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ea INSTITUTO BiBLICO DA ASSEMBLEIA DE DEUS MARITUBA-PA (91) 3292-2241 INSTITUTO BIBLICO DA AD EM MARITUBA TEOLOGIA PASTORAL. Aluno(a) venoousaedh ‘bans t& INTRODUCAO : Adarsh oa ACHAMADA PARA O MINISTERIO CARACTERISTICAS do MINISTERIO A LUZ DO NOVO TESTAMENTO on a IOJOAT ETICA MINISTERIAL O SERVICO PASTORAL OS OBREIROS LOCAIS : O SUSTENTO PASTOR/ O PASTOR E AS REUNIOES O PASTOR E A ESCOLA BIBLICA DOMINICAL A ETICA CRISTA APLICADA A LIDERANCA © PASTOR E A RESPONSABILIDADE SOCIAL © PASTOR E A CONSTRUCAO DE TEMPLOS ee - AHORA DE MUDANCA _ © PASTOR: DIFICULDADES E RECURSOS © PASTOR E A EVANGELIZACAO REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS TEOLOGIA PASTORAL INTRODUCAO © ministro precisa conhecer 0$ diversos contextos nos quais vive e exerce sua miss3o. Em primeira lugar, o ministro vive num contexto espiritual, onde Jesus Cristo ¢ 0 Senhor (Fp 3.8); a Ele deve ministro engrandecer, com sua obediéncia incondicional e seu servigo abnegado. Neste contexto espiritval, tras coisas so relevantes: a) O ministro conta com a presenca, graca, sabedoria e poder do Senhor, sem 0 que, o homem de Deus nada pode realizar (Mt 28,16-19; 10 15.5). b) Aalma do homer éimortal,¢,cestaurs- fa para Deus constitul 0 avo supremo do ministério evangélico, através de mensagem poderose do Evangelho (Rm 1.16). c) Neste contexto, 0 mi-nistro tem um terrivel inimigo, vencido, na verdade, mas que no descansa. € uma luta sem trégua, porém, no Se-nhor, ha vitoria plena (Ef 6. 10-13; 1 Pe 5.8). Em segundo lugar, o ministro vive e trabalha na socie-dade dos homens, da qual também é cidado. Esta sociedade esté dividida'em classes, permeada de injusticas, contaminada pelo édio e pela promiscuidade. ‘ho servo de Deus é concedida a graca de conviver com os homens, sem envolver-se nos seus pecados; ele deve vencer as barreiras das classes sociais e dos preconceitos, e prociamar o Evangelho 2 todos, para que Cristo resplandeca nos coragdes e os homens sejam salvos (2 Co 4.5,6). ‘© minictro vive num mundo chelo de religiées. Este é 0 terceiro contexto. Sdo religibes para todos os gostos, com toda forma de ritos, filosofia e principio. Embora reconhecendo que no constituem solugao para o problema do homem, ao'homem de Deus compete pregar 0 evangelho da graca de Deus na sua pureza de forma e coritedido, mas sem agredi a ninguém, respeltando 0 direito de cada um. Finalmente, o ministro vive num contexto institucional, sendo o governo a principal instituigdo. Neste mundo das instituigdes publicas e privadas, o pastor tem de se relacionar de forma correta e digna, sem jamais ‘curvar-se 8 corrupeo, 20 suborno nem associar-se a qualquer atividade ilcita ou ilegal. Exemplos ndo faltam na Palavra de Deus, os quais devem iluminar 0 andar cotidiano do homem de Deus. José, no Egito; Daniel, na Babildnia; Neemias, na Pérsia e como governador de seu povo;e muitos outros. Com 0 objetivo de proporcionar maior visio e compreenséo da responsabilidade e miss6o do pastor ¢ que se desenvolvem os capitulos seguintes. Curso Livre de Formao Teckigica ~ Médio seTan A CHAMADA PARA O MINISTERIO ‘SEU METODO Deus chama homens para exercerem as mais distintas tarefas em sua obra, e, como Ele é soberano em seus desfgnios, ent&o nfo existe um método definido para a chamada divina. Existe, sim, 0 método divino, soberano e poderoso. : ‘A Biblia registra a chamada de varios servos de Deus, e, por uma questo didética apenas, queremos abordar este assunto sob dois aspectos: a) Método direto Deus tem chamado homens de um modo direto. Entre esses, encontramos: Noé. "Entdo disse Deus a Noé: Resolvi dar cabo de toda carne, porque a terra esté chela da violéncio dos homens: eis que os farei perecer juntamente com a terra” (Gn 6.13). 0 tempo era terrivel, pois @ sociedade estava corrompida a vista de Deus. A violéncia, a hostilidade 3 ecaminosidade eram o ambiente natural daquela época. Em melo a esse ambiente conturbado, Deus chamou Noé e deu-the a ordem de construir uma arca. A chamada de Noé era pora construir. 7 Podemos imaginar as ironias, presses, contestagSes e até mesmo hostilidades que Noé sofreu quando comegou seu projeto de construir a arca. Certamente ele foi tido como louco, parandico. Porém Noé tinha plena certeza de sua chamada e miso dadas diretamente por Deus (Gn 6.8-12). Abrago. "Ora disse o Senhor 0 Abréo: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pal, e val para a terra que te mostrarei" (Gn 12.1). A chamada de Abraéo era para deixar seu povo, sua cidade, seus parentes, amigos e até mesmo alguns bens, ~ eir para uma terra que ele no conhecia, Essa decis8o exigiu fé e ousadia, e somente uma poderosa chamada x de Deus poderia arrancar Abrao de sua terra para ir em busca de uma nova terra, Os homens consideram isso uma aventura, um golpe no ar. Naquele tempo, certamente muitos amigos e parentes o aconselharam : a abandonar essa ideia de ir para a terra prometida. Mas Abrafo tinha certeza de sua chamada, e por isso, obedeceu (Gn 12.4). ‘ Molsés. "Vern, agora, e Eu te enviarei a Farad, para que tires 0 meu povo, os filhos de Israel, do Egito” (Ex 3.10) Moisés fracassou em sua primeira tentativa de ajudar seu povo (Ex 2.11-13), e, sem dvida, esse revés marcou sua vida, e ele passou a se julgar incapaz para qualquer tipo de empreitada dessa ordem. 4 chamads de Moisés contém o antidoto para sua frustracdo interior. Deus 0 chamou, primeiramente para si: "Vem, agora” e se identificou como 0 Deus de seus pais, Abrago, Isaque e Jacé (Ex 3.1-22). Moisés precisava conhecé-lo. Ele no tinha nenhuma experiéncia com Deus, a no ser 0s ensinamentos da infancia, recebjdos de sua me, Quem é chamado por Deus deve conhecé-lo. Em segundo lugar, Deus 0 enviou eo comissionou: Essa extraordindria chamada é que deu condigéo a Moisés de realizar tdo notével Ban” ‘empreendimento. Samiiel. "Todo 0 Israel, desde Dé até Berseba, conhe-ceu que Samuel estava confirmado como profeta do < Senhor" (1 Sm 3.20). : Os filhos de Eli, que seriam seus sucessores, tinham se tornado execréveis diante de Deus e do povo, em virtude dos abusos que praticavam, violando a Lei, que deviam cumprir e ensinar, e fazer 0 povo obedecer, Curso Live de FormagSo Teokigca - Meio serap ~ 0 que Deus é capaz de realizar em favor e através de seus servos. Nesse periodo de provagio, José teve opartunidade de demonstrar fidelidade em momentos e lugares diffcels (Gn 39.1-6, 20-23); e de no ceder & tentacdo (Gn 39.7-13). Por causa dessa chamada divina, José foi um lider sdbio e justo, glorificando a Deus em sua proeminente missdo no Egito. Aleluial Josué. "EntBo disse o Senhor a Moisés: toma para ti a Josué, filho de Num, homem em quem hé o Espirito, € p6e a tua mao sobre ele" (Nm 27.18; Nm 27.15-23; Dt 1.38; 3.21; 31.7,8). Josué fruto de discipulado. Ele esteve ao lado de Moisés desde 0 inicio da jornada no deserto. A primeira miss&o que Ihe coube foi selecionar homens para guerrear contra Amaleque (Ex 17.9). Em seguida, ele aparece como servidor de Moisés (&x 24.13; 32.17; 33.11; Nm 11.28). Esteve presente em todos os ‘momentos criticos da jornada pela deserto. Com isso, no servigo ena obediéncia prética, ele se transformou em um grande lider: "E Josué, filho de Num, estava cheio de espirito de sabedoria, porquanto Moisés tinha posto sobre ele as suas mos; assim os filhos de Israel the deram ouvidos e fizeram como o Senhor ordenara a Moisés" (Dt 34.9). Grandes homens de Deus aprenderam o discipulado com seus lideres espirituals. Durante anos, tiveram @ oportunidade de demonstrar obediéncia, fidelidade e submisso. Quando foram chamados a ocupar a lideranca, estavam preparados, e Deus Ihes falou, e confirmou a chamada para sua obra. 0 grande empecilho hoje é que multos no querem esperar, obedacer, e submeter-se. Por isso s30 rejeitados. Timéteo: "Satida-vos Timéteo, meu cooperador...” (Rm 16.21). Timéteo é 0 exemplo tipico do ministro do Novo Tes-tamento, fruto do discipulado continuo. Desde joven tornou-se companheiro e cooperador do apéstolo Paulo (At 16.1; 17.14; 18.5; 19.22; 20.4). Mirou-se no exemplo, firmeza e fidelidade do grande apéstolo. A palavra enxertada por sua piedosa mae, na infancia, teve terreno e ambiente fértil para desenvolver-se. Paulo o chama de: "Meu filho amiado e fiel no Senhor” (1.Co4.17); “ministro de Deus... no evangelho de Cristo" (1.Ts 3.2) e, ainda, de "verdadeiro filho na fé" (17m 1.2), Estas expresses demonstram o apreco que o apdstolo tinha por Timéteo, e também o seu carater. Com o passar dos anos, no foi dificil a Timéteo compreender sua chamada ministerial. SUA RAZKO Por que é importante a chamada divina para o mi-nistério? Qual a razo da chamada? Ao descrevermos as chamadas de alguns servos de Deus, tivemos 0 propésito de, pelo menos parcialmente, responder 2 essas perguntas, Resumindo, podemos dizer que a chamada divina tem alguns propésitos importantes: “1.- Esclarecer que 0 ministério, seja qual for, nunca foi uma profisséo na Antiga Alianca, muito menos na atual dispensacdo, Na Antiga Alianca o sacerdécio era privativo dos filhos de Argo, e os profetas eram chamados pelo Se nhor. © ministério neotestamentério é um dom e uma voca-cdo de Deus. "F Ele mesmo concedeu uns para ‘apéstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” (Ef 4.11). A partir desta premissa basica, o homem chamado pelo Senhor deve estar consciente de que: a) Do Senhor vem a recompensa (1 Pe 5.2-4), b) Pelo Senhor ele serd julgado (1 Co 4.3-5). 2- A certeza da chamada de Deus faz 0 servo do Se nhor superar obstéculos considerados, pelo homem comum, insuperdveis ou além de qualquer possibilidade humana, sendo vejamos: a) Como compreender a posicdo de Moisés diante das rebelides e tumultos que ele enfrentou no deserto? (Nm 12.1-16; 14:1-9; 16.1-19.] Como entender sua fervo rosa ora¢3o intercesséria quando Deus quis destruir © povo israelita e fazer dele um novo e grande povo? (Nm 14.10- 19.) S6 um homem vocacionado por Deus poderia ter capa cidade, calma e equilibrio para vencer nesses momentos criticos. Moisés nfo era um super- homem, mas era um ho mem chamado pelo Senhor. b) Como entender a perseveranca de Paulo, que foi dado por morto, depois de ser apedrejado pelos judeus po sitores do evangelho da graca, em-continuar na sua miso de pregar esas boas-novas? (At 14.19-22,) Indmeros outros exemplos poderiam ser citados. Homens, que, no dizer do escritor da carta aos Hebreus, “por meio da fé, subjugaram reinos, praticaram a justica, obtiveram promessas, fecharam bocas de ledes, SIZE! * Q y Q Q ® y Por esse motivo, a palavra do Senhor se tornou rara em todo o territério de Israel, isto é, ndo havia profetas nem profecias. Deus se revelou a Samuel e Ihe fez ciente de seu juizo sobre os fi-lhos de Eli (1 Sm 3.1-14). Essa experiéncia foi bésica na qualificaco de Samuel para o ministério profético. O resultado ¢ visto quando. ‘Samuel, j4 velho, resigna seu cargo, e faz um balanco da sinceridade, austeridade e santidade de sua vida ministerial (1 Sm 12.1-4). Isalas. "Vai, e dize o este povo..." (Is 6.9). A chamada de Isaias deu-se em meio a uma visio maravilhosa, onde se destaca a santidade do Senhor. Na visio, Isaias se conscientiza de trés coisas: Deus ¢ Santo; ele (Isaias) é impuro e 0 povo estd desviado dos ‘etos caminhos do Senhor (Is 6.1-8). Essa visdo marca todo 0 ministério profético de Isalas, o que é demonstrado ao longo de seu livro. Ele compreende a grandeza da gloria, perfeicSo, justica ¢ santidade de Deus, e, 20 mesmo tempo, conhece @ necessidade de seu povo a redencfo (Is 59). ‘A chamada de Isafas € muito semethante @ chamada neotestamentéria: O pregador precisa conhecer @ justica de Deus e a necessidade do pecador, e a redencSo em Cristo. Os apéstolos. "E Jesus disse: Vinde apds mim, e Eu farei que sejais pescadores de homens" (Mc 1.17. Leia ainda Mateus 4.18-22; Jo8o 1.35-42). O Senhor chamou pessoaimente a cada um dos doze apdstolos. Houve 0 momento, inclusive, em que eles faziam parte de um numero bem maior de discipulos, porém o Senhor Jesus fez questo de separé-los novamente e fazer uma designacgo especifica apéstolos (Lc 6.12-16). Por que o Senhor Jesus fez tanta questo de chamd-los pessoalmente e ficar tanto tempo com eles? No ‘temos davida de que a miso era por demais importante. Estes onze judeus iriam mudar o curso da historia da humanidade. A maioria deles, e outros que seriam chamados posteriormente, haveriam de escrever com © proprio sangue algumas paginas da Historia. Por esse motivo, justifica-se o empenho do Mestre divino em chamé-los e prepa-ré-los. ula. "Pelo que, 6 rei Agripa, néo fui desobediente d visto celestial" (At 26.19). Oarrogante Saulo se considerava justo diante de Deus, pela justica da Lei (Fp 3.6) e achava que, matando os crist&os, estava prestando grande servico a Deus (At 8.1,3; 9.1,2). Nao seria qualquer chamada que iria mudar a vida e os propésitos deste homem. Por isso, Senhor Jesus providenciou uma chamada inusitada. O impacto daquele en-contro com, Senhor foi to marcante que 0 transformou completamente (At 9.3-19).+ Aconverséo de Paulo tornou-se no acontecimento mais importante desde o Pentecoste até nossos dias. Est narrada trés vezes (At9.1-18; 22.1-11; 26.12-18). Logo aps essa extraordindria conversdo, Paulo jé comecou a testemunhar de Cristo. Alguns dias depois de sua convers8o, Paulo foi encaminhado para sua terra natal, a cidade de Tarso. Dez anos mais tarde, Barnabé foi buscé-lo, e é nessa época que Paulo inicia seu ministério apostélico (At 9.30; 11.25,26). : b) Método indireto Deus ndo somente chamou de forma direta, mas também vemos na Biblia que Ele usou método indireto com grande objetividade. José. Ainda mogo, José teve alguns sonhos que indi-cavam sua proeminéncia ou lideranca sobre seus irmaos, porém, ndo se tratava de uma chamada definida (Gn 37.5-10). Analisemos as fases da vida de José: a) Odiado e ven-dido pelos seus irmos, b) De filho, transformado em escravo, ¢) Acusado injustamente, tornou-se prisioneiro no calabougo do rei egipcio, d) De prisioneiro, é elevado a primeiré-ministro do Egito. 0 Egito.na épaca de José era governado pelos hicsos e os Farads eram considerados divinos, com poderes absolutos. Governar essa nagSojé era uma tarefa dificil, muito mais ainda em duas fases distintas: uma de fartura e outra de extrema fome. Quando examinamos as fases da vida de José, verificartos que ndo passam de um arduo e dificil treinamento, com 0 objetivo de moldar o card ter desse servo de Deus. Entre outras coisas, José aprendeu: ~ 0 que os homens so capazes de fazer, quando so alimentados pelo dio, interesses, cobi¢a e inveja; ‘curso Ulvre de Formacto Teoideca ~ Mecto Sema CARACTERISTICAS DO MINISTERIO A LUZ DO NOVO TESTAMENTO 0 Novo Testamento dé énfase a0 ministério em virtude de sua imparténcia na efificacSo e expansSo da Igreja 0 corpo de Cristo (Ef 4.15,16; Rm 12.4,5). O grande amor que o Senhor tem pela igreja fica de-monstrado: 2) Pela sua morte poro salvé-la (Ef 25-27). ») Pela constante intercesstio em favor dos santos (Hb 7.25; 9.24). ¢c) Pelo derramamento de seu Espirito sobre seus servos (Si 68.18; Jo 16.7; At 2). 4) Pelo culdedo permanente na edifi-cacfio e expansiio da Igreja (Mc 16.19,20; At 8.4-8). 0 ministério € o instrumento que 0 Senhor usa na edificagio e expansSo da sua Igreja. O Novo Testamento relata importantes caracteristicas desse ministério, tals como: CONCESSOES DO MINISTERIO 8) Vocacfo Como jé fol estudado no capitulo anterior, os ministros nfo s8o profissionals, frutos de uma decisfo meramente humana nem s8o sacerdotes separados em virtude de heranca familiar. S40 vocacionados segundo um propésito divino, segundo a graca infinita de Deus. € um paradoxo, um Deus todo-poderoso chamar homens fracos ¢ limitados para uma obra cujos resultados sé a eternidade vai revelar (2 Co 4.6,7). 0 ministro no pode, portanto, questionar a vocacSo divina, mas deve aceité-la como um privilégio, ¢ manter-se humilde e temente @ Deus. ‘A vocacSo divina constitui condi¢So indispensdvel no exercicio do ministério neotestamentério, Nao havendo uma chamada especifica, aquele que se arroga a exercer o minlstério é um impostor. b) Capacttacso Sem entrar no aspecto da preparacSo para o minis-tério, o que seré feito em outro capitulo, aqui desejamos abordar apenas a capacitacSo esplritual para o desempenho do ministério. Por mais capaz quanto & cultura e a0 conhecimento teoldgico, por mais eloquente que seja o ministro, o fruto de seu ministério sé seré abundante e permanente se 0 Senhor capacité-lo pelo seu Espirito. £ uma capacitacéo espiritual, poderosa e indispensével. 0 apéstolo sintetiza, de forma clare, a necessidade dessa capacttacSo: "No que por nés mesmos sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nés: pelo contrério, @ nossa suficiéncia vem de Deus, 0 ‘qual nos hebilitou para sermos ministros de uma nova allanca, no da letra, mas do Espirito; porque a letra mata, mas o Espirito vivifica” (2 Co 3.5,6- ARA). : ‘Ao longo do ministério, sempre hé situagSes diffcels, problemas e decisBes onde s6 o Espirito pode ajudar 0 servo de Deus @ agir de forma correta:e justa, pols, algumas vezes, somente o Espirito conhece as consequéncias de uma decis8o ou julgamento a ser tomado (Si 25.14; Jr 10.23; J0 3.27; 15.5). Um grande exemplo no Antigo Testamento de como 0 Senhor qualifica seu servo para o ministério encontramos em Moisés (Ex 4.1-12). ) Comisséo Em principio, toda servo de Deus recebeu a “comiss8o" de pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15; Mt 28.19), Porém, 0 ministro, além do ministério especifico que recebe do Senhor, também ¢ comissionado para algum trabalho determinado pelo mesmo Senhor. 0 apéstolo Paulo recebeu a chamada para o mintstério apostélico (Rm 1.1; 1 Co 1.1), mas em determinado momento o Senhor comissionou para uma obra especial, a obra missiondria (At 13.2-4). N80 podemos aceitar um ministro que no tenha uma miso a desenvolver; vivendo de um lado para outro, sem orientacSo, e, algumas vezes, trazendo problemas para pastores e igrejas. 4)Autoridade ‘Aqueles que so chamados para o ministério tam-bém so revestidos de autoridade para o desempenho de sua missSo. O Senhor no apenas delega responsabilidades aos seus servos: concede Iguaimente autoridade para. sua execuclo. stad ST IIIISIO 5 extinguiram a violéncia do fogo, escaparam ao fio da espada; da fraqueza tiraram forca; fizeram-se poderosos em guerra..." (Hb 11.33,34.) 3- A chamada é ocompanhada do missdo. Ninguém que é chamado pelo Senhor vive de um lado para outro, de ufftrabatho para outro, sem nunca ter certeza da vontade de Deus. Deus, quando chama, comission seu servo para uma miss8o especifica. SUA OCASIAO ‘Se Deus chama como quer, isto ¢, de modo soberano, ¢ Idgico que Ele também chama quando quer. Nao hé faixa etria privilegiada, como vemos a segui 4) Desde o ventre, o Senhor chamou Jeremias (ir 1.5) € Paulo (GI 1.15,16). b) © Senhor chamou Samuel, sendo este bem jovem (1 Sm 3.3,4,20); também Davi (1 Sm 16.11-13) e, Possivelmente, TimOteo (At 16.1-3). Em qualquer época de nossa existéncia, o Senhor pode nos chamar para o ministério ou para o cumprimento de uma miso em particular. E evidente que, na maioria das vezes, 0 Senhor des-perta seus servos, em piena juventude para a obra do istério, o que Ihes proporciona tempo para 2 preparacéo em escolas teolégicas, no discipulado, nas atividades auxiliares da igreja. . ‘Quanto as circunsténcias das chamadas registradas no texto sagrado, so as mais variadas possivels. (© Senhor chamou Davi quando cuidava do rebanho de seu pai (1 Sm 16.11); Eliseu quando andava lavrando com doze juntas de bois (1 Rs 19.19-21); Paulo a caminho de Damasco, com o objetivo de prender cristSos (at 26.12-16). SUA NATUREZA Quanto 4 natureza intrinseca, a chamada para o ministério neotestamentério apresenta as seguintes caracteristicas: 2) Divina. A responsabilidade da chamada ministe rial é do Senhor; "e Ele mesmo concedeu uns para...” (EF 4.11). Nao se trata de uma incumbéncia dada por conven Zo, concilio ou igreja. Embora que estes possam ser ins trumentos de Deus na chamada de alguém. ) Pessoal. A chamada para a salvacdo € universal. £ para todos. A chamada para o ministério € pessoal; Deus tem 0 ministério ou missio certa para a pessoa certa. Ele onisciente, conhecendo a capacidade de cada um, por isso, na distribuigSo dos talentos, estes so distribuidos segun do a capacidade de cada um (Mt 25.14,15). As responsabi- lidades diferem, por isso o Senhor chama o seu servo para o ministério e designa- the o lugar ou a missdo, respeitando a sua capacidade, as suas caracteristicas pessoais. A Paulo foi dado 0 ministério entre os gentios (At 9.15); a Pedro 0 ministério entre os judeus. ©) Soberdina. A soberania de Deus é ainda pouco en tendida por muitos, e, para se comecer a entendé-la, € ne cessério que levemos em conta alguns aspectos acerca da personalidade do Senhor: ~ Ele € a origem de todas as coisas. "Quem, pois, co nheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro the deu a Ele para que the venha a ser restituido? (Rn 11.34,35. Ler ainda \safas 40.13; segunda Corintios 2.16.) - Ele é soberano porque a sabedoria e 0 poder s8o atri butos de sua pessoa Jo 9.4; On 2.20). = O servo do Senhor, ao ser chamado, deve aceitar com humildade, submissio, € como ato de soberania divi nna, Certamente no conseguiré respostas para muitas in dagagdes imediatas. $6 com 0 correr do tempo entenderd os designios do Senhor (Is 55.8,9; 1 Co 2.16). 4) Definitiva, A chamada para o ministério é também uma chamada para o discipulado. Logo, esta chamada envolve algumas condigBes indispensdveis, tais como: = Qué o ministro exerga seu ministério sem interesse de recompensa material (Le 9.57,58). - Que a prioridade maior entre as suas atividades seja o préprio Senhor Jesus. (Veja como Ele recusou 0 segundo lugar na vida de duas pessoas que queriam segui-io. Lc 9.59-62). Que haja no ministro abnegacdo e rentncia. Em pri meiro lugar estaré a vontade do Senhor (Mt 16.24; Lc 14,26,33). ‘A chamada para o ministério é definitiva. Aquele que é chamado no pode impor condicées. Pelo contrario, deve agradecer a Deus o privilégio de ser chamado, como o fez Paulo (1 Tm 1.12,3). Curso Ure de Farmasto Tooligcs~Macie se © pecado, e viver de modo digno, de acorda com sua posicdo espiritual privilegiada. Isso s6 é possivel pelo ensino da Palavra de Deus. O Mestre ensinou tudo com grande sabedoria (Mc 1,21; 6.6; Lc 4.15; Jo 6.59; 7.14; 18.20). Os apéstolos seguiram o exemplo do Mestre (At 4.2; 5.42; 11.26; 15.35; 18.11; 20.20). 0 apéstolo Paulo diz'a Timéteo que homens fiéis devern ensinar (2 Tm 2.2), € que, ensinar deve ser uma qualificagSo bésica dos bispos (1 Tm 3.2). Pelo ensino, os crentes s8o arralgados e edificados (Cl 2.6,7) e aprendem a vencer erros e hébitos condenéveis (Tt 1.9-11). Portanto, todo 0 conselho de Deus, isto é, todas as verdades reveladas, devem ser objeto de ensino (At 20.27). © ensino nfo € mera transmisséo de conhecimento, antes, porém, “é fator de mudanca, correcdo ¢ edificago. Logo, o ensino é um modo importante de comunicar a Palavra de Deus. c) Operaggo de Milagres Os milagres se constituem numa forma de comunicar as verdades da Palavra de Deus, como podemos verificar a seguir: - Para demonstrar a autoridade do Filho em perdoar pecados: "Mas, para que salbals que o Filho do homem tem sobre a terra autoridade para perdoar pecados, disse ao pa ralitico: Eu te ordeno: Levanto-te, toma 0 teu leito, e val para casa” (Lc 5.24). - Para mostrar a unidade entre o Pai e 0 Filho (Jo 10.37,38; 14.31; 17.23). - Para revelar a divindade do Senhor Jesus (Mt 27.54). - Para despertar o espirito de investigac&o dos seus discipulos (Lc 8.25). = Para despertar as multiddes para a mensagem da Palavra de Deus (At 8.4-6). Portanto, conclui-se que os milagres podem se constituir numa forma de comunicar as verdades das Escrituras, despertar 0 espirito de investigacao dos servos de Deus, ou, ainda, chamar a atengdo dos homens para a prépria mensagem biblica. TIPOS DE MINISTERIOS O Novo Testamento define diversas formas de minis-tério a Ser desempenhado no 4mbito da igreja Crist8. Comparando os diversos textos paulinos, conciui-se que essas formas de ministérlos podem ser especificadas assim: © Dons ministeriais. _* Servigos (Rm 12.3-8; 1 Co 12.4-6,28; Ef 4.11). ‘Os dons espirituais s80 nove, e esto discriminados em primeira Corintios 12.8-10; os dons ministeriais em Efésios 4.11. Os servicos compreendem atividades especificas e que sSo realizadas de forma continua na igreja, tais como ensino, administraclo, socorro, aconselhamento, etc. (Rm 12.3-8).* Uma das maravilhas que observamos ao longo das Es-crituras é que Deus se manifestou em trés Pessoas divinas e age como Deus Unico e Verdadeiro. No estudo dos dons e servicos, a unidade divina opera através da diversidade (1 Co 12.27-30). Pelo estudo do Novo Testamento, entende-se a impor-tancia e como s80 indispensévels os dons ministerials para a edificagdo e expansdo da igreja de Cristo (Ef 4.9-16). a) 0 Apéstolo A sublimidade do ministério apostdlico encontra-mos no seu exemplo maior - 0 Senhor Jesus Cristo: "Por isso, santos irmios, que participals da vocagio celestial, considerai atentamente o Apéstolo e Sumo Sacerdote da nossa confissdo, Jesus, 0 qual é fiel @quele que o consti-tuiu" (Hb 3.1,2a). © significado da palavra "apdstolo" no grego é: aquele que ¢ enviado ou mensageiro. Neste sentido, os discipulos foram chamados: "Disse-thes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, Eu também vos envio” (Jo 20.21). No sentido amplo da palavra e da comisso dada pelo Senhor (Mc 16.15; Mt 28.19), todos os servos de Deus s80 apéstolos. Porém, no sentido restrito da palavra, 0 apésto-lo é chamado e comissionado a realizar uma obra especifica. A partir desta uitima premissa, conclui-se que, observados os aspectos da experiéncia, VID AIIWVI 0 apéstolo reivindica a sua autoridade para advertir e disciplinar os faltosos e presuncosos da igreja em “wo venha a usar de rigor segundo a autoridade que o Senhor me conferiu para Corinto, dizend edificacao, e nao para destruir” (2 Co 13.10). Cremos, ainda, que 2 chave da autoridade do ministro esta em saber usar, com reveréncia e temor, pelo Espirito, o precioso nome do Senhor Jesus. Seja no ensino, na prega-¢4o, no aconselhamento, assim como. 20 repreender enfermidades e espiritos imundos (At 3.6; 4.10; 9.34; 16.18; Ef 6.12; Le 24.47). ‘OBJETIVO DO MINISTERIO A tarefa primordial do ministério neotestamentério é a comunicagao.da Palavra de Deus. Os doze apéstolos foram chamados para pregar o Evangelho do Reino de Deus (Mc 3.14; Le 9.2; At 10.42). A Grande Comisséo € uma ordem expressa do Senhor Jesus para que seus discipulos, em qualquer tempo ¢ lugar, comuniquem © seu Evangelho a todos os homens. A comunicacso das benditas verdades da Palavra de Deus se realiza de trés modos distintos, porém combinados, como pademos verificar a partir do ministério do Senhor Jesus: “Percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas sina-gogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doencas e enfermidades entre o povo" (Mt 4.23). Esse método triplice de comunicar a Palavra de Deus ¢ visto em todo o ministério puiblico do Senhor (Mt 9.35; Lc 4.17-19), e foi seguido pelos apéstolos, como podemos verificar em todo 0 livro de Atos (At 5.12,42; 6.2,4; 15. 35). Vejamos me-Ihor em que consiste esse método triplice: a) A pregacso ‘A pregacio ou prociamacio do evangelho consiste em anunciar as boas-novas de salvaco aqueles que no 2 conhecem. Jodo Batista proclamou a proximidade do reino de Deus (Mt 3.2; Lc 3.18). O Senhor Jesus deu continuida-de & mensagem de Jodo Batista (Le 4.43; Mt 4.23; 9.35). Os apéstolos anunciaram o Senhor Jesus, ‘cumprindo sua missdo (At 5.42; 11.20). A pregacdo evangélica deve enfatizar que o Senhor Jesus Cristo é 0 enviado do Pai como Senhor e Salvador. Ele ndo € apenas porta-vor do Reino: Ele mesmo é o Rel (At 8.5; 9.20; 1 Co 1.23; 2 Co 4.5; Fp 1.15). 0 contetido do pregoréo cristd, portanto, apresenta alguns aspectos de suma importéncia, tals como: - Pela pregaco, é dado conhecer aos pecadores os grandes fatos salvificos de Deus, realizados em e por Cris- to: sua encarnag#o (10 1.14), seu nascimento (Lc 2.1,14), sua morte (Mt 27.45-56; Mc 15.33-41; Le 23.44-49; Jo 19.28-30), sua ressurreiclo (Mt 28.1-15; Mc 16.11; Le 24.1-12; Jo 20.1-18) e sua exaltaco (At 2.22-37; SI 168-11), Pela pregacio, dé-se testemunho do que Deus pode proporcionar aos homens através de Cristo: perdéo, vida eterna, libertag3o do medo, da morte, de frustragbes e poder do Espirito Santo (Mc 16.15-18; At 10.43; 13.38; Cl 1.14; Jo 3.36; 5.24; 8.32; At1.8). ~A pregacao apostélica era acompanhada de pene-trantes convites ao arrependimento e a fé em Jesus Cristo (At 2.38,39; 3.19-26; 17.30-31). 3 i" Atualmente, existe 2 pregacdo que se constitul numa mera apresentaco dos beneficios que recebe aquele Que aceita o Senhor Jesus Cristo como seu Salvador. E 2 pregaco que mostra apenas a "cura divina", a “tibertagdo", etc. Dé ideia de uma salvaco comercializada, que 6 mostra os efeitos e no a causa. Pode Provocar distorcBes, pois dé énfase a felicidade que desfruta o crente, e no ao senhorio de Cristo; realga os beneficios da salvacéo, e no a submissao ao Senhor. Algumas vezes despreza até a regeneraco do pecador em uma nova criatura. A pregaco, portanto, é uma forma de comunicar a Palavra de Deus, e deve ser cristocéntrica. b)O ensino 0 ensino ocupou, sem duvida, a parte principal do ministério do Senhor Jesus, conforme registram os evangelhos. Na Grande Comissao, registrada por Mateus, 0 Senhor ordena: “Ide, portanto, fazei discipulos de todas as nacées, batizando-os em nome do Pai ¢ do Filho e do Espi-rito Santo; ensinando-os todas as coisas que vos tenho ordenado. € els que estou convosco todos os dias até a consumacdo dos séculos" (Mt 28.19,20). A pessoa que aceita 0 Senhor Jesus como seu Salvador pessoal, no dizer de Pedro, € como uma crianca recém-nascida (1 Pe 2.2). Seu crescimento depende do ensino légico e sistematico da Palavra. Esse novo crente precisa aprender a adorar, 2 amar e a servir a Deus; a vencer as astutas ciladas do Diabo, a combater Curse Livre ae Formac Tzoliea ~ Mesto seta © mestre vocacionado nao ensina de si mesmo (Jo 7.16), no busca fama, gloria humana ou recompensa. En-sina para a edificago e crescimento da igreja, e para que em tudo a nome do Senhor seja engrandecido. Concluindo, podemos dizer que os ministérios (Ef 4.11) séo interdependentes e complementares, Da coopera-sao entre os diferentes ministérios depende um maior equillbrio e crescimento da igreja. Na igreja ‘em Antioquia, por exemplo, havia profetas e mestres (At 13.1). Deve-se também ressaltar que nenhuma forma de mi-nistério ¢ exclusiva, Isto é, o pastor certamente seré impul-sionado a fazer o trabalho evangelistico, ou vice-versa. Po-rém, Deus chama seus servos e concede- thes 0 ministério adequado @ sua personalidade e capacidade (Mt 25.15). ALGUMAS DESIGNACOES DADAS AOS MINISTROS Em virtude da importéncia do ministério e da amplitude do assunto no Novo Testamento, muitas designacdes so dadas ags ministros. Essas designacdes também propi-ciam conhecer a extensfo da atividade ministerial. a) Anjo da igreja Em Apocalipse 1.20; 2.1, 0 pastor da igreja € chama-do de anjo da igreja. Considerando que a palavra “anjo” significa, no grego, mensageiro, compreende-se que o pas-tor da igreja é 0 mensageiro de Deus pelo Espirito Santo para transmitir a mensagem que edifico, conforta e dirige a igreja. b) Defensor da fé (Fp 1.7,16,17) ministro no é um mercenério ou explorador da fé nem tampouco um covarde, mas um defensor do Evangelho. Pregando, e ensinando com o seu viver exemplar, do pilpito ele defende o evangelho dos ‘ataques dos inimigos de Deus e da s8 doutrina. ©) Despenseiro 0 despenseiro é o encarregado da despensa. Atual-mente é 0 mesmo que almoxarife, aquele que cuida dos bens ou valores de alguém. No Novo Testamento, o ministro € deslgnado como: 1 - Despenseiro dos mistérios de Deus (1 Co 4.1). O obreiro prega, e ensina & igreja do Deus vivo acerca dos mistérios: Cristo, os dons, as profecias, etc. 2 - Despenseiro de Deus ou da casa de Deus (Tt 1.7). O ministro deve distribuir, no devido tempo, o sustento aqueles a quem Deus Ihe confiou (Lc 12.42-48; Mt 24.45-51). € um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade. 3 - Despenseiro da graca de Deus (1 Pe 4.10). Em Tito 2.1 lemos que “a graca de Deus se manifestou salvadora a todos os homens", portanto; 0 ministro esté comissionado a distribuir a graca divina pela pregacdo e ensino. Deve distribuir a graca eno a Lel, a graca.e do a contenda e a confusSo. 4d) Embaixador de Cristo (2 Co 5.20) © embaixador representa seu rei ou governante em outra nacdo. & um cargo de elevadissima responsabilidade, que exige grande preparac&o, pois o embaixador deve conhecer muito bem seu rei ou presidente e seus planos de governo. O ministro € um embaixador do Rei dos rels e’Se-nhor dos senhores, indispensavel que 0 conhega; que conhesa a sua Palavra e esteja em constante contato com Ele, para poder executar sempre a sua vontade. €) Estrela (Ap 1.20) Os pastores séo comparados a estrelas e as igrejas a candeeiros. Nas densas trevas deste mundo, desta sociedade corrompida, 0s pastores foram colocados para brithar na igreja, pelo desempenho efetivo e fie! do seu ministério. Aqueles que cumprirem fielmente seu ministério tém grandes promessas (Dn 12.3). f) Cooperador (1 Co 3.9) Cooperador € aquele que trabalha ao lado do opera-dor. Deus ¢ 0 operador. Ele opera a salvacdo, os milagres, 0 crescimento (Jo 1.3-5, 12-13; 3.5; At 3.16; 1 Co 3.7). € sem Ele nada pode ser feito (Jo 15.4,5; 1 Co 3.5,6). 0 ministro é chamado para estar ao lado do Senhor e se constituir no instrumento que Ele usa no devido tempo. g) Homer de Deus (1Tm 6.11) Este titulo fala muito mais do testemunho pessoal do ministro. Ele deve ser reconhecido na comunidade ‘onde vive e serve como um homem We Deus. Na Velha Alianca, muitos deram exemplo e foram como tal reconhecidos (Dt 33.1; Jz 13.6; 1 Sm 2.27; 1 Rs 12.2; 2 Rs 1.9; 2 Cr 8.14; Jr 35.4). Sear 29900800 ) a ‘chamada e obra realizada (comisso) pelos primeiros apéstolos (Paulo foi o uitl-mo), eles tiveram a grande @ importante misao de lancar os fundamentos da Igreja, como estd relatado em Efésios 2.20: "Edificados sobre o fundamento dos apéstolos e pro-fetas, sendo Ele mesmo, Crigto Jesus, a pedra angular” Todavia, no acreditamos que o ministério apostélico citado em Efésios 4.11 tenha simpiesmente cessado. Servos do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo realizaram obras que testemunham serem eles, verdadeiros apéstolos: Lutero, Knox, Fox, Hudson Taylor, e muitos outros. b) O profeta No se pode confundir 0 ministério de profeta (Ef 4.11) com 0 dom de profecia (1 Co 14.3) nem tampouco com o ministério de evangelista e pastor. Verificamos, no livro de Atos, que se tratava de um ministério distinto (At 11.28; 13.1; 15.32; 21.10). © profeta fala a Palavra de Deus sob inspiracSo do Espirito, relacionando-a com eventos futuros, interpretando as profecias com clareza, apelando & consciéncia dos ouvintes pela emogéo. Pode até predizer acontecimentos futuros (At 11.28), 0 que no ¢ uma norma, pois mensagem poderd ser para alegrar, consolar e fortalecer os crentes (At 15.32). ©) Oevangelista Para entender 0 tipo de trabalho do evangelista ¢ sua importancia, basta ler Atos 8.4-40, onde esto relatadas as atividades evangelisticas do diacono Filipe (At 6.5), mais tarde chamado de evangelista (At21.8). Apesar das escassas referencias sobre o ministério de evangelista, nao temos divida de que se constitui num ministério distinto e de grande alcance. © evangelista € um portador inflamado pelo amor de Deus de boas-novas as almas perdidas, ¢ cuja mensagem principal é a graca redentora de Deus. No ministério evangelistico, é o normal Deus operar grandes milagres com o abjetivo de despertar 0 povo para a mensagem da sua Palavra. Assim aconteceu em Samaria (At 8) e tem acontecido através dos tempos. importante registrar que no se trata de sensacionalismo, e muito me-nos de mercenarismo; as operacées divinas sempre tém objetivos santos e redundam na glorificaco de Deus. Ressalte-se, ainda, que os milagres no dispensam, de forma alguma, a mensagem da Palavra. Quando Deus ‘opera milagres, 2 atuaglo das pessoas ¢ despertada e, ento, o evangelista prega “Cristo crucificado”. 4d) O pastor Muitos tedlogos preferem agrupar pastor e mestre num sé ministério. Realmente, torna-se dificil aceitar um pastor que no seja mestre, porém, podemos verificar que existiram e ainda existem mestres que, pelo ‘menos, no exerceram o ministério pastoral. Portanto, sem querer entrar no mérito da divergéncia teoldgica, preferimos estudar os dois ministérios separadamente. Trata-se do ministério mais destacado nas Escrituras, tendo como maior exemplo o Senhor Jesus (Jo 10.11; Hb 13.20; 1 Pe 2.25; 5.4). O ministério pastoral ¢ muito amplo, e compreende os seguintes aspectos: 1+ Governar, Aos pastores cabe a funclo de supervi séo (de forma sdbia e competente) de reunides, assembleias e atividades administrativas das igrejas (1 Co 14.40; 1 Tm 5.17). 2 - Defender, Defender o rebanho de falsos mestres e profetas, que, com suas heresias, podem estragar ou desba ratar o rebanho de Deus (Tt 1.9-11; 2 Pe 2.1,3). 3+ Alimentar. O rebanho de Deus necessita de alimento s4o e dosado pela Palavra. As pastores cabe alimentar de forma adequada a igreja, pelo ensino e doutrinacao (1 Tm 4.12). 4- Culdar. Sempre existe ovelhas fracas, feridas, e algumas vezes querendo desgarrar-se do rebanho. O pastor, com paciéncia e amor, seguindo o exemplo do divino Pastor, tem de cuidar de todas (1 Pe $.1-4; At 20.28). e) Omestre O ensino tem um lugar muito bem definido nas Escrituras, e muito especialmente no Novo Testamento. é ‘umd das formas de alimentar 0 rebanho. Crentes novos precisam crescer espiritualmente (1 Pe 2.2.3), € 05 antlgos muitas vezes carecert de incentivo e corregao (1 Tm 4.13). ‘Omestre, conforme Efésios 4.11, nac'é apenas uma pessoa dotada de técnicas, habilidades e conhecimentos para ensinar. Trata-se, na vetdade, de uma voca¢o dada pelo Senhor. Na vocacdo ¢ consagracao a Deus esté 0 se-gredo da autoridade no ensino (Mt 7.29; Mc 1.22; 1 Co 2.4,5). Curso Livre de FormagSo Teologica ~ Médlo seTAD 4) Ordeiro Palavra também traduzida por honesto (ARC) € modesto (ARA - 1 Tm 3.2). Alguns se prendem apenas 20 significado superficial da palavra, que trata do comporta-mento ordeia.ou do mogo de vestir. Entretanto, originalmente, o escritor determina que o ministro deve cumprir seus deveres e ordenar sua vida interior, da qual surge 0 comportamento exterior. © servo de Deus deve primeiro tratar de seus conflitos interiores, suas frustragdes ¢ ressentimentos, eliminando-os. Caso contrério, sua aparéncia exterior no passaré de uma mascara. Ordenando sua vida interior, o homem de Deus passa a ter um comportamento exemplar nos negécios (1 Ts 410-12; C1 3.23,24); na sociedade (1 Co 10.31-33; Cl 4.5,6; 1 Pe 2.12-15); na igreja (Fp 1.27; Rm 14.19; Fp 23,4). e) Nao arrogante (Tt 1.7) O arroeante é obstinado em sua propria opinido, tei-moso. Recusa-se a obedecer a outras pessoas. Mesmo havendo evidéncias de que estd errado, mantém obstinadamente sua propria opiniéo e ndo aceita ponderagdes e conselhos de outras pessoas. O arrogante procura sempre seus préprios interesses e direitos e nao leva em consideragio os direitos, sentimentos e interesses de outres pessoas. Nunca se deveria separar para o ministério alguém que demonstre essa terrivel qualidade negativa. O ministro no pode ser arrogante; ele tem de saber ouvir; de reco-nhecer, quando estiver errado;.de saber obedecer para saber liderar. 4) No irascivel (Tt 1.7) 0 servo de Deus ndo é propenso 8 ira, porque aquele que se ira com facilidade demonstra desequilibrio, inseguranca. ‘A Biblia no considera toda ira como pecado. Poderé haver momentos em que seré preferivel irar-se. A ira se constitui em pecado quando se prolonga e gera ressenti-mentos e desejos de vinganca. Neste caso, é uma porta aberta para o Diabo operar (Ef 4.26,27; Rm 12.19). ‘As recomendacdes da Palavra de Deus contra o ira-cundo e contra a ira s8o inmeras (Pv 22.24,25; 19.19; 20.2; Ec 7.9). ‘Ao servo do Senhor, portanto, no fica bem a ira, uma vez que Ihe tira 2 condi¢go de liderar, de aconselhar, ¢ ain-da mais se a ira se transforma em ressentimentos de vin-ganga (Rm 12.17-21). §) No violento (Tt 3.7). Normalmente, a ira gera a violéncia. A violEncia, portanto, é, na realidade, a ira fora do controle, nfo meramente no aspecto verbal, mas também fisicamente. Na tradugdo da Biblia Viva, diz que o bispo no seja valent3o, isto é, dado a brigas no aspecto fisico. £ interessante notar que, tanto em primeira Timéteo 3.3, como em Tito 1.7, a recomendardo “néo violento" vem depois de "no dado ao vinho". Ora, todos sabemos que as brigas e contendas mais frequentes s80 fruto do uso de bebida alcodlica. Compreendemos a preocupacso de Paulo, nos dois textos, quando lemos primeira Corintios 6.9-11, onde ele revela de onde foi trada a Igreja. Logo, a reco-mendacdo pertinente adverte para que no haja qualquer volta ao estado passado. No importa nossa origem, de onde saimos. O impor-tante é que o servo de Deus deve ter a graga de Deus, para manter-se tranquilo diante de situagdes de provocacées, de dificuldades e angustias (Cl 3.12-15). Deve-se entender que esta qualidade de ser ndo-violento é valida para todos os aspectos da vida cists, isto 4, na igreja, no trabalho secular e no lar. Muitos, &s vezes, s0 calmos na igreja, porém sao valentdes em casa, espancando os filhos e até a esposa. h) Inimigo de contendas (1 Tm 3.3) ‘Uma pessoa contenciosa se opde aos outros, compe te, debate, busca sempre que as suas ideias prevalefam Nao acelta as idelas de outras e até mesmo fica ressentido quando outras pessoas tém ideia melhor do que a sua. © contendedor é uma pessoa perigosa porque desagre-ga 0 grupo e é rancoroso e invejoso: busca s6 0s seus interesses, quer ser sempre o primeiro, o lider. «Por isso, 0 servo de Deus deve se livrar dessa perversa finalidade. “E necessério que o servo do Senhor n’o viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos..." (2 Tm 2.24; Rn 12.16,18; 14.19; Ef 41-3). i) Cordato (1m 3.3) LBGe EOE 4 IXXIVDIIO h) Ministro Sao muitas as qualificagdes nas quais se emprega este termo: ministro de Cristo, ministro da Palavra, ministro da justica, ministro de Deus, ministro do Novo Tes-tamento, ministro do Evangelho, etc. Cada uma identificando o ministro dentro da sua nobre missao. i) Servo Paulo, Pedro, Tiago e Judas se autodenominam de servos de Deus e de Cristo (Rm 1.1; Fp 1.2; Tt 1.1; 2 Pe 41.4; Tg 1.2; 4d 1). Quando lemos os textos paulinos, parece que notamos ser este o titulo que mais o honrava. Realmente, 0 ministro consciente de sua vocacio sente-se feliz de ser ser-vo de Deus. Um servo de “orelhas furadas" (Ex 21.6), isto ¢, para sempre pertencer ao Senhor, porque o ama. O servo no tem direitos e sempre depende de seu senhor. Sejamos servos do Deus Altissimo e com alegria (2 Tm 2.24). AS QUALIFICACOES ESSENCIAIS DO MINISTRO O.CARATER DO MINISTRO O sucesso de um profissional, até certo ponto, inde-pende de sua vida particular ou privada. E € pouco Provavel que o cardter de um arquiteto, médico ou dentista v4 interferir diretamente no seu desempenho profissional. Porém, no é assim com o ministro de Deus. 0 éxito no ministério esté fundamentalmente ligado ao cardter santificado do ministro. O ministro lidera essoas a quem deve ensinar a verdade e por quem deve tra-balhar para promover o crescimento e o bem- estar espiritual. Logo, é exigido que a vida do ministro seja auténtica, isto é, transparente aos olhos dos liderados. Nao significa que 0 servo de Deus seja perfeito, sem pecado. Os apéstolos no foram. Todos tiveram seus erros e defeitos de personalidade, porém, no todo, suas vidas demonstram elevado grau de piedade, sinceridade e santidade, O Ideal seria que se dissesse de todo ministro, o que se dizia a respeito de Origenes: "Como ensina, assim vive, e como vive, assim ensina", Todavia, o mais indesejavel e pernicioso para a obra do Senhor é quando se diz acerca de um obreiro: "0 que fazes fala to alto que no posso ouvir o que dizes", © exemplo do ministro falaré muito mals alto do que todos os seus sermées, estudos e escritos. Nao 6 em a0 que 0s apéstolos Paulo e Pedro tenham descrito minuiciosa-mente as qualificacSes espirituais essenciais ara o minis-tro, das quais veremos algumas a seguir: 2) Irrepreensivel (1 Tm 3.2) E Um homem cuja maneira de viver, reputac3o e ati-tudes, no podem sofrer qualquer reprovacSo. Paulo escolheu Timéteo para seu companheiro de viagem, porque “dele davam bom testemunho os irmos em stra e lebnio" (At 16.2). No havia necessidade de que ele mesmoi dissesse quem era, e nem de um Punhado de certiddes negativas, mas os irm&os testemunharam de sua conduta. As fontes para informarem se o obreiro ¢ irrepreensive! s80 sua propria familis, as familias da igreja, os Mosos @ mogas, Os seus vizinhos, os comerciantes que Ihe vendem, o locador do imével onde mora, ou ‘morou, etc. b) Temperante (1 Tm 3.2) Descreve-se aquele que ¢ temperante ou vigilante como uma pessoa que é moderada nos seus apetites quanto & bebida, comida e sexo. O cristo amadurecido é terpe-rante, e tem um correto conhecimento da transitoriedade da vida e seus prazeres. O ministro temperante é visto como uma pessoa de fé. Assim o foram Abel, Noé, Abrao, os profetas apéstolos. Colocaram, pela fé, suas vidas no altar de Deus, e tiveram como de pouco valor o usufruirem os Prazeres do mundo (Hb 11.13). ©) Sébrio So varios 0s versiculos do Novo Testamento onde aparece a palavra "sébrio" (1 Tm 3.2; 1 Pe 2.13; 5.8; 4.7; Tt 1.8; 2.11,12; 1755.6). ‘Também ¢ diversamente traduzido por "sbbrio", sen sato, cordato, prudente, etc. 0 sdbrio é uma pessoa autocontrolada, moderada ou prudente em todos os aspectos de sua vida. Nao se exalta, antes & humilde; no se precipita, antes 6 prudente, aguar-dando a bem-aventurada manifestaco do Senhor Jesus Cristo (rso kire de Formac Teoligica ~Medlo serap = Balado foi capaz de dar perverso conselho para ter os prémios de Balaque (Nm 31.15-16; 22.5; 23.8; 2 Pe 2.15; 1d 11; Ap 2.14) Judas Iscariotes traiu 0 Mestre por causa de trinta moedas de prata (Mt 26.14-16). pastor, portanto, deve ter culdado para no se del-xar dominar pelo sentimento da avareza. Em busca de bom salério, pode sair do plano de Deus, e seu ministério naufragar (Nm 16.15; 1 $m 12.4; At 20.33). ) Nao dominador O pastor no é um ditador, nem dono da igreja. O pastor ¢ um servo, e como tal deve liderar o rebanho de Deus. 0 ensino basico sobre 0 governo da igreja foi dado pelo Mestre (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Basta obedecer a estes principios /fundamentais: "Quem quiser tornar-se grande entre vés, serd esse 0 que vos sirva". "E quem quiser ser o primeiro entre vbs, serd servo de todos". Nos primérdios da Igreja, 0 apéstolo Joo censura um certo Didtrefes de ter se transformado num ditador na igre-ja, porque queria exercer a primazia entre seus conservos (3 Jo 9-11). € interessante notar que nos versiculos 9 e 10, 4030 fala do comportamento de Didtrefes, e, no versiculo 11, recomenda no Imitarmos 0 que é mau, sendo o que é bom. A igreja perde substéncia e forca na sua missdo quando ¢ governada despética ou politicamente. A igreja deve ser dirigida na orientaco do Espirito por homens submissos e tementes a Deus. d) Modelo do rebanho © pastor é 0 exemplo ou modelo do rebanho em tu-do. Como filho, como esposo, como pai, como aquele que compra ou que vende, etc. Na sua maneira de falar, de de-cidir, de se vestir, em tudo, os crentes 0 observario. Fellz aquele que puder afirmar: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (1 Co 11.4). Paulo e seus companheiros nfo tinham medo ou receio de se indicarem como exemplo para os irmaos (Fp 3.17; 2 Ts 3.9; 1 Tm 1.16). € a sua recomendacao a Timéteo e a Tito era que se tornassem modelos para 0 rebanho de Deus (1 Tm 4,12; Tt 2.7). Portanto, o pastor no tem como escapar, ele € 0 mo-delo ou exemplo dos seus liderados, obreiros ou membros. Que Deus nos ajude a cumprir tdo espinhosa misséo! Muitas outras qualificaces poderiam ser estudadas, porém deixamos como tarefa aos leltores pesquisarem nas Escrituras, aplicando-se a téo edificante estudo, A PREPARACAO DO MINISTRO a) A necessidade da preparacéo E indispensavel que o ministro tenha adequada preparacdo para desempenhar com éxito seu ministério. & evidente que 2 preparaclo ministerial tem variado de acordo com a época, circunstancias € lugar. Porém, todos os servos de Deus que escreveram paginas da historia da igreja foram homens preparados adequadamente. Entendemos que a preparacSo para o exercicio minis-terial compreende pelo menos trés aspectos: 0 Espirito Santo disse, através de Paulo, que o minis-tro "no seja neéfito, para ndo suceder que se ensoberbeca, e incorra na condenacSo do Diabo" (1 Tm 3.6). Originalmente, “neéfito” significa recém- plontado, novo convertido, inexperiente, {Biblia Viva assim traduz primeira Timéteo 3.6: “O pastor n3o deve ser um cristéo novato, pois poderia ficar orgulhoso de ter sido escolhido tad depressa, e o orgulho vem da queda (a queda de Satands é um exemplo)”. ‘A experiéncia no se aprende na escola teolégica ou secular. Aprende-se na escola da vida. Assim, compreendemos porque alguns servos de Deus passaram por muitos sofrimentos: José - Para exercer com dignidade e pleno éxito 0 cargo de primeiro-ministro do Egito experimentou a angistia da tralgo de seus proprios irmBos, a solido do cércere. Essas duras experiéncias o prepararam _ para 0 seu ministério. ‘Moisés - Quanta diferenca vemos no'Moisés recém-saldo do paldcio, afoito e imprudente, que até cometeu um homicidio, e o Moisés quarenta anos depois, no deserto! No palicio, ele s6 viu a politica, os conchavos, tO X,IIIIIIO 2 Uma pessoa cordata € 0 oposto do irascivel, do con-tendedor, e do violento. Busca sempre a paz ea unidade do grupo de que participa. € gentile trata a todos com igualdade. servo do Senhor participa normalmente de um gru-po de obreiros, dalideres, de cooperadores, portanto, deve ser cordato, para conquistar o respeito dos seus pares, € a coesio do grupo no qual esta integrado. {) Justo (Tt 1.8) O ministro enfrenta quase que diariamente situa-cdes ou questdes que o obrigarao a ter de julgar ou tomar uma decisio. E Paulo recomenda que o servo de Deus seja justo, isto &, no seja parcial. Nao julgue pela aparéncia. E evidente que a pratica da justica exige sabedoria de Deus. Sé aqueles que tém sabedoria de Deus sabem discernir entre 0 certo e 0 errado, o justo € 0 injusto. 0 exemplo tipico é 0 de Salomio 20 julgar a causa de duas mulheres. 1) Pledoso (Tt 1.8) Em sentido pratico, 0 ministro deve ser justo em re-lac0 a0 seu semelhante, e piedoso em relagSo ao seu Senhor. "Piedoso no carater" significa ser santo. € a santidade progressiva que mostra que 0 servo de Deus esté no pro-cesso de se tornar semelhante ao Senhor Jesus Cristo em sua vida e comportamento didrios (Ef 4.1; Hb 7.26), A vida de ora¢do e consagragio levaré o homem de Deus a desenvolver seu padréo de vida normal, de santidade e integridade, em dire¢ao 20 padrdo divino. Nao seré fé-cil, pois 0 Inimigo faré constante oposics0 (2 Tm 3.12). Mas vale a pena, pois os homens piedosos s80 poderosos em palavras e atitudes. ATITUDES DO MINISTRO NO DESEMPENHO DE SEU MINISTERIO Além das qualificagSes especificadas no item anterior, e que entendemos serem préprias do caréter intrinseco do homem espiritual, queremos listar também, algumas ati-tudes que devem ser inerentes ao ‘ministro no desempenho de seu ministério, diante da igreja do Senhor. So qualificagdes que se evidenciam no relacionamen-to, por exemplo, do pastor com os demais obreiros da igreja, ou mesmo no relacionamento do pastor com os membros da igrela. Estas qualificagBes afetam sobremodo o andamento da obra de Deus. Os crentes obreiros que desposam atitudes coerentes e exemplares como des-crevemos a seguir: 2) Voluntariedade “Pastoreai o rebanho de Deus que hé entre vés, no por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sérdida ganéncia, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tor-nando-vos modelos do rebanho® (1 Pe 5.2,3) No texto acima, o apéstolo Pedro fala de quatro atitu-des que o obreiro deve ter a0 desempenhar seu ministério pastoral. A primeira ¢ a voluntatiedade ou espontaneida-de. 0 verdadeiro obreiro demonstra sempre ser um solda-do voluntério, que trabalha' porque ama seu Senhor. E como se fosse ouvida dos seus lébios esta canclo: "Agrada-me fazer 3 tua vontade, 6 Deus meu; dentro em meu coragdo estd a tua lei" (SI 40.8). Assim se apresentou Isales para o ministério: "Eis-me aqui, envia- ‘me a mim’ (Is 6.8). Este foi o conselho do velho rei Davi para o seu filho Salo mo: "Conhece o Deus de teu Pal, e serve-o de coracao integro e alma voluntéria..:"(1 Cr 28.9; 1 Ts 2.8). As arduas tarefas ministeriais: 0 sofrer injustica, a falta de reconhecimento dos crentes, longos periodos sem qualquer descanso, podem levar 0 pastor a um espirito amargurado e a demonstrar estar trabalhando por obrigagdo. Ento, é tempo de parar e renovar as forcas fisicas e mentais (com descanso mesmo) e as forcas espirituais aos pés do Senhor. b) Néo Avarento O Evangelho sofre atualmente grande desgaste no seio da sociedade por causa dos “mercendrios", homens que fazem do ministério fonte de entiquecimento, verda-deiro comércio. A ayareza pode levar’o servo de Deus a destruir seu ministério, pois se transforma num sentimento maligno, jo estimulados pelos .Capaz de apagar os mais nobres anseios do espirito (Pv 15.27; Ec 5.10; Jr 17.11; 1 Tm 6.10; Tg 5.3). Eis, oque a avareza pode fazer: Aci apanhou o que era ilicito, mesmo sabendo que se tornaria maldito (Js 7.21). curse Livre ae Rormacae Teotoges ~ Medlo seTAD A formagio cultural ndo depende da conquista de um titulo de advogado, economista, socidlogo, etc. Muitas pessoas com um ou mais titulos de bacharelado so culturalmente retrogradas e pouco versatels. E interessante que o ministro tenha algum conhecimento geral e nogdes de ciéncias sociais, como sociologia, antropologia, psicologia social, etc, pois, embora no seja isso essencial, pode ajudé-lo. Entretanto, é bom ressaltar que a cultura secular apenas 0 ajudaré na comunicaco da Palavra e no didlogo. Na sua preparaco teolégica e cultural ¢ indispensdvel que o pastor: 1 - Tenha o seu gabinete para oraco, estudo e medi taco, por mais modesta que seja esse lugar; 0 importante é que seja um local silencioso e livre das constantes inter rup¢des do telefone e das visitas. 2- Organize sua biblioteca prépria com bons e selecionados livros de estudo ¢ leitura, 3-0 que é mais importante: crie 0 habito de ter seu tempo separado para orac#o, estudo e meditacao. Alguns obreiros gastam seu tempo todo no atendimento das inimeras atividades pastorais e administrativas, e no conseguem ter um tempo separado para oraco, estudo e meditacSo, e até se d5o por satisfeitos, porém esque-cem do que diz 0 Senhor: "Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, seré salvo; entraré e saird e acharé pasta-gens" (Jo 10.9). Precisamos "entrar e sair" constantemen-te na presenca do Senhor. AS PRIORIDADES DO MINISTRO- Uma das armas mais eficazes que Satands tem usado contra a Igreja do Senhor Jesus é desviar os ministros de suas. reais prioridades, envolvendo-os com coisas secundérias, ou fazendo-os inverter a ordem das prioridades. E preciso estudar com atenco este assunto, porque muitas vezes os nossos habitos adquiridos, e arraigados durante anos, nos impedem de aceitar uma reviséo de prioridades para 0 nosso ministério. Preferimos continuar nos mesmos habitos, no mesmo estilo de vida, embora a Palavra de Deus diga 0 contrério. Preferimos dividir as prioridades em dols aspects, mas, sem duvida, no é essa a Unica maneira de estuda- las. PRIORIDADES PESSOAIS DO MINISTRO a) 0 ministro e sua vida com Deus Aprimeira tentativa de desvirtuar os apéstolos de suas reals prioridades deu-se nos primeiros dias da Igreja {At 6.1-7). Note-se que 0 motivo apresentado foi justo, Os helenistas achavam que suas viivas estavam sendo preteridas na distribuicSo didria de alimentos, ento foram aos apéstolos e exigiram uma solucSo para © caso. E possivel que, na maneira de pensar deles, estivesse a ideia de que os apéstolos bem poderiam - presidir 2 esse trabalho. Os apdstolos, porém, ngo abriram mio de suas prioridades: "Nés nos consagraremos a ora¢o e a0 ministério da Palavra" (At 6.4). Imediatamente, outros irm&os foram designados para o trabalho das mesas. O versiculo supracitado destaca as duas grandes prio-ridades do ministro: a pessoal e a ministerial. A primeira prioridade pessoal do ministro & 0 seu relacionamento com Deus: "Nés nos consagraremos ‘a0racdo". Ao tomarem esta decisS0, estavam seguindo o exemplo do Mestre, que, embora sendo Senhor e Mestre, separou parte das horas do dia, as mais privilegiadas, para dedicar-se a comunhdo plena com o Pai (Mc 1.35; 6.46,47; Lc $.15,16; 6.12; 9.28,29; Mt 14.23), Na relagdo “ministro-Deus-ministro” esté a oragéo, a meditacgo na Palavra, a reflexBo no trabalho desenvolvido. Sem esta estreita relacSo, no existe consisténcia no ministério, pois devemos entender que: Ele 6 0 Senhor e 0 ministro um servo (Jo 13.13; Fp 2.9-11). - Do Senhor depende o ministro em tudo (Jo 15.5; 2.Co 3.5). - Algreja é dele e para Ele (Ef 1.22,23; Cl 1.28). ') O ministro e sua vida com a esposa No casamento, duas pessoas de sexo oposto se unem de tal forma que as Escrituras dizem: "tornando-se os dois uma s6 carne" (Gn 2.23,24; Mt 19.4-6; Ef 5,29-31). Lendo os textos citados, convencemo-nos de que -no existe unido mais profunda e mais séria do que o casamento. @6 ma: se "723338850 as presses, a arrogancia dos poderosos. No deserto ele teve tempo para meditar na grandeza e no poder do Criador. Os apéstolos - Passaram trés anos servindo e obedecendo ao Senhor é o seguindo. Poderia haver melhor experiencia? Paulo - Recolheu-se durante dez anos em Tarso, sua cidade natal, para melhor compreender sua nova fé. - Que diriamos dos demais profetas e ministros de Deus? - Todos tiveram tempo e oportunidade de passarem Por longas e duras experiénclas pessoas, para se conhecerem a si mesmos, em suas fraquezas e limitacdes; para co-nhecerem os homens que os rodeiam, com seus pecados, fracassos, necessidades, falsidades e maldades; para conhecerem o Senhor seu Deus, com seu poder, amor e verda-de. Isaias, em sua visio, narra no capitulo 6.1-8 do seu livro, que contemplou o Senhor em sua gléria e majestade, que, nessa ocasigo, conheceu-se a si mesmo como um peca-dor e viu seu povo completamente desviado. Concluindo, a experiéncia pessoal leva 0 servo de Deus a se conhecer, conhecer os homens e conhecer 0 seu Senhor (Jr 17.5; Pv 28.26; SI 20.7; 1 Cr 28.8). O ministério € coisa muito’ séria, por isso a primeira condigo para exercé-lo é que o candidato nao seja um neéfito ou inexperiente. A inexperiéncia tem conduzido muitos a soberba (1 Tm 6.4) e & presungdo (Pv 3.7; Rm 12.16; 1 Co 8.2). b) A formagéo teolégica Muitos continuam a dizer que a formac3o teoldgica plenamente dispensdvel, e, para comprovar suas afirmagbes, apontam para o fato de que os apéstolos ndo frequentaram nenhuma escola teolégica. No entanto, estas afirmages so, no minimo, ingé-nuas, pois jamais houve outra escola to extraordingria quanto a que frequentaram os apéstolos. O professor foi o préprio Senhor Jesus Cristo, que no somente os ensinou a interpretar o Antigo Testamento, mas também, com a pré-tica, mostrou-Ihes 0 que seria o ministério deles apés sua morte e ressurreiclo. Outros dizem que as Assembleias de Deus no Brasil cresceram com base no fecundo trabalho de homens lletrados, e que nunca cursaram qualquer escola ou faculdade de teologia. Todavia, esquecem que esses homens foram profundos conhecedores das Escrituras e que esse conheci-mento foi adquirido no discipulado de anos e anos. Foram cooperadores que, geralmente, passaram do diaconato ao presbitera to, até atingirem 0 ministério. ‘Na verdade, consciente ou inconscientemente, nas primeiras décadas, o movimento pentecostal iniciado pelas Assemblelas de Deus manteve o mesmo padrlo de trei-namento do Divino Mestre. O pastor se acercava de cooperadores, trabalhando em tempo integral ou parcial, parti-cipando de estudos e escolas biblicas temporarias, dirigindo congregacSes pequenas, e, de acordo com seu desenvolvimento espiritual, eram separados para o ministério. De modo gradual e equilibrado, muitos desses servos de Deus alcancaram a lideranca de grandes igrejas. Todavia, o que se deve ter em mente é que, indepen-dente do método ou do modo, o obreiro cristo deve ser preparado adequadamente no conhecimhento teolégico (2 Tm 2.15; 1 Tm 4.13; 4 Pe 1.10), O conhecimento de Paulo ia além da teologia do Anti-go Testamento, para incluir conhecimento de teologia natural (At 17.22-23). A formacao teol6gica deve incluir, além da Teologia Sistemitica, conhecimento de hermenéutica e exegese, historia e geografia biblica, homilética, ética crist&, etc. Tem sido considerada adequada a formaclo de boas escolas e semindrios teolégicos ligados a0 nosso movimento, obedecendo & orientacao de ministérios ou convengdes. c) Formago cultural A dinamica social esté cada vez mais exigindo que os profissionais, das mals diferentes dreas do conhecimento humano, se preparem bem culturalmente. Por outro lado, as igrejas esto cada vez mais atingindo pessoas das diferentes classes sociais. Portanto, o ministro do Senhor Jesus Cristo no deve ser uma pessoa culturalmente atrasada. A comunicaco eficiente da Palavra de Deus exige bons conhecimentos da lingua patria e da atualidade. Criaf objecdes contra a cultura, citando textos tais co-mo: primeira Corintios 1.19-21; 2.6-8; Colossenses 2.8; primeira Timoteo 6.20, ¢ desconhecer 0 verdadeiro sentido dessas passagens, pois elas no condenam o valor da ciéncia, mas a sua mé aplicacdo e o antagonismo criado contra Deus e sua Palavra. Curse Live de Formagéo Teoldgia - Medio ser00 Aatividade bésica do ministério ¢ treinar, incentivar e orientar os santos para desempenharem o seu servico de acordo com 0 dom ou capacidade que Deus thes concedeu, e promover a edificagao de todo 0 corpo de Cristo a Igreja. “ Este propésito esté implicito na ordem do Senhor Je-sus Cristo registrada por Mateus: "ide, portanto, fazel discipulos de todas as na¢6es, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espirito Santo; ensinando-os @ guardar todas as coisas que vos tenho ordenado: E els que estou convosco todos os dias até a consuma¢o dos séculos" (Mt 28.19,20). "Fazer discipulo” subentende um exercicio de treinamento e orientacao, de forma que o crente seja firme, consciente e plenamente instruido na plenitude da mensa-gem das Escrituras... Os apéstolos no perdem de vista 0 propésito de aper-feigoar os santos dentro dos objetivos declarados em Efésios 4.11-16. Paulo diz que a Palavra de Deus ¢ suficiente para tor-nar 0 homem de Deus perfelto e perfeitamente habilitado para toda boa obra (2 Tm 3.17), e que ele trabalhava com todo o empenho dentro desse objetivo: o qual nés anun-ciamos advertindo a todo homem e ensinando @ todo ho-mem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo" (Ci 1.28). Ao mesmo tempo de-termina a Timéteo que ministre a Palavra em todo 0 tem-po (2 Tm 4.1,2). O ensino das Escrituras deveria se consti-tuir na prioridade maxima do ministério de seu discipulo Timéteo (1 Tm 4.6,11-13; 2 Tm 2.2). Portanto, através do ministério da Palavra, os pastores promovem o aperfeicoamento dos santos com dois ‘objetivos: a) desempenho do seu servico, e b) edifica¢ao do cor-po de Cristo. DESEMPENHO DO SEU SERVIGO Deus capacita a cada crente com dons, dentro de uma diversidade extraordindria, conforme descreve 0 apéstolo Paulo em Romanos 12.3-8 e primeira Corintios 12. Ao pastor cabe a tarefa de cooperar com Deus na preparacdo particular de cada crente, para que este desempenhe com equilibrio, firmeza e alegria 0 seu ministério no corpo de Cristo. ‘Assim, uns sero lideres de grupos familiares, outros, socorro, outros sero usados com dons espirituals, outros participaro do ministério da musica, e assim por diante. EDIFICACAO DO CORPO DE CRISTO No desempenho de seu ministério espeeifico, os santos também promovem a edificacdo da Igreja. Seja ajudando um ao outro ou ministrando conforme seu dom. Ao pastor cabe, como acima foi dito, em primeiro lugar, 0 aperfeicoamento dos santos, e em segundo lugar coordenar as milti-plas atividades da igreja, delegando, quando necessério; incentivando, e cobrando resultados. O atingimento dos dois objetivos acima se desdobra em vérios aspectos, conforme est descrito em Efésios 411-16:, 1) Os crentes crescem na unidade da fé, cumprindo-se o aneto do Senhor Jesus (Jo, 17.21). Desaparecem as divis6es, 0 partidarismo e outros males. Hé uma conscientiza- co quanto & misso da igreja (2 Co 3.1-3; Gl 4-3). 2) Todos buscam o pleno conhecimento do Filho de Deus. O conhecimento de Cristo leva o crente a ter ‘experiéncias profundas e crescentes (Jo 8.31,32; 17.3; Fp 3.10) 3) A edificacSo desenvolve-se em direcSo "A perfeita varonilidade, & medida da estatura da plenitude de Cristo”. Os crentes deixam de ser meninos inconstantes para se tornarem adultos na fé, na experiéncia crista. Conclul-se que a prioridade maxima do ministro é APERFEICOAR OS SANTOS. PERIGOS NO CAMINHO DO MINISTRO No so poucos os perigos pelos quais passa o ministro diariamente. Em virtude da elevada posi¢do que ‘ocupa e das responsabllidades inerentes & sua funco, quando o Inimigo consegue derroté-lo, atinge _ inevitavelmente muttas outras pessoas, dentro e fora da igreja. Os escandalos tém terriveis consequéncias para a igreja, por isso todo cuidado ¢ pouco, e devemos dar toda atenco 3 recomendagSo da Palavra de Deus: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrinal” (1 Tm 4.16a.) wow BSBBIDI A esposa, portanto, é a companheira inseparével do ministro. Ninguém mais conhece to profundamente 05 propésitos, a sinceridade, o sofrimento, as alegrias do servo de Deus, do que sua prépria esposa. Por esse motivo, a segunda prioridade do pastor é sua esposa, a quem gle deve dar amor, tempo e atenc0, com 0 objetivo de que essa unido nfo seja uma farsa. E impossi vel que o ministro tenha uma perfeita ‘comunhlo com Deus, sea sua vida conjugal € um desastre. E preciso reconhecer que, 20 nos levantarmos para pregar, diante de nés temos uma testemunha em “carne ¢ 0850" de todos os nossos atos, por mais intimos que sejam. Nosso ensino e conselhos também so para ela, caso ela nos tenha como homens de Deus. ¢) © ministro e sua vida com a familia A terceira prioridade do ministro é sua prépria familia, que inclui esposa e filhos. 0 apéstolo Paulo diz que o bispo "deve governar a sua prépria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo respeito" (1 Tm 3.4). No versiculo seguinte, inclusive, o escritor diz que aquele que no governar a sua casa est desqualificado pare co ministério. (Leia com aten¢&o o texto.) E indispensavel que o pastor no esqueca seus deveres para com sua familia, = Para com a esposa: - Respelté-la (1 Pe 3.7) - Amé-la (EF5.25; Cl 3.19), + Ser-the fiel (Hb 13.4; MI 2.14,15). - Para com os filhos: -Amé-los (Te 2.4). ~ Levé-los a Cristo (Mt 19.13,14). - Instrut-los na Palavra de Deus (Dt 4.9; Pv 22.6). - Nao provocé-los (EF 6.4; C1 3.21). - Prover para eles (2 Co 12.14; 1 Tm 5.8). = Corrigi-los (Pv 13.24; 19.18; Hb 12.7). Portanto, é de suma importancia que o ministro cuide de sua familia, dando-lhe amor, tempo, instruco e corre-o. Em tudo seja um exemplo. NSo esquecendo que sua familia é uma prioridade sua, e que nao pode delegar essa funcao e responsabilidade apenas @ sua esposa. PRIORIDADES DO MINISTERIO Em virtude das maltiplas atividades que o pastor tem acumulado nos tititnos decénios, com a renovacéo das Igrejas evangélicas e seu consequente crescimento, a ver dadeira prioridade do ministro tem sido ofuscada, e, até mesmo, esquecida, em algumas igrejas. A situagSo ¢ t8o grave que muitos confundem a funclo de pastor com a de conselheiro, assistente social, administrador, capataz de obras, etc. ‘Todavia, Pedro e os demais apéstolos foram decisivos ao responderem 4 comunidade dos irmdos: "Nés nos consagraremos 3 ora¢o @ a0 ministério da palavra". Eles definiram de uma vez por todas que a prioridade do ministério, seja do apéstolo, do profeta, do evangelista, do pastor ou mestre, é 0 ministério da Palavra. Um pastor deve ser conhecido como um pregador, um homem da Palavra. Nenhuma outra distingSo lhe é to adequada. Seu alvo ¢ simplesmente levar os crentes que Deus Ihe deu a maturidade, pelo ministério da Palavra. Os pastores n&o deveriam cair na armadilha de que o sucesso de seu ministério deve ser baseado na quantidade de membros que tem sua igreja, ov no tamanho do templo. Pois, nao é esse o propdsito de Deus ao dar ministros (apéstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres) a igreja. Basta Jermos com muita atencdo 0 texto bisico: “E Ele mesmo concedeu uns para apéstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vistas a0 aperfeicoamento dos santos para o desempenho do seu servico, para a edificago do corpo de Cristo” (Ef 4.12,12). O texto diz clara e enfaticamente que 0 propésito de Deus, a0 conceder os ministros 8 igreja, € que estes promovam o aperfeigoamento dos santas. No sentido original, 2 palavra "aperfeicoar” corresponde em fossa lingua ao mesmo que equipar, treinar ou preparar. 4 IIIIIIS ? Tentaremos abordar alguns desses perigos, identificando imediatamente algumas providéncias que o servo de Deus deve tomar para evité-los. A ACOMODAGAO (1 Tm 4.14) Obreiros com a mesma mensagem de sempre, sem iniciativa na obra de Deus, que dizem estar sempre esperan-do a revelacdo de Deus, s80 obreiros acomodados. 0 apéstolo Paulo retrata o obreiro cristo com duas figuras muito significativas: 0 soldado eo atleta (2 Tm 2.3-5; 1 Co 9.25-27). E, tanto 0 soldado quanto o atleta se dis-tinguern pela constante atividade, iniciativas, ito de luta, e, principalmente, por perseguirem com persisténcia alvos certos. 0 obreiro acomodado, sem nimo e preguicoso, no oferece nenhum perigo 20 Diabo, pelo contrério, pode se tornar presa fécil para suas astutas ciladas. ‘Como vencer a acomodacao © meio de vencer a acomodagéo é a auto disciplina, isto é, 0 pastor deve cultivar a sua propria satide pastoral, para poder fazer com alegria a obra do Senhor, Em primei-ra Timéteo 4,6-12, encontramos os pasos da autodisciplina. a) Alimentar-se com as palavras de fé (v 6). b) Alimentar-se com a boa doutrina (v 6). ¢) Abster-se das fabulas profanas (v 7a; Hb 5.11-14). d) Exercitar-se na piedade (v 7b), O pastor deve ter vida devocional particular de orag3o e leitura das Escrituras para satisfazer suas préprias necessidades espirituals. Rejeitar as polémicas sobre coisas fiteis e exercitar-se na pledade necessario. “Piedade", neste texto, significa o elevado padrao da santidade e dos propésitos divinos, que o pastor deve ‘buscar alcancar pelo treinamento necessério na oraco, na Palavra e no servico. 0 PROFISSIONALISMO Multos pastores me tém confidenciado que se sentem constrangidos quando so obrigados a preencher fichas cadastrais onde consta profissio. Esses amados irmos esto cheios de razo, pols 0 ministério ndo & profissio. O ministério, como jé fol visto, é uma vocacao divina. Todavia, o ministro pode inadvertidamente tornar-se um profissional do evangelho. O ministro profissional 6 aquele que realiza a obra de Deus por dinheiro, de modo mecénico, porque nfo tem outro que a faca, e, por necessidade, sem atentar a quem serve e como deve servir. ‘Multos dizem viver pela fé, mas nunca esto dispostos a pregar, cantar ou tocar sem saberem qual é2 oferta. Isto, também é profissionalismo. Como vencer o profissionalismo Basta ler 0 capftulo 20 do livro de Atos dos Apéstolos para cientificar-se do verdadeiro padrdo do obreiro. A forca que movia Paulo a servir a igreja efa o amor, amor que demonstrava de varias maneiras a) Amor pela profunda afeiclo existente entre ele e os irm&os, de modo reciproco (At 20.1,36-38). Paulo servia porque amava os irm&os, e, para servi-los sem Ihes ser pe sado, trabalhava com as proprias maos para seu sustento; na afeicdo entre Paulo e os irmBos, vista nos versiculos 36 a 38, e vérias outras passagens de Atos, constata-se que Paulo, o grande apéstolo Paulo, no era um intocével; hoje ha obreiros que se isolam do povo, s30 intocaveis. Cuidado! b) Amor demonstrado pelo espirito liberal. Paulo pas sava pela Macedénia (At 20.1; 1 Co 16.1-4) para recolher uma oferta para os pobres de Jerusalém; quando lemos os textos que tratam da coleta que Paulo encarregou-se de fa zer em favor dos pobres da igreja em Jerusalém, podemos sentir o amor com que exercia este servico; Paulo sabia dar, assim como sabia receber (Fp 4.10-20; At 20.24,33,35). ¢) Amor demonstrado pela disponibilidade para o ministério. Paulo néo tinha gabinete nem hordrio para servir aos irmfos (At 20.7-11; 18,21), mas ele estava sempre pronto @ anunciar a Palavra de Deus, ministrando com amor e dedicago insuperavels. “AS TENTAGOES : ‘S30 muitas as tentagdes a que esta exposto o homem de Deus, na sua vida € no seu ministério, embora alguns ir-mos pensem que ministro é um super-homem. Esta imagem é falsa, € 0 servo de Deus deve ter Curse Livre de Formago Teolélca ~ Mécio seTAD Cuidado, pols 0 Diabo nao descansa, mas gracas a Deus que 0 servo obe-diente sempre tem vitoria (1 Pe 5.8,9; PV 1.10; 4.14; Rm 6.13; EF 6.13; 2 Pe 2.9). TENTACOES DO SEXO Causas principais deste tipo de tentac8o: a) Relaxar na autodisciplina. b) Mau relacionamento com a esposa e com a familia. ¢) Deixar-se envolver com alguma irma, com quem passa a conversar longo tempo, e até mesmo permitir con fidéncias. 4) Dar asas aos pensamentos pecaminosos. ‘Sugestdes para vencer este tipo de tentaco: * Reconhecer o problema e admitir que se trata de cobica. * Voltar imediatamente a autodisciplina (oraco/ meditac&o). * Procurar eliminar os problemas da vida conjugal, melhorando a comunicacSo familiar. * Fazer da esposa a companheira inseparavel na hora do aconselhamento de irmas e na visitac3o pastoral. TENTAGOES DO DINHEIRO Causas deste tipo de tentacao: a) Sentir inveja daqueles que, fora do ministério, es to prosperando. 5) Quando dedicado integralmente ao ministério, sen tir vontade de voltar a associar a vida espiritual com ou tras atividades lucrativas, mesmo que isto vé prejudicar a sua espiritualidade, a sua familia e o seu relacionamento com Deus. ©) Achar que, por ser pastor, nao precisa contribuir para a igreja, é tornar-se usurério. d) Sendo um pastor pobre, discriminar os irm8os ricos, achando-os desonestos. €) Administrar mal os recursos da igreja, achando que, por ser o pastor, deve bem entender. Sugestdes para vencer essas tenta;Bes, Aprender com 0 apéstolo Paulo e outros servos de Deus (Fp 4.10-20; 1 Tm 6.6-12; Hb 13.5,6; Pv 15.16). A me-ditagdo nesses textos é suficiente para nos levar & plena confianga de que o importante é estarmos no centro da vontade de Deus. Ele é fiel para com aqueles a quem chamou para sua obra. Sejamos fidis iguaimente. 1 dos seus recursos como ‘TENTAGOES PELA INVEJA NO MINISTERIO Alguns servos de Deus tém caido na cilada maligna do inconformismo, da inveje, da cobica. Nunca esto satisfei‘tos com 0 que esto fazendo. Se esto dirigindo uma igreja, acham que merecem e so capazes de dirigir outra maior ou mais bem localizada. Certo jovem velo numa manh3 a Spurgeon e the disse: “Eu tenho uma queixa a fazer. Minha congregacdo & muito pequena”. Respondeu o grande pregador: “Bem, talvez ela seja do tamanho pelo qual voce seré capaz de prestar con-tas no dia do julgamento". Homens de Deus hé que perderam a condicSo de servirem a Deus, por que calram no mesmo pecado de Mirid @ Argo, de Core e seus seguidores (Nra 12.1-8; 16.1-35). Querem o lugar e a funco que ndo Ihes pertence. Ndo se conformam em ser liderados, em permanecer no lugar onde foram colocados e esperar no Senhor. Acham que fo-ram chamados para liderar, apenas. Muitos jé calram neste tipo de tentaco. Absalo (2 Sm 15.1,2,4); Adonias (1 Rs 1.5); 0s filhos de Zebedeu (Mt 20.20,21). Ainda outros nao se conformam em desempenhar o ministério ou servigas para o qual realmente foram voca-tionados. Sempre esto querendo mudar para fazer o tra-balho de outro irmio. € preciso ter cuidado, Pols alguns jé percorreram esse caminho e se deram muito mal. Uzias (2 Cr 26.16-21) e Diétrefes (3 Jo 9,10) ‘80 exemplos disso. Re-conhecamos também que existem diferentes dons e que cada um deve ser diligente segundo o dom que recebeu do Senhor (1.Co 12.12-30; Rm 12.3-8). ‘Sugestdes para vencer este tipo de tentago 2) Duas perguntas o homem de Deus precisa fazer a si mesmo: ey Curso tine de Formacto Tookigca ~ Mecto serap A prepoténcia de lideranca de grandes igrejas também esté relacionada com o clericalismo, pols basta examinar a historia da igreja Crist& para verificar que esta foi umia das formas de surgimento do bispado e, mais tarde, do papado. : Toda e qualquer distorcéo da forma neotestamentéria do culto, doutrina ou ministério causa tristeza a0 Espirito Santo e pode impedir sua aco. A POLITICA E AS SOCIEDADES SECRETAS © ministro nfo necessita viver alheio aos aconteci-mentos politicos de seu pais. Pelo contrério, como cidadao, 0 pastor precisa conhecer a linha de pensamento ideoldgico dos partidos politicos para poder orientar seu povo. ‘Todavia, como ministro de Deus, 0 pastor sabe que a origem dos graves problemas econdmicos e sociais de sua patria ndo estd na forma de regime politico, mas na desobediéncia dos homens aos preceitos de Deus. Sabe também que a solucdo, ao contrério do que propala a Teologia da Libertacfo, no esté na instalacgo Imediata do Reino de Deus na Terra, como forma de governo, mas no arrependimento e na aceitacfo de Jesus Cristo como Salvador e Senhor. Pelo exposto acima, 0 pastor no deve atrelar-se a pollticos nem a partidos, e, muito menos a Igreja. A Independéncia do pastor e da igreja da politica evitard constrangimentos, quando houver derrotes e ataques de adversérios. Isso pode denegrir a vida da igrejae macular a sua Imagem diante da sociedade (Jo 15.19; At 2.40; 27m 2.4), Nao se pode nem pensar num verdadeiro ministro de Deus pertencendo a sociedades secretas. Ao homem. que fol chamado por Deus para exercer o ministério pastoral no € permitido comprometer-se com outros senhores, sociedades e filosofias. Qualquer associacao espuria ou subserviéncia a doutrinas, filosofias ou ritos de origem pag, deixard duvidas sobre a legitimidade da chamada divina do pastor que a isso se sujeita. ETICA MINISTERIAL Etica € a ciéncia dos deveres do homem; uma ciéncia que ensina como proceder na sociedade. A ética vem a ser, pols, um cédigo de regras ou principios morais que regem a conduta, considerando as ag6es dos homens com referéncia & sua justiga ou injustica, tendéncia ao bem ou 20 mal. Tomada como disciplina de ordem puramente huma-na, a ETICA é um ramo da Filosofia, porque examina e investiga uma parte da experiéncla humana, a que concerne & vontade responsavel e & conduta moral. Atualmente, quase todas as profissées seculares dispem de um cédigo de ética profissional, com vistas a orientar 0 comportamento de seus associados. Que diremos do Ministério Evangélico? que diremos das santas normas reveladas nas Escrituras e fundamentadas no carater santo do Senhor? i O ministro de Deus tem de "orientar" sua vida de tal modo que "no se torne causa de tropeco nem para judeus, nem para gentios, nem tampouco para a Igreja de Deus" (1 Co 10.32) Portanto, o ministro do Evangelho no pode fugir & ética, sob pena de cometer falhas irrepardvels, que, acumuladas ao longo dos anos, podem comprometer seriamente seu ministério. Nao temos a pretensio de estabelecer principios ou normas prOprias ou meramente humanas, antes nosso alvo & mostrar o que diz a Biblia, com o objetivo de ajudar nos-sos futuros ministros. APARENCIA PESSOAL ‘Na Velha Aliainca os sacerdotes vestiam-se com pompa, inclusive com roupas especiais, de acordo com o dia de festa (Lv 8.7-13). Era uma exigéncia divina. Embora no Novo Testamento no haja qualquer referéncia ao traje do ministro, temios certeza de que o zelo de Deus concernente a seus servos determina que os ministros se trajem com decéncia, elegancia e discricgo. © ministro tem 0 dever de apresentar-se bem vestido em todas as ocasiGes, a fim de evitar se expor a0 " ridiculo, 0 uso de cores extravagantes e roupas completamente fora de moda no é adequado ao ministro. GeeUBE ~ "Estou no lugar onde Deus quer?" = "Estau exercendo 0 ministério de Deus como Ele quer?" : Caso estas respostas sejam positivas, agradeca a Deus e prossiga para 0 alvo. Caso sejam negativas, coloque- se a disposigao do Senhor e espere nele. b) Faca seu trabalho sem se preocupar com o que ou tros esto fazendo. A troca de experiéncia ¢ valida, quando ¢ feita com humildade e sinceridade, pare gléria de Deus. c) Lembre-se de que citime e inveja s8o pecados, e que o ressentimento eo inconformismo podem prejudicar inteiramente sua vida espiritual (Hb 12.14,15). d) O espirito de rivalidade s6 prejudica a igreja e seu proprio ministério. e) Agradeca constantemente a Deus pelo que Ele esta fazendo em sua obra. No murmure (Mt 3.11; 1 Co 15.3). TENTAGOES DO PULPITO No pillpito esté a grande forca da igreja, pois é dele que o ministro prega e ensina a Palavra de Deus, com 0 objetivo de aperfeicoar os santos e salvar os perdidos. Quaiquer distoreSo ou enfraquecimento desse objetivo é uma derrota para a igreja, e 0 Diabo sabe disso; portanto, é importante que o pastor tenha cuidado com 0 piilpito e no pulpito. As tentacdes mais comuns que sofre o ministro em relacdo ao puilpito sdo: a) A auto-exaltacSo. O ministro ¢ tentado a achar-se um grande pregador ou ensinador. Certo pastor descia do pulpito, depois de pregar, e um irméo Ihe disse: - "O senhor pregou maravilhosamente". O pastor respondeu: "O Diabo também me disse isso, 14 no pulpito". Tenha cuida do com a auto-exaltagao (Rm 12.16; Pv 13.10; 16.18; 1 Pe 5.5). b) Confianca em sua capacidade. O ministro passa a depender muito de sua capacidade, habil eloquéncia, a0 invés de depender do Espirito Santo (Jo 3.27; 15.5; 16.7-11; 2 Co 3.5; At 4.33). ) Pregar a Palavra de Deus sem que ela seja uma rea lidade em sua propria vida (2 Ts 3. Tm 4,12; Tt 2.7; Tg 2.12). d) Mentir ou exagerar quando esté contando uma ilustrac3o ou estéria (Ef 4.25; Pv 12.19). e) Falar aquilo que as pessoas querem ouvir ao invés de obedecer ao Espirito Santo (At 4.20). f) Manipular os seus ouvintes com estérias e ilustra Ses emocionantes. ) Usar 0 pilpito como martelo, para descarregar suas frustragdes e nervosismos. h) Relaxar na prepara¢o da mensagem da Palavra por preguica, e desculpar-se de que o Espirito dé a mensagem (At 17.11; Rm 15.4; 17m 4.13-15; $11.2). lidade e CLERICALISMO OU SACERDOTALISMO Parece alguma coisa nova ou sem grande importancia, porém, jé se nota no seio da igreja a penetracdo desta cunha maligna. 4 O desvio da igreja primitiva deveu-se & institucionalizacéo. € essa institucionalizac8o deu-se em trés niveis interdependentes: 0 culto, 2 doutrina e a organizacéo. Com o intuito de “preservar” a "estabilidade” e 2 continuidade da igreja, alguns "Iideres" do terceiro século substituiram a liberdade do Espirito por formas rigidas e institucionalizadas nos trés niveis. ‘Atualmente, o maior perigo se relaciona com o clericalismo ou a organizac3o ministerial que surge quando 0 ministros se tornam uma classe separada do corpo e passam a dominé-lo com suas leis, regulamentos € exigéncias. Ou ainda, quando passam a impor a consagracio de seus filhos e parentes ao ministério, mesmo {que estes sejam inexperientes ou sem vocacdo. A tendéncia é a formagBo de uma casta sacerdotal. E fundamental que se entenda que ndo se encontra em todo 0 Novo Testamento qualquer norma ou regulamento sobre o culto e a organizac3o da igreja e do ministério, Nem tampouco o Senhor Jesus deixou expressa qualquer ordem nesse sentido. Donde se conclui que o culto deve ser dentro da liberdade do Espirito, preservando-se a ordem e a decéncia (funco do ministério). A doutrina esté toda revelada na * Palavra de Deus. E os ministros devem servir, cada um na vocacSo com que foi chamado e segundo o dom que 0 Senhor ihe deu. Nunca passou na mente do Senhor que eles deveriam se constituir em casta ou em clero organizado.

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