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Capitulo V Cicero e a retérica latina 1, A “Rhetorica ad Herennium” A produgao de tratados retéricos comecou tarde na litera- tura latina: o mais antigo tratado que possuimos é a Rhetorica ad Herennium, que nos chegou andnima, remontando, com toda probabilidade, aos inicios do I século a.C., Houve tempo em que foi atribufda erroneamente a Cicero; hoje, entretanto, sem de- sacordo, é atribuida ao retor Cornificio, de quem fala Quintiliano na Institutio Oratoria. A Rhetorica ad Herennium &€ sobretudo obra de um eru- dito, 0 qual, nfo muito jovem, escreveu esse tratado para o seu amigo Herennius. Ele examina em primeiro lugar os deve- res do orador, a seguir a divisio da matéria retérica e, em par- ticular, a invengo e a elocugdo. Quanto ao contetido, a Rhetorica ad Herennium depende principalmente de Aristételes e de Her- mégoras, mas, diferentemente das suas fontes, o autor est4 pou- co interessado na problemitica filosdfica, j4 que seu objetivo fundamental € 0 de dar preceitos e classificar. Seu mérito fun- damental é 0 de haver instituido, com base nas fontes gregas, a terminologia retérica latina, depois adotada quase integralmen- te por todos os autores de retérica. Para nés, um outro mo- tivo de importancia da Rhetorica ad Herennium reside no fato de que, difetentemente da maior parte de suas fontes, ela nos chegou com o texto integral. oO autor da Rhetorica ad Herennium retoma, precisando-a, a classificacio grega da matéria retérica tal como foi elaborada bor Aristételes e Hermigoras. Em primeito lugar, a ret6rica € ividida nos trés géneros atistotélicos, 0 judicidrio, 0 demons- "ativo ¢ o deliberativo. Em seguida, a técnica retérica é subdivi- 65 dida nas partes estabelecidas por Crisipo, com o actéscimo de uma quinta parte, que nao é mais, entretanto, a ndesis dog tratadistas estoicos, mas a meméria, um dom técnico, menos filosdfico e mais ligado A questao dos preceitos, de acotdo com a tendéncia da Rhetorica ad Herennium. A divisio da matéria ret6rica passa a compreender as cinco partes seguintes: a inventio, a dispositio, a memoria, a elocutio € a pronuntiatio. Também o discurso se subdivide em seis partes, 0 exordium, a narratio, a divisio, a confutatio, a confirmatio e a conclusio, Com base nessas divisbes a Rhetorica ad Herennium desenvolve uma casuistica minudente, que hoje é de pouco interesse. E, no seu conjunto, a Rhetorica ad Herennium nao se eleva (diferentemente das de Atistételes, dos estéicos e de Hermégoras) acima de um pre- ceitudrio analitico. 2. Cicero e a disputa entre retérica e filosofia Também a primeira obra juvenil de retérica que Ciceto escreveu, o De Inventione, nao se eleva acima do preceitudtio mitido da Rhetorica ad Herennium; bem ao contrério, entre 0 De Inventione ciceroniano e a Rhetorica ad Herennium ha uma semelhanga notdvel, que, com freqiiéncia, é posta em relevo pe- los estudiosos modernos, Mas 0 De Inventione ocupa um lugar independente nas obras retéricas de Cicero; de fato, as obras retoricas de sua maturidade, 0 De Oratore, 0 Orator e 0 Brutus (e também as obras retéricas menores, 0 De Optimo Genere Oratorum, as Partitiones oratoriae, os Topica) elevam de novo a problemética retérica ao nivel das disputas filosdficas. __A questo fundamental a esse respeito é a disputa entre retorica ¢ filosofia, que Cicero enfrenta muitas vezes. Vimos ja como tal disputa se fortaleceu depois de Zenio e dos tedricos cstdicos: Cicero surgiu precisamente no centro desta animada disputa. Riposati' assim reconstruiu os dois pontos fundamen- tais de acusacéo ento dirigidos contra a retética: “1. A retérica nao tem o direito de existir Porque nao é uma arte, nao traz \Problemi di retorica antica, p. 678, 66 nenhuma utilidade prética, pois que nem garante o conhecimento .m torna o homem elogiiente; bem ao contrério, ne- nhum retor foi verdadeiramente crador notdvel, enquanto os Inais famosos oradores tiveram pouquissimo conhecimento da arte retérica, Por outro lado, ela € nociva ao prdprio orador que, forrendo atrés de abstragdes vazias, nunca se torna homem de cstado virtuoso, ¢ € nociva ao préprio Estado, porque nem ensina a governé-lo nem a administrélo. 2. Deve haver um Timite para o objeto da retérica e para os seus problemas: ela nao pode e nem deve invadir o terreno do fildsofo, nem tratar de questdes gerais ¢ especulativas, nem arrogar-se 6 mérito de formular e resolver problemas de cardter cientffico e teorético; cla trata, afinal, de hipdteses e nao de teses”. Diante dessa acusa- cdo a obra de Cicero, que reabilitou e defendeu validamente a retérica no mundo latino pode, em certo sentido, comparar-se a de Aristételes, no que diz respeito as acusagées platénicas A retérica, Na disputa entre retérica e filosofia, Cicero sustenta o card- ter complementar € necessdrio de ambas as disciplinas: No Orator, sua posigéo é delineada com muita clareza: Cicero nega que possa surgir um verdadeiro orador sem a filosofia e lembra 0 exemplo de Platéo, que no Fedro sustenta que Péricles foi superior aos outros oradores contemporineos pelo fato de que fora discfpulo do filésofo Anaxdgoras; e lembra ainda o exemplo de Demés- tenes, que foi ouvinte apaixonado de Platfo. “E na verdade — actescenta Cicero — sem a disciplina dos fildsofos nao pode- mos discernir o género e a espécie de cada assunto, nem expli. célo pela definigéo, nem distribui-lo em partes, nem julgar 0 verdadeito e 0 falso, nem perceber as conseqiiéncias, ver as contradicées, distinguir as ambigitidades” *. Pata Cicero, contudo, também a filosofia, por sua vez, nao fang @norar © muito menos desprezar_a retdrica, Recorda, no eae oa do De Oratore (cap. XVI, 59 seguintes), 0 mpiee laqueles que foram insignes na faciendi dieenderae exemplo’ rane Temistocles, Péricles e Teramenes; e ainc aor panel? daqueles que, embora menos versados na atividade ica, também foram, além de filsofos, doctores daquela sa- do jéri nel ? Orator, 16, 67 bedoria retérico-politica, como Gérgias, Trasimaco e Isdcrates. “Tnfelizmente, acrescenta Cicero, surgitam também pensadores que, abundantes de doutrina e de engenho, aborreciam a vida social e politica e se puseram, entio, a desprezar a disciplina tfpica daquela vida, isto é retérica: 0 primeiro destes foi Sé- crates”. “Este separou mas suas indagagdes duas coisas estrita- mente unidas, a ciéncia do pensar com sabedoria e a do bem falar; e Platao nos seus escritos transmitiu a imortalidade o seu engenho ¢ os seus muitos didlogos, uma ver que Sécrates nfo havia deixado escrito algum. Daqui surgiu aquela conhecida ceparacio, por assim dizer, entre lingua e coracéo, absurda, invtil e reprovavel, segundo a qual aguns deveriam ensinat-nos a set sébios, outros, a falar”, Para Cicero, ao contrério, como @ retGrica exige a seu lado a filosofia, do mesmo modo @ filosofia exige, como disciplina a ela complementar, a retética. 3. Forma e conteddo na retérica ciceroniana Assim, a retérica que Cicero proclama complementar 3 fi- lesofia ndo pode mais ser uma ciéncia puramente formal, como correra 0 risco de tornar-se uma técnica semelhante & da Rhe- torica ad Herennium, Cicero percebeu o problema e, assim como insistiu longamente nas relagées complementares entre filosofis € retérica, do mesmo modo procedeu ao tratar das relagdes igualmente complementares entre forma e contetido na retérica. Ademais, entre 0s, dis elementos, Cicero parece dar priorida an poe ein lo-se ao velho preceito de Catio: Rem tené, su pee fereiro do a Oratore Cicero delineia exatamente fas Foc: “De fat, a abundincia dos asuntos gers # abundan- ae in existe nobreza nos préprios assuntos de el ee ae do assunto um certo esplendot der ase auras (+) Assim, facimente, na abundancia otacio, sem guia abe Hl i sata fluirio os ornamentos da © mesmo principio que retornats any cla exercitada”*, B es ornaré, nfo muito depois, na Ars poe * De Oratore III, 31,125, 68 sca de Horcio, nos famosos versos (40-41): “cui lecta potenter ica de vec fecundia deseret hunc, nec lucidus ordo” *. ert rete fgo sustenta um predominio unilateral do contetdo cobre a forma na retérica, mas, a0 contrario, um equilibrio e fima conexio complementar entre ambos os elementos. Isso de- corte do infcio do préprio livro terceiro do De Oratore (cap. {iv1), Aqui Cicero imagina que, entre os interlocutores do Uhilogo, Antonio haja proposto falar, ele prdprio, sobre o con- ‘ido la retética, teservando a Crasso o falar sobre a forma. Mas Crasso o tefuta: “Desde 0 momento em que ele se arrogou falar de coisas que devem ser ditas por um orador e deixou-me gue explicasse de que modo elas devem ser oradas, dividiu 0 que nao pode set separado”. Ea conclusio de Cicero nio é diferente da de Crasso: “Isto direi de modo breve: que nio se podem encontrar palavras brilhantes se antes nao se concebem e se expressam os pensamentos, nem algum pensamento pode ser elevado sem a luz das palavras”. 4. A retérica como arte no “De Oratore” ciceroniano Essa nova consideragao ciceroniana da retérica culmina na reivindicago da natureza de ars para a disciplina retérica. Cicero volta 4 mais antiga e notéria controvérsia sobre retérica, aquela entre Plato e os sofistas, na qual Platio queria exatamente ne- gar o caréter de téchne A retérica. Esse problema serpeia ao longo dos trés livros do De Oratore, que € a mais completa obra tetérica de Cicero. Jé no segundo capitulo do livro primeiro, Cicero pie a questo: “... pois, enquanto eu afirmo que a eloqiiéncia con- siste nas artes des homens mais eruditos, tu, ao contrdrio, irmao Quinto, sustentas que ela deve separar-se da exceléncia da dou- “ Tradugio: “Nem a abundancia, nem a ordem luminosa abandonaré aquele SHE Geolker wm, tema de acordo com suas forgas”. Conferir também o verso fave, 475 Poética: “Verbaque provisam rem ‘non invita sequentur” (Eas Relevras seguitéo sem esforco a idéia que jd se tinha” ou “Sede bem penetrado reapess® tema e as palavras chegario sem esforgo”). Esses preceitos horacianos Cavemen 4 Arte Poética de Boileau: *Ce que l'on congoit bien s'énonce canto cnt et les mots pour le dire arrivent aisément”, Boileau, L’art poétique, Primeiro, versos 153-154 (N.T.). 69 trina e consistir num certo tipo de engenho e de exercicio” 5, A solugio do problema é dada por Cicero no capitulo XXIII do mesmo livro, onde sustenta que, se se deve chamar ars apenas aquela disciplina que tenha regras infalfveis e evidentes, abso- lutamente distintas do arbitrio da opiniao, entdo a retérica nao pode ser considerada como tal; nela, de fato, muitos elementos derivam precisamente da opiniao e do gosto popular. Mas seria esta a verdadeira definigao de ars? Cicero nao & desse parecer: “Se, de fato, aquelas coisas que tém sido observadas no uso € no tratamento do discurso, vém notadas e assinaladas por pes- seas habeis e sagazes, e definidas com as palavras, explicadas nos seus géneros, distribuidas nas suas partes — coisa que me Patece seja possivel fazer-se — nao compreendo porque, embora Go com 0 rigor de uma estrita definicio, todavia ao menos no sentido lato, a retérica nao deva ser considerada uma arte”’. De fato, Cicero procura duas fontes essenciais para as ori- gens da ret6rica: a razdo e a experiéncia: “verborum eligendorum et collocandorum ... facilis est vel ratio vel sine ratione ipsa exercitatio””. Por isto mesmo a retérica € considerada por Ci cero uma arte, porque a ars estd exatamente na confluéncia do glemento_ racial da técnica abstrata com o elemento empirico ce eee do exercfcio. E ainda por isto a retérica tem lugares: “Ou 4 siorica, que varia conforme os tempos ¢ 0s singulae singula ae causae censetis esse, cur aetates extulerint pe genera dicendi?” * Gracas A deliberada clareza de apresentagao, pode dizer-se ue, em Cf na oe 40 ponto mais alto a valorizacao da reté- Nunca, como em Complementar da filosofia na Antiguidade. redas, como dig gee etética e a filosofia foram conside © Historiador da retérica latina M, L. Clarke, ihe 7 oe ‘Yo main disciplines of the ancient world. § De Oratore 1, 2, 5, ; ian 123, 109, na LoL 24 93. Tradacso: «, a, faase saD Hace TMH! “Data a escolha das palaveas e sua coloct "De Oo, fee ‘8TaS ou, sem regras, o simples exercicio” ue cada perv UH, 22, 92, ee eat PRP ces oP aagtite%, “A que causa atibuis, realmente produzido um género singular de 70 5. O “Dialogus de Oratoribus” — Quintiliano — A decadéncia da retérica latina Logo depois de Cicero a retérica latina entra em crise. A queda da repiblica sufocou aquela liberdade indispensével ao florescer de uma legitima oratéria e, assim como a queda das tiranias sicilianas assinalou o primeiro despontar da retérica grega, assim também a queda da repiblica romana assinalou primeiro ocaso da retérica latina’. A cratéria se exaure nas pré- ticas vazias das Declamagoes sem objetivo certo; e a doutrina retérica pode apenas refletir-lhe a decadéncia. A mais clara teorizagio dessa decadéncia é dada pelo co- nhecido Dialogs de Oratoribus, que hoje a maior parte dos filclogos atribui ao perfodo juvenil de Técito. Esse didlogo enfrenta trés problemas fundamentais: em primeiro lugar, se pata um homem de engenho é mais digna a retérica ou a poética; em segundo, se a oratéria moderna esté A altura da antiga, ao que se responde afirmando-se a superioridade da antiga e, em terceito, quais so as causas da decadéncia, a0 que se responde que sao trés: 0 mau sistema de educagéo, a prética vazia das declamagdes oratérias e, scbretudo, a mudanga na situagio po- litica de Roma e a perda da liberdade. Contudo, junto com esse contetido polémico, hé no Dialogus de Oratoribus também uma doutrina retérica positiva, que vale a pena lembrar. Primordialmente, na base da polémica de Té. cito entre a oratoria e a poesia esté uma idéia que, embora no seja de todo explicita, € muito fecunda. Ela retoma de forma nova a antiga teoria de Gorgias: para Técito, todas as formas de pcesia e de oratéria sio eloguentia, que podemos tra- duzir em portugués como “arte de dizer” (cap. X). Para Técito ° No Orator, XLI, 141, Cicero escreve: “Jamais duvidou alguém de que €m_ nossa reptiblica, em Roma, 0 primeiro lugar, nos periodos tranquilos, foi Sempre concedido a’ elogiiéncia” A mesma idéia jé era exposta no De Oratore, 1 IV, 14, L, VIIL, 30. II, VIII, 33 e no Brutus, obra posterior ao De Oratore € anterior 20 Oraior. No Brutus,’ XII, 45, Cicero’ afirma que “a elogiincia ¢ 2 Companheira da paz, a associada do ’repouso; diria mesmo a filha (alumna) le uma sociedade jé organizada”. Técito, no Dialogus de Oratoribus, XXXVIL, 'mbra, a0 contrétio, que essa arte “nasce mais facilmente nos tempos. de tempestades © de inquietagdes” ? i felts tempera canny EN Spe inguleagoes” (quce facilis tarbidis et inquiets temp 71 sio eloguentia tanto os “heroica carmina”, os “lyrica”, os “elegi e iambi’, os “epigrammata”, quanto, por fim, a oratéria, assim como, para Gérgias, poesia e prosa eam igualmente [dgoi, uma metrificada (tvet»0s = émmetros), outra sem métro (4Hetps = dmetros). Uma vez estabelecido que tanto a oratéria quanto a poesia sio eloquentia, & interessante ver em seguida como Ticito dis- tinguia os elementos prdprios de uma e de outra. No capitulo IX do Dialogus de Oratoribus surgem as trés caracteristicas que distinguem a oratéria da poesia; a utilitas, que é peculiar & ora- toria e no a poesia; a voluptas, que é, por sua vez, caracteristica da poesia; e, por fim, 0 caréter nao social da poesia: a poesia vive em um mundo fantéstico prdprio, enquanto a oratéria é uma atividade voltada essencialmente para a sociedade. Também esta € uma apresentacio nova, original, de um conceito antigo, que pode remontar, como vimos, ao menos A retérica gorgiana. O Ultimo produto notavel da retérica latina, aproximada- mente contemporineo ao Dialogus de Oratoribus, foi a Institu- tio Oratoria de Quintiliano, Sua originalidade nao é grande, pois Quintiliano depende muito dos tratadistas gregos e latinos pre- cedentes, em especial de Cicero; todavia, € importante o vigor com que Quintiliano retoma os seus conceitos e os reapresenta de forma adequada A sua propria época. Quintiliano, como 0 autor do Dialogus de Oratoribus, tam- bém registra a vizinhanga e, apesar disto, a diversidade entre a oratéria e a poesia. No livro décimo da Institutio Oratoria, comenta a observaco de Teofrasto, segundo a qual ao oradot é de muita valia a leitura dos poetas, com este conceito tipico: attrita quotidiano actu forensi ingenia optime rerum talium Clanditia reparantur” ®. Quintiliano, diferentemente de Técito, distingue a atividade oratéria da poética como sendo uma ativi dade ditigida para a aco social, em contraposigio a uma fanta- sia, ditigida a pura blanditia (encanto). Quint? 20 Problema das relagdes entre retdrica e filosofia, ‘nta- no proémio do livro primeiro da Institutio Institutio Oratoria, X, 1 fo: 4 Ja pritic didsia do fore Orstoria, X, 1, 27. Tradusio: “0 espftito cansado pela pri objetos™ (ar leurs ‘poonen ee PAE Tepousa, do, que o eneano dk 72 Oratoria, onde assume posigo andloga a de Cicero: “Eu nio poderia permitir que o principio da retidao e da honestidade dos costumes, como alguns sustentaram, seja relegado aos filésofos, pois que o homem verdadeiramente civil e apto a administrar os negécios ptiblicos e privados, que possa governar com conselhos as cidades, consolidé-las com as leis, putificé-las com os tribunais, no pode ser, por certo, outro senfo o orador”. Em Quintiliano, pois, a retdrica se identifica substancialmente com a filosofia moral, de forma semelhante a da Primeira Sofistica, Depois de Quintiliano, a retérica latina nao produziu mais obras de verdadeira genialidade. Como escreve Riposati ", “todos 0s que virdo depois dele, ora fazendo eco a orientacdes estdicas, platénicas, peripatéticas © hermagoricas, ora apoiando-se intei- ramente em Cicero e em Quintiliano, com freqiiéncia criarfo disperses e confusdes de idéias, que nio vio além das exi- géncias da escola” ®, 4 Problemi di retorica antica, pp. 670-671. Te

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