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VET ORES e GEOMETRIA a, @ Vetores Com o propésito de garantir uma maior clareza para 0 leitor, a abordagem do estudo de vetores serd feita por meio de dois tratamentos que se completam: geomeétrico e algébri- co. A grande vantagem da abordagem geométrica é de possibilitar predominantemente a visualizago dos conceitos que so apresentados para estudo, 0 que favorece seu entendi- ‘mento, Posteriormente, os mesmos assuntos e ainda outros seréio abordados sob © ponto de vista algébrico, mais formal e abstrato, © TRATAMENTO GEOMETRICO Nogao Intuitiva Existem dois tipos de grandezas: as escalares ¢ as vetoriais. As escalares sio aquelas que ficam completamente definidas por apenas um mimero real (acompanhado de uma unidade adequada). Comprimento, érea, volume, massa, temperatura, densidade, so exemplos de srandezas escalares. Assim, quando dizemos que uma mesa tem 3m de comprimento, que © volume de uma caixa € de 10 dm’ ou que a temperatura ambiente é de 30°C, estamos de- terminando perfeitamente estas grandezas. Existem, no entanto, grandezas que niio ficam completamente definidas apenas pelo seu médulo, ou seja, pelo mimero com sua unidade correspondente. Falamos das grandezas vetoriais, que para serem perfeitamente caracterizadas necessitamos conhecer seu médulo (ou comprimento ou intensidade), sua diregdo e seu sentido, Forca, velocidade, acelera- lo, so exemplos de grandezas vetoriais. Antes de apresentar um exemplo mais palpdvel de grandeza vetorial, precisamos ter ‘bem presente as idéias de direcdo e de sentido. A Figura 1.1(a) apresenta trés retas. A reta 1; determina, ou define, uma diregdo. A reta r» determina outta diregio, diferente da dire- ‘gio der). J4 a reta ry, por ser paralela a r,, possui a mesma diregio de ny. Assim a nogio de diregio é dada por uma reta e por todas as que Ihe sio paralelas. Quer dizer, retas pa- ralelas tém a mesma direcao. 2. Vetores e Geometria Analitica Na Figura 1.1(b) a diregtio é definida pela reta que passa pelos pontos A e B. © des- Jocamento de uma pessoa nessa mesma diego pode ser feito de duas maneiras: no sentido de A para B ou no sentido contrétio, de B para A. Portanto, a cada diregio podemos asso- ciar dois sentidos. Fica claro entdo que s6 podemos falar em “sentidos iguais” ou em “sen- tidos contrérios” caso estejamos diante da mesma diregio. 5 ) © Figura Lt ‘Agora vamos a um exemplo. Consideremos um avido com uma velocidade constante de 400 km/h, deslocando-se para nordeste, sob um Angulo de 40° (na navegagao aérea, as diregdes siio dadas pelo Angulo considerado a partir do norte (N), em sentido horério). Esta sgrandeza (velocidade) seria representada por um segmento orientado (uma flecha ~ Figura 1.2), sendo 0 seu médulo dado pelo comprimento do segmento (no caso, 4cm, ¢ cada lem corresponde a 100 km/h), com a ditegio ¢ 0 sentido definidos pelo Angulo de 40°, O senti- do sera indicado por uma seta na extremidade superior do segmento, Observemos que no caso de o angulo ser 220° (40° + 180°), a dirego continua sendo a mesma, porém, 0 sentido 0 oposto, Este exemplo de grandeza vetorial sugere a nogio de vetor. igura 1.2 Abstendo-se da idéia de grandezas vetotiais, dirfamos que o vetor & representado or um segmento orientado (um segmento esté orientado quando nele se escolhe um senti- do de percurso, considerado positivo). Cap.1 Vetores 3 Dois ou mais segmentos orientados de mesmo comprimento, mesma diregdo (so paralelos ou colineares) e mesmo sentido so representantes de um mesmo vetor. Na Figu- ra 1.3 todos os segmentos orientados paralelos, de mesmo sentido e mesmo comprimento de AB, representam mesmo vetor, que sera indicado por AB ou B-A onde A é a origem e B a extremidade do segmento. © vetor também costuma ser indicado por uma letra mintiscula encimada por uma flecha, tal como LEO Figura 1.3 Quando escrevemos v = AB (Figura 1.4), estamos afirmando que 0 vetor v € de- terminado pelo segmento orientado AB. Porém, qualquer outro segmento de mesmo com- primento, mesma diregdo ¢ mesmo sentido de AB representa também 0 mesmo vetor V. Assim sendo, cada ponto do espago pode ser considerado como origem de um segmento otientado que € representante do vetor v. Esta é a razio de o vetor também ser chamado vetor livre, no sentido de que o representante pode ter sua origem colocada em qualquer ponto. B eh Figura 4 Ainda, dados um vetor ¥ = AB e um ponto P, existe um s6 ponto Q (Figura 1.5) tal que o segmento orientado PQ tem o mesmo comprimento, a mesma diego € © mesmo sentido de AB. Portanto, temos também ¥ = PQ, 0 que vem reforgar 0 fato de que tum representante de ¥ pode ter sua origem em qual- quer ponto P do espago. Figura 1.5 4 Vetores Geometria Analitica O médulo, a diregdo e 0 sentido de um vetor ¥ € 0 médulo, a diregio ¢ o sentido de ‘qualquer um dos seus representantes. Indica-se 0 médulo de ¥ por 1¥ lou IVI Casos Particulares de Vetores a) Dois vetores ue ¥ sto paralelos, e indica-se por = U//¥, se 0s seus representantes tiverem a mesma dire- Smerreniee io. Na Figura 1.6, tem-se u//v//w, onde ue v tém ed © mesmo sentido, enquanto u ¥, tém sentido contré- tio ao de W. Figura 1.6 b) Dois vetores ue V sto iguais, e indica-se por U se tiverem iguais 0 médulo, a diregdo e o sentido. «) Qualquer ponto do espago é representante do vetor zero (ou vetor milo), que éindicado por 0 ou AA (a origem coincide com a extremidade). Pelo fato deste vetor no pos- suir direcdo e sentido definidos, considera-se 0 vetor zero paralelo a qualquer vetor. @) A cada vetor nio-nulo ¥ corresponde um vetor oposto v B -¥, de mesmo médulo e mesma regio dev, orga, de y sentido contrétio (Figura 1.7). Se V=AB, 0 vetor BA & © oposto de AB, isto 6, BA =-AB Figura 1.7 e) Um vetor ti é unitdrio sel A cada vetor ¥, ¥ # 0, é possivel associar dois vvetores unitérios de mesma direglo de V: we {@———J— (Figura 1.8). Nesta figura, temse vi =3 ep % >! Iul=Lul= 1. 0 vetor u que tem 0 mesmo sentido de ¥ € chamado versor dev. Na verdade 0 vetor u nio € versor s6 de¥, mas sim de todos os vetores paralelos e ce mesmo sentido de ¥ e medidos com a mesma unidade, Figura 1.8 CO) Figura 19 Figura 1.10 f) Dois vetores ue ¥ (Figura 1.9(a)) so ortogonais, ¢ indica-se por u LV, se al- gum representante de u formar Angulo reto com algum representante de ¥ ‘A Figura 1.9(b) apresenta dois repre- sentantes de u Vv, com origem no ponto A, formando Angulo reto. Considera-se 0 vetor zero ortogonal a qualquer vetor. 2) Dois ou mais vetores sio coplanares se existir algum plano onde estes. vetores esto representados. E importante obser- var que dois vetores © ¥ quaisquer sao sempre coplanares, pois basta consi- derar um ponto P no espaco e, com ori- em nele, tragar os dois representantes de U © ¥ pertencendo ao plano m (Figura 1.10) que passa por aquele ponto. No caso de Ul e ¥ serem nao paralelos como nesta figura, estes vetores determinam “dires0” do plano 7, que € a mesma de todos os planos que Ihe so paralelos. ‘Tr8s vetores poderio ser coplanares (Figura 1.11(a)) ou néo (Figura 1.11(b)). LE hh @ o Figura 1.11 6 Vetores e Geometria Analitica Exemplos 1) A Figura 1.12 € constituida de nove quadrados congruentes (de mesmo tamanho). De~ cidir se é verdadeira ou falsa cada uma das seguintes afirmagées: AB cD a) AB=OF hy) ACW Hi 0) PNL AM nla b) AM=PH =) TOW LD p) IACI=IFPI . Eo) ) AiG q) tiFi=IMFI ele ral d & ABLEG 9 IAJISIACI x Fe 1) AM LBL s) [AOI=21NPI p m) PE LEC t) [AMI=IBLI : eee Sy n) PN.LNB Figura 1.12 Respostas av av 8) F DY m) F bv eV HY HV mv gv ov OF OV DF DV ov 2) A Figura 1.13 representa um paralelepipedo retangulo, Decidir se é verdadeira ou falsa cada uma das afirmagées: Figura 1.13 ©) ABLCG 9) BG ED ® AF LBC h) AB, BC e CG sto coplanares Cap. 1 Vetores 7 i) AB, FG e EG sto coplanares m) AB, DC e CF sao coplanares j) BG, CB e HF sao coplanares n) AE é ortogonal ao plano ABC &) AC, DB ¢ FG sao coplanares 0) AB €ortogonal ao plano BCG 1) AB, BG e CF sao coplanares ) DC é paralelo ao plano HEF Respostas a V ov dV mV b) F Vv dV n) V ov 9) F Vv ov av bh) F DF pv Operacées com Vetores Adicao de Vetores Consideremos os vetores Ue V, cuja soma U + ¥ pre- tendemos encontrar. Tomemos um ponto A qualquer ( gura 1.14) e, com origem nele, tracemos um segmento 4 2 orientado AB representante do vetor u. Utilizemos a ex.“ tremidade B para tragar 0 segmento orientado BC repre- mm sentante de Vv. O vetor representado pelo segmento ‘rientado de origem A e extremidade C é, por definigdo, 0 Figura vetor soma de U e V, istoé, u+vsAae ou AB + BC = AC Sendo i // ¥, a maneira de se obter o velor ud + ¥ 6a mesma e esté ilustrada na Figura 1.15(a) (ue ¥ de mesmo sentido) e na Figura 1.15(b) (ue V de sentidos contrérios). Figura 1.15 8 Vetores e Geometria Analitica No caso de os vetores Ue ¥ ndo serem paralelos, hé uma outra maneira de se encontrar 0 vetor soma u+V. Repre- sentam-se u = AB e v=AD por segmentos orientados de ‘mesma origem A. Completa-se paralelogramo ABCD (Fi- gura 1.16) ¢ 0 segmento orientado de origem A, que corres- onde diagonal do paralelogramo, 0 vetor ti + V, ito 6 U4+v eae Figura 1.16 ou AB + AD = AC ara 0 caso de se determinar a soma de trés vetores ou mais, 0 procedimento é an‘lo- g0 (Figura 1.17(a)) e, em particular, se a extremidade do representante do ltimo vetor coinciir com a origem do representante do primeiro (Figura 1-17(b), @ soma deles seré 0 vetor zero (+ VF WHT 2 | a et 1 Ay ®) © Figura 1.17 Sendo u, ¥ € W Vetores quaisquer, a adi¢do admite as seguintes propriedades: D . Comutativa: d+ ¥ = 40 Tl) Associativa: (a + V)4 Ww =u 4(v +) I Elemento neutro: i + 6 = & o IV) Elemento oposto: i + (-u Ovetor U + (-¥), escreve-se U - ¥, & chamado diferenca entre ui ev Observemos que no paralelogramo determinado oJ NEE pl vanes 1 gee 1.18), eens ie y (sa soma u + ¥ representada por uma das diago- [po nais, enquanto a diferenga & - ¥ pela outra dia- i gonal, Cap.1 Vetores 9 Exemplos 1) Com base na Figura 1.12, pagina 6, determinar os vetores abaixo, expressando-os com origem no ponto A: a) AC+CN 9) AC+ BO i) MO - NP >) AB+BD =) AM+ BL ) ew ©) AC+DG — g) AK+AN k) IP + PN + NF d@ AC+AK — bh) AO-O8 ) BL+BN+ PB Solugao a)AN c) AB e) AM__g) AH i) AC ky AB b AD d AO AK Wh A jp AC DG 2) Com base na Figura 1.13, pAgina 6, determinar os vetores abaixo, expressando-os com ‘origem no ponto A: a) AB+CG ©) CG+ BH b) BC+ DE 9 ¥B © BF+ EH 2) AB+AD + AE «) BG- BC h) EG +DA + FH Solugao a) AF ©) AH ©) AH 2) AG b) AB ® AB ) AF hy) AD 3) Dados dois vetores i! ¥ nio-parallos, construir no mesmo grafico os vetores U + V. .¥ = 0 e-t - ¥, todos com origem em um mesmo ponto. a Solucao Para os vetores ul e V da figura, tem-se: 10 Vetores e Geometria Analitica | 4) Provar que as diagonais de um paralelogramo tém o mesmo ponto médio. Solucdo Consideremos © paralelogramo ABCD de dia- D © gonais AC e BD e seja M 0 ponto médio de AC (Figura 1.19), equivale dizer que AM = MC ‘Vamos provar que M é também ponto médio de BD, Pela figura, tem-se aM a BM = BC + CM (efinigao de soma) AD + MA (igualdade de vetores) MA + AD (propriedade comutativa) = MD (definigao de de soma) Ora, como BM = MD, conclui-se que M € ponto médio de BD. Figura 1.19 Multiplicacéo de Numero Real por Vetor Dado um vetor ¥ # 6 e um mimero real .# 0, chama-se produto do nimero real 0. pelo vetor ¥ 0 vetor av tal que a) médulo: lotv | = leeI1¥ I, isto € o comprimento de oy € igual ao comprimento de V licado por |c.1; ») diregio: av 6 paralelo av; €) sentido: 5 ¢ ¥_ tém 0 mesmo sentido se «> 0, e contro se <0. Sea=0 ou ¥=6, entioav=6 A Figura 1.20 apresenta o vetor ¥ e alguns de seus miltipos. Figura 1.20 Cap.1 Vetoes 11 Observacées a) Considerando 0 ponto O como origem de V, ¥ # 0, ¢ de todos 0s vetores o:v que Ihe so patalelos (Figural.21), se fizermos ot assumir todos os valores reais, teremos repre- sentados em uma s6 reta todos os vetores paralelos a V. Figura 1.21 Por outro lado, supondo u // ¥, v # 6, sempre existe um niimero real otal que U sav. Por exemplo, na Figura 1.22, onde, DC esté dividido em cinco segmentos congruentes (de mesmo comprimento), em. relago ao vetor AB (|AB. ) Vimos em Casos Particulares de Vetores, Figura 1.8, pagina 4, que a cada vetor ¥, ¥ # 0, €possivel associar dois vetores unitétios paralelos a ¥. O vetor unitério Ly Ww v ator ou -- de mesmo sentido de v € 0 versor de v. Ww Por exemplo, sel¥ = 5, 0 versor de ¥ é sel l= 2, 0 vesor de ¥ € 3¥; selV1= 10, oversor de-v €-~, 10 2 jetores e Geometria Analitica Exemplo Seja o vetor ¥ + 8. Determinaro vetor paralelo a ¥ tal que 4) tenha o mesmo sentido de ¥ © médulo 5; 'b) tenha sentido contrério ao de v e médulo 10, Solugao ‘A partir de um vetor arbitrério V # 0 (Figura 1.23) é sempre ri ‘rion: possivel associar 0s dois vetores paralelos ¢ unitérios: vi —~ — a (mesmo sentido de ¥) © a (Centido contrétio ao de V). v Faure tas 100, temse as solugses: . a 10v a) Ye by- Wi Wh Se U € ¥ so vetores quaisquer © a: e B ntimeros reais, a multiplicagdo de ntimero real por vetor admite as propriedades: 1) (a+ B)v = a+ ¥) IV) lv =v - AA Figura 1.24 ilustra a propriedade TI para c= 2, isto 6, as 2G + V)=20 420 Figura 1.24 Exemplos a 1) Representados os vetores u. Ve w como na Figura 1.25(a), obter graficamente 0 vetor X tal que % @ o) Figura 1.25 1 Vetores 13, 2) Demonstrar que 0 segmento cujos extremos so 08 pontos médios de dois lados de um. triangulo é paralelo ao terceiro lado e igual & sua metade, Solugio Seja o trifngulo ABC ¢ M e N os pontos médios dos lados CA e CB, respectivamente (Fi- gura 1.26) Pela figura, tem-se © M N a 2 Figura 1.26 Angulo de Dois Vetores O Angulo entre os vetores ndo-nulos ue ¥ € 0 Angulo @ for- fF mado por duas semi-retas OA ¢ OB de mesma origem O (Figu- y ra 1.27), onde u = OA, ¥ = OB €0< 0 ‘onde V1 @ ¥2 sdo vetores nio-paralelos quaisquer e ¥ & um vetor arbitrério do plano determinado por ¥) © V2 Quando o vetor ¥_ é expresso como em (1), diz-se que ¥ € combinagéo linear de V1 eV2. O conjunto B = (Vi, V2} é chamado base no plano. Aliés, qual-quer ; conjunto de dois vetores ndo-paralelos eae constitui uma base no plano, Embora estejamos simbolizando a base como um conjunto, 1nés a pensamos como um conjunto ordenado. Entio, dada uma base qualquer no plano, todo vetor desse plano € combinacao linear dos vetores dessa base, de modo tinico. Os mimeros a; ¢ a da igualdade (1) so chamados componentes ou coordenadas de ¥ na base B (a, 6a primeira componente e ay a segunda componente). vetor ¥ da igualdade (1) pode ser representado também por V=(aj,a,)y ou Vp = (a},a2). Na pritica, as bases mais utilizadas so as ortonormais ‘Uma base {¢), €2} € dita ortonormal se os seus vetores forem ortogonais e unitérios, isto é, se € L €> ele)l=lea!= 1 Dentre as infinitas bases ortonormais no plano, uma delas é particularmente impor- tante. Trata-se da base que determina o conhecido sistema cartesiano ortogonal xOy. Os 20 _Vetores e Geometria Analitica Yetores ortogonais e unitérios, neste easo, so simbolizados por i ej, ambos com origem em O ¢ extremidades em a 0) € (0, 1), respectivamente, (Figura 1.40), sendo a base ={7, J } chamada candnica, Portanto, i= (1, 0) € (0, 1). aqui por diante,tratarémos somente da base candnica. i Figura 1.40 Dado um vetor ¥ qualquer do plano (Figura 1.41), existe uma sé dupla de mimeros xey tal que vex tyj @ Os niimeros x € y S20 as componentes de ¥ na base canénica. A primeira componente & chamada abscissa de v © a segunda componente. y €aordenada de ¥ O vetor ¥ em (2) sera também representa- do por (x. y) @) dispensando-se a referéncia & base canénica C. Figura 14 A igualdade (3) sugere a definigio: ‘Vetor no plano é um par ordenado (x, y) de mimeros reais, par (x, y) é chamado expressdo analitica de V . Para exemplificar, veja a seguir alguns vetores e suas correspondentes expressies analiticas: 37 -5j =G,-5) 3j =(.3) Cap. 1 Vetores 21 Observacéo ‘A escolha proposital da base {7, 7} deve-se exclu- sivamente & simplificagdo. A cada ponto P(x, y) do plano xOy corresponde o vetor V = OP = xi +yj_ (Figura 1.42). Quer dizer, as coordenadas do ponto extremo P sio as proprias componentes do vetor OP na base candnica, Em geral, deixa-se de indicar nos eixos os vetores T © J como se vé nessa figura. Figura 142 De acordo com as consideragdes feitas, o plano pode ser encarado como um conjunto de pontos ou um conjunto de vetores. Igualdade de Vetores Dois vetores U = (x;,y))e ¥ escrevendo-se u =¥ X,Y) so iguais se, e somente se, x= X2 © y\=¥p, ve Exemplo Ovetor d= (+ 1,4) € igual a0 vetor ¥ = (6, 2y-6) sex + 1 =Se2y- y=5. Assim, seu =v, entiox=4,y=Seu =v =(5,4). Operagées com Vetores Sejam os vetores U =(x,,y,)€ ¥ =(x2,92) e@e R. Define-se: 1) WV = (x14), y) +90) 2) wu =(ax;, @y;) Portanto, para somar dois vetores, somam-se as correspondentes coordenadas, e para multiplicar um ndmero real por um vetor, multiplica-se cada componente do vetor por este niimero, As Figuras 1.43(a) e 1.43(b) ilustram as definigdes das operagdes dadas acima. 22 _Vetores e Geometria Analitica Figura 1.43 Considerando estes mesmos vetores, tem-se ainda: -u =(-1) X10 ¥1) WV =U HEV) = (Ky) + EX2.-¥2)= (HRD N-Y2) As definigdes anteriores e as operagdes algébricas dos ntimeros reais permitem de- monstrar as propriedades: a) para quaisquer vetores u, V e W , tem-se udsveved G4vewsue(aw) u+Osu ut¢Cuysd b) para quaisquer vetores ue V © os mimeros reais cLe B, tem-se (8) = (oR) r (a+ Bu =au +Bu ot + V)=au +a¥ Wey Sugerimos como exerefcio ao leitor, demonstrar estas propriedades. Exemplos 1) Dados os vetores u = (2,-3)¢ ¥ =(-1,4), determinar 3u +2 e3u -2v Solucao Vetores 23 Solugao Esta equagao, em vista das propriedades das operagées com vetores expostas anterior- mente, pode ser resolvida como uma equagao numérica: OK +4 = V4 2K 6x-2x=0- 40 4e=V- 40 -3,1+D 2) 3) Encontrar os miimeros a, € a2 tais que V =a, Vit ay Vo, sendo ¥ =(10, 2), ¥ Solugio ‘Substituindo os vetores na igualdade acima, temos (10, 2) = a,(3, 5) + ay(-1, 2) (0, (Bay, 5a,) + (-a2, 2a9) (10, 2) = aj -a, 5a, + 2a) Da condigdo de igualdade de dois vetores, conclui-se que ay- By {i +2a, sistema cuja solugdo é dada por a, =2¢ ay 3,5) e V2 1,2). . Logo, ¥ = 2¥1 - 4¥2. E conveniente observar que este sistema sempre terd solugo tinica no caso de Vi ¢ V2 formarem base do plano, o que realmente acontece, 24 Vetores e Geometria Analitica Vetor Definido por Dois Pontos Consideremos 0 vetor AB de origem no ponto A(x,,y,) ¢ extremidade em B(x2,2) (Figural.44). De acordo com o que foi visto em (3), os vetores OA e OB tém expressdes analiticas: OK =(xy) © OB =(x2.92)- , Por outro lado, do triangulo OAB da figura, vem A ou AB =(%2.¥2)- (X91) 9] AB =(%2-X1, Y2-¥i) Figura 1.44 isto é, as componentes de AB so obtidas subtraindo-se das coordenadas da extremidade B as coordenadas da origem A, razio pela qual também se escreve AB =B - A. y importante lembrar que um vetor tem. infinitos representantes que sio os segmentos orientados de mesmo comprimento, mesma dire- ‘clo e mesmo sentido, B, dene os infinitos repre- sentantes do vetor AB, © que “melhor o ccaracteriza” € aquele que tem origem em O10, 0) € ‘extremidade em P(x2-X;,Y-¥;) (Figura 1.45). O vetor ¥=OP 6 também chamado veror 1osigdo ou representante natural de AB. aamaeonnees Pye m sn ¥) Figura 145 ‘Na Figura 1.46, os segmentos orientados OP, AB e CD representam o mesmo yetor ¥=P-O=B-A=D-C=(3,1). Esta figura deixa claro que 0 fato de os segmentos orientados ocuparem posigdes diferentes, é irrelevante. O que importa, é que eles tenham 0 mesmo comprimento, a mes- rma diregiio e o mesmo sentido para representarem o mesmo vetor. Cap. 1 Vetores 25 Figura 1.46 Por outro lado, sempre que tivermos V¥=AB ou V=B-A podemos também coneluir que B=A+v ov B=A+ AB isto é,o vetor v “transporta” o ponto inicial A para o ponto extremo B. Retornando & Figura 1.46, onde ¥ = (3, 1), tem-se B=A+¥ =(2,3)+B,)=(1,4) D=C+¥ =(,234+6,D=4,3) P=0+¥ =0,0)+G,)=G,1) ‘Ainda uma ilustrago: na Figura 1.47, 08 vértices do triangulo s20 os pontos A(4, 1), BG, 3) € CG, 5) € os vetores 1, ¥ € W indi- cados si Figura 1.47 Exemplos 1) Dados 0s pontos A(-1, 2), B(3, 1) € C(-2, 4), determinar 0 ponto D de modo que 26 _Vetores e Geometria Analitica Solugao, Seja D(x, y). Entiio, CB =D-C=(%y)-(2,4) 58 +2,y-4) AB =B-A=@,-1)-C1,2)=4,-3) Logo, (+ 2y-4 (+ 2y-4=@, Pela condigdo de igualdade de dois vetores, tem-se k+2=2 i 3 sistema cua solugdo €x= Oe y= Portanto, DO, 5) Observacao Este problema poderia, também, ter sido resolvido da seguinte maneira da condigio CD = a ouD-C= 4B, vem D=c++ABe 2 1 D=(2,4)+ +4, 3) d+ 54, 2) Sendo A(-2,4) e BG ,1) extremidades de um segmento, determinar os pontos Fe G que dividem AB em trés segmentos de mesmo comprimento, Solugao Pela Figura 1.48 tem-se AF 1B FJ Mas ee oes . AB =B-A=(4, 1)-(-2,4)=(6,-3) a 5 6-2-0) 3 Cap.1 Vetores 27 Portanto, (2, 4) +2, -1) = (0,3) GaF+ TAB =0,3+@-D=. 3) Sendo A(2, 1) e B(5, 2) vértices consecutivos de um paralelogramo ABCD e M(4, 3) 0 onto de interseco das diagonais, determinar os vértices Ce D. Solugao Em Adigdo de Vetores, Exemplo 4, pégina 10, demonstrou-se que as diagonais de um ‘AM = MC e BM = MD paralelogramo tm o mesmo ponto médio, isto é AM Entdo, pela Figura 1.49 tem-se C=M+ MG =M+ AM e D=M+ MD =M+ BM (ou: A+ BC) D. c Mas, AM =M-A=(2,2) BM =M-B=(1, 1) a a Figura 1.49 Portanto, C= (4,3) 4(2.2)=(6,5) e D=(4,3)+¢l, =, 4) Ponto Médio ‘Seja o segmento de extremos A(x), y¥;) ¢ BCX). ¥2) (Figura 1.50). Sendo M(x, y) © ponto médio de AB, podemos expressar de forma vetorial como AM = MB ou (ox ¥- Y= (2° % Yor Yd e dat ack © yoyiRya-y Resolvendo em relagio ax e y, temos se Wx=xtx, € Bayt Yo ou 28 _Vetores e Geometria Analitica Baty2 2 Portanto, MZut2 Yrt¥2 td: Exemplo ponto médio do segmento de extremos A(-2, 3) ¢ B(6, 2) € 248 352 youm(2, 5) Paralelismo de dois Vetores ‘Vimos que, se dois vetores U = (x;,¥;) € ¥ =(X>.¥>) So paralelos, existe um néimero real ot tal que u = crv , ou seja, (x. ¥)) = OX. ¥2) Cas ¥)= OX, OY2) ‘que pela condigao de igualdade resulta em XjZQX) © Yy=OyY2 Esta € a condigio de paralelismo de dois vetores, isto & dois vetores so paralelos quando suas componentes forem proporcionais. Exemplo Os vetores t =(-2, 3)e ¥ = ao 6 Observacées a) Considera-se 0 vetor 6 = (0,0) paralelo a qualquer vetor. 4, 6) sao paralelos pois, Cap. 1 Vetores 29 b) Se uma das componentes de um vetor for nula, a componente correspondente de um, vetor paralelo também é nula. Médulo de um vetor y (x, y) (Figura 1.51). Pelo teorema de Seja 0 vetor Pitdgoras, vem Wiz yx? +y? Exemplo Se ¥ = (2, -3), entiio Wis \(@? +3)? = V4+9 =Vi3 we. (unidades de comprimento) Observacées a) Distancia entre dois pontos A. distincia entre dois pontos A(x;,y) € B(x).y2) (Figural.52) € comprimento (médulo) do vetor AB, isto é, d(A, B)=1ABL. Como AB =B-A=(x)-X;,¥2-y1), temos. dA, B)= ox) 42-9)" Figura 1.52 b) Vetor Unitério Vimos em Multiplicacao de Niimero Real por Vetor, Figura 1.23, pagina 12, que a cada vetory, v# 0, & possivel associar dois vetores unitérios paralelos a Vv: + (0 Wi versor dev ) ¢ seu oposto - 30_Vetores e Geometria Analitica Exemplo O versor de ¥ = (3, -4) & O versor é, na verdade, um vetor unitario, pois ew. PB a 25 25 25 E importante observar que este versor u é também versor de todos os vetores miilti- plos de ¥ que tiverem o mesmo sentido dele. 6 8 3 4 I Ss Exemplos 1) Dados 0s pontos A(2, -1) e B(-1, 4) €0s vetores = (-1, 3) € a) lul c) 120 -3¥1 b)lu + vt d) a distancia entre os pontos Ae B Solugao a) lal =)? +3? = 1+9= 10 b) Porser Ut + ¥=(-1, 3) +(2,-1) =(3, 2), temos i+ vi = 03,21 = fea)? +2? = W044 = V3 ©) Por ser 2u - 3¥ = 2(-1, 3) - 3(-2, -1) = (2, 6) + (6, 3) = (4, 9), temos, 12u - 3v1 =1¢4, 9 = V16+81 = 97 4) Por ser AB =B-A=(-1,4)- (2, -1)=(3, 5), temos (AB) =! ABI = 1C3, 5)! = V9425 = 34 2) Determinar, no eixo Ox, um ponto P que seja eqiiidistante dos pontos A-,-2) eBG,-4). Solugao 0 ponto procurado € do tipo P(x, 0). Deve-se ter dP, A)=d(P, B) ou IPAl=1PBI PA =A-P=(1-x,-2) © PB=B-P=(5-x,-4), logo IC - x, -2)1 = KS - x, -4) ou (a=? +02)? = 6-9? +4)? ou 14 2x4 x7 44=25-10x+ x? +16 x=3 Portanto ponto € P(3, 0). 3) Dado o vetor ¥ = (-2, 1), achar o vetor paralelo a v que tenha 8) o mesmo sentido de Ve trés vezes 0 médulo de ; ») sentido contrério ao de V ea metade do médulo dev ; ©) 0 mesmo sentido de v e médulo 4; 4) sentido contrério ao de ¥ e médulo 2. Solugio 4) Basta multiplicar 0 vetor por 3: 3¥=3¢2, 1) = ) Basta multiplicar 0 vetor por - 4 v= nea c) Um vetor unitério obtido a partir de v é v _ (21) iw Vat peel Ws 5 ‘Uma vez que 0 vetor procurado deve ter médulo 4 e mesmo sentido de , basta multi- plicar o versor por 4: 24 84 MeeIEC Ee) W555" V5 d) Uma vez que o vetor procurado deve ter médulo 2 e sentido contrério ao dev, basta multiplicar o versor por -2: ) (€ 0 versor de ¥) 32 _Vetores © Geometria Analitica Vetores no Espaco ‘Vimos em Vetores no Plano que a base candnica (7, | } no plano determina o sistema cartesiano ortogonal xOy ¢ que @ um ponto P(x, y) qualquer desse plano corresponde 0 vetor OP = xi + yj , isto é, as préprias coordenadas x e y do ponto P so as componen- tes do vetor OP na base candnica (Figura 1.42), pagina 21. No espago, de forma anéloga, considerare- mos a base canénica (i, 7, K} como aquela ‘que ird determinar o sistema cartesiano ortogo- nal Oxyz (Figura 1.53), onde estes trés vetores unitérios e dois a dois ortogonais esto represen- tados com origem no ponto O. Este ponto e a dirego de cada um dos vetores da base detetminam os trés cixos cartesianos: 0 eixo Ox ou eixo dos x (das abscissas) cotresponde a0 vetor 7, 0 eixo Oy ou eixo dos y (das ordenadas) Figura 1.53 corresponde ao vetor J” € 0 eixo Oz ou eixo dos z (das cotas) corresponde ao vetork. As setas nessa figura indicam o sentido positivo de cada eixo, chamado também de eixo coordenado. Cada dupla de vetores da base, e, consegiientemente, cada dupla de eixos, determina um plano coordenado. Portanto, temos trés planos coordenados: © plano xOy ou xy, 0 plano xOz ou xz € 0 plano yOz ou yz. As Figuras 1.54(a) € 1.54(b) dao uma idéia dos planos xy e x2, respectivamente. © © como no plano, a cada ponto P (x, y, 2) do espago iré corresponder 0 vetor y] + Zk, isto 6, as préprias coordenadas x, y e z do ponto P so as compo- ha OP = nentes do vetor OP na base candnica. As coordenadas x, y ¢ z so denominadas abscissa, ordenada e cota, respectivamente. A Figura 1.55(a) apresenta um ponto P(x, y, 2) no espa- 0 ea Figura 1.55(b) 0 correspondente vetor ¥ =OP,, que representa a diagonal do para- lelepipedo cujas arestas sao definidas pelos vetores xi. yj e zk. @ © Figura 1.35 Ovetor ¥ = xi + yj + zi também seré expresso por u2) que é a expressio analitica dev. Para exemplificar 21-3) +£=2,-3.0 I, -1, 0) (0, 2,-1) (0, 1, 0) K = (0,0, 1). 34 _Vetores e Geometria Analitica Para algumas observagdes, tomemos paralelepipedo da Figura 1.56 onde P(2, 4, 3). Faremos consideragdes a pontos como também poderfamos referi-las aos correspondentes vetores. Figura 1.56 Com base nesta figura, e levando em conta que um ponto (x,y,z) esté n0 a) eixo dos x quando y , tem-se A (2, 0, 0); b)_eixo dos y quando x ),temese C (0, 4, 0): ©) eixo dos z quando x= Oey = 0, temse E (0, 0, 3): 4) plano xy quando z = 0, tem-se BQ, 4, 0); ©) plano xz quando y = 0, tem-se F(2, 0, 3); 4) plano yz.quando x = 0, tem-se D (0, 4, 3). ponto B é a projegdo de P no plano xy, assim como D ¢ F sio as projegdes de P nos planos yz. € xz, respectivamente, ponto A(2, 0, 0) & a projegao de P(2, 4, 3) no eixo dos x, assim como C(0, 4, 0) € E(0, 0, 3) sio as projegdes de P nos eixos dos y € dos z, respectivamente. ‘Como todos os pontos da face a) PDEF distam 3 unidades do plano xy e esto acima dele, so pontos de cota z 6, so pontos do tipo (x, y, 3): ) PBCD distam 4 unidades do plano x7. ¢ estio a diteita dele, so pontos de ordenada y = 4, isto é so pontos do tipo (x, 4, 2); isto. Cap.1 Vetores 95 ©) PFAB distam 2 unidades do plano yz ¢ estao & frente dele, sio pontos de abncisa x=2, isto 6 so pontos do tipo (2. y.2). fe My-o E muito importante que o leitor z tenha presente os casos especiais dos 02) Pontos pertencentes 0s eixos © 20s planos coordenados, ilustrados na Fi- ioe gura 1.57. Esta figura mostra que 0 (¥" cixo dos x pode ser descrito como o (02) conjunto dos pontos do tipo (x, 0, 0), an ou seja, daqueles que tém y=0e z= 0, enquanto que o plano xy como 0 con- sy0) junto dos pontos do tipo (x, y. 0), ou 20 seja, daqueles que tém z = 0. Comentarios anélogos farfamos para os outros eixos e planos coorde- Figura 1.57 nados indicados nessa figura, ‘Ao desejarmos marcar um ponto no espaco, digamos A(3, (Figura 1.58): 1°) marca-se 0 ponto A'(3, -2, 0) no plano xy; 2%) desloca-se A’ paralelamente ao eixo dos 2, 4 unidades para cima (se fosse -4 seriam 4 uni- dades para baixo) para obter 0 ponto A. , 4), procedemos assim Os trés planos coordenados se interceptam segundo os trés eixos dividindo espago em oito regides denominadas octantes (Figura 1.59). A cada octante correspondem pontos cujas coorden: das tém sinais de acordo com 0 sentido positivo adotado para os eixos. © primeiro octante cons- titufdo dos pontos de coordenadas todas positivas. s demais octantes acima do plano xy se sucedem Figura 1.58 em ordem numérica, a partir do primeiro, no senti- do positive, Os octantes abaixo do plano xy se sucedem na mesma ordem a partir do ‘quinto que, por convengao, se situa sob o primeiro. 36 Vetores e Geometria Analitica A Figura 1.60 apresenta os pontos A, B, C e D situados acima do plano xy ¢ de cota igual a 2, enquanto os pontos A, B', C’e D’ esto abaixo desse plano e tém co ponto A(6, 4, 2), situado no 1° octante ponto B(-5, 3, 2), situado no 2° octante ponto C(-6, -5, 2), situado no 3° octante ponto D(5, -3, 2), situado no 4° octante ponto A'6, 4, -2),situado no 5° octante ponto B(-5, 3, -2), situado no 6° octante Ponto C'(-6, -5, -2), situado no 72 octante Ponto D'S, -3, -2), situado no 8° octante Figura 1.60 Igualdade — Operagdes — Vetor Definido por Dois Pontos — Ponto Médio — Paralelismo — Médulo de um Vetor As definigdes ¢ conclusdes no espago, relativas aos titulos acima, so andlogas as do plano: D Dois vetores U=(x;,y;. 21) € V=(X2.¥2+ 22) So iguais se, e somente se, MEH N= Y2 eT M1) Dados os vetores uw =(x,,y), 7) ¥ =(X2.Y2. Zp) OE R, define-se: Ut VY =(X)4X2.91+Y2621429) Ou = (Lx, ay, 0621) TM) SeA (x,,y,, 2) © B (Xz, ¥2,Z2) Sao dois pontos quaisquer no espago, entio AB = B-A=(X9-X1,92-¥1+22741) =A, entdio J6 vimos que: se ¥ = BoAty. 38 Velores e Geometria Analitica ‘A Figura 1.61 indica que para encontrar as coor- denadas do ponto extremo B, somam-se ordenadamente as coordenadas do ponto inicial A com as componentes do vetor ¥. IV) Se A(x. Yi, 24) € BCX2, ¥o7%2) 80 pontos ex- tremos de um segmento, o ponto médio M de AB é Beata, yitb ze) Alsi Vatabe) Figura 1.61 V) Se 0s vetores = (x1, 91,21) € V= (X2.Y20 Za) silo paralelos, entao eee ee 4 Geov op aM x. Yn th VI) O médulo do vetor ¥ Wl = yx? ty? +27 Fica a cargo do leitor a dedugao desta formula %, Ys 2) € dado por Exemplos 1) Dados 08 pontos AQ, 1, -1) e B(1, 2, -1) € 08 vetores -1,D, V=G,0,-De 2, 2, 2), verificar se existem os niimeros ay, ay € ay tais que @ = 0 AB + ay 3 + ay¥. Solucao AB=B-A=(I,2,-1)-(@, 1,-1)=(, 1,0) ‘Substituindo os vetores na igualdade dada, resulta (2,2, 2)= ay (1, 1,0) + ay (2-1, 1) + a3 G,0,-1D (2.2.2) =(ay.a), 0) + (2a9, 27,42) + Bas, 0,3) ‘Somando os trés vetores do segundo membro da igualdade, vem. (2,2, 2) = (aj-2ag+3ay, ay, 2-3) Pela condicio de igualdade de vetores, obteremos o sistema faj-2 ay + 3a, ay a “@ que tem por solugaio a Logo Observacdéo No plano, todo conjunto (v1, V2 } de dois vetores ndo-paralelos constitui uma de suas bases, isto é, todo vetor desse plano é combinagiio linear de Vi ¢ V2- No espago, todo conjunto de trés vetores ndo-coplanares constitui uma de suas ba- ses, isto é todo vetor do espago pode ser escrito de modo tinico como combinagio linear dos vetores desta base. Como no exercicio anterior o sistema (4) tem solugo tnica (aj= 3, a= 1¢ a3 =-1), podemos “intuir” que © conjunto (AB, u, ¥ } € uma base deste espago e, portanto, estes trés vetores sao ndo-coplanares, 2) Encontrar 0 vértice oposto a B no paralelogramo ABCD, sendo dados A(3, -2, 4), BG, 1, -3) eC, 1, 2). Solugao © ponto D (Figura 1.62) € dado por. > a D=A+ BE ou D=C+ BA Como BC = C- B= (-5, 0, 5), pela 1* igualdade obtemos a 4 D=(3,-2, 4) +65, 0,5) Figorn 1.62 D -2,9) 3) Sabendo que 0 ponto P(-3, m, n) pertence & reta que passa pelos pontos A(1, -2, 4) ¢ BGI, -3, 1), determinar m en. Solucao Como os pontos A, Be P pertencem & mesma reta (Figura 1.63), qualquer dupla de veto- res formados utilizando estes tr€s pontos so paralelos. Tomemos a condigo AB // AP, ou seja (2, -1, 3) (4, m+ 2, n-4) «, portanto, 2 onan Figura 1.63 (-2(m+2)=4 2(n- 4) = 12 sistema de solugdo m 40. Vetores e Geometria Anal 4) Seja o triangulo de vértices A(4, -1, -2), BQ, 5, -6) € C(I, -1, -2). Caleular 0 compri- ‘mento da mediana do tridngulo relativa ao lado AB. Solugao ‘A mediana em questo, de acordo com a Figura 1.64, é o segmento que tem como extremi- dades 0 ponto médio M de AB e o vértice oposto C. Entio, o comprimento da mediana € 0 maédulo do vetor MC g (282 AHS 2-6) oy ma, 2,4) Dee B -2)- 3,2, 4) =(2,-3,2) Portanto IMCi= Y-2)? +3)? +2? Problemas Propostos 1) Dados os vetores a =27-3),v=i-jew 1- _ a) 2u-¥ ) .u-2v-w eee Vavo44 =V17 21 +) , determinar b) ¥-u +2W d) 3u- 2) Dados os vetores 1 = (3, -I)e ¥ = (1, 2), determinar 0 vetor x tal que == a AG-V+ 5 b) 3x -(2v -u)=24x -3u) 3) Dados 08 pontos ACI, 3), B(2, 5), CG, -1) ¢ O(, 0), ealcular a) OA - AB b) OC - BC ©) 3BA -4CB 4) Dados os vetores u = (2, -4), V= C5, Ie W = (-12, 6), determinar a, & a tais que Weajutav 5) Dados os pontos AG, -4) ¢ B-1, 1) €0 vetor v = (-2, 3), caleular a) (B-A)+2V c) B+2(B-A) b) (A-B)-¥ d) 3V-2(A-B) 6) Sejam os pontos A(5, 1) € BC, 3). Determinar o vetor v= (a, b) tal que a) BaA42V b) A=B43¥ Construir 0 grafico correspondente a cada situagZo. Cap.1 Vetores 41 7) Representar no grifico 0 vetor AB ¢ correspondente vetor posigiio, nos casos: a) ACI, 3) € BG, 5) ©) AG, 0) e BO, -2) b) ACI, 4) eB, 1) 4) AG, De BG, 4) 8) Qual o ponto inicial do segmento orientado que representa o vetor ¥ = (-1, 3), saben- do que sua extremidade est em (3, 1)? Representar graficamente este segmento. 9) No mesmo sistema cartesiano xOy, representar a) 08 vetores = (2, +1) € ¥ = (-2, 3), com origem nos pontos A(I, 4) € BC, -4), res- pectivamente; b) 08 vetores posigio de te ¥ 10) Sejam os pontos P2, 3), Q, 2) RG, 5). a) Representar em um mesmo griifico as vetores posigio de U, ve w de modo que Q=P+u,R=Q+ ¥ eP=Rew. b) Determinar a + ¥ + W 11) Encontrar 0 vértice oposto a B, no paralelogramo ABCD, para a) AC3, -1), BG, 2 e COS, 5) b) AG, 1), BT, 3) eC, 4) 12) Sabendo que ACI, -1), B(5, 1) e CG, 4) sfo vértices de um paralelogramo, determinar o quarto vértice de cada um dos trés paralelogramos possiveis de serem formados. 13) Dados 0s pontos A(-3, 2) e B(S, -2), determinar os pontos M e N pertencentes a0 sexmento AB tais que AM = AB e AN = 2 AB. Cons o grético, marcando 6s pontos A, B, M, Ne, devendoP se tal que AB = 3 AB. 14) Sendo A(-2, 3) € BG, -3) extremidades de um segmento, determinar a) 05 pontos C, D e E que dividem o segmento AB em quatro partes de mesmo com- primento; ') 0s pontos F e G que dividem o segmento de AB em trés partes de mesmo comprimento, 15) O ponto P pertence ao segmento de extremos A(x,,y;) € B(x2,y2) e a distancia dele ao ponto A é a terga parte da distancia dele ao ponto B. Expressar as coordena- das de P em fungao das coordenadas de Ae B. 16) Dados os vetores i = (1, -1), ¥=(3, 4)e W =(8,-6), caloular atul owl lau - wl as Ww piv Olu + vi iw -3ul 1) 18) 19) 20) 21) 23) 24) 25) 26) 27 28) Vetores e Geometria Analitica Calcular os valores de a para que 0 vetor tt = (a, -2) tenha médulo 4. Calcular os valores de a para que 0 vetor u = (a, ; ) seja unitério. Provar que os pontes A(-2, -1), B(2, 2), C1, 6) ¢ D(-5, 3), nesta ordem, so vértices de um quadrado, Encontrar um ponto P de eixo Ox de modo que a sua distancia ao ponto A(2, -3) seja igual a5. Dados os pontos A(-4, 3) e BQ, 1), encontrar o ponto P nos casos a) P pertence ao eixo Oy e € egilidistante de A e B; b) P éeqlidistante de A e B ¢ sua ordenada ¢ o dobro da abscissa; ©) P pertence & mediatriz do segmento de extremos A e B. Encontrar o vetor unitério que tenha (I) 0 mesmo sentido de ¥ ¢ (II) sentido contrario &V, nos casos: b) va3i - @) ¥=0,4) Dado o vetor ¥ = (1, -3), determinar o vetor paralelo a ¥ que tena: 4) sentido contrétio ao de Ve duas vezes 0 médulo de v ; 'b) omesmo sentido de ¥ e médulo 2; ©) sentido contrério ao de ¥ © médulo 4. ‘Tragar no mesmo sistema de eixos os retangulos de vértices a) AQ, 0, 1), BO, 0, 2), C4, 0, 2)e DG, 0, 1) b) AQ, 1, 0), B, 2, 0), C0, 2, 2) e DO, 1, 2) ‘Tragar o retangulo formado pelos pontos (x, y, 2) tal que a)x=O1sy <4 ¢0< 254 b)-Isx <2, 05 y<3 e2z=3 Construir 0 cubo constituide dos pontos (x, y, 2), de modo que a) 45x 8-2, 1S y S3 e052 <2 b) 25x <0, 2S y S4e 457252 Construir 0 paralelepipedo retangulo formado pelos pontos (x,y,2), de modo que 15x£3,3

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