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EEB FELICIANO PIRES – 2º1

ÁLVARO MEDEIROS, ARTHUR SAMUEL, EMILY WALDRIGUES, ERICK


FERNANDO, JOÃO LUIZ, VITÓRIA, MICKAEL AMOU

O CORTIÇO

BRUSQUE
2023
SUMÁRIO

A Obra ..................................................................................................... 02
Personagens ........................................................................................... 02
Estrutura da Obra ................................................................................... 03
História Narrada ..................................................................................... 03-05
Análise da Obra ...................................................................................... 05
Trechos da Obra ..................................................................................... 05-06
Biografia do Autor .................................................................................. 06-07
Avaliação do Livro.................................................................................. 07-08
Bibliografia.............................................................................................. 09

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A OBRA

Este trabalho tem como finalidade apresentar o livro “O cortiço” escrito pelo
autor Aluísio de Azevedo. O Cortiço é um romance, foi publicado em 1890 e faz parte
do movimento naturalista do Brasil.

A obra retrata a vida das pessoas simples em um cortiço (habitação coletiva)


do Rio de Janeiro. Com um teor crítico, trata-se de uma representação da realidade
brasileira do século XIX.

PERSONAGENS

• João Romão: português dono do cortiço, da venda e da pedreira.


• Bertoleza: escrava amante de João Romão que trabalha para ele.
• Miranda: português burguês casado com Estela e que vive ao lado do cortiço.
• Estela: esposa infiel do português Miranda.
• Zulmira: filha de Estela e de Miranda, além de esposa de João Romão.
• Jerônimo: português que administra a pedreira de João Romão. Tem um caso
com Rita Baiana.
• Rita Baiana: mulata sedutora que vive no cortiço. Teve um caso com Firmo, e
mais tarde se envolveu com o português Jerônimo.
• Piedade: esposa de Jerônimo que ao descobrir sua traição com Rita Baiana,
entrega-se ao alcoolismo.
• Firmo: amante de Rita Baiana, ele foi morto pelo português Jerônimo.
• Pombinha: moça bonita, discreta e educada que se prostitui por influência da
prostituta Léonie.
• Libório: habitante miserável e solitário do cortiço, vivia como um mendigo.

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Estrutura da obra

Composta de 23 capítulos, O Cortiço apresenta um narrador onisciente (aquele


que sabe de todo a história), sendo narrado em terceira pessoa.

O tempo da narrativa é linear (começo, meio e fim), seguindo o tempo


cronológico dos acontecimentos.

O local em que se desenvolve a trama representa o coletivo, tema explorado


pela escola naturalista.

Na obra, o cortiço torna-se o cenário principal, espaço personificado em


diversas passagens do livro.

Além do cortiço, há momentos em que a história se passa na pedreira e na


taverna de João Romão. Em alguns momentos é citado o sobrado da classe burguesa,
no bairro do Botafogo.

De tal modo, personagens burgueses se misturam com a vida simples dos


habitantes do cortiço.

Repleto de descrições, o romance explora as características físicas e o


comportamento de seus personagens, marcados pela degradação (moral, espiritual e
física) e ambição.

Um exemplo é animalização dos personagens, revelada sobretudo, pelos


instintos sexuais.

HISTÓRIA NARRADA

Dono do Cortiço, João Romão é um português ambicioso que explora seus


empregados. Além de proprietário da habitação coletiva, ele é dono de uma pedreira
e uma taverna.

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Ainda que não seja o personagem principal da trama, muitas passagens do
romance revelam sua ascensão social.

Ao mesmo tempo, é demostrada a degradação social dos menos favorecidos


que vivem no cortiço.

Ao lado do cortiço aparece o sobrado aristocrático, em que vive o burguês


Miranda, comerciante de tecidos, casado com Estela. Eles vivem um casamento
infeliz, e Estela o trai sempre.

Miranda demostra-se incomodado com o crescimento do cortiço e por esse


motivo, entra em rivalidade com João Romão.

No entanto, com o intuito de ter um status social parecido com de seu rival,
João Romão casa-se com a filha de Miranda e Estela: Zulmira. A partir daí, ele
consegue alcançar melhores condições sociais.

João Romão, tem uma escrava chamada Bertoleza. Ele forjou uma carta de
alforria para ela, que por fim, torna-se sua amante e passa a trabalhar para ele.

Entretanto, após seu casamento Romão entrega sua escrava fugitiva.


Desiludida com essa ação, Bertoleza se mata.

No cortiço, a vida é simples e dura. Grande parte do enredo retrata a vida de


seus moradores e de seus envolvimentos. Rita baiana é uma mulata de grande
carisma e que conhece todos os moradores da habitação coletiva.

De natureza sedutora, teve um envolvimento com Firmo e mais tarde, com o


português Jerônimo. Esse envolvimento, levou ao assassinato de Firmo.

Jerônimo é um homem honesto que trabalha na pedreira de João Romão. É


casado com a portuguesa Piedade e juntos tem uma filha.

Após se envolver com a sedutora Rita Baiana, sua esposa descobre a relação
e começa a beber.

Enciumado pelo envolvimento anterior que Rita teve com Firmo, Jerônimo
resolve assassinar seu rival. Por fim, Jerônimo abandona sua família para ficar com
Rita.
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O incêndio no cortiço foi um dos fatores principais para que muitos moradores
se transferissem para outro cortiço, o “cabeça-de-gato”. Com isso, o local foi
reformado e a avenida recebeu o nome de “Avenida São Romão”.

ANÁLISE DA OBRA

A obra “O Cortiço” é a mais emblemática do movimento naturalista no Brasil. A


grande questão levantada pelo escritor esteve relacionada como o meio, a raça e a
história.

Assim, a degradação e a decadência do ser humano pode ser explicada pela


mistura de raças, que, segundo Aluísio, levam à promiscuidade. Ademais, o meio
influencia diretamente o comportamento de seus personagens.

A desigualdade social é um tema muito explorado, o qual é reforçado por meio


das diferenças sociais e históricas dos indivíduos envolvidos. Trata-se, portanto, de
um retrato revelador da sociedade brasileira em meados do século XIX.

A busca pela ascensão dos personagens demostra a ambição deles, envolvidas


em questões superficiais. Ainda que tenha sido escrita em fins do século XIX, até os
dias de hoje podemos notar essa postura de busca de ascensão social na sociedade
brasileira.

TRECHOS DA OBRA

Segue abaixo alguns trechos da obra:

“João Romão foi, dos treze aos vinte e cinco anos, empregado de um vendeiro que
enriqueceu entre as quatro paredes de uma suja e obscura taverna nos refolhos do
bairro do Botafogo; e tanto economizou do pouco que ganhara nessa dúzia de anos,
que, ao retirar-se o patrão para a terra, lhe deixou, em pagamento de ordenados

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vencidos, nem só a venda com o que estava dentro, como ainda um conto e
quinhentos em dinheiro.” (Capítulo I)

“E durante dois anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-
se de gente. E ao lado o Miranda assustava-se, inquieto com aquela exuberância
brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta implacável que lhe crescia junto da
casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais grossas do que serpentes,
minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela, rachando o solo
e abalando tudo.” (Capítulo II)

“Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua
infinidade de portas e janelas alinhadas.

Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada sete horas de chumbo.
Como que se sentiam ainda na indolência de neblina as derradeiras notas da última
guitarra da noite antecedente, dissolvendo-se à luz loura e tenra da aurora, que nem
um suspiro de saudade perdido em terra alheia.” (Capítulo III)

BIOGRAFIA DO AUTOR

"Nascido em São Luís do Maranhão (MA),


em 14 de abril de 1857, Aluísio Azevedo era filho
de D. Emília Amália Pinto de Magalhães e do vice-
cônsul português David Gonçalves de Azevedo.

Demonstrou, desde muito jovem, grande


interesse por desenho e pintura, o que o levou a
mudar-se para o Rio de Janeiro em 1876, a fim de
matricular-se na Imperial Academia de Belas Artes.
Para manter-se na capital, desenhava caricaturas
para os jornais O Fígaro, A Semana Ilustrada, O
Mequetrefe, e Zig-Zag. Também rascunhava cenas
de romances."

"Morto seu pai em 1878, retorna a São Luís, onde dá início à sua carreira de
escritor no ano seguinte, com o romance Uma lágrima de mulher, ainda aos moldes

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da estética romântica. Trabalha também para a fundação do jornal O Pensador,
publicação anticlerical e abolicionista.

Em 1881, lança seu primeiro romance naturalista, O mulato, abordando o


assunto do preconceito racial. Bem recebido na corte, apesar da temática da obra ter
sido considerada escandalosa, Aluísio embarca de volta para o Rio de Janeiro,
decidido a ganhar a vida como escritor.

De volta à capital do Império, produz diversos folhetins, que garantiam sua


sobrevivência. Nos intervalos dessas publicações, geralmente melodramáticas e
românticas, dedicava-se à pesquisa e à escrita naturalista, que o consagrou como
grande autor brasileiro. Foi nessa época que lançou suas principais obras, Casa de
pensão (1884) e O cortiço (1890).

Aprovado em concurso para o cargo de cônsul em 1895, abandona a carreira


literária. Reside na Espanha, no Japão, na Inglaterra, na Itália, na França, no Uruguai,
no Paraguai e na Argentina, onde falece, em Buenos Aires, em 21 de janeiro de 1913."

AVALIAÇÃO DO LIVRO

Escrita:

A escrita de Aluísio Azevedo em "O Cortiço" é marcada por um estilo naturalista


que busca retratar a realidade de forma objetiva e crua. O autor utiliza uma linguagem
descritiva e detalhada para criar um retrato vívido dos personagens e do ambiente do
cortiço. A prosa é direta e por vezes visceral, transmitindo com eficácia as emoções e
os cenários, embora algumas passagens possam parecer um tanto exageradas ou
sensacionalistas.

Forma do Texto:

O livro é estruturado em capítulos curtos e sequenciais, cada um focando em


diferentes personagens e eventos que ocorrem no cortiço. Essa estrutura permite que
o autor explore várias perspectivas e ofereça uma visão abrangente da vida no cortiço.

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A progressão dos capítulos também contribui para a sensação de crescimento e
decadência do cortiço como um organismo vivo.

Linguagem Utilizada:

A linguagem de "O Cortiço" é carregada de realismo e detalhes sensoriais.


Aluísio Azevedo não hesita em descrever os aspectos mais sombrios e
desconfortáveis da vida no cortiço, incluindo as condições degradantes, a exploração
dos mais fracos e os impulsos humanos mais básicos. A linguagem usada é direta e,
em alguns momentos, pode parecer crua demais para alguns leitores devido à
representação sem filtros da vida naquele ambiente.

Intenção do Livro ao Leitor:

A intenção principal de "O Cortiço" é apresentar uma crítica social à


estratificação de classes e à exploração dos mais vulneráveis na sociedade urbana
do Brasil do século XIX. Aluísio Azevedo procura expor as condições de vida brutais
e a luta constante pela sobrevivência no ambiente do cortiço, ao mesmo tempo em
que analisa como a herança genética e o ambiente influenciam o comportamento
humano. O livro convida os leitores a refletirem sobre as injustiças sociais e as forças
que moldam o destino dos personagens, muitas vezes aprisionados em um ciclo de
pobreza e degradação.

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BIBLIOGRAFIA

DIANA, Daniela. O Cortiço. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/o-cortico/. Acesso em: 18/09/2023

BRANDINO, Luiza. "Aluísio Azevedo"; Brasil Escola. Disponível em:


https://brasilescola.uol.com.br/literatura/aluisio-azevedo.htm. Acesso em 18 de agosto
de 2023.

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