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3 A Formula Integral de Cauchy e o Teorema Inte- gral de Cauchy Em esta sogio estudamos dois resultados que sio fundamentais no desenvolvimento da materia: a {érmula integral de Cauchy ¢ 0 teorema integral de Cauchy. A férmula integral de Cauchy da o valor de uma fungio holomorfa em cada ponto dentro de um cireulo em termos dos valores da fungao sobre a fronteira do circulo (Mais tarde reeplazaremos 0 irculo por uma curva fechada mais geral sujeto a certas restriges topologicas) A formula integral de Cauchy 6 tan sorprendent e que ao principio uno fica descon- certado, e seu hallazgo nao tem motiva Mais, a medida que a teoria se desenvolve, podemos olhar em retrospectiva e ver que 6 muito natural. Em tudo caso, este hace posible o desenvolvimento extremadamente rapido de uma teoria muito potente, e certa paciencia com o abrupta da prova sera ricamente recompensada. Serio uties as seguintes notagdes: Se P é um ntimero complexo, e r um numero real positivo, entao D(P,r) ={z2€C: |z-Pl ¥(0) = —rsint + ir cost, 1 I(z0) [ dg G)= | on 2° =rsint + ircost =f; oeweaa= | iat fp roost} irsint b Isso completa a prova. a Teorema 3.2 (Férmula Integral de Cauchy) Suponha gue U é um conjunto aberto em C € que f é uma fungéio holomorfa sobre U. Seja 2 € U ¢ sejar 0 tal que D(zo,r) CU. Sey: [0,1] + € € a curva C* dada por >(t) = 29 +r eos(2nt) + ar sin 2at Entéo, para cada z € D(2,7), 1 f £0 tJy,C-2 fa) = dg Antes de facer a prova vejamos brevemente alguns rasgos. Primeiro, note que f(z) é totalmente determinado por os valores de f sobre a curva 7. ‘ou, equivalentemente, o cfculo de radio r no rededor de zp. (A curva 7 tem como imagem precisamente este efrculo.) Claro, nada como este tipo de det rminagao tinica funciona em geral para uma fungao C arbitraria de dois varidv reais. Por exemplo, a fungao [1 — (2? + y*)|* 6 identicamente 0 no circulo de raio 1 entorno de 0 € C, para qualquer inteiro positivo k, mas no Zero dentzo do circulo. Esta tiltima fungdo em notagao complexa é [1 — 22]k, que é claro que nao é holoma, pois a 1 — 23|* = kl — 2z\*"(-z) £0. F Veremos depois que a inversa deste Teorema tambem é valido: se f é dado pela formula integral de Cauchy, entao f é holomorfa Uma segunda propiedade importante da férmula é a forma extremadamente simples em que z aparece na integral (no lado dereito da férmula). A presencia de 2 om esta forma sugiere a posibilidade de diferenciar sob a integral, pois obviamente f(¢)/(¢ — 2) é uma 22 fungao holomorfa de z, 2 € D(z,r), para cada fixo ¢ € OD(z,r). Este asunto sera tratado em detalhe na seguinte segao. Agora a prova Demonstracao: Bscolha ¢ > 0 tal que D(z,r-+«) CU. Fixe um ponto 2 € D(z,7-+6). Entdo, por o Teorema 2.7, existe uma fungao holomorfa H : D(zo,r + ¢) > € tal que é HO gg CL z on ga 80 CA ae f(2) se =z Como 7(0) = 7(1), a Proposigao 1.6 (com ¢ no lugar de 2) mostra que (Q)) - HO) [rox = £0) 4g Assim (10) Como so fica ver que Mais isto é 0 Lema 3.1, Agora a formula (10) da a conclusio desejada, No transcorso da prova do Teorema 3.2 acontece (implicitamente) 0 seguinte resultado, que 6 conhecido como o Teorema Integral de Cauchy. Este é 0 segundo teorema principal da seccio ‘Teorema 3.3 (O Teorema Integral de Cauchy) Se f é uma fungiio holomorfa sobre um disco U no plano complero, ¢ sey : [a,b] + U é uma curva) emU com (a) = (6), entao Demonstraco: Por o Teorema 2.6 existe uma fungio holomorfa G : U > € com G! = f em U. Como >(a) = 7(b), temos que 0 = G(4(b)) — G(y(a)). Por a Proposisio 1.3, isto é igual a [oe [tow Pode comprobar agora que, a prova do teorema integral de Cauchy é valida se o disco aberto 6 reemplazado por um retangulo aberto 23 3.1 Teorema Integral de Cauchy e Férmula Integral de Cauchy para curvas mais gerais-Introducio Para muitos propositos, a formula integral de Cauchy para integracao ao longo de um ciroulo eo teorema integral de Cauchy para regides retangulares ou discos sio adecuadas. Mais para algumas aplicagdes precisamos de curvas e regiGes mais gerais Primeiro, extendemos um pouco a clase de curvas sobre as que facemos integragio de linha Definigado 3.4 Uma curva" por partes (suave por partes): [a,b] +C,a((a,8]) CU. Intuitivamente, uma curva C? por partes consiste de um ntimero finito de curvas juntadas por seus pontos extremos. A forma natural de integrar sobre uma curva é somar todas as integrais ‘a pedago de curva Ct Definigo 3.5 Se U CC € aberto ey: [a,] + U € uma curva C por partes em U (com a notagéo como na Definigéo 3.4) e se [:U + € € uma fungéo continua, de valor [re \dz YI z)dz, complexo sobre U, entéo onde ay, a9,..., ax so como na definigdo “de curva C™ por partes” Generalizagio da Proposigao 1.6 (0 teorema fundamental do céleulo para integrais de linha complexa) Lema 3.6 Se U CC é wm aberto € +: [a,b] + U uma curva C* por partes. Se f é uma fungéo holomorfa sobre U, entéo Ho) = Fotay = f Fede Demonstragao: © resultado segue da Proposigio 1.6 e da Definigao 3.5, de curvas Ct por partes. ‘Teorema 3.7 (Teorema Integral de Cauchy) Se f :U — € é holomorfa comU CC [ I(z)dz =0 para cada curva y C' por partes fechada em U que possa ser deformada em U por in- ‘um conjunto aberto. Entéo temedio de curvas fechadas a um ponto em U. ‘Teorema 3.8 (Férmula Integral de Cauchy) Suponha que D(z,r) CU. Bntdo para cada curva y C por partes fechada em U \ {2} que possa ser continuamente defor- mada emU \ {z} a dD(z,r) tendo a orientagdo antihorario. Exemplo Avalic a integral 1 f £0) mi J, € Para f holomorfa sobre U, onde ¥ e U sio como na figura (a) SOL. Note que +y pode ser escrito como a uniao de duas curvas 7 seguido de 7p, figura (b). Entao temos Lp iO 1 [| Me, + | 10 . mle 8 mlz 28+ oi fea 10) Uma nogao topolégica que é especial para o andlise complexo é a conexividade simples Definig&o 3.9 Dizemos que um dominio U C C € simplemente conexo se “cualquer” curva fechada em U pode ser continuamente deformada a um ponto 25 Y wow Y > a (b) Ye {a) A conexividade simples é uma condigio matematica rigurosa que corresponde 4 nogao intuitiva que a regio U nao tem buracos. Se U' € simplemente conexo, ¢ 7 é uma curva fechada em U, entao segue que +7 pode ser continuamente deformada a um disco dentro de U. Segue que o teorema de Cauchy se aplica ay. Da mesma forma, em um conexo simple U, a f6rmula integral de Cauchy se aplica a qualquer curva fechada simples, curva fechada que é orientada no sentido antihorario © a qualquer ponto z que esta dentro da curva. 3.2 Calculando Integrais Exemplo Calcule a integral I Exemplo O teorema de Cauchy tambem se usa para avaliar algumas integrais. (Um método mais especifico é em termos do célculo de residuos sera feito no préximo capitulo) Agora como exemplo, mostraremos que, se € € R, entao ets [leweman SOL, Se € = 0, entio [ e'"dx =1, (conhecido do Cal. 1) Suponhamos que £ > 0, e consideremos a fungao f(z) = e~"** que é holomorfa em todo C, tambem se diz. que ela é entora, em particular f(z) é holomorfa no interior do contorno fechado yp da figura: Figure 5: Contomo fechado 4p © contorno +p consiste de um retangulo com vértices R,R + i,—R + i€,-R com orientagao antihoraria. Por o teorema integral de Cauchy [ feve- [ sens [ seas fled + [ seu x, 2€[-R,R], Entio [ f(z)dz = [ior 28 0 (i) Sobre yy, Parametrizando esta curva: ( Assim [lore (a) (ii) Sobre yp. Parametrizando esta curva: 7a(y) =R+iy, y € (0,é). Entao ‘ erevntidy = [ e lo RR YW idy [ fede = f F(R+ iy)idy = Agora estimamos esta integral | [ F(z)de ‘ if eR Pi dy 0 € <[ fener dy lo - [ Jen™| lien? lo [ Como € > 0 é fixo, e e*¥” é uma fungio continua em tuda a reta real, temos que < 2 [ ler" 5 je ay =|e" Jen" | dy dy = ete. Logo [toe s| | , entéo lim [ sew < lim |e ]e=0. I. A | J, ie Assim fim [ f(z\dz =0 (a2) (iii) Similarmente, sobre +4 temos (exercicio) Roe lim [ f(z)dz =0 (13) (iv) Finalmente sobre 73. Parametrizando esta eurva: 73(x) r+it, 2 €[R-R] Entao ok 2 Re 2. 2) [seuss [erererass [enrne ea [. A lh ph a, oe [ent B k a noe [nese 29 Entao R co lim. [ f(2)dz = lim (-e* / oreo) aor | eo mitede, (14) ae J, Rite R Juntando as equagSes (11-12-14-13), temos o= km [ sevte= fe [ rede pm, | soa pm [teres + pm [seas Ree, =1404 (-e¢ f err) +0 o8 [ler tte os et er tan Logo 0 Exemplo: 1 (Pista do tipo da montanha-russa). Considero uma espiral usada para mod- elar uma pista de montanha-russa, Queremos que a curvatura da pista seja proporcional ao tempo, para que a curva espirale como na Figura . Mostramos que a curva “ . a 4(t)= [ (cos u?, sin w2)du = ( [ cos udu, [ sinska) > 0 5 (onde ¢ 60 tempo), 6 solugao. B, em seguida, determinamos o ponto para o qual a curva espirala. 30 Sol. Lembre-se de Célculo 2 a {érmula para a curvatura em termos de velocidade e aceleragio: x all [lull Usamos a equagio paramétrica complexa para ~/ 20) ~ [ (cose? isin?) — [ Para calcular a curvatura, encontramos a velocidade e aceleracao’ k= se Velocidade: ¥/(t) = v(t) = (cos #?, sin £?) (t) = (—2tsin #, 2t cos t) = 2t(— sin #?, cost?) = 2ti el” é Accleragao: +/"(#) = Notemos que Ie] = 2 (produto vetorial): u(t) x a(t) = (0, 0,2) = |fu(#) x a(t)|] = 2I¢] (produto escalar): v(t) -a(t)=0 Logo a curvatura da curva 7 no tempo t é proporcional a w(t) =2t, #>0 Agora, a curva espirala a um ponto A medida que t tende ao infinito, Encontramos este = [ edt Io Afirmamos que I = \/%. Primeiro, notemos que [> eda — 5 ponto avaliando a integral Soja C'g a curva fechada definida por 7 U72U, onde 71 6 0 intervalo real 0 < x < R, onde 7 6 um arco circular de raio R, comeando em (R,0) ¢ terminando na reta y= 7, ¢ 31 onde 3 6 0 segmento de rota de eR até 0. Como nao ha singularidades no interior da regido limitada por C'g, temos = edz = [ eras [ east | edz cn In "a a (a) Ao longo de 72(t) = Re com ¢ € [0,3]: (Usando a desigualdade de Jordan (ou Lema de Jordan), pode-se mostrar que o limite da integral ao longo do arco circular tende a 0 quando R + oo.) De fato: : Ian [ ee wef RY Rie) ne fo ee 7/4 [Co eronnmnan eta tA ana r 2 eo Penta < af o Pear =— 5 (eo ® -1) 0 =06 lim | edz =0 R Figure 7: sin 2¢ > 44, para ¢ € [0,3]. Logo e~#**% < e-*Ft ‘Temos até agora que: Jim [ ede + jim [eve- ou me J, em |, lim | e*dz=— lim [| edz. (x) wm J, om J, (b) A imtegral ao longo de 71, onde z= xe 0<2

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