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NOME DO PROFESSOR: Rodrigo Alves da Silva

CURSO: Direito TURMA: 1558610 CAMPUS: Liberdade


DISCIPLINA: Direito Civil VI

ORIENTAÇÕES PARA A PROVA

1. As questões deverão ser respondidas a tinta (azul ou preta);


2. Será permitida a consulta à “Legislação Seca”;
3. Não é permitido o uso de celulares ou outros aparelhos eletrônicos durante a avaliação;
4. As respostas devem ser redigidas de maneira objetiva, clara e coerente, atendendo à modalidade
culta da Língua Portuguesa;
5. O acadêmico (a) deve fundamentar suas respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere
pontuação.

QUESTÕES

1. Antônio, advogado, passou a residir com sua namorada Lorena, em 2012, com objetivo declarado, pelo
próprio casal, de constituir uma união estável, ainda que não guarnecida por escritura pública. A partir de
então, Antônio começou a participar do cotidiano de Lucas, filho de Lorena, cuja identidade do pai biológico
a própria mãe desconhecia. No início de 2018, Antônio procedeu ao reconhecimento voluntário de paternidade
socioafetiva de Lucas, com base no Provimento nº 63/2017 CNJ.
Em meados de agosto de 2020, a convivência de Antônio e Lorena chegou ao fim. A guarda de Lucas, que à
época possuía 13 anos, permaneceu com a sua genitora, Lorena. Diante deste cenário, Antônio deverá pagar
alimentos para Lucas? Fundamente sua resposta. (valor - 1,0)
Sim, Antônio deverá pagar alimentos para Lucas.
Antônio reconheceu, voluntariamente, a paternidade socioafetiva de Lucas, nos moldes previstos pelo
provimento n. 63/2017 do CNJ.
Isto gera a obrigação alimentar ao pai socioafetivo, que, em razão dos princípios da Afetividade e da Igualdade
dos filhos, deverá ser equiparado ao pai biológico.

2. Marido e mulher, casados por 13 anos, têm um filho em comum. Em dezembro de 2017, quando a criança
completou 7 anos de idade, o pai deixou o lar conjugal em razão do fim do relacionamento e da impossibilidade
de restabelecimento da vida em comum. A mulher não aceita o fim do casamento e se recusa a conversar com
o cônjuge sobre as questões relativas ao divórcio do casal. Desde sua saída da residência comum, o pai tenta
visitar o filho todos os dias, mas só consegue ficar com ele no sábado ou domingo de cada semana. A criança
pouco aceita sua companhia, visto que a mãe, após a separação, passou a desqualificar a conduta do cônjuge
como pai e a dificultar seu contato com o filho, orientando o menino a não mais buscar e aceitar sua
companhia, sob a alegação de que o pai foi capaz de “abandonar a própria família”. Em abril de 2018, a mulher
mudou-se para a cidade onde seus pais residem, distante 800 km de sua última residência, o que dificulta a
convivência do filho com o genitor.
NOME DO PROFESSOR: Rodrigo Alves da Silva
CURSO: Direito TURMA: 1558610 CAMPUS: Liberdade
DISCIPLINA: Direito Civil VI

Considerando o contexto acima, responda: a) No que consiste a Alienação Parental? Fundamente. (valor – 0,5
ponto). b) Quais medidas jurídicas podem ser adotadas para prevenir ou reprimir a Síndrome da Alienação
Parental? (Valor – 0,5 ponto).
a) A alienação parental consiste na alienação dos filhos (ou do filho) pelo cônjuge guardião, que, passa a
desprestigiar a imagem do ex consorte a prole, inserindo falsas ideias no inconsciente dela. Logo, os filhos
passam a evitar, ou até mesmo repudiar, a imagem do pai, como descrito no exercício proposto.
1. A alienação aumentou por conta do aumento do término da sociedades conjugais de forma pouco amistosa;
2. A ausência de planejamento familiar.

b) O Poder Judiciário, para coibir a prática da Alienação Parental, vem adotando algumas medidas, tais como:
a) imposição de multa ao cônjuge que promove a alienação; b) alteração de guarda (em regra, da unilateral
para a compartilhada); c) incentivando o convívio dos filhos com os pais não guardiões; d) reconhecimento
da responsabilidade civil decorrente da prática de alienação parental; e) imposição de tratamento psicológico
e médico aos filhos ...

3. “A publicidade representa garantia essencial. Em matéria de casamento, como ensina Beudant, ela é de
ordem pública. Durante a cerimônia, as portas de residência particular, ou do cartório, permanecerão
abertas, sendo livre o acesso a qualquer pessoa, providenciando o juiz no sentido de fielmente cumprir essa
determinação legal. De outra forma poderia ser tachado de clandestino, tornando-se passível de
impugnações.” (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. Direito de Família. 2.ed. São
Paulo: Saraiva, v. II).
Considerando o magistério do saudoso professor Washington de Barros Monteiro, responda: a) é válido o
casamento realizado a bordo de um avião? Fundamente sua resposta. (valor – 1 ponto).
O casamento realizado a bordo de um avião pode ser válido.
Contudo, para que haja o reconhecimento da validade do referido casamento, este deverá atender todas as
exigências previstas no Código Civil, tais como: a) consentimento; b) autoridade celebrante; c) testemunhas
– mínimo de 4; d) habilitação; e) publicidade; f) território nacional; ....
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4. Sabe-se que o termo Homoafetividade foi cunhado por Maria Berenice Dias no Direito brasileiro em
substituição aos termos homossexualismo e homossexualidade. Para a desembargadora aposentada pelo TJRS:
“não é possível falar em homossexualidade sem falar em afeto” e “as uniões de pessoas do mesmo sexo nada
mais são do que vínculos de afetividade” (União homoafetiva: o preconceito e a justiça. 5. ed. Porto Alegre:
Livraria do Advogado, 2011, p.56).
Considerando o excerto acima, responda: a) no que consiste o Princípio da Afetividade? (valor – 0,5); b)
Discorra sobre o Direito à Felicidade. (valor – 0,5)
NOME DO PROFESSOR: Rodrigo Alves da Silva
CURSO: Direito TURMA: 1558610 CAMPUS: Liberdade
DISCIPLINA: Direito Civil VI

a) Para Flávio Tartuce, afeto tem um valor jurídico que é atribuído à condição de verdadeiro princípio geral.
O conceito de afeto não é apenas um sinônimo para o amor, mas deve ser detentor de características que
remetem à interação e ligação entre as pessoas, que pode assumir uma carga positiva ou negativa. Ademais,
no cenário atual, é possível elencar três significativas formas de se pensar a família brasileira por meio da
afetividade, por exemplo: i) houve o reconhecimento jurídico da união homoafetiva, ii) o entendimento do
cabimento da reparação por danos em decorrência do abandono afetivo e iii) o reconhecimento da
parentalidade socioafetiva como uma nova forma de construção de família.
Deste modo, constata-se que a afetividade é de suma importância para se determinar a existência de um núcleo
familiar

b) O ministro Carlos Velloso, nos autos do Recurso Extraordinário nº 328.232/AM (DJ 20/04/2005), fez
registro: (...) convém registrar, que uma das razões mais relevantes para a existência do direito está na
realização do que foi acentuado na Declaração da Independência dos Estados Unidos da América, de 1776, o
direito do homem de buscar a felicidade. Noutras palavras, o direito não existe como forma de tornar
amarga a vida dos seus destinatários, senão de fazê-la feliz.
Destarte, entende-se tal princípio como o direito que a sociedade tem de buscar sua felicidade amplamente,
estando ligado à dignidade da pessoa humana

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