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ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS DE
INFORMAÇÃO
Graduação

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ADMINISTRAÇÃO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO


ELETRÔNICO
UNIDADE 9

Nesta unidade nos concentraremos no comércio eletrônico e em como


as empresas o utilizam para conquistar excelência operacional e intimidade
com o cliente. O comércio eletrônico também está transformando empresas
e setores inteiros no que está sendo chamada de economia digital ou nova
economia. Estudaremos o varejo eletrônico e as chamadas lojas virtuais
que crescem a taxas elevadas no Brasil e no mundo. Analisaremos os fatores
de segurança, o crescimento da publicidade e as fortes tendências deste
novo fenômeno de comércio para os próximos anos.

OBJETIVOS DA UNIDADE
1. Descrever as características distintas do comércio eletrônico,
dos mercados digitais e das mercadorias digitais.

2. Analisar como a tecnologia da internet vem alterando as medidas


de valores e os modelos de negócios na chamada economia
digital.

3. Descrever os vários tipos de comércio eletrônico e como ele


vem mudando o varejo e as transações entre empresas.

4. Avaliar como anda a segurança dos meios de pagamento na


grande rede.

PLANO DA UNIDADE
1. As organizações na nova economia digital.

1.1. As pressões de mercado que afetam a nova economia.

2. Comércio eletrônico na internet.

2.1. Tendência do comércio eletrônico.

3. Por que o comércio eletrônico se difere do tradicional?

3.1. Categorias e tipos de comércio eletrônico.

4. Como funciona o comércio de produtos pela internet?

5. Produtos e serviços com potencial de comercialização na grande rede.

6. Problemas a serem superados.

7. Segurança nas transações.

8. Comércio da internet no Brasil.

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

1. AS ORGANIZAÇÕES NA NOVA ECONOMIA DIGITAL.


No começo deste século, o que estamos assistindo é que todos os tipos
de organizações sejam empresas públicas, privadas, ONGs e instituições de
ensino entre outras está tendo de aprender a trabalhar na chamada
economia digital ou nova economia.

Nessa nova economia, baseada nas tecnologias digitais globalizadas,


pessoas e organizações interagem, comunicam-se, colaboram e procuram
informações.

Dentro dessa economia digital, as empresas cada vez mais realizam


funções básicas como comprar e vender, prestar serviços e atender a clientes
de uma forma eletrônica.

Esse processo é conhecido como e-bussines (empresas eletrônica) ou


e-commerce (comércio eletrônico). Os computadores podem ser conectados
à internet ou a um correspondente dentro das empresas chamado de intranet.
Além disso, muitas empresas conectam suas intranets com outras intranets
de empresas, formando uma rede de negócios chamada de extranet. Essas
conexões geralmente são feitas através de sistemas de redes sem-fio
chamadas de wireless. Alguns destes conceitos já foram estudados em
unidades anteriores, você lembra?

1.1 AS PRESSÕES DE MERCADO, QUE AFETAM A NOVA ECONOMIA.


As empresas que quiserem sobreviver nesta nova economia precisarão
competir num mercado complexo, imprevisível, global e que está mudando
rapidamente principalmente para o consumidor. As empresas precisam saber
reagir rapidamente às oportunidades e ameaças do mercado que estão
surgindo neste ambiente dinâmico. Vamos analisar algumas mudanças que
vem ocorrendo?

1) Poder do consumidor.

O nível de exigência e as expectativas dos consumidores com relação


aos produtos e serviços prestados pelas empresas têm aumentado na mesma
proporção que os consumidores têm consciência de seus direitos e de seu
poder de influência. O uso da internet para pesquisas de preços, condições
de pagamento, exame de acomodações e outra pesquisas on-line tem levado
as empresas a aumentarem seus esforços para conquistar e manter clientes.

2) Inovações tecnológicas.

As inovações tecnológicas estão substituindo muito rapidamente


produtos e serviços no mercado com possibilidades de escolha que torna
produtos que nem foram absorvidos totalmente pela população estarem já
fora de linha e obsoletos. Um exemplo disso são as máquinas digitais que já
estão sendo substituídas pelos celulares com câmera ou TVs de plasma
substituindo TVs comuns. Essas mudanças significam que as empresas têm
de acompanhar as demandas dos consumidores

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

3) Sobrecarga de informações.

A quantidade de informações disponíveis na internet mais do que dobra


a cada ano e grande parte dela é gratuita. Como vimos, a internet e outras
redes de telecomunicação estão trazendo uma enorme quantidade de
informações para os gestores da empresas. Para tomar decisões de modo
eficiente e eficaz, os administradores precisam ser capazes de acessar,
navegar e utilizar estes vastos depósitos de dados, informações e
conhecimento. Na nova economia, saber lidar com essas ferramentas é crucial
para você e sua empresa.

2. COMÉRCIO ELETRÔNICO NA INTERNET.


Comércio eletrônico (ou e-commerce) é a automação das transações
comerciais pela utilização das tecnologias de informática e telecomunicação.

Mais formalmente, diz respeito às transações comerciais realizadas


digitalmente entre organizações e pessoas ou entre duas ou mais
organizações. É um fantástico e moderno meio de comércio em que se pode
comprar e vender absolutamente de tudo, em qualquer lugar do mundo,
com custos reduzidos, grande rapidez e eficiência.

Esta forma de comércio tem mudado a maneira das pessoas e empresas


encararem a atividade comercial e vem crescendo principalmente pelo uso
popular da internet. Nos dias atuais, é possível acessar este amplo mercado
de oferta de produtos de um microcomputador em casa, no escritório ou de
qualquer ponto onde se tenha um telefone e, até mesmo, de palm tops e
telefones celulares.

O mercado mundial está absorvendo o comércio eletrônico em grande


escala e muitos setores da economia estão atentos ao seu potencial de
negócios. No início, a comercialização on-line era realizada com poucos
produtos como CDs e livros. Hoje a gama de produtos vendidos,
principalmente no comércio varejistas de produtos eletrônicos, é enorme e
só faz crescer.

A revolução do comércio eletrônico está apenas começando. À medida


que mais produtos e serviços forem oferecidos on-line e a telecomunicação
residencial de banda larga se tornar mais popular, pessoas e empresas usarão
cada vez mais a internet para conduzir negócios.

Muitos setores já estão sendo transformados pelo comércio eletrônico,


incluindo operadoras de turismo e companhias aéreas (a Gol e sua venda
de passagens pela internet são um bom exemplo). Setor bancário, setor de
entretenimento e diversão, educação e outros.

2.1 TENDÊNCIAS DO COMÉRCIO ELETRÔNICO


Vamos, então, ver de uma forma mais detalhada as novas tendências do
comércio eletrônico.

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

Transformação dos negócios

• A primeira onda do comércio eletrônico transformou os setores


de livros, música e viagens aéreas.

• Hoje a oferta de comércio eletrônico cresce especialmente nas


áreas de turismo, entretenimento, vestuário, eletrodomésticos,
serviços bancários, telefonia.

• O varejo on-line cresce a taxas de 20% ao ano.

• A base de compradores on-line se expande rapidamente.

• Grandes marcas de varejo usam o comércio eletrônico para


manter suas posições dominantes. Exemplo das casas Bahia e
Lojas Americanas.

Suportes tecnológicos

• Os meios de conexão sem-fio à internet (Wi-Fi, Wi-Max e


telefonia móvel) crescem rapidamente.

• O sistema de banda larga cresce e se populariza e seus preços


estão caindo.

• Os preços dos computadores e outros equipamentos de


informática continuam a cair de maneira forte.

Novos modelos emergentes

• Jornais e outras mídias tradicionais adotam modelos de


comunicação e publicidade e on-line.

• Sites de rede social crescem e transformam os relacionamentos.

• Os anunciantes estão enxergando os blogs como uma nova


mídia comercial.

3. POR QUE O COMÉRCIO ELETRÔNICO SE DIFERE DO COMÉRCIO


TRADICIONAL?
Responda se puder: por que o comércio eletrônico vem crescendo tão
rapidamente?

A resposta reside na natureza singular da internet e da Web. Dito de


outra maneira, as tecnologias da internet e do comércio eletrônico são muito
mais versáteis e poderosas que todas as revoluções tecnológicas que já
aconteceram.

Convido você a examinar comigo os motivos!

Disponibilidade

No comércio tradicional, como uma loja de varejo, todo o comércio


necessita de um lugar físico para acontecer. O comércio eletrônico é disponível

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

em todos os lugares, em todos os momentos, em todas as horas. Ele


disponibiliza a compra na frente do computador, em casa, no trabalho ou
dentro do carro. O resultado disto é o chamado marketspace (mercado virtual)
que não tem fronteiras de tempo e lugar. Sob o ponto de vista do consumidor,
a disponibilidade reduz os custos da transação, porque se gasta mais tempo
e/ou dinheiro se deslocando até o mercado ou locais de compra.

Alcance global

A tecnologia do comércio eletrônico permite que transações comerciais


atravessem fronteiras culturais e nacionais de maneira mais conveniente do
que ocorre no comércio tradicional. O fato é que o tamanho do mercado
potencial para venda de produtos pela internet é igual ao tamanho da
população on-line do mundo (um bilhão de pessoas em 2006 e está crescendo
rapidamente). Em contrapartida, a maior parte do comércio tradicional é local
ou regional.

Padrões universais

Uma das características principais das tecnologias de comércio eletrônico


é que os padrões técnicos de acesso à internet são universais. Ou seja, são
compartilhados por todas as nações do mundo e permitem que qualquer
computador se conecte a qualquer outro, independente da plataforma
tecnológica que cada um utilize.

Em contrapartida, as tecnologias do comércio tradicional diferem de um


país para o outro. Até os padrões de TV e celular divergem de um país para
o outro. Os resultados destes padrões universais são que os custos de
entrada neste mercado global são reduzidos e os comerciantes podem levar
muito mais facilmente suas mercadorias para venda em outros países, isto
é, podem exportar suas mercadorias.

Interatividade

Diferente de qualquer tecnologia comercial do século XX, com exceção


do telefone, as tecnologias de comércio eletrônico são interativas, o que
significa que permitem a comunicação de mão dupla entre vendedor e
consumidor. Isto significa que se pode fazer perguntas, se ter uma conversa
e inserção de dados em formulários, tudo que a TV nunca pode fazer. A
interatividade permite que um vendedor on-line atraia o consumidor mais
ou menos como faria numa experiência face a face.

Densidade da informação

A internet e a web aumentaram incrivelmente a densidade da informação,


isto é, a quantidade e qualidade total da informação disponível para todos
os participantes de mercado, tanto consumidores quanto vendedores. Essa
densidade torna preços e custos mais transparentes, ou seja, os
consumidores podem descobrir a variação de preços e custos de um produto
que está sendo vendido no mercado. Do outro lado os vendedores também
podem fazer a mesma coisa, ou seja, pesquisando clientes on-line podem
descobrir clientes que estejam dispostos a pagar preços diferentes pela
mesma mercadoria.

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

Personalização/customização

As tecnologias de comércio eletrônico permitem a personalização: os


vendedores podem direcionar suas mensagens de marketing a pessoas
escolhidas, ajustando estas ofertas ao histórico de compras e interesses do
consumidor. Essa tecnologia também permite a customização, isto é, mudar
o produto e o serviço fornecido com base nas preferências do usuário ou em
seu comportamento de compras passado. Dada a natureza interativa da
transação, é possível ainda reunir um número muito maior sobre o histórico
de compras e do comportamento dos consumidores, armazená-los e usá-
los posteriormente nas próximas transações. O resultado é um nível de
personalização e customização que encanta os clientes.

3.1 - CATEGORIAS E TIPOS DE COMÉRCIO ELETRÔNICO.


Companhias envolvidas no comércio eletrônico, quer como compradoras
quer como vendedoras, dependem de tecnologias baseadas na internet e
de aplicações e serviços de comércio eletrônico para realizar o marketing, a
exposição, o processamento das transações e os processos de atendimento
ao cliente e manutenção do produto.

A internet, intranets e extranets fornecem links vitais de comércio


eletrônico entre os componentes de uma empresa e seus clientes,
fornecedores e outros parceiros comerciais. Isto permite que as empresas
se dediquem a três categorias básicas de aplicações de comércio eletrônico:

Comércio Eletrônico empresa – consumidor (B2C)

Nesta forma de e-commerce, as empresas devem desenvolver praças de


mercado eletrônico atraentes para seduzir os consumidores e vender
produtos e serviços a eles em formatos de lojas ou shoppings eletrônicos.
As empresas podem oferecer:

• sites que apresentem fachadas de lojas virtuais e catálogos


multimídia muito atraentes que despertem a atenção e
curiosidade do cliente;

• processamento interativo de pedidos 24 horas, sete dias por


semana;

• sistemas seguros de pagamento eletrônico, no qual o cliente


possa confiar;

• suporte on-line ao cliente, para montagem, instruções,


assistência técnica, duvidas e correções.

Comércio eletrônico empresa – empresa (B2B)

No comércio eletrônico (B2B), os compradores e vendedores são


organizações comerciais. O B2B constitui cerca de 85% do volume do comércio
eletrônico. Ele abrange um amplo leque de aplicações que permitem a uma

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

empresa formar relações eletrônicas com distribuidores, varejistas,


fornecedores, clientes e outros parceiros. Usando o B2B, as organizações
podem reestruturar suas cadeias de suprimentos e seus relacionamentos
de parceria. Eles proporcionam entre outras vantagens:

• websites seguros de e-commerce na internet ou em extranets


para clientes, fornecedores e parceiros;

• Intercâmbio eletrônico de dados (EDI) pela internet ou


extranets para trocas de documentos de e-commerce de
computador a computador com clientes, fornecedores e
parceiros;

• existem portais de B2B que oferecem leilões e mercados de


troca para as empresas.

Comércio eletrônico consumidor – consumidor (C2C)

Venda eletrônica de bens e serviços por consumidores diretamente a


outros consumidores:

• os sucessos de leilões on-line como os da e-Bay e outros portais


permitem que os consumidores (e as empresas) comprem e
vendam em forma de leilão, num website de leilões;

• a propaganda pessoal eletrônica de produtos ou serviços para


a compra ou venda por consumidores em sites de jornais
eletrônicos, portais de consumidores ou sites pessoais também
é uma forma importante de comércio eletrônico de consumidor
a consumidor.

Vamos aprofundar estes conceitos e tentar entender melhor!

4. Como funciona o comércio de produtos através da internet?


As empresas que atuam com o comércio de produtos através da internet
o fazem com os seus próprios websites de forma independente ou juntando-
se em espaços comerciais on-line para onde convergem os compradores da
internet - os shoppings virtuais.

Essas lojas e shoppings têm fachadas, corredores, portas, quiosques e


anúncios luminosos. O cenário na tela lembra um videogame interativo. Se o
cliente clicar sobre a fachada de uma loja, começará a ver os produtos
colocados à venda, os preços, as características das mercadorias, as fotos,
etc.

Os shoppings virtuais são criados pelas empresas desenvolvedoras, que


convidam as redes de lojas a participar do empreendimento. Apesar de muitos
só existirem na rede mundial de computadores, inúmeros shoppings
tradicionais em São Paulo estão criando versões virtuais com praticamente
o mesmo mix, visando tirar proveito desse novo canal de comercialização.

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

Quanto à efetivação da compra, o consumidor faz o pedido através de


formulário eletrônico do site ou do shopping virtual. Neste formulário, ele diz
qual o produto, a quantidade, a forma de pagamento, a necessidade de
crédito, se houver, indicando ainda o local e a hora mais conveniente para
entrega.

Atualmente, a quase totalidade dos consumidores compra produtos,


utilizando cartão de crédito. Para superar alguns problemas quanto à
segurança do pagamento, em muitos casos, após o registro da compra, o
lojista comunica-se por telefone com o consumidor, combinando o modo de
pagamento e como será a entrega. Algumas vezes, o consumidor tem que
se cadastrar na loja, dando seus dados, antes de poder ser usuário do
comércio eletrônico.

A entrega das mercadorias aos compradores (delivery) pode ser feita


pela própria loja ou por transportadora contratada. No caso dos shoppings
eletrônicos, a entrega é feita de forma compartilhada, visando não onerar
o preço final e incrementar as vendas. O frete depende da distância e do
volume e, em sua maioria, é por conta do cliente. Procura-se estabelecer
um padrão de qualidade, com um prazo especificado de entrega e
comprovação do recebimento da mercadoria por parte do comprador. O
correio também exerce importante papel na distribuição dos produtos.

No que se refere aos investimentos necessários para a implantação do


comércio eletrônico, eles incluem gastos com hospedagem do site e plataforma
operacional — hardware e software, diagramação visual, treinamento e
outros. Além dos custos de implantação, existem os de manutenção para
atualização do site.

Nos shoppings virtuais, esses custos são compartilhados entre os lojistas.


Se a loja eletrônica desejar um espaço maior, paga a mais por isso,
exatamente como acontece num shopping físico.

O desenvolvimento e a implantação do comércio eletrônico envolvem


empresas de diversos tipos e portes, que vão desde as grandes empresas
de computadores, fornecedoras de software para o comércio eletrônico,
prestadoras de serviços de telecomunicação e de cartões de crédito até
pequenas empresas de programação visual, transporte, etc.

Além das empresas de todos os portes, o universo dos usuários é de


pessoas predominantemente de elevado poder
aquisitivo, com forte perfil de consumo, geralmente
das classes A e B e com pelo menos um cartão de
crédito.

Associada à evolução da tecnologia, a internet


passou dos usuários acadêmicos e especialistas
ligados à informática para um espaço freqüentado
pelos mais diversos tipos de pessoas, de
empresários a estudantes, que fazem pesquisas
(buscando notícias, novidades, roteiros e dicas de
viagens) e utilizam o correio eletrônico, jogos,
notícias, home-banking, compras, bate-papo, etc.

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

5. PRODUTOS E SERVIÇOS COM POTENCIAL PARA COMERCIALIZAÇÃO


ATRAVÉS DA INTERNET.
Para se avaliar a potencialidade dos produtos e serviços para
comercialização através da internet, pode-se verificar, inicialmente, se eles:

• podem ser transportados digitalmente, como os softwares;

• podem ser transportados digitalmente, como CDs, vídeos,


videogames e

• não podem vir a ser transportados digitalmente.

No primeiro grupo, os produtos já se encontram no estado natural (bits)


e propícios para comercialização na rede. Os negócios tradicionais já estão
sendo afetados, de forma radical pelo comércio através da internet. As
empresas que atuam nestes setores, como as de projetos de engenharia,
consultorias, software, entretenimento, música, filmes, vídeos, educação,
jogos, etc., já estão concorrendo pela rede.

No segundo grupo, a infra-estrutura de telecomunicação ainda é uma


barreira, principalmente devido à estreita banda passante que limita muito
a velocidade de transmissão. Mas empresas de comércio varejista de CDs,
eletrodomésticos, eletroeletrônicos, pacotes turísticos, produtos de beleza,
saúde, presentes, perfumes, etc. já estão sendo afetadas e, tão logo haja
um maior desenvolvimento da tecnologia de acesso à banda larga para a
maioria dos internautas, a concorrência com estes setores será ainda maior.

No terceiro grupo, os produtos que não podem ser transportados


digitalmente (pela limitação tecnológica abordada anteriormente ou por sua
própria característica) apresentam enorme potencial para comercialização
através da internet, pois possuem alguns requisitos, a saber:

• oferecem variedade ou títulos demais para que a maioria das


lojas os estoquem (venda por catálogo que ainda é feita pelo
telefone);

• apresentam pouco peso ou possuem baixos custos de


transporte em relação ao valor total (a variedade de produtos
é ilimitada);

• apresentam oportunidade de ‘‘experimentá-los’’, escutando,


lendo, etc. e

• ocorrem constantes lançamentos de novos modelos, títulos, etc..

Entre os produtos que já se consolidaram com vendas e


comercialização na rede, encontram-se livros, CDs, artigos de papelaria,
suprimentos de informática, PCs, equipamentos eletrônicos e produtos
de supermercado e outros.

Na comercialização de livros, por exemplo, destaca-se a livraria virtual


norte-americana Amazon, que oferece em torno de 3,5 milhões de títulos,
ultrapassando a capacidade das maiores lojas tradicionais, que oferecem

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

menos de 200 mil títulos. Seu faturamento, em 2005,


foi o que seria equivalente a 16 redes de livrarias de
uma cadeia tradicional. Algumas livrarias
convencionais, atentas ao potencial desse mercado,
também abriram suas versões virtuais.

Grandes portais de compra e venda como o


Compra Fácil, Americanas.com, Submarino e outros
ajudam o crescimento do comércio na rede.

6. PROBLEMAS A SEREM SUPERADOS


Com o comércio eletrônico, fica superado o conjunto de regras da
Organização Mundial do Comércio (OMC) e de propriedade intelectual.
Produtos como software, música, arte, projetos de engenharia, de consultoria
econômica, campanhas de publicidade, etc. podem ser negociados e viajar
pelas redes de telecomunicação, com os controles de compra e venda tendo
assinatura digital e os pagamentos feitos eletronicamente.

Esse é um dos exemplos de como a transformação da internet, numa


grande arena de negócios globalizada, exigirá a solução de inúmeras
questões, principalmente relativas a mercado, à infra-estrutura, aos
direitos autorais, fiscais e à segurança. Algumas dessas questões são:

• maior acesso da população à rede;

• criação, nas pessoas com acesso à rede, do hábito de comprar


através dela;

• necessidade de enormes investimentos em infra-estrutura, com


o aumento da banda larga;

• necessidade de pesados investimentos em equipamentos pelos


provedores de acesso e

• necessidade de proteção de propriedade intelectual, patente


e marcas comerciais.

Também existem discussões sobre a taxação do comércio eletrônico. Na


grande rede, o conceito das fronteiras geográficas tende a desaparecer.
Como ficaria, por exemplo, a divisão de impostos para um web site instalado
num computador de uma cidade, vendendo produtos de outra cidade para
clientes de uma terceira cidade situadas em estados ou mesmo países
diferentes?

7. SEGURANÇA NAS TRANSAÇÕES


Apesar de todos os problemas apresentados, o principal foco de
preocupação atual diz respeito à segurança das transações comerciais
realizadas pela internet, pois inibe as transações comerciais de usuários já
dispostos a efetuá-las.

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COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL

A questão da segurança vai desde a garantia da integridade contra vírus


e intrusos até a privacidade dos consumidores, mas refere-se, principalmente,
à segurança das transações financeiras eletrônicas.

Na realidade, o comércio eletrônico através da internet só vai ser


incrementado quando as empresas conseguirem dar garantias aos
consumidores de que eles podem usar seus cartões de crédito com
segurança na rede.

Preste atenção!

O maior problema de segurança para quem usa cartão de crédito na


internet é o fato de o número ficar armazenado, durante algum tempo, no
servidor da empresa que faz a venda, até que sejam completados os
procedimentos de autorização de crédito. Quando alguém faz uma
transferência de arquivo (download), um mecanismo grava tudo que é
digitado. Há programas que podem gravar a seqüência de teclas digitadas
cada vez que o usuário acessa a rede mundial e, em seguida, transferir
esse arquivo, com o número do cartão e a respectiva senha, para quem o
preparou.

Muitas empresas que já comercializam através da internet estão criando


alternativas para evitar que o consumidor use o cartão de crédito para fazer
as compras, até que a questão da segurança seja resolvida. Vêm sendo
estudadas, ainda, formas eletrônicas de autorizar o crédito sem armazenar
o número do cartão.

Um importante avanço!

Apesar de ainda existir a necessidade de maior segurança, já existem


Sistemas de pagamentos sites e shoppings virtuais bastante seguros que utilizam os mesmos
eletrônicos: método de padrões adotados pelos bancos para realizar o trânsito de dinheiro na
pagamento por créditos internet.
usados em diversas
tecnologias eletrônicas para Visando também ao equacionamento do problema da segurança na rede,
pagar por produtos e
houve a formação de um consórcio reunindo grandes empresas mundiais de
serviços no comércio
eletrônico. Algumas
software, hardware e cartão de crédito, buscando uma norma definitiva a
operadoras de celular já ser adotada para o pagamento via internet. Trata-se do Secure Electronic
contam com um sistema de Transaction (SET), que já está começando a ser difundido.
pagamento pelo celular que
é cobrado, depois, na conta Com o crescimento das transações eletrônicas, o desenvolvimento da
do cliente. segurança dos sistemas eletrônicos de pagamento deverá ser constante,
tendo em vista que as tentativas de fraude devem aumentar. Os tesouros e
os bancos centrais de diversos países estão analisando as implicações globais
do sistema de pagamentos eletrônicos.

8. O COMÉRCIO DA INTERNET NO BRASIL


O Brasil vem reproduzindo o que está ocorrendo no mundo. O crescimento
da internet no país deu-se inicialmente para acesso à informação. Observa-
se atualmente, também, a difusão do uso da rede com as mais diversas
finalidades. O Internet banking virtual no Brasil é o maior do mundo e atinge

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UNIDADE 9 - ECONOMIA DIGITAL E COMÉRCIO ELETRÔNICO

grande número de correntistas que podem executar praticamente todas as


operações a partir de um microcomputador

Muitas empresas vêm utilizando Intranets e Extranets para comunicação


interna e entre as diversas filiais. Grande parte das maiores empresas
brasileiras já possui páginas institucionais utilizadas como instrumento de
marketing.

No Brasil, milhares de sites de lojas virtuais estão em funcionamento.


Presencia-se o surgimento de diversos shoppings virtuais e, como vimos,
alguns shopping centers tradicionais vêm lançando, também, suas versões
digitais.

Estima-se que milhões de computadores estejam ligados à internet e


que 20% dos usuários façam compra pelo computador. O universo de usuários
brasileiros também é de pessoas de bom poder aquisitivo. A internet vem
saindo do meio acadêmico e especializado e ampliando seu público.

O número de internautas no Brasil deve crescer se forem considerados o


aumento anual de unidades de computadores pessoais vendidas e os
investimentos em informática que vêm sendo realizados. A disponibilidade
de terminais públicos de acesso à Internet também vai contribuir para o
aumento do número de consumidores com acesso à rede, apesar da precária
infra-estrutura de telecomunicação principalmente fora dos grandes centros,
o baixo poder aquisitivo de grande parte da população e a falta de hábito
do consumidor brasileiro de comprar utilizando veículos alternativos.

É HORA DE SE AVALIAR
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de
estudo, presentes no caderno de exercício! Elas irão ajudá-
lo a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia
no processo de ensino-aprendizagem. Caso prefira, redija
as respostas no caderno e depois as envie através do nosso
ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco!

Nesta unidade, você aprendeu a descrever as características distintas


do comércio eletrônico, dos mercados digitais e das mercadorias digitais; a
analisar como a tecnologia da internet vem alterando as medidas de valores
e os modelos de negócios na chamada economia digital; a descrever os
vários modos de comércio eletrônico e como eles vem transformando o varejo
e as transações entre empresas e a avaliar como anda a segurança dos
meios de pagamento na grande rede.

Na próxima unidade, você aprenderá os principais conceitos sobre a ética


no uso dos sistemas de informação, as questões éticas levantadas pela
tecnologia da informação e sobre monitoração por computador, questões de
privacidade e delitos e crimes com o uso do computador.

Até lá e bons estudos!

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