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Fichamento Filosofia Jurídica - André Garcia Ribeiro
Fichamento Filosofia Jurídica - André Garcia Ribeiro
GOIÂNIA
19/10/2023
Introdução
O conceito de justiça tem sido uma questão central na filosofia desde os tempos
antigos, permeando não apenas debates éticos e morais, mas também influenciando
diretamente a construção e interpretação dos sistemas jurídicos e políticos. A busca por uma
definição universalmente aceitável de justiça, bem como seu papel em nossas vidas, continua a
ser uma área de intensa investigação e disputa. Este trabalho tem como objetivo explorar as
ideias sobre justiça de três filósofos fundamentais: Platão, Aristóteles e Tomás de Aquino.
Cada um desses pensadores apresenta uma visão única e influente do que constitui a
justiça, moldada tanto pelo contexto histórico e jurídico em que viveram quanto por suas
respectivas inclinações filosóficas e éticas. Este fichamento visa, portanto, desemaranhar essas
visões complexas, fornecendo um entendimento claro de como cada filósofo concebe a justiça
em relação à ética, política e direito.
• Período: Platão viveu durante o período clássico da Grécia Antiga, uma época de
intensa atividade intelectual e política.
• Período: Aristóteles foi um discípulo de Platão e viveu logo após ele, também na Grécia
Antiga.
• Influência: Aristóteles foi mais empírico que Platão e sua visão da justiça foi
profundamente influenciada pelo estudo de constituições reais.
• Influência: A visão de Aquino sobre justiça foi moldada pela tentativa de conciliar a
filosofia aristotélica com os princípios cristãos.
Conceitos de Justiça:
Platão
• Definição: Em sua obra "A República", Platão define justiça como a harmonia da alma e
do Estado, onde cada parte desempenha seu papel apropriadamente.
Aristóteles
• Definição: Aristóteles, em sua obra "Ética a Nicômaco", aborda a justiça como uma
virtude que regula as relações entre as pessoas, assegurando um equilíbrio no
tratamento e na distribuição de bens.
Tomás de Aquino
• Definição: Tomás de Aquino define justiça como uma virtude que nos orienta a dar a
cada um o que é devido, de acordo com seu mérito ou status.
• Abordagem: Em sua obra "Suma Teológica", ele integra as visões de Aristóteles com os
princípios cristãos, chegando a uma abordagem mais teológica da justiça. Aquino
também distingue entre "Justiça Distributiva" e "Justiça Comutativa", semelhante a
Aristóteles, mas adiciona uma dimensão divina e eterna à equação.
• Ética: Para Platão, a justiça é uma virtude da alma e está profundamente ligada à ética
individual. Uma alma justa é uma alma ética.
• Direito: Na perspectiva de Platão, o sistema jurídico deveria ser um meio para alcançar
a justiça. Ele critica o sistema democrático de Atenas por seu falhanço em alcançar
uma verdadeira justiça.
Aristóteles
• Ética: A justiça é uma virtude moral para Aristóteles e está ligada ao conceito de
equidade e bom caráter.
• Política: Em sua obra "Política", Aristóteles vê a justiça como o objetivo da cidade-
estado. Ele acredita que uma governança justa é aquela que visa o bem comum.
Tomás de Aquino
• Ética: A justiça, para Aquino, é uma virtude cardinal que se relaciona com a ética tanto
individual quanto coletiva. Ele a vê como a base para todas as ações morais.
• Direito: Aquino faz uma distinção entre o "direito natural" e o "direito humano". Ele
argumenta que as leis humanas devem ser uma extensão do direito natural, que por
sua vez é uma manifestação da lei eterna de Deus.
Síntese e Conclusão:
Os filósofos em questão, Platão, Aristóteles e Tomás de Aquino, oferecem contribuições
fundamentais ao campo da Filosofia Jurídica, cada um influenciado pelo contexto histórico e
jurídico em que viveram.
• Platão colocou a questão da justiça como central tanto para a ética individual quanto
para a organização política. Ele defendia que a justiça na alma e na sociedade são
interdependentes e que a verdadeira justiça só pode ser alcançada em uma cidade-
estado ideal. Seus pensamentos continuam sendo debatidos, especialmente suas
críticas às democracias e seu ideal de uma cidade-estado governada por filósofos.