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Zorupris 4 Teato Z 12006 by autres. Diese pata exaexito cvdos 8 EDUFBA, Foto o densi lea. Nlennur parte deste ne lode se epoca, seis cuss fren te mean ampegacos, no st com saris saa do au ts elias, confor a Le” 9610, de 19 de fever de 1998, ‘cope Roza Riso ola Beensoin Jacques Prajete Gritce Arte Final {Georels Nascmenio Traduca Rene Janawiter Revisio Téenica ian Faster Woe Revisto ‘Una de Aagio Bazera age Casto de Carano Vero Pave Biblioteca Central Reltor Mactdo Coste - UFBA (0822 Curposecentras uranas:erikeos urbenase plc cults /LOrprizacores Frew: Parr Jey e Paola Berestein Jacques; lias Hon Pere deus, Patrick Obvery feta) radugto = ejane Janome revista: Lian Fesslr Vat. ~Salacor» EDUFSA , PPG-AUFAUFBA, 2006. 182 0. Incl ines ISBN 85-252-0811-3, 1. Giades & was - Meoramentos pices. 2. Emtelezamento urbana 13. Ranovagto urbana, 4, Acminsvagéo clu. 5. Arguielure- Esa ‘mud, Hane ewe, I Boudry, Paik we cou - 711.4 coo: 112.2 Benefisivio de Aust Fnanecire da CAPES, Elogio aos Errantes: a arte de se perder nacidade* | | rola errtein ogee [No poder orientarse em uma cidade ndo significa grande coisa, Mas se perder em urna cidade como quem se perde fem ume floreste requer toda uma educegso ‘walter Benjamin Errar enquanto experiéncia urbana Neste ensaio tentarei observar sobretudo 0 que esté a prine/pio fora, ou 4 margem, do urbanismo enguanto campo discipliner. Me interesso ao que escapa a0 urbanismmo e 20s projetos urbaris em geal, ‘ao que esta fora do controle urbanistico® e, em particular, as errénclas de epropriagéo do espago piblico, » nao fol pensado nem planed pelos. urbanstas ou. quvos ~@specialistas do espago urbano. Se anteriormente® sugeri a possibilidade ~ Ge um arquifewoTrBeno, que na verdade nao seria um tipo ou categoria de arquiteto especifico, mas sim uma posture com relagdo a arquitetura @, principalmente, com @ “outro’ na cidade ou com o que chamel de alteridade urbana, agora @ minha preocunagéo principal estaria no que chamei de estado de esplrito errante, ou melhor, um "éstado de coro" ertante, ou ainda, seguindo a maneira de penser de Deleuze e Guattari, deum d ynte, que no caso mais extremo e espectfico, seria o| devir uy errante do proprio urbanista (ou de qualquer outro éspecialista urban), aquele que também poder, paradoxalmente, ser chamado de urbanista errant [—_ Outbanista erante ~que, como no caso do arquteto urbano, seria | sobretudo uma posture com relagdo 20 ubanismo enguanto csciplina © | prética ~ seria equele que busce 0 estado de espirito erante, que | exoeimenta a cidade através das erdncis, qu se preocupa mais com as \praticas, apes, e percursos, do que com as representagées gréticas, ‘planiticagées ou projegdes, ou sea, com os mapas e planes, como cuto do desenho e da imagem. 0 urbanista evrante nao vé @ cidade somente: Ide cima, em uma representagéo do tipo mapa, mas a experimenta de dentro, sem necessariamente produzi uma representagéo qualquer desta lexperiéncia, Esta posture com relagéo 8 apreenséo © compreenséo da |cidede por si s6 j4 consttui uma critica com relagdo tanto 20s métodos | mais difundidos da discipline urbanistica — como o "diagnéstico”, baseado | principalmente em bases de dados estatisticos, objetivos e genéricos ~ | vant prt espetacularzagéo urbana contemporénea “Tanto 0s métocos de andlise conternporéneos das disciplinas urbanas quanto © que poderia ser vista coma um de seus resultados projetvals, a cidade-espeticulo’, se distanciam cada vez mais da experiéncia urbana, da pr6ria vivencia ou prética da cidade. Errar coderia ser um instrument desta experiéncia urbana para 0 urbanista errante, uma ferramenta subjetiva e singular, ou seja, 0 contrério de um método# ou de um diagréstic tradicional e, assim, o devi errante do urbenista poderia ser visto coma contrério de un made urbanistico, A erréncia urbana seria ‘ume apologia da exneriéncia da cidade, que podera Ser preticade par” qualquer um. A questéo central do devir errante do urbanista também slaria a experiencia ou prtica urbana ordinéra, retamente rlacionada com a questéo co cotidiana Michel de Certeau, em seu livro Linvention du quotidien, nos fala cequeles que experimenter a cidade, que a vivenciam de dentro, ou embaixo", como ele diz, se referindo 20 contrétio da viséo aérea, do “fo, dos urbaristas através dos mapas. Ele os chama de praticantes odindrios das cidades, e decica um capitulo ao “Andar pela cidade", 0 118 coRPoS & CENARIOS URBANOS due ele considera a forma mais elementar deste experiéncia urbana, Varios autores tratam da questéo do andar, em particular do andar na cidade, tlvez Balzac com a sus Théorie de la démarche tenhe sido um dos primeiros a tratar do tema, certamente @ questo do andar é significativa e esté relacionada com @ erréncia, mas 0 errante urbana xpi olém da questo do andar para chegar na experéncia do percurso, jo percorrer, do, deslocamento ‘gue, pode tamibim se dar.nor ‘quehd um conhecimento espacial, propria desses praticantes, ou uma forma de apreenséo, que ee relaciona om um saber subjetivo, lddico, amoroso embaino, 20 contro, a part dos limites onde termina a visibitidade, {que vivern os praticantes ordindios do cidade. Forma elementar dessa fexperigncia, eles s80 os andarilhos, Wandersmannes, cujo corpo ‘bsdece as pleituces e dscontinuidades de um texto urbeno que eles fesrever sem poder ler. Esses praticantes brincam com os espagos ‘que nBo so visio; eles tim um conhecimento tdo cego do espaco ‘quanto no corpo a corpo amoroso, Os caminfos que eparecem nesses fencontios, poesias tiradas de cada corpo é um elemento assinado entre varios outes, que escapam de lisiblidade. Tudo acontece como se uma ceguera caracterizasse as préticas orgenizedoras da cidade habitada. (Ld... git nosso) Esta cogucra de que fala De Certeau seria exatamente 0 que garente tum outa conhecimento do espacoe da cidede, 0 estado de esprit evante pode ser-cego, jd que imagens ¢.representaghes 9605 visuais ndo $60 eis Je AS RUAS E AS SOBAGENS DO NOSSO DAYDREAM DIARIO SE ENRIQUECEM > VE-SE Q ELAS NAO SAQ ‘BOBAGENS NEM TROUVAILLES SEM CONSEQUENCIA > SAO © PE ‘CALGADO PRONTO PARA O DELIRIUM AMBULATORIUM RENOVADO ACADA Dia. ‘As experiéncias de investigagao do espaco urbano pelos artistas etrantes apontam para a possibilidade de um “urbenismo poético”, que se insinua através da possibilidade de uma outra forma de apréenséo urbana, o que levaria a ume reinvengao pottica, sensorial, das cidades, Talvez a maior critica dos artistas errantes aos urbanistas modernos tenha sido exatamente 0 que Oiticica resumiu de forma tao clara no que ele ‘chamou de “poetizar do urbano”. Os urbanistas teriam esquecido, diante de tantas preocupagdes funcionais e formais, deste enorme potencial poético do urbano e, principalmente, da relagao inevitével entre 0 corpo

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