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Guia paraa Organizagao da Vigilancia Alimentar e Nutricional na Atengao Primaria a Saude MINISTERIO DA SAUDE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Guia para a Organiza¢ao da Vigilancia Alimentar e Nutricional na Atengao Primaria a Satide Brasilia - DF 2022 2022 Mint da See, GOO] SAAT SR IA wn ce ue cae fort, ‘algae nsttuclonal do Ms da Sage pode ser acssas, a tga, ra Bttec Vtulem Sade do Minstro do Soe: bss saude poubr Trager: 1 eg - 2022 verso eltrica Secretaria de Aang Piri 3 Sate Departamento de Premayso da Saade Coordenaae-caraleAlmertaco eNuieo Eplarads dos Rinistes, loo & Fac arene, ale 8 ander (EP 70058200 -BraslaDF Se htpsi/as Saude gor ‘UaeRsiDADe FEDERAL DE SERGIPE Departments de Nutri da Universidade Federal de Serge Cage Unvestna Pot ose Also de Campos Avenida Marechal ons s/n” Bare arin Ros Ee, So Crit cee-aatoncco organo Departameran de Nuri da Universidade eda oe Serpe Serer de Manga Prinri 8 Sade tor gerat Raphael CBmara Medes Parente Spenser Gite Ave Barc Juans Rerende Mele ¢3 Sia osragto enc ea _anceesa Brat Fagurdes osrayo de eo ‘na Waa Cavatante se Lima AnaNaraSparicl, ‘iene Sha do Carne Beat Goovea ure Ghracectarbere dese Fouad Aigo Ferandes Nikon {ite tne Gece esice Petros a3 Sa Jee des Santos Fark Raves soa era Seen Pauls de Santos Lei Ralaela da Cosa Santn de Andrade als Cncexto revera Sara tra da Shs Sia Eugbnia Olvera aka Julara che Heck luda Santos itr Redrgues Paulo Henique Gomes daha claret -amands sel Certo dos Santos Avda Jacque Fortes Feria ‘eile Agua Ferera Carica Birra Haber Lovrengo Grains Gnrs de Obes Daniel Lopes Gomes Danelle Ges do iho Dene Olea e Sia fds Amorim ae Este Moutio Crea Cabrel Repire Passos de Alneds Gibera fae ele aoe br Ins ugar Reo de Castro rs Eranvel epus Joanna Manzano Saba Rice Loess Loess Luana de eve gino "3 Gangabes Perera dasa Natanaa dejesus Sha Raquesimoes Mendes Neto Fenaa Rebels Mendes Rade Cissa ero siha SanturaAtegy Sha Voring Thais Rangel Bousquet Caro Vanesa Ramos ten Waressa Montero Passos Wiome Corea Fontes Projo pene dogromasto: Allgpe At 8 Design emalen Daniele Rosa = Eotors MSVCGDL Dena de guia Sha Etre MS/CGDL Ficha Catogstia rs Minto do Sade ‘ulapaa a erganzagae ds VglncaAlmercareNsiconal a Aero Prima 8 Sade recs elec Winstéri Saide UniesdadeFeserale Serpe. = Basa Ministre d Sale, 2022, Sip Moco. cess: Word Wide Wes nets Saude gobespubacoesgi,o“anzaao ancl alientar patidoralp ISBN 978.69.8953.380-1 1 eng Pa Side, 2. Poca Nation 3, inl Abrentar e Nutra Thue, coud? ‘Catalogo a foe = Coordenasi.Geral de Dacureiaci forraco - Etre MS ~05 202; lpr aap A Guise rte rganeaton cf Feod and Nuttin Sunline n Primary eh Cre PVE COTE ue On cee Mecca Pee) Cee ener R eure Cee cee ns eee sy Recursos financeiros Ce nee Como realizar a Vigilancia Alimentar e Nutricional? Cee cu ee es Diagnéstico Nutricional. ec eC ee Eo) Adolescentes (210 anos e <20 anos) ‘Adultos (220 anos e <60 anos) Pree) TA Cee eC et aces Como agir a partir dos programas, estratégias e linhas de cuidado?. ree et CIE Teed aunt Daal — ao — os or) [ANEXO - Ganho de Peso Gestacional (GPG) cumulativo (em quilos) de acordo Ceol ae eecee) Ey Apresentagao Seja bem-vindo(a) a0 Guia para a organizacéo da Vigilancia Alimentar e Nutricional na Aten¢éo Priméria @ Satide. O objetivo desse material é orientar profissionais e gestores de satide da Pete EE cee kee ku cua ae Tee eee eee ea a cea eee See eee eee ee eee eee ee eae ee eg ee ee ake ee ete) Term ea ie Re eee ae ec Peete 0 Ciclo de Gestdo e Produgio do Cuidado, apresentado na publicacao Marco de Referéncia da ee ane gen ee Ree ec Peete ee a eee ee ey ur hn local e ser consultado na rotina do profissional de satide da APS, auxiliando-o no momento Peer eee eter ees ete ne eae Pete Pre eg eset eee ee eee tere Pe eee lg ec ere tr ree eee ee ee eI eee eS ee te O que éa Vigilancia Alimentar e Nutricional? ‘AVigilincia Alimentar e Nutricional (VAN) consiste na descriggo continua e predigao de tendéncias, das condigdes de alimentagao e nutrigao da populacso, bem como seus fatores determinantes. Deve ser construida no somente pelas agées de vigilincia em satide na Atengao Priméria a Satide (APS), mas tamibém por informagées derivadas de outros sistemas de informagao em satide, dados de inquéritos populacionais, de chamadas nutricionais e da produgdo cientifica em geral(@RASIL, 201 3). AVAN € uma potente ferramenta para apoiar todos os profissionis da APS na avaliagdo do estado nutricional e do consumo alimentar da populagdo e para o planejamento de intervenes @ partir do observado de forma individual e coletiva, Deve orientar a organizago do cuidado e da atengao nutricional¢ polticas relacionadas & promogio da satide ¢ da allmentagdo adequada e saudavel em todas as esferas de gesttio do SUS. Além disso, contribul com a participacao social e com 0 diagndstico da Seguranga Alimentar e Nutricional nos territérios (BRASIL, 2013). O Sistema de Vigincia Almentar e Nutricional(Sisvan) 60 sistema eletrGrico utlizado para gestso as informagées de VAN. Os dados coletados no territério sSo registrados no e.SUS APS (dados aniropométricos e marcadores de consumo alimentar), oriundos de atendimento e/ou atividade realzada nas Uniaade Basica de Satie (UBS), nos domictos e em atividaces deservobidas nos equipamentos sociais, € integram os relatérios do Sisvan possibiltando © monitoramente © a avalagdo da stuacdo nutricional alimentar da populagdo brasileira. Dez objetivos da VAN' @© Detectar ¢ prever situagdes de risco alimentar e nutricional, bem como suas tendéncias temporais © Connecer agravos atmentares nutrcionais de forma precoce © intervir, de forma imediata, nos agravos e nos distirbios de alimentagdo e nutrigdo da populagao. © orientar adequadamente tanto os profissionais quanto a populagSo para a implementago € partcipagao nas linhas de culdado e na Rede de Atencio 8 Satide, © conhecer a evolusdo © © prognéstico dos agravos nutricionais, estimando a gravidade, a periodicidade de rerncidéncias e 0s melhores caminhos para superacio destes. © Fornecer informagdes para o planejamento e a formulagdo de agdes, orogramas e politicas governamentais correlatos & alimentacao e a nutriczo. © Moritorar e avaliar os programas e as polticas sociais relacionados 2 alimentagdo e & nutigao. © Arcs eicicia,efeividade e eficiénca de procedimentos e medidas de controle mo trata mento de pessoas acometidas por agravos nutricionais. © Produzir informagdes que inferem sobre a disponibilidade, a qualidade e quantidade de alimentos, © Gerar conhecimento sobre os determinantes dos principals agravos nutrcionais AVAN pressupée a padronizagao de rotinas de monitoramento e avaliacdo da situagao alimentar € nutricional da populac3o acompanhada na APS. Com base nas caracteristicas de satide observadas, é possivel organizar linhas de cuidado que visam orientar a oferta de agdes e servicos de satide centrado no cuidado de cada pessoa e em suas necessidades, sendo fundamental ‘compreender a magnitude de cada problema de satide identificado. TBiaptado de Moras et a, 2014, Engsiton, 2002, Sika; Ergston, Zaborow'sk 2002. Etapas para fazer a VAN {As etapas que compdem a VAN estio descritas no Ciclo de Gestdae Produsio do Cuda (Figura 1) Figura 1 - Ciclo de Gestdo e Produgao do Cuidado Fone: Bras, 20153, © ponto de partida da VAN, tanto no Ambito individual quanto no colelivo, 6 a avaliago do esta- do nutricional a partir da coleta de dados antropométvricos (princioalmente peso ¢ altura) € de consumo alimentar. A avaliagio dos dados inaividuais registrados nos sistemas de informacao da 'A®S gera um diagnéstico coletivo, seja da UBS, do municipio, do estado ou do pals, com outras possibilidades de estratifcacao Acetapa seguinte a andlise das informag6es para a tomada de deciso, com base no reconhe- cimento dos problemas mais comuns ¢ prioritérios do territério, com definigdo dos recursos. humanos, dos materiais fisicos e do prazo para realiza¢do da etapa subsequente: a ago, que visa intervira partir dos resultados encontrados. Ands a ago, é importante que haja a etapa de avaliar (Bo, fundamental para conhecer os efeitos do que foi realizado e que fornecers subsidios para 0 planejamento dos préximos passos (BRASIL, 2015a). € fundamental visualizar 0 Ciclo de Gestdo e Produce de Cuidado como um eixo continuo para a realizaco da VAN, independentemente dos resultados que encontramos. Por meio deste encadeamento constante, que s6 ocorre quando 0 Ciclo estd integrado na rotina da APS, seré possivel (re}canhecer a situagao alimentar e nutricional de cada terrtério e predizer tendéncias no Ambito coletva Como estruturar a Vigilancia Alimentar e Nutricional? Recursos fisicos e materiais ‘Antes de comecar a realizar as ages de VAN, é preciso checar se todos os recursos necessérios esto disponive's. Varios conhecé-los? Quadro 1 ~ Recursos fisicos e materiais para estruturar a VAN © local deve acomodar as pessoas ¢ os equipamentos de antropometra confortavelmente. . Deve ter um piso plano e uma parede isa, sem rodapé, para que consiga| Espage de trabalho oooyar adequadamente os equipamentas e outros materais de trabalho (ambiente deve terluminosidade suficiente e terperstura agradével evtan- do correntes de ar que possam afetar, especialmente, os benés e os idosos. contin onesie Equipamentos para avalaglo antropométricsdisponivels em funcionamento. Dever ser fxos avando as agBes acontecem na prépria unidade de saide ou méves, quando acontecem em localexterno.Aequipe também deve cispor de acess6rios porttels para funcionamento dos equ pamentos, core forte de energia, pas, aterias, adaptadores de tomagas e excensGes Para. avalacso de pessoas menares de 2 anos &exgido Equlpamentos | «estadimetoinfatl ou ant-optmetr horizontal Ps '* Balanga pedidtrica, com capacidade minima de 15 kg. + ita antropomética Pra a avaliagao de pessoas maiores de 2 anos & exigido: * Estadiémetro ou antropémetro vertical. + Balanga adulta, de plataforma, com capacidade de 200 kg e dimensbes de 74.em de largura por 90 cm de comprimento, ne minima, + Fita antropométrica Computador ou tablets com acesso 3 internet para Unidade Basica de Satide (UBS) informaticada Materials de apolo © documento Boses Metodolégias para Organizacdo da Vigilancia Aimentar € eines ‘Nutricional na Atengdo Primaria @ Saude nutricional* Calculadora, discos de IMC, tabela com valores de estaturafatura a0 quadrado, Curvas de crescimento (crianga ou adolescente) e de ganho de peso gest onal (gestante) © usudrio deveré levar em todo atendimento: + Cadastro de Pessos Fisica (CPF) ou Carlo Nacional de Satide (CNS). + Caderneta de Satige se gestante, criangs, adolescente, idoso, etc) Documentos e/ou 05 Profissionais de salide deverdo ter em mos: plataformas para _* Tablet e/ou computador com os prontuarios eletrGnicos do e-SUS ou. registrosdosdados sistema local (para UBS informatizadas) + Fichas: Atendimento individual, Atividade Coletiva, Visita Domiciliar ¢ Territorial, Procedimentos e Marcadores do Consumo Alimentar (para UBS nao informatizadas), 1 TRIA ~Triagem para a Inseguranga Alimentar. Fonte: ebboragio pra. Consul as cuvas necesséras paraaavallage nutriional da fase ou evento do curso da vida no formato para Impressio. Q FIQUE ATENTO(A) Considerando o contexto epidemiolégico e seus fatores determinantes, a utilizagao da TRIA é recomendada para avaliar 0 risco de inseguranga alimentar dos individuos suas respectivas familias. Recursos humanos Conhesa, agora, as atores da VAN! Cada um deles tem um papel ‘undamental para 0 andamen. to das ages, Quadro 2 - Recursos humanos para estruturar a VAN Carlos “Todos os profissionais ae satide da APS (agentes comunitérios, méaicos, enter: meiros, técnicos em enfermagem, nutricionistas, isioterapeutas etc) so res- panséveis par realzar a VAN e devem ser capacitados para coletar os dados de antropometria eo consumo alimentar durante os atendimentos eas atvidades de rotina. Nesse material esses profissionais esto “epresentacos pelo Carlos. ‘Ana Licia (OW gestor(a) da AS é responsive por gerenciar a VAN no nivel local, devendo {garantie infraestrutura e equipamentos adequados, capacitacao e mativaggo st dos profissionais de satide para realizar as agdes. Também é responsavel por estabelecer um fluxo de infarmacées, planejando como serd o trabalho das lequipes desde a identificagao dos Usuarios, avalagio e regstros dos dados nos sistemas da APS até o compartlhamento dos resukados, Ana Lacia representa uma gestora da VAN Fernanda ‘Anutricionistavinculada a secretara de sade como Responsével Técnica (RT) das palticas e programas de almentacao e nutrigdo na regigo trabalna dretamente analsando os ndicadores de VAN e pode dar apoio técnico-cientifico aos gestores € profssionais de salide para estruturar eimplementar as arSes de wiglancia na 9S, Fernanda representa uma Responsavel Técnica, Joana ‘AVAN no poderia acontecer sem envolver o seu pablico: os usuérios do SUS. Profissionaise gestores precisam garantir que a VAN sela realizadannarotina das equipes de satide, alm de mobilzar os usuarios para particpar de ages de Vigilancia, que permitirgo 8s equipes direcionar a intervengo de acorda com a reallaade e praverincervensées para toda comunidad com base na informagao do coletivo. A Joana, usudria, nos acompanharé nesse material. Fonte: ebboragio préeria AVAN no 6 uma atividade exclusiva do nutricionista, e nem sempre esse profissional integra as equipes na APS. Mesmo na auséncia do nutricionista, a VAN é uma ferramenta de apoio que pode € deve ser utlzada por diferentes profissionais de satide para obterem, de maneira simples € objetiva,o diagnéstico alimentar e nutricional dos usuarios com seguranga e autonomia, ‘Apesar disso, a presenga de profissiorais da nutrigdo na coordenagao ena organizago do fluxo da ‘VAN, assim como nas atividades de capacitagao, pode potencialzar as aces. Ac considerar a rotina dos profissionais, as possiveis mudancas na equipe a constante atualizagao das evidéncias que norteiam os servigos de satide, € importante realizar capacitagdes de forma continua. O quadro abaixo fornece algumas orientagées gerais para a organizasdo desses momentos, Quadro 3 - Capacitacao dos profissionais para a coleta de dados da VAN [AVAN deve ser realizada por qualquer profssional com conhecimente da técnica antropométrica e conhecimento sobre a avaiag0 das marcadores de consumo alimentar. Na antropometria, erros na execugo dos métodos antropométricos Porque fazer podem ser evitados com treinamenta periédico, rev'sdo constante dos conceitos ‘e quem deve ttécnicas, e manutengdo dos equipamentos. Erros nos procedimentos, na eftura fazer? ‘ou na anotagio das medidas so comuns, mesmo quando o profissional est familarizado com a ago, Desculdos ou procedimentos inadequados trazem in- formagées superestimadas ou subestimadas e podem prejudicar a nterpretscao do estado nutricional + Identifier ene as equipes da APS 05 profssionais que possuem conhe: Quais as Cimento tcrico® experénca em antropomelt'a e com os nsttumertos cess de avalagio de marcacores de consume almenter para contribu com a organizagio capactagso + Na auséncis de especalstas ou técicos com essashablidedes,ogestor deve buscar parcerias:lcalzarprovissionaiscapackados que atuam er outros ser vicos da rede de saide ou unversidades com cursos na rea da sade, como nutrigo,enfermagem ou medicina, que possam fornecercapactacbes, apolar Ss aches e favorecer 0 process de ntegragao ensino-ervigo + Contactar 8 CoordenacSovArea Técrics Municipal Regional ou Estadval de [Almentagio e Nutrsao para apoier 33,80 + Organizar norris visveis para os profsiona's de sae que fard0 2 copactayz0, E preciso inclira parte te6rica e as atvidades préticas que abordem os seguintes temas A + Sensitlzago: a importéncia da VAN no culdado ao ususro do SUS e no uso iH unis oe dasinformacbes para a gesto em sade 1 eonteatton ‘* Antropometria per fase cu evento do curso da vida i devem + Coletaeavaagbo dos marcadores de consumo almertar. comporuma —_« egisiro de dados nos sistemas de informagio em sade, em pronustios, capaitagioem —” crmulnasecaderetas de acompannamero de sade + Avallagio do estado nutricional individual e coletiva incluindo a andlise de Indicadores nutricionais a partir dos relatérios do Sivan, ‘= Tomada de deciséo para agbes individuals ou coletivas em alimentacio e nutrigs0 ‘A‘requéncia das capactacées deve obedecer a dermanda de atual.zaco e de rotate ddade dos profissionais, Os gestores devem iar atentos sempre que houver mudanga ‘Com que fre- na equipe de profissionais que aluam na VAN, para fazer uma nova capactacSo. Os quéncia as capa-_profissionais de satide poder solictar atdades de educagdo permanente, recone citagdesdevem —_cendo que exercicio da VAN exige uma continua revsio para a préticaprofssional ser realizadas? _Além disso, ¢ interessante implementa” atwidades de educagso permanente com ‘temas especticos (por exemplo,revisSo das técnicas antropomét”cas), sempre que hhouver reuniio de equipe, sem sobrecarregar a rotina dos profissionats Fonte: ebboragae préeria, Recursos financeiros Os recursos financeiros para a execugéo das aces de VAN na APS estdo no escopo dos valores repassados pelo Fundo Nacional de Satide na modalidade fundo a fundo aos estados, a0 Distrito Federal ¢ a0s municipios para o desenvolvimento de ares e servigos puiblicos de satide do SUS, desde 2078, passaram a ser organizados ¢ transferidos na forma dos blocos de: 1 - Custeio das, ‘Ages # Servigos Piblicos de Satie; e 2 - Investimento na Rede de Servigas Pails de Satide Os equipamentos antropométricos constam na Rela Nacional de Equipamentos e Materiais, Permanentes financidveis pelo SUS (Renem), e, portanto, $0 comumente inserides em editais ou atas de registro de prego do Ministério da Satide, o que facilta a adesdo por gestores municipais. Recomenda-se, ainda, que os gestores fiquem atentos aos incentivos financeiros disponibilizados pelo governo federal e outras possibilidades, a exemolo das emendas parlamentares que abran: ‘gem recursos solicitados via Poder Legislative para a compra de equipamentos antropomeétricos listados na Renem, Mais informagées sobre 2 Renem, acesse, disponivel em https://portalins. saude gov or/renem Para a implementagao das agdes da Politica Nacional de Alimentago e Nutrigdo (Pnan), hé © Financiamento das Ages de Almentago e Nutrigdo (FAN), insttuido em 2006, comumente des. tinado pela gestdo municipal para o desenvolvimento de ages referentes & VAN e & promacao da alimentac3o adequada e saucével Além disso, desde 0 ano de 2011, por meio da Portaria n® 2.975120" 1, fol instizuido 0 apoie financeiro para a estruturacao da VAN por meio da aquisi¢ao de equipamentos antropométricos para os munic’pios ¢ o Distrito Federal que atualmente estavigente e orepasse é realizado mediante disponibilidade financeira e orcamenta do Ministério da Satide. Quadro 4 - Exemplos de aces para estruturacao e apoio da VAN *= Manutengtio de eauipamentos: balancas, estadiémetros, compuradores. + Impressao de materi grSfico, materials técnicos elaborados pelo Minstério da Saide, compra de -acessérios de tecnologia da informago, como cabos e adaptadores ‘So exemplos de ages: + Monitoramento dos programas: aces de VAN para acompanhamento e moniteramente dos ind- adores nutricionais relacionados a programas de almentagdo e nutigdo previstos em instrumenttos de gestdo do SUS, publicagdes de boletins peridcicos com cobertura e ind cadores do estado nutr- clonal e do consumo alimentar da populacso + Educagao permanente e continuada: formacgo em VAN ¢ em alimentagio e nutrigdo para trabs: Ihadores de sate com recursos de custeio, coma a realizado de capaciiagdes sabre VAN, sobre sistemas de informagao da APS. Essas atwvidades podem ser utlizadss para potencializar a imple- mentagdo e o manitoramento dos programas e das ages federais. Pequenas reformas estruturais nos esparos dos servigos de satide em que acontecem as ag0es de VAN; ‘Aquisigao de equipamentas antropomeétrices via portaria de est-uturag3a da VAN ou indicagao de emenda parlamentar Fonte: eaborago propria Fluxo de informagées da VAN ‘Vamos ver 0 percurso a ser percorrido para que os dados da VAN obtidos na APS se tornem in- formagGes sistematizadas e Utels para o territ6rio. O Fluxo de informacées da VAN é uma tlustracdo_ detalhada das etapas do Ciclo de Gestdo e Produgdo do Cuiaado, Figura 2 - Fluxo de informagdes da VAN u | e ¢ Ss 7 rican > OY antropométricos =a oe cin —— =e rage or ssa det nde c sehen, ole senate = es an Ts coe Boe en "es Rreepotees oe J para van {SF-USF- PROGRAMAS INTERSETORNS Comparth os resitados comouresgesores e2oa0 vy) AY -Responsave Trico Side + fest Sc APS “Armco Prin Sue uci » nuts SE Esti de Soe da Faria Preudtndascal USF “Unidade de Sade da Fama Forte: elaborasao propria Como realizar a Vigilancia Alimentar e Nutricional? ‘Veremos agora as orientagdes sobre o Diagndstico Alimentar e Nutricional.iniciando com informacoes sabre Como pesar e medir: equipamentos recomenclados e procedimentos para realizar a avaliac3o antropométrica dos usudrios da APS de forma adequada para cada publico. Em seguida, serdo apresentados os indicadores nutricionais para cada fase/evento do curso da vide. ApSs 0 diagndéstico utricional, veremos as orientagdes sobre como avaliar 0 Consumo Alimentar, a fim de conhecer a situagao alimentar dos usudrios e do terriério, Neste tépico do Guia voc8 poder consular também as orientagdes gerais para o atendimento 2 cada ‘ase do curso da vida e as orientagdes integradas para allmentagdo e nutrigdo, Como pesar e medir: equipamentos recomendados e procedimentos Para a avaliagdo antropométrica inicialmente escolha um local adequado para sua realizacao, promovendo canforto, acolhimento e respeito & privacidade da pessoa que ser avaliada, Para realizar a antropometria, conheca cada equipamente e verifique 0 passo a paso para realizacdo das medidas Quadro 5 - Equipamentos utilizados e orientagdes de uso Stns Balancas UUtiizada para medir a massa corporal total (peso corporal), devendo ter precisdo necesséria para informar ‘peso de um individuo da forma mais exata possivel ESE tel eee eed =a —_ Como usar e posicionar? 1. Acrianga deve ser pesada e medida sem roupas e sem fraida, sempre que possivel. Pega ao res- pponsével para retirar as roupas da crlanga e Colaborar na aferiglo da medida, Explique os procedl- ‘mentos a0 mesmo tempo em que 0s realza 2. Certfiquese de que a balanga esta apoiada sobre uma superfice plana, isa e firme. Cubra 0 prato ‘Com ur pratecSo (papel descartavel) antes de calibrar a balana para evitarerros na pesagem. 3. Destrave a balanga e veriique se est calibrada. Realize a calloragio, girando lentamente 0 caliora- dor até que a agulha do brago eo fel estejam nivelados. 44, Trave a balanga e coloque a crianga sentada ou deltada no centro do prato, com a ajuda do responsavel 5. Destrave a balanga e mova o cursor maior sobre a escala numérica para marcar 0s qullos € 0 ‘menor para marcar os gramas até que a agulha do braco eo fel estejar nivelados, Trave a balan ‘a para evitar que a sua mola desgaste 6. Fique em frente & balanga, com os olhos nivelados e realize a letura da medida. Retire a crianga da balanga e retorne os cursores ao zera da escala numérica, 1 FIQUE ATENTO(A) Na auséncia desse equipamento na unidade de atendimento e/ou em situagdes em que a crianca fica inquieta ou possui mais de 15 kg, use a medida do peso Por diferenca, que consiste na pesagem do responsavel coma crianca no colo em uma balanca para individuos maiores de 2 anos e depois pese separadamente somente o responsével. Posteriormente, subtraia do peso dos dois individuos 0 peso do responsavel sozinho. 0 resultado sera o peso da crianca. Ou seja, calcule: Peso da crianca = (peso dos dois juntos) menos (o peso individual do adulto). contiuacao Eee Como usar e posicionar? Batangas mecsinicas: 1. Destrave a balanca e veriique se ests calibrada: @ agulha do bracoe o fel deve estar na mesma linha hor zontal. Caso contréro, realize a calloragdo, grando lentamente o callrador até que a aguiha do bragoe o fel estejam nivelados. Ap6s calibar, rave abalanga, $6 eno o usuario deve subir na plataforma para ser pesado, 2. Posicione o usuério de costas para a balanga, descalgo, com o minimo de roupa possivel, no centro da plataforma. Mantenhao parado, ereto, com as pes juntos e com os bragos estendidos ao longo do corpo, 3. Destrave a balanga e mova o cursor maior sobre a escala numérica para marcar os qullos € 0 ‘menor para marcar 0s gramas, até que a aguiha do braco e 0 fel estejam nivelados. Trave a balanga. 4, Fique em frente & balanca e realize a letura da medida, 5. Retire o usudrio da balanca. Retome aos cursores ao zero na escala numérica, Para balanga portatil digtal ou platatorma digital: posicione-a em supertice lisa e atastada da parede. Com a balanga ligada,tarada e com o numerador em zero, solicite que o usudrio suba, fique ereto, imével e olhando fixamente para frente, Faca a leltura do peso e depois solicite que 0 usuério desca do equipamento. 1 FIQUE ATENTO(A) Criangas maiores de 2 anos devem ser pesadas apenas, com short, calcinha ou cueca, na presenga do responsével familiar em um ambiente privativo, Ja os adultos e os adolescentes devem ser pesados descalcos e usando roupas leves. Vocé deverd orienté-los a retirarem objetos dos bolsos, tais como chaves, cintos, éculos, telefone celular, carteira, entre outros. Ressalta-se que deve ser dada preferéncia para o uso de balanca mecénica pela maior precisao. continuagio Antropémetro horizontal - para criangas menores de 2 anos. ‘Também denominado infantémetra, é utlizado para medi comprimento/estatura de criangas menores de 2 anos na posigao deltada, d Como usar e posicionar? 41. Deite a crianga no centro do antropémetra, descalga e sem aderecos, Certiique-se de que o equi- ppamento esteja apoiado sobre uma superficie plana, isa e firme, a fim de evitar erros na aferigao e ‘cidentes. Mantenha a cabeca apalada frmemente contra a parte fixa do equipamenta, cam 6 pes- ogo reto e o queixo afastado do pelto. Os omibros da crianga devem estar totalmente em contato com a superficie de apoio do antropémetro, 0s bragos estendidos ao longo do corpo, e as nadegas €05 calcanhares em pleno contato com a superficie que apoia o antropémetro, Pressione culdadosamente os joelhos da crianga para baixo, com uma das mos, de modo que eles fiquem bem estencidos; junte 0s pés, fazendo um &ngulo reto (90°) com as pernas. 3. Leve a parte mével do equipamento até a planta dos pés, com cuidado para que ndo se movimen- tem, com a crianga parada, faga aleitura do comprimento, 4, Apés realizar a letura, retire a crianga com a ajuda do familiar. By Antropémetro vertical - para individuos maiores de 2 anos ‘Também denominado estadiémetro, serve para realizar a medida da altura na posigdo em pe, Pode ser utiizado para criangas a partir dos 2 anos, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. i conthacao Como usar e posicionar? 1. Posicione o ususrio descalgo, sem aderecos na cabega, no centro do equipamento, Manterha-o. ‘de pé, ereto, com os bragos estendidos ao longo do Corpo, ea cabesa erguida, olnanc para um ponte fixo na altura dos olnos em linha horizontal (posigdo que chamamos de “plano de Frankfurt’), ‘parte posterior da cabeca, ombros, ndegas, panturrihas e calcannares dever fcar encostados no equisamento. As pernas devem estar paralelas em um Angulo reto cam os pés. 9. Abaixe a parte mével do equipamento, segurando pela haste trasera (ndo pela frente) Fixe o cur sor curdadosamente contra a cabeca, com pressao suficente para comprimir o cavelo do usuério. . Realize 3 leitura da akura, sem soltar a parte méval do equipamento, Atente-se para os nlimeros da ‘escala que aumentam de baixo para cima, 1 FIQUE ATENTO(A) Em casos de penteados que ndo podem ser desfeitos para a aferigao da altura, como rastaféris, trancas e dreadlocks, afira a altura com o antropémetro e, com uma fita métrica, afira a distancia entre o topo da cabeca e 0 volume final do cabelo para descontar o tamanho do penteado da altura total do individuo, Isso deve ser feito para acess6rios de cabeca que nao podem ser removidos (turbantes, por ‘exemplo). € interessante anotar esta observagdo na ficha de registro do individuo para que o préximo avaliador possa repetir a medida (NHS, 2014). conta conclustor Fita Métrica Nas agdes de VAN. afta métrica deve ser ineléstca. resistente e flexivel. O ‘eu uso é indicado para aferir 0 perimetro cefalico (em criangas <2 anos), 0 Perimetro da cintura (em adultos) eo perimetro da panturriha (em idosos}. Como usar? Perimetro cefalico: 1. Posicione a fita sobre a parte mais larga da testa, acima do arco das sobran- celhas(0ss0 frontal sulco supraorbital) das oreihas, envolvendo pela parte ‘mais proeminente do lado de tras da cabeca (0ss0 occipital. 2. Certfique-se de que afta métricaesté no mesmo nivel de cada lado. Circunferéncia da cintura 1. Oususrio deve estar de pé, ereto, abdomen relaxado, bragos estendidos 20 longo do corpo, eas pernas paralelas, igeramente separadas. Aroupa deve ser afastada de forma que regiéo da cinturefique despida. A medida ‘io deve ser reaizada sobre a roupa ou cinta, 2. Realize uma marcaco pequena com uma caneta no ponto médio entre a bborda inferior da dima costela e o 0550 do quadril (cristailaca, vsualizado ra frente da pessoa, do lado direto ou esquerdo, 3. Segure o ponto zero da fita métrica com uma mao e, com a outra, passe a fita 20 redor da cintura sobre a marcarao realizada. 4. Veriique sea fia esta no mesmo nivel em todas as partes da cintura. Nao deve fcar larga, nem apertada, esolicte a0 ususrio que inspire e, em seguida, que expire totalmente 5. Realize a letura antes que a pessoa inspire novamerte. Observagio: quando nao for possvel encontrar 0 ponto més paraacircunfe- réncia da cintura, mede-se a menor crcnferéncia Perimetro da panturriha: 1. Ousustio deve estar em pé, posio ereta, com os ps afastados naturalmente. 2. Posicione a fta métrica 20 redor da panturrlha esquerda na maior circunfe- rércia sem fazer compressao e realize altura eit ett ed 1. Apés a letura da medida antropamétrica avaliada,registre o valor obtido no formulério de atenci- ‘mento do e-SUS APS, na Caderneta de Satide (da gestante, da crianga, do adolescente ou do idoso). 2. Classifique o estado antropométrico do usuario e siga as outras etapas da VAN, Forte: elaboragao propria, Diagnéstico Nutricional GESTANTES E NUTRIZES ls! Nesta segao vamos trazer os pontos mas importantes para a avaliagao e 0 diagnéstico nutricional de gestantes. As nutrizes terdo procedimentos iguals 08 adultos de forma geral, por isso para a coleta e o diagnéstico destas mulheres, veja a seco de referéncia © primeira passo & se atentar ao calenddrio de consultas para este evento do curso da vida eee ieee * Mensalmente, até a 28" semana. * Quinzenalmente, da 28* semana até a 36* semana + Semanalmente, da 36* semana até 3 41* semana, Quadro 6 - Realizando a avaliagao antropométrica ‘+ Quando a gestante conhece a Data da Ultima Menstruacéo (DUM): Use o calendarioe some o intervalo de dias entre a DUM e a data da consu- ta Por fim, dvida o resulhado por sete, tendo o resuikado em semanas, + Quando a gestante recorda o perfodo do més da sua dltima mens- ‘truagao: Caso a gestante lembre apenas do period aproximado da sua DUM, 0 mesmo célculo pode ser feito, Caso a lembranga da DUM seja no Come caleular a inico do més, considere o dia 5. Para o meio do més, considere dia 150 WdadeGestacional _dia 30 para. final do més, Ap6s defnir o dia, 0 cdlculoserd feo como no. (sy? tépco anterior, + Quando a gestante nao recorda o seu ditimo perfodo menstrui [Nessa sitiag3o, a IG serd deterrinada por me'o da altura do fundo do titero «pelo toaue vaginal por orclissional especialzado. Também pode ser esta- belecido par meio de relato sobre o inicio dos movimentos feta's que gera- mente acorrem entre 18 @ 20 semanas. Se no for possivel utlizar nenhuma destas alternativas, recomenda-se solkitar uma ulrassonografia obstétrica, 3850 1: Saiba 2 Data da Uma Menstruacio da gestante. Passo 2: A partir dessa informagao, & necessério fazer a seguinte conta: + Se a DUM estver entre os meses de janeiro e margo, voce i somar o valor ee eae {que corresponde aes alas por 7, e somar a valor gue corresponde ao més Data Provavel do PO". arto (DPP)? + Se a DUM estver entre os meses de abril a dezembro, voc® somaré o valor que corresponde aos dias por 7,e subtrairS 0 valor que corresponde ao més por 3, Passo 3: Se onimera de dias encantradas for maior do que a quartidade pos- slvel nurn més, voc® considerard o més seguint. Fonte: ebboragia propria Realizando o diagnéstico nutricional de gestantes Para realizar o diagnéstico nutricional das gestantes e acompanhamento do seu estado nutricional sero utllzados ‘+ IMC pré-gestacionat esta medida sera calculada a partir do peso autorreferido da mulher ou a partir do peso extraido da prontudrios, sendo ambos referentes ao periodo anterior & gesta- $80. O cdlculo do IMC serd feito de acordo com a férmula indicada em “Como pesar e Medi. Este IMC deverd ser classificado de acordo com o quadro abaixo e o gréfico de monitoramento para 0 Ganho de Peso Gestacional (GPG) serd escolhida a partir deste dlagnéstico, Quadro 7 - Classificagao do estado nutricional pré-gestacional e monitoramento do ganho de peso gestacional Creer ees Cee Preeeerrnl Pree eee) er a) Fonte. Aaaprado de WHO, 1995; Kac etal, 2027 apud Cagerneta da Gestarte,csponivel em Nttps//bvsms.saude gov. bribvs/publicacoes/caderneta gestante_versao_leronica 2022 pf ‘+ Ganho de Peso Gestacional (GPG): apés ter calculado o IMC pré-gestacional e da IG serd real zade 0 acompanhamento do GPG a partir dos gréficos de monitoramento, Para saber 0 GPG dda mulher no momento da consulta, vocé deve realizar 0 seguinte célculo: GPG = Peso medido na consulta - Peso ANTES da gestacao ‘+ Recomendagdes de GPG de acordo com a classificagie do IMC pré-gestacional: as recomen- ddages do GPG serdo real'zadas a partir da classificagao do IMC pré-gestacional. Veja 0 quadro abaixo para conhacer as recomendacées para 0 GPG até 2 40* semana de gestacdo. Quadro 8 - RecomendagSes de ganho de peso gestacional de acordo com a classificacdo do estado nutricional pré-gestacional Cee ros Perey biel ied fies ecccl de GPG (kg) Fonte: Aaaprado de WHO, 1995; Kac eta), 2021 apud Cagernets da Gestarte, csponivel em Rttps/Mbvsms.saude gov. bribvs/publicacoes/caderneta gestante_versao_eronica_2022 pat. © GPG também pode ser acompanhado por trimestre, Note que estamos falando do ganho de peso acumulado em cada trimestre e no do ganho de peso em cada um dos trimestres, Veja 0 quadro a seguir para saber como: Quadro 9 - Faixas de recomendagdes Ganho de Peso Gestacional segundo IMC pré-gestacional Serre ee) arse (kg) por trimestre no grafico OSE) ror rT (percentis) | semanas | semanas | semanas (1° trimestre) | (2° trimestre) | (3° trimestre) Ta aero -gestacional | do IMC pré- Peco Nota: Até 13 semanas de gestacio é esperado um pequeno ganho de peso para mulheres com baixo pes0 (até 1,2 kg) e eutrofia (0,7 kg). Nenhum ganhe de peso & esperado para mulheres Com sobrepeso ou ‘obesidade, Para mulheres com eutrofia, sobrepesoe obesiade, pode acorrer pequena perda de peso (maximo 1.5 kg) devido a nduseas e vormitos, comuns nesse periodo, Fonte: Adaptado de WHO, 1995; Ka 21 apud Caderneta da Gestante, spor vel em htps:/fbvsms.saude gov. bribys/publicacoes/caderneta_gestante_versae_eletronica,2022 pat. Conhecer 0 GPG esperado em cada semana gestacionalé fundamental para o profissional que faré as recomendagées para 0 geno de peso e para o nutricionista responsével por realizar 0 célculo do Valor Energético Total (VEN, considerando a taxa de ganho por semana que a gestante precisa apresentar (veja em anexo o quadro "Ganho de es0 Gestacional Cumulative". © profissional precisa ficar atento para subtrair © ganho que a gestante jé teve do ganho de peso cumulative esperado até cada semana Por exemplo, se na 20* semana gestacional é identiicade que a mulher, em eutrofia, ganhou 2 kg, 20 subtrair 6,3 kg (P34 para mulheres em eutrofia na 27* semana) por 2 kg (peso jé obtido), serd encontrado o valor 4,3 kg. Logo, a gestante poderd ganhar mais 43 kg até a 27* semana. © que fazer em situagdes em que a gestante alcangar o valor maximo de ‘ganho de peso dentro da faixa adequada antes de 40 semanas de gestacao? Nessa situagao, as recomenciagbes serdo diferenciadas para o ganho de peso nas semanas restantes da gestago. Lembre-se que, durante a gestagdo, 2 perda de peso € contraindicada. Veja o quadro abaixo para conhecer as orientaces para esta particularidade: Quadro 10 - RecomendacSes de taxa de ganho gestacional semanal segundo o IMC pré-gestacional para mulheres que /d atingiram o seu ganho de peso maximo ee OOS Sree ue ye) pré-gestacional Peruana) Fonte: Agaptada de WHO, 1995; Kate al, 202% apud Caoerneta da Ge bribvs/publicacoes/caderneta_gestante_versao_etronica 2022 pa. *Deve ser considerada a tata de gan de peso por sewana ras mites inferiores das ‘aledlados considerando ovalor recomendardo de GPG para o limite i cispor‘vele:https://ovsms saude gov. as dtimas, Esse valores foram F dvaio0 par a0 semanas, ‘Acompanhamento do GPG a partir dos gréficos: este monitoramento serd realizado a partir de quatro graficos de acompanhamento diferentes, cada um deles referente a ume classificac3o Go estado nutricional pré-gestacional (KAC et al, 2021). classiicago do GPG serd feta a partir, dos percents. Apds ter em maos o ciagnéstico nutricional da gestante e o GPG, basta utlizar 0 grafico especifico e conferir em qual percent o garhho de peso se encontra 1 FIQUE ATENTO(A) Fornesa orientagées e continue acompanhando a gestante, seguindo o calendario de consultas. Quadro 11 - Orientagdes gerais para gestantes e nutrizes * Incentive e apoie, desde as primeiras consultas, a amamentagao até os 2 anos ou mais, oferecendo ‘exclusivamente o lete materno até os 6 meses de vida do bebé, * Explique sobre o GPG adequad, sendo este um processo natural do periodo em questo e que ele ‘deve ser acompanhado para identificar possive'sinadequacées. * Recomende que a gestante e seu parceiro (a) participe de grupos de apolos, que podem ocorrer na prépria UBS; + Usllize a Triagem de Inseguranga Alimentar (Tra) dlsponivel no documento Inseguranga Alimentar ‘na Atengdo Primaria & Sadde: Manual de Identificacdo dos domiciios e Organizagéo da Rede © ‘em situagGes de IAN utlize o Guia Répido para o Acompanhamenta de Gestantes e Criangas com Desnutrigao na Atengao Priméria & Sadde. + Acompanhe a mulher no puerpério e todo o processo de amamentacdo, fornecendo informacoes sobre os sentimentos que podem acorrer neste periodo e auxllando nas divides sobre o leit mento maternio, Aproveite para destacar a importancia do acompannamento da crianga de acordo ‘com o calendario pare essa fase da vida * Aretencdo do GPG apés o parto deve ser monitorad e avalada durante o acompanhamento da nu- ‘riz Algumas estratég as podem ser recamendadas como, por exemplo, @ promiogdo ce uma alent: ‘gio adequads e saudével e de amibientes saudaveis em associacgo com uma aiv dade fic. Fonte: elzoragio préria @ SAIBA MAIS Para fornecer orientacdes alimentares adequadas confira ‘a Matriz para Organizagao dos Cuidados em Alimentacao ‘€ NutricGo na Atengao Priméria a Sadde e o fasciculo de gestantes da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para ‘a Populacéo Brasileira, CRIANGAS (DO NASCIMENTO A <10 ANOS) Realizando a coleta de dados em criangas Siga © calendério de consulta e atente-se aos pontos importantes: Quadro 12 - Calendario de consultas da Caderneta de Satide da Crianga Gc ere 1-4 meses 1 vez a0 més 6-12 meses A cada trés meses (na 6%, 9° eno 12° més) 12-24 meses A cada seis meses (no 18 * eno 24* mes) Apartr dos 2 anos CConsuttas anuais (1 vez a0 ano) Fonte: Bras, 20208 Quadro 13 - Dados necessérios para a coleta de dados em criancas Cited += Para menores de 2 anos: Data de nascrmento + Idade gestacional'+ Perimetro Cefdlico + Peso e Aura ‘maiores de 2 anos: Data de nascimento + ldade gestacional ~ Peso e Altura * caleular o MC, * Registrar no formulério do e-SUS APS, prontuétio ou outro formulirio de acompannamento, Fonte: elboragio prépria Ea “primeira consulta” ou “consulta de rotina’ A partir dai, vamos seguir algumas etapas para 3 avallacao: Quadro 14 - Idade do nascimento a partir da Idade Gestacional Atermo 237 semanas Premature maderado ou tardio: 32 a 36 semanas Pré-termo <37 semanas < Muito prematuro: 28 a 32 semanas Extremamente prematuro:<28 semanas Pés-termo 4 semanas Fonte: Arnera: Barros; Portelinha, 2021, Barras Siva; Gulgelmin, 2008 Para criangas pr -termo, realize 0 cdlculo da idade corrigida Quadro 15 - Célculo da idade cortigida para criancas pré-termo ue eee ee ‘Como caleutar: Exemplo: a eee eee een ‘Ana é uma cvangs prematura, pois nasceu com 32 fattavam para uma gestagSo atermo por me’o Se Manas, hoje ela tem 5 meses de dade. da diferenca entre 40 semanas eaIG do nasci- —Quala sua dade corrgida? mento em semanas, 0 resukado serdotempo e (que faton parava IG Seta fer 11° passo: 40 semanas - 32 semanas 8 semanas, #2 Passo: converter resultado obtido no 1° ones passo, de semanas para meses (dhidindo o _* 2" P8850: 8 semanas /4 semanas= 2 meses resultado por 4,considerando que ummés _-_* 3° passo: 5 meses (Idade cronolégica) - 2 tem cerca de 4 semanas). ca}= 3 meses de idade *# 3° Passo: cakular a idade corrigida des- ‘contando o resultado do 2* passo da idade cronolégica Fonte: adaptado de Barros; Sha; Gulgelmin 2008 Quadro 16 - Calculo para precisao da idade ee a eee Fated ade at 15 das: Arnona eve teen ou pare a ees re Fonte: adaptado ds Qarros Siva: Glgelmin, 2008 Realizando o diagnéstico nutricional em criangas Quadro 17 - Primeiro diagnéstico nutricional: Peso ao nascer Peso da Crianga(g) Classificagao | <1500 Pee say | 150082500 Baxo peso 20 nascer(3°N) OMs 1993, | x2500ae5es7 >the? Sobrepeso SOBTEPESO acequaia para idede 29703999 > 428543 avaqo -SobrepeSO —_Sabreneso para idade 3999 343 Obesidade —_Obesidade Fonte: adaptado de WO, 2006 Quadro 20 - Classificagéo do estado nutricional de criangas de 5 a9 anos pelos pontos de corte aplicados aos indices antropométricos Peres rd Peery rate) plats (EEE Muito bao . Muito bao peso -MUOBAB®——agreza a = para aise statue acentuada : eg Bako peso area Bava extatura —_ ried ade peso pana age sects neat Peso adequado para ole) sise65 tesa fea wises7 > est? estate adequada _Sobrepeso parakdace ve7es9 e003 Obesade eso eleedo para ‘doce obesdade 2999 > ae Fonte: adaptade de WHO, 2006. Quadro 21 - Orientagdes gerais para atendimento de criangas eae eee Ideniifque os atoresderisco eos determinantes. Confirmando o diagnéstico ‘om os utros pardmetres converse com ofa) responsévelcuidodor(ayme {a cianca e com a equipe de saide para atende” da forma mais esolutva ‘integral possivel. Oriente conforme o uxo na APS, confrao Guia Répido Raabe per pparao Acompanhamento de Gestantese Criancas com Desnutrigao na Aten- nn {io Priméria Sade e, em paralelo,identfique ocontexto de inseguranga Almentarenuticionale ore conforme omaterial Inseguranca Alimentar ‘na Atengio Priméria 6 Saide: Manual de identifcagao dos domiciios e Organizasdo da Rede ambos rateras do Minstério da Saide ‘Associe aos demais dados avaliados, como o consumo alimentar. Confir Peso adequado para. mando a adequagao, realize orientagdes para uma alimentagao adequada Idade, Eutrofia ou ‘esaudivel, conforme as recomendaGGes do Guia Alimentar para criangas Altura adequada para _brasileiras menores de dois anos e do Guia Alimentar para a populacéo idade brasileira e segundo as orlentagies de consumo alimentar especificas para ‘0s marcadores de consumo alimentar. Veritique 0s fatores associados, como o consumo alimentar e os possiveis Peso elevado para ‘determinantes do ciagndstico, Busque orientar de acordo com anecessidade idade, Sobrepeso ou da criang2 eacesse as orientagSes do Instrutivo para o cuidado da criangae Obesidade ‘do adolescente com sobrepeso e obesidade no dmbito da Atenséo Primaria 4 Satide, do Ministério da Sauce. Fonte’ elaboragia prépria Q SAIBA MAIS Para fornecer orientacdes alimentares adequadas confira a Matriz para Organizagao dos Cuidados em Alimentagéo € Nutri¢do na Atencéo Priméria d Satide e 0 Fasciculo de criangas de 2 a 10 anos da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a Popula¢do Brasileira. ADOLESCENTES (210 ANOS E <20 ANOS) Realizando a coleta de dados em adolescentes: Quadro 22 - Dados necessarios para a coleta de dados em adolescentes Erte * Data de nascimento, * Pesar e medira cade consult. + Fazer a avallagao da maturacdo sexual, * Calcular 0 IMC e classificar 0 estado nutricionala cada consua + Registrar no formulétio do e.SUS A2S, prontudria ou outro formulério de acompannamento, Game Aavallacdo e o registro dos dados antropométricas de adolescentes devem ser realizados, no minimo, ‘uma ve? por ano, Fonte: ebboragio préoria, Para o diagnéstico nutricional dos adolescertes, atente-se aos pontes importantes: Quadro 23 - Avaliag3o da maturagdo sexual Cesc ar tite etre tc) 05 Estégios de Tanner, siga os seguintes passos: 4. Explique a0 adolescente as justiicativas para a realizagdo dessa avalacdo. Esse primeira passo 6 “undamental para reauzr possiveis constrangimentos por parte ds adolescents, Solicite que o préprio adolescente se autoavalie A partir da autoavaliagdo do adolescente, verfique o grau do Estégio de Tanner. Os meninos eo clasificados conforme o estigio de desenvolvimento da genitdlia € dos pelos pub’anos a5 meninas em rela;0 &s mamas e aos pelos pubianos, Deve-se considerar que o estigio 1 corresponderd 8 fase infantil impbere; os estagios 2, 3 (0u 4, serdo os estdgios puberais, eo estégio 5, serd o pés-puberal Em casos em que o adolescente tenha assinalado estigios diferentes para cada caractere sexual secundsério, considere o menor estégio. Fonte BRASIL, 20173 Realizando o diagnéstico nutricional em adolescentes Quadro 24 - Classificagao do estado nutricional de adolescentes pelos pontos de corte aplicados aos indices antropométricos indices antropométricos para adolescentes rere To Muito bai estatura para a <1 <2 Mogreza acentuada ‘dade soe pec? Mogreza Baixa estatura para aidage a3e3 Obesidade grave Fonte: adaptae de WHO, 2006. enone eo + Em conjunto com o adolescente, planeje estratégias e metas que iso guiar as mudangas que prec- ‘sardo ser realzadase, se necessério, erwolva a famila neste planejamento. * Observe também a possibildade de associacio entre os casos de risco e/ou desvio nutricional identificados com a existéncia de algum transtarno almentar como bulmia, anorexia nervosa, entre putres, assim come problemas familiares que estejam influenciande o consumo alimentar. Relacio: nar 0 estado nutrcional com a andl'se dos mareadores de consumo alimentar serd essencial Q SAIBA MAIS Para fornecer orientagdes alimentares adequadas confira a Matriz para Organizagao dos Cuidados em Alimenta¢ao € Nutrigdo na Aten¢do Priméria & Satie 0 Fasciculo de adolescentes da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a Populagéo Brasileira. ADULTOS (220 ANOS E <60 ANOS) Realizando a coleta de dados em adultos Quadro 25 - Dados necessarios para a coleta de dados em adultos: + Pesar a cada consulta, * Medir a akura na primeira consuka * Aferire classificar a circunferéncia da cintura a cada consulta, * Calcular 0 IMC e classificar 0 estado nutricional a cada consus + Registrar no formulétio do e-SUS APS, prontuério ou outro formulério de acompannamento, Gamers ‘A avallacdo 0 registro dos dados antropométrices de adultes devem ser realizades, no minima, urna vez por ano. Fonte: elaboragio préoria Realizando o diagnéstico nutricional em adultos (© diagnéstico nutricional de adultos para a VAN é realizado a partir do calcula e classificacdo do IMC, segundo a recomendagéo da OMS (WHO, 2000), Quadro 26 - Classificagao do Estado Nutricional segundo 0 IMC Ce en Pere a) ‘banxo do Peso <5 ‘Adequado ou Eutréfico 135-243 Sobrepeso 250-299 Obesidade Grau 1 300-349 Obesidede Grau 2 350-399 Obesidade Grau 3 2400 Fonte: adaptado de WHO, 2000. Classifique também a Circunferéncia da Cintura para complementar 0 diagnéstico nutricio- nal de adultos. é Quadro 27 - Classificagéo da Circunferéncia da Cintura para adultos quanto ao risco de complicagdes metabélicas associadas 8 obesidade, segundo o sexo Det eet ieee ected Brecon ee) Homem 294cm et02em Muther 80cm 288m Fonte: WHO, 2000, Quadro 28 - Orientacées gerais para o atendimento de adultos + Apresente o diagnéstico nutricional ao adulto, explicando o que ele representa e adequan- do as orientagdes, de forma a promover um atendimento humanizado e efetivo *+ Para os casos de obesidade identificados, é importante que o profissional tenha conheci- mento sobre @ doenga e reconhega sua complexidade e seus impactos na satide, de ‘or- ma a contribuir para um cuidado respeitoso e sem estigmatizaco e, consequentemente, maior resolutividade no controle dos casos (BRASIL, 2075a; ABESO, 2021), * Valorize todos os resultados posttivos conquistados ao longo do tratamento. Para adultos: com sobrepeso e obesidade a perda de peso é importante (de 5% 2 10% do peso inicial), mas 0 cuidado nao se restringe a ela. E preciso estar atento também a melhoria das co- morbidades e riscos & satide associados ao excesso de peso e o estimulo & adoco de habitos de vida que promovam saiide, acesso a alimentacSo saudével e bem-estar para ‘esses individuos (BRASIL, 20200, 202"). + Identifique casos de casos de Inseguranca Almentar a partir da Triagem de Inseguranca Alimentar (Tria) disponivel no documento “Inseguranca Alimentar na Atencao Primaria {4 Satide: Manual de Identificagéo dos domicilios e Organizacao da Rede’ Fonte: elbboragio prépria Q SAIBA MAIS Para fornecer orientacdes alimentares adequadas confira ‘a Matriz para Organizacao dos Cuidados em Alimentagéo ‘€ Nutrigdo na Atencao Priméria & Satide e 0 Fasciculo de ‘adultos da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a Populagdo Brasileira. IDOSOS (260 ANOS) Realizando a coleta de dados em idosos Quadro 29 - Dados necessarios para a coleta de dados em idosos Cites * Pesara cada consulta. * Medi a estatura na prime'ra consuka e repetir a medida anualmente * Aferire classificar 0 Perimetro da Panturriha (PP) cada consuls. * Calcularo IMC e classifcaro estado nutricionala cada cansuk * Registrar no formulério do e-SUS APS, na Caderneta de Saiide Pessoa Idesa e nos demais formula ‘ios de acompanhamento utlizados na rotina on A avalacSo e 0 registra dos dados antropométricos de idosos dever ser realizados, no minimo, uma vez por ano. Fonte: elboracio préria Realizando o diagnéstico nutricional em idosos Apés a aferigao do peso e da altura, o IMC deve ser calculado e classificade de acorda com os pontes de corte, Quadro 30 - Pontos de corte estabelecidos pars toon) Diagnéstico Nutricional 22 kgm Bao Peso 222827 ky Adequado ou Eutréfco 227 kg/m? Sobrepeso Fonte: Wellman, 1994, A FIQUE ATENTO Os pontos de corte para classificar 0 IMC do idoso sao diferentes do que os de adultos. é Classifique também o Perimetro da Panturriha (PP) para complementar 0 diagnéstico nutricional Ge idosos, Valores reduzidos do PP esto relacionados & diminulgdo da massa muscular, que por sua vez, et relacionada ao maior risco de quedas, dependéncia funcional, complicagées clinicas e hospitalizagdes entre pessoas idosas, Atente-se 8 conduta a ser tomada a partir da classificag3o 0 PP conforme © Quadro 31 Quadro 31 - Classificacao e conduta quanto ao Perimetro da Panturrilha de idosos Cee Panturrilha ene eu Tura) + Realzar plano de culdado para recuperagao do estado rutricional + Revisar o esquema de medicameentos € possivel isco de polfarmécia * Indicar suplementagdo, se necesséria. + Avaliar grau de IAN tendo a Tria como ponto de partida + Avaliar a rede de apoio do idoso na compra, preparo e consumo dos alimentos, stem Asso + Realzar e/ou encaminhar para um profissional que abl: que os outros instrumentos de avaliacdo da Caderneta de Sadde da Pessoa Idosa para investigar a sade de forma mukidimensional ‘= Aumentar a frequéncia de consultas presenciais ou domicilares, se necessério 31-34cm Atengio ‘= Monitarar skeragtes de peso corporal e reduco na apetitee consumo alimentar. = Comparecer ao calendirio minime de consulkas médicasienfermagem fendimento domicilar, se necessério, Acompanhamento ry de rotina Fonte: arasl 2018 Depois de consolidar 0 diagnéstico nutricional a partir do IMC e PP, fornesa algumas orientagées gerais para manter ou recuperar 2 satide e o estado nutricional da pessoa idosa. Quadro 32 - Orientagdes gerais para o atendimento de idosos * No caso de idosos com baixo peso: investigue possiveis causas da perda de peso com. atengdo especial para 0 consumo alimentar insuficente € situagGes em que pode estar ‘ocorrendo intensa degradao da massa muscular: doengas infecciosas; sintomas de fe- bre, anemia, vomitos e diarreia; lesGes bucais, perda dentaria; crurgia em local que afeta ‘a mastigaco, deglutico ou absorgo do alimento; m8 absor¢ao pelo uso de medicamen- tos; depressio, perda de apetite por condigbes psicolégicas (uto, distirbio de ansiedade, depressio) + Fique atento(a) & perdia de peso expressiva em curto perfodo, assim como ao ganho de peso progressivo, e tome medidas para estabilizar e/ou recuperar 0 peso do idoso, por meio da promogdo de uma alimentago saudével e da prética de exercicos fsicos sob orientagso, + Sempre investigue se a pessoa idosa possul comorbidades como hipertensdo, hipercoles- terolemia, diabetes melitus, doenga renal crénica ou necessidades alimentares que a faz restringir determinados grupos de alimentos. * Observe se ha possiveisinteragdes entre férmacos utilizados para tratamento de comorbi- dades que podem diminuir a absorao de nutrientes e acentuar a perda de peso + Promova atividades de saberes culindrios ¢ de lazer, envolvendo alimentar-se em grupo. Essa estratégia é importante oara a criagio de vinculos sociais e afetivos. + Verifique se hi distungdes fisiolégicas © dependéncia funcional para as tarefas que en- volvem a alimentagio, como planejamento, compras e preparo e, cas0 seja necessério 0 suporte de familares ¢ cuidadores, inclua-os no momento do acanselnamento. * Se a pessoa idosa apresentar uma limitaggo funcional maior, as recomendacbes devem ser feitas aos familiares ¢ cuidadores responséveis. Fonte: ebboragio prépria, @ SAIBA MAIS Para fornecer orientacdes alimentares adequadas confira ‘a Matriz para Organizacao dos Cuidados em Alimentacéo Nutrigdo na Atencao Priméria a Saude e 0 Fasciculo de idosos da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a Populacao Brasileira. Consumo Alimentar ‘A avallagao do consumo alimentar é realizada a partir de marcadores de consumo alimentar € possibilta tragar 0 perfll alimentar e assoclar ao perfllnutricional da populacao, demonstrando 0 Impacto das agdes ocorridas nas comunidades (COUTINHO et al, 2009). Neste t6pico, abordare- mos 0 principals pontos referentes & avallado, ao registro e & interpretago dos marcadores de consumo alimentar. Caso vocé no conheca o formulério dos marcadores de consumo alimentar, recomendamos que veja aqui e leia com atenco as perguntas antes da sua utlizaco na rotina do atendimento. Alettura deste topico no material Bases Metodolégicas para Organizacdo da Vigilancia Almentar ‘nutricional na Aten¢ao Priméria @ Sauide" também sera importante, caso sinta a necessidade de ~aprofundar o conhecimento. Compreendendo os marcadores de consumo saudavel e nado saudavel Para entender como as respostas sero interpretadas no ambito individual, vocé precisa saber, © que so os marcadores saudavels e no saudavels. O quadro abalxo relaciona as informagdes contidas com as perguntas disponivels no formulérto: Quadro 33 - Marcadores de alimentacao saudavel e ndo saudavel Marcadores de Consumo de feijo, frutas frescas, verduras alimentago saudével__e/ou legumes. Corsumodehomborgueresefoverbtios Marcadores de _—Gebidas adogadas, macrr0 instantane, alimentaca esas por eeu tes suse Bscotosrecheados does fou glosemes Fonte: Brasil 20156. Avaliando o consumo alimentar e fornecendo orientagées ‘Ap6s compreender 0 formulério e os marcadores, é preciso utlizéto nos atendimentos e realizar O registro da informaco. Este momento pode ser durante o atendimento, nas escolas, feiras ou outros espacos piblicos. Veja abaixo as orientacdes para a coleta destes dados: Quadro 34 - Orientacdes gerais durante a coleta de dados de consumo alimentar '* Todas as questdes precisam ser respondidas, quando 0 usuério no lembrar a resposta deve ser “Nao sabe’, * Sempre leia as informacées contidas em parénteses para o usuério, * Tenha sempre uma postura humanizada, sem julgamentos e respeitosa. Isso contribui para uma maior disposico do individuo atendido. * Além da avaliagao dos marcadores, busque investigar questdes referentes a0 ‘acesso e & dlsponibilidade de alimentos da pessoa atendida, Fonte: elaborayao prépria ‘As orientagbes devem ser realizadas a0 final da avaliagéo e a partir de um dislogo com 0 usuario, A observacao de fatores socials, biolégicos, econémicos, regionais e culturais é importante neste momento. Para fornecer orientagées qualificadas, utilize os Protocolos do Guia Alimentar para a Populacdo Brasileira, de acordo com a fase ou evento do curso da vida da pessoa atendida, e tam- bbém consulte a Matriz para Organizagao dos Cuidados em Alimentacdo e Nutrigao na APS (BRASIL, 2022). 0 tépico seguinte traré com mais detalhes como integrar as orientages apés coletar os dados de consumo alimentar e do estado nutricionall, Recomendamos a utilizacao dos Protocolos de Uso do Guia Alimentar: I rescence ee Go ee arent para a Populagao Brasileira ina Orientagao Alimentar: Bases Teéricas e Metodolégicas e Protocolo para a Populagio Adulta Fasciculo 1: Protocolos de uso do Guia alimentar na Orientagdo de Pessoas Adultas com Obesidade, Hipertensdo e Diabetes Mellitus: bases teoricas e metodolégicas. Bie Fasciculo 2: Protocolo de uso do Guia Alimentar para a Populacdo Brasileira na Orientacdo Alimentar de Pessoas Adultas com Obesidade, Fasciculo 2: Protocolo de Uso do Gula Alimentar para a Populacao Brasileira na Orientagao Alimentar da Pessoa Idosa, Fasciculo 3: Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a Populagao Brasileira na Orientagao Alimentar da Gestante. Fasciculo 4: Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a Populacdo Brasileira na Orientagéo Alimentar de Criancas de 2 a 10 anos. Fasciculo 5: Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a Populagao Brasileira na Orientagao Alimentar de Adolescentes. No diagnéstico coletivo, os marcadores de consumo alimentar so transformados em indicadores de consumo alimentar que, quando coletados de forma regular, so considerados 6timas ferramentas para a gestao em todos os niveis: municipal, estadual, regional, distrital e federal. Essas informacoes, irdo contribuir para o planejamento de aces, programas politicas no territério baseadas na realidade das pessoas ‘que vivem nesse espaco (BRASIL, 2015b). @ SAIBA MAIS Para saber como realizar essa etapa, indispensvel para a VAN, ‘sugerimos que consulte o documento Bases Metodolégicas para Organizagao da Vigilancia Alimentar e Nutricional na Aten¢Bo Primaria & Satide e o documento Orientacées para Avaliogao de Marcadores de Consumo Alimentar na Atencio Résiea Orientagées integradas para a alimentagao e nutrig¢éo ‘Apés avaliar 0 consumo alimentar e o estado nutricional dos indlviduos, necessério um olhar sistémico do resultado encontrado, considerando 0 contexto econémico, social ¢ cultural em. ue eles esto inseridos, para que possam ser realizadas orientagdes integradas e pertinentes 4 realidade de cada um. Sempre que possivel, realize as orientacSes logo apds a avaliagdo, Essa etapa deve ser conduzida de forma clara e dialogada, com respetto, acolhimento e escuta, a fim de identificar e esclarecer possiveis dvidas. Quadro 35 - Recomendacées que se aplicam a todas as fases e evento do curso da vida ‘+ Em casos de eutrafia (estado nutricional adequado}, reforce as recomendactes dos guias amen tates a partir dos fasciculos de breve aconselhamento. A orienta¢ao terd 0 objetivo de manter 0 estado nutricional adequado e promover uma alimentago adequada e saudavel, considerando as pparticularidades de cada individuo ‘© Oestimulo & pratica de atividade fisica deve acorrer sab orientacdo profissional, seguindo as reco- ‘mendagBes do Guia de Atividade Fisico para @ Populagao Brasileira, do Ministério da Salide (2021), ‘+ Identifque e acompanhe a situacio domicliar de Seguranga Alimentar dos usuarios atendidos na ‘APS por meio da Tria, cisponivel no Manual de Identificagao dos Domiciios e Organizacdo da Rede. ‘+ Ao identificar desvio nutricional, de deficit (magreza e baixo peso) ou de excesso (sobrepeso e abesi instines ene, rompendo bareiras com o campo da sali, eta a utilizagao dos relatérios? bbém a Sociedade Civil Suma estratégia essencial que fortalece os dados contnibui na qualificagao da VAN. Além disso, recomenda-se também ~analsar as informagGes de Sisvan em conjunto com demais inquéritos ‘ pesouisas populecionais existentes, Fonte: adaptado de Brasil 20176; Brasl 20176 asi, 20225. Quer saber sabre os tipos de relatérios? O quadro abaixo pode faciltar a compreensao. Quadro 37 - Tipos de relatérios disponiveis no Sisvan CO = ort Cea re Produsao eluents Cocreey Relatérioscomnime- _Relatérios emitidos indivi- ro de individues que dualmente, de estado nutri- Relatérios com dados Conceito ‘so acompanhacos cionaleconsumoalmentar. de estado nutricional fem relagio ao con. Tambémfornecem informa. oucansuma allmentar. ‘sumo alimentar, {g6es coletvas, Pablico Dadosdacoletvidade, Dadosindividuaisecoletivos. Dados da coletividace. a Médulo pablcoems: Waco restr Méaulo piblico e mé- dul rest chia ese Gera dads ferenes ape ‘Nas ae Municipio de atuagao do profsional wrcado Niele gor Ounitpatomenr 20,8810N8: SVACAIOS Omnia omeror desagregagao nivel de estratiicagso, Side, grupos de atendi- "We! de estratificagéo, mentos, microéreas, pro- gramas vinculados e tipos ‘de acompanhamento, Fonte: elboragio préprla, Q FIQUE ATENTO Para informacées mais detalhadas, recomendamos a leitura do material Bases metodolégicas para a Organizacao da Vigilancia Alimentar e Nutricional na Atengao Primaria & Satide”, o Manual do e-SUS e o Manual Operacional para Uso do Sistema de Vigilancia Alimentar e Nutricioné Verséio 3.0 (Versdo Preliminar). Como agir a partir dos programas, estratégias e linhas de cuidado? (© SUS é constituido por diversos programas, estratégias ¢linhas de cuidado que orientam formas, de atuacdo e que contribuem para potencializar as agGes de promocao da satiae e alimentag3o adequada e saudavel ofertadas pelos profissionais e gestores, ‘Assim, podemos visualizar o SUS de forma articulada. © prof'ssional ¢ gestor da VAN devem se posicionar no centro dessa artculagio e visualizar as possibilidades e desafios aue existem a0 seu redor, dentro do setor satide, para oenfrentamento dos princinais agravos do territério, Pensanda esia maneira, éimportante refletr sobre as formas de garantir a execugdo de uma atengo 8satde de qualidade e resolutiva 20s usudrios do SUS, por meio de programas, politicas, ages, sejam elas setoriais ou multissetoriais,e linhas de cuidados que contemplem a necessidade da populacio. Vejamos algumas possibilidades de reflexdes quanto & a¢0 do profissional para alguns publicos: Quadro 38 - Reflexes quanto a aco do profissional para diferentes puiblicos ee aes + Os usuarios do SUS podem ser atendidos e contemplados pela VAN a partir de que estratégia ou programa? ‘= De que forma a promogao de saude, a almentagio adequada e saudavel, a atividade fisica, a pre- vyengaa e o controle dos agravos nutricionals podem ser colocagos em prética para estes usuarios a partir da minha atuagio profiss onaP + Como eu posse me articular com a minha equipe de trabalho para garantir a integralidade do culda- do 20s usuarios atendidos nesse terrtério? + Quais as linnas de cuidado padem auxiiar como estratégias para estes ususrios? + Como implernentar uma Iinha de cuidado e/ou protocolos de aconselhamenta para o cuidado nut cional desses usuarios? elec ue eee + Quais os tipos de vulnerabilidade social que estes usuarios estdo expostos? + Sdo pessoas ttulares de programas de transferéncia de renda? + So usuarios atendidos por equipes de satide responsévels por esse tipo de vulnerabilidade? (So texemplos: pessoa em situacdo de rua, populacdo ripeirinna ou fluvial, pessoas privadas de lerdade, errre outros) cease ‘= Como orgarizar as6es de promogio ac Aleitemento Materno e & Alimentasio Complementar ade. quada e sudével para este pdbico? ‘= Como implementa linhas de cuidade de atengao a satide de criangas e de gestantes corn desnutr fo e/ou obesidade? + Come estdo sendo executadas as ages de prevengao e atengdo & obesidade infantil” ‘= Como implementar os protacolos de breve aconselhamento para este piibico na APS? * Asuplementago de micronutrientes apropriada para esta fase ou evento do curso da vida est ‘sendo executada e aderida pelos usuarios e responisdveis? + As agbes de promogio, prevengao e avallagio das crlangas esto sendo realzadas nos espacos ‘ocupados por este puilico, como escolas @ creches? Fonte’ elborasie propria {As inciativas de promogo e apoio 3 adiocdo de habitos e préticas de vida saudveis entre a popu: lago podem ser feltas por profisionais de satide e gestores que conhecem o territério mediante parcerias multissetoriais. Estas podem ser estabelecidas entre instituigdes pUblicas, privadas, entidades da sociedade civil e outros setores coma agricultura, econornia, assisténcia social e educagao, que se potencializam o trabalho da APS, Veja alguns exemplos de ages mulkissetoriais: Quadro 39 - Exernplos de aces multissetoriais, Goes ores + Usuarios de programas intersetorials, a Promosioe incentive Colaborar com asme- _exemplos dos programas de transferén. as praticas corporais—_Ihorias na sade des cia condicionada de rend efou programa fem escolas estudantes. Ge articulagio da satide, ecucagdo e assistincis socal + Agricukores familiares, Secretaria oe Valorizaraprodugsoeo —_ABrickura Hortascomunitérias consumo de alimentos» Secretarias de Educaggo, regionais. + Moradores do bairro atuantes ou no em associagbes ou conselhos locals. * Participantes do ambiente escolar (pro- Tessores, iretores, estucantes, conselhel- ros, responsaveis familares), Secretarias de Eeucagao e Assisténcla Social Valorzar a produgio de Oficinas culindrias alimentos e preparacbes saudavels Promover a adogo de» Secretaria de Sade habits alimentares sau an dvels, coletar informa: 3 Gees doestado nutricio. _* Profissionais de marketing digkal, popula Raleconsumoalimentar. S80 em geral Atividades de educagio alimentar e nutricional * Secretarias de & Assit Bsdemendasmu- —« Ysubns doSUS, wroorasapert dod3t, profesional da Acta Socal equoe ametharia em sauide multprofissional de APS. Grupos de promocdo a satide e 3 alimentag3o, adequada e saudavel Promover a coleta de _ * Usuérios de programas de doagoes de informagdes em satide alimentos. Deagdode Alimentos os usudrios, eclaborar _ Secretarias de Assisténcia Social, da materiaisinformativos. _Saiide ede Educagao. Fonte: elboragio préria Pronto! Agora voc® jé sabe como exercer uma atitude de viglancia para promover mais saiide e alimentagdo adequada e saudével no seu territério!

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