You are on page 1of 3

COMO SE TORNAR SACERDOTE

Não há bilhetes à venda para se tornar sacerdote. «Entra-se» no sacerdócio só por iniciativa do Senhor. Ele
«chama quem ele quer que se torne sacerdote». Como sempre, o Papa com uma imagem eficaz explicou
nesta manhã, quarta-feira 26 de Março, aos fiéis presentes na praça de São Pedro para a audiência geral,
«como se tornar sacerdote».

Aliás «se algum de vós – disse dirigindo-se aos jovens na praça – sentiu isto no seu coração, foi Jesus quem
o pôs ali. Esmerai-vos por este convite e rezai a fim de que ele prospere e dê frutos na Igreja inteira».
O «isto» ao qual se referia o Papa é «o desejo de se tornar sacerdote, a vontade – explicou ele mesmo – de
servir os outros em tudo aquilo que vem de Deus». Um desejo que deve ser alimentado com a oração.
Aquela oração que nunca deve ser descuidada nem pelos bispos, nem pelos sacerdotes e diáconos. Porque
«um bispo que não reza», que «não escuta a Palavra de Deus», que «não celebra todos os dias, que não se
confessa regularmente e, do mesmo modo, o sacerdote que não age assim, a longo prazo perdem a união
com Jesus, adquirindo uma mediocridade que não faz bem para a Igreja», afirmou. Por isso, exortou,
«devemos ajudar os bispos e os sacerdotes a rezar, a ouvir a Palavra de Deus, que é pão quotidiano, a
celebrar todos os dias a Eucaristia e a confessar-se de maneira habitual»: uma tarefa «muito importante»,
porque «diz respeito precisamente à santificação dos bispos e dos presbíteros».
Ordem e matrimónio, especificou com efeito, «constituem dois caminhos grandiosos através dos quais o
cristão pode fazer da própria vida um dom de amor, a exemplo e em nome de Cristo, cooperando assim para
a edificação da Igreja».
Em particular, a ordem, «cadenciada nos três graus de episcopado, presbiterado e diaconado, é o Sacramento
- explicou - que habilita para o exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos, de
apascentar a sua grei». Uma missão, especificou ainda, que deve ser cumprida com amor, porque os pastores
que não servem com amor «erram».

Sacramento da Ordem é o exercício de apascentar o


rebanho de Deus, diz Papa
Qua, 26 de Março de 2014 13:30 | PDF | | Imprimir |
Share

Dando continuidade ao ensino sobre os Sacramentos, Papa Francisco, nesta quarta-feira, refletiu
sobre o Sacramento da Ordem em Audiência Geral na Praça São Pedro em Roma. Leia a íntegra
da reflexão do Santo Padre:

Queridos irmãos e irmãs,

Já tivemos oportunidade de recordar que os três sacramentos do Batismo, da Confirmação e da


Eucaristia, juntos, formam o mistério da “iniciação cristã", um grande evento de graça que nos
regenera em Cristo. Esta é a vocação fundamental que une todos na Igreja como discípulos do
Senhor Jesus. Há também dois sacramentos que correspondem a duas vocações específicas: a
Ordem e o Matrimônio. Eles constituem duas vias principais pelas quais o cristão pode fazer da
própria vida um dom de amor, a exemplo e em nome de Cristo e, assim, colaborar na construção
da Igreja.

A Ordem, que compreende os três graus de episcopado, presbiterado e diaconato, é o


sacramento que permite o exercício do ministério, confiado pelo Senhor Jesus aos Apóstolos, de
apascentar seu rebanho, no poder do seu Espírito e de acordo com seu coração. Apascentar o
rebanho de Jesus, não pela força humana ou por seu próprio poder, mas pelo poder do Espírito e
segundo o seu coração, o coração de Jesus, que é um coração de amor. O padre, o bispo, o
diácono, deve pastorear o rebanho do Senhor com amor. Se não faz com amor, não serve. Neste
sentido, os ministros que são escolhidos e consagrados para este serviço prolongam a presença
de Jesus se eles fazem isso com o poder do Espírito Santo, em nome de Deus e com amor.

1. Um primeiro aspecto. Aqueles que são ordenados são colocados como cabeça da
comunidade. E são a “cabeça” sim, mas para Jesus significa colocar a sua autoridade a serviço,
como ele mesmo mostrou e ensinou aos seus discípulos com estas palavras: “Sabeis que os
chefes das nações as subjugam, e que os grandes as governam com autoridade. Não seja assim
entre vós. Todo aquele que quiser tornar-se grande entre vós, se faça vosso servo. Assim como o
Filho do homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma
multidão” (Mt 20,25-28 / / Mc 10,42-45). Um bispo que não está a serviço da comunidade não faz
bem, um sacerdote, um padre que não está a serviço de sua comunidade, não faz bem, é errado.

2. Outra característica que deriva sempre desta união sacramental com Cristo é o amor
apaixonado pela Igreja. Pensemos no trecho da Carta aos Efésios, no qual São Paulo diz que
Cristo “amou a Igreja e se entregou por ela, para santificá-la, purificando-a pela água, pela
palavra, para apresentá-la a si mesmo toda gloriosa, sem mancha, sem ruga, sem qualquer outro
defeito" (cf. Ef 5,25-27 ). Por força da Ordem, o ministro dedica tudo de si mesmo a sua
comunidade e a ama com todo o seu coração, é a sua família. O bispo, o padre, ama a Igreja em
sua comunidade, e a amam fortemente. Como? Assim como Cristo ama a Igreja. O mesmo dirá
São Paulo sobre o Matrimônio: o marido ama sua esposa como Cristo ama a Igreja. É um grande
mistério de amor: este do ministério sacerdotal e do matrimônio, dois sacramentos, que são o
caminho pelo qual as pessoas habitualmente vão para o Senhor.

3. Um aspecto final. O apóstolo Paulo aconselha seu discípulo Timóteo a não esquecer, de
reavivar sempre o dom que está nele. O dom que lhe foi dado pela imposição das mãos (cf. 1 Tm
4:14, 2 Tm 1:6). Quando não se alimenta o ministério, o ministério do bispo, o ministério do
sacerdote, com a oração, a escuta da Palavra de Deus, com a celebração diária da Eucaristia, e
também com frequentação no sacramento da Penitência, é inevitável perder de vista o verdadeiro
significado do seu serviço e da alegria que vem de uma comunhão profunda com Jesus.

4. O bispo que não ora, o bispo que não escuta da Palavra de Deus, que não celebra todos os
dias, que não vai confessar-se regularmente, e também o padre que não faz isso, com o tempo,
perde a sua união com Jesus, e é uma mediocridade que não é bom para a Igreja. Por isso, nós
devemos ajudar os bispos e sacerdotes a rezar, a ouvir a Palavra de Deus, que é o alimento
cotidiano, a celebrar a Eucaristia todos os dias e a ir à confissão regularmente. Isto é muito
importante, porque diz respeito à santificação dos sacerdotes e bispos.

5. Gostaria de terminar com algo que me vem à mente, mas como se deve fazer para se tornar
um sacerdote, onde se vendem as entradas ao sacerdócio? Não. Não se vendem. Esta é uma
iniciativa do Senhor. O Senhor chama. Ele chama cada um daqueles que querem se tornar
sacerdotes. Talvez existam alguns jovens aqui que ouviram este chamado em seu coração, o
desejo de se tornar padres, o desejo de servir aos outros nas coisas que vêm de Deus, o desejo
de ter toda a sua vida ao serviço de catequizar, batizar, perdoar, celebrar a Eucaristia, cuidar dos
enfermos... E toda a vida dessa forma. Se algum de vocês já ouviu este desígnio em seu coração,
é Jesus quem fez este chamado. Cuide deste convite e reze para que ele possa crescer e
frutificar em toda a Igreja.
Fonte: Boletim Santa Sé

You might also like