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JAATOS | yusk Oromul — Tabredassa 2 hea. Luben Ovuumanfa, acre , Ye a-34 cartrure 1 © QUE E ETICA? O mapa ea buissola ‘A écica¢ uma disciplina ru generis, Ela comesa por se dstingir das outs Aisciplinasensinadas na escola ou na universidade em dois aspects. O pri miro € que, no infcio do ano letivo, na discipina de étca nfo pode haver ninguém completamente ignorant, 20 contrito do que sucede normalimente, por exemplo, ns discplinas de introduio a lgebr, 3 iia ou &histia da li- ‘teratura. Muito antes deter aula de éica, coda a gente passou por momentos «em que s interrogou sobre o caminho a seguir, sobre o que deve faze da sa tépria vid, sobre aimportncia. a dara cada uma das suas milla dimen- $6es,muitas vezes em concorréncia entre si. Que imporcincarelaiva devo dar ‘20 divertimento, 20 estudo para uma profisio futur, a0samigos ou & fama? ‘Quando romamos uma decisio,sentimo-nes melhor quanda a conseguimos justfcar, tanto aos nossos olhos como 20s olhos dos outros, em particular dos que nos so mas préximose cujas opinises so para nds importantes Além eaves momentos de dvidaereflexto sobre o que queremos ou devemos fazer ‘na nossa vide, hé um outro tipo de experdncias plas quais também codos passaram antes de leem um lv de ca ou de assem primeira aula so- breo asunto. Referimo-nos sexperitnias de injastca ou de humlhago de esas que todos jd presenciémos, que ouvimos narar ou que ns propos vivemos como vitimas. Nesta ocsies somos afectados por um sentmento de indignagao ou de revola e pensamos que os autores de tai actos nao 0s wdeve- Fiamo ter comet. Também neste casos tentamosjusificar aqui que pe samos edizemos, ‘A dtica, como discplina flosica, € uma reflexi sstemsicae aprofun- «dada sobre ests dois tipos de questées que se colocam, de manera expont- ‘ca € mais ou menos explicit, na vida quotidiana de qualquer ser cape de pensar sua vida os seus actos. A segunda oposigio entc a tia eas outs discipinas diz respeita ao ca- eter dos respectivos aberes. Enquanto as ours disiplinasprocuram forne- cer informapdesecombecimentes sobre o mundo, sobre os entes mundanos, no «aso da matemitica, sobre as formas das relagSes gies cfou quanttativasen- Uwedeias ou ene seres em gra, éticapretende fornecer uma orienapo para «vida activa dos seres humanos. Em certo sentido, o ico poe dizer, como ‘Seerats, 136 sei que nada sei, na medida em que nfo forneceinformagbes 0- bre o mundo, mas apenas pretend orienta o comportamento, 0, pelo me- nos, fornecer instruments ou procedimentos de arent, Isto no significa ‘que a Gica no petenda encontrar um stber. O objetivo da ica nda & co- ‘nhecero estado do mundo ou das cosas, mas saber como vver ou como ait ‘Asabedoriaéricaé, pelo menos desde Sdcrats, considerada um saber superior, cembora diff de aleangae, A necesidale de orientaio fx-e sentir em wiros mbitos da vida. Hé Juma necesidade de oienaso na vida pessoal, na relaco do sito com a sua Ptépra vida, que se exprime na pergunta wcomo vivers, amide formulada Por Sécratse que serviu de ponto de fuga toda as ica antigas. Hi, por ou- "eo lado, uma necesdade de orientario nas nossasrelagBes com os outo8 em tal, ou sj, na vida em comunidade. Mais recentemente, na sequéncia do ‘desenvolvimento de eenologas que matcam profundamente a rela do ho- ‘mem como mo ambiente natural, surgiu uma maior necesidade de orien- ‘ago na nossa relago coma natureza, com avid na Tera e com os animais. Pexguntamos, por explo, como nos devems comportar com wm animal? Seri que devemos trati-lo como se fose uma cois inanimada? Trati-lo exac- "amente como um ser humano? Ou tala de uma mancira diferente da coisa ‘nanimada edo ser humano? As ctncias do animal —a biologia, a 2ologi, a etologia animal — po- dem dar-nos muita informages sobre ada espéce. Estes conhecimentos no so, sem vid, indiferentes para formulaco da resposta questo ca, que no ser certamente a mesma ses tratat de um invertebrado monocelulr ou

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