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Um olhar sobre as roupas: sugestão de redesign

dos símbolos presentes nas etiquetas das roupas


A look at clothes: suggested redesign of the symbols on clothing labels

GONÇALVES, Thaynara; Graduanda; UFMA; thaynara.goncalves@discente.ufma.br


FRAZÃO, Cristiano; Graduando; UFMA; cristiano.frazao@discente.ufma.br
FEITOSA, Isabella; Graduanda; UFMA; isabella.mf@discente.ufma.br
RODRIGUES, Daniel; Graduando; UFMA; danielrodrigues26121@hotmail.com

resumo:
As roupas e outros produtos têxteis estão presentes no cotidiano da maioria das pessoas e é
necessário saber como preservar esses produtos para que durem mais. Por essa razão o Conselho
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) estabeleceu como
obrigatório o uso de etiquetas para conservação dos produtos. Essas informações são apresentadas
em formas de símbolos e texto, entretanto grande parte da população não está familiarizada com
esses símbolos, logo ignoram as etiquetas deixando de lado os cuidados necessários em cada peça. A
clareza na comunicação é essencial para garantir que as informações sejam adequadamente
transmitidas aos consumidores, cumprindo as normas de proteção do consumidor. Utilizando da
Geração de símbolos e Teste de compreensão, metodologias da ergonomia informacional, este artigo
propõe um redesign da simbologia presente nas etiquetas, visando símbolos intuitivos compreensíveis
para a diversa gama de consumidores existentes no mercado.

palavras-chave: Etiquetas de roupa; ergonomia informacional; redesign.

Abstract:
Clothing and other textile products are part of most people's daily lives, and it's essential to know how
to preserve these products to make them last longer. For this reason, the Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO) has made it mandatory to use labels for
product care. This information is presented in the form of symbols and text; however, a significant
portion of the population is not familiar with these symbols, consequently ignoring the labels and
neglecting the necessary care for each item. Clear communication is essential to ensure that
information is properly conveyed to consumers, in compliance with consumer protection standards.
Utilizing Image Research, Symbol Generation, and Comprehension Testing, methodologies from
informational ergonomics, this article proposes a redesign of the symbols on labels, aiming to create
intuitive symbols that are understandable to the diverse range of consumers in the market.

Keywords: Clothing labels; informational ergonomics; redesign.


1. Introdução

Em 1975, uma simbologia têxtil foi elaborada pela Associação Internacional para Etiquetagem de
Cuidados Têxteis (International Association for Textile Care Labelling – Ginetex) e seu uso tornou-se
obrigatório mundialmente em todos os produtos têxteis. O Regulamento Técnico Mercosul Sobre
Etiquetagem de Produtos Têxteis, elaborado pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial (CONMETRO) em 2008, define como produto têxtil “aquele que é composto
exclusivamente de fibras têxteis ou filamentos têxteis ou por ambos, em estado bruto, beneficiado ou
semi-beneficiado, manufaturado ou semi-manufaturado, confeccionado ou semi-confeccionado”. Esse
regulamento afirma que a informação sobre os cuidados de conservação é obrigatória nos produtos.
Tais informações não são colocadas ao acaso, elas devem estar de acordo com a norma ISO 3758 de
03/2013 e são indicadas por símbolos ou textos ou ambos, ficando a cargo do fabricante decidir.
As etiquetas de lavagem de roupas são um componente essencial da indústria têxtil e desempenham
um papel fundamental na preservação e longevidade das peças de vestuário que usamos no cotidiano,
uma vez que essas etiquetas contêm informações cruciais sobre como cuidar adequadamente das
roupas, desde a temperatura da água até os métodos de secagem e engomar. Entretanto, muitas vezes
essas informações são ignoradas pelos consumidores por não compreenderem o que os símbolos
significam, o que pode causar sérios danos às roupas ou até mesmo as pessoas fisicamente.
Sendo a etiqueta de lavagem um item obrigatório em todos os produtos têxteis, é necessário que as
informações nelas contidas sejam claras e intuitivas, abrangendo a grande diversidade de usuários. O
artigo em questão apresenta, através de Testes de Compreensão, a dificuldade que as pessoas possuem
em identificar os símbolos mais comuns presentes nas etiquetas, além de propor um redesign
utilizando da Geração de Símbolos para alcançar uma simbologia simples, porém mais clara e
intuitiva.

2. Revisão Teórica

A ergonomia pode ser definida como o conjunto de conhecimentos científicos necessários para
entender o relacionamento do homem e seu trabalho, ambiente e equipamentos a fim de conceber
ferramentas que possam facilitar a vida do usuário e estabelecer conforto, segurança e eficácia para ele
(Wisner, 1987). Dentro deste conceito, a ergonomia informacional é uma especialidade que deriva da
ergonomia. Então, podemos determiná-la como ciência que trabalha com o design e análise da
informação, com a finalidade de erudir determinado público a tomar decisões inteligentes dentro de
uma interface ao ensiná-los a utilizá-la de maneira eficiente, considerando suas divergências e
limitações e causando prazer e satisfação. A ergonomia informacional é encarregada de trabalhar na
significação de alguns termos, como: Visibilidade; Legibilidade; Compreensão da informação;
Compatibilização e consistência; Padronização; Priorização e ordenação; Componentes sígnicos
(Santos; Fialho, 1997), é importante salientar que no mundo, por vezes, algum desses termos não é
considerado na construção do produto, criando assim inconsistências na experiência do usuário, que
pode se tornar confusa e até guiar a um erro que agride a segurança do utilizador.
Para a formação de uma interface, é de total importância se pensar em como o usuário vai lidar com
ela, partindo de suas experiências anteriores; ou seja, memórias e visões de mundo. Conforme Dul e
Weerdmeester (2004) apontam, cada dia que se passa os seres humanos utilizam de sistemas e
produtos mais complexos. Essas interações compõem o sistema homem-máquina, onde ambos são
incorporados e, para tal resultado integralizado, as interfaces funcionam como canais de conexão de
ambos, conforme o conhecimento prévio do utilizador para entender o demonstrado. Para tal caminho,
investir na forma que a informação vai ser apresentada é de total relevância, logo, precisa ser mostrada
de forma apropriada e concisa para que o receptor entenda o encaminhado (Rogers et al, 2013).
Quando a interface não conversa com o utilizador, encontra-se um problema, pois a mensagem não
consegue fazer o caminho exigido através da esquematização: emissor, mensagem, receptor; causando
ruídos e consequentemente um sistema não intuitivo.
Para que a comunicação seja feita de forma clara e objetiva, que é o propósito de todo processo, o
design da informação segundo a SBDI (2019) consiste em uma área do design gráfico que conduz os
parâmetros sintáticos, semânticos e pragmáticos que fazem um sistema ser o que é, através do estudo
dos meios, entendimento do público e criação de interfaces gráficas da informação que facilitam o
entendimento daquele que a busca, ao programar a otimização do tempo e os futuros questionamentos
que podem vir a aparecer e resolver antecipadamente esses futuros percalços, criando um bom design
que além de ser convidativo, reduz a fadiga e as imprecisões e faz com que a informação seja
adequada para a situação. Considera-se que um dispositivo de informação trabalha partindo de
estímulos que devem gerar significado para o receptor para assim encontrar o sucesso de seu intuito.
Quando esses estímulos não são lidos, sua finalidade se perde, como Padovani e Buccini (2005)
apontam que a satisfação do usuário devem ser consideradas pelo designer no processo de criação,
pensando assim é possível mapear os princípios do design da informação, os caminhos e colocações a
se considerar ao pensar a construção de um sistema ou produto.
Os princípios a se considerar no design da informação podem ser divididos em grupos como propõe
Pettersson (2010), iniciando-se pelos funcionais, que além de definir o problema e estruturar uma
solução, pensa a clareza e a simplicidade necessários para facilitar a decodificação, assim como a
ênfase ao hierarquizar em níveis de importância a construção e a unidade que permite a padronização
do executado, os administrativos que pensam o acesso ao informado, os custos do projetado, a ética
que rege toda construção e não deve ser extrapolada, além da qualidade. Ademais, chega-se aos
estéticos, que são muito importantes para o design, pois discutem a harmonia e a proporção de tudo
que é feito para criar equilíbrio. Por fim, é possível citar os cognitivos que estão altamente ligados a
como se vai abstrair o conhecimento proposto no observado, através da atenção com a focalização nos
aspectos principais, da percepção daquilo que comunica, da memória que é acionada para assim fazer
associações e do processamento.
Considerando todas as colocações acima, se volta à discussão para as etiquetagens de roupa que,
como explica a lavanderia Washtec, tem como objetivo determinar as classificações específicas das
roupas, partindo da origem, qualidade, composição, preço e todas as informações consideradas
importantes para o consumidor. Em outras palavras, pode ser considerado o RG das roupas, contendo a
história da roupa e os principais dados da indústria têxtil na construção e conservação das peças. Esses
dados são regidos pela lei Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 de defesa ao código do
consumidor (CDC) que determina que produtos ou serviços devam ser comercializados contendo
informações transparentes, precisas, ostensivas e na língua portuguesa, com todas as informações que
o consumidor venha a precisar saber. Entre as informações contidas nestas etiquetas, expõe-se os
símbolos de lavagem e secagem como objetos de estudo deste escrito, portanto, se foca nestes por
serem símbolos gráficos que, consoantes às suas representações, acabam não cumprindo alguns dos
objetivos já citados acima partindo do design da informação. As etiquetas são fiscalizadas pelo
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO) e possuem ABNT própria, a
NBR NM ISO 3758: Têxteis - Código de cuidado usando símbolos, que estabelecem a nível nacional
os símbolos de lavagem, secagem, alvejamento, passadoria e limpeza profissional, criando uma
padronização. Entretanto, é necessário se pensar que alguns desses símbolos não são intuitivos,
fazendo com que o público geral não os reconheça e criando um ruído de comunicação entre as partes,
o que acaba em falta de compreensão quanto aos significados reais dos símbolos pois, ao utilizar
símbolos como a fonte principal para passar as informações, é possível confundir o observador e,
dependendo dos conceitos prévios deste, o não entendimento do significado de forma clara; afinal,
para a construção de um entendimento sobre algo, necessita-se de um repertório amplo de concepções
que se comparem (Iida, 2005).
3. Métodos e Técnicas

Entendendo a significação dos símbolos gráficos como representação das instruções necessárias para
aquele que adquire a roupa em questão, percebe-se a deficiência do entendimento geral destes
símbolos dos diversos públicos que têm contato com eles por conta dos ruídos advindos de linguagens
pouco intuitivas. A primeira etapa do projeto consistiu em uma avaliação de reconhecimento dos
símbolos existentes para entender e justificar a existência deste estudo, onde se analisou o grau de
entendimento correto para cada símbolo conhecido. Esse teste é considerado o mais importante para o
desenvolvimento de símbolos e veio a se tornar o principal dentro desta metodologia que adaptamos
em prol de simplificar o trabalho executado junto ao público, percebendo as carências da construção
conforme sustenta Formiga (2011), neste período os ícones das etiquetas foram coletados e
catalogados para a análise dos elementos visuais e a realização de testes de compreensão com o
público-alvo. Foram identificados 33 símbolos, os quais foram divididos em 5 categorias,
estabelecidas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia - INMETRO. Cada
categoria representa uma característica da roupa que deve ser considerada pelo usuário para garantir a
durabilidade e a qualidade da peça. Estas categorias são representadas pelas figuras de 1 a 5 abaixo:

Figura 1 - Processo de lavagem

Fonte: dos autores, 2023.

Figura 2 - Alvejamento

Fonte: dos autores, 2023.


Figura 3 - Processos de secagem

Fonte: dos autores,2023

Figura 4 - Símbolos para passadoria

Fonte: dos autores, 2023

Figura 5 - Cuidados têxteis profissionais (limpeza a seco)

Fonte: dos autores, 2023

Foram observadas algumas semelhanças entre os símbolos, como características que se repetem e/ou
possuem significados semelhantes entre eles. Essas variações podem ser classificadas em três
categorias conforme as figuras de 6 a 8 mostram:
Figura 6 - Temperatura (representada por pontos ou números)

Fonte: dos autores, 2023

Figura 7 - Suavidade do processo (indicada por barras horizontais abaixo do símbolo)

Fonte: dos autores, 2023

Figura 8 - Proibição (representada por um “X” sobre o símbolo)

Fonte: dos autores, 2023

A partir do catálogo desses símbolos, iniciou-se a fase de testagem com o público, com o objetivo de
avaliar sua percepção em relação a esses símbolos. Foi criado um formulário que permitiu às pessoas
expressar sua interpretação do significado de cada símbolo através de uma ferramenta de texto. Isso
possibilitou constatar que a maioria dos símbolos não apresentava um significado claro e coeso,
especialmente quando acompanhados por suas variações. Os resultados em porcentagem podem ser
vistos na tabela 1:
Tabela 1 - Gráfico de resultados

Símbolo Significado Porcentagem de


mostrado entendimento

Não passar 85%

Permitido passar 84%


Máximo 200ºC 34%

Permitido lavagem 55%

Processo muito suave 23%

Não lavar com água 50%

Lavagem manual 38%

Processo muito suave a temperatura máxima de 30ºC 55%

Processo normal com temperatura máxima de 40ºC 55%

Processo normal com temperatura máxima de 70ºC 21%

Permitido o uso de alvejante a base de cloro 44%


Proibido o uso de alvejantes 55%

Secagem 27%

Secagem à sombra 28%

Secagem em varal 23%

Secagem por gotejamento 21%

Secagem horizontal 21%

Proibido secagem tradicional 50%

Secagem em tambor com processo suave 22%

Secagem com tambor 27%


Secagem com tambor em temperatura até 90ºC 26%

Proibido lavar a seco 24%

Proibido secar em tambor 50%

Lavagem a seco com todos os tipos de solvente 27%

Lavagem a seco 23%

Usar tetracloreto ou hidrocarboneto 21%

Fonte: Dos autores, 2023

Após a análise dos resultados obtidos, percebeu-se que a escassez para com o entendimento concreto
das representações simbólicas em etiquetas de roupas eram reais e as pessoas careciam de uma nova
construção incontroversa. Então, deu-se início ao processo de concepção de novos símbolos em
conformidade com a escrita de Iida (2005) partindo dos símbolos encontrados. Este procedimento
implicou na redefinição de três das cinco categorias de símbolos previamente existentes, além da
adaptação das duas categorias restantes. Simultaneamente, houve uma reimaginação das características
variáveis inerentes a cada símbolo. O objetivo fundamental dessa etapa consistiu em procurar por
formas e ícones que possuíssem uma pregnância visual superior se comparados às formas
preexistentes, visando garantir o reconhecimento por parte dos usuários em uma observação inicial.
Para alcançar esse objetivo, a busca por referências foi orientada pelo contexto brasileiro de tratamento
de produtos têxteis, considerando a inclusão de elementos passíveis de identificação generalizada
pelos usuários, em detrimento da utilização de símbolos abstratos. Desses processos, começamos a
esboçar o que viria a ser os redesign dos símbolos com desenhos a mão para criar conceitos simples e
funcionais, como podemos observar nas figura 9:
Figura 9 - esboço de símbolos

Fonte: dos autores, 2023

Após a reformulação dos símbolos, procedeu-se a uma subsequente análise da compreensão (Formiga,
2011) por parte do público-alvo. Foi elaborado um formulário semelhante ao utilizado anteriormente e
disponibilizado ao público, sem qualquer exposição prévia aos significados dos símbolos anteriores.
Consequentemente, as novas interpretações fornecidas pelo público demonstraram que os novos
desenhos eram substancialmente mais eficazes na transmissão dos significados em comparação com os
desenhos anteriores. Os resultados, expressos em percentagens, são os seguintes:

Tabela 2 - Gráfico de resultados finais

Símbolo Significado Porcentagem de


mostrado entendimento

Não passar. 85%

Permitido passar. 83%

Passar a no máximo 200 ºC. 83%


Passar a no máximo 150 ºC. 83%

Passar a no máximo 110 ºC. 83%

Processo de lavagem suave. 77%

Processo de lavagem muito suave. 75%

Não lavar com água. 81%

Lavagem manual. 70%

Limpeza a seco muito suave. 82%

Lavagem normal com temperatura máxima dependendo do 74%


material da roupa.
Permitido o uso de alvejante. 77%

Permitido o uso de alvejante a base de cloro. 71%

Permitido o uso de alvejante a base de oxigênio. 77%

Proibido o uso de alvejantes. 82%

Secagem à sombra. 80%

Secagem em varal. 87%

Secagem por gotejamento. 72%

Secagem horizontal. 60%


Secagem com tambor em temperatura até 50 ºC. 85%

Secagem com tambor em temperatura até 70 ºC. 85%

Proibido limpar a seco. 82%

Proibido secar em tambor. 76%

Limpeza a seco usando hidrocarboneto. 68%

Limpeza úmido. 70%

Limpeza a seco suave. 65%

Limpeza a seco usando hidrocarboneto e tetracloroetileno. 65%

Fonte: Dos autores, 2023


Levando em conta que os resultados dos dados coletados por essa segunda análise de compreensão,
feita após a criação de novos símbolos, resultaram em respostas positivas que seguindo o método
respaldado, poderíamos considerar propícias para o nosso público de interesse e seguimos para o
aprimoramento dos símbolos.
4. Resultados e discussões

Após a análise realizada em todo o estudo, reconstruímos os símbolos mais comumente encontrados
em etiquetas de roupas comercializadas no Brasil. Nessa perspectiva, segue-se uma síntese dos
resultados conquistados:

Figura 11 - Novos símbolos dos processos de lavagem

Fonte: dos autores, 2023

A solução consiste na vista lateral de um tanque de lavagem, objeto muito utilizado para obter a
higienização de materiais têxteis. Da esquerda para a direita, os símbolos significam: “Lavagem com
processo muito suave”; “Lavagem com processo suave”; “Lavagem com determinada temperatura
máxima”; “Não lavar com água”; “Lavagem a mão”.
Substituímos os símbolos de suavidade dos processos por linhas curvas; quanto mais fina, mais suave.

Figura 12 - Novos símbolos de alvejamento

Fonte: dos autores, 2023

Os símbolos representam as garrafas onde comumente é armazenado e comercializado o alvejante. Da


esquerda pra direita, os símbolos significam: “Permitido alvejamento”; “Não alvejar”; “Permitido
alvejamento com oxigênio”; “Permitido alvejamento com cloro”.
Figura 13 - Novos símbolos dos processos de secagem

Fonte: dos autores, 2023

Esses ícones representam os diversos processos de secagem. Dessa forma, os 3 primeiros representam
uma secadora elétrica/tambor e os demais representam secagens naturais, como o varal. Da esquerda
para a direita, os símbolos significam: “Permitido secagem em tambor até 50 graus”; “permitido
secagem em tambor até 70 graus”; “não usar tambor”; “secagem em varal”; “secagem por
gotejamento”; “secagem horizontal”; “secagem na sombra”.

Figura 14 - Novos símbolos dos processos de passadoria

Fonte: dos autores, 2023

Os ícones representam um ferro de passar roupas. Nessa resolução, optamos por substituir os pontos
pela própria numeração da temperatura. Da esquerda para a direita, os símbolos significam: “Não
passar”; “Passar com temperatura máxima de 110 graus”; “Passar com temperatura máxima de 150
graus”; “Passar com temperatura máxima de 200 graus”.

Figura 15 - Novos símbolos dos processos de passadoria

Fonte: dos autores, 2023

Os métodos de limpeza a seco costumam ser mais utilizados para uso profissional, então possuem
símbolos padronizados. Para facilitar o entendimento, complementamos esses símbolos com figuras de
mais fácil entendimento, como a camisa e o aparelho da limpeza. Da esquerda para a direita, os
símbolos significam: “Limpeza a seco com processo suave”; “limpeza a seco com processo muito
suave”; “limpeza a úmido”; “limpeza a seco com tetracloroetileno ou hidrocarbonetos”; “limpeza a
seca com hidrocarbonetos”, “não limpar a seco”.

5. Considerações Finais

Portanto, no presente trabalho, principiamos da literatura voltada para o conceito e história das
etiquetas para entender seu funcionamento e sua importância. Após, seguimos utilizando dos conceitos
do design da informação para mapear as ferramentas necessárias e indicadas para solucionar nossa
discussão; dentro deste conceito, buscamos pelo público de interesse deste sistema para que pudessem
nos apresentar as carências que sentem ao se deparar com os símbolos presentes nas etiquetas e suas
dificuldades para entendê-los. Com essas informações em mãos, pudemos começar a construção de
novos símbolos que facilitariam a leitura e decodificação de um público mais amplo e divergente, esse
estudo então se resume a uma solução prática e objetiva para um problema que assola o dia a dia das
pessoas no mundo.
Com a criação de novos símbolos para etiquetagem de roupas, facilitamos o entendimento das pessoas
para com algo consideravelmente simples, mas que carrega atualmente um grau de dificuldade
advindo da simbologia nada intuitiva da norma vigente que, como consequência, desloca o
conhecimento para um pequeno apanhado de pessoas ou requer de outros sistemas para sua
decodificação. Considerando todas as conformações do projeto, planejamos com este produto
propiciar uma comunicação mais clara, buscando também abrir espaço para futuros aprimoramentos,
como o desenvolvimento de um meio para facilitar o acesso à essas informações e garantir completo
entendimento de seus significados.

6. Referências Bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM ISO 3758: Têxteis - Código


de cuidado usando símbolos. Rio de Janeiro, 2013.
BRASIL. Lei Nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá
outras providências. Brasília, DF: Diário Oficial da União, 1990.
BUCCINI, M. B. P. R.; PADOVANI, S. Design experiencial na Internet. In: II congresso
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DUL, J; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. Tradução de Itiro Lida, São Paulo: Ed. Edgard
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FORMIGA, E. Símbolos Gráficos. Métodos de avaliação de compreensão. São Paulo: Blucher,
2011.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. 2ª. ed. Rio de Janeiro: Edgard Blucher, 2005.
MINISTÉRIO DA ECONOMIA INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E
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