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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 05ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE

Autos n°

CAIO, anteriormente qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado ao final
firmado (procuração anexa), vem respeitosamente perante Vossa Excelência
apresentar
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fundamento nos artigos 396 e 396-A, do Código de
Processo Penal, pelas razões de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O denunciado foi acusado e está sendo processado pelo crime de extorsão


qualificada
pelo uso de arma.
Consta da peça inicial acusatória que na data 24 de maio de 2010, o denunciado
mostrou para a vítima uma pistola, com a intenção de receber uma dívida de R$
20.000,00, que vencera no dia 15 de maio de 2010.
A denúncia foi recebida pelo juízo da 5a
Vara Criminal e o denunciado citado na data de 18 de janeiro de 2011.
Em que pese as ponderações lançadas pelo
Parquet, é caso de improcedência da ação penal que deverá ser julgada de plano,
para absolver o denunciado sumariamente
= alos
motivos que se passa a expor:

DO DIREITO
O FATO É ATÍPICO
O denunciado foi acusado de ter praticado o delito de extorsão qualificada pelo
emprego de arma quando da cobrança de uma dívida, instrumentalizada em nota
promissória assinada pela vítima e dada em garantida do pagamento de um
empréstimo, com vencimento no dia 15 de maio de 2010.
Ocorre que o crime de extorsão se caracteriza quando alguém, mediante violência ou
grave ameça, constrange para receber vantagem indevida.

Com efeito, no presente caso resta claro que o denunciado cobrou uma dívida
devidamente constituída através de nota promissória assinada pela vítima, portanto,
a vantagem é devida, o que descaracteriza o crime de extorsão do artigo 158, do
Código Penal.
Em conclusão, ausente a elementar do tipo
"vantagem indevida", a conduta do denunciado se torna atípica, devendo ser ele
absolvido sumariamente em relação ao crime de extorsão.

DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

No mesmo sentido das argumentações su-pra, não restou caracterizado o crime de


extorsão do artigo 158, do Código Penal, no máximo, o que se admite apenas em
respeito ao princípio da eventualidade, praticou o denunciado o crime de exercício
arbitrário das próprias razões descrito no art. 345, do Código Penal, uma vez que
cobrou vantagem devida.
Importante salientar que não existe qualquer prova nos autos de que o denunciado
usado de violência, logo, segundo o rafo único do artigo 345, do Código
Penal, a ação penal se procede mediante queixa, sendo o Ministério Público parte
ilegítima para propôr a presente demanda.

Ademais, tendo em consideração que a vítima tem o prazo de seis meses para
oferecer a queixa-crime, nos termos do artigo 38 do Código de Processo Penal e 103
do Código Penal, sendo certo que os fatos se deram na data de 24 de maio de 2010,
teria ela até a data de 23 de novembro de 2010 para exercer o seu direito, o que não
ocorreu.
Portanto, passados mais de 06 meses da data dos fatos ocorreu a decadência e o
denunciado deve ter extinta sua punibilidade, nos termos do artigo 107, IV, do Código
Pe-nal.

DO PEDIDO

Por todo exposto, requer seja o denunciado absolvido sumariamente do delito de


extorsão qualificada, nos termos do artigo 397, III, do Código de Processo Penal e/ou
tenha extinta sua punibilidade em decorrência da decadência operada, nos termos do
art. 397,
IV, do Código de Processo Penal.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas,
especialmente pela oitiva das testemunhas abaixo arroladas, que desde já se requer
a intima-ção.
Termos em que,
pede deferimento.
Local, 28 de janeiro de 2011.
Advogado OAB...

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