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5604 DIARIO DA REPUBLICA — 1 SERIE-A : N° 251 — 31-10-1991 MINISTERIO DA JUSTIGA Decreto-Lei n.° 426/91 de 31 de Outubro © Centro de Identificagao Civil ¢ Criminal (CICC) do Ministério da Justica, cuja organica consta ainda hoje, no essencial, do Decreto-Lei n.° 63/76, de 24 de Janeiro, viu recentemente reforgado 0 seu estatuto ins- titucional na sequéncia da aprovagao da Lei da Identi- ficagdo Civil ¢ Criminal — Lei n.° 12/91, de 21 de Maio. Devendo aquela lei, de acordo com o previsto no seu artigo 44.°, ser regulamentada, impde-se, desde jé, adoptar medidas relativamente ao Centro de identifi cagdo Civil e Criminal que assegurem a sua insergdo orginica nos termos considerados mais adequados a efi- az prossecugdo dos objectives que Ihe esto cometidos. Por seu lado, o Registo Nacional de Pessoas Colec- tivas (RNPC) encontra-se em regime de instalagdo ha cerca de oito anos, sem dispor, portanto, de quadro de pessoal prépric ‘Alids, 0 Decreto-Lei n.° 42/89, de 3 de Fevereiro, tinha ja reflectido, em algumas das suas disposigses, © principio da futura insereao deste servico na Direcedo-Geral dos Registos e do Notariado (DGRN). E a concretizagao deste principio que 0 pr ploma consubstanci enquadramento funcional do Registo Nacional de Pes- soas Colectivas, sendo certo que este organismo pra- tica actos de natureza registral relativos a pessoas co- lectivas. 'No tocante @ adequada insergao do CICC ¢ do RNPC na DGRN, bem como as normas de transi¢ao € ao estatuto dos seus funciondrios seréo tais matérias regulamentadas no prazo de 180 dias apés a publica- ‘cdo do presente diploma, pretendendo-se que o seja em simultaneo com a publicagdo da nova organica da Direcgdo-Geral dos Registos ¢ do Notariado. Assim: ‘Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituicéo, 0 Governo decreta o seg! ‘Artigo 1,° O Centro de Identificagao Civil e Criminal, aque se refere o Decreto-Lei n.° 63/76, de 24 de Janeiro, adiante abreviadamente designado por CICC, é integrado na Direcedo-Geral dos Registos ¢ do Notariado. ‘Art. 2.° — 1 — Ao Centro de Identificagao Civil e Criminal compete proceder & identificagao civil ¢ cri- minal dos cidadaos e ao registo dos contumazes ¢ ob- jectores de conscincia, realizando os estudos € as ac- oes necessarias a prossecucdo desse objectivo, tendo ‘em vista garantir os principios da autenticidade, segu- ranga, veracidade € univocidade. 2'— Para efeito da emissao de bilhetes de identidade ¢ de certificados de registo criminal, articulam-se com © CICC os seguintes servicos: a) As conservatérias do registo civil, para os pe- jos de bilhete de identidade, podendo, ainda as sediadas nas capitais de distrito proceder & sua emissio; b) As secretarias judiciais ou as secretarias das cé- maras municipais nas autarquias que nao sejam sede de comarca, para os pedidos de certificado de registo criminal, podendo, ainda, as primei- ras emitir os aludidos certificados negativos; ©) As representagdes diplomaticas e consulares portuguesas, para os pedidos referidos nas ali reas anteriores, quando os interessados residam_ no estrangeiro. Art. 3.° O Registo Nacional de Pessoas Colectivas (RNPO), a que se refere o Decreto-Lei n.° 144/83, de 31 de Margo, é integrado na Direcgdo-Geral dos Re- istos ¢ do Notariado. Art. 4.° A organica e 0 modo de funcionamento dos servigos e, bem assim, as regras respeitantes ao pessoal dos servicos ora integrados constarao de decreto regu- lamentar, a aprovar pelo Governo no prazo de 180 dias. Art. 5.° O presente diploma, com excepgao do seu artigo 4.°, entraré em vigor conjuntamente com o di- ploma regulamentar a que se refere o artigo anterior. Visto ¢ aprovado em Consetho de Ministros de 12 de Setembro de 1991.— Anibal Anténio Cavaco Silva — Luis Miguel Couceiro Pizarro Beleca — Alvaro José Brithante Laborinko Liicio. Promulgado em 16 de Outubro de 1991. Publique-se. © Presidente da Reptiblica, MARIO SOARES. Referendado em 18 de Outubro de 1991. © Primeiro-Ministro, Anibal Anténio Cavaco Silva. MINISTERIO DA AGRICULTURA, PESCAS E ALIMENTACAO Deereto-Lel n.° 427/91 de 31 de Outubro A actividade industrial ligada aos produtos da pesca assume, no conjunto da economia nacional, uma im- portancia relevante, constituindo um decisivo factor de desenvolvimento € de progresso. (Os avangos tecnolégicos registados nos processos de fabrico, os conceitos técnico-econémicos que actu: mente condicionam o desenvolvimento desta actividade industrial e a sua insereao em espacos econdmicos aber- tos determinam, contudo, uma permanente necessidade de inovagdo de métodos ¢ processos, a par de um es- forco de investimento produtivo, com vista a assegi rar a constante actualizagéo de instalacdes ¢ de eq pamentos e a tornar aquela actividade mais rentavel, competitiva e moderna. AS condigdes de instalagio de impacte ambiental, ‘bem como. os aspectos técnico-funcionais © higio- -sanitarios de laboracdo, sao factores fundamentais a levar em conta na construgdo de novas unidades ou na remodelagdo ¢ modernizacdo de estabelecimentos indus- triais ja existentes. Importa, contudo, assegurar aos agentes econdmicos ligados a indistria transformadora da pesca condigdes adequadas ao exercicio da sua actividade, em termos de thes proporcionar o respective quadro legal actuali- zado e funcional. assim que assume particular relevancia a revisio € 0 ajustamento dos requisitos técnicos de autorizacio do exercicio da actividade dos estabelecimentos da in- 251 — 31-10-1991 DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A 5605 diistria transformadora da pesca, até aqui enquadra- dos pelo Regulamento de Instalacdo e Laboracao dos Estabelecimentos Industriais (RILED), aprovado pelo Decreto n.° 46 924, de 28 de Marco de 1966, ¢ pelo Regulamento da Industria de Transformacao e Conge- lagdo de Pescado, aprovado pelo Decreto-Lei * 311/85, de 30 de Julho. No Ambito desta revisio ¢ em complemento do Decreto-Lei n.° 109/91, de 15 de Marco, que estabe- ece as normas disciplinadoras do exercicio da activi- dade industrial, definem-se agora as regras a que de- vera obedecer 0 exercicio da actividade da industria transformadora da pesca, em terra. ‘Simultaneamente, cria-se a regulamentacao necessa- ria 4 execucdo do regime juridico estabelecido, na pers- pectiva da indispensdvel interac¢ao da politica indus- trial com a politica sectorial, considerando os direitos € interesses em causa € definindo claramente a actua- 40 dos diversos organismos intervenientes no processo de autorizagdo do exercicio da actividade dos estabele- cimentos industriais, mediante a aprovagdo por decreto regulamentar do regulamento do exercicio da actividade da indistria transformadora da pesca, em terra (RAIP). Esse regulamento passard a constituir um normativo auténomo relativamente ao diploma que contém as nor- mas reguladoras do exercicio da actividade industrial ‘em geral — Decreto Regulamentar n.° 10/91, de 15 de Marco —, como reflexo das especificidades da indis- tria transformadora da pesca. Assim: Nos termos da alinea @) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituigéo, 0 Governo decreta 0 seguinte: Artigo 1.° Orjecto © presente diploma estabelece as regras especificas que disciplinam 0 exercicio da actividade da industria transformadora da pesca, em terra. Artigo 2.° Regulamentacio As normas técnicas necessdrias & regulamentacdo do presente diploma sao aprovadas por decreto regulamen- far, que estabelecera: a) A classificagdo das actividades industriais, tendo em conta o grau e a natureza de risco € 0 inconvenientes para o homem € o ambiente inerentes ao seu exercicio; A classificacdo dos estabelecimentos industriais, de acordo com as actividades neles exercidas; ©) Os elementos constituintes do processo de au- torizagdo do exercicio da actividade, seus tra- mites processuais e respectivos prazos, con- soante a classificagéo do estabelecimento industrial; ) As regras higio-sanitarias e técnico-funcionais a que devem obedecer a instalacdo ¢ a labora- 40 dos estabelecimentos industriais. 5) Artigo 3.° Competéncia pars o licenclamento 1 — A instalagdo, alteragdo ¢ laboragao dos estabe- lecimentos industriais ficam sujeitas 4 prévia autoriza- 40 do Instituto Portugués de Conservas ¢ Pescado, adiante abreviadamente designado por IPCP. 2 — Ao IPCP cabe a coordenagao de todo 0 pro- cesso de licenciamento, sendo, para esse efeito, 0 in- terlocutor tinico do industrial. Artigo 4.° Laboragto 1 — 0 industrial s6 pode iniciar a laboragio depois da realizacdo de uma vistoria, a efectuar nos prazos € pelas entidades fixados no diploma regulamentar a que se refere o artigo 2.°, ¢ apés ter-lhe sido conce- dida autorizagdo para esse efeito, nos termos defini- dos no citado regulamento. 2 — No caso de a vistoria referida no mimero ante- rior nao ser realizada dentro do prazo fixado, o indus- trial pode iniciar a laboracao, devendo, contudo, indi- car previamente ao IPCP 0 técnico responsével pela laboragdo, nos casos em que a sua existéncia seja obri- gatori Artigo 5.° ‘Taxas aplictvels aos actos de licenciamento 1 — As receitas das taxas aplicdveis aos actos de li- cenciamento so consignadas a satisfacdo dos encargos dos servigos responsaveis pela execugdo, desenvolvi- mento € aperfeigoamento das acgdes de controlo do exercicio da actividade industrial, sendo a sua mo mentagdo efectuada nos termos legai 2—As receitas referidas no niimero anterior so efectuadas em, pelo menos, 60% ao IPCP, devendo este proceder & entrega dos restantes 40% aos servigos que participaram nos actos que originaram tal paga- Mento, em partes iguais ¢ até ao dia 10 de cada més relativamente ao més anterior, mediante transferéncia bancéria ou cheque, € com uma relagdo diseriminativa dos processos a que se referem. Artigo 6.° IntencoBes no Decreto-Lel n.° 28/84, de 20 de Sanciro © produto das coimas aplicadas em resultado das contra-ordenagdes previstas no Decreto-Lei n.° 28/84, de 20 de Janeiro, resultantes do exercicio da actividade industrial e que se insiram no ambito do previsto no n.° 2 do artigo $8.° do Estatuto do IPCP, anexo a0 Decreto-Lei n.° 266/86, de 3 de Setembro, sera afec- tado em 40% ao IPCP, nos termos conjugados do n.° 3 do artigo 58.° do Estatuto do IPCP e do n.? 1 do artigo 78.° do Decreto-Lei n.° 28/84, de 20 de Ja- neiro, com a nova redac¢éo que Ihe foi dada pelo ar- tigo nico do Decreto-Lei n.° 347/89, de 12 de Ou- tubro. Artigo 7.° Norma remissiva Sem prejuizo do disposto no presente diploma, aplica-se ao exercicio da actividade da industria trans formadora da pesca, em terra, 0 preceituado no Decreto-Lei n.° 109/91, de 15 de Marco, que estabe- lece as normas disciplinadoras do exercicio da activi- dade industrial. 5606 Artigo 8.° Norma revogatoria Sdo revogadas as disposiges dos Decretos-Leis 2 46 923 ¢ 46 924, ambos de 28 de Marco de 1966, relativas ao exercicio da actividade da indistria tran: formadora da pesca, em terra, bem como o Decreto- Lei n.° 311/85, de 30 de Julho, ¢ 0 n.° 7.° da Porta- ria m.° 395/87, de 29 de Abril. Artigo 9.° Entrada em vigor © presente diploma entra em vigor 30 dias apés a data da sua publicagao. Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 29 de Agosto de 1991. — Anibal Antonio Cavaco Silva — Luis Miguel Couceiro Pizarro Beleza — ‘Arlindo Marques da Cunha — Luts Fernando Mira ‘Amaral — José Albino da Silva Peneda — Carlos Al- berto Diogo Soares Borrego. Promulgado em 15 de Outubro de 1991 Publique-se. Presidente da Reptiblica, MARIO SOARES. Referendado em 18 de Outubro de 1991. O Primeiro-Ministro, Anibal Antonio Cavaco Silva. MINISTERIO DO COMERCIO E TURISMO Decreto-Lei n.° 428/91 do 31 de Outubro Nos termos do Decreto-Lei n.° 388/86, de 18 de No- vembro, a gestdo do Instituto do Comércio Externo de Portugal — ICEP é exercida por um conselho de ad- ministracdo € por uma comissao executiva. Conforme preceitua o artigo 8.°, n.° 1, do citado di- ploma legal, 0 conselho de administrasao ¢ composto por um presidente, por dois vice-presidentes e por qua- tro a oito vogais. Por sua vez, € em razdo do disposto no artigo 11.°, n.° 1, do mesmo decreto-lei, a comissdo executiva € constituida por trés membros, quais sejam o presidente € os vice-presidentes do conselho de administracao. No que concerne a designacao dos titulares dos or- los acima referidos, assinale-se o facto de apenas 0 presidente e os vice-presidentes do conselho de adr nistragao serem nomeados pelo Conselho de Ministros, sob proposta do ministro da tutela. Com efeito, quanto aos vogais, quatro deles s4o objecto de nomeag&o por despacho conjunto dos Ministros das Finangas e da tu- tela, em representacdo, respectivamente, do Banco de Portugal, do Instituto de Investimento Estrangeiro, do Instituto de Apoio as Pequenas ¢ Médias Empresas e a0 Investimento e da Companhia de Seguros de Cré- dito, S. A., sendo os restantes quatro nomeados pelo ministro da tutela. ‘Tendo em aten¢do 0 contetido do actual regime de existéncia ¢ funcionamento dos érgdos da administra- 40 do ICEP, do qual acima se fez sucinta mencao, entende-se conveniente proceder a respectiva revisao. DIARIO DA REPUBLICA — I SERIE-A N.° 251 — 31-10. Efectivamente, considera-se que a estruturagao da ad- ministragdo assente em dois drgdos, ambos com fun- Bes de decisdo, se ndo mostra a mais adequada em ‘ordem & pretendida «autonomia ¢ flexibilidade de ges- to», objectivo, alids, expresso no predmbulo do esta- tuto organico do ICEP. Pelo contrério, parece mais aconselhavel a adopgio de um regime juridico em que a administragao seja con- fiada a um conselho de administracdo com fungdes de- cisérias e executivas, 0 qual sera assistido por um con- selho geral com competéncias meramente consultivas. (© 6rgao consultivo, de extrema relevancia para a ac- tividade do ICEP, em virtude, sobretudo, do relacio- namento que proporciona entre o interesse publico © interesse privado, no sentido de alcancar o objectivo visado com a sua criagio, deve ser composto por re- presentantes de instituigdes publicas ¢ por representan- tes do sector privado empresarial. ‘A propésito da institucionalizacdo do presente regime de administragéo deve ser referida a circunstancia de ‘© novo modelo corresponder ao enquadramento ja le- gislativamente definido para a administracao de insti- tuigdes com estatuto organico paralelo ao do ICEP, como é, muito concretamente, 0 caso do IAPMEI. Assim: Nos termos da alinea a) do n.° 1 do artigo 201.° da Constituicéo, 0 Governo decreta 0 seguinte: ‘Artigo 1.° Os artigos 1.°, 7.° a 14.°, 23.°, 28.°, 31.° ¢ 33.° do Decreto-Lei n.° 388/86, de 18 de Novembro, passam a ter a seguinte redaccdo: Artigo 1.° aurea 2—O ICEP exerce a sua acyao na dependén- cia tutelar do Ministro do Comércio ¢ Turismo. Artigo 7.° Grghos do ICEP Os érgdos sociais do ICEP sao os seguintes: a) O conselho de administracao; 6) O conselho geral; ©) © conselho fiscal. Seccdo 1 Consatho da administreeéo Artigo 8.° Composicio © conselho de administracdo do ICEP é consti- tuido por um presidente e por dois vogais, nomea- dos pelo Conselho de Ministros, sob proposta do ministro da tutela. Artigo 9.° ‘Competéncias Compete ao conselho de administracao: 4) Definir ¢ acompanhar a orientagao geral © as politicas de gestéo do ICEP;

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