You are on page 1of 5

SEMINARÁRIO PRESBTERIANO DO SUL

História da Igreja Presbiteriana do Brasil – Prof. Silas Luiz


HENRIQUE KOJIN PERES – 4º ano – 10/03/23

Escorço Biográ co – JMC, Blackford, Schneider, Chamberlain

José Manoel da Conceição


José Manoel da Conceição nasceu na cidade de São Paulo em 11 de março de
1822, mas dois anos depois sua família se mudou para Sorocaba, onde foi criado por seu
tio-avô, o padre José Francisco de Mendonça. Em 1842 recebeu as ordens menores da
Igreja Católica e passou a exercer atividades religiosas na cidade de Ipanema, que ca
próxima à Sorocaba. Desde muito cedo foi apaixonado pela Bíblia, percebendo con itos
de seus ensinos e das práticas e doutrinas católicas. Relacionou-se com os protestantes
e cou maravilhado com o bom testemunho de suas vidas religiosas, sobre a maneira
que guardavam o domingo, sobre a prática de leitura da Bíblia e de livros religiosos.
Em 1844 foi ordenado diácono, e em 1845, presbítero da Igreja Católica. Foi
enviado, então, para Limeira para pregar e incentivar o povo a ler a Bíblia, movimento
que o alcunhou como “padre protestante”. Foi transferido várias vezes pelo bispo D.
Manoel Joaquim Gonçalves de Andrade, que receava a proximidade de Conceição com a
doutrina protestante. Seu último local foi Brotas, onde chegou em 1860.
Do primeiro semestre de 1863 ao segundo semestre de 1864, começou a ertar
com a doutrina protestante, sendo visitado por Blackford – com quem desenvolveu uma
amizade. Em 28 setembro de 1864, comunicou o bispo que lhe era superior que estava
deixando o sacerdócio da Igreja Católica.
Foi, então, para o Rio de Janeiro, onde fez amizade com Simonton e, no dia 23 de
outubro de 1864, fez sua pública con ssão de fé e foi batizado por Blackford. Em
meados de novembro do mesmo ano, partiu para Brotas, local onde, em 13 de
novembro, com ajuda dos missionários, organizou a Igreja Presbiteriana de Brotas, a
primeira do interior do Brasil.
Em 16 de dezembro de 1865, em São Paulo, foi organizado o Presbitério do Rio de
Janeiro, composto pelas igrejas do Rio, São Paulo e Brotas. Neste concílio, com os Reis.
Simonton, Blackford e Schneider, Conceição foi examinado e considerado apto,
pregando no dia seguinte e sendo ordenado ministro do evangelho. Pouco tempo depois
de sua ordenação, começou suas viagens evangelísticas. Passou por muitas cidades em
diversas ocasiões, Itapeva, Brotas, Campanha (MG) Barra do Piraí, Ponta Grossa (PR),
Cotia, Una, Piedade, São Roque, Sorocaba, Porto Feliz, Rio Claro, Limeira, Campinas
Penha, São Miguel, Jacareí, São José dos Campos, Caçapava, Taubaté, entre outras…
A m de cuidar da saúde, foi para os EUA em agosto de 1867, chegando em Nova
York em setembro. Trabalhou pelos EUA em igrejas portuguesas e ajudou a Sociedade
Bíblica Americana a revisar e traduzir documentos. Deixou o Mississippi em junho de
1868 e chegou ao Rio de Janeiro em julho. Em agosto, acompanhado de Blackford e
Schneider, foi para Santos para participar da reunião do presbitério em São Paulo.
Depois da reunião, retomou suas viagens missionárias por mais um ano, voltando
a São Paulo para participar da quinta reunião presbiterial, na qual foi pouco creditado e
fi
fi
fi
fi
fl
fl
fi
ouvido sem interesse. A partir de agosto de 1869, voltou a ser um solitário. Viajando e
pregando, mesmo com sua saúde cada vez mais precária. Teve crises de depressão e
sofreu de outras moléstias, tanto de enfermidade quanto de perseguições, mas
continuou viajando e pregando por onde passava, chegando a se tornar uma gura
lendária nas estradas. Seu ministério era desenvolvido na viagem de vila em vila,
passando de casa em casa, pregando, lendo e expondo a Bíblia. Vivia como nômadeEm
1872, na cidade de Campanha, foi apedrejado por uma turba e deixado como morto na
estrada.
Em agosto de 1873, o presbitério decidiu que Conceição deveria xar residência
no Rio de Janeiro para cuidar da saúde. Em dezembro partiu a pé para aquela cidade, foi
preso por ter sido confundido com um indigente, já que estava descalço e mal vestido.
Passou três dias preso, para ser liberto, gastou seus últimos recursos. No dia 24 de
dezembro, aproximando-se do Rio de Janeiro, caiu desfalecido à beira do caminho, na
estrada da Pavuna. Foi socorrido na enfermaria militar do Campinho, mas faleceu na
madrugada do dia 25 de dezembro de 1873.

Blackford
Alexander Latimer Blackford nasceu em 6 de janeiro de 1829, em Martins Ferry –
um condado de Je erson –, no Estado de Ohio, nos Estados Unidos. Nasceu e cresceu
em um ambiente profundamente religioso, pois tinha pais muito piedosos. Estudou no
Washington College, onde se formou em 1856 e, após isso, formou-se no Western
Theological Seminary, em Allegheny, em 1859. Foi licenciado no dia 21 de abril de 1858 e
ordenado em 20 de abril de 1859 pelo Presbitério de Washington.
Uniu-se à Junta de Missões Estrangeiras da Igreja Presbiteriana, sediada em Nova
York, cidade onde conheceu sua mulher, Elizabeth Simonton, irmã de Ashbel G.
Simonton. Juntos partiram para o Brasil, chegando aqui cerca de um ano após seu
cunhado, em 25 de julho de 1860.
No começo de sua estadia no Brasil, cooperou com Simonton no Rio de Janeiro,
porém entendia que talvez fosse necessário mudar de cidade a sede da missão. Visitou
São Paulo no início de setembro de 1861, mas não encontrou um local disponível. De
novembro desse ano até janeiro de 1862, percorreu a Província de Minas Gerais,
passando por Juiz de Fora, Barbacena e São João Del Rei. Por conta dessa extensa
viagem, acabou perdendo a organização da Igreja do Rio de Janeiro, que aconteceu
pouco antes de seu retorno à cidade. Enquanto Simonton esteve nos EUA (maço de
1852 a julho de 1863), Blackford o substituiu no pastoreio da igreja, sendo eleito pastor
em 15 de maio de 1863, com Francis Schneider e Simonton eleitos como co-pastores.
Em 9 de outubro de 1863, ele e sua esposa mudaram-se para São Paulo,
enquanto Simonton continuou o ministério no Rio de Janeiro. Na capital paulista,
encontraram dois obreiros leigos: o inglês William Dreaton Pitt, comerciante; e o
português Manuel Pereira da Cunha Bastos, colportor da Sociedade Bíblica Americana.
Ambos advindos da Igreja Evangélica Fluminense. No dia 18, Blackford deu início ao seu
trabalho em São Paulo, celebrando um culto em inglês no salão de leitura dos ingleses, à
ff
fi
fi
Rua da Constituição, atual Florêncio de Abreu. Os cultos em língua inglesa foram
mantidos por um ano.
Ainda em outubro de 1863, Blackford foi a Rio Claro, onde Schneider estivera
trabalhando há algum tempo, foi nessa viagem que conheceu o então padre e futuro
ministro presbiteriano José Manoel da Conceição, quem batizaria no dia 23 de outubro
de 1864 no Rio de Janeiro.
Após essa viagem, Blackford passou a ministrar os cultos em português, o que
gerou um bom impacto, desenvolvendo a igreja na capital paulista. Acompanhou João
Manoel da Conceição em uma estadia em Brotas, local onde foi organizada a terceira
comunidade presbiteriana do Brasil, na residência de Antônio Francisco Gouvêa, em 13
de novembro de 1865. Como Brotas havia sido a última paróquia de Conceição, havia ali
forte in uência sua, o que gerou interesse no local pelo trabalho missionário, fazendo
com que Simonton, Chamberlain, Blackford e Conceição revezassem a estadia no local
ao longo do ano. Em 17 de dezembro de 1865, Conceição foi ordenado ministro
presbiteriano. Com a organização da igreja em Brotas, formou-se o Presbitério do Rio de
Janeiro, em 16 de dezembro de 1865.
Blackford ainda desenvolveu um amplo trabalho no interior paulista, porém, em
1867, com a morte inesperada de Simonton, regressou ao Rio de Janeiro, onde
permaneceu por quase dez anos à frente da igreja de lá. Nos anos seguintes, a missão
presbiteriana cresceu grandemente ali, no dia 28 de março de 1874 foi inaugurado o
primeiro templo presbiteriano do Brasil, na Travessa da Barreira, atual Rua Silva Jardim.
Ao longo dos anos, Blackford organizou outras igrejas, como a de Lorena em maio
de 1868, Sorocaba em setembro de 1869, Petrópolis em março de 1872 e Campos em
março de 1877.
Entre 1877 e 1880, Blackford trabalhou como agente da Sociedade Bíblica
Americana, percorrendo grande parte do território brasileiro. Ao longo dos anos, passou
pelas províncias de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, muitas províncias do nordeste,
chegando ao Pará. Esteve presente na organização da Igreja Presbiteriana de Recife, ao
lado do Rev. John Rockwell Smith. Participou da “versão brasileira” do Novo Testamento,
traduzida do original grego em 1879. No dia 23 de março do mesmo ano, faleceu sua
esposa, Elizabeth. Dois anos depois em 24 de março de 1881, casou-se com Nannie
Thornwell Gaston, lha do Dr. James McFadden Gaston, médico presbiteriano norte-
americano que residiu em Campinas.
Em 1880, restabeleceu suas relações com a Junta de Nova York, partindo para um
trabalho missionário na Bahia por dez anos. Fez inúmeras viagens na região, tanto litoral
quanto interior, e foi o primeiro missionário a pregar em Sergipe, além de organizar a
Igreja de Laranjeiras no dia 28 de dezembro de 1884.
Em 1885 recebeu o título de Doutor em Divindade do Washington College e, em
1888, participou da organização do Sínodo da Igreja Presbiteriana do Brasil, sendo o
primeiro moderador. Foi eleito professor do Seminário Presbiteriano, mas não chegou a
exercer a função, pois, em 1890, foi com com a família para Atlanta, onde residia seu
sogro. Lá, poucas semanas após chegar, foi acometido com uma grave moléstia que
fl
fi
resultou em sua morte em 14 de maio de 1890. Sua segunda esposa, Nannie, faleceu 10
anos depois, em Atlanta, em 28 de janeiro de 1900.

Schneider
Francis Joseph Christopher Schneider, nasceu em Erfurt na Alemanha, mas
estudou teologia no Western Theological Seminary, em Allegheny, nos EUA. Foi ordenado
na Pensilvânia e veio ao Brasil como missionário, chegando ao Rio de Janeiro em
dezembro de 1861. Participou do culto que Simonton organizou a primeira igreja
presbiteriana no Brasil.
Schneider residiu em Rio Claro entre imigrantes alemães e suíços até março de
1863, no interior de São Paulo, sendo o primeiro obreiro presbiteriano a residir em São
Paulo. Então, decepcionado com a vida moral dos protestantes locais, retornou ao Rio de
Janeiro para ajudar Simonton e Blackford, além e aprender melhor o português. A pedido
dos moradores de Rio Claro, retornou para a cidade em 1864, mas devido ao
entendimento deles de que a regeneração é batismal, não levavam uma vida concernente
à salvação ou às coisas espirituais. Resolveu, então, voltar-se à evangelização dos
brasileiros.
Casou-se com Ella Grace Kinsley, que faleceu no parto de seu filho. Chegou a
casar novamente mas logo tornou-se viuvo novamente. Em 1865 participou do Presbitério
do Rio de Janeiro. Em 1866, fez várias viagens para Brotas para acompanhar o trabalho
que ali se desenvolvia. No Rio de Janeiro, participou da igreja organizada ali, trabalhou no
Imprensa Evangélica e lecionou no Seminário Primitivo.
Foi moderador do presbitério tanto em 1869 quanto em 1872. No biênio de 1870 e
1871, ajudou Chamberlain no trabalho desenvolvido em São Paulo. Em fevereiro de 1871
foi incumbido da tarefa de levar a igreja presbiteriana à Bahia. Em Salvador, organizou a
igreja em 21 de abril de 1872, com dois professos. Marcos Luiz da Boa Morte foi o terceiro
recebido, e ele quem deu a Schneider mudas de laranja baiana, que, levadas aos EUA,
introduziram o cultivo dessa fruta no país. Em 1875, ajudou na organização da igreja em
Cachoeira. E de 1877 a 1882 passou um período nos EUA, dedicando-se à tradução de
obras teológicas para o português.
De volta ao Brasil, em 1888 participou da criação do Sínodo Brasileiro. E, em 1890
se mudou para São Paulo, onde tornou-se funcionário público da Secretaria da
Agricultura. Foi presidente da comissão sinodal para a construção de templos em 1892.
Deu aulas de grego e física no Instituto Teológico de São Paulo e também no Seminário
Presbiteriano em Nova Friburgo. Em 1895, pelo Presbitério de São Paulo, jubilou-se.
Schneider faleceu em 21 de março de 1910, não sendo um pastor evangelista
como seus contemporâneos, mas contribuiu muito para o desenvolvimento do
presbiterianismo no Brasil.

Chamberlain
George Whitehill Chamberlain nasceu em 13 de agosto de 1839 em Waterford,
Pensilvânia, nos EUA. Veio ao Brasil em julho de 1862, passando por São Paulo e Rio
Grande do Sul. Em 1864 foi para o Rio de Janeiro a pedido de Simonton, auxiliando após
a morte de sua esposa, Helen. Em julho de 1866, na segunda reunião do Presbitério do
Rio de Janeiro, foi ordenado pastor e enviado aos EUA para estudar em Princeton. Em
sua estadia lá, foi o principal responsável na angariação de recursos para a construção
do templo da igreja do Rio de Janeiro. Retornou ao Brasil no nal de 1868, desposado de
Mary Ann Annesley. Em 1869 iniciou seu ministério pastoral na Igreja Presbiteriana de
São Paulo.
Em 1870, junto com sua esposa, fundou a Escola Americana, que veio a se tornar
a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Em 1888, pouco antes da organização do
Sínodo, a sua igreja elegeu o primeiro pastor brasileiro, Eduardo Carlos Pereira. No
sínodo, Chamberlain foi nomeado missionário, permanecendo em São Paulo e
evangelizando o interior. Em 1892, transferiu-se para a Bahia, auxiliando na igreja de
Salvador e de Cachoeira. Em 1896, pediu dispensa do cargo de missionário e xou
residência em Feira de Santana dando continuidade ao trabalho evangelístico ali.
Com câncer na boca foi aos EUA em busca de tratamento, porém não obteve
sucesso. Decidido a falecer em solo brasileiro, voltou para o Brasil e morreu no dia 31 de
julho de 1902 na Bahia. Sua lha Laura (esposa de William Wadeel) seu lho Pierce foram
missionários por muitos anos.
O grande legado de Chamberlain está na fundação da Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Sobre a qual houve a controvérsia que antecedeu o cisma em 1903, neste
momento, Chamberlain apoiou os planos dos dirigentes de Nova York, pois acreditava
que a educação era uma esfera muito importante da atuação da Igreja Presbiteriana no
Brasil.
fi
fi
fi
fi

You might also like