do plano cuja distância
a um ponto fixo e uma reta dada é uma constante, também partindo dessa definição foi possı́vel obter
sua equação e definir seus elementos, a saber: seu foco, sua diretriz, seu vértice e seu eixo. Sua aplica-
ção está presente nos faróis dos carros, fornos solares, antenas parabólicas, nas construções de pontes,
proporcionando estabilidade e economia.
A Parábola
LEITURA COMPLEMENTAR
Apolônio de Perga (262 a.C. - 194 a.C) foi um matemático e astrônomo grego, estudou com
sucessores de Euclides e mais tarde veio a ensinar. Apelidado de Épsilon e também conhecido como “O
Grande Geômetra” foi, provavelmente, um dos maiores e mais originais matemáticos no ramo da geometria
pura, dedicando grande parte de sua vida aos estudos das cônicas.
Sua principal obra, intitulada de “Cônicas”, era composta por oito livros dos quais sete sobrevive-
ram, tal obra teve uma grande importância para a matemática devido ao seu avançado e rigoroso nı́vel
de escrita, sendo comparado a magnı́fica obra “Os Elementos”, de Euclides. Os quatro primeiros livros
tratam das propriedades básicas relacionadas às cônicas, afirmava que de um único cone pode ser obtido
três tipos de secções cônicas: a parábola, a elipse e a hipérbole, nos livros 5 a 7 mostrou como obter
retas tangentes e normais às cônicas, quais poderiam ser desenhadas a partir de um ponto, apresentou a
igualdade e semelhança entre as cônicas e fez um rigoroso estudo dos diâmetros conjugados, na verdade,
são inúmeras as contribuições contidas nessa obra ı́mpar.
Uma das principais teorias presentes em seus livros teve grande aplicação muitos séculos depois,
particularmente no ramo da astronomia, no qual afirmava-se que as órbitas planetárias descreviam cur-
vas cujas formas eram elı́pticas, e não circulares, como se acreditavam na época. Suas teorias até então
puramente matemáticas auxiliaram grandes pensadores nas descrições de fenômenos fı́sicos, até chegar a
formulação da lei da gravitação universal, essa última por Issac Newton (1680). Portanto, não tem como
discutir a importância das suas contribuições tanto para matemática, quanto para a fı́sica.
Caso queira obter maiores informações sobre Apolônio de Perga e sua obra “As Cônicas”, acesse:
<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/apolonio/index.htm>
Acesso em: 04 jan. 2015.
133
Atividade de autoestudo
1) Dada a equação 4x2 + 9y 2 = 36, determine seus vértices, seus focos, a excentricidade e construa seu
gráfico.
4) Numa elipse com centro na origem C(0, 0) um dos seus focos tem coordenadas F (0, 8) e eixo menor
medindo 30 unidades. Obtenha a equação e o gráfico dessa elipse.
(x − 2)2 (y + 1)2
5) Construa o gráfico da elipse + = 1 e determine as coordenadas dos seus focos.
4 1
6) Dada a equação 9x2 + 25y 2 + 108x + 200y + 499 = 0, obtenha a equação reduzida, seu centro, seus
vértices e seus focos.
7) Obtenha a equação da elipse cujo centro é C(−1, 1), sendo o eixo maior paralelo ao eixo y medindo 8
unidades e o eixo menor medindo 6 unidades.
8) Dada a equação 36x2 + 4y 2 − 72x + 16y − 92 = 0, determine o centro, os vértices, os focos e a excen-
tricidade dessa elipse.
x2 y 2
9) Dada a equação − = 1, obtenha os vértices, os focos, a assı́ntotas e a excentricidade da hipérbole.
9 4
10) Considere a equação −4x2 +y 2 −4 = 0, determine os elementos dessa hipérbole e construa seus gráfico.
11) Obtenha a equação da hipérbole cujos focos são F1 (−1, −3), F2 (5, −3), A1 (0, −3) e A2 (4, −3), seu
gráfico e sua excentricidade.
12) Dada a equação da hipérbole x2 − 3y 2 + 2x + 18y = 23, obtenha seu centro, seus vértices, seus focos,
seu gráfico, sua excentricidade e suas assı́ntotas.
13) Considere a equação x2 = −10y, obtenha o foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.
14) Uma parábola com vértice na origem tem foco F (0, 4) e concavidade voltada para cima, obtenha sua
equação e sua diretriz.
15) Dada a equação x2 − 6x − 4y = −5, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.
16) Dada a equação y 2 + 10x + 2y = 54, obtenha seu vértice, seu foco, a diretriz e o gráfico dessa parábola.
Professor Me. Alexandre Shuji Suguimoto
V
UNIDADE
QUÁDRICAS
Objetivos de Aprendizagem
■■ Reconhecer superfícies quádricas.
■■ Identificar suas equações.
■■ Representá-los no sistema de coordenadas tridimensional.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■■ Elipsoide
■■ Hiperboloide de uma folha
■■ Hiperboloide de duas folhas
■■ Paraboloide Elíptico
■■ Paraboloide Hiperbólico
■■ Superfície Cônica
■■ Superfície Cilíndrica
137
INTRODUÇÃO
Na unidade 3, estudamos as superfı́cies planas que podem ser representadas pelas equações lineares
em x, y e z, na unidade 4, estudamos equações de segundo grau apenas em x e em y, exclusivamente
no plano cartesiano. Nesta unidade, estudaremos superfı́cies cujas equações são de segundo grau nas
variáveis x, y e z, cujos gráficos são conjuntos de pontos do espaço tridimensional conhecidos como
superfı́cies quádricas, são elas: elipsoide; esfera; hiperboloide de uma folha; hiperboloide de duas folhas;
paraboloide elı́ptico; paraboloide hiperbólico; superfı́cie cônica; superfı́cie cilı́ndrica. Ter pleno domı́nio
do conteúdo da unidade anterior é fundamental para estudar essas superfı́cies.
Desenvolveremos nosso estudo sob a seguinte perspectiva: dada uma equação de uma superfı́cie
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
quádrica, vamos analisar as curvas (ou traços) obtidas pela interseção de planos (convenientemente es-
colhidos) com a quádrica, de uma maneira geral, a escolha do plano se dará preferencialmente com os
planos coordenados, ou seja, planos xy, xz e yz, esses planos são obtidos tomando z = 0, y = 0 e x = 0,
respectivamente. No entanto, teremos casos em que esses planos não interceptarão a superfı́cie dada, em
situações como essa, será necessário fazer uma análise mais criteriosa para decidir como obter os traços
da superfı́cie num plano conveniente. E a partir dos traços obtidos nos três planos, será possı́vel desenhar
a superfı́cie. Apesar da dificuldade em fazer um desenho de uma superfı́cie tridimensional numa folha de
papel, veremos que basta observar a equação para sabermos de que superfı́cie estamos tratando, ou seja,
cada quádrica tem uma equação particular, assim como a reta, a parábola, a elipse no plano.
Portanto, o que pretendemos aqui é que dada uma equação, o cursista consiga identificar de qual
superfı́cie estamos tratando e que procure, na medida do possı́vel, desenhar seu gráfico, pois, reconhecer
essas superfı́cies e suas equações é de extrema importância no futuro estudo do cálculo vetorial.
Introdução
V
SUPERFÍCIES QUÁDRICAS
com pelo menos uma das constante a, b, c, d, e ou f não nula, ela representa uma superfı́cie quádrica.
Quando essa superfı́cie for cortada por algum plano paralelo aos planos das coordenadas (x, y ou z igual
a uma constante), sua interseção será uma curva cônica, como veremos nos próximos exemplos. Através
de uma mudança de coordenadas (rotação e/ou translação), essa equação pode assumir uma das seguintes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
formas:
Ax2 + By 2 + Cz 2 = D (quádrica centrada)
ou ⎧
⎪
⎪ Ax2 + By 2 + Cz = 0
⎪
⎪
⎨
Ax2 + By + Cz 2 = 0 (quádrica não centrada)
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
Ax + By 2 + Cz 2 = 0
A equação abaixo
x2 y 2 z 2
± ± 2 ± 2 =1
a2 b c
é chamada de forma canônica (ou padrão) de uma superfı́cie quádrica centrada. De acordo com a combi-
nação dos sinais, existem três possibilidades, a saber:
- três sinais positivos (elipsoide);
- dois sinais positivos e um negativo (hiperboloide de uma folha);
- um sinal positivo e dois negativos (hiperboloide de duas folhas);
- três sinais negativos, nesse caso, não existe superfı́cie.
QUÁDRICAS
139
Elipsoide
Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 b c
em que a, b e c são constantes reais positivas, ao conjunto de pontos P (x, y, z) que satisfazem essa equação
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
damos o nome de elipsoide. Note, primeiramente, que se P (x, y, z) é um ponto da superfı́cie, então o
ponto P (−x, −y, −z) também pertence a superfı́cie, pois satisfaz a equação dada, ou seja, a superfı́cie
é simétrica em relação a origem, além disso, o ponto P (−x, y, z) também pertence a superfı́cie, logo, a
superfı́cie é simétrica em relação ao plano yz, a mesma simetria ocorre com relação aos planos xy e xz.
Agora, para z = 0, o plano xy corta a superfı́cie segundo o traço de uma elipse de equação
x2 y 2
+ 2 = 1, z = 0.
a2 b
Analogamente, para y = 0, temos uma elipse no plano xz e também para x = 0 outra elipse no plano yz.
Elipsoide
V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em particular, se a = b = c, temos
x2 y 2 z 2
+ 2 + 2 =1
a2 a a
que representa uma superfı́cie esférica com raio r = a cuja equação é dada por
x 2 + y 2 + z 2 = a2 .
Se pelo menos dois valores de a, b ou c são iguais, dizemos que o elipsoide é de revolução. Quando o
centro do elipsoide é o ponto C(h, k, l) com eixos paralelos aos eixos coordenados, sua equação tem forma:
QUÁDRICAS
141
x2 y 2 z 2
Exemplo 1: Obtenha a superfı́cie do elipsoide cuja equação é + + = 1.
4 9 1
x2 y 2
No plano xy, isto é, quando z = 0, temos uma elipse cuja equação é + = 1, analogamente,
4 9
x2 z2 y2 z2
nos planos xz e yz obtemos as equações + = 1 e + = 1 que também são elipses, assim,
4 1 9 1
graficamente, temos um elipsoide cujo gráfico é representado pela figura abaixo:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Superfície Quádricas
V
Atualmente, existem vários softwares disponı́veis na web que constroem gráficos tridimensionais. Um
Atualmente,
programa existem
fácil de vários
utilizar, comsoftwares disponı́veis
gráficos de na web eque
ótima qualidade queconstroem gráficos
pode auxiliar tridimensionais.
o estudo Um
das quádricas
é oprograma fácil de
Autograph, utilizar,em:
disponı́vel com gráficos de ótima qualidade e que pode auxiliar o estudo das quádricas
é o Autograph, disponı́vel em:
<http://www.autograph-maths.com/download/>
<http://www.autograph-maths.com/download/>
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
As pesquisas na área de Educação Matemática promovem reflexões sobre como a forma tradicional de
As pesquisas
ensino pode ser na área de
inovada Educação
por meio de Matemática promovem reflexões
estratégias diferenciadas, sobre
que visem comomelhor
a uma a formaqualidade
tradicional
no de
ensino de
processo pode ser inovada por meio
ensinoaprendizagem de estratégias diferenciadas, que visem a uma melhor qualidade no
da Matemática.
processo
A nossa de ensinoaprendizagem
prática da Matemática.
profissional, com estudantes da Licenciatura em Matemática e cursos de Engenharias,
A nossa
revelou práticaéprofissional,
o quanto com os
difı́cil trabalhar estudantes da Licenciatura
tópicos planos, cilindros em Matemática
e quádricas nas edisciplinas
cursos de Engenharias,
Geometria
revelou ou
Analı́tica o quanto
Cálculoé Diferencial
difı́cil trabalhar os tópicos
e Integral, planos,
seja por cilindros
reduzida cargae horária
quádricas nasesses
para disciplinas Geometria
conteúdos, seja
Analı́tica
pela ou Cálculo
dificuldade que os Diferencial
estudantes etêm
Integral, seja por reduzida
na visualização carganohorária
geométrica espaçopara esses conteúdos,
tridimensional ou, naseja
pela dificuldade
relação quevisuais
entre questões os estudantes têm na visualização geométrica no espaço tridimensional ou, na
e analı́ticas.
Asrelação entre dos
dificuldades questões visuaisnos
estudantes e analı́ticas.
tópicos de geometria perpassam toda a educação básica, chegando
ao As dificuldades
ensino superior.dos estudantes
Essa nosé evidenciada
deficiência tópicos de geometria
por váriosperpassam toda em
pesquisadores a educação
Educaçãobásica, chegando
Matemática,
aocomo
tais ensinoLorenzato
superior. (1995),
Essa deficiência é evidenciada
Dante (1988) por (1993).
e Pavanello vários pesquisadores em Educação
Essa defasagem Matemática,
gera dificuldades de
tais como Lorenzato
aprendizagem, (1995),na
principalmente Dante (1988)Geometria
disciplina e Pavanello (1993).e Essa
Analı́tica defasagem
em tópicos gera dificuldades
do Cálculo Diferencial de
aprendizagem, principalmente na disciplina Geometria Analı́tica e em tópicos do Cálculo Diferencial
e Integral.
e Integral.
QUÁDRICAS
143
Considere a equação
x2 y 2 z 2
+ 2 − 2 =1
a2 b c
com a, b e c termos positivos, quando dois sinais são positivos e um negativo a superfı́cie é chamada de
hiperboloide de uma folha, em relação a equação anterior, o hiperboloide está ao longo do eixo z. O
x2 y 2
plano xy intercepta a superfı́cie segundo uma elipse de equação 2 + 2 = 1,
a b
x2 z 2 y2 z2
já nos planos xz e yz temos as equações − 2 = 1 e 2 − 2 = 1 que representam hipérboles.
a2 c b c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando a = b, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido pela rotação de uma hipérbole em torno
do eixo z.
x2 y 2 z 2
− 2 + 2 = 1 ao longo do eixo y
a2 b c
e
x2 y 2 z 2
− + 2 + 2 = 1 ao longo do eixo. x
a2 b c
QUÁDRICAS
145
x2 y 2 z2
Exemplo 3: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é+ − = 1.
9 4 16
x2 y 2
No plano z = 0, temos uma elipse de equação 2 + 2 ,
3 2
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 z 2 y2 z2
nos planos y = 0 e x = 0, temos hipérboles de equações − 2 =1e 2 − 2 =1
32 4 2 4
e graficamente
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A superfı́cie com equação
x2 y 2 z 2
− + 2 − 2 =1
a2 b c
é chamada de hiperboloide de duas folhas ao longo do eixo y, em que a, b e c são constantes reais
positivas.
x2 y 2 y2 z2
− + 2 =1e 2 − 2 =1
a2 b b c
QUÁDRICAS
147
Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Observe que quando y = 0 o plano xz não intercepta a superfı́cie, mais ainda, para qualquer plano
y = k, com −b < k < b, esses planos não interceptam a superfı́cie. Por outro lado, para qualquer valor
de y = k com k > b ou k < −b, a interseção entre o plano e a superfı́cie é uma elipse, particularmente, se
a = c, a elipse é uma circunferência, portanto, o hiperboloide é de revolução e pode ser obtido rotacionando
uma hipérbole em torno do eixo real y.
x2 y 2 z 2
− 2 − 2 = 1 ao longo do eixo x
a2 b c
e
x2 y 2 z 2
− − 2 + 2 = 1 ao longo do eixo z.
a2 b c
x2 y2 z2
Exemplo 4: Dada a equação − + − = 1, obtenha seus gráficos nos planos coordenados e sua
4 16 25
superfı́cie.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Assim, a superfı́cie pode ser representada conforme o gráfico abaixo:
Observe que para valores y = k, com |k| > 4 os planos y = k interceptam a superfı́cie segundo uma elipse
de equação
x2 z 2 k2
2
+ 2 = −1
2 5 16
x2 z2
por exemplo, para k = 5, temos uma elipse cuja equação é 2 + 2 = 1.
3 15
2 4
QUÁDRICAS
149
Superfı́cies
Superfı́cies Quádricas
Quádricas Não
Não Centradas
Centradas
As
As equações
equações
⎧
⎧
⎪
⎪ 2 2
⎪ Ax
⎪ Ax2 ++ By
By 2 +
+ Cz
Cz = = 00
⎨
⎪
⎨
2 2
Ax 2 + By + Cz 2 = 0
⎪
⎪ Ax + By + Cz = 0
⎪
⎪
⎩
⎪
⎩ Ax + By 22 + Cz 22 = 0
Ax + By + Cz = 0
podem
podem ser
ser reescritas
reescritas em
em uma
uma das
das seguintes
seguintes formas
formas
xx22 yy22
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
± a22 ±
± ± b22 =
= cz,
cz,
a b
2
xx2 zz 22
± a22 ±
± ± c22 =
= by
by
a c
ou
ou
yy22 zz22
±
± b22 ±
± c22 =
= ax
ax
b c
que
que são
são chamadas
chamadas de
de forma
forma canônica
canônica da
da superfı́cie
superfı́cie quádrica.
quádrica. De
De acordo
acordo com
com as
as combinações
combinações dos
dos sinais
sinais
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:
nos coeficientes do segundo grau, é possı́vel ter dois tipos de superfı́cie:
-- Sinais
Sinais iguais
iguais (Paraboloide
(Paraboloide Elı́ptico).
Elı́ptico).
-- Sinais
Sinais contrários (Paraboloide Hiperbólico).
contrários (Paraboloide Hiperbólico).
Conheçam
Conheçam outros
outros aplicativos
aplicativos que
que podem
podem auxiliá-los
auxiliá-los em
em seus
seus estudos:
estudos:
-- Maple
Maple <http://www.maplesoft.com/>.
<http://www.maplesoft.com/>.
-- Winplot
Winplot <http://math.exeter.edu/rparris>.
<http://math.exeter.edu/rparris>.
-- Cabri
Cabri <http://www.cabri.com/>.
<http://www.cabri.com/>.
Paraboloide Elı́ptico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A equação
x2 y 2
+ 2 = cz
a2 b
QUÁDRICAS
151
Graficamente, temos
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Quando c > 0 e k é uma constante positiva, o plano z = k intercepta essa superfı́cie segundo uma
elipse
x2 y2
2
+ 2 =1
a ck b ck
Por outro lado, se c é uma constante negativa, a superfı́cie está abaixo do plano xy, ou seja, está
na região z ≤ 0.
Paraboloide Elíptico
V
x2 z 2
+ 2 = by ao longo do eixo y
a2 c
e
y2 z2
+ 2 = ax ao longo do eixo x.
b2 c
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y2
Exemplo 5: Considere a equação + = 2z, obtenha seus gráficos nos planos xz, yz e depois sua
4 9
superfı́cie.
A equação dada representa um paraboloide elı́ptico na parte positiva ao longo do eixo z. Assim,
nos planos xz e yz temos, respectivamente, as seguintes equações x2 = 8z e y 2 = 18z, cujos gráficos são
x2 y2
parábolas com vértice na origem. Particularmente, no plano z = 2 temos a seguinte elipse 2 + 2 = 1,
4 6
assim, o gráfico fica representado da seguinte forma.
QUÁDRICAS
153
Paraboloide Hiperbólico
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é chamada de paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z, também conhecida por sela de cavalo.
logo,
b
y=± x
a
Paraboloide Hiperbólico
V
x2 = −ca2 z e y 2 = cb2 z
cujas concavidades estão voltadas para sentidos opostos. Assim, supondo c uma constante positiva, temos
os seguintes gráficos.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Sua superfı́cie pode ser representada pela figura abaixo:
QUÁDRICAS
155
z 2 x2
− 2 = by ao longo do eixo y
c2 a
e
z2 y2
− 2 = ax ao longo do eixo x
c2 b
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Exemplo 6: Obtenha os traços nos planos coordenados e depois a superfı́cie da quádrica cuja equação é
x2 y 2
− + = 3z.
4 1
De acordo com a equação, temos um paraboloide hiperbólico ao longo do eixo z. Assim, nos planos
yz e xz, temos parábolas cujas equações são y 2 = 3z e x2 = −12z, respectivamente.
Paraboloide Hiperbólico
V
x x
No plano xy, temos duas retas cujas equações são y = e y = − . Particularmente, no plano
2 2
x2 y 2
z = 3, temos uma hipérbole com equação − + = 1.
36 9
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Portanto, obtemos o gráfico abaixo.
Um site interessante com materiais sobre geometria plana e espacial é “O GeoGebra”, no link a seguir
temos um exemplo de “Superfı́cies e Curvas Parametrizadas”:
<http://ogeogebra.com.br/site/?p=468>
QUÁDRICAS
157
Superfı́cie Cônica
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
é denominada de cone quádrico ao longo do eixo z. A interseção do plano z = 0 com essa superfı́cie é
o ponto (0, 0, 0) chamado de vértice do cone. Nos planos xz e yz temos duas retas em cada plano, são
x y
elas z = ± e z = ± .
a b
Superfície Cônica
V
Graficamente, temos:
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Agora, se k �= 0, o plano z = k é uma elipse, em particular, quando a = b temos circunferências e,
x
portanto, o cone é de revolução e pode ser gerado pela rotação da reta z = em torno do eixo z, essa
a
reta é chamada de geratriz no cone.
x2 y 2 z 2 x2 y 2 z 2
As outras formas de cone são − + + = 0 ao longo do eixo x e 2 − 2 + 2 = 0 ao longo
a 2 b2 c 2 a b c
do eixo y, cujas superfı́cies estão representadas abaixo.
QUÁDRICAS
159
Exemplo 7: Considere a equação 9x2 + 4y 2 = z 2 , obtenha suas interseções nos planos xz e yz, depois
sua superfı́cie.
x2 y2
2 + = z2
(1/3) (1/2)2
e representa um cone ao longo do eixo z. Nos planos xz e yz, temos retas com equações z = ±3x e
z = ±2y.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
x2 y 2
Na interseção do plano z = 6 com a superfı́cie, temos uma elipse de equação + = 1. Portanto,
4 9
seu gráfico pode ser representado conforme superfı́cie abaixo.
Superfície Cônica
V
Superfı́cie Cilı́ndrica
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Seja C uma curva num plano π e t uma reta fixada que corta esse plano, uma superfı́cie cilı́ndrica
é a superfı́cie gerada por uma reta r que se move ao longo da curva C e é paralela a reta t, a reta r é
chamada de geratriz do cilindro descrito pela diretriz C.
Vamos considerar apenas as superfı́cies cilı́ndricas cuja diretriz seja uma curva situada em um
dos planos xy, xz ou yz e que a geratriz seja paralela a um dos eixos x, y ou z. Assim, se C é uma
curva cônica, o cilindro é quádrico, ou seja, podemos ter um cilindro circular, cilindro elı́ptico, cilindro
parabólico ou um cilindro hiperbólico conforme a curva C. É interessante observar que dada a equação de
uma superfı́cie cilı́ndrica, essa equação não tem uma das variáveis, justamente suas geratrizes são paralelas
ao eixo dessa variável, como veremos nos próximos exemplos.
QUÁDRICAS
161
Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k temos
2
aExemplo 8: Dada
mesma equação daaparábola
equação x
x2 == 6y, obtenha
6y cuja a superfı́cie
representação é acilı́ndrica
mesma que dessa
no quádrica.
plano xy.
Primeiramente, note que a equação não tem a variável z, ou seja, em qualquer plano z = k temos
a mesma equação da parábola x2 = 6y cuja representação é a mesma que no plano xy.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?
É possı́vel ter uma superfı́cie quádrica com apenas uma incógnita? Por exemplo x2 = k, em que k é
uma constante positiva. Qual superfı́cie é essa?
Superfície Cilíndrica
V
x2
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx,
a equação representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode x2representada de acordo com a figura a
ser
Exemplo 9: Obter o gráfico da superfı́cie cuja equação é z 2 + = 1.
seguir. 4
Como não aparece a variável y, temos uma superfı́cie cilı́ndrica ao longo do eixo y, no plano zx,
a equação representa um elipse. Portanto, sua superfı́cie pode ser representada de acordo com a figura a
seguir.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, coloca-se os eixos dispostos da
seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno e,
o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores ouvirmos queixa
Usualmente, quando se representa o sistema cartesiano tridimensional, coloca-se os eixos dispostos da
dos alunos quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma superfı́cie.
seguinte maneira: o eixo y e o eixo z, perpendiculares entre si, gerando o plano da folha de caderno e,
Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos eixos
o eixo x, perpendicular a este plano. Por esse motivo, é comum, para nós professores ouvirmos queixa
cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para baixo”,
dos alunos quando, por conveniência, invertemos essa ordem, ao fazermos o esboço de uma superfı́cie.
então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e para nos auxiliar em nossa
Bem, então vamos esclarecer o motivo pelo qual podemos fazer essa mudança de ordem nos eixos
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
cartesianos. Lembramos que, no espaço, não é possı́vel estabelecermos o “para cima”e o “para baixo”,
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e então você poderia caminhar
então imagine utilizarmos cabos de vassoura para representar os eixos e para nos auxiliar em nossa
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
afirmação, coları́amos em cada um deles um papel com as denominações: “eixo x”, “eixo y”e “eixo z”.
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.
Depois disso, poderı́amos dispor essa construção em um ponto da sala e então você poderia caminhar
Fonte: prof Ivnna Gurniski Carniel
em volta dela obtendo diferentes perspectivas de visão. É isso que acontece quando mudamos a ordem
dos eixos, ou seja, o que estamos fazendo é uma mudança de perspectiva do observador.
QUÁDRICAS
163
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, finalizamos nossos estudos da Geometria Analı́tica com as superfı́cies quádricas,
vimos que, para construção de seus gráficos, primeiramente, escolhemos planos convenientes de maneira a
obter a interseção entre o plano e a superfı́cie analisada, obtendo o que chamamos de traço. Obviamente
que, quanto maior número de traços, mais fácil fica para descrever a superfı́cie estudada. A primeira
quádrica que vimos foi o elipsoide com centro na origem do sistema cartesiano, verificamos que seus
traços nos planos coordenados são sempre elı́pticos e que a esfera é um caso particular do elipsoide,
em que seus traços nos planos são circunferências. A forma do elipsoide está presente no formato dos
planetas, em balões, na natureza (alguns vegetais), na bola de futebol americano e em algumas construções
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A segunda superfı́cie estudada foi o hiperboloide de uma folha com centro na origem, cujos traços
nos planos correspondem a duas hipérboles e no outro plano uma elipse, logo depois fizemos o estudo
do hiperboloide de duas folhas, cujos traços também eram: duas hipérboles e o outro traço com forma
elı́ptica. Essas superfı́cies estão presentes em muitas construções devido a sua beleza arquitetônica. Na
sequência, vimos o paraboloide elı́ptico cujos traços eram duas parábolas e uma elipse e, posteriormente,
o paraboloide hiperbólico, em que seus traços eram duas retas num plano e nos outros planos parábolas,
sendo uma parábola com concavidade voltada para baixo e a outra no outro plano com concavidade
voltada para cima, tendo as duas parábolas seus eixos em comum.
Fizemos também um estudo sobre a superfı́cies cônica, em que suas interseções eram duas retas
em cada um dos dois planos coordenados e uma elipse no terceiro plano. E, finalizando, vimos as super-
fı́cies cilı́ndricas, cuja equação tinha a ausência de uma das variáveis e, portanto, uma curva no plano
determinado pelas variáveis existentes, curva essa que dava caracterı́stica da superfı́cie cilı́ndrica.
Espero que o leitor tenha percebido que apesar do grande número de tipos de superfı́cie, existem
duas formas de indentificar uma quádrica, uma seria obtendo seus traços nos planos e a outra seria
decorando os vários tipos de equações quádricas.
Superfície Cilíndrica
LEITURA COMPLEMENTAR
Arquimedes e as Quádricas
Arquimedes (287 a.C. - 212 a.C) nasceu e foi morto em Siracusa, na ilha grega de Secı́lia (atual-
mente: pertencente à Itália). Quando jovem, estudou em Alexandria, com os discı́pulos de Euclides, foi
matemático, engenheiro, fı́sico, inventor e astrônomo. A genialidade de Arquimedes como fı́sico e mate-
mático só é comparável com Isaac Newton no séc. XVII. Como contribuição para matemática, deixou
uma vasta e original produção sobre geometria plana e espacial.
Em particular, para geometria espacial, há dois tratados que demonstram riquı́ssimas teorias em
relação aos sólidos de revolução, a saber: Conoides e Esferoides: que descrevem sólidos de revolução
gerados por elipses, parábolas e hipérboles em torno dos seus próprios eixos (conhecidas atualmente por
quádricas de revolução); Esfera e Cilindro: com demonstrações sobre o cálculo do volume e da área desses
sólidos. Arquimedes mostrou como calcular as áreas e volumes das superfı́cies obtidas por seções planas
sobre a esfera (calotas e segmentos) e sobre o cilindro, utilizando a técnica da exaustão precendente ao
cálculo infinitesimal.
Assim, do que atualmente denomina-se o estudo das quádricas, podemos dizer que deve-se funda-
mentalmente aos estudos de Arquimedes, obviamente não podemos deixar de lembrar das contribuições
de Apolônio de Perga com seus livros sobre as cônicas.
A pedido de Arquimedes, foi gravada na lápide de seu túmulo a representação de uma esfera
inscrita num cilindro circular reto, ele tinha provado que o volume da esfera tinha 2/3 do volume do
cilindro, bem como a área da esfera tinha 2/3 da área total do cilindro, esses últimos fatos considerado
por ele suas maiores descobertas.
165
Atividade de autoestudo
1) Dada a equação
x2 y2 z2
+ + =1
9 16 25
obtenha seus traços, isto é, a interseção da superfı́cies com os planos coordenados xy, xz e yz.
3) Para cada equação, obtenha os traços nos planos coordenados e esboce o gráfico de sua superfı́cie:
x2 y 2 z 2
a) + − =1 b) y 2 + z 2 = 1 + x2
2 4 9
x2 z2
4) Considere a equação − − + y 2 = 1, obtenha a interseção nos planos coordenados e depois sua
9 4
superfı́cie.
x2 y 2 z
6) Dada a equação − + = , construa seu gráfico obtendo os traços nos planos coordenados.
16 9 4
Caro(a) leitor(a), escrever um material sobre Geometria Analı́tica foi um grande desafio, visto a
enorme responsabilidade, por se tratar de uma das bases da matemática do ensino superior, e também de
extrema importância para as mais diversas áreas de conhecimento, das ciências exatas e engenharias. A
proposta deste material foi apresentar a Geometria Analı́tica de maneira construtiva, com muitos exemplos
e ilustrações que pudessem facilitar a compreensão dos assuntos abordados.
Nas unidades 1 e 2, fizemos um estudo bem detalhado com os vetores, sua interpretação geomé-
trica por meio de coordenadas, vimos o conceito de combinação linear, produto interno, produto vetorial
e produto misto. É importante saber que estas duas primeiras unidades têm extrema importância para
disciplina da Fı́sica, pois essas teorias auxiliam na descrição de vários fenômenos fı́sicos, desde a mecâ-
nica clássica até o eletromagnetismo. Na unidade seguinte, estudamos as retas e os planos, deduzimos
várias equações, sempre partindo dos conceitos estudados nas unidades anteriores, mostrando, assim, a
importância dos vetores com suas teorias.
Dando continuidade em nossos estudos, vimos as equações de grau dois com duas variáveis no
plano cartesiano e obtemos as curvas cônicas. E para concluir, na unidade 5, fizemos um estudo bem
detalhado das superfı́cies quádricas, sendo essa última um dos principais objetivos deste material.
Espero que o livro apresentado aqui possa, de alguma maneira, ter contribuı́do para seu aprendi-
zado e, principalmente, tenha dado uma base sólida para continuidade dos seus estudos.
169
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFIA
BOLDRINI, J. M., et al. Álgebra Linear. 3 ed. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1980.
CALLIOLI, C. A., et al. Álgebra Linear e Aplicações. 6 ed. São Paulo: Atual, 1990.
SANTOS, N. M. Vetores e Matrizes. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Cientı́ficos Editora
S.A., 1985.
STEINBRUCH, A., WINTERLE, P. Geometria Analı́tica. 2 ed. São Paulo: McGraw-Hill, 1987.
171
GABARITO 153
GABARITO
Unidade I
1)
a) X = 4 e) X = −2 i) X = 6
b) X = −4 f ) X = −2 j) X = −5
c) X = −4 g) X = 6 l) X = −1
d) X = −4 h) X = 3 m) X = 2
2) 3)
a) D(7, 7) a) 2
b) F (−2, 0) b) − 2 h) 5
c) D(3, 1) c) − 2 i) 5
d) K(7, 3) d) 2 j) 0
e) I(−7, 1) e) − 8 k) 5
f ) J(1, 5) f) − 8 l) − 2
g) L(5, −1) g) 0 m) − 10
h) M (8, 6) n) 1
4) 5) 6)
a) (1, −1) a) (−1, −1, 2) Desenho de vetores
b) (2, 0) b) (2, 0, −2)
c) (0, 0) c) (9, −1, −8)
d) (2, 0) d) √(3, −5, 2)
e) (0, 0) e) √ 2
f ) (2, 0) f ) 2√ 2
g) (0, 2) g) 3√ 2
h) (2, 0) h) 6
i) 1√
j) 2
k) 2√
l) 2 2
7) 8) 9)
a) �v + 2�u (−4, −1) = −1(−1, 2)+1(−5, 1) �u e �v não são paralelos
b) 2�v − �u
c) 2(�v − �u)
d) �v − �u
GABARITO
154
13) 14)
a) LD a) sim
7 14
b) �x = ( , 0, − ) b) não
5 5
Unidade II
1)
i) 4
a) 6 e) 0 j) − 17
b) − 6 f) 0 k) 4
c) 6 g) 1 l) 0
d) 11 h) − 3 m) − 10
2)
√ 3)
√ 4)
2 26
�u e �v são ortogonais
2 26
5) 6) 7)
a) m = −1 ou m = 4 demonstração (8, −8, −2)
b) w
� = (−3, −9)
8) 9) 10)
√
√ √ √ √
38 a) 2 2 3 7 3 3
,− ,−
√ 15 15 3
b) 2 3
155
Unidade III
1) 2) 3)
x = 1+a−b 25x + 13y + 3z − 1 = 0 −x + 3y + 2z − 3 = 0
a) y = −2 + 6a + 3b
z = 3 − 4a + b
4) 5) 6) √
13 42
−x + 3y − 3z + 19 = 0 equação geral: −x + 3y − 3z + 19 = 0 cos θ = = 66, 34o
→θ∼
210
equação paramétrica:
x = 1 − 3p + 3q
y = −1 + p
z = 5 + 2p − q
7) 8) b)
−x + 3 −y + 2 −z + 4
x = 2 + 5λ
x = 3 − 4λ = = =λ
4 2 2
y = −1 + λ a) y = 2 − 2λ
O ponto D não pertence a reta.
z = 3 − 5λ z = 4 − 2λ
9) 10)
x = 1−λ
x = −23λ
y = 2 + 2λ y = −2 − 10λ
z = 5 z = 3 + 6λ
GABARITO
156
11)
a) b) c)
Os planos não são paralelos, São paralelos. São paralelos.
nem coincidentes.
16) √ √ √
4 3 5 14 3 2
a) b) c) 0. d)
3 14 2
17)
√ 18) 19)
7 1406
r e s são paralelas d(s, r) ∼
= 2, 8948
38
d(r, s) = 3, 2571
Unidade IV
1)
Vértices: A1 (−3, 0) , A2 (3, 0), B1 (0, 2) e B2 (0, −2)
√ √
Focos: F1 (− 5, 0) e √ F2 ( 5, 0)
5
Excentricidade: e =
3
√
119
2) e =
12
x2 y2 15 ∼
3) 2
+ 2 = 1, focos: F1 (0, −15) e F2 (0, 15), excentricidade: e = = 0, 88.
17 8 17
x2 y2
4) Equação: + = 1.
152 172
√ √
5) Focos: F1 (2 − 3, −1) e F2 (2 + 3, 1)
(x + 6)2 (y + 4)2
6) Equação reduzida: 2
+ = 1, centro: C(−6, −4), vértices: A1 (−11, −4) , A2 (−1, −4),
5 32
B1 (−6, −7) e B2 (−6, −1), focos: F1 (−10, −4) e F2 (−2, −4)
175
GABARITO
157
(x + 1)2 (y − 1)2
7) Equação: + = 1.
32 42
√
8) Centro: C(1, −2), vértices: A1 (−1, −2), A2 (3, −2), B1 (1, −8) e B2 (1, 4), focos: F1 (1, −2 − 32) e
√ √
F2 (1, −2 + 32), excentricidade: e = 632 ∼= 0, 94.
√ √
9) Vértices: A1 (−3, 0) e A2 (3, 0), focos: F1 (− 13, 0) e F2 ( 13, 0), assı́ntotas: y = 32 x e y = − 23 x, excen-
√
13 ∼
tricidade: e = = 1, 20.
3
√
√ √ 5∼
10) Vértices: A1 (0, −2) e A2 (0, 2), focos: F1 (0, − 5) e F2 (0, 5), excentricidade: e = = 1, 12
2
(x − 2)2 (y + 3)2 3
11) Equação: − = 1 e excentricidade e = .
4 5 2
12) Centro: C(−1, 3), vértices: A1 (−1, 2) e A2 (−1, 4), √focos: F1 (−1, 1) e F2 (−1, 5), assı́ntotas: y =
1 1 68
√ x + 3, 577 e y = − √ x + 2, 423, excentricidade: e = √ ∼ = 1, 16.
3 3 51
Unidade V
1) elipsoide
2) a) esfera b) elipsoide
GABARITO
158
8)
a) cilindro parabólico (z)
b) cilindro elı́ptico (y)
c) cilindro parabólico (x)
d cilindro hiperbólico (z)
e) planos (z)
f ) cilindro circular (z)