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Questdes da Nossa Epoca ; Volume 8 _ PROFESSORES REFLEXIVOS EM UMA ESCOLA REFLEXIVA | 8° edicdo 4 tempresio Sees Dightalzado com CamScanner eas . capitulo 2 {A formagao do professor reflexivo Introducao! (0s educadores brasileiro, como os educadores em smultos outros paises, soferam a atragio que resulou da onceptualizao do professor como profisional rellexivo, E imteressane que possamos desconstrair o que pode ter tstado subjacent ato grande adesio para compreender: fos 0 quc somos como profeswres € como nos sentimos hata profs, mas tamber o que alguns de nos senter ‘eso com frmadotes de professores. ‘Apso que poderiamos chamar uma apaesticarecep- 20, anste-se hoje, no Brasil, uma critica acess contra a ‘roposta do profesor seflexvo (et por esemplo, Pimenta fe healin, 2002), porta também eentareompreender se Digltalzado com Camscanner “ ‘a cy pritica quotidiana dos professores. s ee £Em que se baseia a nogdo de professor reflexivo? Anocio de professor reflexive baselase na consciéncia ‘i capacidade de pensamento e reflexto que caracteriza Ser humano como criativo e lo como mero reprodutor de elas priticas que Ihe sio exteriores. E central, nests mas vezes incerta © . rma intoligente e flexvel, suas € asa Na concepedo schoniana (Schon, 1963, 1987), ma "9 deste tipo € produto de wma mistara incegrada O° trian, Stet eante e evidencia uma sensbiidade qUa8e 2308 Indices, manifestos ou implicitos, na situa? om presenes estos ou implicit tae —_—_ cress ores eH HATO como se explica ofascinio que atraiu? 1 esta nova conceptualizagio pode ser eee (cio a crise de confian- enous iveron neon ; cre td spn prion = ee08 crac pret a tern oe ane cen aap peogero,0 alto a temp da ps, agit do pe aan ec normaimente sire odessa aot mas cartelaen 9 reconccment® 4 ar dad don poems de one sotedade atl 4 dene tons cite tena bons posonas cat eens scar ven epesetgtes ot ‘ment comextia aca d props dopo tootsie no Bale expe no pla sr da fetid de peters wo sev pts arbor pla roots ean gue congo ata params Moir bani Pen eco tra autor, a Sma do sme, ana que pom opt 3 = avaloinago da excola ede seus proisionais nos procesios {de democratzago da sociedade brasileia; a contrbulglo {do saber escolar na formagio da cidadania, sis apropiagdo ‘como processo de maior igualdade sociale insere3o erica no mando (e dat, que saberes? que escola?) a organiza ‘a escola, os curtculos, os espacos eos tempos de ensinar «aprender: o projet polticee pedagdgco, a democratizacdo ‘interna da escola; o rable coletve; a condigdes de tra tho de estudo (de reflexdo), de planejamento, a jornada Digltalzado com Camscanner ld emunerads, os ares, a mpordncia dos professes nes te process, as responsbiiides da univer dn sin ‘kaos ds governs neste proces ese com espage 4e orsiac30 continua; os alunos queso? de onde vm? ‘que quorem da escola (desis epresentaes) dom po. fessores: quem so” Come se wee a pris? Da poi So: profisso? Eas transforms soins, polis, coond mies do mundo do trabalho eda socked da informa ‘somo fam escola eos professor? (Pimenta,em Pinen- ‘ae Ghedin, 200238) Continuo a acredtar nas potenclalidades que nos afte rece a proposta de formagio do professor refleivo. No met Pais reconheco nela um potencial que tem ajudad os pro fessores a tomarem eonseiéneia da sa identidade profs sonal que, so ela, pode levar 4 permanente descoberta de formas de desempenho de qualidade superior ao dese volvimento da competéneta profssonal na sua dimensio holistca, interativa e ecolgiea. Reconheco, porém, a ne- cessdade de proceder a novas formas de aprofundamento © de, como airme: na intoduco, azentuao carter col Dorativo no coletiva dacente. Porque aatual desilusio? As tds hipoteses por mim levantadas inciatmente pirecem tet, no seu conjunt, algum valor explicativo, Colocaramse as expectativas demasiado alto e pensou-se ‘que esta conceptualizagZ, tal como um porinho magico, ‘esolveria todos us problemas de formagdo, de desenvol- vimento € de valorizagso dos professores, incluindo @ rmethoria do Seu prestigio sock, das suas condies de trabalho ¢ de remuneracio, Além diso, era que o con trio easonclal que the subjaz — o conceito de reflexdo = nie foi compteendido na sua profundidadee pode ter redundado, em eertos programas de formagio, rim mero Hoga «a mode, mas desttuido de sentido, perigo para 0 ‘qual atempadamentealertei, Por fim, € necessri reco- rhocer a8 dificuldades pessoaise institucional para pr fem acto, de wma forma sistemstics eno apenas pont, programas de formagao (Incl e continua) de narera feflexva {Qual arelacao entre o professor reflexivo ea escola reflexiva? © professor nto pode agi soladame neste local, oe local de trabalho, que ele, com osouteos, seus colegas, consti 2 profissionalidade docen Vida dos professores temo seu contexto prop, aesol, festa tom de ser organizada de modo a erat condigies de reflexvidade indviduaisecoleivas Vou ainda mais ong. ‘Acscola tem de se pensar si propa, na sua miso © 0 ‘modo como se organiza para a cumprie. Tem, também ea do ser retlesva Maso que 6a escola? Uma comunidade educativa, um rupo socal canstituido por alunos, professorese funci- Ratios e fortes ligaedes & comunidad envolvente através os pais dos representantes do poder municipal, 4 dein Digltalzado com Camscanner a) ‘que a escola Como formar teflexiva? rofessores reflexivos para e numa escola ‘No sou livro Educating the Refletive Practitioner, Donal Sehim, o grande inspirador do movin nto do professor rellexiva, 1 Keo acorrida entre o violone. lista Pablo Casals « loneeto. Numa pr tocar coma, tinh ensinade a le aia. a tal ponte que ela se tornou una ipa fiel do mestre. Chegadosaeste panto, o mest artis pes 1 violoneeto e tocow a pega que The tina ensinad, uma Pega de Rach, mas toe wna maneirainteiramente nova Dissethe entio: “acabo de the demonstra eomo ¢ que improvisa Rach, partir de agora, estude Hach desta a. improvise: sa vinheta pie em relewe os limites do at deen lacao as porencialdades do ato de render. esse episdiio emerge o poder da eriatividade, os oss propria mie vida socal esta eapacidade uidade que temas de encom nelra de agire de imtervie alse a de sstematizarmos conhecimenta sobre o que ft vemos ¢.8 condigdes em que agimos e que condicionam o qué © 0 como, capacidade reflesiva ¢ inata no ser humano, ela necesita de contestos que fivorecam o seu desenvalv pers NOS MUMASCOARTN a mento, contextos de liberdade e responsabilidad. £ repe fidamente afirmado, nos estudos.em que ofitor éxido1em consideraca evelam em por em alos meen tes criancas, adolescentes ou adultos. preciso veneer lexi audifcuklade que os participanes sos reflexes, soja insreias, € preciso vontade € persistincia, € procisn fazer um esforgo grande para pasar do nivel mer critivo 0 narrative para o nivel em que se buscam iter pretagdes articuladas e justificadas e sistematizagbes Nestes comtextos form vos com ase na expericnca, a expressio eo dilogo assume um papel de levancia. Um triple diilogo, podereiafiemat, Uru diogn ‘consigo proprio, um ddloge com os outras antes de nds constr conhecimentasqque sv «© 0 dislogo com a pripria situa, si ‘como Schon nos refere na Este ditlogo nie pode quedae-se a um nivel menamen: te descritivo, pois seria extrema © pobre Te de atin ium nivel explicate eeritice que permita aus prise ‘als do ensina aie 1 com o pater da ez, (Os formadores de professores tem uma granule respon sabilldade na ajuda ao desenvolvimento desta capacidade pensar autondma e sistematicamente, Etim vind a ser esenvolvidas uma série de estatégis de grande valor formativo, com algum destaque para a pesquisi-aeio 80 ve concerne a formaci de proessores em con trabalho Fenso que a pesquisa-aqo,a aprendizagem a partir da ‘speriéncia wa formagio com base na rellexo tm muitos Digltalzado com Camscanner WM ) a aprendizagem experiencial; ©) @ abordagem rellexiva, "xplcare a sua ariculagioa partie de uma figura que, Para oefeta labore! Digltalzado com Camscanner 1H | eerie evapo spam tia OOO09): A pesquisa-acio,a aprendizagem experiencial ea abordagem refiexiva A pesquisa.agio é uma metodologia de intervengto social cientifiamenteapoiadae desenrola-e segundo cicios de planiicaco,agzo, observaeao,reflexao, Como parte de "um problema que se pretend solucionar ¢ como se sabe {que parabem resolver um problema é preciso caracteri2i0 Primero, introduzi, na representagsoda minha conceptua Tzagao, o elemento “problema asocieithe as dimensbes ‘observacio ¢reflesio que permite caracterizo, ‘Se considerarmas agora a abordagem experiencia, cao _modelo fol concebido por Koll (1984), relembraremos He aprenilizagem & umm processotransformador da experiéns fa no decoreer do qual se di a construcio de saber, Este proceso compreende quatro fises, hustradas na gua So elas: 4) experiéncia conereta, by observacio reflexiva ©) conceptualizacao, 4) experimentagio aiva, ‘A esséncia do modelo é muito simples. Por processos de cbservacao refleeio, a experiéneia é analsada e com ‘eptualizada, Os conceitos que resulam deste processo de luansformagio servem, por sua ver, de gulas para novas, experiénciss, o que confere a aprendizagem também um catiterciclico, esenvolvimentista ‘A relago deste processo de aprendizagem com o per- curso da pesquisaacio é abvia. Tamando como ponto de arta os problemas emergentes da pritica Drofessores como atoresenvolvides, exe eletivamente cles forem assumidos como problemas elativamente acs quais votidiana dos ‘© quer dar resposta, impde-se, como primeira tatefa, a ‘ompreensio do problema nos seus varios elementos. Este Drocesso dle desocultacdo da situagiio problemétiea, esta snilise estruturada e enquadradora, decorre de um pro- cesso de observacio e retlexo, necessirio a adequada eneepiualizao da solucio a plana, que corre na Fase seguimte, Compreendido 0 problema, urge planficar a soluclo deataque epé-ta em execucio para, de seguida, se observa ‘dueresula da experiéneia, se eonceptualizarem resultados ea Digltalzado com Camscanner iW | problemas emenzentes, ae planifca ot velar, em ‘tan assim num novo cielo da expr da prssstacio. ‘Se agora analisarmos o pracesso numa perspectiva reflexiva de cari schonlano, pademos nele encanta a componentes da reflexio na ago © sobre a acio, & que actescentei a da wellesio pars aco, to importante na pesquisaagio, Areflesio na acto acompana a ago em curs e pres: supe uma conversa com ela. Relleimos no dec da ‘propria aco, sem a interompermos, embora com breves instants de dstanciamentoe reformulamos 0 qucestarnes fazer enquanto estamos reali, tl come fazeros na Jneracio verbal em stuaglo de conversa, Ateflexio sobre a acio pressupde um dstanclamento 4a acho. Reconstruimos mentalmente a acio para tentar analis-aretrospectivamente Para que a dimensio formadoraatinja um alto gra formativo eum valor epistémico,resultando em aquisgio de conhecimentos a disponibilizar em situagbes fuuras, Importa que esse processo seja acompanhado por ua et-elleaso sistematizadora dasaprendizagens ocorridas. Eo processo de merarretlesdo de que nos fala Schon, sobre a reflexdo Dor em destaque a relevinesa da reflex na acio, ‘Um poueo portodas as escola ext a surgi grupos de professores que se consttuem para estudar um assunto o# tencontearsolucio para um problema do seu quotidian |o revela um comprometimento com a protissio, um de- sejo de aperfeicoamento praissional uma manifestacio de imteresse pela melhoria da qualidade da educa. Pate- come, porém, que nit bastam boas intenoBes. & preciso ther como se pode ser mais reflexivo, para se ser mais “minoma, responsivel citico, lem, ox melhor, em complementaridade com a pesquisaacio, existem outras estratépias de desenvole mento da capacidade de reflexio. Ocorr-me mencionar as seguintes 2) a anise de casos; ) as narrativas; ©) a elaboragio de portfolios reveladores do processo de desenvolvimento seguido; 4) o questionamento dos outros atores educativos ©) oconfionto de opines ¢ abordagens; 1) 0s grupos de discussdo ou circus de esto; 8) 8 auto-bservagio, 1) supervisio colaborativa 1) as perguntas pedagogicas, Muitas destas estraégia, alas, fazer parte dos pro Pros processos metodoldgicos empregues na pesquis@acio ue envolve um trabalho de projeto mais ou menos longo

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