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Mercosul - Desenvolvimento Econômico
Mercosul - Desenvolvimento Econômico
SÃO PAULO
2021
1. INTRODUÇÃO
Dessa forma, a partir de 2003, o Mercosul adota uma postura que considera de modo
mais direto as questões sociais e institucionais, mudando seu foco comercial. Portanto, essa
organização tem como principal desafio moldar-se aos interesses dos seus membros, de modo
a atender suas expectativas para o mercado econômico.
Seguindo essa mesma linha, o bloco econômico não é uniforme e as suas variações
estão ligadas a distintas dimensões da autonomia no contexto da política externa brasileira.
Pode-se ressaltar as suas três fases: a primeira antecede o primeiro mandato de Fernando
Henrique Cardoso, que dura de 1991 a 1994, intitulado como Tratado de Assunção ao
Protocolo de Ouro Preto. Nesse período, consolidou-se o desenvolvimento institucional. A
segunda fase vai de 1995 a 1998, na qual se observa a estabilidade da expansão comercial
intrabloco, atingindo seu apogeu. Todavia, a partir de 1999 com a crise do Real e sua
crescente desvalorização e a recessão argentina em 2001, o Mercosul entra em crise. Nesse
cenário, o Brasil fortalece sua dimensão de autonomia que inicia o processo de relativizar a
integração, ao mesmo tempo em que resiste aos efeitos da crise, que exigia um
comprometimento mais direcionado.
O principal benefício de um acordo comercial como o Mercosul é a criação de um
mercado comercial que apresenta como princípio a queda nas tarifas alfandegárias, de modo a
suscitar o aumento das transações comerciais entre os parceiros, incentivar o investimento
estrangeiro e difusão tecnológica, além de políticas de proteção ambiental, direitos humanos,
resolução de conflitos e favorecer a democracia.
De modo geral, a organização tornou-se importante para as relações com os Estados
Unidos, com a União Europeia, com a Organização Mundial do Comércio (OMC) e em
negociações com países emergentes, mas principalmente, viabilizou o diálogo com os demais
blocos econômicos do globo.
Partindo-se de outra análise, o Mercosul se constitui como um exemplo de bloco no
qual certos efeitos negativos podem ocorrer, visto que seus membros são países em
desenvolvimento, não apresentando vantagem no que se refere a bens industriais em
comparação com os outros países do mundo. Dessa maneira, o aumento do comércio intra
bloco desses bens poderia ocasionar na perda do bem estar da vida de seus cidadãos.
Ademais, o que se observa nos últimos anos é um retrocesso interno do bloco, ao pontuar as
medidas protecionistas adotadas pela Argentina, como barreiras não tarifárias e a
determinação de impostos sobre as exportações.
Com o sucesso do plano Real, em 1994, FHC garantiu a vitória contra o candidato
Lula nas eleições, assumindo o país em 1995. FHC retomou o projeto neoliberal de inserção
no processo de globalização econômica. “O Brasil é uma potência regional com interesses
globais” - na expressão do Chanceler Celso Lafer – deveria usar a influência no Mercosul e na
América do Sul para projetar sua vocação natural como global trader e global player.
Quando Lula assumiu a presidência em 2003 anunciou:
A grande prioridade da política externa no meu governo será a
construção de uma América do Sul politicamente estável, próspera e unida,
com base em ideais democráticas e de justiça social. Para isso é essencial
uma ação decidida de revitalização do Mercosul, enfraquecido pelas crises
de cada um de seus membros e por visões muitas vezes estreitas e
egoístas do significado da integração.
3. CONCLUSÃO
ACORDO entre Mercosul e União Europeia: Governo brasileiro publica ofertas de acesso a
mercados. Governo do Brasil, 16 jul. 2021. Disponível em:
<https://www.gov.br/economia/pt-br/canais_atendimento/imprensa/notas-a-imprensa/2021/jul
ho/acordo-entre-mercosul-e-uniao-europeia-governo-brasileiro-publica-ofertas-de-acesso-a-m
ercados>. Acesso em: 24 Nov. 2021.
ALBERTONI, N. La urgente modernización del Mercosur. The New York Times, 14 Mai.
2020. Disponível em:
<https://www.nytimes.com/es/2020/05/14/espanol/opinion/mercosur-covid.html>. Acesso em:
25 Nov. 2021.
SANTOS, Luis B. Regional Integration in the Global South: Brazil, South Africa and India.
Economia e Sociedade [online]. 2021, v. 30, n. 2. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ecos/a/gtJbkqWfWVvKTGwpcCrJqDD/?lang=pt>. Acesso em: 27
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VALLE, Valeria Marina. O peso das relações inter-regionais com a União Europeia em
relação a outras alternativas de política externa do Mercosul. Revista Brasileira de Política
Internacional [online], Jun. 2005, v. 48, n. 1, pp. 99-128. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0034-73292005000100004>. Acesso em: 26 Nov. 2021.