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‘Toma 2 | Os recursos naturais de quo a populagae dispéer uses, limites © potenclalidades Os recursos hidricos A agua em movimento Atravis do ciclo hidrolégico, a agua est am constante circulagao entre as oceanos, a atmosfera e os continentes. A radiagdo solar que Incide sobre os oceanos e as conti- nentes provoca a evaporagao da agua, que passa para a atmosiera em estado gasaso. eoucaTES vapotranspiragior ‘Evapaacia das Na atmosfera, 0 vapor de égua passa do estado gasoso ao estade liquido - eonden- | a-s:uprfins ds ‘sagdo—o que leva a formagio de nuvens podenda, posteriormente, ocorrer a precipita | 3037) 2008 gS. A agua regrossa entific a superficie da Terra, caindo nes oceans e/ou nos | sexpiacio elraniol- bontidanies. ago dos soot vivos. Da agua que cal sobre os continentes uma parte reenviada para a atmosiera por evapotranspiragao, outra escoa a superficie através dos cursos de agua - escoamento superficial ~e outra infilira-se no solo abastecendo os aquiferos @ os cursos de agua sub- terraneos — ascoamente subterraneo. Desta forma, as aguas continentals acabam por voltar aos oceanos. Qual a importancia do ciclo hidrolégico na dispenibilidade dos recursos hidricas? A agua é um elemento vital para a vida na Terra, pois dela depende a sobrevivéncia de ecossistemas, e 4 um fator de desenvolvimento econémico e de bem-estar social na medida em qué, permite a satistagao das necessidades de consumo da populagao das diferentes. atividades econémicas. Ne entanto, apesar da maior parte da superficie terrestre ser consti~ tuida por Agua, a quantidade de agua doce dispenivel para a utllizagdo humana & muito redu- zida, menos de 1% do total, e encontra-se nos rios, nos lagos e nas aguas subterraneas, E através do cielo hidralégico que esta pequena percentagem de agua é reposta nos. continentes. ‘O ciclo hiidrolégico 6 um processo continue que faz com que 4gua sefa um recurso reno vavel, na medida em que permite 8 redistribuigao da égua a superficie da Terra através da precipitac’o. No entanto, 0 aumento de consumo a nivel mundial processa-se a um ritmo, mais acelerado do que o da reposigo feita pela natureza, o que implica sérios riscos de escassez de agua no futuro, podendo vir a esgotarse em algumas regides do planeta, A especificidade do clima portugués Adisponibilidade dos recursos hidrices em Portugal depende, principalmente, das earac- | teristicas do clima, A especificidade do clima portugués resulta da sua posigae latitudinal, |, qué 6 tora dependente da circulagdo garal da atmosfera, condicionanda as condigoes de | pressao atmosférica ¢ de humidade atmostérica aa longo da ano. 33, PREPARA 0 EXE NACIONAL DE GEOGRAFIA A 1? ANG A humidade atmostérica ‘O vapor de agua existente na atmosfera — humidade absoluta (HA) ~ provém da evapo- | fagdo ¢ da evapotranspiracao, ea quantidade existente num determinado momento depende da temperatura, ou Seja. quanto maior a temperatura malor 0 vapor'de agua existente, A atmosfera nao tem uma capacidade ilimitada para reter 0 vapor de agua. A quantidade maxima de vapor de agua que a atmosfera consegue reter num determiinade momento - onto de saturagdo (PS)— depende da temperatura: quanto mais alta é a temperatura maior 6a capacidade do ar rater 0 vapor de agua @ quanto mais baixa 6 a temperatura menor & #580 capacidade, ‘Quando ¢ ultrapassada a capacidade maxima do ar conter vapor de gua, este passa do estado de vapor 0 estad liquide & ocoire a Condensacao. Nesta situacao, dit-se que o ar ‘esta saturade (atinglu © ponta de saturagao) & 2 humidade relativa (HR) ¢ de 100%. A humidade relativa varia: * a0 longo de dia ao longo do ano ~ quando a temperatura diminui, apesar de existir menor evaporagao, ¢ necessaria uma menor quantidade de vapor de agua para. ar fear saturado {a capacidlade do ar retér humidade & mais balxa) ¢ por Isso 0 ar fica satu- rado mais faciimente ¢ a HR aumenta, Ocorre a inverso quando aumenta a temperatura, Assim, num determinada local, a HR tende a atingir 0 valor mais elevado pela madru- gada e mais baixo por volta de meio dia, tal como no inverno atinge valares médios mais altos & nos meses de verfio mais babxos. + com a altitude - quando uma massa de ar sobe em altitude diminui a temperatura e, por consequéncia, também o ponto de seturagao: aumenta e HR e atinge-se faciimente a condensa¢e. Pelo contrario, quando © ar desce em altitude ocorre o inverse, tornande- =S¢ UM ar mais seco. * Com a praximidade/atastamento de mar — nas regiaes proximas da litoral existe maior ‘cencentracdo de vapor de 4qua na atmosfera, por consequéncia, a HA @ normaimente mais elevada do que em regides mais distantes do mar. A condensacao 6 visivel através da existéncia de nuvens, de nevosiro e de neblina na atmosfera, ou junto a0 Solo Sob a forma dé orvalho ou de geada. oa A pressGo atmostférica ‘Altaepressben ‘A atmostera é constituida por um conjunto de gases que exercem um peso, au forga, (reawnrcare) | sobre a superficie tetrestre, A esta forca chamase pressdo atmosférica, que varia de simavlécs ugerio: | Ocal para local dependendo das condipSes de temperatura, de altitude e da época do 1013 nes ano: awa presses {ou depres ‘A pressio atmasférica normal a superficie é de 1013 hectopascais (hPa) ou miliba- twronéeical | res (mar). Quando se veriica uma pressio atmasiérica superior, di2-se que existe uma reas de pressd0 alta pressio ¢ quando ¢ interior esta-se perante uma baixa pressdo. sumstéres inten 1013 Hea, ‘Tema 2| Os recurscs naturals de que a pupulapie dispie: uses, limites potencialidades A pressao atmosférica pode ser medida ¢ representada A superficie através. de linhas ‘que unem pontos de igual pressdo atmosiérica — as isébaras ou linhas isobéricas, Estas, linhas, curvas 8 fachadas, formam configurag6es chamadas centros barométricos, que -adquirem o nome conseante o valor de pressdo que representam (figura 1}: Linas que unem artes de gl pe sii amosterca « centros de altas pressdes ou anti- ciclones (A ou 4): quando a presséo aumenta da periferia para o centro, com valores superiores'a 1013 hPa * centros de balxa pressdo, ciclones oudepressées barométricas {B ou -): quando a presse diminui da periferia para 0 centro, com valores inferiores. a 1013 hPa. Figura 1 ~ Centios barométricas de altas & bbabas presses, Fania: PMA 20.06.2017, A pressio atmosférica que se regista num determinade momento @ num dsteminado local varia de acordo com varios fatores: «Altitude - a pressdo aimosférica diminul 4 medida que a altitude aumenta. Assim, ao nivel das Aguas do mar a pressiio atmosférica 6 maior do que no tope de uma monta- nha. Este facto deve-se & menor espessura da atmostera, que exerce menor peso sobre a superficie no topo da montanha, bem como & menor densidade do ar em altitude (rare- fagaa do ar), o que toma oar mais leve (menas dense), «Temperatura - 4 medida que a temperatura aumenta a pressdo diminui, acorrendo o inverso quando a temperatura diminui, Assim, quando a superficie tervestre se encontra muito quente © ar junto & superficie aquece ¢ dllata, tornando-se menos denso € mais leve fazendo baixar a press4o atmosiérica. Quando o ar 4 superficie 6 mutto frie contral- -s8, tomna-se mais denso e mais pesaco aumentando a pressiio atmostérica, * Latitude ~ 0s centros de press distribuem-se em faixas mais ou menos paralelas a0 ‘equador, alternando entre baixas pressdes no equador, altas presses na regiio subtro- pical, balxas pressées nas regides subpolares e altas presses nas regi6es polares. Esta distribuigde latitudinal apresenta oscilagdes para norte ou para sul consoante a altura do ‘ano, acompanhando o comportamento térmico da Terra ao longo de ano. Como circula o ar nos centros barométricas? A diferenca de pressio entre um centro de altas pressdes ¢ um de balxas pressées chama-se gradiente barométrice © dé origem a mavimentos. horizontais do ar, ou seja, a ‘ventes, que sopram sempre das altas para as baixas pressées. Quando as isébaras se ‘apresentam multe proximas significa que existe grande variacio da pressdo atmosférica s, neste caso, diz-se que existe um gradiente barométrico forte, ou seja. a diferenga de pres- t sd, € elevada @ o vento & superficie forte. PREPARAR 0 EXAMIE NACIONAL DE GEOGRAFIA.A ~10," ANO © movimento que © ar faz quando se desioca das altas para as balxas pressées 6 condi- cionado pelo movimento de rotagao da Terra, que obriga os ventos a desviarem-se para a direita, no hemistério norte, @ para a esquerda, no hemisférlo sul (figura 2) Esta forga aparente exercida sabre as. massas de ar é conhecida por forga de Coriolis au efeito de Coriolis. Se a terra estivesse imével o ar deslocava-se de forma perpendicular as isdbaras. Hamisiério norte ‘Homistério sut Ce ‘ a oa cs wo J) Vena desviao gia orga ts Corns (repo da vento se no existisse movimento de rotaydo da Tera) Figura 2 - Movimento horizontal do Forme: J. Retalack, Metenenioga. INI 1290 txaptad), Nos centros barométricos, o ar também sa movimenta na vertical (figura 3): Figura 3 = Movimento do ar, nos centros barométricos, na hemistério norte, * Centros de alta pressdo ou anticiclones (A) - 0 ar 6 descendents om altitude e diver- gente 4 superficie. A medida que desce e se aproxima da superficie o ar aquece, o Ponto de satura¢ao aumenta, a humidade relativa diminui néo havendo condigées tavo- ravels & condensagio, Os anticiclones esto associados a estabilidade atmosférica que ofigina oéu limpo. + Centros de baixas pressées ou depresses barométricas (B) - o ar é convergente & superficia © ascendente em altitude. A medida que sobe em espiral o ar arrafece, 0 ponto de saturago diminui e a humidade relativa aumenta, criando condigdes para que ocorra a condensacdo 8 a formagiio de nuvens. Por esta raziio, as baixas pressdes esto associadas a instabilidade atmosférica que origina céu nublado @, por vezes, a “eee a ‘Toma 2 | Os recursos naturais de que a populagae dispéer uses, limites ¢ potencialidades Qual a diferenca entre centros barométicos de origem térmica ou dinamica? Os ceniros barométricos podem ter origem térmica ou dindmica, Guando se formam devido & temperatura do ar a superticie, atetada pelo contacto com a superticie terrestre a sua origem é térmica e so centros barométricos efémeros. Quando @ ar se movimenta por ser empurrado por outro que Ihe toma o lugar, devido a circulagao geral da atmosfera, a ori~ gem é dindmica ¢ existem as jongo de tede © ano numa distribuigéo latitudinal ne globo. Alguns centros barométricos formam-se por influéncia termodinamica, ou seja, por razdes. térmicas e dinamicas. ‘ Amiclelones.— tormarr-se ganda a ar emi contacto com tia. superticis mal tia satfe um Intense artetecimenta, Ao arelocer o af compeinhé-se,torna-Se pesadi « com monneento descandento em aude, formanda ums wloveda prasso sobs a superficie. Formani-se, cart Frequéncia, durante invemo ne mierior das continents. + Depresedes —formam-se mando 0 ay em cariacia com uma superticle mais quenta sotre vi intens6 aquecimenta.Ao Aqucer o ar oltata-se,lorna-se evs & com movimenta -astendente ém ale, Sa irequentes durante o vero na interior €2 PaninsulaIbdrica * Anlicielones ~caracieriam-s0 pelo mavimento descendents do ar: formamyse quando nos nivels superiores da troposfera oar & comvergenie senda obrigado a dascer até. superticie, formando wena alta pressdo, Um destes anticiclones € 0 dos Agores. + Depressbes — caractirizry-se polo movimenta ascendente da ar tormarr-sé quand nos. inves supériores da troposera o ar € divergente & & superficie convergeate, abrigantio 0 ar a Suir am altitude, jarmando uma baixa press do & supericie. Um exernplo sia as denresstes. “associat sistemas trontals qe atetam Portugal no Inver. A circulagao geral do atmostera A circulacao da aimosfera deriva de diferengas de pressdo que se geram a superficie da Terra que se explicam pelas diterengas de temperatura entre a terrae © mar a entre © aqua- dor e as regides polares, que die origem aos grandes movimentos do ar, Outro fator ¢ a dindmica das massas de ar em altitude com movimentos ascendentes nuns locais e descen= dentes noutros. Assim, na baixa tropasfera existem grandes diferengas de pressdo atmosfe- ica que dao origem a ventos requlares que constituem a circulagao geral da atmosfera figura 4): + no equador, devido & elevada temperature ¢ também em resultado da convergéncia: intertropical, o ar sobe em altitude formando baixas pressées 4 superficie (origern ter modindmica}; em altitude, o ar, ja mais frio, desloca-se para as regides subtropicais; * sobre as regiées subtropicais, proximo dos 30° de latitude, o ar desce om altitude for mando altas pressées sobre o solo (origem dinamica}; & superficie o ar diverge am dire 980 a0 equador - ventas alisios ~ e em direydo as latitudes médias - ventos de oeste (dominantes em Portugal}; nas latitudes médias, préxima dos 60° de latitude, & superficie as ventos de oeste encontram-se com as ventos de leste, dando origem @o movimento ascendente do are @ baixas pressées A superficie (origem dindmica); em altitude, © ar desloca-se para as regides subtropicais © para as regides polares; eT PREPARAR O EXAME NACIONAL DF GEOGRARA f= 10." ANG + sobre 0s poles, devide &s balxas temperaturas a ar fio d descendente om attitude (orl- § gem térmica), formando as altas presses polares.e diveraindo & superficie em diregao | regides subpolares - ventos de leste ou polares, : Figura 4- Esquama de circulaco geral da atmosiera, a superficie © em altitude. Fone: 8.u.Retaisck, Meteorooge, MG fads, ‘Como observamos na figura 4, na circulagao geral da atmasfera, os movimentos de ar & ‘superficie so influenciades pelo movimento de rotagao da terra, safrende desvios quando Se deslocam das altas para as baixas presses (ventos). Este desvio aumenta com a latitude atingindo 0 seu valor maximo préximo des. polos. Em altitude, os ventos de superficie so compensacies por movimentos de diregdo contraria, as baixas pressdes & superticie corres- pondem altas pressdes em altitude e vice-versa. Qual a influéncia do circulagdo geral da atmostera no clima de Portugal? ‘As faixas de pressiio sofrem oscllagdes ao longo do ano, desiocando-se em latitude para ‘norte ou para sul acompanhando com ligeiro atraso a trajetéria aparente do Sol, No solsticio de junho, quando © Sol incide diretamente no trépico de cancer, 05 centros barométricos encontram-se deslocados ligeiramente para norte. No solsticio de dezembro, quanda o Sol incide diretamente no trépico de capricémio, desiocam-se para sul. Esta oscilagda em latitude dos centros barométricos @, consequentement, dos ventes: tem grande influéncia nos climas: de regides de latitudes médias como em Portugal (figura 5): = wy — A : ™ A © sor 60* Portugal 30° &, 9080 60" Portugal 30" oe A-Anticicione £8~ Depressio barométrica = Supertcie frontal lar» Pasicho de Portugal Figura § - Esquema da localizagsi des contros barométricos a superficie, no invemo (A) ¢ ne verao (B), no bemistério norte, Font: 6. Relllck, Metra (NMS, 1096 ated, oma 2 {On rournoe naturale de que» populagde dlapber wean, imtos » potenclaidades 122 * durante o inverno, a desiocacdo para sul das baixas presses subpolares (figura 5A) faz com que Portugal seja frequentemente afetado pela superficie frontal polar & Massa de 2: por massas de ar polar (maritimo ou continental), ees '* durante 0 verdo, a deslocagao para norte das altas presses subtropicais (figura 5B) ee faz com que Portugal seja normaimente atingido pelas altas pressdes oriundas das | i misate« de dene latitudes préximas de 30° Ne por massas de ar tropicals (maritimo au continental). © | siexie nomogéreas anticiclone dos Agores, centrado no Oceano Atlantica, mantém-se estacionario | supertise frontal durante um longo period ds tempo, condiconande.0 vero no tart porugués, | ern A localizagao geagrifica de Portugal &, entdo, o principal fator do clima partugués, pais | continidade entre faz com que fique sob a inluéncia de diferentes massas de ar a0 longo do ano figura 6), | = tapcar 2a As massas de ar tm caracteristicas a distintas de humidade, de temperatura e de densidade, prdprias da regio de ori- gem: a massa de ar polar maritimo tendo origem ocednica, caracteriza-se por ser fria e hdmida, enquanto a massa de ar polar continental, associada a formagao de anticiclones térmicos sobre o conti- nente muito trio durante 0 inverno, & muito {ria e seca; a massa de ar tropical mari- (SLs timo forma-se sobre 0s ooeanes e carac- (eveseatcontinertal te) (4 polar marine (Pn) teriza-se por ser quente ¢ muito hiimida, (Ferropicatmacttina {tm} (ir polar continental} ‘enquanto a massa de ar tropical conti- Figura 6 - Principals massas de ar que afetam_ ental é muito quente & muito saca. 6 territério portugus, No-entanto, as caracteristicas de uma massa de ar véo-se alterando & medida que esta se fasta da regio de origem, adquirindo propressivamente as caracteristicas de temperatura e de humidada das regiées por onde passa. A superficie frontal polar No hamisfério norte, a massa de ar frio polar desioca-se para sul empurrando o ar quente tropical que se desloca para norte, Deste confronto resulta uma superficie endulada que separa as duas massas de ar ~ superficie frontal polar (figura 7A), As perturbagdes da frente polar surgem, normaimente, associadas em conjuntos de varias perturbagbes — sis- tema frontal — com destocagio de oeste para este (figura 7B). Sento Ge desiocamento Figura 7A - Sistema frontal polar Figura 78 - Esquema vertical (superficie frontal polar, 5 mnie: PMMA 2 dn rnb de 2019 (aden ‘Font: [PMA, 2c coma ta 2089 cae), PREPARAR O EXAIME NACIONAL DE GEOGRARA 4 — 102° ANG A medida que a perturbagdo da frente polar avanga para sul, 0 ar fro, mais denso e § pesado, introduz-se sob 0 ar tropical, menos denso & mais leve, obrigando-o a subir. Este i ‘movimenta ascendente do ar quente origina uma diminuigdo da pressdo atmosférica, for- * mando-se uma depressdo frontal, € 2 formagao de duss superficies que separam as duas maseas de ar: a superficie frontal quente @ a superticie frontal fria. A intercegdo destas superticias com a superficie da Terra denomina-se frente quente & ‘frente fria (figura 8). Ainclinago de uma superficie frontal quente é geralmente pouco acentuada @ o ar quente sobe lenta- mente sobre 6 ar frio anterior. A medida que o ar quente sobe, se ontiver humidade suficiante, for- mam-se nuvens de desenvolvimento horizontal ¢ precipitagao sob a forma de chuviscos de longa duragao. Figura 8 - PerturbagSo frontal e frente quente. As Superficies frontals frias t6m frequentemente uma inclinarao acentuada, em que oar ‘rio obfiga 0 ar quente @ ascender ao longo da superficie frontal de forma rapida, A medida que 0 ar quente sobe formam-se nuvens de desenvolvimento vertical, per vazes com ventos turbulentos e rajadas, chuva forte ¢ trovoadas. Apesar de a frente fria ecorrer, normaiments, durante um menor periodo de tempo do que a frente quenite, provoca um estado de tempo mais violento @ com maior precipitago. A passagem da perturbardo frontal polar em Portugal, 4 medida que se desioca de oeste para este, vai provocande alterndincia de-estados de tempo, corespondentes a distintos seto- ‘res da frante polar (figura 9): 0 ar frie antertor (1); a superficie frontal quente (2); 0 ar quente ‘tropical (3); a superticie frontal fria (4) ¢ por fim o ar frio posterior (5). ‘+ Melhor propresiva do esiado “Mavens altace fnacestatficadas de terop0 “ele to agravamenta de estado «= Diminaigdo danebutosidade datempe + guns aguaceiros espersos 1 Temperatura relativamente baie + Agravamiento do esta do erp «Chum blade rene umento da nebulosidade [nuvens de desenvolvimento vertical] rercivimento hor ra + Chuva intensas nis dete oor, por wetes acompanhadas do iveadas, _* Chuva contiua [chuvscos] de longa duracdo * DieinulBo datermerstura + Tempersturaatsa com tgera subi Mento Fare + Wert race Figura 9 Estados ds tempo associados 4 passagem ds ums perturbagao frontal polar ‘Toma 2 | Os recursos naturals de que a populapie diepio: usos, limites @ potenclalidades Tanto uma perturbagao frontal como um sistema frontal tém a duragdio de um curto periodo de tempo, normalmente dois a trés tara 8 Bsinapresio Potencialidades Quando uma depressae térmica centrada na Peninsula Ibarice se conjuga com oanti- : tiiclone dos Agores formam-se ventos irescas de norte sobre as terras do litaral, conheci- | 4. das por nortada. Caso a dapressio barométrica se estenda até ao norte de Africa e sera | orto rescore Europa Ocidental estiver localizado um centro de altas presses subtropicais, a circula- | novtetrequertes v0 0 do ar das altas para as baixas presses gera um vento de laste, quente e seco | rerdemerine verso, conhecido por vento de tevante. Pea Nas estacdes intermédias (primavera e outono), a5 situagGes meteorolégicas que | Mee+deveria ecorrem so de transi¢ao entra as de inverno e as de vero. No decarrer da primavera, as | 736" baixas press6es subpolares vao-se deslocando para norte, dando lugar @ subida em lati- | yulores de tude das altas presses subtropicais, o que proveca um aumento progressive da establ- | *eritaris lidade atmosiérica e prevaléncia do bom tempo. Ne outono ocorre o aposto, ou Seja, as altas prass6es subtropicais vao-se deslocando para sul dando lugar a descida em lati- tude das baixas presses subpolares sobre 0 territorio nacional, Nao existem, portanto, situagoes meteorolégicas tipicas de primavera ou outono, podendo ocarrer tanto situa- des meteorolégicas comuns as da estagde do inverne come as de verdo. Ritmos e distribuigdio da precipitacao © clima de Portugal é caracterizado pela inregularidade da precipitagae, quer no tempo quer'no espago. Variabilidade intra-anual ~ ao longa do ano a precipitacao varia de forma idéntica em todo o terriério figura 14), Atinge valores mais elavados entra os meses de novembro e fevereiro, devido a deslocagae para sul da perturbardo da Irente polar, que é tesponsavel pela ocor- réncia de procipitagGes intensas. Ocome sempre um perioda seco durante 0 verso (periodo seco estival}, mais ou menos 200. Prectptage ru) 150: 190 longo depenciendo da ragiée (mais longo. = no sul do que no norte), sendo 9s meses de julho @ agosto os que ragistam valo- ° DFwA wT TAS Oe Mi res minimos, devide a influéncia do anti- ee clolone dos Acores das massas de AF Figura 44. Variabiidacie nviarusl dk pratt trepical quentes # secas, mais frequen- portugal (1971.2900) tes nas regides do sul Fone (vans wm male, 20134, Variabilidade interanual - de ano para ano verifica-se, no nosso territéria, grande varia ‘p80 do total anual de precipitagao (figura 12). A ocorréncia de anos mais secos, por vezes até de seca extrema, verificam-se quando.as chuvas de sutono. 8 principalmente as de inverno, 80 escassas dewido 4 persisténcia de anticiclones centrados sobre o Oceano Atlantico oriental que impadem a habitual desiocagao de oeste de massas de ar humido. Em anos chuvosos, 4 a pemsisténcia da passagem da perturbacdo polar pelo nosso territério que & responsavel pelos elevacos quantitativas.de precipitagso. A variabilidade interanual aumenta de norte para sul, as regies do sul registam com maior frequéncia anos sacos. 33 PREPARAR © EXAWAE NACIONAL DF GEOGRARA A= 10" ANG ‘Temn-se verificado nas Gitimas décadas, a tend&ncia para os anos chuvosos apresenta- rem um menor desvio em relago & média e, pelo contririo, os anos secos um desvio mais acentuado. A frequéncia de anos muito secos ou extremamente sacos tem sido relacio~ nada com as alteragées climaticas ¢ representa grande preocupagao nacional, pela menor disponibilidade de qua para consumo e pata amanutengao de ecossistemas. twoletas: Uinta de igual valor daquanticate te precipita, | poy feet tlsfes nef EEE HEGERERRSRRRER EER ERE REM Figura 12 — Desvio de total de precipitagao anual em Portugal continental entre 1955 a 2018, em relagao & normal climatolégica 1971-2000, Femme: /PMA (ronsutaco em mao, 2012). Contraste espacial, a andlise da distribuigao da precipitagao no territério pode ser feita ‘em mapas de isoletas cu em mapas de classes de precipitagdo (figura 13) em que se observa grandes diferencas na distribuigao da precipitagaa no territério continental: os valores maxi- ‘mos ocorrem no norte, especialmente a noroeste na Corditheira Central, 6 os valores mini- mos no vale superior do rio Douro, Alentejo interior e Algarve, Conctul-se, portanto, que existem dois grandes contrastes: norte/sul « litoraV/interior. a = = Ne Figura 43 Distrioulgo da precipitaglo em Portu= Figura 14 = Mapa hipsométrica de Portugal gal Continental ‘Continental Form: itn do Amita, APA, 2016; Forte: ins to Arbre, APA, 2016, +O contraste norte/sul explicade pelo relevo ¢ pela latitude. © norte, com maior altitude (figura 14), regista grande ocoméncia de chuvas orograficas e, por sé locali- zara maior latitude, 6 afetado com maior fraquéncia pela passagem das balxas pres- s0es subpolares. © sul, mais aplanado de menor latitude, sofre maior influgncia do Anticiclon dos Agores, registando por isso menor precipitagao anual. * © contraste litoral/interior 6 explicado pela praximidade ou afastamento do mar, No litoral, as massas. de ar vindas de oeste descaregam a humidade nos primeiros releves que encontram, ecorrenda par Isso malor precipitagao. No noroeste, as mon- tanhas dispéem-se paralelamente & linha de gosta (relevo concordante) formando barreiras de condensarao que provocam elevada precipitagaio orogréfica. A quanti- dade de precipitagaio que 0 interior recebe est condicionada pela orientacao das montanhas a ceste ~ se forem paralelas 4 linha de costa, como no noroeste, impe- dem as massas de ar himido de chegarem até ao vale superior do Douro, se forem ‘cbliquas (relevo discordante) em relagao a linha de costa, como a Gordilhetra Cen- tral, 0 contraste literal interior jd ndo # to acentuade. A medida que as massas de ar yao fazenda 0 seu trajeto para a interior vao-se tornando mais secas, razao pela qual ‘a8 reas montanhosas do interiar ragistam menor precipitagao que as de literal, + Nas ilhas dos arquipéiagos da Madeira e dos Acores, a altitude @ a orientagda das mon- tanhas influenciam fortemente as caracteristicas da distribuigao da precipitagéo. Na itha da Madeira, a vertente norte apresenta elevada precipitagdo anual, contrastando com a vertente sul (figura 15), que se explica pela altitude elevada da ilha (figura 18) e a expo- sigdo da vertente norte aos ventos.¢ massas de ar himido predominantes de norte que, ao subirem a itha, originam slevada precipitagao. are ie wae aa " Santana ie ‘Atitede | in) Fone ation 1500 Motieg, 0g 1000 aie + 5 me00- 1000. he ! Be © 3000 1000 00 = s00-1000, 200 ‘s00- 200 100 500-600 50 Lge ‘an - $00 rane) i | pee aki cee wari wae var Figura 18 — Disintbuigdc da precipitago mécia Figura 16 - Mapa hipsométrico da tha da Maclira, ‘anual, na iiha da Madeira, normal climatoiégica de Fong: O cla em Porkgal me sSculas XE 00; F 1961-1990. Cen de Goascs da Uriversidade de Liston 5 Fonte era om Pomp nos sos 2% 0 4} Cerwods Geafsina da Universidad da Lisboa. 95 PREPARAR © EXAMIE NACIONAL DF GEOGRAPA 4 —10,* AND Diversidade climatica em Portugal O elima de Portugal continental, apesar de diferencas regionals, apresenta caracteristicas marcadamente mediterranicas: um periodo seco estival, ou seja, verdes longos e secos @ invernos suaves. O territério Continental tem entao um clima temperado mediterranico, toda- via, as infludncias do Atlintico, do releve e da continentalidada nas regiées do interier, imprl- mem feigdes distintas a0 clima permitinds distinguir os sequintes subtipos climéticos: =lemperaturas amenat —-varGesmullo quentes —Lemparahiras suaves no — varies frescos # hiimidos & ‘0 Jonge do an: ‘einvarnos mun trios; Inverna ¢ levadas no vero; invernos rigorosos: amplitude vermica amplitude teemiea ampli térmica anual ~ amplitude térmica. anal anual fracas anual elevad; moderad —Precipiagaa ebevats —— preciptagao taca, lar —prscipmagd ebevedta 30 ‘ia longo so an, dos a quatro meses. : Hoag dt too 0 an; ~ dois meses seco. sseces. Afigura 17 evidencia ainda areas de clima de transi¢éio, entre o maritime ¢ 0 continental, 2m que a influéncia do oceano se vai esbatende progressivamente para a interior, Figura 17 = Os subtipos climaitioos. de Portugal Continental, Fonts: Daveau, Suzanne — Portugal Gecordfica « Norma. Clmalaipicas (1871-2000), PAA. ‘Toma 2 Os recursos naturals de que a populage dispée: uso, limites © potencialidades Nas Agores, o cima é fortemente influenciada pelo oceano, em particular pela corrente quente do Golfo, ¢ pelo relevo acidentado das ilhas. Consequentemente, a humidade atmos- férica & sempre elevada @ as temperaiuras amenas. No entanto, verifica-se uma diferencia 980 climatica entre 0 grupo Ocidental e os grupos Central e Oriental. 0 Grupo Ocidental apresenta um Clima Temperade Maritimo (figura 18): * temperaturas médias anuais amenas; = amplitudes térmicas anuais baixas; + precipitagao abundante ao longo de todo 6 ano; "n° de meses secos inexistente ou reduzido (inferior a 2). Qs grupos Central © Criental apresentam um clima temperado mediterranico de influ&ncia maritima semethante ao do noroeste do continent, Figura 16 ~ Caractenzazan cimatca do arqupsiago des Azores. Fai Nomets Cisne [197T-2000, PMA No arquipéiago dia Madeira, as caracteristicas climaticas sto influenciadas pelo oceano, pela altitude, pela localizagdia geogréiica (menor latitude e proximidade do norte de Aftica) e circulagao atmosférica, o que se traduz na diferenciaco climatica de diferentes areas, ‘Assim, a vertente norte apresenta um clima temperade mediterranico de influéncia mari- tima, o que se deve & precominancia dos ventos himides de norte que sobem a ilha provo- cando precipitagao elevada, enquanto a temperatura & mais baixa que noutras areas de igual altitude pelo facto de ser uma vertente umbria Pelo contrério, a verlente sul, abrigada dos ventos himidos, ¢ soalheira, recebe menor precipitagao anual e tem temperaturas mais altas, apresentando por isso clima temperado mediterrfnice. A llha de Porto Santo, de altitu- des mais baixas, apresenta um clima iqualmente mediterrnico (figura 18). BL Figura 18 ~ Caracterizago climtioa do arquipsiago daa Madera Font Nols Chraligeas (1971-2000, PMA PREPIBIAR © FXAME NACIONAL DE GEOGRARI A, = 10." ANO 0 desafio das alteracées climaticas As Alteragées Climdticas tm vindo a ser identificadas como uma das maiores ameagas nivel global que a humanidade enfranta na atualidade. ‘S40 muitas:as atividades humanas. responsavels pela libertaclio de gases que se acumu- lam na atmosfera, provocando o aumento da temperatura média da Terra. Estes gases com efeito de estufa (GEE) tém a capacidade de reter a radiagdo infravermelha emitida pela Terra, impedindo-a de escapar para o espago. Dos varios GEE (o didxide de carbono, 0 metano, 0 Sxido nitroso, entre outros}, o diéxido de carbone (CO,) é responsdivel por 63% do aquecimento global mundial, Em Portugal, a temperatura média ao longo das dltimas décadas tem registado uma ten- déncia de aumento significative (figura 20), que tem correspondida a um periado de aumento de diéxide de carbano atmostérico registada no territério portugués, ‘As alteragdes climaticas so uma realidade e uma prioridade nacional, face aos seus impactos futuros sobre a nossa sociedade, economia @ ecossistemas. =~ Normalclimatetigica 1971-2000 | - eroewmegeaad | a mt t+ t=} | tr te | 2 r r : - a SES SLLL SLPS PSS LIES ELIS SS ES Figura 20 - Evolugiio da temperatura média en Portugal, entra 1970 @ 2018. Fore: Psa So evidéncias destas alteragdes o aumento da frequéncia de eventos meteorolégicos extremos como-os ciclones, os tornados, as inundactes, as secas, as ondas de calor ¢ as ondas de frio. Em Portugal, em particular na regi8o continental, tem-se verificado uma ten- déncia para anos mais secos nas uiltimas décadas # para malores diferengas na distribuigao regional da precipitagio. Ao mesmo tempo, tém-se registado novos recardes de temperatu- ras maximas e ondas de calor com impactes significativos nas florestas (incéndios}, na agri- cultura, na sadde, entre outros. Uma forma de responder ao desafio das alteragdes climaticas passa pela aposta em medidas de mitigagao ¢ de adaptagao as atteragées climaticas: + medidas de mitigagao - s8o a8 que permitem a reducao dos GEE, a protegao @ a reno- vagao de sumidouros naturais de carbono (como as florestas) ¢ a extragio desses gases da atmosfera através de tecnologies de captura e armazenamento, + medidas de adaptacdo ~ sio aquelas que permitem lidar com os impactes que nao podem ser evitadas, ajustando os sistemas naturals ¢ humanos de forma a diminulr os impactes negatives. Uma vez que as alterag6es climaticas constituem um problema global, as decisoes no que respeltaa estratégias quer de mitigagdio quer de adaptagao envoivem apdes ou opgbes a tados 08 niveis da tomada de decisdo, desde 0 nivel mais local ao nivel internacional, envolvendo todos os governos nacionais. Tema 2| Os recursos naturals de que a populagso dispbe: uson nites « potonclalkdades ey 0 quadro que se segue apresenta alguns exemplos de medidas de mitigagso ¢ de - adaptagao das alterages climaticas: iariea iia aes | Fase doce dsponivet para ‘Agricuttra etloresta ~reducdo da destlorestacine Na agricultura implerneniar siciemas de rega mais | corsurwo. ‘ta degradagdo dus larestas, prevenindo @ combatendo eficientes; desenvolver varvedades de cutturas ‘Recursos Hidrieos: 0 incindios,promevenda & artical entra adapta a temperatris mais elevate petodos | SENT -agiculturae silicate, de-seca adaptar ag cultura as tpos de solos, remade! ajprodugdo te enerpia —progucireetricidade a partir Ma sade —aumentar a capocidate oe resposta a fae i ones renovveis: substtulrcentalstnrmoultricas: desastres naturals; implemantar sistemas wlcazes de J OVP ‘racionals por centals 08 cogsragS0. alerts 08 sade. feel Nas transportes~ recurso aos transgortes piblicos ea Me Ondenamente do teriério - planear zonas-urbaras * Dicilatas om meio urbana; substtul to transporte conn intuit reduairas presstas do stress térmico; aérea # rodovitro de mercadorias pelo comboio, trie dreas propansas ainundagGes @ outros riscos. | Aguas supertciat: th Ga Aquannisienteros os tagoas gos suet reamante saescomtrcia A disponibilidade hidrica Lest ‘Aguas subterrineas: A disponibilidade hidrica de um pais ou regido depende essenciaimente do volume eo enoas total anual de precipitagao e da sua distribuigde ao longo do ano. Os recursos hidricos | tsyiessda sunioin disponiveis podem ser clasificados em: ede hiogrifca: * aguas superticiats — de rios, lagos, iagoas e albuteiras; ete * 7 ported os seus tt faguas subterréineas ~ resultam da infiltragdo © que se encontram até aas'800 m de tenn profundidade: podem surgir 4 superficie através de nascentes naturais ou poder ser | Formas de intervencie: impactes: ‘= Deptulge da vagetagtio, atayée de + Aumenta 8 escuréneis eupertciale diminut incéndios ou owes uses inttragie # consequenta tecarye des eauiferas. + impermoabiizngaa do solos por moio a + Patencia, om situapdo do foro praciptiagio, expand ubena, oorréncia de chai, Impactes: ‘* Regulariza 0 caudal dos rics, entra 0 imamo eo verdo, 102 Toma 2| Os recursos naturals de que pulacae dispée: usos, limites © patenclalidades Qual a imporlancia das barragens na disponibilidade hidrica do pais? = A maior parte das barragens porluguesas localizam-se no norte @ centro do pais, 0 | puragem: que se explica pela existéncia de condigées naturais favordvels & construgaio das infraes- | Constrrn-elaats truturas, camo o relevo acidentado com vales fechados, © pela ocoméncia de maior pre- | MHnIELRSunsie, nla de umasice Cipitagao anual com menor variagae ao longe do ano. te camportase A barragem do Alqueva, situada no rio Guaciana no Alentejo interior, permitiu a for- ieee ae ee magia da maior reserva de agua do pais e 0 malar lago artificial da Europa, iritemarmazerara Aconstrupao de barragens apresenta inimeros beneficios: Pewee * 0 armazenamento de agua em albufeiras a montante da barragem (barragem de | a0) produrwener retengao}, que possibilita o abastecimento de agua para consumo humano e para | 8 lSeT=se ie irrigagdie dos campos agricolas, ou o desvio da mesma para regiGes de maior neces~ ‘ Albufeira sidade (transvase: Lago artificial eta + as albutelras permitem atenuar os impactes da inegularidade temporal das dispani- | 2montante a> torre bilidades hidricas @ das alteragdes. climaticas, em que a ocorréncia de anos secos & | 9" cada ver mais frequente; * 8 produgae de energia (aarragem de pradugac) permite injetar energia renavavel ¢ limpa na rede eletrica nacional. Nas centrais equipades com maquinas reversiveis € possivel, em periodas de energia excedentaria face ao consumo, usar essa energia para mover as turbinas no sentido inverso @ assim valtar a encher as albufeiras de Agua, aumentando 0 potencial de produgdo de energia; * 28 albufeiras permitem a instalagaio de contrais foto~ voltaicas flutuantes (figura 25) que vio reforgar a pro- dugdo de energia a injetar na rade elétrica, evitanda-se B ocupagée de areas Gteis pare outras atividades, como a agricultura, com as painéis fotovoltaicos: ‘+25 albufeiras criam candigdes para 9 funclonamento girs 26 - Canal inovoltnon ue de praias fluvigis, que estimulam a alividade turistica juante na albuleira do Alto Fabsgso associada ao turismo natureza ¢.a0 turismo rural. {afwants da rio Cavatc) No entanto, a construgiio de barragens também tem impactes negatives que geram alguma polémica. A montante das barragens, areas enormes so inundadas pela agua for- mando a albufeira, por vezes submergindo aldeias. patriménia histérico, estradas, campos agricolas, alterando ecossistemas © as caracteristicas naturais da regio. Em Portugal, os recursos hidricos superficiais também se encontram disponivels em lagoas naturais de diferentes ongens: * Vuicdnica - resultam do abatimente de antigas crateras dos vulodas, formando uma depressia (caldeiras) onde se acumula a agua da chuva; encontram-se nas ilhas do arquipélago dos Agores. * Glaciar — formaram-se durante. ultima era glaciar, nas ragies montanhosas, quanda os glaciares deslizaram ao longo das vertentes arrancando grandes porgoes de rocha ¢ for maram concavidadies onde stuaimente a agua da chuva ¢ da fusso da neve se acumulam; encontram-se especialmente na serra da Estrela, sendo a maior a Lagoa Comprida. * Marinho-fluvial ~ existem varias ao longo do litoral, constituem pequenas reentrancias a linha de costa onde se verifica a a¢3o canjunta do mar & dos rios na acumulaco de sedimentos e na enttada de agua, como por exemplo, a Lagoa de Obidos ea Lagoa de ‘S89 Martinho. 103 PREPARAR O FRAME NACIONAL DE GEOGRAFU A ~10.* ANNO Pesmeabidase: Capacidade do um materia aratrans init huns Quanto mois peeriivel uma ocho mor 3 capa ‘fos para erat ‘essada poe Fits. Inemragao: Proceso atravis da ual agua atravessa sola amr: Formato geoligica ‘que permite aceon lage ea armaxena- ‘mantn fe qua en ‘cidades ou fendae que pode ser corrida pol Homer, ‘cominuamente um aqulfere sem colocarem causa reserva 2 qusidacie a Agua. As Gguas subterraneas As Aguas da precipitagao que se infiltram no subsolo sdo a principal fonte de alimenta- a cao das aguas subterrdneas, Um reservatdrio de agua subterranea (aqui- fero), & uma formago geoldgica permedvel limitado na base por uma racha impermedvel, com capacidade de armazenar ¢ transmitir a Agua (figura 26). Os aquiferos podem encon- trat-se a diferentes profundidades, sendo que os mais préximos da superficie estao mais. acessiveis para extragdo de agua, mas mais suscetiveis & poluigSo por contaminantes 5 superficiais & & sobre-exploragaa. ‘Figura 28 ~ Cartage de qua nos axquitores. A maior ou menor permeabilidade das formagées rochosas condiciona a infiltragdo 8 2 acumulagéo de agua nos aquiferos. A andlise comparativa das formagées geclogicas figura 27A) @ as disponibilidades hidricas subterrdneas (figura 278) permitem retirar as. seguintes conclusées: * formagées pouco permedvels a infitragaio da aqua coma os granitos, xistos e basal- tos, apresentam uma baixa produtividade aquifera; * as rochas de origem detritica como as areias e arenitos, s30 muito permedveis per mitindo @ infitracdo da agua ® a acumulacde em aquiferos, apresentam por isso maior produtividade aquifera; * as fermagSes calcdrias ou cdrsicas apresentam-se fissuradas pela dissolugdo da calcite na Aqua, ¢¢ através destas fendas que a agua se infiltra formanda um escoa- mento subterraneo designade toalha carsica; apresentam, por isso, elevada produ- ‘tividade aquifera. Oo s¢% sos eee Caves, margas tn mines arenes eargiin Bexar oa moe wien Figura 27 ~ Dictribulgio das principals formapies geclégicas (A} e-a produtivl= dade aquifers (8), em Portugal continental Femme: tas ao Amber cape 104 ‘Tema 2 | Oa recursos naturals de que a populagao dispée: uses, limites © patenclalidades Em Portugal continental, 05 aquiferos mais importantes, tendo em conta a produtivi- : dade aquifera, tocalizam-se nas Bacias Sedimentames do Tejoe do Sado. A maior parte | _. do territério nacional apresenta uma baixa produtividade aquitera, Resermade inva 05 aquiteros. constituem reservatérios de Agua de grande importancia no abastaci- pe mento de agua a populace @ as alividades econémicas e apresentam vantagens relatl- | jesus provemen- vamente 3s aguas superficiais: {ase tivitade humana qi sie lan- © a qualidade da agua ¢ melhor uma vez que se encontra mais protegida da paluigaa | ago nc umbente, superficial 2 as aguas, quando se Infiltram, vo sendo naturalmente filtradas, nda | curotiaaao, requerendo o mesmo grau de tratamento das aguas superficiais; seaa tees _ * ndo estfo sujeitas & evaporacdo, mantendo-se o nivel da tealha fredtica (nivel fred- | squiticodevido a0 tico) mais au menes constante ao longo do ana, Sea. ‘store ras Suak zs Fi SalinieagSo: A gesido dos recursos hidricos levee cone ition (30 desis em Sguns Quais 540 05 principais problemas que atetam os recursos hidricos? antrrivae u superfictai Portugal é um pais com clisponibilidades hidricas relativamente abundantes, dadas as pros nana : suas condigées climaticas, no entanto, colocam-se alguns problemas decorrentes da | ‘meas apresetam escassez de égua em periodos de seca © das atividades humanas que afetam 4 quali- | assw¥scarstersticas dade # a quantidade de Agua disponivel: erate aha ‘05 aves padres de qualidite de vids a botn-estat da popular erin, cada vee tne, associados a sleveds consumos de 4gua, As atvidades econdimicas of também cada wiz malares onsumidoras de Sgua. As dreak de maior nécessidade-« de consumo S80 2% Areas do bral com smajat concentiagio papulscignal, Probleme que ata os recats0s hféicos superticias e sblerréneas om Portugal e que fem virias -rigens: e-dospoje de efluentes industisis © damésticos dretamemte nas rigs uttleagaa ‘excessiva 8 dasadaquada de produlos quimicos na agricultura qua scabam por ser arrastados Jpolas aguas da chuva para os ries @ aqulleras; as fowsas rma consi vidas e sem ligagdo # rede, que Dermitern a infitraga de 3gcs poles nas Apuns Subtersineas: Portugal, presenta ainda urna ‘grande carci de infranstraturas de ratamenia das dquas dos efluentes dormdsticos a indus ssssenoials para preservar ob recursos hidrcss. : ‘Creseimento acelerado de petwenasslgas nas ros ¢ ras lagoas, cue cobrem a sapertile das Spuae limpadinda a sin axipenatao ¢ pravocanda 2 morta Ga facina aquélica. A onigem deste problerna inrneo-se com a elevara quanta de fertlizantes qulmicos, que so ilzadios na agricultura # que acahamn por ser amistados pelts Aguas, ¢ 0 despeio os recurs hibroas de efientes com elevada ‘concontragS0 de matéris gnica, gue arabam por des arwalvar a grande quantidade de lars. ‘Ocarre sabretuda em areas de calcario fssuraco do litoral, em que 05 aquiferas confactam com o mar. Aimiensa exploracio e d descida do nivel wedtien dos aqulferos permite a entrada de ova ‘sada, que torna 3 gua talabra »imprdpria para consum. Este sitagSo ocorr atusimente em ‘algumas areas da costa portuguesa, nomeadamente no Algarve. ‘0 abate de exiensas drens Mlorestais ov ws incdlos, que delsam a deseaterto 0s Sols, provacam ‘um aumento a estorrdnela superficial e urna ciminuigao da infirarsa de aga nos aquteros, De forma a preservarmos os recurses hidricos devem ser implementadas, algumas medi- das que promovam 0: * aumento da qualidade da Sgua disponivel ~ sistemas de drenagem e tratamento de aguas residuais, consinugdo de mais ETAR, que garantem a devolugio @ natureza da agua depois de utiizada sem poluentes quimicos ou organicos; aumento da regulamenta- (40 # fiscalizagao do langamento de atluentes poluidores nos cursos de Squa; principio eo poluidor-pagadar, com pagamento de taxas pragressivas segundo a poluigao causada. 108)

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