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| FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO NUCLEO COMUM Disciplina: Aspectos Filoséficos Modalidade de Curso Pés-Graduagao E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizagao. 9 Av Santa Helena, 1140 Novo Cruzeiro -Ipatinga- MG & (20) 3822-2104 - (21) 9 7330-8505 @ Fasouza SS diretoriaGfeculadesouza.combr @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO_ Pagina 1 de 38 ASPECTOS FILOSOFICOS Sidney Fagundes Vieira (ORG) ' FaSouza - Marco! 2020 1— Apresentagao Prezado estudante, com esse texto a Faculdade Souza, foi organizado a partir da reunido de bons textos e pretende que vocé tenha contato com uma periodizacao da Filosofia geral. A imensa produgao filoséfica nao possibilita uma sintese justa. Entao, demarcar os periods e os principais filésofos foi a estratégia. Leia com atengao ‘esse compéndio e bons estudos. 2-Introdugao Todos nés sempre nos colocamos questées filoséficas com por exemplo: somos seres livres? O que é justiga? Em que consiste a felicidade? Deus existe? Qual 6 o sentido da vida? Por que democracia e nao ditadura? O que é poder? Essas indagagdes, contudo, podem ser enriquecidas se entrarmos em contato com o pensamento dos fildsofos e nos familiarizarmos com 0 modo pelo qual eles problematizam o saber estabelecido. Nesse texto vamos iniciar esse percurso pela discussao de temas classicos da filosofia e do desenvolvimento hist6rico da filosofia, sem perder de vista, porém, as indagagdes, as dividas e os desafios do tempo presente, marcado por grandes contrastes sociais e continuos avangos tecnolégicos. Com essa intensdo vamos fazer um percurso da hist6ria da filosofia e das principais e mais marcantes escolas filosdficas desde a antiguidade até os dias atuais, teremos portanto, uma viséo ampla dessa construgéo dos conceitos e das convivias seculares do pensamento filoséfico. 3 — FILOSOFIA CLASSICA - PRE-SOCRATICO ( SECULO VIII a.C. - V a.C.) 3.1 - Contexto Historico 2 Professor da Rede Piiblica de Ensino de Minas Gerais e Pesquisador do Laboratério de Pesquisas Histéricas dda UNIBH e Mestre em Educacdo pela PUC Minas. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO_ Pagina 2 de 38 Vamos iniciar esse estudo situando as primeiras referéncias que temos no mundo ocidental, do pensamento filoséfico. © nascimento da polis, por volta dos séculos VIII e Vil a.c. foi uma acontecimento decisivo. A sua originalidade esté no fato de ter como centro a Agora(praca publica), espacgo onde eram debatidos os problemas de interesse comum. Elaborava-se desse modo o novo ideal de justica, pelo qual todo cidadao tinha direito ao poder. Expressar-se por meio do debate fez nascer a politica, que permite ao individuo tecer seu destino na praca publica. Da instauragéo da ordem humana surgiu 0 cidadao da Polis, figura inexistente no mundo das comunidades tribais e das aristocracias rurais. (ARANHA; MARTINS, 2013) Quando os gregos fundam colénias espalhadas pelo Mediterraneo (séc. VIII a.C.): Surgimento de um comércio ativo e de uma indiistria prospera. A camada social envolvida nas atividades comerciais e artesanais é responsavel pela substituigao da aristocracia pela democracia (séc. VI a.C.). Primeiros legistadores gregos: Dracon, Sdlon e Clistenes. Fundagao de Roma (séc. VI a.C.). 3.2 - Caracteristicas da Filosofia no Periodo Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século Vil € inicio do século VI antes de Cristo nas colénias gregas da Asia menor, e seu primeiro protagonista foi Tales da cidade de Mileto. Segundo Chaui(2001) A filosofia possui data e local de nascimento se desenvolve inicialmente nas colénias gregas da jénia e do sul da Italia peninsular e Sicilia. Predominio do problema cosmolégico: busca-se a arché, ou seja, o principio de todas as coisas, a origem do universo. a physis (o elemento primordial eterno, ou seja, a natureza eterna e em perene transformagao) torna-se o objetivo de pesquisa @ indagagao. os fisicos da jénia, também chamados de ‘fisiélogos”, sao os primeiros fildsofos gregos que tentam explicar a natureza material e 0 principio do mundo e de todas as coisas por meio dos seguintes elementos: agua (Tales de Mileto); ar E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 3 de 38 (Anaximenes); apefron (Anaximandro); devir ou vir-a-ser (Herdclito); ser (Parménides); ar, agua, terra e fogo (Empédocles); Homeomerias (Anaxagoras) tomo (Demécrito); nimero (Pitégoras).. 4-SOCRATICO: séculos Ve IV a.C. 4.1 - Contexto Histérico © apogeu da democracia ateniense ocorreu no século V a.C. quando Péricles governava. Os cidados livres, fossem ricos, fossem pobres, tinham acesso a assembleia. Tratava-se da Democracia direta, em que néo eram escolhidos representantes, mas cada cidadao participava ele mesmo das decisdes de interesse comum. (ARANHA; MARTINS, 2013) E bom ressaltar, porém, que a maior parte da populagao se achava excluida do processo politico, tais como os escravos, as mulheres e os estrangeiros (metecos), mesmo que estes fossem présperos comerciantes. Apesar disso, 0 que vale enfatizar 6 a mutacdo do ideal politico e uma concepgao inovadora de poder, a democracia. As Guerras Médicas (490 - 480 a.C.), em 405 a.C., Atenas 6 derrotada (Guerra do Peloponeso), mas a hegemonia espartana dura pouco (Tirania dos Trinta). Tebas conquista Esparta em 371 a.C., mas enfrenta a oposi¢ao de Felipe II, a Macedénia se fortalece. Em 338 a.C., Felipe derrota a liga Pan-helénica em Queronista. Alexandre Magno continua a politica expansionista da Macedonia. 4.2 - Caracteristicas da Filosofia no Periodo © advento do governo demosratico em Atenas enseja a formacéo de cidadaos participativos transformar os habitantes da polis em politicos, individuos habilitados a tomar parte e decisdes no processo democratico, por meio da paideia (formacao integral e harménica do homem pela educagao). Dessa forma, o centro de interesse se desloca da natureza para o homem. Predominio do problema antropolégico. Os fildsofos elegem o ser humano como objeto de pesquisa. A Filosofia engloba um nimero crescente de problemas e se converte, sobretudo com Aristételes, em um E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO_ Pagina 4 de 38 saber enciclopédico (abarca fisica, biologia, psicologia, metafisica, ética, politica, postica, etc.). 5- ETICA ARISTOTELICA A ética, nas obras Aristotélicas diz respeito ao individuo, enquanto a politica considera 0 homem na sua dimensdo social. Como conceito aristotélico de ética podemos dizer que é a arte de viver, ou “saber-viver’, agregando valores, boa utilizagdo dos prazeres, agao virtuosa. Todo 0 conhecimento e todo trabalho visam a algum bem, e o mais alto de todos os bens certamente serd a felicidade, dessa forma, devemos procurar o bem e indagar © que ele 6, se existe uma finalidade para tudo o que fazemos, a finalidade sera 0 bem. © bem deve ser algo atingivel pelo homem, através de sua atividade, na pratica, e no um “bem em si’, ideal e inatingivel. Devemos prosseguir do bem que desejvel por causa de outra coisa ao bem que sempre é desejavel em si: Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, ¢ nunca por causa de algo mais. E a felicidade no como uma forma abstrata, ideal, mas a felicidade como uma forma de viver bem @ conduzir-se bem. N4o como em alguns casos de vida pratica de alguns homens especialmente dos mais vulgares, que parecem “identificar 0 bem, ou a felicidade, como prazer”. Consideramos bens aquelas atividades da alma, a felicidade identifica-se com a virtude, pois & virtude pertence a atividade virtuosa. No entanto, o Sumo Bem esta colocado no ato, porque pode existir um estado de animo sem produzir bom resultado, pois a atividade virtuosa deve necessariamente agir, e agir bem. Pergunta-se se a felicidade 6 adquirida pela aprendizagem, pelo habito ou adestramento; se é conferida pela providéncia divina ou se é produto do acaso. Se for a felicidade a melhor dentre as coisas humanas, seguramente 6 uma dadiva divina — mesmo que venha como um resultado da virtude, pela aprendizagem ou adestramento, ela esta entre as coisas mais divinas. Logo, confiar ao acaso 0 que E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 5 de 38 hd de melhor e mais nobre, seria um arranjo muito imperfeito. A felicidade 6 uma atividade virtuosa da alma; os demais bens sao a condigao dela, ou sao Uteis como instrumentos para sua realizacdo. 5.1- As Virtudes Segundo Aranha e Martins (2013) a forga interior do caréter é a consciéncia do bem na conduta pela vontade guiada pela razio. Ha duas espécies de virtudes: as intelectuais e as morais. As virtudes intelectuais so 0 resultado do ensino, e por isso precisam de experiéncia e tempo; as virtudes morais, também chamada de exceléncia moral, s4o adquiridas em resultado do habito, da pritica, elas nao surgem em nés por natureza, mas as adquirimos pelo exercicio, tornamo-nos justos praticando atos justos. Também pelas mesmas causas @ pelos mesmos meios que se gera e se destréi toda a virtude, assim, como a arte: “de tocar o instrumento ‘surgem os bons e os maus misicos”. A importancia do desenvolvimento da exceléncia moral esta relacionada com as ages © emocées, @ estas relacionadas com 0 prazer ou sofrimento, é a capacidade que se desenvolve para lidar com as emogées e ages na relagao direta com o prazer ou sofrimento, 0 bom uso da relagao entre ambos. (ARANHA; MARTINS, 2013) E pelos atos que praticamos, nas relagdes com os homens, que nos tornamos justos ou injustos. Por isso, faz-se necessério estar atento para as qualidades de nossos atos; tudo depende deles, desde a nossa juventude existe a necessidade de habituar-nos a praticar atos virtuosos. E em nossa natureza 0 excesso e a falta sao destrutivos: Tanto a deficiéncia como 0 excesso de exercicio dest ultrapassam determinados limites, tanto para mais como para menos, destroem a saide. ia forca; e da mesma forma, o alimento e a bebida que Também nas virtudes, 0 excesso ou a falta so destrutivos, porque a virtude 6 mais exata que qualquer arte, pois possui como atributo o meio-termo — mas é em relagao virtude moral; 6 ela que diz respeito a paixdes e agdes, nas quais existe excesso, caréncia e meio-termo. O excesso 6 uma forma de erro, mas, 0 meio termo 6 uma forma digna de louvor; logo, a virtude 6 uma espécie de mediana. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 6 de 38 @ FaSouza E meio-termo entre dois vicios, um por excesso e outro por falta. Mas, nem toda agao e nem toda paixéo admitem meio-termo, é absurdo procurar meio-termo em atos injustos; do excesso ou da falta, nao ha meio-termo. A pratica da virtude nado se confunde com um mero saber técnico, nao basta 's6 0 conhecimento simples da virtude, exige-se a consciéncia do ato virtuoso, @ tem como resultado a ago, € necessério frisar a prética dos atos, homem considerado justo deve agir por forca de sua vontade racional, e sao trés condigdes para que um ato seja virtuoso, a saber: primeiro, o homem deve ter consciéncia da justica de seu ato; segundo, a vontade deve agir motivada pela propria agao; terceiro, deve-se agir com inabalavel certeza da justeza do ato. (ARANHA; MARTINS, 2013) As virtudes so disposigées ou habitos adquiridos ao longo da vida e se fundamentam na ideia de que o homem deve sempre realizar 0 melhor de si, “6 0 habito que torna o homem bom e Ihe permite cumprir bem sua tarefa’”. Para Aristételes as virtudes morais como disposigées ou atitudes para a agao, adquiridas mediante 0 exercicio e aperfeigoadas pela pratica. Dai a importancia do habito no desenvolvimento desta exceléncia: as pessoas nao nascem boas, mas nascem com a capacidade de tornarem-se boas se desenvolverem as disposi¢ées apropriadas mediante a pratica reiterada de boas agées. E pela pratica dos atos justos que se gera o homem justo, é pela pratica de atos temperantes que se gera 0 homem temperante; é através da agdo que existe a possibilidade de alguém tornar-se bom: Mas a maioria dos homens nao procede assim. Refugiam-se na teoria e pensam que esto sendo fildsofos e se tornaréo bons dessa maneira. Nisso se portam como enfermos que escutassem atentamente seus médicos, mas néo fizessem nada do que estes Ihe prescrevem. © homem bom, portanto, é aquele que exerce com sucesso suas fungdes se realizando, elevando sua vida até a mais alta exceléncia de que é capaz, vivendo bem e feliz: “o bem para o homem vem a ser 0 exercicio ativo das faculdades da alma de conformidade com a exceléncia”. A definigéo € complementada logo a E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 7 de 38 seguir com a adi¢ao da frase “deve estender-se por toda a vida” para reforgar a afirmagéo de que um momento de felicidade nao constitui a bem-aventuranga (felicidade), assim como uma andorinha s6 nao faz o verao. Segundo Aranha e Martins (2013) a virtude esté em nosso poder de escolha, ¢ a escolha envolve um principio racional, ela é aquilo que colocamos diante de outras coisas, 0 objeto da escolha 6 algo que esta em nosso alcance e este 6 desejado apés a deliberacao, as agdes devem concordar com a escolha e serem voluntarias, podemos escolher entre a virtude e 0 vicio, porque se depende de nés 0 agir, também depende o nao agir. Depende de nés praticarmos atos nobres ou vis, ou endo, depende de nés sermos virtuosos ou viciosos. Fica esclarecido que as virtudes sao voluntarias, porque somos senhores de nossos atos se conhecemos as circunstancias, e estava em nosso poder 0 agir ou 0 nado agir de tal maneira. E esse agir nao é isolado, ou individual, é sempre agir em relagdo ao outro. Os vicios também sao voluntarios, porque o mesmo se aplica a eles. A virtude deve se mostrar nas agées “da mesma forma que nos jogos Olimpicos os coroados néo séo os homens mais fortes e belos, e sim os que competem (alguns destes sero vitoriosos), quem age conquista, e justamente, as coisas boas da vida”. 5.2 - AS VIRTUDES MORAIS: 5.2.1 - Coragem — é meio-termo em relagao ao sentimento de medo e de confianga, a bravura relaciona-se com as coisas mais nobres como a morte na guerra, e bravo 6 aquele que se mostra destemido em face a uma morte honrosa, os bravos, embora temam aquelas coisas que estao acima das forgas humanas, caracterizam- se por enfrenté-las como se deve; e aquele que diz nao ter medo, que é insensivel ao que realmente é terrivel, 6 0 homem temerario, ele é um simulador de coragem, porque deseja parecer corajoso; e aquele que excede no medo é covarde, porque ele teme 0 que nao deve temer, falta-Ihe confianga e 6 dado ao desespero por temer E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 8 de 38 @ FaSouza certas coisas, a covardia e a temeridade sao a caréncia e 0 excesso e a posicao correta 6 a bravura. 5.2.2 - Temperanca — 6 0 meio-termo em relagdo aos prazeres e dores, as espécies dos prazeres com que se relaciona sao os prazeres corporais, Ao intemperante somente interessa 0 gozo do objeto em si, no comer e beber e na unido dos sexos. Por causa dos prazeres, a intemperanga 6, dentre os vicios, a mais difundida; e 6 motivo de censura porque nos domina, néo como homens, mas como animais. O apatite 6 natural, mas 0 engano 6 0 excesso. O excesso em relago aos prazeres 6 intemperanga e 6 culpavel, porque, nesse estado, somos levados pelo apetite. Os apetites devem ser poucos e moderados, e ndo podem opor-se, de modo algum, ao principio racional. No homem temperante, 0 elemento apetitivo harmoniza-se ao racional, o que ambos tem em mira é 0 nobre. 5.2.3 - Liberalidade - 6 0 meio-termo no dar e no receber dinheiro. O excesso é a prodigalidade e a deficiéncia é a avareza. 5.2.4 - Magnificéncia— 6 um meio-termo quanto ao dinheiro dado em grandes quantias; o excesso é a vulgaridade e o mau gosto, a deficiéncia é a mesquinhez. A deficiéncia a essa disposicao de carater ¢ a mesquinhez; este fica aquém da medida em tudo, em tudo 0 que faz estuda a maneira de gastar menos e lamenta até o pouco que tem. O excesso € a vulgaridade, porque gasta além do que é justo. Por exemplo, dé um jantar de amigos na escala de um banquete de nupcias. 5.2.5 - Justo Orgulho — é 0 meio-termo em relacao a honra e a desonra. O excesso a ‘vaidade oca’ e a deficiéncia é a humildade indébita. 5.2.6 - Calma-— 6 0 meio-termo em relagao a célera; aquele que excede é o irascivel, 0 que fica aquém € 0 pacato. Louva-se 0 homem que se encoleriza justificadamente, tal homem tende a nao deixar-se perturbar nem guiar-se pela paixo, mas ira-se da maneira, com as coisas e no tempo prescrito. A deficiéncia 6 a pacatez, e essas pessoas no se encolerizam com coisas que deveriam excitar sua E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 9 de 38 ira; também sao chamados de tolos e insensiveis. © excesso é o homem irascivel, que encoleriza-se com coisas indevidas e mais do que convém. 5.2.7 - Justiga — nela faz-se necessério distinguir as duas espécies e mostrar em que sentido cada uma delas é um meio-termo. A justi¢a 6 a disposigao de cardter que torna as pessoas propensas a fazer 0 que é justo e a desejar 0 que é justo. Dessa forma, a justiga é uma virtude completa ou é muitas vezes considerada a maior das virtudes. E uma virtude completa por ser o exercicio atual da virtude completa, isto 6, aquele que a possui pode exercer sua virtude sobre si e sobre o proximo. Por isso se diz que somente a justiga, entre todas as virtudes, 6 o bem do outro, visto que é possivel fazer o que é vantajoso a um outro. O melhor dos homens € aquele que exerce sua virtude para com 0 outro, pois essa tarefa é a mais dificil. A justica politica divide-se em natural e legal. A natural 6 aquela que tem a mesma forga em toda parte; a legal 6 a justica estabelecida, no tocante a justiga, cabe destacar que é 0 carater voluntario ou involuntario que determina o justo. O homem somente é justo quando age de maneira voluntéria, e se age involuntariamente nao @ justo nem injusto, a no ser por acidente. 6 - HELENISTICO: SECULO IV a.C. - V d.C. 6.1 - Contexto Historico Segundo Chauf (2001) esse € 0 Ultimo periodo da Filosofia antiga, quando a polis grega desapareceu como centro politico, deixando de ser a referéncia principal dos filésofos, uma vez que a Grécia encontra-se sob o poderio do Império Romano. Os fildsofos diziam que o mundo é sua cidade e que so cidadaos do mundo. Em grego, mundo significa cosmos, e esse periodo é chamado o da Filosofia Cosmopolita. Fuso da cultura grega com a oriental (Macedénia). Apés a morte de Alexandre Magno em 323 a.C., desintegragao do império: Ptolomeu (Egito, Ardbia e Palestina) sucessores de Antigono (Macedénia e Grécia) e Seleuco (Siria, Mesopotamia e Asia Menor). © império Romano fundado em 100 a.C., se consolida. Guerras pinicas (Roma/Cartago). A Grécia e suas colénias passam a integrar o Império Romano E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 10 de 38 (XXXI a.C.). Cristianismo (séc. | d.C.). Apogeu e crise do Império Romano (séc. Ile Ml. Essa época da Filosofia 6 constituida por grandes sistemas ou doutrinas, isto 6, explicagées totalizantes sobre a natureza, o homem, as relagdes entre ambos e deles com a divindade, esta em geral, pensada como providéncia divina que instaura e conserva a ordem universal. Predominam as preocupagdes com a ética, pois os fildsofos jA n&o podem ocupar-se diretamente com a politica, mas com a fisica, teologia e a religi Datam desse periodo quatro grandes sistemas cuja influéncia seré sentida pelo pensamento cristéo, que comeca a formar-se nessa época: estoicismo, epicurismo, ceticismo e neoplatonismo. ‘A amplidao do Império Romano, a presenga crescente de religides orientais no Império, os contatos comerciais e culturais entre ocidente e oriente fizeram aumentar 0s contatos dos filésofos helenistas com a sabedoria oriental. Podemos falar, inclusive, de uma orientalizagaéo da Filosofia, sobretudo nos aspectos misticos e religiosos.(CHAUI, 2001.p.43) 6.2 - Caracteri A filosofia transforma-se em um modo de vida: forte preocupagao com a salvagdo e a felicidade, que passam a ser vistas com possiveis de alcangar de forma individual e subjetiva, por meio de conjuntos de regras morais. Predominio da ética, q passa a exercer a fungao desempenhada outrora pelos mitos religiosos (etapa helenistica). Surgimento de pequenas escolas filoséficas. A filosofia perde seu vigor, tornando-se repetitiva e pouco criativa ica da Filosofia no Periodo 7 - AIDADE MEDIA 7.1 - Patristica: século | a V d.C. Segundo Chaui (2001) esse periodo inicia-se com as Epistolas de Sdo Paulo e o Evangelho de Sao Joao e termina no século VIII quando teve inicio a Filosofia Medieval. A Patristica resultou do esforgo feito pelos dois apéstolos intelectuais (Paulo e Jodo) e pelos primeiros Padres da Igreja catélica para conciliar a nova E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 11 de 38 religido, 0 cristianismo, com 0 pensamento filosético dos gregos @ romanos, pois somente com tal conciliagao seria possivel converter os pagéos da nova verdade e converté-los a ela. (CHAUI, 2001, p.44) A Filosofia Patristica liga-se, portanto, a tarefa religiosa da evangelizacao e a defesa da religido crista contra os ataques tedricos e morais que recebia dos antigos. 7.1.1 - Contexto Historico A Filosofia Patristica se dividiu entre patristica grega, ligada a Igreja de Bizancio e a patristica latina, ligada & Igreja de Roma. E os nomes mals importantes foram Justino, Tertuliano, Atenagoras, Origenes, Clemente, Eusét Gregério Nazianzo, Sao Joao Criséstomo, Isidoro de Sevilha, Santo Agostinho, Beda Boécio. Os cristéos eram perseguidos por decretos de varios imperadores romanos e somente podiam praticar livremente sua religiéo a partir do ano de 313 (Edito de Mildo). Em 395, o imperador Teodésio divide 0 Império Romano em dois: 0 do Oriente e 0 do Ocidente. Santo Ambrésio, Sao 7.1.2 - Caracteristica da Filosofia Encontro da filosofia grega com o cristianismo. Primeira elaboracao dos contetidos do cristianismo pelos Padres da Igreja, 0 que explica 0 nome patristica dado ao periodo. Nesse periodo, a questao central reside na necessidade de conciliagao das exigéncias da razdo humana com a revelacdo divina. A Patristica foi obrigada a introduzir ideias desconhecidas para os filésofos gregos com por exemplo: a ideia de criag&o do mundo, de pecado original, de Deus como trindade uma, de encarnacao e morte de Deus, de juizo final ou de fim dos tempos e ressureicéio dos mortos, etc. Segundo Chaut (2001) Precisou também explicar como o mal pode existir no mundo, jé que tudo foi criado por Deus, quo 6 pura perfeigao © bondade. Introduziu, sobretudo com Santo Agostinho e Boécio, a ideia de ‘homem interior’, isto é, da consciéncia moral e do livre arbitrio, (CHAUI, 2001, p.44) 7.1.3 - A Filosofia de Santo Agostinho Na tarefa de impor as idelas cristés, os padres da Igreja as transformaram em verdades reveladas por Deus. Uma das maiores personalidades da histéria universal, Santo Agostinho foi um grande retérico, um grande filésofo e um grande E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 12 de 38 santo da lgreja. Sua obra, ao mesmo tempo vasta e profunda, exerceu e exerce muita influéncia em toda a cultura ocidental. Segundo Aranha e Martins (2013) A sua vida, muito conhecida, torna-o inteligivel também para muitos nao cristaos. Retérico, homem do mundo, carnal, fez um longo esforco para encontrar a chave da inquietagdo que o devorava. Primeiro maniqueu, depois platénico, finalmente convertido, num célebre momento que ele mesmo contou com um génio el. (ARANHA; MARTINS, 2013.p.25) Depois da conversdo, e sem pretendé-lo, 6 ordenado sacerdote. Chega ao episcopado da mesma maneira. E desde esse momento, no meio de muitas vicissitudes criticas, carrega sobre si grande parte da responsabilidade da Igreja; assim, por exemplo, no auge da heresia de Pelégio ou em face do cisma dos donatistas. No momento da sua morte, é todo um simbolo. Morre em Hipona quando 0s vandalos sitiavam a cidade. Com ele, morre a cultura antiga e nasce outra nova. Porque Santo Agostinho foi um homem do seu tempo. Versado em todas as artes classicas, foi sempre um ret6rico de grande habilidade, jogando com as palavras num malabarismo que conseguia sempre escapar a superficialidade. Dirfamos que 0 seu pensamento é téo profundo que supera as habilidades do retérico. Inicialmente, escreve filosofia, porém mais tarde dedica as suas forcas a pregacao, sem descuidar uma enorme correspondéncia. Escreve também muitos tratados teoldgicos, de exegese biblica, etc. Nao citaremos aqui as obras teoldgicas; limitar-nos-emos as de carater filosdfico: Contra Académicos, critica do ceticismo; De beata vita, sobre a felicidade; De ordine, sobre a origem do mal: os Coliloquia, um apaixonado didlogo consigo mesmo sobre a imortalidade da alma; De immortalitate animae; De quantitate animae, sobre a mesma questo; De magistro, sobre a educago com um enfoque psicolégico. Santo Agostinho no construiu um sistema filoséfico completo, ainda que as ideias basicas se mantenham constantes e acusem um claro predominio platénico. Ele mesmo nos conta que comegou a ler uma obra de Aristételes e nao péde prosseguir. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 13 de 38 Talvez 0 tenha afastado 0 estilo entrecortado, desencarnado, a falta dessa alma que Santo Agostinho buscava em tudo. Santo Agostinho nao parece feito para encerrar a realidade em categorias. A sua reflexdo parte sempre da vida: das coisas que se passam ao seu redor, das ideias dominantes, dos ataques contra a fé, da interioridade da sua alma. 7.1.4- A Busca da Verdade A filosofia agostiniana é uma constante busca da verdade, que culmina na Verdade, em Cristo. E um movimento incessante, uma paixdo, e, precisamente, a paixao principal: © amor. “Amor meus, pondus meum’, o amor é 0 peso que da sentido a minha vida. Verdade e Amor. “Fizeste-nos, Senhor, para Ti e 0 nosso coracao estar inquieto enquanto no descansar em Ti”, diz nas Confissées. Essa “passionalidade” da filosofia agostiniana néo é em nenhum momento irracionalismo ou voluntarismo. Se incita a ter f6 para entender, também anima a entender para crer melhor. Nada nos pode fazer duvidar da possibilidade de chegar a verdade. Nada valem os argumentos céticos. Si fallor, sum: se me engano, uma prova de que sou, diz, antecipando-se, num contexto muito diferente, a Descartes. E com mais clareza: “Sabes que pensas? Sei. Ergo verum est cogitare te, logo é verdade que pensas”. A verdade esta no interior do homem. “Nao queiras sair para fora; 6 no interior do homem que habita a verdade*. E ha verdades constantes, inalterdveis, para sempre. Dois mais dois seréo sempre quatro. Santo Agostinho tenta esclarecer de onde pode vir essa verdade. Ndo das sensagées, diz, porque essas sio e nao sdo, sio mutaveis, efémeras. Tampouco do espirito humano, que, por profundo que seja, 6 limitado. Essas verdades eternas s6 podem ter por autor Aquele que é eterno: Deus. Sao retlexos da verdade eterna, que nos ilumina e nos permite ver. Nisso consiste 0 que depois ficou conhecido como “doutrina da iluminagao", porém, desde ja 6 preciso dizer que Santo Agostinho nao a apresenta nunca como uma “teoria", mas E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 14 de 38 como uma comprovacao. JA no final da sua vida, diz nas Retractationes que o homem tem em si, enquanto é capaz, “a luz da razo eterna, na qual vé as verdades imutaveis”. Como em Platéo, conhecer verdadeiramente é estar em contato com o mundo inteligivel. Porém, Santo Agostinho nunca dil mas que participamos da luz da razdo eterna. Nao se deve ignorar, por outro lado, que essa solucao para o tema do conhecimento corre o risco de nao distinguir de forma adequada o conhecimento natural do conhecimento sobrenatural. Mas essa & uma questo que sé seré levantada mais tarde, na Idade Média. que vemos as verdades em Deus, 8 - PATRISTICA: SECULO V A VIII 8.1 - Caracteristica da Filosofia Na Idade Média, a Filosofia se separa da teologia, porém as duas mantém relacdes, podendo-se afirmar que a Filosofia ¢ um instrumento a servico da teologia. O tema central é a tentativa de conciliar razao e fé. De maneira simplista, 6 possivel dividir a Filosofia medieval em dois grandes periodos: a Filosofia Patristica e a Filosofia Escoléstica. A Patristica precede e prepara a Escoldstica medieval, e sua principal caracteristica reside no seu carater apologético: € preciso defender os ideais cristéos perante os pagdos e converté-los. Presencia-se a retomada da Filosofia platénica, especialmente por Santo Agostinho, bem como do neoplatonismo. Foi esse 0 periodo aproximado que denominamos como idade medieval, da queda do império romano no século V até o século XV e 0 inicio do renascimento foram desenvolvidas duas correntes filoséticas distintas: A filosofia patristica e a filosofia escolastica, ambas possuiam concepgées religiosas, porém com diferentes abordagens. Filosofia Patristica (século | a0 VI): a filosofia desenvolvida nessa época teve como objetivo consolidar o papel da igreja e propagar os ideais do cristianismo. Baseadas E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br Pagina 15 de 38 @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO nas Epistolas de So Paulo e o Evangelho de Sao Joao, a escola patristica advogou a favor da igreja e propagou diversos conceitos cristéos como o pecado original, a criag&o do mundo por Deus, ressureigao de juizo final. Filosofia da Escoladstica (séc. IX ao séc. XV): nesse periodo ocorreu uma retomada de muitos principios filoséficos gregos. A grande preocupagao da igreja era aliar a razdoea ncia aos ideais da igreja catdlica. Nesse contexto, surgiu a teologia que foi uma cléncia que buscava explicar racionalmente a existéncia de Deus, da alma, do céu ¢ inferno e as relagdes entre homem, raz&o e fé. Apesar das contribuicdes ideolégicas e em alguns aspectos cientificos, especialmente na geomettia, aritmética, musica, astronomia entre outras, a filosofia patristica e escolastica se diferencia das demais correntes de pensamento pelo fato de nao aceitar verdades que poderiam, porventura, contrariar dogmas religiosos e os demais pressupostos cristéos. Pelo seu carater em alguns aspectos manipulador, a filosofia medieval ndo costuma receber muita atengao de individuos engajados na busca cientifica da existéncia humana e do proprio universo. 9- A PRE-ESCOLASTICA - SEC. V A VII ‘Ao final do século V, 0 que restava dos escombros do Império Romano era uma multidao dispersa de povos barbaros e alguns fragmentos da cultura classica, que 86 nao desapareceram devido aos esforgos dos monges copistas e dos grandes pensadores cristéos em Alexandria, Grécia e Roma. Os primeiros e conturbados séculos da Idade Média europeia seriam dominados pelo pensamento de santo Agostinho, antigo responsavel por solidificar a fé crista sobre uma série de elementos platénicos. Veremos a sua influéncia em autores como Boécio, Dionisio Areopagita e Escoto Erigena, bem como na tradigao das artes liberais que fundamentaram o ensino medieval. 9.1 - 0 Principio E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 16 de 38 E dificil delimitar a origem da Escoléstica porque jamais ela se estabeleceu como uma doutrina filoséfica restrita. Diferente do que se pensa, havia no ambiente catélico uma divergéncia muito viva em questées teolégicas. Foi esse espirito do debate que acabou dando origem a corrente de atividades intelectuais, artisticas e filoséticas a que se convencionou chamar de Escoléstica (do latim schola). E o século XII que vé essa valorizagéo do saber refletida na criagéo das universidades e na ascenséo da classe letrada. O monge agostiniano santo Anselmo desponta como 0 primeiro escoléstico, seguido por Pedro Abelardo, Pedro Lombardo e Hugo de Sao Vitor. 9.2- 0 Auge Eis que na segunda metade do século XII chegam as universidades as traduges hispanicas de versdes arabes das obras de Aristételes. E 0 grande choque cultural que muda 0 rumo do Ocidente e que catapulta a Escoldstica para a sua "era de ouro" no século XIII, quando Agostinho deixa de ser 0 eixo do pensamento cristo, € a filosofia natural aristotélica se agiganta diante da teologia. Os mestres universitarios adquirem fama e importancia, os livros se multiplicam, eo modelo de ciéncia antiga comega a ruir. Robert Grosseteste e seu discipulo Roger Bacon trabalham a ideia de pesquisa cientifica, idealizando experimentos. As universidades de Paris, Oxford e Colénia testemunham os grandes debates e 0 surgimento de obras gigantescas. E 0 século de so Tomas de Aquino, Alberto Magno, so Boaventura e Duns Scotus. 10 - 0 ANTROPOCENTRISMO - A ESCOLASTICA: SECULO VIII A XV 10.1 - Contexto Historico Segundo (Chaut, 2001) escolastica abrange pensadores europeus, arabes e judeus. E 0 periodo em que a Igreja Romana dominava a Europa, ungia e coroava reis, organizava Cruzadas a Terra Santa e criava a volta das catedrais as primeiras universidades ou escolas, por ter sido ensinada nessas instituigées, recebeu essa denominacao.(p,45) E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 17 de 38 A escolstica vai do século VIII (constituic&o do sacro império romano) até o fim do século XV (fim da Idade Média convencionado pela descoberta da América em 1492). Na escolastica 0 ensino teolégico-filoséfico da doutrina aristotélico-tomista era ministrado nas escolas de conventos e catedrais e também nas universidades europeias da Idade Média e do Renascimento pelos mestres chamados escolisticos. Como sistema teolégico @ filoséfico a escoldstica tentou resolver problemas e questées tais como, a relagao entre a fé e a razo, a possibilidade da existéncia de Deus, as diferengas entre realismo e nominalismo. A escoldstica & marcada especialmente pelo desenvolvimento da dialética. As matérias ensinadas nas escolas medievais eram chamadas de artes liberais, di gramatica, retérica, dialética - e quatrivio - aritmética, geometia, astronomia, musica. idas em trivio - periodo Renascentista (ou Renascimento ou Renascenga) foi um periodo da historia com manifestagées culturais marcantes que se desenvolveu entre 0 século XIV @ meados do século XVII e que vinha de encontro ao pensamento cristéo porque defendia - falando aqui de maneira muito geral - a valorizagao do homem e da natureza, em oposig&o ao divino e ao sobrenatural. Além de atingir a Filosofia, as Artes, as Ciéncias e a Astronomia, o Renascimento fez parte de muitas transformages culturais, sociais, politicas, religiosas e econdmicas que caracterizam a transi¢éo do Feudalismo para o Capitalismo. Nesse sentido, Renascimento pode ser entendido como um elemento de ruptura, no plano cultural, com a estrutura medieval. Estabelecimento do Império Carolingio (séc. Vill). Expansao da cultura 4rabe (invaséo da Espanha em 711). Tratado de Verdun (843) e apogeu da cultura islimica. Surgimento do feudalismo (sécs. IX-X), apés 0 desaparecimento do Império Carolingio. Inicio das Cruzadas (1095-1291) e Cisma do Oriente (séc. XI). Aparecimento das universidades (séc. XIl). Declinio do feudalismo e formagao das cidades livres (séc. XIII). Criagéo da Ordem dos Dominicanos e da Ordem de Sao Francisco. Guerra dos Cem Anos (franceses X ingleses) e Cisma do Ocidente (sécs. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 18 de 38 XIll_e@ XV). Difuséo do ensino cientifico nas universidades. Tomada de Constantinopla pelos turcos (1453). 10.2 - Caracteristica da Filosofia O termo escolastica designa a Filosofia ministrada nas escolas cristas (de catedrais conventos) e posteriormente nas universidades. A Patristica retorna a Filosofia platénica; a escolastica retorna a Filosofia aristotélica, nela encontrando seus fundamentos e os elementos necessarios para seu desenvolvimento. ‘A filosofia medieval teve como influéncias principais Platao e Aristételes, embora Plato que os filésofos medievais conheceram fosse 0 neoplaténico, vindo da Filosofia de Plotino, do século VI a.c., € 0 Aristételes que conheceram fosse aquele conservado e traduzido pelos arabes, particularmente Avicena e Averréis. (CHAUI, 2001.p. 45) Santo Tomas de Aquino elabora a sintese magistral do cristianismo com o aristotelismo, fornecendo as bases filosdficas para a teologia crista: surge a Filosofia aristotélico-tomista. Compatibilizar a fé e a razdo continua a ser o problema central da Filosofia escolastica. Possivelmente a maior contribuigéo da Escoldstica a filosofia tenha sido 0 seu notavel rigor metodolégico e dialético. Os estudantes das principais universidades precisavam passar por exames que envolviam a disputa oral de argumentos, sempre regida pelo uso da légica formal e intermediada por um mestre. Ainda segundo Chaui (2001) Esse caracteristica marcante da escolistica, método dialético, inventado para expor as. ideias filosdficas , que ficou conhecido, como disputas , apresentavam-se as teses e essas deveriam sor refutadas ou defendidas por argumentos tirados da Biblia, de Aristételes, de Platao ou de outros padres da Igreja. (CHAUI, 2001.p. 45) E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 19 de 38 Pedro Abelardo se inspirou nesse método dialético e o aprofundou em sua obra Sic et Non, que virou referéncia para a resolugao de problemas a partir da sucessao de afirmagdes ¢ negacdes sobre um mesmo t6pico. Para isso, era imprescindivel uma definigao satisfatéria dos termos, que evitasse ambiguidades. Tiveram muito sucesso nesse sentido os escoldsticos, chegando a criar palavras totalmente novas a partir das raizes do grego e do latim, o que acabou resultando no latim escoldstico. A prépria evolugao das ciéncias se deve em grande parte ao desenvolvimento desse rigor terminolégico. 10.4 - A Relacao Entre Filosofia e Teologia Entre os renascentistas e iluministas, criou-se a ideia de que a Escolastica havia se submetido a Aristételes como um servo feudal se curva ao seu mestre, 0 que os estudos do século XX desmentiram profundamente. A verdade € que, com a chegada da imensa obra de Arist6teles, foram surgindo naturalmente dois partidos nas universidades: os tradicionais, agostinianos e platénicos, que nao admitiam a ideia de ciéncias auténomas em relacdo a teologia, € os "modernos" aristotelistas, fascinados a tal ponto com a investigagao da filosofia natural que buscaram tornar as ciéncias independentes da teologia. Essa discussao levou a grandes contendas acerca da relacao entre {é e razo, cuja ruptura definitiva ficaria a cargo do franciscano inglés Guilherme de Ockham no século XIV, abrindo de vez as portas para a ciéncia moderna. 10.5 - A Decadéncia Chegam os séculos XIV e XV e 0 movimento escoldstico comega a conhecer sua derrocada, eivando-se de formalismos dialéticos e discussdes cada vez mais estéreis. Ainda assim, conta este periodo com grandes figuras, como o ja citado E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 20 de 38 Guilherme de Ockham, Nicolas d’Autrecourt, Jean Buridan e Nicolau de Cusa. De todo modo, as portas da Renascenga, a Escoléstica ja se encontrava moribunda. 11-0 ANTROPOCENTRISMO - IDADE MODERNA 11. 1 - Renascimento: séc. XV e XVI 11.1.1 - Contexto Histérico A etervescéncia tedrica e pratica desse periodo foram alimentadas pelas as grandes descobertas maritimas que garantiam ao homem europeu 0 conhecimento de que Novos mares, novos céus, novas terras e novas gentes, permitindo-Ihe ter uma viséo critica de sua propria sociedade.(CHAUI, 2001 .p.46). Renascimento é 0 nome que se da a um grande movimento de mudangas culturais, que atingiu as camadas urbanas da Europa Ocidental entre os séculos XIV e XVI, caracterizado pela retomada dos valores da cultura greco-romana, ou seja, da cultura classica. Esse momento 6 considerado como um importante periodo de transigao envolvendo as estruturas feudo capitalistas. Segundo Aranha e Martins (2013) as bases desse movimento eram proporcionadas por uma corrente filos6fica reinante, 0 humanismo, que descartava a escolastica medieval, até entéo predominante, e propunha o retorno as virtudes da antiguidade. Plato, Aristételes, Virgilio, Séneca e outros autores greco-romanos comegam a ser traduzidos e rapidamente difundidos. O movimento renascentista envolveu uma nova sociedade e portanto novas relagdes sociais em seu cotidiano. A vida urbana passou a implicar um novo comportamento, pois 0 trabalho, a diversao, o tipo de moradia, os encontros nas ruas, implicavam por si sé um novo comportamento dos homens. Isso significa que 0 Renascimento nao foi um movimento de alguns artistas, mas uma nova concepgdo de vida adotada por uma parcela da sociedade, e que sera exaltada e difundida nas obras de arte. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 21 de 38 @ FaSouza Apesar de recuperar os valores da cultura classica, 0 Renascimento nao foi uma cépia, pois utilizava-se dos mesmos conceitos, porém aplicados de uma nova maneira & uma nova realidade. Assim como os gregos, os homens "modemos" valorizaram 0 antropocentrismo: "O homem € a medida de todas as coisas"; 0 entendimento do mundo passava a ser feito a partir da importéncia do ser humano, o trabalho, as guerras, as transformagées, os amores, as contradigdes humanas tornaram-se objetos de preocupacao, Compreendidos como produto da acao do homem. (ARANHA; MARTINS, 2013.p.34) Uma outra caracteristica marcante foi o racionalismo, isto 6, a convicgao de que tudo pode ser explicado pela razéo do homem e pela ciéncia, a recusa em acreditar em qualquer coisa que nao tenha sido provada; dessa maneira o experimentalismo, a ciéncia, conheceram grande desenvolvimento. O individualism também foi um dos valores renascentistas e refletiu a emergéncia da burguesia e de novas relagbes de trabalho. A ideia de que cada um é responsavel pela conducao de sua vida, a lidade de fazer opgdes e de manifestar-se sobre diversos assuntos possi acentuaram gradualmente o individualismo. E importante percebermos que essa caracteristica nao implica o isolamento do homem, que continua a viver em sociedade, em relagdo direta com outros homens, mas na possibilidade que cada um tem de tomar decisées. Foi acentuada a importancia do estudo da natureza; o naturalismo agucou o espirito de observagao do homem. © hedonismo representou o “culto ao prazer", ou seja, a ideia de que 0 homem pode produzir 0 belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa Ihe proporcionar, rompendo com o pragmatismo. © Universalismo foi uma das principais caracteristicas do Renascimento e considera que 0 homem deve desenvolver todas as éreas do saber; podemos dizer que Leonardo da Vinci é 0 principal modelo de "homem universal’, matematico, fisico, pintor e escultor, estudou inclusive aspectos da biologia humana. 11.1.4 - Caracteristica da Filosofia A Filosofia medieval se caracteriza por ser religiosa, dogmatica, clerical e fundamentada no principio da autoridade. A Filosofia moderna, por sua vez & profana, critica, leiga e encontra na razéo e na ciéncia seus pressupostos fundamentais. O Renascimento 6 marcado por uma profunda revolucaéo E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 22 de 38 antropocéntrica: durante esse periodo instaura-se uma polémica contra o pensamento medieval (essencialmente teocéntrico), preparando o caminho para o pensamento moderno, para o qual a natureza fisica e 0 homem toram-se o tema central. Revalorizagéo da Antiguidade classica (Filosofia greco-romana), buscada em suas fontes originais. Propde-se um novo modelo de homem — considerado um microcosmo — e um novo modelo de Estado. Grande interesse pela epistemologia (teoria do conhecimento). Galileu propde 0 método experimental, assentando as bases da ciéncia moderna. 12 - RACIONALISMO E EMPIRISMO: SEC. XVII 12.1 - Contexto Histérico Esse periodo 6 conhecido como o Grande Racionalismo Classico, com uma forte renovagao do pensamento buscando a razdo e a ordem das coisas, mesmo que ainda muito impregnado pelo advento da criagdo das idelas e a influéncia do pensamento da Igreja catélica. Decadéncia politica da Espanha e predominio da Franga: consagragao do poder absoluto dos reis, com Luls XIII e Richelieu até o apogeu com Lufs XIV. Cromwell (Inglaterra). Desenvolvimento da literatura francesa: Corneille, Racine, Moliére, La Fontaine (séc. XVII). Nas artes plasticas, aparecimento do estilo barroco. Fundagao da fisica moderna: Kepler, Galileu, Newton, Gassendi e Boyle. 12.2 - Caracteristica da Filosofia Segundo Chaui(2001) foi vultuosa a formulagéo dos grandes sistemas filosdficos que traduzem 0 espirito dos novos tempos, agrupados em duas correntes divergentes: 0 racionalismo, quer privilegia as verdades da razéo, e 0 empirismo, que destaca a validade do puramente factico, isto 6, as impressdes sensiveis com ponto de partida do conhecimento. Nesse periodo, a fisica (Newton) e a quimica (Lavoisier) se separam da filosofia. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 23 de 38 @ FaSouza ‘Ainda segundo Chau((2001) 0 periodo 6 marcado por trés mudancas intelectuais: 1. _Aquela conhecida como “surgimento do sujeito do conhecimento’, isto 6, a filosofia em lugar de comegar seu trabalho conhecendo a natureza € Deus, para depois se referir ao homem, comeca indagando qual ¢ a ‘capacidade do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos. 2. As respostas as perguntas: como o espirito ou intelecto pode ‘conhecer 0 que é diferente dele?; e como pode conhecer os corpos da natureza?; constituiu a segunda grande mudanca da intelectual dos tempos modemos. As coisas exteriores, a natureza, a vida social e politica, poderiam ser conhecidas desde que sojam consideradas representacées, ideias e conceitos formulados pelo sujeito do conhecimento. 3. Essa concepgo de realidade como intrinsecamente racional pode ser plenamente captada pelas ideias e conceitos preparou a terceira mudanca intelectual. (CHAUI, 2001. P. 47) As trés mudangas prepararam 0 lluminismo: movimento filoséfico, literario e politico que visa combater 0 absolutismo, a influéncia da Igreja e da tradi¢ao, considerando a razio como 0 Unico meio para se atingir completa sabedoria. Dessa forma, as ideias modernas tomam folego e se expandem: a confianga na razio do século anterior 6 acompanhada agora por um crescente espirito critico (racionalismo exacerbado — “luzes da raz4o” contra as “Trevas da ignorancia"). Sonha-se com um homem universal e ideal que concilie natureza e razio, defensor dos direitos humans e difusor da cultura. A biologia se separa da Filosofia. 13 - 0 SECULARISMO - O ILUMINISMO: SECULO XVI 13.1 - Contexto Histérico Segundo Chaui (2001) o século XVIII assistiu a uma revolugdo intelectual de enorme importancia na Historia da Humanidade. A ela foi dado o nome de iluminismo ou filosofia das Luzes (na Peninsula Ibérica, recebeu 0 nome de llustragéo). Por essa raz&o, 0 século XVIII é também conhecido como o Século das Luzes. O progresso do pensamento filosético e dos conhecimentos cientificos durante o século XVII despertaria, na centiria seguinte, um grande interesse pelos estudos sociais, politicos e econémicos. Mas o fator essencial para o surgimento do iluminismo foi o descontentamento da burguesia com a estrutura vigente. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 24 de 38 Segundo Aranha e Martins (2013) René Descartes é considerado o “pai da filosofia moderna” porque, ao tomar a consciéncia como ponto de partida, abriu caminho para a discusséo sobre a ciéncia e a ética, sobretudo ao enfatizar a capacidade humana de construir o préprio conhecimento. Para tanto Descartes estabelece quatro regras: 1. Ada Evidéncia — acolher apenas 0 que aparece ao espirito como ideia clara e distinta; 2. Ada Anilise — dividir cada dificuldade em parcelas menores para resolvé-las_ por partes: 3. Ada Ordem — conduzir por ordem os pensamentos, comegando pelos objetos mais simples e mais faceis de conhecer para s6 depois langar-se aos mais compostos; 4. Ada Enumeragao ~ fazer revis6es gerais para ter certeza de que nada foi omitido.( ARANHA; MARTINS, 2013.p.135) E Aranha e Martins (2013) continuam demonstrando a influéncia do pensamento racional na ordem social, tanto que varias revoluges ocorreram no perfodo. A Inglaterra havia superado o Antigo Regime gracas a Revolucao Gloriosa de 1688. Na Europa Continental, porém, continuava a predominar a estrutura baseada no absolutismo por direito divino, no mercantilismo e na sociedade de ordens. Ora, em paises como a Franca ou a Alemanha (esta ultima dividida em inumeros Estados), a mesma burguesia, que antes apoiara o fortalecimento do poder real e a intervengéo do governo na economia, voltava-se agora contra essas praticas. A raz&o principal para tal mudancga de atitude foi a riqueza acumulada pelos burgueses, que os fazia almejar uma participagdo no governo e nas decisées sobre politica econémica. Basicamente, 0 iluminismo representou as aspiragées e interesses da burguesia no século XVIII. A filosofia iluminista direcionava-se para objetivos praticos, visando reformar as instituiges politicas, sociais e econdémicas para levar a sociedade humana a felicidade. Por isso atacava a intolerancia, os privilégios da nobreza e do clero e, sobretudo, a falta de liberdade. E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 25 de 38 O iluminismo repercutiu em todo o Mundo Ocidental, inclusive nas Américas. Seu centro irradiador foi a Franga, onde os elementos que embasavam o Antigo Regime passaram a sofrer maior contestacao. 13.2 - Concepgées Fundamentais do Iluminismo “Cogito, ergo sum’, “penso, logo existo” com essa maxima Descartes sé interrompe a cadeia de dividas diante do seu proprio ser que duvida. (..) enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade, eu penso, logo existo, era tao firme e tao certa que todas as mas extravagantes suposigdes dos céticos nao seriam capazes de a abalar, julguei que podia aceita-la, sem escripulo, como o primeiro principio da filosofia que procurava. (DESCARTES, René. Discurso do Método. Sao Paulo: Abril Cultural, 1973.p.73 APUD ARANHA; MARTINS, 2013.p.135) As ideias iluministas caracterizavam-se por alguns principios fundamentais, a saber: © racionalismo, o naturalismo, o liberalismo, a igualdade perante a lei e o anticlericalismo. Vamos visitar esses conceitos: 1 - Quanto ao Racionalismo consiste na éntase dada ao uso da razao. Os iluministas rejeitavam 0 pensamento teolégico, buscando para tudo uma explicagao racional. Nao obstante, afirmavam que a razéio somente seria utiizada corretamente se fosse iluminada (ou esclarecida) pelas luzes do conhecimento. Portanto, uma pessoa ignorante ndo saberia usar a propria razdo. Dal a afirmagao, recorrente entre os filsofos do periodo, de que 0 governo seria exercido pela minoria esclarecida (ou seja, pela burguesia). 2— Sobre o naturalismo dos iluministas refletia sua crenga na perfeicao da Natureza. Esta deveria ser imitada pela sociedade humana, dentro da interpretagao — feita pelos iluministas — do que seria natural. Assim, da mesma forma que os fenémenos da Natureza so regidos por leis determinadas, também as relagdes entre os homens deveriam ser reguladas por normas naturais. Encaixa-se nessa linha de pensamento a afirmacao de que o homem possui direitos naturais, retomando, nos aspectos politico e social, 0 antigo conceito romano de Jus Naturale. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 26 de 38 3 - Ja 0 liberalismo é 0 reconhecimento da liberdade como um direito natural do homem. Essa liberdade se exerceria nos niveis politico, econémico e intelectual, 0 que levava os iluministas a condenar o absolutismo, o intervencionismo e a intolerancia. Mas nao se tratava de uma liberdade absoluta, sendo limitada pelos valores morais e pelo respeito aos direitos dos demais integrantes do corpo social. 4 Sobre a igualdade dos homens perante a lei. Dentro desse raciocinio, a lei nao poderia privilegiar alguém com base em seu nascimento ou condicéo social. Todavia, a igualdade defendida pelos iluministas era apenas civil (ou juridica), nado se estendendo ao plano econémico; e também nao eliminava o menosprezo que a burguesia sentia em relacdo as classes populares. 5 - E um sentimento de anticlericalismo foi também uma caracteristica do iluminismo. Quase todos os fildsofos do perfodo eram tefstas, isto 6, acreditavam em um Deus criador do Universo. Mas voltavam-se contra a Igreja (especialmente a Igreja Catélica) por dois motives principais: um era filos6fico (a Igreja colocava a 16 acima da raz&o); © outro, politico-ideol6gico (a Igreja apoiava o absolutismo, justificando-o pela teoria do direito divino). Havia ainda um argumento de ordem racional: se Deus esta presente na Natureza, a Igreja torna-se uma instituicéo dispensével. Para 0 homem cumprir os designios divinos, bastaria ter uma vida virtuosa, sem se ater a crengas e rituais. 13.3 - FILOSOFOS ILUMINISTAS IMPORTANTES 13.3.1 — Jonh Locke (1632-1704) é considerado 0 “Pai do lluminismo". Em seus dois Tratados sobre 0 governo civil (1690), posicionou-se frontalmente contra o absolutismo, defendendo a ideia de que 0 governo deve representar os cidadaos (entendidos como os membros das classes dominantes). Foi ele o primeiro pensador moderno a afirmar serem os individuos possuidores de certos direitos naturais, que 0 Estado tem obrigagao de respeitar. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 27 de 38 Os principais filésofos iluministas nasceram na Franca ou viveram nela. Foram eles Voltaire, Montesquieu, Diderot e Rousseau (este ultimo nascido na Suiga). 13.3.2 - Voltaire (1694-1778) foi o mais destacado representante do iluminismo, gragas a seus dotes literdrios, que Ihe granjearam grande prestigio entre os leitores. Escreveu numerosas pecas teatrais, romances, contos e poemas, e em muitos deles veiculou suas ideias. Em 1734, publicou as Cartas Inglesas ou Filoséficas, nas quais elogiava as liberdades vigentes na Inglaterra e atacava 0 absolutismo e a intolerancia. Obrigado a deixar a Franga, nunca mais voltou, vindo a falecer na Sufga. Voltaire foi um feroz adversario da Igreja, sobretudo dos jesuitas. Até sua morte, exerceu extraordinaria influéncia, inclusive sobre os setores intelectualizados da aristocracia europeia. Sua obra mais importante é o Dicionario Filoséfico (1764). 13.3.3 - Diderot (1713-1784), juntamente com 0 matematico d'Alembert (1717-1783), dirigiu a elaboragao da Enciclopédia, obra em 35 volumes, publicados entre 1751 e 1772. Esse trabalho monumental, que contou com cerca de 150 colaboradores, procurou abarcar todos os conhecimentos da época e, ao mesmo tempo, difundir as concepcées iluministas. O governo francés chegou a proibir sua divulgagao em duas ocasides, mas em vao. 13.3.4 - Montesquieu (1689-1755) publicou em 1748 sua obra maior: O Espirito das Leis. Nela, estudou as diversas formas de governo, destacando a monarquia parlamentar inglesa. Sua grande contribuigao para as ideias politicas foi a teoria da tripartigao de poderes, segundo a qual o governo deve ser dividido em Executivo, Legislativo e Judicidrio. O equilibrio entre os poderes impediria a tirania e garantiria os direitos e liberdades dos cidadaos. 13.3.5 - Rousseau (1712-1778) constitui um caso a parte dentro do iluminismo. Concordava com os pensadores do periodo na defesa da liberdade e na valorizagao da Natureza. Mas, ao contrario dos outros, que eram monarquistas liberais, foi um partidario ardoroso da democracia. Em seu livro O contrato social, afirmava ser 0 Estado 0 representante da vontade geral, isto é, da maioria dos cidadaos E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 28 de 38 (entendidos como o conjunto da sociedade, ou seja, 0 pov). Portanto, 0 poder politico repousaria sobre 0 povo, que, em ultima andlise, seria a autoridade suprema (esse raciocinio teria grande influéncia na fase popular da Revolugao Francesa). Contrariando o racionalismo dos demais iluministas, Rousseau defendia o predominio dos sentimentos, afirmando que o homem no estado da Natureza é bom (A sociedade © corrompe’); essas ideias colocam-no como precursor do romantismo. Dois outros livros de Rousseau sao também importantes: Emilio, no qual propés uma nova pedagogia, baseada na liberdade do educando, e Discurso sobre a origem da desigualdade, que antecipou os socialistas na critica a propriedade privada. 14- Kant e a Etica Normativa No tempo de Immanuel Kant, século XVIII, a ciéncia newtoniana ja estava constituida e as questées relativas ao conhecimento ainda giravam em torno da controvérsia entre racionalistas e empiristas. Para superar essa contradigao entre racionalistas e empiristas, Kant explica que 0 conhecimento 6 constituida de algo que recebemos de fora, da experiéncia (a posteriori) e de algo que jd existe em nos mesmos (a priori) e, portanto, anterior a qualquer experiéncia (ARANHA;MARTINS, 2013.p.142). E a investigagao racional, ou uma teoria, sobre os padrées do correto e incorreto, do bom e do mau, com respeito ao cardcter e a conduta, que uma classe de individuos tem o dever de aceitar. Essa classe pode ser a humanidade em geral, mas podemos. também considerar que a ética médica, a ética empresarial, etc., so corpos de padrées que os profissionais em questao devem aceitar e observar. Esse tipo de investigagao e a teoria que dai resulta (a ética kantiana e a utilitarista so exemplos amplamente conhecidos) nao descrevem o modo como as pessoas pensam ou se comportam; antes prescrevem o modo como as pessoas devem pensar e comportar-se. Por isso se chama "ética normativa’: 0 seu objetivo principal E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 29 de 38 6 formular normas validas de conduta e de avaliagao do carater. O estudo sobre que normas e padrées gerais sao de aplicar em situagdes-problema efetivos chama-se também "ética aplicada”. Recentemente, a expressao "teoria ética” é muitas vezes usada neste sentido. Muito do que se chama filosofia moral é ética normativa ou aplicada. O CONCEITO DE “ESCLARECIMENTO” SEGUNDO KANT 14.1 - O Conceito de “Esclarecimento” Segundo Kant Immanuel Kant escreve um artigo tentando responder a pergunta “O que € esclarecimento?" Segundo Kant, esclarecimentoéa saida do homem de sua menoridade. Menoridade esta que é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a diregao de outro individuo. E 0 culpado dessa menoridade 6 o proprio individuo. © homem 6 0 préprio culpado dessa menoridade se a causa dela ndo se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisdo e coragem de servir-se de si mesmo sem a direcdo de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu préprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento (KANT, 2005. p. 63-64). Kant afirma que todo individuo vive uma situacéo de menoridade em algum momento ou fase de sua vida, isso pode acontecer tanto por comodismo como por oportunismo, medo ou preguiga. Mas 0 que ndo pode acontecer é 0 individuo permanecer na menoridade a vida toda, renunciando esse processo a si e aos outros. Neste caso, a menoridade é natural, pois se confunde com imaturidade, | que nenhuma pessoa nasce pronta. No entanto, Kant questiona aquelas autoridades (principalmente religiosas) que, através do medo ou do constrangimento, mantém ‘seus sujeltos em menoridade quando jé teriam condigées intelectuais de nao sé-lo, ¢ ironiza aqueles sujeitos que vivem uma situagao de menoridade auto-imposta. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 30 de 38 @ FaSouza A preguiga @ a covardia so as causas pelas quais uma téo grande parte dos homens, ‘depois que a natureza de ha muito os libertou de uma direcao estranha, continuem, no entanto de bom grado menores durante toda a vida ‘Sao também as causas que explicam porque 6 to facil que os outros se constituam em tutores deles. E to cémodo ser menor. [...] Nao tenho necessidade de pensar, quando posso simplesmente pagar; outros se encarregarao em meu lugar dos negécios desagradaveis (KANT, 2005. p. 64). Pode-se até pensar: “E cémodo ser menor!”. Alguns instrumentos servem de condicao para uma perpétua menoridade. Um livro que possa pensar pelo individuo ou um pastor que age como se fosse a consciéncia do mesmo sao exemplos de como se pode continuar sendo “menor” e deixando de pensar por si proprio. Para haver esclarecimento deve se ter liberdade, mas a limitagdo da mesma esté por toda parte. Em varias situagdes se pode questionar, mas néo se pode desobedecer, um grande exemplo disso 6 0 pagamento do imposto: pode-se questionar este pagamento, mas ndo se deve deixar de pagé-lo, pois acarretaria diversas consequéncias. Para este esclarecimento, porém, nada mais se exige senao liberdade. E a mais inofensiva entre tudo aquilo que se possa chamar liberdade, a saber: a de fazer um uso ptiblico de sua raz4o em todas as questées. Ougo, agora, porém, exclamar de todos os lados: nao raciocineis!O oficial diz: nao raciocineis, mas exercitai-vos! O financista diz: ndo raciocineis, mas pagail O sacerdote prociama: ndo raciocineis, mas crede. Eis aqui, por toda a parte a limitag&o da liberdade (KANT, 2008. p. 65).. Portanto, ser esclarecido 6, antes de tudo, um compromisso moral com o aperfeicoamento e bem-estar da sociedade, respeitando as hierarquias sociais existentes. No entanto, por medo, comodismo, oportunismo ou preguiga, poucos se tornam efetivamente esclarecidos, embora tenham condigées intelectuais para tanto quando estdo em uso privado da razao. Ter esclarecimentonéo & apenas adquirir um profundo conhecimento sobre um assunto, mas combinar isso com a conquista da autonomia, passo moral E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 31 de 38 @ FaSouza fundamental apenas dado por uma minoria. Nesse sentido, todos potencialmente podem esclarecer-se, j4 que possuem capacidade de pensar. Kant se fez a seguinte pergunta: “vives numa época esclarecida?” A resposta & direta e concreta: L..] "Nao, vivemos em uma época de esclarecimento’, Falta ainda muito para que os homens, nas condigées atuais, tomados em conjunto, estejam ja ‘numa situacao, ou possam ser colocados nela, na qual em matéria religiosa sejam capazes de fazer uso seguro e bom de seu préprio entendimento sem serem dirigidos por outrem. Somente temos claros indicios de que agora hes foi aberto 0 campo no qual podem lancar-se livremente a trabalhar e tornarem progressivamente menores os obstaculos ao esclarecimento geral ou a saida deles, homens, de sua menoridade, da qual sao culpados. Considerada sob este aspecto, esta época € a época do esclarecimento [...] (KANT, 2005. p 70). E claro que Kant responde a esta interrogac4o ainda no século XIX, mas se estivesse neste século com toda certeza responderia da mesma maneira. E notavel que muitos ja consigam fazer esse processo, mas ainda é dificil para a maioria deixar a menoridade e pensar por si proprio, como era 0 desejo de nosso filésofo moderno que, com este pensamento, influenciou grande numero de pessoas no periodo chamado “iluminismo”. 15 — FILOSOFIA DO MATERIALISMO HISTORICO 15.1 - Contexto Histérico Compreendido entre a Revolucéo Francesa de 1789 e os dias atuais, 0 periodo histérico conhecido como Idade Contemporanea é marcado por transformagées profundas na organizagéo da sociedade e também por conflitos de amplitude mundial. ‘A adocao da Revolucéo Francesa como ponto inicial da Idade Contemporanea remete ao impacto de seus efeitos em diversos locais do mundo. Porém, a Revolucao Francesa iniciou também a configuragao do poder politico que iria ser caracteristico da burguesia que estava em ascensao: republicano, constitucional, representativo, defensor da propriedade e com forgas militares profissionalizadas. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br Pagina 32 de 38 @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO E na virada para 0 século XIX foi marcado pelo movimento romantico que influenciou as artes e a literatura. Na Alemanha, caracterizou-se pelo nacionalismo e pela exaltagao da natureza, do génio, do sentimento e da fantasia. Tratava-se de uma reag&o ao excessivo nacionalismo do periodo anterior. Mesmo assim, em seu fase final 0 romantismo recuperou a cultura classica e 0 gosto pela filosofia grega, cujo equilibrio se contrapés a impetuosidade do periodo inicial do romantismo. No contexto das mudangas na Europa, estava a configuracéo do poder politico burgués foi acompanhada também do desenvolvimento econémico capitalista que ao longo desse periodo histérico instaurou-se como forma de organizacéo ‘econémica para todos os continentes do mundo. Outra caracteristica da idade Contemporanea foi a exaltagao dos Estados Nacionais e dos nacionalismos, que iriam estar na origem de inimeras disputas tertitoriais na Europa e nas Areas coloniais. Culminando nas guerras mundiais que ocorreram no século XX tiveram no nacionalismo suas origens. Em oposigao ao capitalismo liberal surgiu ainda no inicio do século XX uma alternativa na organizagéo social representada pela URSS, originada com a Revolucao Russa. Essa experiéncia historica, apesar de ser portadora de um desejo de igualdade entre todos os seres humanos, acabou reproduzindo a exploragao e a divisdo social. No campo cientifico, as inovacées e transformagées foram também profundas. As pesquisas em medicamentos e em praticas médicas proporcionaram um aumento significativo da expectativa e da qualidade de vida das populagdes. As inovacdes em maquinarios e técnicas de producao proporcionaram a base tecnolégica para a expansao do capitalismo e do Imperialismo, disputas territoriais em todo o mundo acabaram por mergulhar 0 mundo em duas grandes guerras. Esse desenvolvimento tecnolégico foi amplamente utilizado na 4rea militar, resultando em armamentos cada vez mais letais, como as bombas atémicas. E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 33 de 38 15.2 - Caracteristicas da Filosofia Hegeliana Nesse ambiente cultural surgiu 0 idealismo filos6fico, representado por jonhann Gottlieb Fichte, Friedrich Schelling e Georg Hegel, sendo este Ultimo 0 filbsofo que exerceu maior influéncia no pensamento posterior. Hegel criticou a filosofia transcendental de Kant por ser muito abstrata e alheia as etapas da formagao da autoconsciéncia do individuo e deste com a cultura. Atribuiu sentidos radicalmente novos a conceitos tradicionais do pensamento ocidental, como ser, légica, absoluto e dialética. Hegel Introduziu a nogao nova de que a Razao ¢ historica, ou seja, a verdade é construida no tempo. Trata-se uma filosofia do Devir, do ser como processo, como movimento, como vir a ser. Desse ponto de vista, para dar conta da dinamica do real, surgiu a necessidade de criar uma nova légica que ndo se fundasse no principio de identidade, que ¢ estatico, mas no principio da contradigao. A nova l6gica € a dialética. ( ARANHA; MARTINS, 2013.p.146) Em sua principal obra, Fenomenologia do Espirito, o termo fenomenologia remete a nogao de fenémeno como aquilo que nos aparece, que se manifesta, na medida em que é um objeto distinto de si, porque nele descobrimos a contradicéo que por sua vez ser superada em um terceiro momento. Hegel exemplifica as trés etapas da dialética com o desenvolvimento da planta, que passa pelo botdo, flor ¢ fruto. botao: ¢ a afirmagao; Atlor: 6 a contradi¢ao, 6 a negacao do botao; fruto: 6 uma categoria superior, a superagao da contradigao entre botéo € flor.(ARANHA; MARTINS, 2013.p.148) O que Hegel entende por espirito? Num sentido geral, espirito (GEIST, em alemao) 6 uma atividade da consciéncia que se manifesta no tempo e se expressa em trés momentos distintos E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 34 de 38 1. O Espirito subjetivo — E 0 espirito individual ainda encerrado na sua subjetividade, como ser de emogao, desejo e imaginacao; 2, O Espirito objetivo — Opde-se ao espirito subjetivo, como tal, ¢ 0 espirito exterior como expresso da vontade coletiva por meio da moral, do direito e da politica. O espirito objetivo realiza-se naquilo que se chama mundo da cultura; 3. Espirito absoluto ~ Ao superar o espirito objetivo, realiza a sintese final em que o espirito, terminando o seu trabalho, compreende-o como sua realizacdo. A mais alta manifestacdo do espirito absoluto ¢ a filosofia, saber de todos os saberes, quando o espirito, depois de ter passado pela arte & pela religiéo, atinge a absoluta autoconsciéncia. (ARANHA; MARTINS, 2013.p.146) Por isso, Hegel chama a filosofia de “passaro de Minerva que chega ao anoitecer” ‘ou seja, a critica filoséfica é feita ao final do trabalho realizado. O espirito absoluto na verdade é o mais complexo, porque ele é a totalidade ou sintese que resulta de todo 0 percurso anterior de autoconhecimento do espirito. 16 - A FILOSOFIA DE COMTE - O POSITIVISMO Seguindo os passos do cientificismo, que se caracteriza pela excessiva valorizagao da ciéncia, considerada 0 nico conhecimento possivel. O rigor do método das ciéncias da natureza deveria, portanto, ser estendido a todos os campos de conhecimento e de atividades humanas. ‘A doutrina positivista teve como principal representante o francés Auguste Comte(1798-1857). Nascido nesse ambiente cientificista, 0 proprio filésofo ajudou a exacerbar a valorizagao da ciéncia. Em sua obra Curso de Filosofia Positiva, propés- se a examinar como ocorreu o desenvolvimento da inteligéncia humana desde os primérdios, a fim de dar as diretrizes de como seria melhor pensar a partir do progresso da ciéncia. 16.1 - A Lei dos Trés Estados Comte diz ter descoberto uma grande lei fundamental, segundo a qual o espirito humano teria passado por trés estados histéricos diferentes: 0 teolégico, o metafisico e finalmente o positivo. E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO- Pagina 35 de 38 No Estado Teolégico, as explicagdes dos fenémenos supdem uma causalidade sobrenatural. Os fenémenos da natureza, a origem dos seres, os costumes sao explicados pela aco dos deuses. No Estado Metafisico, os agentes sobrenaturais sao substituidos por forcas abstratas, por nogées absolutas pelas quais so explicados a origem e o destino do universo; por exemplo, na sua metafisica, Arist6teles explica a queda dos corpos pela esséncia dos corpos pesados, cuja natureza os faria , “tender para baix © seu “lugar natural”. No Estado Positivo, que decorreu do desenvolvimento das ciéncias modernas, as ilusdes teol6gicas e metafisicas foram superadas pelo conhecimento das relagdes invaridveis dos fatos, por meio de observagées e do raciocinio, que visam a aleancar leis universais. Para Comte, 0 termo “positive” designa 0 real em oposicéo a indecisao, 0 preciso em oposigao ao vago. Portanto, o estado positivo corresponde a maturidade do espirito humano, objetivo de toda educa¢ao. Segundo Comte Todos os bons espiritos repetem, desde Bacon, eu somente so reais os conhecimentos que repousam sobre fatos observados. Essa maxima fundamental é evidentemente incontestavel, se for aplicada, como convém, ao estado viril de nossa inteligéncia. (COMTE, 1973.p.11) © positivismo retomou a orientagdo daqueles que aproveitaram a critica felta por Kant a metafisica no século XVIII. E levou as ultimas consequéncias o papel reservado A razéo de descobrir relagdes constantes e necessarias entre os fenémenos, ou seja, as leis invaridveis que os regem. 17 — MATERIALISMO DIALETICO - MARX E ENGELS Os alemaes Karl Marx(1818-1883 e Friedrich Engels(1820-1885) escreveram juntos algumas obras outras separadamente, mas sempre estiveram um ao lado do outro E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 36 de 38 @ FaSouza por convicgées de pensamento e por amizade. Engels rico industrial, muitas vezes acolheu Marx e a familia em momentos de dificuldades financeiras. Observaram que 0 avango técnico aumentara 0 poder humano sobre a natureza e foi responsavel por riquezas e progresso, mas que, contraditoriamente, trouxera a escravizagéo crescente da classe operaria cada vez mais empobrecida. Aproveitaram de Hegel 0 conceito de dialética, porém perceberam que a teoria hegeliana do desenvolvimento geral do espirito humano nao conseguia explicar a vida social. Dando sequéncia as criticas feitas por Feuerbach ao idealismo, Marx e Engels realizaram uma inversao, assentando as bases do materialismo dialético. © materialismo 6 dialético por reconhecer a estrutura contraditéria do real que no seu movimento constitutivo passa por trés fases: a tese, a antitese e a sintese. Explica-se 0 movimento da realidade pelo antagonismo entre o momento da tese e 0 da antitese, cuja contradigao deve ser superada pela sintese. Desse modo, todos os fendmenos da natureza ou do pensamento encontram-se em constante relacdo reciproca, néo podendo ser compreendidos isoladamente fora dos fendmenos que os rodeiam. Os fatos ndo so atomos, mas pertencem a um todo dialético e, como tal, fazem parte de uma estrutura. Segundo Aranha e Martins(2013) No materialismo dialético marxista, as ideias devem ser compreendidas no contexto historico vivido pela comunidade. No entanto, Marx vai além, mostrando que muitas vezes esse conhecimento aparece de_maneira distorcida, como ideologia, como conhecimento ilusério que tem por finalidade mascarar os conflitos sociais e garantir a dominacdo de uma classe sobre a outra, quando se vive em uma sociedade dividida em classes, com interesses antagonicos. (ARANHA; MARTINS, 2013.p.150) Para Marx, as concepgées filoséficas, ética, politicas, estéticas, religiosas da burguesia so estendidos para o proletariado perpetuando os valores a ela subjacente como verdades universais. E desse modo, impedem que a classe submetida desenvolva uma viséo do mundo mais universal e lute por sua autonomia. E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 37 de 38 18 - FILOSOFIA CONTEMPORANEA E A FENOMENOLOGIA Outros filésofos, diante da énfase na historicidade da razdo, observaram que certas experiéncia humanas nao so explicéveis apenas em termos de influéncia do meio ou de cada momento presente. Eles constituem pelo menos duas atitudes filoséficas distintas. Uma delas identifica, na base ou nos fundamentos da razéo humana, pressupostos universais que precedem o proprio exercicio racional em todos os tempos e lugares. Essa atitude filosdfica defende que todas as coisas ttm um modo de se mostrar a nés e que isso nao depende de circunstancias historicas. Trata-se da Fenomenologia de Husserl praticada também por autores como Max Scheler(1874-1928), Edith Stein(1891-1942) e Hedwig Conrad-Martius(1888-1966). ‘A segunda atitude procura ligar a fenomenologia a recuperacaio do papel da historia na constitui¢do da experiéncia humana, como fez, Martin Heidegger(1889-1976) e Maurice Merleau-Ponty(1908-1961). Heidegger questionava 0 modo como a razdo foi concebida a partir de Sécrates e defendia a necessidade de recuperar uma existéncia atenta ao modo de ser do mundo, sem a interferéncia de explicagdes que ocultam esse modo de ser. Ele denunciava ainda a maquinizagdo da razéo humana na contemporaneidade ou a sua transformagéo em algo de procedimento puramente mecanico e voltado para o “fazer” coisas. Outros filésofos, em uma linha semelhante de recuperagao da histéria no interior do pensamento, como Jean Paul Sartre(1905-1980) enfatiza o ser humano como doador de sentido para a existéncia e construtor de seu proprio destino. Dai Sartre ser considerado como um dos maiores representantes da atitude filosdfica chamada existencialismo e iniclada j4 no século XIX por Soren Kierkegaard( 1813-1855). Outra atitude vai numa diregdo diversa e nao vé entre experiéncias passadas e experiéncias presentes uma necesséria relaco de causalidade, 0 mesmo valendo para experiéncias futuras. Quer dizer, a experiéncia historica nao seria linear e E expressamente proibida a reprodugdo total ou parcial, sem autorizacéo. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br @ FaSouza ‘TRANSFORME SEU FUTURO EM SUCESSO Pagina 38 de 38 cumulativa, mas pode passar a situagdes completamente diferentes, dificultando comparar coisas passadas com coisas presentes. REFERENCIAS. ARANHA, Maria Lucia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando — Introdugao a Filosofia. Sao Paulo: Ed. Moderna, 2013. CHAUI, Marilena. Introdugéo a Histéria da Filosofia. Sao Paulo: Ed. Brasiliense, 1994 . Convite a Filosofia. Sao Paulo: Ed. Atica, 2001. FERNANDES, Raquel Martins. Comunidade de investigagao Filoséfica no Ensino Superior - teoria e pratica. / Orientador Dr Peter Bittner. Cuiabaé: UFMT/I Editora, 2003. FILHO, Juvenal Savian. Filosofia e Filosofias — Existéncia e Sentidos. Belo Horizonte: Ed. Auténtica, 2016. KANT, Imamnuel. Resposta a pergunta: Que é esclarecimento? Textos Seletos. Traduco Floriano de Sousa Fernandes. Petropolis: Editora Vozes. 3 ed. , 2005. NOBRE, Marcos. A teoria Critica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004. PATEMAN, C. Participago e Teoria Democratica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. SATIRO, Angélica e WUENSCH, Ana M. Pensando Melhor - Iniciagdo ao Filosofar. - Sao Paulo: Saraiva, 1997. E expressamente proibida a reprodugao total ou parcial, sem autorizagao. © Ay. Santa Helena, 140 - Novo Cruzeiro -Ipatinga-MG © (en 3822 2104 (29 97339-8505 Q Fesouza & diretoria@taculdadesouza.com br

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