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VIVA DE ACORDO COM O PLANO DE DEUS 5) 2 Fas eS Cra EDICAO ESPECIAL COM GUIA DE ESTUDOS DE CAPITULOS SELECIONADOS Mh. ELLEN G. WHITE Tradugéo Renato A. Bivar Casa Publicadora Brasileira Tatui, SP Titulo original em inglés: COUNSELS ON STEWARDSHIP Copyright © da edigZo em ingles: Ellen G. White Estate, Silver Spring, EUA. Direitos ineernacionais reservados. Direitos de traducdo e publicagao em Lingua portuguesa reservados a (Casa PUBLICADORA BRASILEIRA Rodovia SP 127 — km 106 Caixa Postal 34 18270-970 — Tatuf, SP Tel.: (15) 3205-8800 — Fax: (15) 3205-8900 Atendimento ao cliente: (15) 3205-8888. www.cpb.com.br 1" edigSo: 371 mil 2018 Coordenagio Editorial: Eduardo Rueda Editoragdo: Fernando Dias Eduardo Rueda Revisao: Mariéngela Lehr Projeto Grdfico: Marcos Santos William Lobo Programagéo Visual: William Lobo Renato Gomes Capa: Alexandre Rocha Imagem Capa: © Rido|Forolia IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil ATENGAO, As referéncias aos livros biblicos estéio abreviadas de acordo com o padréo utiizado nas Biblias em geral. A vers&o biblica adotada neste livro 6 a Almeida Revista e Atualizada, 2* edigdo. Cita- g6es extraidas de outras verses esto tndicadas com as respectivas abreviatu- ras: Almeida Revista e Corrigida (ARC); Nova Tradugdo na Linguagem de Hoje (NTLH); Nova Versio Intemacional (NVI); Aimeida Corrigida Fie! (ACF). A paginagao dos livros da autora ci- tados neste volume se refere &s obras originais, em inglés. Dados Internacionais de Catalogacio na Publicagio (CIP) (Camara Brasileira do Livro, SP, Brasil) White, Ellen G,, 1827-1915 Bencaos sem medida : viva de acordo com o plano de Deus / Ellen G. White ; traducao Renato A. Bivar. — 1. ed. - Tatui, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2018. Titulo original: Counsels on stewardship ISBN 978-85-345-2585-5 1, Adventistas do Sétimo Dia - Doutrina 2. Deus 3. Fé 4. Principios biblicos 5. Vida crista L Titulo. 18-15507 cp-248,48673 {ndices para catéloge si sistemético: 1. Adventistas do Sétimo Dit cist 248.4673 Maria Alice Ferreira — Bi joc CRB-8/7964 @ set Tipologia: Warnock Pro Light Subhead, 10,8/13,7 - 16740/37348, Todos os direitos reservados. Proibida a reproducio total ou parcial, por qualquer meio, sem prévia autorizagao exrita da Editora. Sumario Prefacio . Abreviaturas. 1 Colaboradores de Deus... 2 Nosso generoso Benfeito1 3 Razées para doar. 4 Um conflito de principios... 5 Onde Cristo habita ha beneficénci 6 A obra do Senhor deve ser mantida 7 Dedicagao sincera a igreja... 8 A voz da consagragao.. 9 Um apelo por mais fervor. 10 Uma prova de lealdade... 11 Apoiado sobre principios eternos 12 Um plano belo e simples... 13 Uma questao de honestidade. 14 Regularidade e planejamento. 15 A mensagem de Malaquias. 16 “Provai e vede" .. 17 O emprego do dizimo. 18 Os principios da mordomi: 19 Nossos talentos.... 20 Responsabilidades do servo que recebeu um talento 21 Roubando de Deus 0 justo servi¢ 22 Enfrentando o Dia do Juizo.... 23 Riqueza: um talento confiado 24 Métodos de adquirir riqueza: 25 O perigo da prosperidade..... 26 Ciladas de Satands. 27 Riqueza mal-empregada 28 Solidariedade com os pobres 29 A verdadeira motivacao.... 30 Ofertas voluntarias..... 31 Métodos populares de arrecadacao. 32 Cobica fatal... 33 Servindo a Deus e a Mamoi 34 Hipocrisia... 35 O apego as riqueza: 36 Vivendo dentro do orcamento 37 Por nossa conta...... 38 Palavras aos jovens. 39 Apelo a economia. 40 Compromissos com Deus... 41 O pecado de Ananias e Safi 42 Um contrato com Deus.... 43 A recompensa como motivacao no servi¢o. 44 Tesouro no Céu..... 45 Béngaos para o coracio altruista.. 46 Participando das alegrias dos salvos... Prefacio O CONCEITO de mordomia crista esta presente em toda a Biblia. Tal conceito tem como fundamento duas verdades incontestaveis. A primeira diz respeito a fonte de tudo: Deus. As Escrituras declaram que “ao SENHOR pertence a Terra e tudo o que nela se contém” (SI 24:1). Tudo que é bom vem Dele e, direta ou indiretamente, deve voltar para Ele. Todas as coisas no Universo surgiram pela aco do Criador; portanto, o propésito maior de sua existéncia deve ser glorificé-Lo. A segunda grande verdade tem que ver conosco, os seres humanos. Se, por um lado, tudo pertence a Deus, por outro, “nada trouxemos para este mundo” (ITm 6:7, ARC). O que temos, em ultima anilise, nao € nosso. Somos devedores a Deus pela vida e por tudo o que ela traz. Por isso, somos responsaveis perante Ele pelo modo como vivemos e administra- mos Suas béngos. Nao somos “donos do nosso nariz’, mas “despenseiros da multiforme graca de Deus’ (1Pe 4:10). No Eden, o ser humano recebeu a nobre tarefa de cuidar da criagao divina, como uma espécie de gerente ou caseiro do planeta. Nessa condi¢ao, Adio e Eva poderiam usufruir de tudo que havia em seu lar paradisiaco, exceto da parte reservada por Deus: a arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:17). O principio contido naquela reserva divina era o mesmo por tras de duas instituicées muito importantes: o sabado eo dizimo. Separando para Si uma parte especial de nossa semana e de nossas posses materiais, Deus nos ensina Sua absoluta soberania sobre o tempo e o espaco. E, ao devolver-Lhe a porcao santificada, reconhecemos nossa total dependéncia como Suas criaturas. Quando devidamente compreendido e colocado em pratica, esse reco- nhecimento se estende para outras Areas da vida. Além de nosso tempo e dinheiro, devemos devotar a Deus também 0 nosso corpo, nossa mente e 6 | Béngaos Sem Medida os talentos que Ele nos confiou. Se forem bem administradas, essas dadivas resultarao em gléria para Deus e salvacao para as pessoas. Contudo, tendo em vista o mundo materialista em que vivemos, é inegavel o fato de que, dentre todas as coisas que Deus nos confiou para cuidar, uma das mais dificeis de administrar é 0 dinheiro. Isso porque, como dizem, o bolso é 0 “érgao” mais sensivel do ser humano. Jesus ensi- nou que “onde estiver o [nosso] tesouro, ai estara também o [nosso] cora- 40” (Mt 6:21). Portanto, para ser um bom mordomo, é indispensdvel saber lidar com os recursos financeiros. Este livro é uma selecao de capitulos da obra Conselhos Sobre Mordomia, que apresenta principios biblicos para se viver de acordo com o plano de Deus na administragao de nossos bens. Desejamos que, por meio desta lei- tura, vocé experimente em sua plenitude a “béncao sem medida” (MI 3:10) que Ele promete aqueles que forem fiéis. Os Editores Abreviaturas AA CE DIN GCDB HS MDC MJ OE PE Py PR RH sc SpT SpI-B ™ YI Atos dos Apéstolos O Colportor-Evangelista O Desejado de Todas as Na¢ées Educagao General Conference Daily Bulletin Historical Sketches of the Foreign Missions of the Seventh-day Adventists O Maior Discurso de Cristo Mensagens aos Jovens Obreiros Evangélicos Primeiros Escritos Pardabolas de Jesus Patriarcas e Profetas Profetas e Reis Review and Herald Servigo Cristao The Signs of the Times Special Testimony to Battle Creek Church Special Testimonies, série B Testemunhos Para a Igreja (9 volumes) Testemunhos Para Ministros The Youth's Instructor 1 Colaboradores de Deus “HONRA AO SENHOR com os teus bens e com as primicias de toda a tua renda; e se encherao fartamente os teus celeiros, e transbordarao de vinho os teus lagares” (Pv 3:9, 10). “A quem da liberalmente, ainda se Ihe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-Ihe-4 em pura perda. A alma generosa pros- perara, e quem da a beber sera dessedentado” (Pv 11:24, 25). “O liberal projeta coisas liberais, e pela liberalidade esta em pé” (Is 32:8, ACF). A sabedoria divina designou, no plano da salvacao, a lei de acao e reacao, tornando a obra da beneficéncia, em todas as suas modalidades, duplamen- te abengoada. Aquele que da aos pobres aben¢oa outros, e é abencoado em escala maior ainda. A gloria do evangelho — Para que o ser humano nao perdesse os benditos resultados da caridade, nosso Redentor elaborou o plano de recruta-lo como Seu cooperador. Deus poderia ter alcangado Seu objetivo de salvar pecadores sem 0 auxilio humano, mas sabia que 0 homem ndo poderia ser feliz sem desempenhar uma parte na grande obra. Por uma cadeia de circunstancias que despertam nele sentimentos de caridade, Deus lhe providencia os melhores meios de cultivar a beneficéncia eo conserva doando regularmente para ajudar os pobres e para fazer Sua causa avancar. As necessidades de um mundo arrui- nado nos obrigam a empregar em seu favor nossos talentos — recursos e influ- éncia — para apresentar a homens e mulheres a verdade, por cuja falta estao a perecer. Ao atendermos essa demanda, pelo trabalho e por acdes solidarias, tornamo-nos semelhantes a imagem Daquele que por nossa causa Se fez pobre. Dando, abengoamos outros e assim acumulamos riquezas verdadeiras. A gloria do evangelho é o fato de que ele tem como base o principio de restaurar na raga decafda a imagem divina, por meio de uma constante manifestacao de beneficéncia. Essa obra comegou nas cortes celestiais. Ali Colaboradores de Deus | 9 Deus concedeu aos seres humanos uma prova inequivoca do amor que nutre por eles. Ele “amou ao mundo de tal maneira que deu 0 Seu Filho unigénito, para que todo o que Nele cré nao pereca, mas tenha a vida eter- na’ (Jo 3:16). O dom de Cristo revela 0 coracao do Pai. Testifica que, haven- do Se empenhado em nossa redencgao, Ele nao poupar coisa alguma, por mais preciosa que Lhe seja, a qual se necessite para completar Sua obra. O espirito de generosidade é 0 espirito do Céu. O abnegado amor de Cristo é revelado na cruz. Para que o ser humano pudesse ser salvo, Ele deu tudo quanto possuia e, em seguida, entregou-Se a Si mesmo. A cruz de Cristo apela para a beneficéncia de todo seguidor do bendito Salvador. O principio ilustrado ali é doar e doar. Isso, levado a efeito em real benefi- céncia e boas obras, é o verdadeiro fruto da vida crista. O principio dos mundanos é adquirir e adquirir, e assim esperam conseguir felicidade; mas, levado a efeito em todos os seus aspectos, o resultado é miséria e morte. A luz do evangelho que brilha da cruz de Cristo reprova 0 egoismo e incentiva a generosidade e a beneficéncia. Nao se deveria lamentar 0 fato de que ha cada vez mais pedidos de doacao. Deus, em Sua providéncia, esta chamando Seu povo para fora de sua limitada esfera de acdo, para que se dedique a maiores empreendimentos. Esforgo ilimitado é 0 que se requer neste tempo em que trevas morais cobrem o mundo. Muitos do povo de Deus esto em perigo de ser enredados pelo mundanismo e pela cobica. Deveriam entender que a misericérdia Dele ¢ que multiplica os pedidos por recursos. Enecessario que sejam apresentados objetivos que estimulem a beneficéncia; do contrario, nao poderao imitar o carater do grande Exemplo. As béncaos da mordomia — Ao comissionar Seus discipulos a ir “por todo o mundo’ e pregar “o evangelho a toda a criatura” (Mc 16:15), Cristo desig- nou aos seres humanos a tarefa de disseminar o conhecimento de Sua graca. Porém, enquanto alguns saem para pregar, Ele apelaa outros para que atendam aos Seus pedidos por ofertas, para manter Sua causa na Terra. Ele pos recursos nas maos das pessoas para que Suas dédivas divinas possam fluir através de canais humanos, fazendo nés a obra que nos foi designada de salvar nossos semelhantes. Essa é uma das maneiras de Deus exaltar o ser humano. E justa- mente a obra de que o homem precisa; pois isso despertara em seu coracao as mais profundas simpatias e ativard as mais elevadas capacidades da mente. Tudo quanto ha de bom na Terra foi colocado aqui pela generosa mao de Deus, como uma demonstracao de Seu amor ao homem. Os necessitados 10 | Béngaios Sem Medida sio Dele, e é Dele a causa da religido. O ouro ea prata pertencem ao Senhor, que, se quisesse, poderia fazer com que chovessem do céu. Porém, em vez disso, Ele fez dos seres humanos Seus administradores, confiando a eles recursos nao para que fossem acumulados, mas usados em beneficio de outros. Desse modo, pessoas tornam-se o meio pelo qual Deus distribui Suas béncaos na Terra. Ele planejou o sistema de beneficéncia para que o homem pudesse se tornar como seu Criador, com carter benevolente e altruista, e finalmente participar com Cristo da recompensa eterna e gloriosa. Reunindo-se ao redor da cruz — O amor demonstrado no Calvario deve ser reavivado, fortalecido e difundido entre nossas igrejas. Nao deve- mos nés fazer tudo quanto podemos para tornar eficazes os principios que Cristo trouxe ao mundo? Nao devemos nos esforcar para estabelecer e tornar eficazes os empreendimentos de beneficéncia que agora sao recla- mados sem demora? Ao estarem vocés perante a cruz e verem o Principe do Céu morrendo por vocés, podem fechar o coracio e dizer: “Nao, nao tenho nada para doar”? Aqueles que creem em Cristo devem perpetuar Seu amor, Esse amor deve atrai-los juntamente em torno da cruz. Deve despi-los de todo o ego- ismo e ligd-los a Deus e uns aos outros. Reunam-se ao redor da cruz do Calvario, em sacrificio e rentincia. Deus abengoard vocés ao fazerem o melhor que podem. Ao se aproxima- rem do trono por meio da corrente de ouro lancada do Céu a Terra para erguer pessoas do abismo do pecado, o coracao de vocés vai se expandir em amor por seus irmaos e irmas que estao sem Deus e sem esperan¢a no mundo (T9, p. 253-256). Nosso generoso Benfeitor O PODER DE DEUS se manifesta nas pulsacdes do coracao, na atividade dos pulmées e nas correntes vivas que circulam pelos milhares de diferen- tes condutos do corpo. Devemos a Ele todo momento de existéncia e todos os confortos da vida. As capacidades e habilidades que elevam o ser huma- no acima das demais criaturas inferiores sao dadivas do Criador. Ele nos presenteia com Seus beneficios. Estamos em divida com Ele pelo alimento que comemos, pela 4gua que bebemos, pela roupa que vestimos e pelo ar que respiramos. Sem a especial providéncia Dele, 0 ar estaria contaminado com pestiléncia e veneno. Ele é generoso benfeitor e preservador. O Sol que brilha sobre a Terra e embeleza toda a natureza, a encanta- dora e solene luminosidade da Lua, os esplendores do firmamento salpica- do de brilhantes estrelas, as chuvas que refrescam a terra e fazem florescer a vegetacio, as preciosas coisas da natureza em toda a sua variada riqueza, as arvores altaneiras, os arbustos e as plantas, as espigas tremulantes, 0 céu azul, a terra verde, a mudanca do dia e da noite, a renovagao das estacdes, tudo fala ao ser humano do amor de seu Criador. Ele nos uniu a Si mesmo por todos esses lagos do Céu e da Terra. Cuida de nés com mais ternura do que uma mde cuida de um filho em afligao. “Como um pai se compadece de seus filhos, assim 0 SENHOR Se compade- ce dos que O temem” (SI 103:13) (RH, 18/09/1888). Recipientes continuos para doar continuamente — Assim como recebemos continuamente as béngaos de Deus, devemos também doar de forma continua. Se o Benfeitor celestial interrompesse Suas dadivas, pode- riamos ter desculpas para nao doar, pois nada teriamos para dar. Deus nunca nos deixou sem nenhuma evidéncia de Seu amor, pelo fato de nos ter feito obem. [...] 12 | Béngados Sem Medida A cada momento somos mantidos pelo cuidado de Deus e sustentados pelo Seu poder. Ele enche nossa mesa de alimento. Da-nos sono pacifico e tefrigerador. Semanalmente nos traz o sdbado, a fim de que possamos des- cansar de nossos trabalhos seculares e ador-Lo em Sua propria casa. Deu-nos Sua Palavra, para que fosse uma lampada para nossos pés e uma luz para nosso caminho. Em suas sagradas paginas, encontramos sabios conselhos; e, sempre que a Ele elevamos nosso coracao em contri¢ao e fé, concede-nos as bén¢dos de Sua graca. Acima de tudo, esta o presente infinito, o querido Filho de Deus, por meio de quem fluem todas as outras béncdos para esta vida e a futura. Certamentea bondade e a misericérdia nos seguirao a cada passo (SI 23:6). Tao somente quando desejarmos que o Pai infinito deixe de nos conceder Suas béncaos é que devemos exclamar com impaciéncia: Até quando vamos ter que doar? Nao devemos, apenas, devolver fielmente a Deus os nossos dizimos que Ele requer como Seus, mas também devemos trazer & tesoura- tia Dele um tributo como oferta de gratidao. Com coracao alegre levemos a0 nosso Criador as primicias de toda a Sua generosidade — nossas mais preciosas posses, nosso melhor e mais santo servico (RH, 09/02/1886). A unica maneira de manifestar gratidao — O Senhor nao precisa de nossas ofertas, Nao O podemos enriquecer com nossas doacées. Diz 0 salmista: “Tudo vem de Ti, e das Tuas maos To damos” (1Cr 29:14). No entanto, Deus nos permite demonstrar nossa apreciacao de Suas miseri- cérdias pelos esforgos abnegados para passa-las a outros. Essa é a unica maneira pela qual nos é possivel manifestar nossa gratidao e amor a Deus. Ele nao providenciou outro meio (RH, 06/12/1887). O argumento de Paulo contra o egoismo — Paulo procurou desar- raigar do cora¢ao de seus irmaos a planta do egoismo, pois o carater nao pode ser completo em Cristo quando o amor-préprio e a cobica s4o con- servados. O amor de Cristo no coragao os levaria a ajudar seus irmaos em suas necessidades. Ao lhes mostrar 0 sacrificio que Cristo havia feito em seu favor, procurou despertar-lhes o amor. “Nao vos falo na forma de mandamento’, disse ele, “mas para provar, pela diligéncia de outros, a sinceridade do vosso amor; pois conheceis a graca de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, Se fez pobre por amor de vés; para que, pela Sua pobreza, vos torndsseis ricos” (2Co 8:8, 9). Eis o poderoso argumento do apéstolo. Nao é mandamento de Paulo, mas do Senhor Jesus Cristo. [...] Nosso generoso Benfeitor | 13 Quao grande foi o presente de Deus para o ser humano e a maneira como Ele o entregou! Com uma generosidade que jamais poderd ser supe- rada, Ele doou para salvar os rebeldes filhos dos homens e fazer com que vissem Seu propésito e sentissem Seu amor. Demonstrarao vocés, por meio de suas dadivas e ofertas, que nao consideram coisa alguma boa demais para entregar Aquele “que deu o Seu Filho unigénito” (Jo 3:16)? (RH, 15/05/1900). O espirito de generosidade € 0 espirito do Céu. O espirito egoista é 0 espirito de Satanas (RH, 17/10/1882). Razdoes para doar DEUS NAO DEPENDE do ser humano para o progresso de Sua causa. Poderia ter feito dos anjos os embaixadores de Sua verdade. Poderia ter tornado Sua vontade conhecida, assim como proclamou do Sinai a lei com Sua propria voz. Porém, para cultivar em nds 0 espirito de beneficéncia, escolheu empregar os seres humanos para fazerem esse trabalho. Cada ato de abnegacao para o bem dos outros fortaleceré 0 espirito de beneficéncia no coragao do doador, levando-o cada vez para mais perto do Redentor do mundo, que, sendo rico, por amor a nds Se fez pobre, para que pela Sua pobreza enriquecéssemos (2Co 8:9). E somente quando cumprimos © propésito divino em nossa criacdo que a vida pode ser uma béncio para nés. Todas as boas dadivas de Deus para o ser humano se demonstrarao apenas uma maldi¢ao, a menos que as empregue para abencoar seus seme- Ihantes e para o avanco da causa de Deus na Terra (RH, 07/12/1886). O resultado de buscar 0 lucro — E essa crescente devocao ao ato de ganhar dinheiro, o egofsmo que o desejo de ganhar produz, que mata a espiritualidade da igreja e remove dela o favor de Deus. Sempre que a cabe- ga e as maos estéo constantemente ocupadas em planejar e trabalhar arduamente para o actimulo de riquezas, os reclamos de Deus e da huma- nidade sao esquecidos. Se Deus nos tem abengoado com prosperidade, nao é para que nosso tempo e atengao sejam desviados Dele e dedicados aquilo que Ele nos emprestou. O Doador é maior do que dadiva. Fomos comprados por preco. Nao somos de nés mesmos. Seré que nos esquecemos desse preco infinito pago pela nossa redencao? Sera que a gratidao morreu em nosso cora¢io? Nao faz a cruz de Cristo com que se envergonhe uma vida de comodidade e condescendéncia egoistas? [...] Estamos colhendo os frutos dessa infinita abnegacao, e ainda, quando ha trabalho a fazer, quando é necessario o nosso Raz6es para doar | 15 dinheiro para ajudar a obra do Redentor na salva¢ao de pessoas, nos eximi- mos do dever e oramos para ser desculpados. Igndbil indoléncia, descuida- da indiferenca e impio egoismo fecham nossos sentidos aos reclamos divinos. Ah! Deveria Cristo, a Majestade do Céu, 0 Rei da Gloria, levar a pesada cruz, usar acoroa de espinhos e beber 0 célice da amargura enquanto nos reclinamos ociosamente, glorificando-nos a nds mesmos, e nos esquecemos das pessoas por quem Cristo morreu para redimi-las por Seu precioso sangue? Nao! Devemos doar enquanto podemos. Ofertemos enquanto temos forca. Trabalhemos enquanto é dia. Dediquemos nosso tempo e nossos recursos a0 servico de Deus, para que possamos ter Sua aprovagao e receber Sua recompensa (RH, 17/10/1882). Nosso maior conflito com o eu— Nesta vida nossas posses so limitadas, mas 0 grande tesouro que Deus oferece em Sua dadiva ao mundo ¢ ilimitado. Compreende cada desejo humano e vai muito além de nossos célculos huma- nos, No grande dia da decisio final, em que cada pessoa ser julgada segundo © que tiver feito, toda voz de justificaco prépria ser silenciada, pois se vera que, em Seu legado a raga humana, o Pai deu tudo quanto tinha para dar, e que os que recusaram aceitar a graciosa oferta estdo sem desculpas. Nao temos exteriormente inimigos que precisemos temer. Nosso grande conflito é contra 0 eu nao consagrado. Quando vencemos o eu, somos mais do que vencedores por Aquele que nos amou. Meus irméos, ha para nés uma vida eterna a ganhar. Combatamos o grande combate da fé. Nossa prova nao esta no futuro, mas é agora. Enquanto ela se prolonga, “busquem [...] em primeiro lugar o reino de Deus e a Sua justica, e todas essas coisas” — as coi- sas que agora servem ao propésito de Satands como ciladas para enganar € destruir — “Ihes serao acrescentadas” (Mt 6:33, NVI) (RH, 05/03/1908). Mancha imunda — Jamais devemos nos esquecer de que somos colo- cados sob prova no mundo, com o propésito de determinar nossa habilita- Gao para a vida futura. Ninguém cujo carater esteja contaminado pela nédoa imunda do egoismo poderé entrar no Céu. Portanto, Deus nos prova aqui, concedendo-nos posses temporais, para que 0 uso que delas fizermos reve- le se as riquezas eternas nos poderao ser confiadas (RH, 16/05/1893). Nossas posses dadas apenas em confianca — Independentemente se as posses de uma pessoa sejam grandes ou pequenas, ela deve se lembrar de que estdo apenas em sua confianga. Tem que prestar contas a Deus por sua forca, habilidade, tempo, talentos, oportunidades e recursos. Esse é um trabalho individual; Deus nos da para que possamos nos tornar como Ele: 16 | Béngaos Sem Medida generosos, nobres e caridosos ao doar uns aos outros. Aqueles que, esque- cidos de sua missao divina, s6 procuram economizar ou gastar na satisfacao do orgulho ou do egoismo poderdo alcangar os ganhos e prazeres do mundo; mas, a vista de Deus, avaliados por suas realizacoes espirituais, sao infelizes, miseraveis, pobres, cegos € nus. Sempre que aplicada corretamente, a riqueza se torna um vinculo aureo de gratidao e afeto entre o ser humano e seus semelhantes, e um forte laco a ligar suas afeicGes ao seu Redentor. O dom infinito do querido Filho de Deus exige dos recebedores de Sua graca expressdes tangiveis de gratidao. O que recebe a luz do amor de Cristo esta, portanto, sob a mais imperiosa obrigacao de difundir a bendita luz sobre outras pessoas que estejam em trevas (RH, 16/05/1882). Para despertar os atributos do carater de Cristo — O Senhor permi- te que o sofrimento e a calamidade sobrevenham a homens e mulheres para nos tirar de nosso egoismo e despertar em nos os atributos de Seu carater: compaixao, ternura e amor. O amor divino faz seus apelos mais tocantes quando nos pede que manifestemos a mesma terna compaixao que Cristo manifestou. Ele era um homem de dores e sabia o que é padecer. E afligido em todas as nossas afligées. Ama homens e mulheres como tendo sido comprados pelo Seu proprio sangue, e nos diz: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como Eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13:34) (RH, 13/09/1906). A mais elevada honra, a maior alegria — Deus é a fonte de vida, luz e alegria do Universo. Como raios de luz do Sol, fluem Dele béncdos a todas as criaturas que Ele fez. Em Seu amor infinito, tem concedido aos seres humanos o privilégio de se tornarem participantes da natureza divi- na e, por sua vez, difundirem béncdos aos seus semelhantes. Essa é a mais elevada honra, a maior alegria que Deus pode conceder ao ser humano. Os que assim se tornam participantes de obras de amor sao levados para mais perto do Criador. Os que recusam tornar-se “cooperadores de Deus” (1Co 3:9, ARC) — aqueles que, por causa da condescendéncia egoista, igno- ram as necessidades de seus semelhantes, os avarentos que aqui amontoam seus tesouros — estao afastando de si mesmos as mais ricas béncaos que Deus lhes pode dar (RH, 06/12/1887). A Um conflito de principios OS SERES HUMANOS pertencem a uma grande familia — a familia de Deus. O Criador designou que respeitassem e amassem uns aos outros, mani- festando sempre interesse puro e abnegado no bem-estar muituo. O alvo de Satanés, porém, tem sido levar as pessoas a por o eu em primeiro lugar, e, ao elas se entregarem ao seu controle, tém desenvolvido um egoismo que enche o mundo de miséria e contenda, pondo os seres humanos em desavenca uns com os outros. O egoismo é a esséncia da depravacio, e, pelos seres humanos terem se submetido ao seu poder, o que se vé no mundo é 0 oposto a fidelidade a Deus. Nacées, familias e individuos estao cheios do desejo de fazer do eu um centro. Ohomem almeja governar sobre seus semelhantes. A fastando-se de Deus e do prdximo em seu egoismo, segue suas inclinagdes desenfreadas. Age como se co bem dos outros dependesse de se submeterem ao seu controle. O egoismo tem causado discérdia na igreja, enchendo-a de ambicgao nao santificada. [...] O egoismo destréi a semelhanga com Cristo, enchendo o ser humano de amor-proprio. Leva a um afastamento continuo da justica. Cristo diz: “Sede vés perfeitos como perfeito é 0 vosso Pai celeste” (Mt 5:48). Mas o amor-préprio é cego para com a perfei¢ao que Deus requer. [... Cristo veio ao mundo para revelar o amor de Deus. Seus seguidores devem continuar a obra que Ele comecou. Esforcemo-nos por ajudar e fortalecer uns aos outros. A maneira de se alcangar a verdadeira felicidade é buscando o bem dos outros. Uma pessoa que ama a Deus e seus semelhantes nao trabalha con- tra os prdprios interesses. Quanto mais destituido de egoismo for seu espirito, tanto mais feliz seré, porque esta cumprindo o propésito de Deus para si. O félego divino ¢ soprado por intermédio de tal pessoa, tornando-a cheia de alegria. Para ela, a vida é um depésito sagrado, preciosa aos seus olhos porque foi dada por Deus para ser gasta no servico em favor dos outros (RH, 25/06/: 1908). 18 | Béngaos Sem Medida Uma luta desigual — O egoismo é 0 mais forte e mais generalizado dos impulsos humanos; a luta da pessoa entre a solidariedade e a cobica é uma luta desigual; pois, ao passo que o egoismo é a paixdo mais forte, o amor e a beneficéncia sao frequentemente os mais fracos, e geralmente o mal ganha a vitoria. Portanto, em nosso trabalho e em nossas doa¢Ges 4 causa de Deus, nao é seguro ser dominado pelos sentimentos ou pelo impulso. Doar ou trabalhar quando é despertada nossa solidariedade e reter nossas doagées ou nosso servico quando as emocées nao sao estimuladas € um caminho imprudente e perigoso. Se somos controlados pelo impulso ou mera simpatia humana, entao, nos poucos casos em que nossos esforcos em favor dos outros séo pagos com a ingratidao, ou em que nossas doagées sao mal-usadas ou desperdigadas, bastard congelar as fontes da beneficén- cia. Os cristaos devem agir guiados por principios fixos, seguindo o exem- plo de desprendimento e autossacrificio do Salvador (RH, 07/12/1886). A tonica dos ensinos de Cristo — A abnegacao é a nota tonica dos ensinos de Cristo. Frequentemente ela é ordenada aos crentes numa lin- guagem que parece autoritaria, por nao haver outro meio de salvar o ser humano a nao ser separando-o de sua vida de egoismo. Cristo deu, em Sua vida na Terra, verdadeira apresentacao do poder do evangelho. [...] A toda pessoa que com Ele sofra resistindo ao pecado, trabalhando em Sua causa na reniincia para o bem dos outros, Ele promete uma parte na recompensa eterna dos justos. Pelo exercicio do mesmo espirito que caracterizou as atividades de Sua vida, devemos nos tornar participantes de Sua natureza. Participando desta vida de sacrificio por amor aos outros, partilharemos com Ele, na vida futura, de um “eterno peso de gloria, acima de toda com- paragao” (2Co 4:17) (RH, 28/09/1911). Os frutos do egoismo — Os que permitem que o espirito de cobica tome posse de si acariciam e desenvolvem os tracos de cardter que colocarao seu nome como iddlatras no livro de registro do Céu. Todos esses sao clas- sificados com os ladrdes, difamadores e extorsionarios, sendo que nenhum deles, de acordo com a Palavra divina, herdaré o reino de Deus. “O perverso se gloria da cobica de sua alma, o avarento maldiz o SENHOR e blasfema contra Ele” (SI 10:3). Os atributos do avarento opéem-se sempre ao exercicio da beneficéncia crista. Os frutos do egoismo sempre se revelam na negligén- cia do dever e na falta de uso dos dons que Deus confiou para o avango de Sua obra (RH, 01/12/1896). Um conflito de principios | 19 A morte de toda piedade — Cristo é nosso exemplo. Deu Sua vida como sacrificio por nés, e nos pede que demos nossa vida em sacrificio por outros. Assim poderemos afastar 0 egoismo que Satanas esta constante- mente se esforcando por implantar em nosso coragio. Esse egoismo é a morte de toda piedade e s6 pode ser vencido ao manifestarmos amor a Deus e aos nossos semelhantes. Cristo nao permitira que uma pessoa egois- ta entre nas cortes celestiais, Nenhum cobicoso podera passar pelos portais de pérola, pois toda cobiga é idolatria (RH, 11/06/1899). Onde Cristo habita ha beneficéncia SEMPRE QUE O PERFEITO AMOR de Deus estiver no coragio, coisas maravilhosas serao feitas. Cristo estara no coracao do crente como uma fonte de 4gua que salta para a vida eterna. Mas os que manifestam indife- renca para com os sofredores da humanidade serao acusados de indiferen- ¢a para com Jesus, na pessoa dos santos que sofrem. Nada enfraquece mais depressa a espiritualidade do que encerra-la no egoismo e no cuidado de si mesmo. Os que condescendem com o eu e negligenciam cuidar da alma e do corpo daqueles por quem Cristo deu a vida nao estéo comendo do pao da vida nem bebendo da agua da fonte da salvacao. Estao estéreis e destituidos de seiva, como a arvore que no da fruto. Sao andes espiritualmente, con- sumindo seus recursos consigo mesmos; mas “aquilo que o homem semear, isso também ceifara” (Gl 6:7). Os principios cristaos sempre se tornarao visiveis. De mil maneiras, os princfpios internos se manifestarao. Cristo habitando no coracdo é como uma fonte que nunca seca (RH, 15/01/1895). Quando Cristo é entronizado no coragéo — Quando Deus confia riquezas ao ser humano, é para que este possa adornar a doutrina de Cristo, nosso Salvador, usando seus tesouros terrestres no avango do reino de Deus no mundo. Ele deve representar a Cristo e, portanto, nao viver para agradar e glorificar a si mesmo, para receber honra porque é rico. Sempre que 0 coragao é purificado do pecado, Cristo é colocado no trono uma vez ocupado pela condescendéncia propria e pelo amor aos tesouros terrestres. A imagem de Cristo é vista na expressio do rosto. A obra de santificagao é levada avante na vida. O egoismo é banido. Vé-se © aparecimento da nova natureza, que, segundo Cristo, é criada em justica e verdadeira santidade (RH, 11/09/1900). Onde Cristo habita ha beneficéncia | 21 Vencidas a cobica e a avareza — O rico deve consagrar tudo a Deus, e aquele que é santificado pela verdade no corpo, na alma e no espirito também dedicard a Deus sua propriedade e se tornard o instrumento pelo qual outras pessoas serao alcangadas. Em sua experiéncia e exemplo, sera demonstrado que a graca de Cristo tem poder para vencer a cobica e a avareza; e 0 rico que devolve a Deus os bens que Ihe foram confiados sera considerado um administrador fiel, e poder4 apresentar aos outros 0 fato de que em cada centavo dos bens que acumulou estao estampadas a ima- gem ea inscricdo de Deus (RH, 19/09/1893). A obra do Senhor deve ser mantida OS ULTIMOS ANOS de graca esto passando para a eternidade. O grande Dia do Senhor esta perto de nés. Toda energia que possuimos deve ser agora usada para despertar os que estao mortos em ofensas e pecados. (...] E tempo de darmos ouvidos aos ensinos da Palavra de Deus. Todas as Suas determinagées sao dadas para o nosso bem. Ele convoca os que esto sob a bandeira manchada de sangue do Principe Emanuel para darem provas de que reconhecem sua dependéncia de Deus e a responsabilidade perante Ele de Lhe devolver certa parte daquilo que lhes confia. Esse dinhei- to deve ser usado para fazer avangar a obra que precisa ser realizada, para cumprir a comissao dada por Cristo aos Seus discipulos. [...] O povo de Deus é chamado para uma obra que requer dinheiro e con- sagracao. As obrigagées que sobre nés repousam nos trazem a responsabi- lidade de trabalhar para Deus até o maximo de nossa capacidade. Ele exige servigo nao dividido, a inteira devogao de coracao, espirito e forcas. Ha apenas dois lugares no Universo onde poderemos colocar nossos tesouros — no celeiro de Deus ou no de Satands. Tudo 0 que nao é dedicado ao servico de Deus é contado do lado de Satands e fortalecera sua causa. O Senhor determinou que os meios confiados a nds sejam usados na edifi- cago de Seu reino. Seus bens sao confiados aos Seus mordomos para que com eles negociem cuidadosamente e Lhe devolvam os rendimentos na obra da salvacao. Tais pessoas, por sua vez, se tornarao mordomos de confianga, cooperando com Cristo para promover os interesses da causa de Deus. Recebendo para compartilhar — Onde quer que haja vida na igreja, hd aumento e crescimento. Ha, também, constante intercambio, ganhar e doar, receber e devolver ao Senhor o que Lhe pertence. Deus comunica luz e béngao a cada crente genuino que as reparte com os outros na obra que faz para o Senhor. Ao dar do que recebe, aumenta sua capacidade de A obra do Senhor deve ser mantida | 23 receber. £ aberto o caminho para a obtencao de novos suprimentos de graga e verdade. Tem mais clara luz e conhecimento redobrado. Desse dar e receber depende a vida e 0 crescimento da igreja. Aquele que recebe mas nunca doa, logo deixa de receber. Se quisermos receber novas béngaos, devemos comunicar os bens do Céu. O Senhor nao Se propoe a vir a este mundo e derramar ouro e prata para o avanco de Sua obra. Ele supre os homens com recursos para que por suas dadivas e ofertas mantenham Sua obra avangando. O propésito, acima de todos os outros, para o qual os dons de Deus devem ser usados é a manutencio dos obreiros no campo da seara. E, se os homens se torna- rem condutos pelos quais as béngaos dos Céus possam fluir para os outros, o Senhor conservara suprido esse canal. Nao é devolver ao Senhor o que é Seu que torna alguém pobre; reter é que leva 4 pobreza. [...] Um tempo para economia e sacrificio — Deus apela ao Seu povo para que desperte quanto as suas responsabilidades. Um dildvio de luz é irradia- do de Sua Palavra, e as obrigacdes negligenciadas devem ser atendidas. Quando isso for feito, dando ao Senhor o que Lhe pertence nos dizimos e ofertas, sera aberto o caminho para o mundo ouvir a mensagem que 0 Senhor determina que ouga. Se nosso povo tivesse o amor de Deus no coracdo, se cada membro da igreja estivesse imbuido do espirito de sacrifi- cio préprio, ndo haveria falta de fundos para as missGes nacionais e estran- geiras; nossos recursos se multiplicariam; mil portas de utilidade se abririam e nds seriamos convidados a entrar. Se o propésito de Deus quanto a dar a mensagem de misericérdia ao mundo houvesse sido executado, Cristo ja teria vindo, e os santos teriam recebido suas boas-vindas a cidade de Deus. Se ja houve um tempo em que se deveriam fazer sacrificios, esse tempo éagora. Meus irmaos e irmas, pratiquem a economia no lar de vocés. Joguem fora os idolos que vocés tém colocado acima de Deus. Abandonem os pra- zeres egoistas, Eu insisto: nao gastem tanto dinheiro para enfeitar a casa de vocés, pois seu dinheiro pertence a Deus, e vocés deverao prestar contas a Ele do uso que lhe dio. Nao usem o dinheiro do Senhor para satisfazer os caprichos de seus filhos. Ensinem a eles que Deus tem direito sobre tudo o que eles possuem, e que nada jamais pode cancelar esse direito. O dinheiro é um tesouro necessario. Nao o desperdicem com aqueles que nao necessitam dele. Alguém precisa das doacées voluntarias de vocés. Ha os que esto no mundo famintos, morrendo de inanicao. Vocés podem 24 | Béngdos Sem Medida dizer: “Nao podemos alimentar a todos.” Mas, praticando as licdes de Cristo sobre economizar, poderao alimentar pelo menos um. “Recolhei os pedacos que sobraram, para que nada se perca” (Jo 6:12). Essas palavras foram pronunciadas por Aquele cujo poder operou um milagre para satis- fazer as necessidades de uma multidao faminta. Caso vocés tenham hébitos extravagantes, afastem-nos imediatamente de sua vida. A nao ser que o facam, estarao falidos para a eternidade. Habitos de economia, moderagao e produtividade séo uma heranga melhor para seus filhos do que um rico dote. Somos peregtinos e estrangeiros na Terra. Nao desperdicemos nossos recursos na satisfacao de desejos que Deus quer que reprimamos. Represente- mos devidamente nossa fé, controlando nossos desejos. Levantem-se os mem- bros de nossas igrejas como um sé homem e trabalhem fervorosamente, como quem anda a plena luz da verdade para estes tltimos dias. [...] De que vale uma riqueza incalculavel, se esta 6 acumulada em carissi- mas mansdes ou em agGes bancdrias? Quanto pesa isso na balanca, com- parado com a salvacdo das pessoas por quem Cristo, o Filho do infinito Deus, morreu? (RH, 24/12/1903). Um privilégio e uma responsabilidade — Foram-nos dadas, para pro- clamar ao mundo, as mais solenes verdades ja confiadas aos mortais. Nosso trabalho é a proclamagao dessas verdades. O mundo deve ser advertido, e o povo de Deus precisa ser fiel ao depésito que lhe foi confiado. Nao se deve empenhar em especulacdes, nem se associar em empreendimentos comerciais com os descrentes; pois isso o impediria de fazer a obra que lhe foi confiada. Jesus diz ao Seu povo: “Vés sois a luz do mundo” (Mt 5:14). Nao é ques- tao de pequena importancia que os conselhos, propésitos e planos de Deus tenham sido tao claramente revelados a nds, E um maravilhoso privilégio poder compreender a vontade de Deus, segundo é revelada na segura pala- vra da profecia. Isso nos impde uma pesada responsabilidade. Deus espera que transmitamos aos outros o conhecimento que Ele nos tem dado. E Seu Propésito que os instrumentos divinos e humanos se unam na proclama- ¢ao da mensagem de adverténcia (RH, 28/07/1904). Sustento das missGes estrangeiras — A solidariedade do povo de Deus deve ser despertada em cada igreja de nosso pais, e deve haver acdo altrufsta para atender as necessidades de diferentes campos missionarios. Pessoas devem testemunhar seu interesse pela causa de Deus fazendo A obra do Senhor deve ser mantida | 25 doagées de seu patriménio. Se tal interesse se manifestasse, 0 vinculo da fraternidade crista existiria e aumentaria sua forca entre todos os membros da familia de Cristo. Essa obra de trazer fielmente todos os dizimos, para que haja manti- mento na casa de Deus, supriria os que labutam tanto nos campos nacio- nais quanto nos estrangeiros. Embora livros e publicacdes sobre a verdade presente estejam espalhando seus tesouros de conhecimento a todas as partes do mundo, mesmo assim ainda devem ser estabelecidos postos missiondrios em varios pontos. O pregador vivo deve proclamar as pala- vras de vida e salvacao. Hé campos missionarios abertos que convidam os obreiros a entrar. A seara esté madura, e de todas as partes do mundo se ouve o veemente clamor macedénico por obreiros (RH, 19/02/1889). A obra nao deve parar — Se de fato temos a verdade para estes ulti- mos dias, ela deve ser levada a cada nacao, tribo, lingua e povo. Em breve, tanto os vivos quanto os mortos serao julgados segundo o que tiverem feito por meio do corpo, e a lei de Deus é a norma pela qual eles sero testados. Portanto, devem agora ser advertidos; a santa lei de Deus deve ser vindica- da e erguida diante deles como um espelho. Para que essa obra se realize, sdo necessarios recursos. Sei que os tempos sao dificeis. Nao hé abundan- cia de dinheiro; mas a verdade deve ser difundida, e o dinheiro para disse- miné-la deve ser colocado na tesouraria. (...] Abandonaremos a obra? — Nossa mensagem é de ambito mundial. Contudo, muitos estéo fazendo literalmente nada, e muitos outros estao fazendo tao pouco, com tamanha falta de fé, que isso é pouco mais que nada. Abandonaremos nds os campos que jé abrimos em paises estrangei- ros? Desistiremos de parte do trabalho em nossas missées nacionais? Ficaremos com medo diante de um compromisso de apenas uns poucos milhares de ddlares? Vamos hesitar e nos tornar indolentes justamente agora, nas ultimas cenas da hist6ria terrestre? Meu coracao diz: Nao, nao! Nio posso considerar esse assunto sem ardente zelo no sentido de fazer a obra avancar. Nao deveriamos negar nossa fé, nao deveriamos negar a Cristo; no entanto, acabaremos fazendo isso, a menos que avancemos segundo a providéncia divina for abrindo o caminho. A obra nao deve parar por falta de recursos. Mais meios devem ser investidos nela. Irmaos, em nome do meu Mestre, eu apelo a vocés: Acordem! Vocés, que estao embrulhando seus talentos financeiros num lengo e os 26 | Béncdos Sem Medida escondendo na terra (Lc 19:20), que estao construindo casas e acrescentan- do terreno a terreno, Deus lhes pede: “Vendam o que tém e deem esmolas” (Le 12:33, NVI). Esta chegando um tempo em que os observadores do sdbado nao poderao comprar nem vender. Rapido, desenterrem os talentos de vocés! Se Deus lhes confiou dinheiro, demonstrem-se fi¢is 4 confianca depositada em vocés; desembrulhem seu lenco e enviem seus talentos aos investidores, para que, quando Cristo vier, receba 0 que é Dele com juros. Uma generosidade entusiasmada na conclusao da obra — Bem no fim, antes que esta obra seja concluida, milhares de délares serao alegre- mente depositados sobre o altar. Homens e mulheres sentirao ser um abengoado privilégio participar da obra de preparar pessoas para estarem firmes no grande Dia de Deus, e darao centenas de délares com a mesma generosidade com que agora s4o doadas quantias menores, Se o amor de Cristo estivesse ardendo no coracao dos que professam ser Seu povo, veriamos hoje uma demonstracao do mesmo espirito. Se ape- nas reconhecessem quao perto esta o fim de todo o trabalho em prol da salvacao de pessoas, sacrificariam suas posses com a mesma prontidao com que o fizeram os membros da igreja apostdlica. Trabalhariam para o avanco da causa de Deus com a mesma empolgacao com que os mundanos traba- Iham para adquirir riquezas. Tato e habilidade seriam exercidos, e trabalho sério e desinteressado seria realizado para obter recursos, ndo para acumu- lar, mas para investir no tesouro do Senhor. E se alguém ficar pobre por empregar seu dinheiro na obra? Cristo Se fez pobre por amor de nds (2Co 8:9); mas nds estamos assegurando riquezas eternas, um tesouro no Céu que nao falha. Nossos bens esto muito mais seguros do que se tivessem sido depositados no banco ou investidos em casas e terrenos. Estéo guardados em bolsas que nao envelhecem. Nenhum ladrao pode se aproximar deles; fogo algum pode consumi-los. [...] Ao obedecer 4 ordem do Salvador, nosso exemplo pregara mais alto que palavras. A maior demonstra¢ao do poder da verdade é vista quando aqueles que professam nela crer evidenciam sua fé pelas obras que fazem. Os que creem nessa solene verdade devem possuir tal disposicao para o sacrificio pessoal, que sera repreendida a ambi¢ao mundana dos adorado- res do dinheiro (HS, p. 291-293). Dedicagaéo sincera a igreja TODO CRENTE deve ser sincero em sua ligacéo com a igreja. A prospe- ridade dela deve ser seu primeiro interesse; e, a menos que se sinta sob o sagrado dever de tornar sua unio com a igreja mais um beneficio para ela do que para si mesmo, ela passard muito melhor sem ele. Esta ao alcance de todos fazer alguma coisa pela causa de Deus. Ha pessoas que gastam grandes quantias em luxos desnecessarios; satisfazem os proprios apetites, mas consideram muito pesado contribuir com recursos para a manutencao da igreja. Estao dispostos a receber todo o beneficio de seus privilégios, mas preferem deixar que outros paguem a conta. Aqueles que realmente sentem profundo interesse no avanco da causa nao hesitarao em investir dinheiro no empreendimento, sempre e onde quer que se faca necessario (T4, p. 18). Os que se regozijam na preciosa luz da verdade devem experimentar um desejo ardente de envid-la a toda parte. Temos alguns fiis porta-bandeiras que nunca se esquivam de seus deveres nem evitam responsabilidades. Seu cora- Gao e sua carteira estao sempre abertos a todo pedido por dinheiro para pro- mover a causa de Deus. De fato, alguns parecem até exceder a justa medida de sua obrigacao, como se tivessem medo de perder a oportunidade de deposi- tar sua contribuicao no banco celestial. Ha outros que fazem o minimo que podem. Esses, se nao acumulam seus bens, os desperdicam, sé contribuindo de ma vontade com uma pequena parte para a obra de Deus. Quando fazem uma promessa ou um voto a Deus, arre- pendem-se depois e evitam tanto quanto podem o pagamento, se é que o fazem. Calculam o menor valor posstvel para 0 dizimo, como se considerassem per- dido 0 que devolvem a Deus. Nossas varias instituigdes podem ficar em difi- culdades com a escassez de dinheiro, mas essa classe age como se nao fizesse diferenca para eles que elas consigam ou nao se manter. Contudo, elas sao os instrumentos pelos quais Deus Se prope a iluminar o mundo! (T4, p. 477, 478). 28 | Béngdos Sem Medida O voto batismal — Todo aquele que se liga 4 igreja faz por esse ato um voto solene de trabalhar pelos interesses da igreja e de manter esse interesse acima de toda consideragéo mundana. Sua obra é conservar viva comunhao com Deus, empenhar-se de coracdo no grande plano da redencao e mostrar, em sua vida e cardter, a exceléncia dos mandamentos de Deus em contraste com os costumes e preceitos do mundo. Quem se entregou a Cristo compro- meteu-se a ser tudo quanto lhe seja possfvel como um obreiro espiritual, a ser ativo, zeloso e eficiente no servico de seu Mestre. Cristo espera que cada pessoa cumpra seu dever; seja esse o lema em todas as fileiras de Seus seguidores. [...] Todos devem mostrar sua fidelidade para com Deus pelo sdbio empre- go do capital por Ele confiado, nao somente em recursos, mas em qualquer dom que contribua para a edificagao de Seu reino. Satanas empregara todo meio possivel para impedir a verdade de chegar aos que se acham imersos No erro; a voz da adverténcia e da suplica, porém, deve alcanca-los. E ao Passo que apenas poucos estao empenhados nessa obra, milhares deve- riam estar tao interessados quanto eles (T5, p. 460, 462). A tarefa que esta diante de nés — Hé um mundo a ser advertido. A nés foi confiada essa tarefa. Devemos praticar a verdade a qualquer custo. Devemos nos portar como abnegados soldados sempre prontos para a aco, dispostos a perder a propria vida, se necessario for, no servico de Deus. Ha uma grande obra a ser feita em pouco tempo. Precisamos com- preender nosso trabalho e fazé-lo com fidelidade. Todo aquele que final- mente for coroado como vitorioso tera, pelo nobre e decidido esforco de servir a Deus, alcangado o direito de ser vestido com a justia de Cristo. Entrar na cruzada contra Satands, levantando bem alto a bandeira ensan- guentada da cruz de Cristo, é o dever de todo cristao. Essa obra exige sacrificio. A abnegacdo e a cruz acompanham-nos por todo o.caminho da vida. “Se alguém quer vir apés Mim’, disse Cristo, “a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me” (Mc 8:34). Os que retém os tesouros deste mundo sao obrigados a trabalhar e a se sacrificar. Deveriam os que buscam uma recompensa eterna pensar que nao precisam fazer sacrificios? (RH, 31/01/1907). Nao esperar pelos apelos — Nosso povo nao deve esperar por mais apelos, mas lancar-se diretamente ao trabalho, tornando posstveis coisas que pareciam impossiveis. Pergunte cada um a si mesmo: Nao me confiou o Senhor recursos para o avan¢o de Sua causa? [...] Dedicagao sincera a igreja | 29 Sejamos honestos para com o Senhor. Todas as béngdos que desfruta- mos provém Dele. E se Ele nos confiou o talento dos recursos para que possamos realizar Sua obra, como vamos reté-lo? Diremos nds: “Nao, Senhor; meus filhos nao se agradariam disso, e por essa razao vou me aventurar a desobedecer a Deus, ocultando na terra Seus talentos”? No deve haver demora. A causa de Deus exige sua assisténcia. Pedimos a vocés, que sao mordomos do Senhor, que coloquem Seus recursos em circulacao, para prover os meios pelos quais muitos terao a oportunidade de aprender o que é a verdade. Pode ser que lhes sobrevenha a tentacao de investir o dinheiro de vocés em terras. Talvez seus amigos os aconselhem a fazer isso. Mas nao havera melhor maneira de empregar seus recursos? Nao foram vocés comprados por preco? Nao lhes foi confiado seu dinheiro a fim de que negociassem para Ele? Vocés conseguem ver que Ele quer que usem seus recursos para ajudar a construir casas de culto, a estabelecer sanatérios, onde o enfermo receba a cura fisica e espiritual, e para ajudar a abrir escolas, nas quais Os jovens sejam preparados para o servico, a fim de que possam ser envia- dos obreiros a todas as partes do mundo? O préprio Deus deu origem aos planos para 0 avanco de Sua obra, e tem proporcionado ao Seu povo um excesso de recursos para que, quando Ele pedir auxilio, alegremente possam atender. Se forem figis em levar para © Seu tesouro os meios que Ihes foram emprestados, Sua obra far rapido progresso. Muitas pessoas serao ganhas para a verdade, e o dia da vinda de Cristo sera apressado (RH, 14/07/1904). A voz da consagra¢gao E ESTA A LINGUAGEM de seu coracio? “Sou completamente Teu, meu Salvador. Pagaste o resgate por minha vida, e tudo o que sou ou ainda espero ser é Teu. Ajuda-me a adquirir recursos nao para gastd-los de forma impruden- te, nem para satisfazer a vaidade, mas para usé-los para a gloria do Teu nome.” Em tudo o que vocé fizer, seja seu pensamento: “E este o caminho do Senhor? Isso vai agradar ao meu Salvador? Ele deu a vida por mim; o que posso eu devolver ao Senhor? S6 posso dizer: ‘Do que é Teu, 6 Senhor, voluntariamente Te dou.” A nao ser que o nome de Deus esteja escrito em sua testa — escrito ali porque Deus é 0 centro dos seus pensamentos -, vocé nao estara pronto para a heranga na luz. Foi seu Criador que conce- deu a vocé todo o Céu num presente maravilhoso: Seu Filho unigénito. [...] Deus pe Sua mio sobre o dizimo, bem como sobre os donativos eas ofertas, ediz: “Isto é Meu. Quando Eu confiei a vocé Meus bens, especifiquei que uma parte seria sua, para suprir suas necessidades, e uma parte deveria retornar para Mim” Ao fazer sua colheita, enchendo seus celeiros e depésitos para seu prd- prio conforto, vocé devolveu a Deus um dizimo fiel? Vocé Lhe apresentou suas doacées e ofertas, para que a causa Dele nao sofra? Vocé cuidou do érfao e da vitiva? Este é um setor do trabalho missiondrio que de maneira alguma deve ser negligenciado. Nao haverd ao seu redor pobres e sofredores que necessitem de roupa mais quente, de uma comida melhor e, acima de tudo, daquilo que sera muito mais valorizado — solidariedade e amor? O que vocé fez em favor das vitvas, dos desamparados, que imploram a vocé para que os ajude a educar e preparar seus filhos ou netos? Como vocé agiu nesses casos? Tentou ajudar os érfaos? Quando pais ou avés ansiosos e desesperados pedem ou até mesmo imploram que vocé considere 0 caso deles, vocé os manda embora com um “nao” insensivel e antipatico? Se assim for, que o Senhor tenha piedade de A voz da consagragao | 31 seu futuro, pois “com a medida com que tiverdes medido vos medirao tam- bém” (Mc 4:24). Poderemos nés ficar surpresos de que o Senhor retenha Sua bénco, quando Suas dadivas sao egoisticamente pervertidas e mal aplicadas? Deus esta constantemente lhe concedendo as béncaos desta vida; e, se Ele pede que vocé compartilhe as dadivas que Ele da, ajudando os varios ramos de Sua obra, é para seu proprio interesse material e espiritual fazer isso e assim reconhecer a Deus como o doador de toda béngio. Como Obreiro-Mestre, Deus coopera com o ser humano ao fornecer os recursos necessarios para que este se mantenha, além de pedir que coopere com Ele na obra da salvacao. Deus colocou nas maos de Seus servos 0 dinheiro para levar avante Sua obra, tanto nas misses nacionais como nas estrangeiras. No entanto, se apenas a metade das pessoas cumprir seu dever, o tesouro nao sera abastecido com os meios necessarios, e muitas partes da obra de Deus terao de ficar incompletas (RH, 23/12/1890). Atendendo a oracao de Cristo por unidade — Jamais a igreja podera alcancar a posicao que Deus deseja que alcance, enquanto nao estiver liga- da pela solidariedade aos seus obreiros missiondrios. Jamais podera existir a unidade pela qual Cristo orou enquanto nao se levar a espiritualidade para o trabalho missionério, e a igreja nao se tornar um instrumento para © sustento das missdes. As iniciativas missiondrias nao alcancarao o que devem alcangar, até que os membros da igreja no campo local demons- trem, nado somente por palavras, mas em acoes, que reconhecem a obriga- 40 que sobre eles repousa de dar apoio sincero a esses missionarios. Deus chama obreiros. Atividade pessoal é necessdria, mas a conversao vem em primeiro lugar; depois é que vem a procura pela salvacao de outros (RH, 10/09/1903). Esvaziar 0 coracao do egoismo — E lamentavel que a igreja hoje esteja to pouco inclinada a expressar gratidao ao Senhor por havé-la enriqueci- do com Sua graca e por lhe haver dado Seus talentos de recursos financei- ros para que ela tenha com que suprir Seu tesouro. As partes infrutiferas da vinha do Senhor clamam a Deus, dizendo: “As pessoas se esquecem de cuidar de nds.” Ao permitirem que seus semelhan- tes permanecam na sujeicdo causada pela necessidade e indignidade, homens e mulheres consentem em que Satanas acuse a Deus de permitir que Seus filhos tenham falta das coisas necessdrias 4 vida. Deus Se ofende com a indiferenga daqueles a quem Ele confiou Seus bens. Seus mordomos recusam 32 | Béngdos Sem Medida notar a infelicidade que eles poderiam estar aliviando. Trazem, assim, des- crédito a Deus. Ninguém brinque com suas responsabilidades! Se vocé nao esta nego- ciando com dolares, mas somente com centavos, lembre-se de que a bén- ao de Deus depende da dedicacao incansavel. Ele nao despreza o dia das coisas pequenas. O sabio uso de pequenas coisas trard um lucro maravi- Ihoso! Um talento usado com sabedoria rendera para Deus outros dois. Espera-se que 0 lucro seja proporcional ao capital confiado. Deus aceita segundo o que o homem tem e nao segundo o que nao tem. Deus pede o que vocé Lhe deve em dizimos e ofertas. Ele exige con- sagra¢ao em todo setor de Sua obra. Desempenhe fielmente sua parte na fungao para a qual vocé foi designado. Trabalhe fervorosamente, lembran- do-se de que Cristo esta ao seu lado, planejando, idealizando e construin- do para vocé. “Deus pode fazer-vos abundar em toda graca, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiéncia, superabundeis em toda boa obra” (2Co 9:8). Dé com prazer, alegria e boa vontade, agradecido por poder fazer alguma coisa para levar avante o reino de Deus no mundo. Que 0 coragao seja esvaziado do egoismo e a mente preparada para a atividade cristé. Se vocé estiver em intima conexdo com Deus, estar disposto a fazer qualquer sacrificio para colocar a vida eterna ao alcance dos que perecem. Prosperidade espiritual e generosidade crista — Em nome do Senhor, imploro aos meus irmaos e irmas que, nesta crise em nossa obra, venham em socorro do Senhor contra os poderosos. Reter algo de Deus sempre traz maldicao. A prosperidade espiritual esta intimamente ligada a generosidade crista. Deseje ansiosamente apenas a exaltacdo de imitar a beneficéncia divina do Redentor. Vocé tera a preciosa certeza de que seu tesouro vai & frente para as cortes celestiais. Quer tornar segura sua propriedade? Coloque-a na mao que traz a marca dos cravos da crucifixio. Retenha tudo o que vocé tem, e isso sera para sua perdicao eterna. Entregue a Deus, e desse momento em diante vocé vai ter sobre si a inscri¢ao Dele. Estara selado com Sua imutabilidade. Quer aproveitar seus bens? Entao os use para fazer a felicidade dos que sofrem. Quer aumentar as suas posses? “Honra ao SENHOR com os teus bens e com as primicias de toda a tua renda; e se encherao fartamente os teus celeiros, e transbordarao de vinho os teus lagares” (Pv 3:9, 10). A voz da consagragao | 33 Deus tornara a encher a mao — Se todos fizerem sua parte, a impro- dutividade da vinha do Senhor nao mais falara condenando os que profes- sam seguir a Cristo. A obra médico-missiondria deve abrir a porta para o evangelho da verdade presente. A terceira mensagem angélica deve ser ouvida em todos os lugares. Economize! Abandone o orgulho. Dé a Deus seu tesouro terrestre. Dé o que puder agora e, ao cooperar com Cristo, sua mio se abrira para conceder ainda mais, e Deus tornaré a encher sua mio, para que o tesouro da verdade possa ser levado a muitas pessoas. Ele dara a vocé, para que vocé possa doar aos outros (RH, 10/12/1901). Um apelo por mais fervor O MUNDO E AS IGREJAS estao quebrando a lei de Deus, e deve-se dara adverténcia: “Se alguém adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mio, também esse beberd do vinho da célera de Deus, preparado, sem mistura, do calice da Sua ira” (Ap 14:9, 10). Com tal maldicao pesando sobre os transgressores do santo sabado de Deus, nao deveriamos nés mostrar maior fervor, mais zelo? Por que somos nés tao indiferentes, tao egoistas, tao absorvidos pelos interesses seculares? Esta 0 nosso interesse divorciado de Jesus? Seré que a verdade se tornou severa demais, ou sua aplicagao intima demais para nés, e, como os discipulos de Cristo que se ofenderam, temos nos afastado para os elementos despreziveis do mundo? Gastamos dinheiro com designios egoistas e satisfazemos nossos proprios desejos, enquanto muitos perecem sem o conhecimento de Jesus e da verda- de. Por quanto tempo isso vai continuar? Todos devem ter uma fé viva — uma fé que atue por amor e purifique a vida. Homens e mulheres estdo sempre prontos a fazer tudo que satisfaca © eu, mas quao pouco desejam fazer por Jesus e pelos seus semelhantes, que estao perecendo por falta da verdade'! [...] Depositar agora no banco do Céu — Serd que jé nao esta chegando o tempo em que devemos comegar a diminuir nossas posses? Que Deus ajude vocé, que pode fazer algo agora para investir no banco do Céu. Nao pedimos um empréstimo, mas uma oferta voluntaria — uma devolucao dos bens que sdo do Mestre e que Ele emprestou a vocé. Se vocé ama a Deus acima de todas as coisas e ao préximo como a si mesmo, acreditamos que dara provas tangiveis disso nas ofertas voluntarias para nosso trabalho missionario. Ha pessoas para ser salvas, e tomara que vocé seja colaborador de Jesus Cristo na salvacao dessas almas por quem Cristo deu a vida. O Senhor abencoara vocé no bom fruto que der para a gloria Dele. Que o mesmo Espirito Santo Um apelo por mais fervor | 35 que inspirou a Biblia tome posse de seu coragao, levando vocé a amar a Sua Palavra, que é espirito e vida. Que isso abra seus olhos para que descubra as coisas do Espirito de Deus. A razao pela qual a religiao hoje em dia é tao atrofiada é porque as pessoas nao aplicam a sua vida a rentincia pratica eo sacrificio pessoal (RH, 08/01/1889). A chuva serédia esta sendo adiada — O grande derramamento do Espirito de Deus, que iluminara toda a Terra com Sua gloria, nao vira enquanto nao tivermos um povo iluminado, que conhega por experiéncia propria o que significa ser colaborador de Deus. Quando tivermos uma consagracao completa, de todo coragao, a servigo de Cristo, Deus reco- nheceré esse fato derramando Seu Espirito sem medida; mas isso nao acontecerd enquanto a maior parte da igreja nao for colaboradora de Deus. Ele nao pode derramar Seu Espirito enquanto o egoismo e a condescen- déncia prépria estao sendo tao praticados; enquanto prevalece um espiri- to que, traduzido em palavras, exprimiria a resposta de Caim: “Sou eu guardador do meu irmao?” (Gn 4:9, ARC) (RH, 21/07/1896). Deixar em segundo plano todo interesse mundano — Meus prezados irmaos e irmas, eu falo a vocés com palavras de amor e ternura. Todo inte- resse neste mundo deve ser subordinado ao interesse na grande obra de redencao. Lembrem-se de que na vida dos seguidores de Cristo deve ser vista a mesma devogao e a mesma subordinacao a obra de Deus, de todas as demandas sociais e de todos os sentimentos por coisas deste mundo, que eram vistas na vida Dele. Os pedidos que Deus nos faz sempre devem ser prioridade para nds. “Quem ama seu pai ou sua mae mais do que a Mim nao € digno de Mim” (Mt 10:37). A vida de Cristo é nosso livro-texto. Seu exemplo deve nos inspirar a fazer esforcos incansaveis e abnegados para o bem dos outros. [...] Toda capacidade dos servos de Deus deve ser conservada em exercicio continuo para levar muitos filhos e filhas a Deus. Nao deve haver, em Seu servico, nenhuma indiferenca, nenhum egoismo. Qualquer desvio da rentin- cia pessoal para o comodismo, e qualquer afrouxamento da suplica fervo- rosa pedindo a agao do Espirito Santo significam dar poder ao inimigo. Cristo esta inspecionando Sua igreja. Quantas pessoas ha cuja vida religio- sa € sua propria condenacao! Deus exige aquilo que nds nao damos — consagragao sem reservas. Se todo cristao tivesse sido fiel ao voto que fez ao aceitar a Cristo, muitas 36 | Béngaos Sem Medida pessoas no mundo nao teriam sido deixadas a perecer no pecado. Quem responder pelas pessoas que tém baixado a sepultura sem estar preparadas para se encontrarem com 0 Senhor? Cristo Se ofereceu como um sacrificio completo em nosso favor. Com fervor trabalhou para salvar os pecadores! Quao incansdveis eram Seus esforcos no sentido de preparar Seus discfpu- Jos para o trabalho! Mas quao pouco temos feito! E a influéncia do pouco que fizemos tem sido terrivelmente enfraquecida pelo efeito neutralizador do que deixamos por fazer, ou comecamos e nunca terminamos, e pelos nossos habitos de descuidada indiferen¢a. Quanto temos perdido por deixar de avangar para realizar o trabalho que Deus nos deu! Como cristaos pro- fessos, deverfamos nos espantar com tal perspectiva (RH, 30/12/1902). O espirito de sacrificio — O plano de salvacao foi estabelecido num sacrificio tao amplo, profundo e elevado que é incomensuravel. Cristo nao enviou Seus anjos a este mundo decaido enquanto Ele ficava no Céu. Ele mesmo saiu a campo, suportando a humilhagao. Tornou-Se um homem de dores, familiarizado com a tristeza; levando Ele mesmo nossas enfermida- des e fraquezas. E a falta de desprendimento naqueles que dizem ser segui- dores Dele é considerada por Deus como sendo uma negacao do nome de cristéo. Os que afirmam ser um com Cristo e satisfazem seus desejos egoistas por roupas, méveis e alimentos extravagantes e caros sao cristaos apenas de nome. Ser cristao é ser semelhante a Cristo. Quao verdadeiras so, portanto, as palavras do apéstolo: “Todos bus- cam o que é seu e nao o que é de Cristo Jesus” (Fp 2:21, ARC). As obras de muitos cristaos nao correspondem ao nome que levam. Agem como se nunca tivessem ouvido falar do plano da redencdo executado a um preco infinito. A maioria pretende ter fama no mundo, participar de seus costu- mes e festas e viver para a satisfacao do préprio eu. Seguem seus propésitos particulares com o mesmo ardor com que o mundo 0 faz, e assim limitam sua capacidade de ajudar a estabelecer o reino de Deus. [...] A obra de Deus, que deveria estar avancando dez vezes mais do que na forga e eficiéncia em que esta, é detida como a primavera é atrasada pelo vento gelado do inverno, porque alguns que se dizem ser povo de Deus estado se apropriando dos recursos que devem ser dedicados ao Seu servico. Visto que o amor desprendido de Cristo nao esta entrelagado na vida pratica, a igreja esta fraca no que deveria ser forte. Em consequéncia de seu proprio modo de agir, apagou sua luz e privou milhdes de pessoas do evangelho de Cristo. [...] Um apelo por mais fervor | 37 Como podem aqueles por quem Cristo Se sacrificou tanto continuar a desfrutar egoisticamente Suas dadivas? Seu amor e desprendimento nao tém paralelo; e, quando esse amor estiver incorporado na experiéncia de Seus seguidores, eles identificarao seus interesses com os de seu Redentor. O trabalho deles sera 0 estabelecimento do reino de Cristo. Eles Lhe con- sagrarao seu ser e suas posses, que usarao conforme Sua causa precisar. Isso nao é nada mais do que Jesus espera de Seus seguidores. Nenhum individuo que tenha diante de si um alvo tao elevado, como é a salvacao de pessoas, tera prejuizo ao pensar em meios e maneiras de negar a si mesmo. Essa seré uma tarefa individual. Tudo quanto nos for possivel doar fluiré para a tesouraria do Senhor para ser usado na proclamacao da verdade, com © propésito de que a mensagem da breve volta de Cristo e das exigéncias de Sua lei possa ser proclamada em todas as partes do mundo. Missionarios precisam ser enviados para fazer esse trabalho. Oamor de Jesus no coracao sera revelado em palavras e acées. O reino de Cristo estara acima de tudo. O eu serd colocado em sacrificio vivo no altar de Deus. Todo aquele que verdadeiramente esta unido a Cristo senti- rd o mesmo amor pelas pessoas que levou o Filho de Deus a deixar Seu trono real, Seu alto comando e, por amor a nds, tornar-Se pobre, para que pela Sua pobreza enriquecéssemos (2Co 8:9) (RH, 13/10/1896). Um chamado para familias consagradas — Deus pede esforco pes- soal dos que conhecem a verdade. Apela para que familias cristas vao as comunidades que jazem nas trevas e no erro, para que vao aos campos estrangeiros a fim de se familiarizarem com outra cultura e trabalhar com sabedoria e perseveranca pela causa do Mestre. Para atender a esse chama- do, é necessario ter desprendimento. Enquanto muitos esto esperando que todo obstaculo seja removido, pessoas esto morrendo sem esperanca e sem Deus no mundo. Muitos, muitissimos mesmo, por amor as vantagens mundanas ou visando adquirir conhecimento cientifico, irio se aventurar em regides insalubres e em paises onde imaginam que podem obter vantagens comerciais; mas onde esto os homens e as mulheres que trocarao de endereco e se mudaréo com sua familia para lugares que necessitam da luz da verdade, para que seu exemplo possa influenciar os que os virem como representantes de Cristo? O clamor macedénico vem de todos os quadrantes do mundo, e as pessoas estao dizendo: “Passa [...] e ajuda-nos” (At 16:9); e por que nao ha 38 | Béngdos Sem Medida decidida resposta? Milhares devem ser constrangidos pelo Espirito de Cristo a seguir o exemplo Daquele que deu Sua vida pela vida do mundo. Por que recusar fazer decididos e abnegados esforgos para instruir os que nao conhecem a verdade para este tempo? O maior de todos os missionarios [Jesus] veio ao nosso mundo e foi adiante de nés para nos mostrar a manei- ra pela qual devemos trabalhar. Ninguém pode demarcar um rumo preci- so para aqueles que pretendem ser testemunhas de Cristo. Os que tém recursos financeiros sao duplamente responsdveis; pois esse dinheiro lhes foi confiado por Deus, e devem sentir sua responsabili- dade de fazer a obra do Senhor avancar em seus varios ramos. O fato de a verdade, com seus dureos elos, unir as pessoas ao trono divino deveria inspirar as pessoas a trabalhar com toda a energia dada por Deus para negociar com os bens do Senhor em lugares distantes, difundindo o conhecimento de Cristo bem longe, entre os pagios. Muitos daqueles a quem Deus confiou recursos, com os quais poderiam ser uma béncao para a humanidade, tem permitido que estes se demonstrem uma cilada, em vez de deixar que se revelem uma bénco para eles e para outros. Sera o caso de se permitir que a propriedade que Deus deu a vocé se torne uma pedra de tropego? Deixard que os bens que Ele lhe confiou, que foram dados para que negociasse com eles, afastem vocé da obra de Deus? Vocé vai permitir que a confianca que o Senhor depositou em vocé, como um administrador fiel Dele, sirva para diminuir sua influéncia e utilidade, impedindo-o de ser colaborador de Deus? Vai aceitar ficar aco- modado em casa, a fim de conservar com vocé os recursos que Deus lhe confiou para que o depositasse no banco do Céu? Vocé nao pode dar a desculpa de que nao tem nada para fazer, pois tudo esta por fazer. Vocé vai se contentar em desfrutar os confortos de sua casa, sem experimentar dizer &s pessoas que perecem como poderao alcangar as mansées que Cristo foi preparar para os que O amam? Nao quer sacrificar suas posses para que outros possam alcangar uma heranca imortal? (RH, 21/07/1896). 10 Uma prova de lealdade "HONRA AO SENHOR com os teus bens e com as primicias de toda a tua renda; e se encherao fartamente os teus celeiros, e transbordarao de vinho os teus lagares” (Pv 3:9, 10). Esse texto ensina que Deus, como 0 Doador de todos os nossos bene- ficios, tem uma reivindicacao sobre todos eles; que Seu pedido deve ser nossa primeira consideracdo; e que uma béngao especial sobreviré a todo aquele que honrar esse pedido. Aqui se estabelece um principio que se vé em todas as relacoes de Deus com os seres humanos. O Senhor colocou nossos primeiros pais no jardim do Eden. Cercou-os de tudo que lhes poderia trazer felicidade e lhes ordenou que O reconhecessem como 0 dono de todas as coisas. No jardim, Ele fez crescer toda arvore agradavel a vista ou boa para comer; mas, dentre elas, fez uma ressalva. De todas as demais, Adao e Eva poderiam comer livre- mente; mas sobre essa tinica arvore, Deus disse: “Nao comers” (Gn 2:17). Ai estava a prova de sua gratidao e lealdade a Deus. Assim o Senhor nos tem comunicado as mais ricas béncaos celestiais ao nos dar Jesus. Junto com Ele, nos tem permitido desfrutar todas as coi- sas com fartura. Os produtos da terra, as abundantes colheitas e os tesou- ros de ouro e de prata sao presentes Dele. Casas e terras, o alimento e a roupa, Ele coloca na posse dos seres humanos. Pede que O reconhegamos como 0 Doador de todas as coisas; e, por essa razao, diz: “De todas as suas posses, reserve a décima parte para Mim, além das dadivas e ofertas, que devem ser trazidas 4 casa do Meu tesouro.” £ essa a provisdo que Deus fez para levar avante a obra do evangelho. Foio proprio Senhor Jesus Cristo, que deu Sua vida pela vida do mundo, quem idealizou o plano de doacao sistematica. Aquele que deixou os pala- cios reais, que Se despiu das honras de Comandante dos exércitos celestiais, 4O | Béngaos Sem Medida que revestiu Sua divindade com a humanidade para poder levantar a raga decaida; Aquele que, por amor a nés, Se fez pobre, para que pela Sua pobre- za enriquecéssemos (2Co 8:9), falou aos homens e, em Sua sabedoria, con- tou-lhes o plano que tinha para a manutenco dos que levam Sua mensagem ao mundo (RH, 04/02/1902). As reservas de tempo e de recursos de Deus — A mesma linguagem é usada tanto para o sabado quanto na lei do dizimo: “O sétimo dia é 0 sdbado do SENHoR, teu Deus” (Ex 20:10). O ser humano nao tem o direito nem o poder para substituir o sétimo dia pelo primeiro. Pode até tentar fazé-lo, “entretanto, o firme fundamento de Deus permanece” (2Tm 2:19). Os costumes e ensinos humanos nao diminuem as exigéncias da lei divina. Deus santificou o sétimo dia. Essa porgao especifica de tempo, separada pelo proprio Deus para culto religioso, continua hoje tao sagrada como quando pela primeira vez foi santificada pelo nosso Criador. De igual maneira, 0 dizimo de nossas rendas é “santo ao SENHOR” (Lv 27:32). O Novo Testamento nao da novamente a lei do dizimo, como também nao da a do sdbado, pois pressupée a validade de ambas, e explica sua profunda importancia espiritual. {...]) Enquanto nés como um povo estamos procurando dar fielmente a Deus o tempo que Ele conservou como Seu, nao Lhe daremos também aquela parte de nossos recursos que Ele exige? (RH, 16/05/1882). Tanto os bens quanto as rendas devem ser dizimados — Como Abraio, deve-se dar o dizimo de tudo quanto se tem e de tudo o que se recebe. O dizimo fiel é a parte do Senhor. Reté-lo é roubar a Deus. Toda pessoa deve trazer livre, voluntaria e alegremente os dizimos e ofertas a casa do tesouro do Senhor, pois, em fazé-lo, ha uma béngao. Nenhuma seguran- ¢a ha em reter de Deus a parte que Lhe pertence (Manuscrito 159, 1899). Para cada dispensacao — Essa [referindo-se a experiéncia de Abraao e de Jacé ao dar o dizimo] era a pratica dos patriarcas e profetas antes do estabelecimento dos judeus como nagao. Mas, quando Israel se tornou um povo distinto, o Senhor lhe deu orientacdo especifica sobre esse assunto: “Todas as dizimas da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das arvores, sao do SENHOR; santas s40 a0 SENHOR’” (Lv 27:30). Essa lei nao deveria caducar com as ordenangas e ofertas sacrificais que tipificavam a Cristo. Enquanto Deus tiver um povo na Terra, Suas reivindicagées sobre ele serao as mesmas.

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