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  • Trecho CONVERSA DO ARQUIPÉLAGO

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    Antapla nto 6um objetivo nem Tamponeo 6 sont. opt #9 nos lt no snd, Nossa opin éma sca pa tereanedo otal, nas deforms que mio deixemos de ora henltsn eomsponente do mind quando pensamos "Fun" Avg imundo deo, atop mane estdcamplet. E aquiloque fla Ese é0 ue nos fata, tambn nos falta imagem ural, Como scat, ne fala age, abn fon escrito, meals Mingus como o Univers: Aiznse que ele ert em ui process de ewrna xpansto, Pe asia? Fabs se diz que aps ‘leteraminach pont, esa expan infnita val cessar ‘eeomegard un eetorna xo nile original, aqucle que ‘de argem 0 Univereo apo Big Bang Pode nagar leso? Nb, Noontant, somos pases Aeaprecneroinfinia non propria Gnu, 5 pol meama gen, some coparts de apmoonder ‘uopia como ama neceseldade finde, porgae ‘judo acess 6 nfo, dea do ee uma ‘eves que eorrompe # prime. Torna-se uma Urgénel, que ber Edouard Gissant ANN i Edouard Glissant Hans Ulrich Obrist CONUERSAS DO ARQUIPELAGO (bogs tuo: Cert vr ns conversamos sobre as esol, agora estou pensando, paallamente a ss, no muse «qu woot planejia construe ma Martinica. Os museus de hoje so geralente locas de consume, porque bus cam strair um grande ndmero de Wstantes esto se 1onos pareidos com exclst. Sei tornando cade aque vot tem refetido sabre sen questo, 20 que diz espeito oo muteu que ook plana ear na Martinica ‘Museu de Arte das Américas, ov Mak2, que con figura anogio da que um muteu pode sere deve fe. s murcus de hoje sto multe eae eapaos esttcor pts pendurarquadrosouexbir scultus 0: Bo mesmo ve para ar galeras do arto — no hi rma posta nesses espacos HU0- Vootchegou a ter ese tpa de distago na Galerie du Dragon’ gra um espago expositive, mas era tam bm, muito mais que iso 6 Cato, ea um lugar onde encontrvamos a maior prt ds ovens poeta da Gpoea. Isso ffl. ‘uo: Vamos parts des ides, do que es faltando. algo de que eu, de cera forma, sents flta, Bx vnka trabulhando ao mundo da ate contempornes, ong: ava exposgdes, eno vi, por exempl, artistas fzen- Ao ivos com poetas Podemos esperar que ese tipo de calboracie tena espace no masea dt Martini, que museu promova ese dllogo novamente, que vce ‘concebe of museus como thas que se conectam? 6: Cevtamente,Vajo © muscu como um arguipéla 0 de obras interdependentes,Hle seri © oposto do 6. Galera de ae fan em 5, loin nar Dra foayem Pai Fae. virude de uma espécie de magica geogrdfic, toda a tengo ds América do Sul eda Amétia do Norte po- MUO: © museu permite, entée,o dilogo entre o lo- cal, o parcular © 0 Todo-» Mundo ~ ele participa da slobalidede, 6: Chegamos, no fim das conts, dela do Mada pa ‘4 Martnica, mas comesamos refetindo principal~ mente sobre a América Latina, sobre aarte da Améri= ca Latins ara fur a verdade, eu sempre quis eriar uma en clclopédiacomparada da arte das Américas. Bessa 6a ‘doia central do muteu. O que quero dizer & que aco locko que pretendemos eunie ser permead por algo que no existe. 1g eros extraordindios sabre tudo © que pode ‘mos imaginar em relagio & arte americana ~ sabre a ate mula, astec, inca ~, 0 que & incre. Hi estos Sscbee os muralitas mesicanos, 0s contrutvistas do monumento, um eepago que do ¢ disperse, mas cexpandido. ‘Huo: E como surg a idea do musex? 6: Fol a partir de um conjunto de ftores. Na minha {nfocia, em 191, muitos artists que estavum & ct nino dos Estados Unidos fugindo do nario, parte ‘yam na Martiniea: André Breton, Claude LéviStrauss, André Masson, Wifedo Lam. Daguele momento em fiant, esabeleceuse uma abertura entre aqueles artistas e 0 mundo americano, partcalarmente o da ‘America Latina ‘Tempos depois, quando eu estava na Franga, nos anos 1950 € 1960, tabalhol com diversos arias a ‘nosamericanos que haviam ido para a Barepa: Roberto Mats, Lam, Santiago Cledenas — todos s artists, timos, dagueln geragde. Como éramos todos amigos, cles estaam dtpestos a doar obras que contribuiriam ara cragdo do muscu, terest ftor& que « Martinica, por acaso, seen contra no centro das sas do Caribe. Com isso, em ‘Cone Sa, 08 artistas cnéicos da Venez, 0s grate ros, ec, Mas no hi extado sobre o que acontecas mat amércas em termos articon — wis ane tlie aul 1 pancramas, mas tabalhos série, coordenado. Por ‘exemplo, em cides como Nove Orleans, Saint Were ‘¢ Moatevidéu, quo tipo de arte exstia em 2850? Havia guna? Se nd havia, porque no havi? Se havi la tinha rego dirta com aat indigena, a primels ex press artistien desos lugares? Era uma iitagio da arte ocidental, infuenclada pla arte europa? Se foi 0 ‘caso, essa prog atta foi passva ou reatie? Sur imam nova eriagSee?Acredto qu rfltir sobre tudo isso nos permitird pereeher 0 que hd de mals nove © stualem termes de arte send criado no continene, io se trata de constrir uma expéeie de tema perfeito, que dari conta de expicar tudo; tata a tes, de dar acesso a perspectvas tanto a perspzctiva do Grand Canyon quanto a de um pequeno arora, tanto a perspectiva de grandes ris quanto a pers pectiva de uma pequens nascente, Pare que posse mos ver por meio de diversas perspectivas. Bore as coisas que 0 musou pod faz, isso 6 ‘ase mait me uo: Voct scredta que o museu surge de uma esr {égjade resistencia? Divesos artistas contemporaneos ita esi c:Hle represent, antes de mais nada, a resistencia contra apagamento da meméria individual e cole ‘a, Se tivéxemos concebido 0 muse «partir de um ‘modelo ociental,ndo aerodito que dara certo, Em se fzundo lage, ele sed resistencia no sentido de que née procuraremos mostrar que, para certastendéncias a Watcas ou certs artistas, como Wiftedo Lam, é cia. slo ern si que & polities. iso nto significa dizer que la 6 poitizada, e sim que confere ceria longeidade a nova formas de expresso artista esas novas formas de expresso, por estarem a5 sociadas principalmente a padrbes afticanos, repre: sentam uma resisténcia ao modelo da esttun greg, {que se impSe como o modelo universal. A parti do governantes, como #9 no howwesse nade além dis. fo. Hm certo sentido, experimentamos wma perda de ‘meméri histérss. Para Iutar conta esse fendmono, foros obigades ~ no meu cas, por meio de obras I terivias —a “salir de pedi em pedra nests tempos ‘Nio temos wm entendimento Hinear do tompo, de uum tempo que transcorre.f por isso que sempre digo que nds jamais conseguiriamos eserever Er bus do tempo pride, de Proust, aque arguiteturagrandisa, bem construids, em formato de pirimide, que decola ‘como tal eva dar no presente. HU: Bor, 0 colonialism parte de uma ruptura his: ‘rica a insisténcia na dela de que qualquer histéria pregressadoterstério nfo existe eno pode exis. A istériaeinica com 0 colonia. Tudo que ei an EG; A meu vt, nbs ndo perdemos nosso tempo, pis ‘uinca sequer © possuimos, Os powos dis Américas, | | ‘momento em que a obra éeviads, ela se configura co- mo resistincia. Sendo assim, acreito que um nuseu concebide dessa forma & um museu poltico, Mes este ‘fo €um museu parcdro.# um museu que exali os procestos da eriacio artista e novos modelo. Huo: A impressio que tenho & que uma das grindes questdes que envolvem esse projeto 6a questo do tem po. Hd uma tendéncia tual dos museus de abarlonar 1 imensio cronoliica para seguir ocaminho db ume ‘curedori associative, Mas o seu museu continua sree o 8 nogdo de tomporalidads, de tomporalidades poss ‘vols A meu ver, no se trata de wma perspectiva tempo: ral, mas de ume sbertara.a mips temporsicades. a: So levarmos em considera todos os povs das Américas — principalmente as populages africanas ‘no Brasil eno Caribe, 04 nos Estados Unidos, ox povos nativos americanos ~ veremos que a. asio da exon Darei um exemplo muito simples: por multe ten 1, a histéva da Martinia se redusia a uma lista de tanto do continente quanto das has, foram despoj dos de seu tempo. Como consequéncia, nds somos forgados a reconstitublo de mancira catia, partindo aqui paral, Huo: “Saltando”. Ec: Sim. E 6 tempo nfo é mais linear. Nossa concep: ‘lo de tempo & contriria & concep¢do cri de linha do tompo, concede como antos/depls de Cristo, Ao ‘os referirmos as cvilizagbes mia, atecse in ‘muito difell aos orientarmos por melo dese sistema temporal “600 8.0", ou “i000 4G”; no significa na

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