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468 Fundamentos de Mquinas Eléricas ‘A tensio gerada interna dessa miquina ¢ dada pela equagio Ey = Kbioy (738) 0 conjugado induzido desenvolvido pela méquina é dado por tna = Kola (7-49) Essas duas equagées, a curva de magnetizagio da méquina e a equagio de Kirchhoff das tensées da armadura sio as ferramentas de que necessitamos para analisar 0 com- portamento ¢ desempenho de um motor CC. 8.3 ACURVA DE MAGNETIZACAO DE UMA MAQUINA CC A tensio interna gerada E, de um motor ou gerador CC é dada pela Equagio (7-38) Ey = Kb 7-38) Portanto, , 6 dretamenteproporcional a fuxo e&velocidade de rotagdo da méqui- ni. Como ates interna gerada elaciona-se com a corrente de campo da maquina? ‘A corrente de campo em uma méquina CC produ ua forga magnetomotriz de campo que € dada por = Nf. Essa forga magnetomotiz produ tm fluxo na tmaquina de acordo comm a curva de magnetizagéo (Figura 8-3). Como corente de campo ¢diretamente proporcional 3 frga magaetomotrizc, como E, ¢ dtetamente proporcional ao fluxo,é costume apresentar a curva de magnetizagio como um gré- fice de E, vera corene de campo, para umna dada velocidad ay (Figura $4), E importante observar que, para obler a maxima poténcia possivel por quilo- rama de una mguina, a mairia dos motores egeradores€ projetada para operat Préximo do poato de sturagfo na curva de magnetizago (no joelho da curva), Isso Fgnifics que frequentemente um incremento bem grande da corrente de campo & 4 FIGURAS-3 ‘Accurva de magnetizacio de um material ferromagnsico (6 versus F. Capitulo8_» Motorese geradoresCC__ 469 Ey = Koo) l= neonate) FIGURAE-4 ‘A curva de magnetizagéo de uma maquina CC, expressa como um grifico de E, versus Ip ‘para uma velocidade fia ay, necessério para obter um pequeno aumento em E, quando 0 ponto de operagio esta proximo da plena carga, As curvas de magnetizagio usadas neste livro esto dispontveis também em forma eletrdnica para simplificar a solugo dos problemas usando MATLAB. Cada curva de magnetizagio esté armazenada em um arquivo MAT separado. Cada um ddesses arquivos contém t8s varidveis: {¢_values, que contém os valores da cor rente de campo (field), e2_va ues, que contém os valores correspondentes de E,, 1B_0, que contém a velocidade na qual a curva de magnetizagao foi medida, sendo dada em rotagées por minuto, 8.4 OSMOTORES DE EXCITACAO INDEPENDENTE E EM DERIVACAO 0 circuito equivatente de um motor de excitagio independente esta mostrado na Fi- _gura &-5a ¢ 0 circuito equivalente de um motor CC em derivagio (conhecido também ‘como motor shunt ou ainda em paralelo) esté mostrado na Figura 8-5b, Um motor CC de excitagio independente & um motor cujo circuito de campo é alimentado a partir de uma fonte isolada de tensio constante, 20 passo que um motor CC em de- rivagio é um motor cujo citcuito de campo é alimentado ditetamente dos terminais de armadura do pr6prio motor. Na prética, quando a tensao da fonte de alimentagio de um motor é constante, nao hé nenhuma diferenga de comportamento entre esses dois tipos de méquinas. A nio set que seja especificado em contrério, sempre que o ‘comportamento de um motor em derivagio for descrito, também estaremos incluindo ‘0 motor de excitagio independent. ‘A equagio da lei de Kirchhoff das tensOes (LKT) para o circuito de armadura desses motores & Ve= Ey + LR 83) 470__ Fundament de Miquinas Elétricas Algumas vezes \consbinadas © eects Ry 5 v% Combinadas enominadas Ry | O« % FIGURAS-5 (@) O citcuto equivalente de um motor CC de excitacio independente. (6) O citcuito equiva Tete de umm motor CC em desivagio (shu), Acaracteristica de terminal de um motor CC em derivagao A caracteristica de terminal de uma méquina é um grafico que envolve as grandezas de saida da méquina. Para um motor, as grandezas de saida sio 0 conjugado no eixo € a velocidade, Assim, a caracteristica de terminal de um motor € um grafico do seu conjugado de sada versus a velocidade. Capitulo8 _¢ MotoresegeradoresCC__471 ‘Como um motor CC em derivagio responde a uma carga? Suponba que a carga no eixo de um motor CC em derivagio seja aumentada, Nesse caso, 0 conjugado de carga Toop excederé 0 conjugado induzido Tze na maquina e o motor comerars a perder velocidade. Quando isso acontece, a tensio interna gerada diminui (Ey KJ) € consequentemente a corrente de armadura do motor I, = (Vp — EqlyiRy aumenta, Ao aumentar a corrente, o conjugado induzido cresce (Tye = K@l,7) até ser {gual ao conjugado de carga, em uma velocidade mecfinica de rotaso o, mais baixa ‘A caracteristica de sada de um motor CC em derivagio pode ser obtida a partir «as equagies da tensio induzida e do conjugado mais a lei de Kirchholf das tenses (LKT). A equagio LKT para um motor CC em derivagio & Ve= Ext LR 3) A tensiio induzida é E, = Kéiay, Assim, Vyp= Key +18 (44) Como Figg = Kibla, a corrente [y pode ser expressa como Fis MR 5) ‘Combinando as Equagies (8-4) ¢ (8-5), obtemos Ké Finalmente, isolando a velocidade do motor, temos Vp = Key, + FER, (8-6) Me _ Ra nO” Oy en Essa equasdo € simplesmente uma linka reta com uma inclinagio negative. A carac- terstica resultante de conjugado versus velocdade de um motor CC em derivagdo std mostrada na Figura 8-63 # importante ter cm mente que, para a velocidade do motor varirlinearmente com o conjugado, os outtos temos dessa expressio deveo set constantes quando a carga varias, Estamos supondo que a ensio de terminal forecida pela fonte de tens4o CC sea constante~ se assim nao for, ento a variagdes de ens 0 afetario a forma da curva de conjugado versus vlocidade Outro efeito interno do motor que também pode afetar a forma da curva de con- jugado versus velocidade 6 areagio de amadura. Se um motor apresentar reaglo de armadura, eno os efeitos de enfaquecimento de fixe reduzirdo ose fluxo quando a carga aumentar. Como a Equagio (8-7) mostra, para qualquer carga, o efito de ‘uma redugio de fuxo 6 0 aumento da velocidade do motor em relagdo A velocidade za qual o motor giraria se nfo houvesse a reagto de armadura. A caracterstica de conjugado versus velocidade de um motor CC em derivago com rea de amad- 472 Fundament de Maquinas Elétricas |--_ @ [a om Toa sem RA, ® FIGURAS-6 (@) Caracteistica de conjugado versus velocidade de umm motor CC em derivasio ou de exci \agio independente, com enrolamentos de compensagio para eliminar a reagio de armadura, (b) Caracterstica de conjugado versus velocidade de um motor em que a reagio de armadura cesté presente 1a esté mostrada na Figura 8-6b, Naturalmente, se um motor tiver enrolamentos de ‘compensagio, nao haverd problemas de enfraquecimento de fluxo na méquina, o qual serd constante ‘Se houver enrolamentos de compensagio em um motor CC em detivagio, de modo que seu fluxo seja constante independentemente da carga, ¢ se a velocidade € a cortente de armadura do motor forem conhecidas para qualquer valor de carga, ento sua velocidade poderi ser calculada para qualquer outro valor de carga, desde que a cortente de armadura para aquela carga scja conhecida ou possa ser determinada. O Exemplo 8-1 ilustra esse céleulo, EXEMPLO 8-1. Um motor CC em derivagio de 50 HP, 250 Ve 1200 rpm, com enrelamentos dde compensagao, em uma resistencia de armadura (incluindo as escovas, os enrolamentos de Capitulo8_¢ MotoresegeradoresCC__473 Vp= 250 N= 120 expinas FIGURAS-7 ‘© motor CC em detivago do Exemplo 8-1 compensagdo e os interpolos) de 0.06 0. Seu cieuito de campo tem wma ressténcia total de Ry + Ry de 50 0, produzindo uma velocidade a vazio de 1200 rpm. H& 1200 espiras por polo ‘no entolamento do campo em derivagdo (veja a Figura 8-7. (a) Encontre a velocidade desse motor quando a corrente de entrada & 100 A (&) Bncontre a velocidade desse motor quando a comrente de entrada £200 A. (c) Bnconte a velocidade desse motor quando a corrente de entrada € 300 A (d) Plote a caracteristica de conjugado versus velocidade do motor. interna gerada de uma miquina CC, com a velocidade expressa em rotagées por ‘minuto, é dada por Ex K'bng ay ‘Como a corzente de campo da méquina ¢ constante(ponque Vee aressténcia de campo so am- bas constantes),e como nio ii efeitos de reacio de armadura,ofluxo nesse motor é constante ‘A relagio entre as velocidades eas tensSes geradas internas do motor, para duas condiyes _ Kon, Eg Kb oo A constante K" & cancelada, porque ela € uma constante para qualquer maquina dada, ¢ 0 fuxo ‘também & cancelado, como foi desrito anteriormente, Porant, 69) A.vario,acorrente de armadura 62er0, de modo que Ey, = V_ = 250 V, 20 passo que a veloc dade nj ~ 1200 pm, Se pudermos calcular a tensio interna gerada para qualquer outra carga, seri possvel determinar a velocidade para essa carga a partir da Equagio (8-9) 474 __Fundamentos de Maquinas Elétricas (@ o i) (a Se, ~ 100A, entéo acomrente de armadura do motor seré Portanto,E, para essa carga sera Fy Vea LR = 250.V — (95 A}0,06.0) = 24,3. A velocidade resultante do motor seré misv mt = 250.0 1200 spm = 1173 spr Sef, ~ 200 A, entio acorrente de armadura do motor seré 250V 2008 Som 195A Portanto, E, para essa carga sera Ec Ve = LR 250 V ~ (195 4}(0,06.0) = 238.3 V A velocidade resultante do motor seré E, Eq 2a 1 D800 nt 1200 rpm = 1144 rpm. Se1,= 300 A, entéo acomrente de armadura do motor seré Portanto,E, para essa carga sera Ex = Ve Ry 250 V ~ (295 A}(0,06 0) = 232,3.V [A velocidade resultante do motor seri Ey, _223V 250 1200 rpm = 1115 spr Para plotar a caraterstica de saida desse motor, ser necessério encontrar © conjugado correspondente a cada valor de velocidade. A vavio, o conjugado induzido 1, 6 clars- mente zero, O conjugado induzido para qualquer outra carga pode ser obtida com base no fato de que a poténcia convertida em um motor CC é Pray = Eada = Fan (7-55,7-56) Capitulo8_¢ MotoresegeradoresCC__475 Desa equagdo, emos que o conjugad induzido em um motor € Esl, 10) Portanto, quando Z, = 100.A, 0 conjugado induzido & 2483 VI95 A = 190Nem Tat = TUTTE votagbesTmin)(1 min/60s)(@mradirotagiay ~ 190N ‘Quando f, = 200 A, conjugado indurido & 238.3 VI95 A . “nt ~ [TTA rotagbesTmin)(1 min60s)@rradorgaoy — *86N*m ‘Quando J, = 300A, 6 conjugado induzide & * (232.3 V)295 A) <5) Nem TS Fotagbesiminy(T min/60s) Ir radroaGeo) A caracterstica resultante de conjugado versus velocidade desse motor esta plotada na Figura 8-8, Anilise nao linear de um motor CC em derivacao O fluxo @ e, consequentemente, a tensfo interna gerada E, de uma maquina CC & ‘uma fungao ndo linear de sta forga magnetomotriz. Portanto, qualquer coisa que altere a forga magnetomotriz de uma méquina produzir4 um efeito nfo linear sobre 1200 1100 1000 00] 00] +700] FIGURAS-8 Acaracteis de conjugado versus velocidade do motor do Exemplo 8-1 476 Fundamentos de Miquinas Ek a tensio interna gerada da méquina. Como nio é possivel calcular analiticamente as alteragdes de E,, devemos usar a curva de magnetizagio da méquina para determinar com exatidio sua F,, para uma dada forca magnetomotriz, As duas contribuicées principais para a orca magnetomotriz. da méquina vem de sua corrente de campo e de sua reagdo de armadura, se esta estiver presente, Como a curva de magnetizagao é um grifico direto de Ey versus Ip para uma dada velocidade «,, 0 efeito de mudanga na corrente de campo da méquina pode ser determinado diretamente de sua curva de magnetizacio. Se uma maquina apresentar reagao de armadura, seu fluxo seré reduzido a cada aumento de carga. Em um motor CC em derivacdo, a forga magnetomottiz total é a forca magnetomotriz. do citcuito de campo menos a forga magnetomottiz originaria da reagao de armadura (RA) Fig = Nelo — Fru ay Como as curvas de magnetizagao sio expressas como gréficos de E, versus a cortente de campo, costuma-se definir uma corrente de campo equivalente, a qual produz a ‘mesma tensio de saida que a combinagio de todas as forgas magnetomotrizes da ‘maquina. Se localizarmos a corrente de campo equivalente na curva de magnetizagio, centio poderemos determinar a tensio resultante £,. A corrente de campo equivalente de um motor CC em derivago € dada por 8-12) Hé outro efeito que deve ser considerado quando se usa a anslise nao linear para determinar a tensio interna gerada de um motor CC. As curvas de magnetizagio de uma méquina sio plotadas para uma dada velocidade em particular, usualmente a velocidade nominal. Como poderemos determinar os efeitos de uma dada corrente de campo se 0 motor estiver girando em uma velocidade diferente da nominal? ‘Quando a velocidade é expressa em rotagées por minuto, a equagio da tensio induzida em uma méquina CC x= Kibny an Para uma dads corrente de campo efetiva, 0 fluxo em uma maquina € fixe. Desse ‘modo, a tensfo intema gerada relaciona-se com a velocidade através de Ex Mm , Eom 813) fem que Exo € my reptesentam os valores de referéncia de tensio e velocidade, res- pectivamente, Se as condigées de referéncia forem conhecidas a partir da curva de magnetizagio ¢ a tensio real E, for obtida da lei de Kirchhoff das tens6es, entio sera possivel determina a velocidade real n a partir da Equagio (8-13). O uso da curva de magnetizagio e das Equagbes (8-12) ¢ (8-13) sero ilustrados no exemplo seguinte, que analisa um motor CC com reagio de armadura, Capitulo8 MotoresegeradoresC 477 300 2s0| 150 “Tenstode termi bo 102030 4043 50 69 7040 90 100 ‘Corea de eampo, A FicuRAS-s ‘Accurva de magnetizagio de um motor CC tpico de 250 V, plotada para uma velocidade de 1200 spe. EXEMPLO8-2 Um motor CC em derivago de 50 HP, 250 V e 1200 rpm, sem enrolamentos de compensagio, tem uma resistncia de armadura (ncluindo as eseovas e 0 interpolos) de 0,06 82. Seu cievito de campo tem uma resisténcia total de Ry + R, de 50 0, produzindo uma velocidade a vacio de 1200 rpm. No enrolamento do campo em denvagio, hi 1200 espiras por polo. reagio de armadure produs, uma forga magnetomotiz desmagnetizante de $40 A +e ‘para uma corrente de campo de 200 A. A curva de magnetizasio dessa méquina esté mostrada na Figura 8-9 (a) Enconte a velocidade desse motor quando a sua corrente de entrada 6200 A. (b) Basicamente, esse motor éidEntico ao do Exemplo 8-1, exceto pelo fato de que os en- rolamentos de compensagio estio ausentes. Como essa velocidade pode ser comaparada com a do motor anterior para uma coztente de carga de 200 A? (6) Caleulee plote acaractristica de conjugado versus velocidade do motor, Solugéo (a) Se, = 200A, entio a corrente de armadura do motor seré 478 __ Fundamentos de Maquinas Elétricas Portanto, a tensdo interna gerada da méquina seré Ey = Ve Ry 250 V — (195 A(0,06 ) = 238,3.V Com f, = 200.4. a forga magnetomotsiz desmagnetizante vinda da reagio de armadura é 'S40.A +e, de modo que a corrente efeiva do campo em desivagio do motor é Sin aa 12) - MOAre = 504 - SAE 43a E Dacurva de magnetizagio, vemos que essa cortent efetiva de campo produz uma tensio interna gerada Eyg de 233 V para uma velocidade my de 1200 rpm, Sabemos que a tensio interna gerada seria 233 V para uma velocidade de 1200 pm, Como a tensio intema gerada real E, €238,3 V, a velocidade real de funcionamento do motor deve ser aa 13) fa Eq Mo Ex, = 283V Eq"? 233V) (1.200 spe) = 1227 pm (b) No Exemplo 8-1 para 200 A de carga, a velocidade do motor era ny = L144 zpm. Neste texemplo, a velocidade do motor € 1227 xpm. Observe que a velocidade do motor com reagdo de armadura é superior & velocidad do motor sem reagdo de armadura. Esse aumento relalivo de velocidade é devido ao enfraquecimento de flxo da méquina com a reagio de armadura. () Para obter a caracteristica de conjugado versus velocidade do motor, devemnos calcular o conjugado e a velocidade para muitas condigées diferentes de carga. Infeizmente, a {orca magnetomoltiz desmagnelizante da reasio de armadura é dada apenas para uma contigao de carga (200 A). Como nio hi informagio adicional disponiel,iremos assu- ‘mir que a forga de Fg, vara inearmente com acorrente de carga. ‘Um programa (Mile) de MATLAB que automatiza esse célculo e plota ac teristica esultante de conjugado versus velocidade seri mostrado a seguir. Hle realiza ‘0s mesmos passos da parte a, determinando a velocidade para cade corrente de carga © entio calculando o conjugado indurido para essa velocidade. Observe que ele I «curva «de magnetizago de um arquivo de nome £g8_9 mat. Esse arquivo eas oviras curvas «de magnetizagio deste capitulo estio disponiveis para download no site do livro(veja os Zour @ Yelocidade do motor aumenta. Entretanto, quando 0 motor sumenta de velocidade, a tensio gerada interna Ey sobe, fazendo [,cair. Quando , diminui,o conjugado induzido rp também cai c nalmente rag iguala-se novamente a toy. ema uma velocidade de regime permanente superior 8 original Resumindo o compostamento de causa ¢ efeto envelvido neste método de con- twole de velocidade, temos: 1, O aumento de Ry faz Fy (= V;/Rp 1) diminuir 2, A diminvigio de J, diminui é. 3. A diminuigio de baixa Ey (= Kolo) 4 6. 1. A diminuigéo de E, aumenta I,(= Vy — Ey LR. . O aumento de J, eleva teq(= KgL/,M), sendo que a alteragao em J, predomina sobre a variagdo de fluxo, Aclevagdo tg 10108 Tay > Tag 2 Velocidad wy, Sobe. O aumento de oy eleva Ey = Kiba, T novamente Acclevagdo de E, din, A diminuigdo de 1, redux 7gg até que Tgy = Toys, €m uma velocidade w,, mais clevada ( efeito do aumento da resisténcia de campo sobre a caracteristica de saida de uum motor em derivagio esté mostrado na Figura 8-12a. Observe que, quando o fluxo 482 Fundamentos de Miiquinas Elétricas FiGURAS-12 O efeito do controle de velocidade ‘por resist@ncia de catpo sobre a cearacterstica de conjugado versus velocidade de um motor CC em de- vag: (a) intervalo normal de fun- ‘ionamento do motor aé plena carga; (@) intervalo completo desde a vazio » até a condigio de parada. sna méquina diminui, a velocidade a vazio do motor aumenta, a0 passo que a inclina- «io da curva de conjugado versus velocidade torna-se mais acentuada, Naturalmente, a diminuicio de Ry inverte 0 processo inteiro ¢ a velocidade do motor diminui UMA PRECAUCAO EM RELAGAO AO CONTROLE DE VELOCIDADE USANDO RESISTEN- CIADECAMPO. O efeito do aumento da resistencia de campo sobre a caracteristica de safda de um motor CC em derivagao ests mostrado na Figura 8-12. Observe que, quando o fuxo na maquina diminui, a velocidade a vazio do motor aumenta, a0 passo que a inclinagio da curva de conjugado versus velocidade toma-se mais acentuada. Essa forma é uma consequéncia da Equagio (8-7), que descreve a caracterfstica de terminal do motor. Na Equacio (8-7), a velocidade a vazio é proporcional a0 inverso do fluxo do motor, ao passo que a inclinagao da curva é proporcional ao inverso do quadrado do fluxo. Portanto, uma diminuigio de fluxo faz. a caracteristica de conju- ado versus velocidade tomar-se mais inclinada ‘A Figura 8-12a mostra a caracteristica de terminal de um motor no intervalo aque vai desde sem carga, a vazio, até a condiglo de plena carga, Dentro dessa faixa, ‘um aumento na resistencia de campo eleva a velocidade do motor, como foi descrito Capitulo8_» Motorese geradoresCC__ 483 Bx te [contolador ae de tensio + viel \e % Vy constante Ve vanavel FIGURAS-13, ‘Controle da tensio de armadura de um motor CC em derivasio (ou de excitagio independents), anteriommente nesta sep. Para motores que operam ness interval desde a vazio até plena carga, pode-se esperar com seguranga que um ineremento em Ry aumentaré a velocidade de operasio ‘Agora, examine a Figura $-12b, Essa figura mostra a caracterfstica de terminal 44o motor no intervalo intero, que vai desde a condigi a vazio alé a candigio de parada do motor. E evidente nessa figura que, para velocidades muito baixas, am incremento da resistencia de campo diminuird a velocidade do motor na realidade Exe eftto ocome porque, em velocdades muito baixas, o aumento da corrnte de a radura causado pela diminuisao de £, nfo é mais sufiientemente grande para com pensar a diminuigao de fluxo da equagio de conjugado induzido. Com a diiniga de fuxo, maior do que o aumento da corrente de armadura na realidad, o conjugado induzido diminui e o motor perde velocidade Na reahdade, alguns motores CC de pequeno porte, usados pata fins de con- trole,operam com velocidades préximas das condigSes de parada do motor. Nesses ‘motores, um aumento da resistincia de campo poderé nfo ter efeito, ou até mesmo Foxy € fazendo a velocidade dy do motor aumentar No entanto, quando a velocidade wy cresce, a tensio interna gerada Ey(~ Kéo,7) aumenta, fazendo a corrente de armadura diminui Essa diminuigdo em [, redue 0 conjugado induzido,fazendo Tay ser igual a 7... €m uma velocidade mais clevada de rota. 434 Fundamentos de Miquinas Elétricas FIGURAS-14 O efeito do controle de velocidade por tensio de armadura sobre a caraterstica de conjugado vertus velocidade de um motor em derivagao, Resumindo © comportamento de causa ¢ efeito deste método de controle de velocidade, temos: 1. Um aumento de Vj eleva I (Vy? — E/R) O aumento de J, eleva Ting (= K141). A.clevagio de tng Ora Tigg> Tag Fazendo a velocidade 6, aumentar. O aumento de w,, cleva Ex(= Ky). Acclevasio de E, diminui I, {= (Vy? — E,y/Ryl A diminuigdo de J, reduz Tyg até que Tgg = Tees Cm uma Velocidade w, mais elevada, © cfeito do aumento em V, sobre a caracteristica de conjugado versus veloci- dade de um motor de excitagao independente esti mostrado na Figura 8-14, Observe que a velocidade a vazio do motor € deslocada por esse método de controle de veloci- dade, mas a inclinagio da curva permanece constant. INSERGAO DE UM RESISTOR EM SERIECOMO CIRCUITO DE ARMADURA. Se um resistor for inscrido em série com 0 circuito de armadura, o efeito sera o aumento dréstico da inclinago da caracterfstica de conjugado versus velocidade do motor, fazendo com que funcione mais lentamente quando receber uma carga (Figura 8-15). Isso pode ser visto facilmente a partir da Equagao (8-7). A insereo de resistor é um método pouco eficiente de controle de velocidade, porque as perdas no resistor sio mauito elevadas. Por essa razdo, esse método raramente ¢ usado, Ele seré encontrado somente em aplicagées nas dais © motor passa quase todo o tempo funcionando a plena velocidade ou em aplica- ges cujo custo é demasiado baixo para justificar uma forma melhor de controle. s dois métodos mais comuns de controle da velocidade de um motor CC em derivagao ~ variagao de resisténcia de campo e variagao da tensio de armadura ~ tém fainas diferentes de operagio segura. No controle por resisténcia de campo, quanto mais baixa fora corrente de cam- po de um motor CC em derivacao (ou de excitacao independente), mais rapidamente ele irégirar e, por outro lado, quanto maior fora corrente de campo, mais devagar ele ird girar. Como um aumento na corrente de campo causa uma diminuicao de veloci- dade, sempre haveré uma velocidade mfnima que pode ser atingida pelo controle do Capitulo8 _» Motorese geradoresCC__ 485 9 Ry SRR Rus Be FIGURA S15 ‘O efeito do controle de velocidad por ressténcia de armadura sobre caractristica de con- jugado versus velocidade do motor em derivacio. circuito de campo. Essa velocidade minima ocorre quando a corrente méxima permi- tida esta circulando no circuito de campo do motor. Se o motor estiver operando com sua tensio de terminal, poténcia e corrente de campo nominais, entdo ele estard funcionando na velocidade nominal, também conhecida como velocidade de base, O controle por resisténcia de campo pode con- trolar a velocidade do motor para velocidades acima da velocidade de base, mas nio ppara velocidades abaixo da velocidade de base, Para conseguit uma velocidade menor do que a velocidade de base controlando o circuito de campo, seria necessério uma ccortente de campo excessiva, possivelmente queimando os enrolamentas de campo. No controle por tensio de armadura, quanto menor for a tensio de armadura em um motor CC de excitagao independente, mais lentamente cle iré girar e, por outro Jado, quanto maior for a tensio de armadura, mais rapidamente ele iré girar. Como uum aumento na tensdo de armadura causa um aumento de velocidade, sempre hi uma yelocidade méxima que pode ser alcangada com o controle por tensao de armadura. Essa velocidade maxima ocorte quando a tensio de armadura do motor atinge seu valor méximo permitido Se 0 motor estiver operando com sua tensio, corrente de campo ¢ poténcia no- ‘inais, entio ele estard girando na velocidade de base. O contiole por tenso de a ‘madura pode controlar a velocidade do motor para velocidades inferiores & velocida- de de base, mas nfo para velocidades superiores & velocidade de base. Para obter uma vvelocidade maior que a velocidade de base usando o controle por tensdo de armadura, seria necessério uma tenséo de armadura excessiva, possivelmente danificando 0 cir- ccuito de armadura, ‘Obviamente, essas duas técnicas de controle de velocidade so complementates. © controle por tensa de armadura funciona bem com velocidades inferiores & veloci- dade de base ¢ o controle por resisténcia de campo ou de corrente de campo funciona ‘bem para Velocidades superiores & velocidade de base, Combinando ambas as técnicas de controle de velocidade no mesmo motor, é possivel obter um intervalo de variago de velocidade de até 40 para 1 ou mais. Os motores em derivacio e de excitagio inde- pendente apresentam caracteristicas excelentes de controle de velocidade. ‘esses dois tipos de controle de velocidade, hg uma diferenga significativa nos limites de conjugado e poténcia da méquina. O fator limitante em ambos os casos é 0 436 Fundamentos de Miiquinas Elétricas Conjugado mixin Fan detmodo que Pa Controle de Ye P| CContole de Re FIGURAS-16 Limites de porénciae conjugado em funeo da velocidade para um motor CC em. controlido por tensio de armadura resisténcia de campo, sivagio, aquecimento dos condutores da armadura, 0 que coloca um limite superior no valor da corrente [, de armadura No controle por tensio de armadura, 0 fluxo no motor é constante, de modo que conjugado maximo no motor é Fin = KET 8-14) Esse conjugado maximo é constant, independentemente da velocidade de rotagdo do ‘motor. Como a poténcia fornecida pelo motor é dada por P = rw, poténcia maxima ddo motor para qualquer velocidade controlada por tensio de armadura 6 Prous = Fran 8-15) Portanto, no controle por tensiio de armadura, a poténcia méxima fornecida pelo mo- tor é diretamente proporcional a sua velocidade de operagao. Por outro lado, quando ¢ usado 0 controle por resisténcia de campo, o fluxo no se altera. Nesse caso, 0 aumento de velocidade é causado por uma diminuigio do flu- xo da maquina, Para que o limite de corrente de armadura nio seja excedido, o limite de conjugado induzido deve diminuir & medida que a velocidade do motor aumenta, Como a poténcia fornecida pelo motor € dada por P = zw € 0 limite de conjugado diminui quando a velocidade do motor sumenta, enlio a poténcia maxima fornecida por um motor CC controlado por corrente de campo é constante, 20 passo que o con- Jjugado méximo varia conforme o inverso da velocidade do motor. ara uma operagao segura em funcio da velocidade, essas limitagées de pot cia e conjugado do motor CC em derivagio esto mostradas na Figura 8-16, (Os exemplos seguintes ilustram como encontrar a nova velocidad de um mo- tor CC se ela for variada usando os métodos de controle por resisténcia de campo ¢ tensfio de armadura, EXEMPLO8-3 A Figura 8-172 mostra um motor CC em derivagio de 100 HP, 250V ¢ 1200, pm, com uma resisténcia de armadura de 0,03 02 uma resistincia de campo de 41,67 02. 0 motor tem enrolamentos de compensagio, de mado que a reagio de armadura pade ser ignora- da, Pode-se assumir que as perdas mecinicas e no niclea sao despreziveis para os propésitos Capitulo8 _¢ Motoresegeradorescc__ 487 y= 003.0 2s0V ” FIGURAS-17 (@) O motor em derivagio do Exemplo 8-3. (6) O motor CC de excit Exemplo $4 deste problema, Assune-se que © motor esté acionando uma carga com uma corrente de linha de 126.A.e uma velocidade inicial de 1103 rpm. Para simplificaro problema, assuma que a cortente de armadura do motor permanece constante (a) Seacurva de magnetizagio da méquina for a mostrada na Figura 8.9, qual sera veloci- dade do motor se a resisléncia de campo for elovada para SO 0? (b) Caloule ¢ plote a velocidade desse motor em fungi da resistencia de catmpo Rp, ase mindo uma carga de corrente constante, Solugio (a) O motor ‘em uma corrente de linha inicial de 126 A, de modo que a corrente de armadura inicial ¢ = 1264 - 2500 _ In = hy “In = 126A - BON = 1204 Portanto, tense interna gerada & fp — Tas Ry = 250 V ~ (120 AY(0,03.0) 464V 488 __Fundamentos de Maquinas El ‘A rario entre tensio intema gerada em uma velocidade e tens interna gerada ‘ulra velocidade é dada pela azo da Bquasio (7-41) nas dias velocidades: Kong Ex Kb ee Assumindo que a corrente de amadura€constante, Ey, = Eg temos que esa equagio seredor a 19 ‘Uma curva de magnetizagio é um gréfico de Ej, versus Iy para uma dada velocidade. (Como os valores de E, na curva sto diretamente proporcionais ao fluxo, arazio entre as tenses internas geradas,ldas da curva é igual razio ente os fluxos da méquina. Para Ty = 5A, tem0s Eq) = 250 V, a0 passo que pa 268'V. Portanto, a razio entre os fluxos é dada por anova velocidade do motor sexs 187 pm tye haa = Gets = (L079(0103 pm) (®) A seguir, temos um programa (Mil) de MATLAB que calcula a velocidade do motor em fungio de Rp! ¥ Mofile: 2fepeed_control.m (Conteole de velocidade por reeisténeia 4 de canpo) ¥ Bete prograna (M-file) eria um grifico da velocidade de um ¥ moter co em derivagio, cone Tuncie da recisténcia de campo, $ aseuminde una corrente de arnadura constante (Exexple 8-3) ¥ obtenha a curva de magnetizagio. ete arquivo contém as tre ¥ varidveis if value (valor da corrente de campo), ea value eno lead £ig8_s.rat ¥ Prineize, inicialize of val: 12 necessérioe a este programa vip = 250; ¥ vensie de terminal (en ¥) Elf = a0:1:70; § Recisténcia de campo (on obns! Fla = 0.03; ¥ Reeisténcia de armaaura (en ohne) sce = 120, F Corrente de arnadura (en 2} A abordagem adotada agui consiste em calcular o valor da e_a0 para a corrente do campo do referéncia © entSc calcular os valores de 0 para cada corrente de canps. A velocidade ae referencia 6 203 epe, de node que, corhecendo ¢a0 ¢ a velosidade de reterdneta, podevense calcular a velocidade para aaa corrente de campo Caleule 4 teneie interna gerada, pars 1200 rpm e para a corrente de referéncia de canpo de 5A, fazendo una intezpelagde na ¥ curva de magnetizagae do water. A velocidade de referéncia Capitulo8 _» Motorese geradoresCC__ 489 § calcute a corrente de campo para cada valor de 8 calcule e_20 para cada corvente de canpe interpolande 2 = cunva de fagnetiza¢io do motor = calcule a velecidade resultante a partir da Squagte (8-17) ont § (pait / phs2) +1 = (ea0a/eaoz) +m 2 = (@0_ref./ ea0) + nre?; plot {= f/n2,"le-",/Linewidth' 2 ténela de campo, hold of wlabet '\bfkesieténcia de Campo, \onegs'): ylabel (*\we\cer_{m) \en\bE cepa) Citle (*\prVeledidade versus \ick_(F) \rm\bfpare um Motor CC on Derivacae’ axis([49 700 14001); grie on, (0 grafic resultane esta mostrado na Figura 8-18, Para cargas reais, observe que no é uma boa opcio supor que a corrente de armadura seja constante quando Ry varia, A corrente de armadura varia com a veloci- dade, A forma dessa variagio depende do conjugado que esté sendo exigido pelo tipo de carga acoplada ao motor. Essas diferencas fazem com que a curva de velocidade versus Ry seja ligeiramente diferente da mostrada na Figura 8-18, mas ela terd uma forma semelhante. 1400 a an 1000 00 i 2 600 fmf 400 fd oof —}—_}_| | | a 303s STO Resistdoca de campo, 0 FIGURAS-18 Grifica da velocidade versus tesisténcia de campo para o motor CC em derivagdo do Exemplo 8.3. 490 Fundamentos de Mquinas Elétricas EXEMPLO 8-4 Agora, o motor do Exemplo 8-3 foi conectado na forma de excitagdo inde pendente, como esti mostzado na Figuta 8-17b, Inicialmente, © motor opera com V, = 250, 1,= 120A.en = 1103 zpme aciona uma carga de conjugado constante. Qual sei a Velovidade ddesse motor sea tensio V, for reduzida para 200'V? Solugéo (© motor tem uma corrente de linha inicial de 120A e wana tensio de armadura V, de 250V, de modo que a tensio interna gerada Ey é 250. ~ (120 }(0,03.0) y= Veh 2404 Aplicando a Equagie (8-16) ¢ sabendo que 0 fluxe @ € constant, a velocidade do motor pose serexpressa como 16) Para encontrar Eg, Ws a lei de Kirchhoff dss tenses En" Ven laRe Como 0 conjugado € o uxo sao constants, J, € constant. Isso leva a uma tensio de Ey, = 200¥ ~ (120A\003 0) = 196.4 A velocidade final do motor é, portant En, _ 1964v Eq"! ~ 2464V 1103 rpm = 879 rpm Oefeito de um circuito de campo aberto A sesio anterior deste capitulo continha uma discussio do contile de velocidade pela variagio da resisténcia de campo de um motor CC em derivagio, Quando a re- sisténcia de eampo aumentava, a velocidade do motor aumentava também, Que acon- teceria se ese efeito fosse levado ao extrem, sea resisténcia de campo realmente aumentasse muito? Que aconteceria se ereuito de campo realmente abisse enquan- to 0 motor estivesse operando? Da discussto anterior, o fuxo na méquina diminviria fepentinamente até chegar a d,, ¢ E,(= Kéiy) diminuiria junto, Isso causaria um grande aumento da corrente de armadura¢ 0 conjugado induzido resultante seria bem ais elevado do que o conjugado de carga no motor. Portanto a velocidade do motor comegatia a aumentar e continuaria subindo. 0s resultados de um cireuito aberto podem ser bem espetaculares, Cera vex, quando o autor era um estudante de graduasio “em engenharia eletrica na Louisiana State University", seu grupo de laboratGrio cometeu um erro deste tipo. O grupo es- {ava trabalhando com um pequeno conjuno de motor e gerador, que era acionado por tum motor CC em derivagio de 3 HP. As conexdes tinham sido realizadas e 0 motor estava pronto para o inicio da experincia, mas havia apenas um pequeno erro—quan- doo cteuito de campo foi conectado, inchui-se um fusivel de 0,3 A no lugar de um de 3.A, que seria o correto de usa

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