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“Teds (11) 3869-0111 Fra (11) 3864-4290 conmearseiorcom be “toeconsirn com en Maw Bein Thea de aps ‘as aca Conn a Pret (I) "Cio ti ao SELMA GARRIDO PIMENTA Maria Socorro Lucena Lima Estagio e Docéncia P edigio F rempeesio REVISAO TECNICA: JOsE CERCHI FUSARI Sais 6 Capitulo I Estagio: diferentes concepgées Estagio: diferentes concepcées “A nm ano arisen tnka ceria de que etava tendo ‘uma boa formagto. Agora, etonchocada com a reai-_[ de nas quais 0 ensino ocorte. A exigéncia dos alunos fem formacio, por sua vez, reforga essa perspectiva ‘quando solicitam novastéenicas e metodologias ui versis por acrdiar no poder desas para resolver as de Fiiéncas da profisso e do ensno, foralecendo asim mito das encase ds metodolopae. Esse mito et pre Ssente no apenas nes anseos dos alunos, mas também centre profewores¢ sobre = iets poe | egies Daa) mon pl | Sieiadoree naira noe: a Seba iris |S Spin cs rogue moi | eas ns felis focagiae fice cc” | ea ea eee See cee pee oieqetain aes ‘onc d estcogn elo que efi as mes. nhecimento de técnias€ | Ss wpm lg toltodos dees & a vex eet ea es see ears Pons! ecu pelos | Snot demand ii ‘aulador doesnot | Speeds remeron | assim em movimento © | Eemanos cain amis psuoe | ciclo de uma pedagogia | dlacn uso ¢ ml, mend poe ompenaiiin, ralimen- |e pedue naval creas rasa penser So aeneees nae ee fe aeeecieien encase Nas dscns pd caf dos cues de or tnagio mas unvesiades, (heme dec in dem dresden eo Shee io aaa do erp, poe cpap emp, » Gurpreet solr inane pti oa aoe ei 21 emprogada frequentementegeraailuso de que as StuagBes de ensino sioiguase poderao ser resolvidas ‘A citi & diditicainstumental gerou, num pri miro momento, uma negagio da diditica,sendo subs ticuida por ma etica i excola, uma ves que s ons erava esta como aparelho reprodutor das ideologias ddominantes na sociedade. Essa percepcio tradusit-se em modaldades de estigio que se etringiam apenas caprar os desvio falas da escola, dos dietorese dos profesores, configurando-se como um eiticismo va- io, uma vez que os estagitios I jam somente para rotular a sco ¢ seus profisionis como “uadicionas” “autorusios’, entre ours qualficagies. Essa forma de esigo geou conflitosestuages de disancismen- to entre a unversidade ea esol, que justamentepas- sou ase recusar a receberestagitios, 0 que por veoes leva a situagdes extremas de secretatas de edueasio cobrigarem suas escola a reeber estagiros (O repens esa questo, asumindo a cca da ea lidade existence, mas numa perspectva de encami- har propostas ¢solugdes 20s problemas estrutrais, socais, politicos eecondmicos dos sistemas de ensino seus reflesos no espago escolar e na agio de seus profisionais,consttuiu 0 ncleo das pesquisas em vérias eas da educagio, em especial no campo da PPedagogia da Didatica. ‘Também no campo da formagio de professors © dos esigios,inimeras pesquisa tm sido produzidas denunciar esas quests, contibuindo pars uma ‘melhor compreensio da formagio a partir de estudos ‘rccos e analticos das priticas desenvolvidas nas ivesidades, mas tab tazendo contibuigiessig- nificativas do campo pritica dos curoe de cencia- tura edo campo terico para novorencamsinhamentos 10s cursos de formasio. E importante descacar que ‘ssas pesquisas im apontado, com unanimidade, {que universidade & por exceléncia 0 espago formati- vv da docéncia, uma vez que ndo é simples formar ‘para oexercicio da docéncia de qualidade e que a pes- ‘quisa éo caminho metodolégico para esa formato, Contrapaem-sc, poranto, as oriemagées das potti- cas geradas a partic do Banco Mundial, que redu- ‘em a formasso a mero teeinamenco de hablidades competincias. 3. O que entendemos por teoria e por pratica (© teducionismo dor csigios as perspetivas da pritca instrumental e do eriticismo exple 0s pro- blemas na formacio profssonal docente. A disscia- ‘fo entre teorae pritica af presente resula em um ‘mpobrecimento das prdtcas nas escolas, © que vi ddencia a necesidade de expliitar por qu o stigio € teoria¢pritca(e no weora pric). ‘De acorda com a conesto de ao dacente, a pro fissio de educador & ma pric wal. Como tantas ‘otras, uma forma de se incervir na realidad soca, ro caso por meio da educacio que ocorre no s6, mas ‘sencialmente, na instiuigbes de ensino. sso porque ‘atividade docente & 20 mesmo tempo prisza ea. ara Sacristin (1999), a prtica €insiwucionaiza- ds sia foras de educa que ocorem em diferentes contextosinsttucionalizados,configurando a cultura a tadicio das insiuigdes, Esa adic sri o con teido © 6 método da educa, Para Zabala (1998), 2 ‘strututa da pricica institucional obedece a miliplos ddcerminantes, tendo sua jstifcagio em pardoetros Soe are poe) inipcte tele, a insitucinais, organizativs, ages meodolgjcas, possibilidades reais dos profesores e das condigies fisicas existences A ato (ck Sais, 1999) referee 205 jit seus mods de agir¢ pensar, seus valores, seus compromis- 40s, suas ope, seus desejos © vontade, seu cone cimento, seus exquemas redrios de leurs do mundo, seus mods de ensinar, de erelaionar com os alunos, de planejare desenvolver seus cursos. Os suits tale ‘am suas agGes mas insiuigdes em que se encontrar, sendo por esas determinados eneasdeterminando, Se a pretensio é alter a nsiuiges com a contribuigso as eoras,precisamos compreender a imbricaco entre sujeitoseinstiuighes, oe prise Em sentido amplo, asso designa a atvidade huma- nao izes, um fazer efeivo ou a simples oposgio a um ccxado pasiv. Enreanc, em uma compreenso filo- Silica esocioldgics, « nosso de apo & sempre refer dda a objetivos finaldadese meios, implicando a cons- ‘inci dos suetos para esas escolhas,supondo urn ‘certo saber econheciment. Assim, denominamos apo pedagiica as atvidades que os profssores realizar 20 coetivo escolar supondo o desenvolvimento de certas ativdades maeras orientadase cxtruturads. Tas ati vidadestém por finalidadeaefetivagio do ensinoc da aprendizagem por parte dos profesorese alunos, Es proceso deensino eaprendizagem é compost de con ‘exidos educativos, habilidadese poscuras cientfica, socias afetivas, humanas;enfim, utiliza se de media es pedagbgica especificas. Nese sentido, na escola *compreendida como comaidade tomas diferentes aes «diferentes sujeitos com fangs que tabi se diferen- iam para a concresiagio de objetivo coletivo, a edu ‘acto exolar” (Moura, 2003, p. 134), Asividades mates que arc a ape pod jensen as irae ene os profesor, of anos ot conte cane eral para formas Jo manos sa merges que exruturam procs deena aprendiagems ots mergfes nq tatiana ov diver sabe te pelagic do poker ena gins carer Proceso de semua ereignBca de i oe CConierando que nem sempre o profesor tm clare obec bjcios que enum sas age 0 contexto esl eno nto wcll onde se nem, Semen exer pr ie, bone Thos proceimentn sao xj tobe ers Ak coca de oo pape eid ve Si nos prea de log mate de tla nos contents alas (€ Nevo, 200). ‘Nose proceso © papel dat tori @ laminate feces inn ¢ eas par sii ne Ugaio que peta guna spina ‘nals sds 20 emo tempo, ‘lar ds pop cm queonument,unaven gira trons epcagrsempre pov dead “Apia educative Gtcina) um ego cl tual comparifhado que tem rlges como que teontee cn outros tbs da soceade de as isin, Pant, no eg do ios de forma. Gio de pfeanres compre pa gu ox profesorescompeendsm a complexidae dis pe Us incihonas eda ager praca poe ut profisionals como alterna ne repro para sua Fert profisional Isso 66 pode ser conseguido seo extigio for uma reocupario, um eto de todas as disciplina do curso, e ‘lo apenas daquelas eroneamente denominadas “priti- cs", Todas as disciplinas, conforme nosso entendi- mento, sio20 mesmo tempo “tric "pics. Num ‘curso de formasio de professors, codas as disipinas, as de fundamentos e as didaticas, devem contribuie para sua fnaldade, que ¢ formar professores a partir priagio da ralidade, para analisé-a e questions-la Cricamente, luz de teoris. Essa caminhada cconceitual certamence serd uma wilha para a pro- posigio de novas experiéncas Na dtegio dese aprofundamenco, Piment (1994), partindo de pesquisa realzada em escolas de forma- ‘io de professores, introdu a discussio de pris, na Tentatva de superar a decantada dicotomia entre to Fine pritca. Condlui que oestgio, a0 cntrrio de que se propugnava, nla ¢ atividade pritica, mas ceria, instrumentalizadora da prixis docene, encendida esta como aividade de eansformagio da reaidade, Nesse sentido, o estigio curricular éaividae terica de co- nhecimento, fundamentacio, dislogo ¢ intervengio ‘a realidade, est, sim, objeto da pris. Ou sea, €n0 contexto da sala de aula, da escola, do sistema de tensing da soiedade que a pris se di 6 xmas seme ee —a capone erence spon 4.2. O estigio como pesquisa ea pesquisa no etigio E posse tig serelizarem forma de pes 2 Assn cg una api me, uma posi magio do extagiria como Fare proisor El pode ser também una pos bilidade de formagdo ¢ dsenvolimenco dos profes: sores da escola na telago com os exaio. ‘Apesquisa no esi, como método de formas de faruros profesores, se wad, de um lad, na m0- bilizagao de pesquisa que permitam 4 ampliagto © tna dor oo ene ce nig olan poroutro, cem especial se eadur na posibilidade de ‘os estagirios deseavolverem posturachablidades de Pesquisdor a pri ds sages de exo, daborar- do projets que hes permit 0 emo tempo cont preendere problemariza as stuagbes que observa, Boe exigio presupie outa abordagem dane do co- shecimeno, que puss considera ndo mais como verdade capa de explicar toda e qualquer situasio cobserada © que tem conduzido estairios a dizer {Ue 0s professors devem face. Supe que basque now conheimento na reagent as explicate ee tents eos dados novo que «realidad impse e que so pereebides ma pours inverts Para desenvolver a pesibildad ds pesquisa como rmétodo na formagto dos sapidrios, apresenatemos em reves consideragies suas orgens. Origen da pesquisa no exégio (© movimento de valorzago da pesquisa no estigio no Brasil cem suas oxigen no inicio dos anos 1990, partir do questionamento que entio se fais, no cam o da diddtica eda formasio de profesor, sobre a indissociabilidade entre teoiae pritica, Assim, a for- ‘lg do exo como aiidadewebics iarumenul ada da prs (Pimenta, 1994, p. 121), tendo por base a cancepeio do professor (ou futuro profesos) ‘coma intelectual em proceso de formacdo © educa- ‘0 como um proceso dalcico de desenvolvimento do homer bistoricametesruado,abru spago para um inicio de compreenso do estigio como uma investign- ‘lo das priticas pedaggicat nas insides educa. Esa visio mals abrangente e contextualizda do ‘exigio indica, para além da instramencalzaco wnica dda Fangio docente, um profisional pensante, que vive num determinado espago e num cero tempo histS- rico, capaz de vislumbrar o caitercoletvoe social de ‘ua profisso (¢£ Lima, 2001). “Também posibiiau 0 desenvolvimento dessa per postive a veiculagSo das conteibuigSes de autores sobre aLeoneepyo do profesor como profsionalrefliv, que ‘alosia os saberes da prtica docente(Schin, 1992) {em contexts insttucionase capes de produ conhe- cimenta (Névas, 1999), e como profsional rtco- -reflsive (Pimenta, 2003; Contreras, 2003), além do mplo desenvolvimento da prépra pesquisa quaicativa ‘na educagio brasileira Mas 0 gue significa profesor reflexive? E profesor pesquisador? ‘A expresso "professor elev", cunhada por Do- ald Sein, tomou conta do cenito educacioal, con- fundindo a reflexio na forma de adjetivo, de aebu- to préprio do ser humano, com um movimento teb- rico de compreensio do trabalho docents. (Observando a pritica de profisionais valendo-se de seus esudos de Fiosofa, especialmente sobre John Dewey, Schon propoe que a formagio dos profs. sionais mio mais se dé nos moldes de umn curialo ‘normative que primeiro apresenta a cignca, depois a sua aplicagio ¢ por dkimo wm estégio que suptic @ aplicagio pelos alunos dos conhecimentos tEenico- -profisionas. O profissonal asim formado no con- segue dar reposts is simagbes que emergem no dia a lia profisional, porque esas ultapassam os conheci- mentos elaborados pela cigncia eas respostas wenicat ‘que esa poderia ofrecer ainda no esto formladas, Valorizando a experiéncia ea reflex ma experitn- ia, conforme Dewey ¢ 0 conharinent dct, confor- sme Luria e Polanyi, Schn propée uma formagio baseada numa epivemolegia de price, ow sa, na valrizacio da peitia profissonal como momento de construgio de conhecimento por meio de reflexio, anilse¢ problematizagio dessa prica ea conside- ‘agfo do conhecimento tcito, presente nas saluges {que os profssionais encontram em ato ‘Com iso, abre pespectivas para a valorzaco da pes- quis na ago dos profisionals,eolocando as bases para 1 quese eonvencionoxsdenominar profesor psguisador dena price. Asim, encontramos em Schin uma forte valri- ‘gio da pritca na formagio dos profissionss, mas uma pric reflida, que os posibilita responder com, siruagdes nova is siuacoes de incerteae indfinigi, ‘As pesquisas nessa dea ttm caminhado dos erta- dos sobre sala de aula, preocupadas em concer ¢ex- plicaroensino ea aprendizagem em sinagbesecolars, para 0 esudo das aes dos docentes,coetvamente ‘considerados, nos contexts escolares: desenvolvern- se teoras 2 respeito dos saberes econhecimentos do- ‘centes em siuagio de aula e, psteriormente, sobre a produsio de conhecimentos pels prdprios profes. res. pela esol, Essa linha de investigasio que vem se firmando concomitantemente 20 reeainhecimento do professor como produtor de saberes€ uma spite. ‘molopa da prtia doceme,capaz de confit ett prdptio de conhecimento a0 desevolvimento dos st- beres docentes ‘A proposta da epstemologia da pritica,conforme Sacriscén (1999, p. 12), considera inseparivesteori « prtica no plano da subjtividade do profesor, pois sempre hi um didlogo do conhecimento pesoal com 4 gio. Esse conhecimento nio € formada apenas na cexperitncia concreta do sujito em particular, poden- do ser nutrdo pela “cultura objetiva’, ou sj, peas teorias da educagio, de modo a possbilitar aos pro- fessores traé-lo para as situagBes concretas,config- zando seu acervo de experéneia“tedrico-pritio” em constante proceso de reelaboragio, Assim, a tcora, além de seu poder formativo, dota os syctos de pom tos de visa variados sobre a aio contertalizada. Os saherestericos proposivos se ariculam, pois, aos sabers da agio dos profesorse da pita instuco- ral, resignifcandovos e senda por eles resignifiados. Poreanto,o pape da teria €ofereer aos profesto- res pespectvas de anise pars compreender os con- textos histrios, soca, culturas, organizacionais ede 'imesmos come profssonais, nos quas sed sua ati vidade decent, para nels intersn,transformand-os. Dat, é fundamental o permanente exerccio da erica As condigbes materiais nas quais 0 ensino ocorte © desenvolvimento dese proceso € pasbilitado pela atvidade de pesquisa, que vinci com a alse © 2 problematizacio das ages © das pritcas, confion- tadas com as explicape teGrcas sobre estas, com expe- riéncas de outros ares oares de ouios campos de conhecimento, com os objetivaspretendidos ¢ com as finalidades da educagio a formasio da socedade humana. Procedendo 2 uma andlse de pesquisasrealizadas ‘no campo da Didticae pritica de ensino, Pimenca (2002) conclu que as pesquisa estio privlegiando a andlise de stuagbes da pritica e dos contexts esc lares; iso revela a importincia que a perspectiva da _istemologia da pritca vem ansumindo. As pesquisas ‘sobre avliagloe fracas escolar, por exemplo,revelam avango significative na abordagem do tema ao trazer dados das situag6es concretas ¢ propositiva,superan- ‘do os discursoseadentrando a complesidade pritica. Apesae da imporrinca dessa perspectiva, &neces- sirio, na entanto, apontarmos alguns de seus limites Sto cles de natureza politica: quas a condigbes que ‘a escola plblica ofeece para espagos de reflexso cole tiva e de pesquisa por seus profisionst? E possvel ‘care desenvolver uma cultura deandlise nas scolas ‘exjo corpo docente ¢rorative? Que interes os siste- ‘mas publicos que adotam poiticas com priticas auoriéras ¢ de desqualifcasio do corpo docente ‘én em investrnavalorizagio e no desenvolvimento profissianal das profesores ‘Considerem se, ainda, as limitagbes na formagion inidal dos professors, que hstoricamente acumula {dices precirios devido & formagio aligeirada ¢mui- tas venes fig teicae paticamente ‘Sto limites também de naturezateérico-merado- gia: quas a possibildades efetvas de o professor pesquisa a prica? Quais sio 08 aportes edricos © retodolégicos necssiros para desenvolver pesquisa? ‘Como as teorassio consideradas nessa perspec? A andlise da pritica €relzada para alm des, c= ‘eamente, com crtévos xtemos de validade do conhe- ‘mento produzido? ldensfcar ese limites permite que se encontem formas de suprtlos.O exgio abre posi pars ‘0s pofesoresovientadores proporem a mobilzagso de pesguras pars ampliae a compreensia das sia es vivencidas observa nas eco, nos sera dhe ensino nas demas staagbs ou eximulrem, 2 par dos vnéoia a elaborago de projetos de es

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