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ÍNDICE

1. HOMILÉTICA
1.1. O que é Homilética?
1.2. A Homilética na história da pregação: Antigo e Novo Testamento

2. PREGAÇÃO
2.1. A Homilética na história da pregação: Pais da Igreja e Reformadores
2.2. O Perfil Bíblico do Pregador
2.3. A Relevância da Pregação Bíblica
2.4. A Glória da Pregação Bíblica

3. APRESENTAÇÃO
3.1. A Autoridade da Pregação Bíblica
3.2. Os Benefícios da Homilética

4. ESTRUTURAÇÃO
4.1. A Estrutura do Sermão

5. CLASSIFICAÇÃO
5.1. As Divisões do Sermão
5.2. Classificação do Sermão
HOMILÉTICA
O que é Homilética?
Como, pois, invocarão aquele em quem não
creram? e como crerão naquele de quem não
ouviram? e como ouvirão, se não há quem
pregue? E como pregarão, se não forem
enviados? como está escrito: Quão formosos os
pés dos que anunciam o evangelho de paz; dos
que trazem alegres novas de boas coisas. Mas
nem todos têm obedecido ao evangelho; pois
Isaías diz: Senhor, quem creu na nossa
pregação? De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir
pela palavra de Deus.
Romanos 10:14-17

A pregação da Palavra é parte essencial da vida cristã. Dessa forma, todo pregador
carrega a responsabilidade de investir na preparação de seus sermões. Para que isso
aconteça, é necessário que se observe algumas regras e técnicas especiais.

A disseminação da palavra de Deus envolve especialmente uma bagagem capaz de


não apenas convencer, mas persuadir um auditório acerca das verdades espirituais
bíblicas que serão tratadas e apresentadas de modo especial na pregação.

Para um curso de homilética, nada mais importante que falar não apenas de aspectos
técnicos, mas também apresentar alguns elementos fundamentais que envolvem a
pessoa do pregador: Quem ele é? Qual seu papel no ministério da palavra? Qual a
importância da pregação bíblica?

A pregação é uma forma expressiva de disseminar o Evangelho, e ocupou lugar


central no Ministério terrestre de Jesus. Jesus foi um pregador itinerante fora de série.
Não teve muitas oportunidades de pregar no templo judaico em jerusalém, apesar de
às vezes poder entrar em uma sinagoga para discutir os textos. Seu ministério
terrestre foi, dessa forma, frequentemente ao ar livre, e seu púlpito, quase sempre
improvisado.

Na Igreja primitiva, a pregação apresentava um caráter de “Homilias”, isto é, o ensino


em tom familiar. Jesus não apenas falava a verdade, pois Ele mesmo era a verdade.
Dessa forma, “A pregação é uma encarnação pessoal”. Podemos definir a Homilética
a partir dos seguintes pontos:

1. Da língua grega, a palavra homilética origina os termos:

I. Homilos - Multidão, assembléia do povo;

II. Homileo - Conversar, fala informal;

III. Homilia - Ensinar em tom familiar;

IV. Homiletike - Palestra ou discurso fixo, eloquência para falar;


Em síntese, Homilética é a arte de falar em público. É a arte de apresentar um
discurso fxo para convencer uma plateia ou auditório.

2. Há ainda outros termos gregos que podem indicar a natureza da homilética:

I. Evangelizo - Levar a boa nova; evangelizar; anunciar de modo claro e


preciso a mensagem (Mc 16:15);

II. Kerysso - Anunciador, arauto, proclamador (Mt 10:7);

III. Dialegomai - Discorrer, discutir, argumentar (At 17:20);

IV. Laleo - Verbo grego que significa falar a palavra (Mc 2:2);

3. A definição científica e técnica da homilética

I. Homilética - Ciência que ensina os princípios fundamentais dos


discursos em público.

4. Existem três elementos chaves da homilética:

I. Oratória - É a arte de falar em público e se caracteriza em cinco formas:


acadêmica, forense, política, popular e religiosa;

II. Eloquência - É a faculdade adquirida ou a aptidão natural do homem


para persuadir;

III. Retórica - É o estudo teórico e prático das regras que desenvolvem e


aperfeiçoam o talento natural da palavra;

A Homilética na história da pregação: Antigo e Novo Testamento

Naturalmente, pouco adianta conhecer regras e teorias na preparação de um sermão


sem perceber o relato dos grandes pregadores que se destacam na narrativa bíblica:

1. As raízes da pregação no Antigo Testamento

I. Enoque - O profeta - Jd 14;

II. Noé - O pregador da justiça - 2 Pe 2:5;

III. Moisés - A sua pregação no discurso de despedida do povo;

2. Os profetas profetizavam do que ouviam de Deus, portanto eram pregadores

I. Elias - um pregador com características pessoais consideradas


coléricas e melancólicas por alguns estudiosos. Apesar disso, era capaz
de persuadir as pessoas que lhe ouviam pela força de sua palavra;

II. Amós - Foi um pregador corajoso, cuja profecia denunciava os pecados


da corrupção moral de israel que afetava toda a vida do povo;
III. Esdras - Não foi apenas um escriba, mas um homem de grande
conhecimento intelectual. Esdras possuía habilidade especialmente no
conhecimento das leis de Moisés, e foi o homem que teve a iniciativa e
ousadia de fazer um púlpito de madeira e ler a palavra de Deus,
convencendo o povo a mudar de vida;

IV. Isaías - O pregador messiânico, mais citado entre os escritores do Novo


Testamento e pelo próprio Cristo. Foi um pregador messiânico que
anunciou a vinda do messias para salvar seu povo. Foi martirizado
durante o reinado de Manassés por causa de sua mensagem ;

V. Jeremias - Conhecido como profeta das lágrimas. Chorava pelo seu


povo e pelo seu Deus. Foi um homem corajoso que denunciou o pecado
de Israel num período difícil de desintegração do reino de Judá;

VI. Ezequiel - O profeta no período do exílio babilônico. Sua mensagem


tinha um caráter escatológico, especialmente para com o povo de Israel.
Teve a coragem de descrever profeticamente a destruição e
restauração de Israel em todo o seu livro;

VII. Zacarias - Aparece entre os 12 profetas menores, e foi capaz de não


apenas pregar ao povo a necessidade do resgate das prioridades
espirituais para a restauração da vida econômica, moral e espiritual,
mas o fez com muita firmeza e ousadia, empregando linguagem direta
e objetiva;

VIII. Malaquias - Foi o pregador que exortou o povo para que reconhecesse
o senhorio absoluto de Jeová;

IX. Habacuque - Um pregador de cultura excepcional que pregava


poetizando sobre a situação caótica em que vivia israel. Se perguntou o
porquê de coisas ruins acontecerem com seu povo, e respondeu suas
indagações apontando para a glória de Deus;

X. Miquéias - Se destaca na leitura de seu livro como um pregador de estilo


simples e vigoroso, que tinha coragem suficiente de empregar figuras
de linguagem e metáforas que representassem o estado espiritual do
povo.

3. Novo Testamento

I. João Batista - O pregador do deserto, que atraía pelo seu estilo de vida
(Jo 1:8);

II. Jesus Cristo - O FIlho do Deus Vivo. Foi um pregador fora de série, pois
não apenas sabia falar às multidões demonstrando conhecimento
técnico da cultura que havia recebido, como também assentava-se à
mesa nas casas, apresentando os pensamentos mais ricos e
fantásticos para pequenos grupos. (Mt 4:17-23);

III. Pedro - Não apresenta qualquer tipo de cultura acadêmica, mas possuía
uma formação básica para ler e escrever, além de conhecimento das
escrituras. Foi um pregador intrépido que revelou suas verdadeiras
qualidades culturais e de conhecimentos às escrituras logo após o
Pentecostes (At 2:14-40);

IV. Estêvão - Seu discurso e mensagem em Atos 7 demonstram coragem,


vigor e inspiração. É claro que sua mensagem provocou o ódio de seus
inimigos. Pagou o preço de morte e apedrejamento, tornando-se o
primeiro mártir do cristianismo;

V. Paulo - Não era um pregador como Pedro, capaz de fazer delirar


multidões. Porém seu conhecimento era forte e sua bagagem cultural,
bastante expressiva. Indiscutivelmente são suas as cartas e epístolas
que mais influenciaram a constituição da teologia cristã. (At 9:20, 13:16-
41)

VI. Apolo - Onde chegava, atraía a atenção de pessoas pela sua cultura e
capacidade persuasiva. (At 18:24-28; 19:1; 1 Co 1:12; 3:4-6:22; Tt 3:13).
PREGAÇÃO
A Homilética na história da pregação: Pais da Igreja e Reformadores

4. A pregação através dos Pais da Igreja

I. João Crisóstomo - Chamado boca de ouro, foi um pregador


extraordinário de oratória espetacular nos anos (343-407 d.C.);

II. Ambrósio - um ardoroso pregador do terceiro século que foi


considerado pai na fé de agostinho (370-397 d.C.);

III. Agostinho - Sem dúvidas um dos mais proficientes mestres e


ensinadores da igreja no Séc III. Viveu entre 354 e 430 d.C. Além dos
livros de teologia, é muito conhecido pelos seus 360 sermões pregados
na história do cristianismo;

5. A pregação no tempo da Reforma

Quando tratamos das personalidades da Reforma, não devemos nos


ater apenas a Martinho Lutero, João Calvino, Girolamo Savonarola e
Ulrico Zuínglio. Já no século 16 se destaca João Wycliffe, um pároco da
igreja romana que dirigia determinada congregação, mas que se
destacou por ser um homem que não se conformava com as coisas
erradas que aconteciam dentro da igreja.

Foi um inimigo implacável do papismo e do clero romano, e sua revolta


estava em função da proibição da leitura da Bíblia pelo povo. Jan Huss
também destacou-se por defender a liberdade para as escrituras,
combatendo o papismo e as doutrinas erradas das indulgências e outras
mais. Por causa disso, acabou por ser queimado como herege.

I. Martinho Lutero (1483-1546 d.c.) - Há um detalhe histórico interessante


na história de John Huss que se relaciona à vida de Lutero. Enquanto
estava sendo amarrado à estaca em praça pública para que queimasse
na fogueira, foi-lhe dada a oportunidade para pronunciar as últimas
palavras.

Huss (cujo nome significa ganso) afirmou profeticamente que hoje


assavam um ganso vivo, mas em 100 anos se levantaria um cisne que
não conseguiriam matar. John Huss profetizou acerca de Lutero, que se
tornou um pregador fora de série, com mais de 2300 sermões
conhecidos.

II. João Calvino (1509-1564 d.C.) - Diferente de Lutero em sua linha


teológica, contribuiu eficazmente para espalhar protestantismo pelo
mundo. Ainda que haja muitos que discordam de suas ideias, tratam-se
apenas de visões diferentes das interpretações de Jacobus Arminius.

III. Jerônimo Savonarola (1452-1564 d.C.) - Foi um padre que fez diferença
na Itália com suas mensagens fortes de combates à heresias. Morreu
em função de sua fé e na defesa de seus pensamentos acerca da
verdadeira igreja. Destacou-se como um homem de oração e de jejum.

IV. Ulrico Zuínglio (1483-1532 d.C.) - Muitos não o sabem, mas o


pensamento pentecostal tem muito mais a ver com o pensamento de
Zuínglio que de Calvino ou Armínio. Zuínglio destacou-se na disputa
contra a transubstanciação, e apresentava uma pregação bastante
dinâmica e forte.

V. Apareceram ainda muitos outros nomes, como John Knox, John Donne,
John Wesley, Spurgeon e outros…

A reforma gerou grande reavivamento na Igreja da Idade Média. Esses avivamentos


se tornaram fontes de renovação espiritual, fazendo surgir a partir de então uma
pregação bíblica comprometida com a unção e autoridade do Espírito Santo. Foi
então restaurado o pensamento desses grandes líderes e da pregação bíblica.
Naqueles dias, a pregação vicejava e a Igreja crescia em quantidade e qualidade da
vida cristã.

O Perfil Bíblico do Pregador

1. Há algumas palavras gregas que revelam o perfil do pregador. O termo perfil


designa um conjunto de traços psicológicos ou habilidades que tornam o
pregador apto para a responsabilidade de pregar a palavra de Deus:

I. Keryx - Arauto, Mensageiro, Proclamador (1Tm 2:7; 2Tm 1:11; 2Pe 2:5)

II. Presbeuo - Embaixador

III. Lalia (Laléo) - Falar, pregar

IV. Didaskalos - Mestre, ensinador

V. Apóstolos - Enviado, mensageiro com uma missão

2. Há também quatro elementos que ampliam a importância da pregação

I. Evangelizo

II. Kerysso

III. Dialegomai
IV. Kerigma - Palavra que compartilha raiz com Keryx. O sufixo Ma significa
fruto ou resultado da pregação e proclamação do pregador. O sentido
de Kerigma no grego é, portanto, proclamar.

A Relevância da Pregação Bíblica

1. Romanos 1:14,15 - Paulo confere importância fundamental à pregação ao


afirmar que “Eu sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios
como a ignorantes. E assim, quanto está em mim, estou pronto para também
vos anunciar o evangelho, a vós que estais em Roma. Porque não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de
todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.”

2. A missão do pregador - Aquele que é vocacionado para pregar deve dar o


melhor de si em termos de preparação no desempenho de sua tarefa: “Porque
nunca deixei de vos anunciar todo o conselho de Deus. Olhai, pois, por vós, e
por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para
apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.”
(Atos 20:27,28)

3. A responsabilidade do pregador - Procura apresentar-te a Deus aprovado,


como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra
da verdade. (2 Timóteo 2:15)

A Glória da Pregação Bíblica

1. O cristianismo se dimensiona no mundo pela pregação do Evangelho de Cristo.


A essência da palavra de Deus envolve exatamente nossa capacidade de
assimilar tudo aquilo que Deus quer dizer para nós. O cristianismo autêntico
tem sua base na palavra de Deus.

2. A glória da pregação é manifestada, inicialmente, por três modos da fala de


Deus (aos pais, pelos profetas e pelo Filho):
Havendo Deus antigamente falado muitas vezes,
e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a
nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho
Hebreus 1:1

Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele


vos guiará em toda a verdade; porque não falará
de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e
vos anunciará o que há de vir.
João 16:13
APRESENTAÇÃO
A Autoridade da Pregação Bíblica

1. O significado da autoridade espiritual na pregação Bíblica: Autoridade no grego


vem da palavra exousia. Seu prefixo é oriundo de uma outra palavra que é
éxesti, ou “aquilo que é possível, permitido ou concedido”.

Está implícita na autoridade do pregador a liberdade irrestrita para pregar.


Evidentemente, isso não significa uma liberdade sem limites, pois a pregação
deve estar contida a seu assunto. Em suma, a autoridade do pregador do ponto
de vista espiritual não vem de seu intelecto, raciocínio ou persuasão, mas de
Deus.

2. O pregador deve colocar a Bíblia como primazia na sua pregação: O pregador


deve ser servo da Palavra, sempre dizendo aquilo que ela demanda que seja
dito. Todo pregador deve adotar a Bíblia como ponto de partida e base para a
confecção de seus sermões. A pregação séria é aquela se mantém fiel aos
princípios de hermenêutica da Bíblia Sagrada.

Todo pregador precisa saber interpretar o texto bíblico que escolheu para
pregar, e deve fazer isto dentro dos princípios hermenêuticos e exegéticos.
Semelhantemente, todo pregador precisa crer na inerrância das Escrituras,
bem como na sua inspiração plena, rejeitando as ideias liberais. Devemos nos
ater a três verdades acerca da inspiração da bíblia:

Revelação: tudo que a Bíblia contém mostra o plano de salvação de Deus para
o homem de forma verdadeira e autêntica;

Inspiração: é o registro da revelação;

Iluminação: Deus dá a iluminação para que os autores inspirados recordem a


revelação de forma especial;

3. Quando a pregação bíblica será resgatada ao seu papel? Ter um espírito


correto em relação às Escrituras significa ter a capacidade de respeitar a Bíblia
como revelação e inspiração divina. Em suma, não se pode admitir qualquer
pseudo revelação que relegue a Bíblia a um segundo plano.

4. A pregação bíblica é aquela que se mantém fiel aos princípios hermenêuticos


da Bíblia. Nenhum pregador pode interpretar qualquer texto isoladamente de
seu contexto. Não se cria doutrina em cima de um texto isolado, de forma que
todo pregador deve evitar omissões em uma passagem. Não apenas isso, mas
também deve-se ter o cuidado de não fazer acréscimos ou decréscimos ao
texto.

Os Benefícios da Homilética
1. Ela aprimora a arte de Expressão

I. Nos problemas da voz, que é o principal veículo de comunicação verbal;

II. Deformidades e enfermidades que envolvem o aparelho fonador:

i. Gaguez;

ii. Tartareio;

iii. Balbuciência;

III. O pregador deve educar sua voz, no sentido de dar a ela uma
sonoridade e tonalidade capazes de agradar a quem ouve;

IV. Como melhorar a voz:

i. Respiração

ii. Nasalação

iii. Articulação

2. Ela ajuda a desenvolver o raciocínio do pregador: a pregação deve estar aliada


à razão, pois o agir do Espírito Santo não é caótico ou irracional;

3. Ela aprimora os conhecimentos gerais do pregador - o pensamento transmitido


deve ser inteligente, e o conhecimento vem com livros e base teológica para
resistir às mentiras;

4. Ela aprimora a expressão corporal do pregador:

I. A expressão do rosto que envolve a mímica e os olhos, que deve refletir


o estado de alma do pregador;

II. A gesticulação - voz, atitudes e gestos influenciam sobre aqueles que


nos ouvem;

III. O vestuário do pregador - devem apresentar singeleza e modéstia;

IV. Vícios de postura física do pregador:

i. O Pregador extravagante;

ii. O Pregador imóvel;

iii. O Pregador robô;

iv. O Pregador com expressão orgulhosa;

v. O Pregador complexado de inferioridade ou superioridade;


vi. O Pregador dançante;

vii. O Pregador deseducado;

5. Excessos e defeitos na comunicação verbal e oral: Aqui trata-se de algo da


comunicação propriamente dita, não apenas a voz. A comunicação oral tem
a ver com aquilo que se vai falar, isto é, o assunto a ser desenvolvido para os
ouvintes.

i. Excesso de palavras, ou verborreia;

ii. Excesso de concisão, isto é, o falar de menos;

iii. Excesso de perfeccionismo;

iv. Excesso de ilustrações;

6. Ela ajuda a desenvolver a vida espiritual do pregador: Preparar a mensagem


não envolve apenas aspectos técnicos, mas também preparação espiritual. A
vida devocional do pregador é fundamental.

A vida devocional não diz respeito apenas àquilo que eu devoto ao Senhor,
mas a algo muito mais profundo. Se eu quiser convencer os outros acerca de
algumas verdades, preciso antes ser convencido pelo próprio Senhor. Se eu
quiser ter argumentos fortes capazes de convencer os outros, preciso antes
ter uma estreita relação com Deus.

Antes de querer ministrar a Deus minha devoção, orando a Ele por unção,
poder, autoridade, inspiração e revelação, devo colocar-me à Sua disposição
para que Ele ministre em mim.

É importante que o pregador aprenda a desenvolver sua vida espiritual para


que não se torne chato, cansativo e seco. De nada vale um pregador de
palavras bonitas e sermões belos, porém sem a essência da mensagem, que
é o conteúdo espiritual.
ESTRUTURAÇÃO
A Estrutura do Sermão

A estrutura do sermão é compreendida como o conjunto de elementos


fundamentais que dão base ao que será dito. Apenas poderá ser considerado
bom o sermão que for construído sobre bases firmes e sólidas. Essa estrutura
envolve alguns aspectos fundamentais:

1. O Texto bíblico - a própria base do sermão:

I. A escolha dos textos bíblicos: precisam ser textos que legitimem a


mensagem, estando diretamente relacionados à palavra a ser pregada.
É preciso haver uma conexão correta entre tema e texto. Deve-se
também escolher textos que apelem à imaginação dos ouvintes.

II. A interpretação de textos bíblicos: o texto deve ser interpretado fiel e


corretamente, de maneira a ser compreendido pelos ouvintes. Não se
deve buscar interpretações aleatórias ou estranhas à doutrina geral das
Escrituras: a Bíblia interpreta a si mesma.

2. O Tema ou Título do sermão:

I. O tema é o assunto geral tratado no sermão;

II. O título é o nome que se dá ao assunto ou tema do sermão;

3. A Introdução do sermão:

É a parte do sermão que serve como ponto de contato entre o pregador


e o auditório. A introdução deve ser a última coisa a ser preparada, pois
abarca uma ideia geral dos pontos do sermão. Em suma, a introdução
nada mais é que a proposição do sermão.

I. A introdução deve ser breve;

II. A introdução deve ser simples;

III. A introdução deve ser interessante;

IV. A introdução deve ser apropriada;

4. O plano do sermão:

I. É a parte principal do sermão, porque tem a ver com a ordem das


divisões;

II. É o esqueleto do sermão composto com as ideias e pensamentos;


5. A conclusão do sermão: É a parte final, onde se dá a aplicação do assunto. Há
duas coisas vitais na elaboração de um sermão, a introdução e a conclusão.
Deve-se compreender a maneira correta de se concluir uma mensagem.

I. Precisa ser bem executada e elaborada. Com uma boa conclusão, o


plano do sermão não será anulado.

II. Três maneiras de fazer uma boa conclusão no sermão:

i. Recapitulando;

ii. Ilustrando;

iii. Convidando;
CLASSIFICAÇÃO
As Divisões do Sermão

Se não houver divisão no sermão, haverá confusão generalizada. A divisão visa a


organização das ideias e dos pensamentos. O sermão deve, em outras palavras,
apresentar uma ordem própria de divisões que proporcionarão a capacidade de
perceber a linearidade do raciocínio.

1. O sermão deve possuir uma ordem própria nas divisões: um sermão não pode
apresentar ideias desordenadas que não serão assimiladas pelos ouvintes

a. Ordem lógica aos pontos e subpontos: cada divisão deve estar


interligada a outra de forma lógica;

b. Ordem ascendente: as divisões aumentam em força à medida em que


progridem;

c. Ordem cronológica: deve obedecer a ordem dos pensamentos ponto


após ponto;

d. Ordem estética: irá facilitar sua visão para o esboço a ser apresentado;

e. Transição: é a capacidade que um pregador deve ter ao passar de um


ponto para outro. Na transição de um ponto a outro, faz-se necessário
uma correta condução de pensamentos por parte do pregador para que
o ouvinte compreenda a sequência de ideias.

f. Pertinência: o tempo presente deve estar sempre presente no sermão,


de forma que a aplicação seja útil. Dessa forma, deve-se também evitar
a digressão.

g. Simetria: a correspondência que deve estar presente entre partes


situadas em lados opostos. É indispensável a harmonia que deve existir
entre as partes distintas das divisões.

h. Ordem das divisões: cada sermão deve possuir uma ordem própria, a
fim de que cada pensamento siga um caminho lógico e natural, de forma
que seu ouvinte venha a entender exatamente o que se quer dizer. Um
esboço mal preparado dificulta o pregador a chegar ao fim do sermão.

2. O sermão deve ordenar suas divisões pelo sistema alfanumérico:

a. Os pontos principais são indicados por algarismos romanos: I, II, III…

b. Os subpontos são indicados por algarismos arábicos: 1, 2, 3…

c. Os pontos relacionados com os subpontos são indicados pelo alfabeto:


a, b, c…
3. O número de divisões: isto é, o número de pontos principais em uma pregação.
Deve ser analisado tendo em vista o tempo e a profundidade da mensagem.

a. Não se pode determinar uma regra para a quantidade de divisões num


sermão;

b. Três ou quatro pontos principais são suficientes para um sermão


evangelístico ou eclesiástico;

Classificação do Sermão

1. Existem três classes principais de sermões:

a. O tópico ou temático: a preocupação está com o tema a ser tratado;

b. O textual: envolve pelo menos três tipos de divisões (natural, analítica e


sintética);

c. O expositivo;

2. Essas três classes englobam todos os tipos possíveis de sermões, tais como:

a. Evangelísticos
b. Doutrinários
c. Avivalísticos
d. Exegéticos
e. Ocasionais

3. Sermão Tópico (ou temático):

a. A palavra tópico refere-se a lugar: diz respeito aos pontos colocadas


cada qual no seu lugar próprio; os pontos principais são chamados
tópicos;

b. É sermão que trata o assunto, independente do texto. Pode, portanto,


ser chamado “sermão do assunto” ou “do tema”;

c. As divisões principais dessa classe de sermões são extraídas do tema


ou do assunto que se quer pregar ou ensinar;

d. No sermão tópico ou temático, o texto bíblico serve apenas de ideia para


o sermão, porque o pregador desenvolve o tema e não o texto;

4. Sermão Textual:

a. É o sermão cujas divisões são tiradas do texto bíblico escolhido;

b. Existem três tipos de divisões textuais:


i. Natural - a mais simples, onde os pontos principais do sermão
encontram-se contidos no próprio texto:
Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o
amor, estes três, mas o maior destes é o amor.
1 Coríntios 13:13

Porque tudo o que há no mundo, a


concupiscência da carne, a concupiscência dos
olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo.
1 João 2:16

ii. Analítica - nesta divisão, o pregador preocupa-se essencialmente


em achar a ideia geral do texto. Um sermão de divisão analítica
comumente envolve mais de um versículo. Nesse modo, o
pregador se preocupa em analisar o texto obedecendo a ordem
cronológica do próprio texto.

iii. Sintética - não haverá preocupação em dividir de acordo com a


ordem do texto, mas de acordo com a ordem lógica do assunto
presente no texto. O primeiro ponto não precisa ser o primeiro
versículo, pois a ordem cronológica é dispensável.

c. Na divisão natural, a distinção das ideias (ou pensamentos) está contida


no próprio texto;

d. Na divisão analítica do texto, o esboço deve obedecer a ordem do


assunto que está no texto;

i. As divisões principais são formadas pelas partes principais do


texto e apresentadas na mesma ordem em que se encontram no
texto;

e. Na divisão sintética do texto, os pontos principais são encontrados no


texto sem a preocupação com a ordem cronológica do texto:

i. O pregador sintetiza ou resume o assunto que está contido no


texto sem se preocupar com a ordem do texto;

ii. De fato, no sermão textual sintético o pregador pode mudar a


ordem do texto, desde que dê ao sermão a sua ordem lógica;

5. Sermão Expositivo

a. Toma uma porção maior de um texto bíblico, procurando interpretar as


verdades expostas e dando um tema especial a eles. No sermão
expositivo, o tema é encontrado diretamente no texto, e seu
desenvolvimento é feito com material que possa ter uma reta
interpretação, ou seja, que tenha um propósito que se harmonize com o
significado original do texto.

b. Igrejas tradicionais costumam valorizar muito o sermão expositivo, pois


é uma das formas mais fortes e convincentes de trazer a igreja de volta
à Bíblia.

c. Não é uma coletânea de pensamentos espirituais, escorados em


versículos bíblicos. Um sermão expositivo visa exatamente um
comentário exegético em cima de palavra por palavra do texto.

6. A Elaboração dos Pontos Principais

a. É bom que se entenda que cada divisão principal obedece a um


princípio de uniformidade: nenhum ponto pode ficar isolado dentro do
esboço, devendo sempre cultivar uma relação para com os outros;

b. Nenhum pregador deve subir sozinho os graus de suas pregações, pois


ele não será acompanhado pelo auditório. Deve, portanto, conduzir a
mente dos ouvintes por cada passo da escada homilética

c. O pregador deve superar o medo de pregar com esboço, sentindo-se


seguro para pregar com auxílio do texto.

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