You are on page 1of 31
APRESENTACAO Lettura e Producdo de Textos Técnicos e-Académicos cow pe Ouveins Rasen Prior do Dpmamanis te Linn te PCS Merit Cie dow Serio te Sqr £3850 ™ um de seu famos0s escritos, o grande escritor argentino Jorge Luis Borges! nos lembra que o livro & como o riv'de Heréclito: um curso. ‘luido, tio difereinte de si mesmio 3 cada momento quanto nés mes ‘os, que, 2 cad ver que adentramoa, somos outros. Esta ¢ a imagem que,me ocorxe, a0 perceber que foda esta colegio dompe um 38 livre, em’ que cada volume fi 4 como'um capitulo. E talves por apr veitar a0 réximo este tardter luido dos livros, constitui um verdadeiro curse. No 36 porque suiasguas levam a bons destinos, mas também porque, Volume apés volum, leitor ‘eri cursado um eficiente programa de leitura'eprodhigdo de ienos, fundamental para © seu bom desenipenho na escola, na tniversidade ot mesmo na empresa ‘Mas assiia como nao é preciso estar na nascente ou na foz para estar’legitimamente dentro do ri, nao & preciso “comesar do comiégo” a leipurdeste livso-clesio para aprender — « muito— ¢om ele. Em qualquer dés ponios, podemos not banbar neste jurso, bebet suas Sguat; nels navegar: E 0 que € melhor: também podemos cursi- Jo sem qualquer matrcul Ehwretanto, oinierese e a originalidae desta cSlegto vo muita @ém. Os livros so claramente diditicos, em seus propésitos, na metodologia de ensnio/aprendizagem com que trabalism, nos conteddos que abordam, nis recomendagdes 20 professor que 05 utilizar! Mas nao ido escolares, tampouco S20 “livros didéticos”; nao. foram - 1 Bono, Jorge lls. “0 Lio" tac. Cn ity pes, 2. wi Brasi, dda Universidade de Brats, 1987. (nerd 19) ° : RESO 9) ppensados para 2 disciplina Tal, do curso Tal Outro, em uma série determinada. i podem até ser muito bem aproveitados por aqueles que’ja nio estio na escola, mas continuam empenhsdos em aprendee E ai nos deparamos com-outra originalidade: cada pequeno volume é também uma oficina; ou seja, um conjunto de prisicas, organizadas nio para “transmitr informa ses sobre algo",-mas para'ensinar a fazer esse algo: E neste caso, nada é mais adeqiado. Afinal, ler ¢ esceever slo duts priticas, estreitanjente articuladas entre si Ea melhor forma de ensinat/ aprender uma prética é... prarizar. Assim, o leitor dessa colegdo séré, mais que leitor ow aluno, um prascance, interessado em aperfeigoar-se ‘mum artesanato que, eri maior ou menor grau, jé the ¢ faniliar, \Como se faz leitura 20 mesmo tempo compreensiva ¢ critica de-um téxto? No caso da escola ¢ da universidade, como se produz adequadamente um resumo, uma résenha, um artigo, um relatério, um. ‘ensaio? Cada “capitulo” desta coles36 respondé ‘com empenko a esse tipo de perguntas, no ambito especifico do género do discurso 4 que & consagrado, E responde também de uma forma original: ndo formula, pro“ Prlamente, ums resposts;ensina uma forma de fazer. Assim, nfo dé ima receitainica, ‘mesmo que siborosa; ates, abre ao praticante todas as outras possibilidades que’o “seu proprio jeito de fazer” for capaz de revelat, tio logo se apropriedo know-how. . Para ajudar 0 pratcante a cheger %, as autores, em cada' volume, se valem de stratégias especificas. Passo a pasto, ele é habilmente conduzido a0 seu destino final. Se o que est em questio € o resumo, por exemplo, oconliecimento inmitivo que 0 leitor ja tem do assunto é imediatamente mébilizadlo: Afi, o\que é tm bom résumo? Todos temos slgumas idéias disperses a respeitd, E lembré-las com precisfo ¢ meio caminho endado, Em relasio a que objetvas tm risumo pode ser contideride, bom? ® enth (re)desenbrimos que sempre excrevemos com um prupésito definido, mesino quando ro nos'damds conta disso. E saber qie propésito & esse orienta o trabalho, Com que crittrios podemos’avali-los? Sim, dizer se 0 texto produzide é bom ou do implica em, estabelecer critérios, distinguir os mais relevantes. Nao é, portanto, uma questio de gosto, mas sim de entender claramenteo que esti em jogo na éscrica ‘ue se pratica. ; ‘Com base nesse conhecimento prévio devidamente organizado, cada volume exercita ‘com o sex letor/praticante as sitagdes e condigSes em que a escrita de textos dese ‘YO"_ANNA RACHEL MACHADO | ELIANE LOUSADA | LILA SANTOS ABREU-TAROELLI igfnero se di, uma vez que clas set as responsiveis por tudo 0 que aquele texto, lido ou redigido, tem de particular, de snico, £36 eatio 0s conceitos envolvidos, ou sea, a metalinguagem técnica Sempre pretisa « atualizada,‘comega‘a ser ensinada, Ainda assim, apenas iia medida do necessério pa organizar um quadro eficar de informagier sobre, constuindo com 0 Ietor un saber te6tico jf orientado para a pritica de Jeiarae\produeo de fextos em que, a esta altura, ele jf esta envolvido. q Em seguida, o leitor€ instigado, por meio de movasatividades, a perguntar-se sobre as ctapas de producto, as estratégias discursivas, os recuisos ¢ os mecanismos de construgio do texto que esto inplicados num bom resumo (ou resenha, artigo et.) Novamente; 0 oonheciriento intuitive’ qué 6 leitor ja tein € chamado a artcular-se com 0 que as téorias do discurso-e do texto jé podem dizer de dil a respeito. E mais tuma vez 0 leitor pratica¢ organiza o sabér necessério ao fazer, “Assim, de volume ém volume, de género em género, o'leitor pratica’o que Ié, € ‘rende porque nio 86 pratica, mas reflete sobre o que pratica A° final do percurso, dominaré o essencial dos géneros que praticbu. E entio estaré pronto para enssiar smodos proprios de escrevé-os, riculando o que jé aprendew com as ligdes que cada situagdo nova sempre nos dé, . ‘Que mais podertamos pretender, de uma colesio que se chama Leitura.e Produpio de Textos Thenieos « Académicor? RESUMO® 14 Introdugdo ‘omos tiovidas a tniciar colegio “Leiara ¢ Produsdo de Textos Tee nicos ¢ Académizos" pela constatapao das crescentes dificuldades que 08 alunos dos cursos de graduagio e até mesmo de mestiado ¢ de doutora- do encontram, quando se defrontam-com a nevessidade de pioduzic textos pertencentes a géneros da esferatipicamente escolar e/ou cienifica. Este'é 9 ‘caso, por exemplo, da produgio ide resumos escolares, de resenhas criticas, de rela- tbrios, de projetos de pesquisa e artigos ciemtficos; denire outros.” ‘As causas dessasdificuldades sio indmeras, mas queremos aporitar aqui dela, ue nos parece poder ser enfrentada, qui ¢a falta de ensino sistem desses _gineros que sejaorientado por um material didétice adequado. Freqientemente, os ‘alunos slo cobrados por aquilo que nunca Ihes é ensinado, teido de aprender por conta propria, inmutivamenge, com muito esforso. : - [Na nisioria das vezes, subsite a crenca de que-ha ima “capacidade” geral para a eserita, que, se bem desenvolvida, nos permiiriaproduizir de forma adequada textos de qualquer espécie, Outras vezes, acrecita-se que 0 mero ensino da organizagao global ‘mais comum do género seja suficiente para que 0 aluno chegue a um bom texto. Entretanto, as redentes pesquisa da drea mostram-nos que no é bem assim. Mesma 10 melhor dos escrtores de ficgdo pode ficar paralsado diante da necessidade de ter cde escéever umn artigo cientifico'para uma revista especalizada em determinada rea das cidncias humanas, por exemplo, Corre até 0 risco de ver 0 seu texto rejeitado por. ‘iio atender as normass que vigoram nesia comunidade cientifical Por outro lado, organizar globalmente um texto em sua forma candnica & apends um dos procedi- ‘mentos necessérios para chegar a uma produglo adequada. A complexidade caracte~ Xstica dos géneros exige o desenvolvimento de muitas outras capacidades. ‘Assim, & com o objetivo de suprie a falta de maria didétco para a produsio desses ‘Béneros utilizados na escola ¢ no imeio universitirio que essa colegio foi coneebida. * Ela se inicia com o material referente& produgio do que chamamos de resumo escolar, que, como o nome diz, & produsido com fins excolarese que apresenta caracteristicas RESUMO 13 semelhantes as de outros resumos produzidos em outras esferas, mas que também guarda suas diferengas, como veremos no decorrer das atividades propostas. Ao escolher esse género para iniciar a colegio, assumimos qi ele é um dos mais ‘importantes nas atividades excolares e académicas, sendo pedido epistantemente pelos professores aos alunos das mais diferentes discplinas. Assiinimos também que 3s capacidades necessitias para a produgio dessé género sio também incispensiveis para outros géneros académicos,tais como a resenba, of artigos, os relatérios et, que serio abotdados posteriormente. ‘As dtividades foram preparacis com base nas mais recentes pesquisa sobre o ensino- aprendizagem de produgio de textos e sobre as caractersticas do género ett foco. ‘Com isso, conseguimos abranger grande parte dos. procedimentos envolvidos na Produgio de resumos escolares, desde a claificagio inicial de seu contexto'de pro- ducio, até a sua avaliagio ¢ revisio final. Em cada seslo, apresentamos os objetivos a serem atingidos, 2 atividades a sere desenvolvidas pelos alunos e sugestBes de atividades para’ continuidade ¢/ou aprofundamento das questdes trabalhadas. No final do livro, fornecemos as respostas das atividades. Algumas delas devem ser vistas corfio uma possivel alternativa,fican- do a cargo do professor avaliar a pertinéntia de outras que possam surgirino decorret ‘das discussbes, Fechando-o volume, apresentamos uma pequena bibliografa especia- lizada sobre 0 género en questio, como sugestio de aprofundamento tedrico do estado Wdesenvolvido. Acreditamos que as atividades propostas podem contéibuir para o trabalho do pro- fessor’e ajudar o shuno a'conhecer methor o, género resumo escolar e a produzi-lo adequadamente. Entretanto, nfo julgamos que’ sejam milagrosase suficientes. Com base no desenvolvimento individual de cada aluno e nas discussées em sala de aula, alunos eprofesacice podem — < devem — criar outta uividades semethantes, para que essa aprendizagem se corsolde ¢ se amplie. ‘Anova Racin, MACHADO xiang Gouvta Lousapa Lita Sanros Asned-TaRpextt 14 ANNA RACHEL MACHADO | ELIANE LOUSADA | LILIA SANTOS ABREU-TARDELLI O género resumo escolar/académico PARA COMECAR A CONVERSA... objetivo maior deste material é ajudé-lo a produaic esumos escola- 1es/académicos que possam ser considerados bons pelos seus profes- sores. Para isso, vamos iniciar discutindo algumas ideias que voce tem sobre esse tipo de resumo, Soe (aT artigo 4 cultura de paz de * Leonardo Boff. Mesmo. sem ainda ter lido 0. texto men- cionada, assinale o resumo que acredita ser.o melhot re- sumo. escolar/académico. Ele diz que a cultura dominance se caracerza ela vortade de domi 80. da natureza'¢ do outro, € pos- shel superar a violencia? Freud diz ue € imposstel controlar o ininto de more. Boff diz que a evolugto : humana sempre estve regida pela violéncia. Em. segundo lugar, a cule tur patrarcalinstalou a, démina- ‘0 da mulher pelo homem « que a Vogica de nossa cultura é a compee tigdo, Veja, por exemplo, © ndime- 10 de atos de violéncia contra’ a mulher em Sio Paulo. Precisamos fopor a cultura da paz a cultura da violénci, Onde buscar as ingprasies esol rs nee 8/ ‘igen piace vo Doral do Br, 8 de feria de 200, p 9, 7 RESUMO “Is Para.a cultura da paz? Somos séres sociais e cooperativos, temos capa- RESUMO 19 Fras) em seo 6) noe. nro 0238 ‘dca ego He suas especies: 0 ch aoe ee Se Sou one GIR Btn obras contra, (Gos arias msn Fat a ae de Mad dos vrs de pee nega ‘Wis USA Mato, a ESTADO BODE, RADUTAO waa | Renscengs dow gan aangon DUPONT Sho PLA: ANDAR 30, 2A}, aN RACHEL MACiADO | ELANELOUSADA | MUA SANTOS ABREU TAROELL "OUNADES ALP, MUSTRADA, 24 DE DERNBHO E2008 A Beta ds Bode Man a sosese pee nebuloso na wih policy Republicy Dominicana. Durance, 30 ays 1930-196, 3 populace {epi sven sob sania do dlickbor Rate Fits Molin, Os desmands bo goer e3 queda do opin spe ses asfasniuto sertem pars 9 cathe ‘amo. consist cenries' © personagens fants. ere Ferd oa precio hbeorica, Qu conde a hstora "Urania Cabal que ola pta Santo. Domingo de Gwin, capital dosinies: depois de 30 anos de ann sla para rencontear 9 poi = um eraenador a Tele De ponte. sb esti de voles a pasa Maton nou ETE MOF Hig Meals OOO gaat Reset: WMEoEE 8 ag ~ bvecine A oben OS EINE AI, = BKiticag Cawaris, y «Alecia EEDA Ob Abeeciag ~ Dwne S068 8 open RESUMO. 21 serie ing e proda- 2. Preencha a tabela, identificando as caracteristicas da sio dos textos 2, 3, 4, 5 ¢ 6, conforme o exempla, CONCLUINDO... “Anes de ler, resumir ou produzir qualquer texto, precisamos ter consciéncia de que 3. Qual 2 diferenga entre o objetivo dos textos denominados de remmo dos - demais? 4. Preeitcha © quarto, indicando algumas das céracteristicas da situaglo.de produgio ‘de um ‘resumo escolar/académica. “Ase [Aor do rerun. Objeivo do aun do remo, 2E ANA RACHEL MACHiDO | EUAN LOUSABA | LUA SANTO ABREL-TARDEL rar oa inal ORS wal 4 a anecpago do condo do reco pode fctar alias > 7 angie sa [Jona ; ra 7 todo texto & escrito tendo em visti unn-leiio poeencial do nce ina | 3 Fig : ramen feh. SAN * 9 texto € deterninado pela boca local em que foi exerts Ea ies et | it Pee Ee todo texo possui um autor gue teve um objetivo para a ésrita daquele texto; oor en de'| ue comena % ry fee : border : i corre _ ives 7 0 temo & produzido endo em vista o'veiulo em que ik ical Tei eon | Mews Awa Wes a [Revista ‘veicalos onde | seve da Ne. sD by 0 | Ba. Ghee fe A Seen Ae: aay [ete [a Peed IA x IRE PARA CONTINUAR: A CONVERSA.... Font de eacer |. slhecrggn Rijggae |” : : rotise |Fa poate Resets] Além dos géneros que vimos nesta sgio, emi cutros glneroé de textos podemos “ Ia Sch encontrar informagées resumidas? Procure exemplos desses génetos e snalise-os para Olja do | Darwin] Set lae we sue sr do tee | mage ee pone be “Zampreender o contexto de produgio dos texto. testes 5” Da yon Moms bevel feagiet’ | Petvins : convener © |; ceniin’s “I somwe a embed a ere. eeu Eee 2 peseuise 5 RESUMO 23 de resumos = PARA, COMEGAR A CONVERSA... sta segdo, vamios trabalhar com umdos pracessos ments essenciais para a produgio de resumos, 0 processo de sumarizago, que sempre ‘corte durante'a leitura, mesmo quando no produzimos tin resuimo: oral ou escrito. Esse processo niio é ala guis-se por uma certa Logica, que Buscaremos idéntficar nas atividades que seguem abaixo, Veja 05 exemplos. 4 No supermercads, Paulo encontroa Margarida, qué ésiave tisando um lindo vestido ” azul de bolinkas amarelas. 7 : ‘Stumarizagio: Paulo. encontrou Margarida, Informagies excluidas: circunstincias que envolvemn o fato (no supermercado), -qualficagSes/descrigSes de personagens (que estava usando um lindo vestido de -bolinhas amarelas. Voed deve fer as exvidades, pois, do coneiris, ndo.vai aprender ¢ 3 trat now baie. Sumarizagto: Vocd deve fazer as atividades. Informagbes excluidas; justficativas para uima afirmagio |. Sumarize os perfodos abaizo, quando possivel. A medida que for fazendo cada exemplo, assinale no’quadro 6 procedimento que voed utilizou, pie- ‘enchendo os paréatesis conr as letras. dos periodos ‘correspondentes. RESUMO 25 2. Resuma os petiodos abaixo 20 mfnima, pensando que o seu destinatirio é ‘0 seu professor e que ele vai avaliar a sua compreensio das idéias globais desses treclios. Use os procedimentos de sumatizagio jf estudados. (a) Apagamento de conteiidos facilmente inferiveis a parti de nosso conheci- mento de mundo. ) Apagamento de seqiiéncas de expressdes que indicam sinonimia ou explicagto ) Apagamento de exemplos. ’ ) Apagamento das justificativas de uma afirmagdo. ) Apagaments de-argunientos contra a posigio do: auyor. ) Reformulasio das informagbes, utlizando térmos mais genéricds. (ex: ho- mem, gato, cachorio > mamiferos) () Cénservagao de todas as informagies, dado que elas niio sio resumiveis. ‘a. Mariavera uma pessoa muito boa. Gostava de ajudar as pessoas” bLDiscutiremo’ a construgio de textos argumentativos, isto &, aqueles texts nos * quais o autor defende deterinado ponto de vista por meio'do'wso de argumen- tos, procurando convencer 0 leitor da sua posivio, : ‘No corra tanto com seu carto, pois, quands se corre muito, nfo & possivel ver ‘apaisagem e, além disso, 0 mimero de acidentesfatais aumenta com a velocidade. 1d, © principal suspeito do astassinato era 0 marido: era ciumento’e nfo tinha um Alibi, dado que afirma ter ficado rodando a casa para ver se « mulher se encon- ‘ava com 0 amante, €: De manha, lavou a louga, varreu a casa, trou o p6 e passou roupa. A tarde, foi so banco pagar contas, retirar tal de cheques ¢extrato e,& noite, prepazou aula, corrigiu os trabalhos ¢ elabotou a prove. £ Q'Tluminismo staca as mjustias, a intolerdncia religiosa ¢ os privilégio tipicos 0 Antigo Regime. ° "A pea de morte tem muitos arguinentos 2 seu favor, mas nada jiitifca tirar a vida-de nosso semelhante. hh, No resumo de uma natraglo, podem-se suprimir as describes de lugar, de tempo, de pessoas ou de objetos,s¢ elas nfo sic condigbes necessérias para a realizaglo, da agio. Por éxemplo, descrever um homem como ciumento pede ser relevante ¢, portanio, esta descrigdo no poderd ser suprimida,’se essa qualidade € que . dererminaré que © homem assasine sua esposa. J4 a sua desciiglo como alto © fiagro poder’ neise caso ser suprimida. 26. ANNA RACHEL MACHADO | EUANE LOUSADA | LILA SANTOS ABREU-TARDELL a)° Com 2 evolugdo pltica da humaridade, dois valores fundamentais consolidaram o ideal democrético:"a liberdade’e a igualdade, valores ue foram traduzidos como objetivos maicres dos seres humanos em todas as époces. Mas o5 avancos €:as conquistas populares em ‘iréehsa' ees. cbjesvos' Herr seripre ea’ deserOhram ce forma pacfca: Guerra, deiziuigdee ¢ enforcamenios de els ¢ monarcas, revolugdes populares e golpes de-Estado marcaram a wajetéria da humianidade em sua busca de liberdade e igualdade. (Clévis Brigagio & Gilberto M.'A. Rodrigues. 1988. Glabalzgdo @ lho ‘mt: © mundo conectado, S40, Paulo: Mederma): z b) Acultura indigena ¢ compless, como'a de qualquer outra Sociedade. Seu grande, diferencial, porém, que foge’A regra geral de todis as ourras, € a nio-existencia de desniveis econdmicas. Na: sociedade indligena no existem também ndrmas. estabelecidas ue confiram’a alguém as prerrogitivad de mandante ou lider do , nidéleo populacional. Aquele que # chamado' de cacique néo’ tem privilégios de autoridade, tem somente os de conselheifo. N3o € um ‘escolhido; € ligado, até quando posstel, a uma linhagem-lendéria. E, quando essa condigio- desaparece, passa a responder como con- selheiro da aldeia aquele que pelo nimero de apareneados aleanca ssa posico mais respeieada (..)..* ~ (0. Vilas Boas. 2000.4 ards pit mbes sobre o universal to nga. Sto Paulo: Globe. p. 25). ©) Na linguagem comum € mesmo cata, eae moral sfo sindnimos. Assn dizemast, “Aqui hs um problema dtico™ ou.“um problema ‘moral. Com isso emitimos um jutro. de valor sobre alguma prética pessoal ol social, se boa, se m& ou dunidosa Mas aprofindanda aquesto, percebeinos que ética ¢ moral no so sinonimos. A éca ¢ parce da flosfia’ Considera concepyées de Resumo 27 fundo, principios.e valéres que orientam pessoas ¢ sociedades. Uma pessoa 6 ética quando se orienta por principios ¢ convicgbes. Dize- mos, entfo, qué tem cardier € boa indole. & mioral ¢ pare da. vida cdncreta, Tata da privied eal das pessoas que se expressam por costumes, habitos ¢ valores accitos. Uma pessoa é moral quando age ‘em conformidade com os.costumes.c valores estabelecidos que po- dem ser, ventualmente, questionados pela ériga. Uma pessoa pode ser moral, (segue costumes) mas no necessariamence.dtiea (obedece 2 prineipios). (htp://wwaleonardobofl.com/’) Concwinpo.. 7 Sintatize suas éonchisdes éobre 0 processo de sumarizagio, PARA. CONTINUAR: A: CONVERSA\... 7 Selecione’ alguns periodos de. textos wilizados em seu curso ¢ sumarize a informa- ‘ges contidas em cada periodo de acordo com os procedimentos estudados. © 28 ANNA RACHEL MACHADO | EUANE LOUSADA | ULA SANTOS AeU-TARGELL ! SECAO 4 A influéncia dos objetivos na sumarizacgéo PARA COMECAR A CONVERSA... ‘omo vimos nas segées anteriores, podenios sumarizar difecentés tipos de informagdes, provenientes de fontes variadss (acontecimento, fl- ime, co, livro ef.) essa sumarizagio pode ser materializada em uma parte €& um tet ou em wm texto Telco, ém ium verdadero reson. Sad a aceatnes icone neice. rms -rentes formas, de acordo coma si- ea e ai a ce entrada da casa. 1. Leia 9 texto. ao lado: , = Veja, eu disse a voc8.que hoje era ‘um bom dia para brinear aqui —.dis- s¢ Eduardo, ~ Mamie rtnea esté em asa'na quinca fer — acrescentou. ‘Atos arbustos escondiam a entrada a casa: 05 meninos podiam comer no. jardim earemamente bern cuidado: = Eu no sabia que sua casa era tio grande — disse Marcos. — mas ea esis mais bonita ago- 1a, desde que meu pai mando re vestir com pedras essa parede'lite- ral e colocou uma lareira, ned Hava portas na frence @ atris © uma porta lateral que levava 8 gavager, que estaia vazia, exceco pelas tr biciletas com marcha guardadas al. les entrarain pela porta lateral. Eduardo explicou que ela ficava sempre aberta para suas irms mais vas’ entrarem e salem sem dificuldade. Marcos queria ver @ casa. Enelo,- Eduardo comesou a mostréla pela sala de estar, Estava rectmpineada, como © resig do. primeiro andar. “Eduardo lgoi © dom: o"baniho preseupou Marts “=.Nao se preocupe, a-casa mais proxima exdia meio quildmetro daqui = prow Eduardo, Marcos se'seitiu mais conforedvel ao observar que + enhuma casa podia ser vista em qualquer diresio além do enorme jardim, A sala de jantar, com toda a porcelana, prata ¢ cies, n> eri lugar para brincar: 0s garotos forém para a-cozinha, onde fizerarn im lanche. Eduardo disse que no tra para usar_o lavabo, porque ee Fcara dmido ¢ mofado, ia vez Gie 0° encasamento,arrebentara. — Rau ¢ onde meu pai. guards suas colegSes de selos e moedas raras — » disse Eduardo, énquanto eles divam urna olhada no escrtério. Além do escrtério, hava trés quartos no andar superior 8a casa. Eduardo mostrou a Marcos‘ dst de'sua mie cheio de roupas e o-eafre trancadacande hava j6ias. 0. quaro de suas is no ra to interes sante,exceto pela televske como Aras: Eduardo'comentou que o melhor de tudo'era que 0.banheiro do. corredor era seu, desde que um outro. ford construido ino quarte de suas mas. Nao era tio bonito como 0. “de seus ‘pais, qe estava revestida de mérmore, mas para ele tra‘amilhor cola do mundo (yradusido « adaptado dj. Pitchere & R. Anderson. “Taking Different Perspecives on_ a Sco", Journal of Pycholgy, 1977, 69, In: A, Kleiman. 1989, Testo ¢ leitor, Pontes Edivores,Campinas): °° . Agora, releia 0 texto, levantando a caracteristicas mais importantes da cxa descrita, como se voct foese passi-ae para tts diferentes deninathrios para ‘um potstvel ‘comprador,. para tim astaltante, para sew professor. 30. ANNA RACHEL MACHADO | EUANE LOUSADA | LILIA SANTOS ABREU-TARDELLI + Portanto, tendo.em vista esse destinatirio e esse objetivo, issinale a alternativa PARA Um POssivEL COMPRADOR DA CASA PARA UM ASSALTANTE | PARA SEU PROFESSOR 5 Compare as inforinasdes seleionadan pare cadn destinatsio com. as: de tum colega ¢ discuta 0 porqué a seleclo felts.” Conciunpo. ‘Sumarizamos dé forma diferente, conforine o tipo de destinatério, de acordo com ‘que julgamos que ele deve conhecer sobre 0 objeta sumarizado e de-acordo com ‘que julgamos ser 0 objetivo desse destinatirio, NNo eaio do resumo escolar/aeadémica, quem € o destnatiria do texto? Qual. o objetivo desse leitor-destinatéri6? a ae (: )6 leor jf conheceo tx e, por io, no € neces dar informagies centrais do texto ( Yo leitorjé conhece o texto, mas & ngcessério dar as informacfics centrais para ‘que ele possa avaliar « sua compreensio global do texto. RESUMO 34 PARA CONTINUAR A CONVERSA.:. + secdo 5] Procure, exh jomals ¢ revista destinados a piblics diferentes uma critica sobre urn mesmo filme ou um resumo de um mesmo liv, ¢ verifique se a informagio sele- Glonada & de alguma forma, diferente. Analise os textos tendo-em. vista os destina- trios de cada revise EB PARA COMECAR A CONVERSA... esta seco, comegaremes a enfocar as diferentes fases de produgdo do resumo escolar/académico de um texto especfico, comegando por ‘uma leturae ui esmido detalhado do texto para depois chegar a seu ‘estima. Para isso, vamos tomar 0 texto que servin de base para os resumos apresentados na Seg3o I: 1. Passe of olhos pelo texto, al" | Se 2 igi de say: Aes dominant, ne mur sircalagho jllzads, se estrutura ao redor ©)0 autor; + da vontade de poder-que se traduz a data de publicagios or vontade de dominaglo da nar ‘e) 0 tema; tureza, do outro, dos poves e dos wee mercados. fata 6 x logica dos. die noséauros ue criou a cultura do : rmedo eda guera. Praikamente emi ae : odos 0: pates as festas pdcionais e "PRI seus persis sto ligados a fetos de uerra‘e de vilércia. Os meios de comunicagio levem a0 parosismo & E magnificagdo, de todo’ tipo de vio- : : lencia, bem simbolizado nos filmes de Schwarzenegger como 0 “cer minador, do: Fueuro”. Nessa culsira [ANNA RACHEL MACHADO | ELANE LOUSADA | LILIA SANTOS ABREU-TARDELLL : RESUMO 38: «6. miliary 6’ bangueiro € 0 especulador valem mais do que, poeta, o Fiduofe eo santo, Nos processos de social formal ¢ informal, ela ‘nfo cria mediagBes para'uma cultura da paz. E sempre de novo fa susctar a pergunéa que, de forma, dramatica, Einstein colocou a Freud ios idos de. 1932: & possvelsuperar ou controlar a violéncia? Freud, veatsticamente, responder “E impossivel aos homens controlar totalmente ‘9 instinto de. morte... Esfaimados pensamos. no mojpho, que eo lenta- Thente méi que podeviamos morrer de fome antes de receber‘a farina” Sem detalhar a queitto, difamos que por demrés da violéncia fun- dona poderosa estrtuas. A primeira delas € 0 c20s sempre pre- sente no processo cosmogtnico. Viemtos de uma’ jmensa éplosio, © big, tong Ea eolycdo compora voléncia em todas, as suas feses, Sdo conhe = eidas crea de’ grandes dizimagties em, massa,-ocorridas ha rilhdes de hos atris, Na ckima, hé corca de 68 mlhées de anos, pereceram todox oe dinowsauros apés,reinarem, soberanos, 133 mites de angs. A expan: ‘to. da universo possi também o significado de ordenar 0 caos através dle ordéns cada vez mais comples e, por isso tamer, mais harmbnicas fe menos violentas, Pssivelmente a prépriaineligencia nos foi dada'para pormos limites a yoléncia confercie om sentido consrutvo, Em sepurto ligar, somes hefdsros dx culeurapatiareal que insta fou 2 dominagaa do Komen sobre a miher & crow ad insituigBes do paviarcado asseniadis sobre mecanismos de violencia, como 0 Esta: doar dlactes; 0 projero da tecno-citnca, 6s procestos de produclo como Sbjetvagio da natureza ¢ soa sistemética depredacto. cm tercero lugar, ca eultura patiareal gestou a guerra como; forma de tesolugao dos conflitos. Sobre esta asta base se formou a cultura do capa hoje globalized, su logis ¢2 compaifio nfon cooperario, por bio, gra gueras econdmicas epolticas e com iso desigualdades, Fajusiasevolncas. Todas estas foras se arsiculan exrralmente pra ‘consolidar a cultura da violéncia que nos desumaniza a todos. ‘A exsa cultura da violéncia hd que se opor a cultura da paz. Hoje ila € imperativa: imperativa, porque as foreas de destruigio,esifo ameasande, por todas as partes, 0 pacto social minimo sem 0, qual regredimos a 3A ANNARACHEL MACHADO | ELIANE LOUSADA | LILIA SANTOS ABREU-TARDELLL rises de harbarie, € imperasiva porque 0 potenial destitv jd monta- do pode ameagar toda a biosfera e impossibiltar & continuidade do projet huano, Ol limitaimos avilnciae fazemos prevalecer © projeto da paz ou conheceremos, no limite,'o. destino dos dincssaurs. ‘Onde’ buscar as inspiragSes para a cultura da paz? Mais que impe- rativos voluntaristicos; € © préprio process® antropogtnico a nos fornecer indicagées objetivas e seguras. A.singularidade do 1% de carga "genética que nos separa dos primatas supetiores reside no favo de-qué fds, 8 dstingdo dees, somos seres sociais e cooperitvos. Ao lado de estrucuras de agressividade, semos capacidadés de afetivdade, com-pai- ado, solidariedade e aniorizasAo. Hoje 6 urgente que desentranhemos tai forgas para conferic rumo. mais. benfazejo & histBria. Toda protelagao € E10 se" Hiumano €o nies Ser-

You might also like