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Presidéncia da Republica Casa Civil Subchefia para Assuntos Juridicos DECRETO N° 1.174, DE 22 DE JUNHO DE 1994 Aprova 0 Cédigo de Etica Profissional do Servidor Publica Civil do Poder Executivo Federal © PRESIDENTE DA REPUBLICA, no uso das atribuiges que Ihe confere o art. 84, incisos IV e VI, © ainda tendo em vista o disposto no art. 37 da Constituigéo, bem como nos arts. 116 e 117 da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos ars. 10, 11 ¢ 12 da Lein* 8.429, de 2 de junho de 1992, DECRET Art. 1° Fica aprovado 0 Cédigo de Etica Profissional do Servidor Puiblico Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa, Art. 2° Os 6rgaos e entidades da Administragao Publica Federal direta e indireta implementarao, em sessenta dias, a8 providéncias necessdrias a plena vigéncia do Cédigo de Etica, inclusive mediante a Constituigao da respectiva Comisséo de Etica, integrada por tr8s servidores ou ompregados titulares do cargo efetivo ou emprego permanente. Pardgrafo tinico, A constituigaio da Comissao de Etica sera comunicada a Secretaria da Administragao Federal da Presidéncia da Republica, coma indicacdo dos respectivos membros titulares e suplentes. Art, 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicagao. Brasilia, 22 de junho de 1994, 173° da Independéncia ¢ 106° da Repiblica. ITAMAR FRANCO. Romildo Canhim Este texto nao substitui o publicado no DOU de 23.6.1994. ANEXO Cédigo de Etica Profissional do Servidor Publico Civil do Poder Executive Federal CAPITULOI Seco! Das Regras Deontolégicas | - Adignidade, o decoro, o zelo, a eficacia e a consciéncia dos principios morais so primados maiores que devern nortear 0 servidor publico, seja no exercicio do cargo ou fungéo, ou fora dele, jé que reflelira o exercicio da vocagao do proprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serao direcionados para a preservacao da honra e da tradigao dos servigos pablics. I - © servidor publico néo poder jamais desprezar o elemento ético de sua conduta, Assim, nao tera que decidir somente entre o legal e 0 legal, 0 justo © 0 injusto, o conveniente e 0 inconveriente, 0 oportuno @ 0 inoportuno, mas principalmente entre 0 honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art, 37, caput, © § 4°, da Constituicso Federal lll - A moralidade da Administragao Publica nao se limita a distin¢ao entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da idéia de que o fim é sempre o bem comum. O equilibrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor piblico, é que poderé consolidar a moralidade do ato administrativo. IV- A remuneragao do servidor pUblico é custeada pelos tributos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele préprio, @ por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade administrativa se integre no Direito, como elemento indissociével de sua aplicacao e de sua finalidade, erigindo-se, como conseqiiéncia, em fator de legalidade. \V- 0 trabalho desenvolvido pelo servidor puiblico perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu proprio bem-estar, ja que, como cidadao, integrante da sociedade, o éxito desse trabalho pode ser considerado ‘como seu maior patriménio, VI- A funcao publica deve ser tida como exercicio profissional e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor piiblico. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em sua vida privada poderao acrescer ou diminuir 0 seu bom conceito na vida funcional. VII - Salvo os casos de seguranga nacional, investigagdes policiais ou interesse superior do Estado e da Administragéo Publica, a serem preservadas em processo previamente declarado sigiloso, nos termos da lel, a Publicidade de qualquer ato administrativo constitui requisito de eficacia e moralidade, ensejando sua omisséo comprometimento ético contra o bem comum, imputavel a quem a negar. VIII - Toda pessoa tem direito a verdade. O servidor nao pode omiti-la ou falseé-la, ainda que contraria aos interesses da propria pessoa interessada ou da Administragao Publica. Nenhum Estado pode crescer ou estabilizar-se sobre 0 poder corruptivo do habito do erro, da opressao ou da mentira, que sempre aniquilam até mesmo a dignidade humana quanto mais a de uma Nagao. IX - A cortesia, a boa vontade, 0 cuidado e o tempo dedicados ao servigo puiblico caracterizam o esforgo pela disciplina. Tratar mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente significa causar-Ihe dano moral, Da mesma forma, causar dano a qualquer bem pertencente ao patriménio pulico, deteriorando-o, por descuido ou ma vontade, nao constitui apenas uma ofensa ao equipamento e as instalagdes ou ao Estado, mas a todos os homens de boa vontade que dedicaram sua inteligéncia, seu tempo, suas esperangas e seus esforgos para construi-los. X - Deixar 0 servidor publico qualquer pessoa a espera de solucéio que compete ao selor em que exerca suas fungées, permitindo a formagao de longas filas, ou qualquer outra espécie de atraso na prestacao do servico, nao caracteriza apenas atitude contra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano moral aos usuarios dos servigos puiblicos. X10 servidor deve prestar toda a sua atengdo as ordens legais de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e, assim, evitando a conduta negligente, Os repetidos erros, 0 descaso 0 aciimulo de desvios tomam-se, as vezes, dificeis de corrigir e caracterizam até mesmo imprudéncia no desempenho da funcao publica XII = Toda auséncia injustificada do servidor de seu local de trabalho é fator de desmoralizagao do servigo Plblico, o que quase sempre conduz 4 desordem nas relagdes humanas. XIll - © servidor que trabalha em harmonia com a estrutura organizacional, respeitando seus colegas e cada concidadéo, colabora e de todos pode receber colaborago, pois sua atividade publica é a grande oportunidade para ‘© crescimento © o engrandecimento da Nagao. Dos Principais Deveres do Servidor Pablico XIV - Sao deveres fundamentais do servidor piblico: a) desempenhar, a tempo, as atribuigées do cargo, funcao ou emprego piiblico de que seja titular; b) exercer suas atribuiges com rapidez, perfeigao e rendimento, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situagdes procrastinatérias, principalmente diante de filas ou de qualquer outra espécie de atraso na prestacdo dos servigos pelo setor em que exerga suas atribuigdes, com o fim de evitar dano moral ao usuario; ©) ser probo, reto, leal ¢ justo, demonstrando toda a integridade do seu caréter, escolhendo sempre, quando estiver diante de duas opgées, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; 4d) jamais retardar qualquer prestagdo de contas, condigdo essencial da gestéo dos bens, direitos e servigos da coletividade a seu cargo; ) tratar culdadosamente os usuarios dos servigos aperfelgoando o proceso de comunicagao e contato com 0 Puiblico; 1) ter consciéncia de que seu trabalho regido por principios éticos que se materializam na adequada prestagéo dos servigos publicos; 4g) ser cortés, ter urbanidade, disponibilidade e atencao, respeitando a capacidade e as limitagées individuais de todos 0s usuarios do servigo piiblico, sem qualquer espécie de preconceito ou distingdo de raga, sexo, nacionalidade, cor, idade, religiao, cunho politico e posigao social, abstendo-se, dessa forma, de causar-Ihes dano moral; h) ter respeito hierarquia, porém sem nenhum temor de representar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura em que se funda o Poder Estatal; i) resistir a todas as pressées de superiores hierérquicos, de contratantes, interessados outros que visem obter quaisquer favores, benesses ou vantagens indevidas em decorréncia de agdes imorais, ilegais ou aéticas e denuncié-las; j) zelar, no exercicio do direito de greve, pelas exigéncias especificas da defesa da vida e da seguranga coletiva; 1) ser assiduo e freqiiente ao servigo, na certeza de que sua auséncia provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativamente em todo o sistema; m) comunicar imediatamente a seus superiores todo © qualquer ato ou fato contrario ao interesse publico, exigindo as providéncias cabiveis; 1n) manter limpo © em perfeita ordem o local de trabalho, seguindo os métodos mais adequados 4 sua organizagao e distribuigao; ©) participar dos movimentos e estudos que se relacionem com a melhoria do exercicio de suas fungées, tendo por escopo a realizagdo do bem comum; ) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao exercicio da fungao; 4) manter-se atualizado com as instrugdes, as normas de servigo e a legislagao pertinentes ao érgao onde exerce suas fungée: +) cumprir, de acordo com as normas do servigo e as instrucdes superiores, as tarefas de seu cargo ou funcao, tanto quanto possivel, com critério, seguranga e rapidez, mantendo tudo sempre em boa ordem. ) faciiitar a fiscalizagdo de todos atos ou servigos por quem de direito; 1) exercer com estrita moderagao as prerrogativas funcionais que Ihe sejam atribuidas, abstendo-se de fazé-lo contrariamente aos legitimos interesses dos usuarios do servigo publico e dos jurisdicionados administrativos; uu) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua fungao, poder ou autoridade com finalidade estranha ao interesse puiblico, mesmo que observando as formalidades legals e ndo cometendo qualquer violago expressa a lei; v) divulgar @ informar a todos os integrantes da sua classe sobre a existéncia deste Codigo de Etica, estimulando o seu integral cumprimento, Segdo Ill Das Vedagées ao Servidor Puiblico XV - E vedado ao servidor puiblico; a) 0 uso do cargo ou fungdo, faciidades, amizades, tempo, posigdo e influéncias, para obter qualquer favorecimento, para si ou para outrem; ) prejudicar deliberadamente a reputagao de outros servidores ou de cidadaos que deles dependam; ) ser, em fungdo de seu espirte de solidariedade, conivente com erro ou infragao a este Cédigo de Etica ou a0 Cédigo de Etica de sua profissao; d) usar de artifcios para procrastinar ou dificultar 0 exercicio regular de direito por qualquer pessoa, causando- lhe dano moral ou material; @) deixar de utilizar os avancos técnicos e cientificos ao seu alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister; 4) permitir que perseguigdes, simpatias, antipatias, caprichos, paixdes ou interesses de ordem pessoal interfram no trato com 0 piiblico, com os jurisdicionados administrativos ‘ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; Q) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer tipo de ajuda financeira, gratificagéo, prémio, comissdo, doagao ou vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pessoa, para o cumprimento da sua missdo ou para influenciar outro servidor para o mesmo fim; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encaminhar para providéncias; ')iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do atendimento em servigos publicos; }) desviar servidor publico para atendimento a interesse particular; 1) retirar da repartigéo publica, sem estar legalmente autorizado, qualquer documento, livro ou bem pertencente 20 patriménio publica; m) fazer uso de informagées privilegiadas obtidas no Ambito interno de seu servigo, em beneficio proprio, de Parentes, de amigos ou de terceiros; 1) apresentar-se embriagado no servigo ou fora dele habitualmente; ©) dar o seu concurso a qualquer instituigo que atente contra a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana: ) exercer atvidade profssional aética ou ligar o seu nome a empreendimentos de cunho duvidoso. CAPITULO It DAS COMISSOES DE ETICA XVI - Em todos os érgéos e entidades da Administragao Publica Federal direta, indireta autarquica e fundacional, ou em qualquer 6rg80 ou entidade que exerca atribuigdes delegadas pelo poder publico, deverd ser criada uma’ Comissdo de Etica, encarregada de orientar © aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no tratamento com as pessoas e com o patriménio publico, competindo-Ihe conhecer concretamente de imputagao ou de procedimento susceptivel de censura. constitvides: (Revogado pelo Decreto n° 6.029, de 2007) XVIll - A Comissao de Etica incumbe forecer, aos organismos encarregados da execugdo do quadro de carreira dos servidores, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir e fundamentar promogdes @ para todos os demais procedimentos préprios da carreira do servidor puiblico.. pio-se-ap igor ters - pene 0 respective Ministro-de-Estade- (Revogado pelo Decreto n® 6,029, de 2007) " aravidade- ze = — pode ode : 2 ep ; Pr plicardé—eompr é prop a &Comisséi hierarquicamente-euperior-o-setreonhecimente-e-provideneias-tRevogado pelo Decreto n° 6.029, de 2007) 7 nt ; ne-préprio ‘Administtagie Federal de Presidéneie-de-Repiblies: (Revogado pelo Decreto n° 6,029, de 2007) XXII - A pena aplicavel ao servidor ptiblico pela Comissao de Etica é a de censura e sua fundamentagao constard do respectivo parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciéncia do faltoso. 20-de-ttice-nio-poder jel . or pine q profieséesr(Revogado pelo Decreto n?® 6.029, de 2007) XXIV - Para fins de apuracao do comprometimento ético, entende-se por servidor publico todo aquele que, por forga de lei, contrato ou de qualquer ato juridico, preste servigos de natureza permanente, temporéria ou excepcional, ainda que sem retribuigdo financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer érgao do poder estatal, como as autarquias, as fundagées publicas, as enlidades paraestalais, as empresas piblicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor onde prevalega o interesse do Estado. respec pt ig Pr (Revogado pelo Decreto n° 6.029. de 2007)

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