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raya (so) PERSPECTIVAS DA APOLOGETICA Vaca oe CONTEMPO DA PASTO Bro Leal ca ed I Hl B Abiezer Apolinrio ie Femrag eae a José Gongalves Cem every Antonio Gilberto Pca Teaatt George Wood, lider do Comité | peers Mundial das Assembléias de Deus, analisa pentecostalismo em nossos dias vista 2: Pr. Carlos Roberto Silva Weenie ene te eee ¢ confuso par: Dever apresenta-o com clar tividade, explicando a x cada livro, levando-nos ao mento do amor € do poder de Deus atraves de suas promessas para a vida ipovo. Ao longo das taremos promessas e mais promessas feitas por Deus ¢ cumpridas no Novo Testae > na encarnacao de SU Oe) 0800 21 7373 se eta ic aca eae Carta da CPAD contemporanea Estima-se que hf no mundo hoje cerca de 3 mil seitas com dezenas de milliies deadeptos, eas religides de alcance mundial que vio de encontro.fé crista, como narcam bilhies de pessoas ent todo o planeta. Entretanto, como se no bastassemt esses dados, o mundo ocidental ainda est sendo bonebariieado por {filosofias e principios liberais que tentam varrer os princtpios judaico-cristaos do ocidente. Em uma época assim, de relativismo e emergencia de movimentos anti-cristaos, o tema apologética torna-se premente Por tsso, a atual edigao de Manual do Obreiro traz 0 tema apologética em destaque. A segiio Teméticos apresenta artigos dos pastores Esequias Soares, unt dos maiores nomes da apologética crist# exangélica no pais, sobre as Perspectivas da Apologética Crista Contemporanea; César Moisés Carvalho, acerca da Relevancia da Apologgtica no Século 21; e Silas Daniel, que aborda os perigos de se confunutir os pressupostos socialistas com cristianismo biblico, Na segiio Teolégicos, Obreiro traz artigos dos pastores Abiezer Apolinatrio, sobre O pertil ético do obreiro a luz dos exemplos biblions, e Mauricio Capelari, | sobre A f6 que agrada, onde destaoa as diferencas entre a fé ndo-biblica ea fé biblica; e um artigo do jovem teblogo e obreiro capixaba Kenner Roger Cazatto acerca da poiménica, ou seja, a responsabitidade pastoral da Igreja diante do mundo, tema ndo tao abordado em nossos dias. Destague também para as entrevistados desta edicao, os pastores George Wood, superintendente geral das Assembléins de Deus nos Estados Unidos edo Comité Mundial das ADs, eleito em maio durante 0 5° Congresso Mundial das ADs, realizado em Lisboa, Portugal; e Carlos Roberto Siloa, da AD em Cubatio (SP), que discorre sobre apologética crista hoje. Inorementando ainda mais a temética apologética desta edigao, 0 pastor Antonio Mesquita segue com a segunda parte do Curso: Pés-modernidade, amudanga dos tempos e das leis, onde analisa importantes assuntos como os efeitos da globalizacao na saciedade mundial, o cunprimento das profecias biblicas acerca do final dos tempos, os novos conceitos de polttica social e as tecnologias de ruptura. Que esia edigto seja um instrumento de edificagao e fortalecimento do sew ministério! o islamisn: Obreiro ee Editor-chefe oo ee puree ees ey Teoldgico J O PERFIL ETICO DO OBREIRO Abiezer Apolindrio A Teologia Biblica mostra que pequenas atitudes éticas podem produzir efeitos surpreendentes Tematica EJ) PERSPECTIVAS DA APOLOGETICA CRISTA. CONTEMPORANEA Esequias Soares O que é apologética crista e quais seus principais desafios hoje Hi] A FE QUE AGRADA A DEUS Mauricio Capelari O que ée 0 que nao 6 fé a luz das Sagradas Escrituras Hj POIMEMICA: A VIDA PASTORAL DA IGREJA Kenner Roger Cazotto Cuidar do mundo é dever de todos 0s representantes de Cristo na Terra (A RELEVANCIA DA APOLOGETICA NO SECULO 21 César Moisés Carvalho Saber defender a fé na pos-modernidade é uma questao de comunicagao GO sOcIALISMO E BIBLICO? Silas Daniel A Biblia nao apéia o socialismo, nem um capitalismo anti-ético e selvagem L Obreiro [ESCOLA BIBLICA Antonio Gilberto Saiba como preparar e organizar uma Escola Biblica anual em sua igreja AIGREJA CONTEMPORANEA E SUAS OBRIGACOES LEGAIS Antonio Lorenzetti Conhega as responsabilidades da igreja diante das questdes relativas ao meio ambiente, ao Estatuto da Cidade e a drea tributaria WTENHO UM CHAMADO MISSIONARIO. E AGORA, O QUE FAZER? Elizeu Garcia Martins Chamada, confirmagao da chamada, confirmagao da igreja e como deve se conduzir os candidatos a missies GJ ENTREVISTA i George Oliver Wood i Lider do Comité Mundial Y Pentecostal analisa pente- costalismo em nossos dias EI ENTREVISTA 2 Carlos Roberto Lider paulista fala sobre apologética crista curso P6s-modernidade Segunda parte I LANCAMENTOS Resenhas dos livros Obreiro MOSH 7 re 28 om fo. Dividas sobre — } As to meHors =a edtucagao de DECISOES QUE seus filhos? | OS PAIS DEVEM TOMAR Bill & Pam Farrel Esta obra é um testemunho de como 0s pais podem conseguir criar seus filhos com suicesso espiritual, mental, emocional e fisico. Se voce deseja ser um pai ou uma mae com decisdes direcionadas por Deus para ctiar sous filhos, decida hoje: ser fe, proativo, ter um plano, ‘ser Crialivo, ser aluno do seu filho e, principalmente, parceiro de Deus. HaLuuitn. 0, ue. faze, Jesus veio do céu, trazeniio do seu Pai uma programagio a ser cumprida. Ele recebeu do pai um ministério, O Pai havia determinado a Jesus trazer 0 Reino dos Céus aos homens. Fazia parte do seu ministério revelar aos homens o-amor de Deus, mostrar 2 humanidade que, embora Satands tenha mutilado os homens com o pecado, nem tudo estava perdido. Jesus Cristo veio para anuncier aos homens que Deus, o Pai, havia planejado um meio para trazer todos os homens uma reconciliaedo, para aproximarem-se Dele, reconciliados através de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O ministério de Jesus Cristo foi muito rico. Nao somente em palavras, em ensinamentos. Em alguns momentos, Ele reuniu os seus discfpulos em particular e ministrava-Ihes coisas maravilliosas, e era comtum ouvir Jesus se dirigir a uma grande multidao, porém seu ministério ndo consistia somente em palavras. O proprio Lucas, que escreveu o evangelho que leva seu nome colivro de Atos dos Apéstolos, disse que Jesus pregava, mas também fazia muitas coisas. Ele pregava, mas ele também realizava milagres; Ele anunciava a reconciliaco, o arrependimento, mas também provava que Ele € 0 Filho de Deus com poder para operar milagres no meio dos homens. Jesus sabia que deveria regressar para o seio do seu Pai, o seu lugar, entéo, na sua onisciéncia, preparou um grupo seleto para dar seguimento 0 ministério que Ele havia revelado para os homens. Ele havia iniciado a edificagio de sua Igreja. Na época, jd havia um pequeno niimero de seguido- res do Nazareno e aqueles doze escothidos teriam a responsabilidade de dar continuidade ao trabalho que Ele fundara. Embora o pequeno grupo nio sabia da responsabilidade que chegaria ao seus omtbros no futuro, Jesus esmerada- mente preparava-os, exercitande-os no trabalho seu, para que se tornassem expoentes. Como sabemos, eles pregariam ao mundo a Palavra, com uncito e poder, fazendo as mesmas obras de Jesus e até maiores do que aquelas que Ele fez, como o préprio Cristo prometera. He muito o que fazer, hd um trabalio muito extenso a ser realizado. O mundo presente est carente de mensagem ungida do Céu. Enquanto Satands estd mutilando a humanidade e procurando levar o povo a um distanciamento granie do Senkor Deus, o Esptrito Santo estd trabathando entre n6s, desper- tando 0 coragdo de caiia crente, e fazendo vocé sentir que hi uma obra a ser reatizada e Deus estd contando com voce. Aleluial Pr, Jost WaLuNGTON Brzexna DA Costa Presidente da Convencio Geral ss Assembléas de Dens 10 Brasil A TAMBEM TEM RAZ Aca Defenda sua Fé RO Sproul Uma suposi¢éo muito difundida em nossos dias € de que a fé ea rarfo So incomputiveis ou mesmo antagénicas, Mas isto nao éverda- de. A tarefa deste livro é mostrar, & deuma mancita breve e simples, as we verdades bisicas do Cristianismo e provaro quanto cle é racional em DEFENDENDO sua esséncia. F iB Se vocé deseja uma defesa ldigica e Date Megeecmucho-. | ISeeames biblica da fé, entio, iré descobric tus paginas deste livro o verdadeiro sentido para demonstréla ‘Uma visio geral da hiswria e de S fundamentos da apologetica, que Fmostram comoa razio ea pesquisa Geniilica, podem ser aliadas na defesa da existéncia de Deus ¢ da. idade da Biblia. GEORGE OLIVER Woop Pentecostalismo Dinaura BarceLtos Ie tinha 10 anos de idade quando afirmou para sua mie que queria ser pas- tor. A decisao foi tomada depois de um sonho terrivel que teve, Sonhou que Jesus havia volta- doe que ele teria sido deixado para trds por nao ter sido fiel. Filho de missiondrios americanos na China € Tibet, batizado no Espirito Santo aos 16 anos, George Oliver Wood, hoje com 66, foi eleito em agosto de 2007 0 superintendente-geral do Conceflio Geral das Assembléias de Deus nos Estados Unidos, a maior denominacao pentecostal do mundo. Advogado e doutorem Teologia pelo Seminério Teoldgico Fuller, 0 pastor Wood pastoreou varias igrejas e, antes de assumir a superintendéncia da Assembléia de Deus, foi secretdrio-geral do Concilio por 14 anos. Ele tem al- guns livros publicados, dentre eles Um Salmo en seu Coragio (publica~ do no Brasil pela CPAD), varios videos e podcasts. ot Casado hé 42 anos com Jewell, com quem tem um casal de filhos, George Wood tem dois netos e um outro a caminho. Em entrevista exclusiva, 0 lider, que foi eleito superintendente geral do Comité Mundial das Assembléias de Deus durante 0 5° Congreso Mundial das Assembiéias de Deus, realiza- do em maio, em Lisboa, Portugal, fala das suas prioridades a frente da denominagao nos Estados Uni- dos e da sua paixo em servir a0 Reino de Deus, da importancia do Congresso Mundial das Assem- bléias de Deus como promogao do relacionamento entre as ADs do mundo, aponta os desafios do pentecostalismo e encoraja os brasileiros a refletir sobre a importancia desses 100 anos de experiéncia e caminhada da As- sembléia de Deus no Brasil OBREIRO Depois de alguns anos, as Assembléias de Deus voltaram a realizar seu Congresso Mundial, que ocorreu em maio, em Lisboa, Portugal. Qual a im- portancia desse evento para a [Oerere denominacao e o pentecostalismo de forma geral? £ muito importante que nos reunamos periodicamente para promover nosso relacionamento uns com outros, regozijar naquilo que o Senhor tem feito e descobrir © que nossas igrejas nacionais es- 140 fazendo a fim de que possamos maximizar nossos esforcos para al- cangar 0 mundo com o Evangelho. Somos uma grande familia que tenta fazer a obra de Jesus debaixo do poder do Espfrito Santo. OBREIRO Quais sao os princi- pais desafios do pentecostalismo no mundo de hoje? Em primeiro lugar, alcancar este mundo para Jesus é a razao pela qual o Espirito Santo nos foi dado. Em segundo lugar, e infelizmente, 0 pentecostalismo tem sofrido ameacas de se dividir e de se separar, nao prestando atencdo devida 3 oracdo de Jesus em Joao 17, em que Ele ora por unidade. De tempos em tempos, acontecem desacordos no Corpo de Cristo com relagao a doutrinas ¢ estratégias. E importante que tenhamos um cora¢éo correto uns com outros, a fim de manter essa unidade. Por fim, outro desafio também 6 manter 0 equilfbrio entre dois perigosos extremos: entre aqueles que carregam ex- periéncias além das que esto nas Escrituras e aqueles do outro lado que nao prestam atencdo devida a obra do Espirito Santo, isto é, queso chamados de pentecostais apenas no nome. Um dos secreté- tios da Assembléia de Deus nos EUA disse hé alguns anos que © Espirito Santo é como um rio. Um rio provoca muito estragos se nao tiver margens suficientes. As margens sdo a Palavra de Deus e Espfrito Santo flui dentro dessas margens. E se 0 rio é seco, nao hé vida nem nutrigao. Existem alguns elementos no pentecos- talismo de hoje no mundo em que as experiéncias véo além do que esta escrito nas Escrituras. Transbordam, inundam e causam estragos. Por outro lado, existem outros que sao téo secos que ndo do mais um rio de béncaos. OBREIRO Quais sao as princi- pais metas do Conctlio Geral das Assembléias de Deus nos Estados Unidos para os préximos anos? Proclamar apaixonadamente Jesus como Salvador, batizador no Espfrito Santo, curador e a Sua Vinda como Rei; investir estrategicamente na proxima geracao; plantar novas igrejas; ampliar recursos na nossa comu- nhao; orar com fervor pelo favor de Deus e servi-lo com coragao puro e propésito nobre. Vérias denominacées estao caindo nos Estados Unidos e nés somos uma das poucas que nao estamos em declinio, embora nosso cresci- mento ainda nao se encontra na forma que gostarfamos que estivesse. Chegamos a conclusao de que o crescimento passa pela plantagao de novas igrejas. Temos plantado cerca de 275 a 300 novas igrejas por ano e nosso objetivo € plantar pelo menos 500. Temos 2,8 milhGes de membros nas As- sembléias de Deus nos Estados Unidos. Destes, 1,1 milhao estao abaixo da faixa dos 25 anos. Ou seja, 35% das nossas igrejas sao compostos de jovens. Queremos dirigir nossa atenco em favor de criangas e adolescentes, co légios e universidades para nao somente conservar, mas, através do evangelismo, ver este ntimero aumentar, OBREIRO Que erros doutri- ndrios espathados nos Estados Unidos preocupam a igreja norte- americana? Volto ao exemplo do rio. Temos tido um rio transbordando até as bordas, que cria a questdo da credibilidade das testemunhas de Jesus. Algumas coisas acontecem em nome do Senhor e que nao foram intencionadas pelas Es- crituras, Por outro lado, porque vivemos numa cultura racional ocidental, poderemos cair no risco de secar este rio, através da nao continuidade de focalizagaoe renova¢ao da experiéncia no Espf- rito Santo. Se eu entendo alguma coisa acerca do batismo no Espfri- to Santo, € que nossos coragdes € vidas necessitam constantemente ser incomodados pela presenga do Espirito. Se a igreja nao evan- geliza e nao ha crescimento, esté negligenciando a doutrina do ba- tismo e poder do Espirito, porque o Espirito veio para nos dar poder para evangelizar. E importante que sejamos ortodoxos na nossa “Somos uma grande famtlia que tenta fazer a obra de Jesus debaixo do poder do Espirito Santo” ENTREVISTA doutrina, mas também que tenha- ‘mos vital experiéncia. Precisamos combinar esses dois aspectos. OBREIRO Este ano é de elei- des nos Estados Unidos. O Con- cflio das Assembléias de Deus na América do Norte tem um candi- dato favorito para presidente? Nao temos candidato preferido, Alias, é contra a lei dos Estados Unidos igrejas promoverem suas preferéncias. Se o fizéssemos, perderfamos nossa isencio de impostos como organizacao sem fins lucrativos. Agora, podemos encorajar nosso povo a olhar a plataforma dos partidos e a cren- a do candidato, se apéia a vida humana, se apéia a instituicao do casamento apenas entre um ho- mem e uma mulher, se é sensfvel aos pobres ¢ desprivilegiados, se proporciona tratamento igual in- dependente de raca, cor e religiao etc. 34% das Assembléias de Deus nos Estados Unidos so compos- tas de minorias. Temos igrejas imigrantes em todo o territério nacional. Preocupamo-nos com ENTREVISTA justiga no governo e na sociedade para que os nossos direitos sejam protegidos. OBREIRO O presidente George Bush esté chegando ao final do seu mandato. Como o senhor avalia seus vito anos de governo? Nao posso falar pelas Assem- bléias de Deus. Agora, pessoal- mente, penso que nao se pode avaliar um governo de imediato Enecessario um longo tempo para enxergar os resultados das suas politicas. Lembro que, nos anos 40 e 50, o presidente Harry Salo- mon Truman teve seu mais baixo indice de popularidade na Amé- rica na época da sua presidéncia. Bu era garoto naquela época, e ele eraum presidente muitoimpopu- lar. Cerca de 20 anos depois, apés uma significante reavaliagao, ‘Truman foi considerado um dos melhores presidentes dos Estados Unidos. Gasta tempo para que 0 julgamento se evidencie. E muito cedo para dizer o veredito sobre George Bush. OBREIRO Qual é a posi Assembléias de Deus nos Estados Unidos sobre a Guerra no Irague? Nunca endossamos nem desa- provamos a Guerra no Iraque. Tentamos ficar fora deste pro- blema, da mesma forma que ndo endossamos nenhum candidato para presidente. Hé, sim, pessoas nas ADs que pensam que a posigao em favor da Guerra no Iraque 6 a melhor, e outros que a consideram um erro. Como igreja, preferimos nao optar nas questdes militares do nosso pais. OBREIRO O senhor estudou no Fuller, considerado uma dos melhores escolas de Teologia da América, apesar de ser de ten- déncia liberal. Nao é comum um pregador das Assembléias de Deus se graduar emt doutorado nesta escola. Por que a idéia de ir para o Fuller? Quando me formei em Letras, em 1960, senti uma necessidade de me matricular no Fuller. Na- quela época, nio era comum al- guém das Assembléias de Deus ir para um semindrio como 0 Fuller, mesmo porque talvez processaria todos os ensinamentos recebi- dos na escola e poderia passar a discordar de todas as posigdes teoldgicas com relagéo a doutrina do Espirito Santo. Foi uma experi- éncia tremenda. Tive professores altamente capacitados e sai de lé com a minha {6 profundamente fortificada, com meu compromis- so pentecostal mais forte. Hoje, as ADs tém varias escolas teolégicas e de doutorado na América, e se ‘os brasileiros se interessarem por alguma de nossas escolas, so bem-vindos OBREIRO Fale-nos sobre sua meta de plantar igrejas, incluindo entre grupos étnicos. As Assembléias de Deus nos Estados Unidos sao divididas em 59 distritos, sendo 12 deles de lin- guas estrangeiras. Temos também 19 assaciacdes étnicas, que nao do grandes o suficiente para com- por um distrito, mas pertencem 08 distritos geogréficos e formam um total de 47. Sao constituidos de indianos, hispanos, africanos, indios americanos, dentre outros. Eles compoem os conselhos di tritais e se retinem anualmente. O distrito brasileiro é liderado por um jovem lider, pastor Joel Freire Costa, e estd alcancando brasilei- ros e povos de lingua portuguesa na América. OBREIRO Como a Assembléia de Deus nos EUA vé a questo da imigracao? Temos oito distritos de igrejas hispanas, compostos por 2 mil igrejas, e o assunto de imigra- cdo 6 muito sensivel. Hé muitos crentes nessas igrejas ainda com a sua documentacao legal pen- dente, Nés, das Assembléias de Deus dos Estados Unidos, nao nos preocupamos com problemas politicos de pessoas legais ou nao. Imigracao é problema do Governo, nao da igreja. A respon- sabilidade da igreja ¢ perguntar se esses imigrantes sao salvos ou perdidos. Nosso papel é ministrar as pessoas, independente de sua situagao legal OBREIRO A Assembléias de Deus no Brasil é a maior do pais, com 15 milhdes de seguidores. Como vocé avalia esse cresci: mento? Tenho conhecimento sobre a histéria dos missionarios Gunnar Vingren e Daniel Berg, fundado- res da denominagio, que, pela fé, aprenderam portugués e se inte- graram a cultura em Belém, Para. £ uma historia interessante, por- que nao dispunham de nenhum recurso, a nao ser da dependéncia total do Espirito Santo, e fizeram aquilo que Deus pediu que fizes- sem. Hoje, dispomos de muito mais recursos ¢ corremos 0 risco de cair no perigo de depender menos do Espirito Santo, Temos que honrar Gunnar Vingren e Daniel Berg, e seguir seu exemplo de caminhada por fé. OBREIRO A Assembléia de Deus hoje é a mesma de ontem? Cresci na AD, tenho 66 anos de idade e percebo que temos hoje Iideras e pastores mais treinados, melhores condi¢Ses financeiras, melhores prédios em melhores localidades, nosso louvor eadora- cao tém mais entusiasmo, e foca- lizamos mais em ajudar pessoas, com ministério de compaixao, que €um componente importante no evangelismo. A igreja hoje tem recuperado sua credibilidade, pois nao fica sé apontando em diregao a0 pecado das pessoas, ‘mas mostra sua compaixao e pre- “Temos que honrar Gunnar Vingren e Daniel Berg, e seguir seu exemplo de caminhada por fé” ENTREVISTA ‘ocupacao com o aspecto fisico e emocional de individuos, através de programas de alfabetizacao, programas para maes solteiras, necessidades de pobres, desvali- dos e encarcerados. Fazendo isso, obteremos resposta para aleangar a drea espiritual dessas vidas. OBREIRO As Assembléias de Deus no Brasil vaio completar 100 anos. Qual a sua palavra aos as- sembleianos brasileiros? GW Em 100 anos, 0 Senhor construiu um alicerce forte. En- corajo a igreja brasileira da mesma forma que faco com as igrejas dos EUA. Somos da idade de Abraao e Sara, que tiveram um filho em idade avangada. Num movimento com 100 anos de idade, Deus tem muitos filhos para ser gerados através de nds. Ble quer que se- jamos gratos pelo passado, mas nao presos ao passado. Devemos aproveitar as experiéncias destes 100 anos de pentecostalismo para fazer muito mais, que € ganhar este mundo para Jesus Cristo. Obreiro POs g aie wNeO | DO OBREIRO @ OST r reer ere ester rere ee A teologia biblica mostra que pequenas atitudes éticas podem produzir efeitos surpreendentes 2 tica € ethos, no grego, e significa costume, dispo- sigao, habito. Segundo o Dicionario Aurélio, ética 6 “o estudo dos juizos de aprecia- Go referentes a conduta humana suscetivel de qualificagio do ponto de vista do bem e do mal, seja rela- tivamenteadeterminadasociedade, seja de modo absoluto”. Ou seja, a ética estuda a condutae o proceder dos seres humanos, Etica tem tudo que ver com a moral, uma vez que 6a moral o di- ferencial do ser humano em relagio aos demais seres irracionais. Amoral & definida como o “conjunto de re- gas de conduta consideradas como vélidas, quer de modo absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada”. Por ela, podemos estabelecer a distingdo entre uma conduta certa ea errada. A contemporanea Igreja de Cristo na Terra, sem que opte pelo mundanismo da sociedade, sofre a influéncia e os ataques avassalado- res dos costumes sociais, os quais, leyamaum afrouxamento de certos padrdes de conduta morais extre- mamente valiosos. ‘Chegou a época em que mais do ue nunca ocorre 0 que Deus falou pelo profeta Isafas, nos seguintes termos:“‘Ai dos que aomal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da escuridade luz, eda luz, escuridade, e fazem do amargo doce, edo doce, amargo!”, 1s 5.20. Ou seja, alguns séculos atrés, Deus jé lamentava a quebra dos padrdes morais da sociedade de entao, 0 que levou algumas sociedades a adotarem procedimentos imorais como os de Sodoma e Gomorra. Pior queisso é 0 queé dito acerca do povo de Deus, Israel, em Juizes 19, cujo capitulo termina dizendo que os escolhidos estavam proce- dendo tio desmoralizadamente que era dito na ocasifio: “Cada um que via tal coisa dizia: Nunca tal se fez, nem se viu desde o dia em que os filhos de Israel subiram da terra do Epito, até o dia de hoje. Ponderai isto, considerai, efalai”, v30. Atualmente, como nunca antes, © que predomina é a doutrina do relativismo, pela qual “as verdades —morais, religiosas, politicas, cient= ficas etc variam conformea época, lugar, o gruposocial eosindividu- 03”. Ou seja, nada é absoluto, tudo 6 relativo. Evidentemente que essa doutrina confronta-se coma Palavra deDeus, a qual, como cremos, traz consigo as marcas da Eternidade e inalterabilidade ao longo do tem- po. Assim sendo, e considerando que os obreiros formam um grupo cuja conduta e procedimento ser- vem de referencial para o povo de Deus, é de suma importancia que verifiquemos na Biblia Sagrada alguns exemplos que nos trazem valiosos ensinos sobre o perfil ético a ser praticado pelos servos de Deus, os quais, ao serem obser- vados, certamente resultarao em bencao para a igreja ‘VisAo SISTEMICA DA ETICA BIBLICA a) O ser humano como ser mo- ral ~ Relata a Biblia que 0 homem foi criado diferente dos demais seres viventes, pois Deus ofez para obedecer certo padrao moral (Ga 1.26). O apéstolo Paulo fala disso ao asseverar que todo homem tem consigo uma lei natural escrita “na consciéncia”, pois foi criado “a imagem e semelhanca de Deus” (Rm 2.14-15), Assim sendo, todo ser humano tem uma consciéncia, uma percepgio moral eum conhecimen- to que julga entre o ato e seu valor 6tico (Rm 9.1;13.5), 0 qual funciona como um tribunal. Portanto, o hu- ‘mano, comoser moral, distingue-se essencialmente do no humano, que é amoral. Amoral significa aquilo quendoé nem contrério nem conforme a mo- ral;em que falta moral; que nao tem o senso da moral; que é privado de qualificagao moral; que se situa fora da categoria, por ndose referira fato suscetivel de ulgamento normativo do ponto de vista do bem e do mal. Veja Salmos 32.9 e 2Pedro 2.12, ogee Bronidn inn CO julgamento é feito pela razao, que é a faculdade que tem o ser humano de avaliar julgar, ponderar idéias universais, raciocinar e julgar. A razio € a faculdade que tem o individuo de estabelecer relactes logicas, de conhecer, de compre ender, de raciocinar; raciocinio, inteligéncia. £ a lei moral; 0 direito natural; ajustica, 0 direito. O ser humano, ao reconhecer Deus como seu Criador, deve ob- servar o padrao por Ele estabelecico (Rm 118-20), b) Causas da fragilidade ebanali- zagomotaldomundo~A primeira éamé “imaginagio dos pensamen- tos” doserhumano(Gn6.5; 11.34), a qual é conseqiiéncia do pecado. A segunda é o abandono deliberacio deDeuse dasstias verdadesetemas eimutaveis (Jz2.10-13), oquelevou Israel, povo escolhido de Deus, a proceder como qualquer impio (Jz 19.30). A terceira causa é obem estar ea abundancia de bens materiais, dados por Deus ao humano (Ez 1649-50). A quarta éa agio maligna em cegar oentendimento espiritual (2Co 4.4). Ea quinta causa é 0 juizo condenatério de Deus peloabando- no as suas verdades e padrdo por Ble estabelecidos (Rm 1.21-32). A CONDUTA ANTI-ETICA de José na famitia No texto de Génesis 37.1-11, ha o registro de algumas situagées que vitimaram José, umhomem de Deus, Essassituagdescomprovam ogrande prejuizo resultante pela nao observa- «40 dos princfpios éticos que deve nortear todos os serem humanos. Infelizmente, a familia de Jacé era um verdadeiro desastre, até porque o patriarca, conquanto fosse uum homem de Deus, continuador “O SER HUMANO, Pew aReO NT 1ea 4 yar xe vos CRIADOR, DEVE OBSERVAR O PADRAO POR ELE ESTABELECIDO das promessas de seu avd Abrado, como lider da sua familia, tinha um, procedimento altamente reprové- vel, visto que, como diz versiculo 3, “Israel amava a José mais do que a todos 0s seus outros filhos”. Aatitude de Jacé desperiou nos irmaos de José um ddio mortal, de forma que nao havia mais 0 dislogo normal entre familiares Em meio aos tumultos familiares, Deus comega a revelar a José, por meio de sonhos, qual o projeto que tinha para ele, O que lhe cabia fazer com tais sonhos ante os tumultos familiares? Guarda-los consigo, esperando pacientemente o cum- primento deles. Entretanto, diz 0 textosagrado que ele logo oconiou a seus irmaos. Como resultado, “tanto mais 0 odiavam por causa de seus sonhos'” (v8). Ora, se 0 relacionamento com seus irmaos estava desgastado e tu- multuado, demaneira quejénaolhe falavam mansamente, por que ele tinha que contar-lhes os sonhos? Analisando a conduta de José, chegamosa conclusao dbvia de que ele conduziti-se de maneira anti- ética, Considerando ter ele profun- da consciéncia da situacao desagra- davel que marcava.o convivio com seus irméos, pelos prinefpios éticos e morais que governam a conduta dos seres humanos, manter-se calado acerca das revelagdes era © mais recomendavel, até porque 0s resultados produzidos foram 08 piores. ‘A Biblia Sagrada contém imime- ros principios que estabelecem uum padrao ético a ser observado pelo obreiro no relacionamento com a sua familia, Disse 0 apéstolo Paulo que aquele que “nao cuida dosseus, principalmente os da sua familia, negou a fé, e6 pior do que o infiel” (Tm 5.8), Por exemplo, ha uma ética a ser observada no relacionamento con- jugal, no convivio dos pais com os filhos, dos filhos com os pais, dos netoscom osavésetc, conformenos ensina 1Corintios 7, Efésios 5.22-33, 6.14, ¢ IPedro 3,7. A situagdo aqui estudada deixa uma verdade absoluta bastante clara: aquele que nao se conduz eticamente atrai para si prejuizos consideraveis ¢ danos que pode- riam cer evitados. Biblia expressa, em Provérbios 17.28, que “até o tolo, quando se cala, 6 tido por sdbio, e o que cerra 0s labios, por entendido”. No es tudo do procedimento de José em contar os sonhos, observa-se cla- ramente 0 desprezo ao sentimento alheio, uma vez que seus irmaos estavam magoadas coma distincao que Ihe era conferida por seu pai Ou seja, observando os principios éticos que devem nortear todos os humanos, hé que ser praticada a regra de que somente se deve falar aquilo que produziré edificagao em quem ouve, ¢ nunca falar por falar. Ea situagio de quem sabe algo de uma pessoa, earevelaem momento impr6prio. O resultado, por certo, sero pior, O EXEMPLO ETICO DA SUNAMITA Em 2Reis 4.1-15, destacaremos queaéticaé capaz de produzir uma disciplina e uma limitagio saudé- vel no comportamento pessoal do obreiro, que resulta em béngios. O profeta Eliseu estava hosp. dado em um quarto construido especialmente para cle localizado no terreno da residéneia da sunamita Ela, porsua livre iniiativa, autoriza- da pelo marido, 0 tinha construido. Diz o texto que o homem de Deus chegou, foi parao quartoe deitow-se. Entio, veio ao seu coracdo um desejo de retribuiro favor tendodesignado seu servo para falarcomela, no senti- do de intercederjunto asautoridades algum beneficio (v13). ‘Tendo ela dito que nada tinha a solicitar, o profeta ficou sabendo queela ainda ndoera mie. Elizeu mandou chamé-la para fazer-lhe a promessa de que, apés um ano, ela seria mae. "E, chamando-a ele, ela se pds A porta” ou “veio até a porta”. Aqui est o centro da nossa meditagao. Embora Bliseu fosse um “san- to homem de Deus”, como ela propria disse ao marido, ele era homem e ela, uma mulher, Se cla tivesse entrado no quarto dele, gue poderiam dizer os vizinhos sea vissem saindo? Guardando os prineipios éticos, ela nao entrou no quarto, porém se pds & porta Ora, 0 apéstolo Paulo ensinan- do-nos sobre comportamento, disse: “Abstende-vos de toda espécie de mal”, 1135.22. 0 obreiro do Senhor tem a santa obrigagao de se con- duzir de forma que sua conduta nao produza escandalo algum, e somente hé uma forma de cumpri- la: observando a ética nos seus procedimentos. Para que entendamos o aleance de tal ensino, convém meditarmos sobre o escandalo, O Dicionario Aurélio diz que escandalo significa: “Aquilo que perturba a sensibili- dade pelo desprezo as convengies ou A moral vigente; indignagio provocada por um mau exemplo, ow ac&o vergonhosa, leviana, in- decente; grave acontecimento que abala a opiniao publica; fatoimoral, revoltante” ‘Observemos que a sunamita es- tava em sua casa eo quarto em que Eliseu estava hospedado, também. Entretanto, sendo ele um homem e ela uma mulher, e casada, se ela ti- vesse entrado no quartoem que ele estava, certamente que, se alguém visse, teria espalhado queelaestaria pecando com o homem de Deus, 0 que traria sérios prejuizos a ela e a Eliseu, por causa do escandalo. A CONDUTA Erica DE Nata £ bastante interessante estudar- mos também a conduta adotada pelo profeta Nata, quando Deus Ihe enviou para comunicar a Davi © que iia fazer, como juizo, pelos ‘pecados por ele cometidos. Nao pai- rou qualquer diivida de ser ele um enviado divino, pois o texto biblico 6 bastante claro: “O Senhor enviou Nata a Davi”, 2Sm 12.1 Observemos alguns detalhes: Davi era rei, logo, para alguém falar com ele, certamente tinha de marcar audiéncia, dentro da disponibilidade de data. Ao pro- feta, Deus revelou toda a conduta pecadora de Davi e os jutzos que seriam enviados. Como enviado de Deus, omensageinonao propagoua noticia, nao feriu oprotocolo eainda teve a capacidade de comunicar a mensagem sem acusar Davi de pecaclor, pois, somente apés ele se manifestar, 6 que o profeta lhe disse: “Tw és esse homem”, v7. Ora, éextremamente comovente pensarnoesforcoenoauto-dominio do mensageiro em guardar consigo as informagées divinas acerca dos pecados do rei, sem causar qual- quer tipo de escdndalo a nacao, 8 familia do rei e aos demais que viviam no pais, Certamente estava em pxitica o prineipio de que Deus no envergonha o pecador, porém © “repreende e castiga”, visando a suarestauragio espiritual, resultado de seu amor. O apéstolo Paulo, ao escrever aos crentes da Galicia, ensina-nos que ha um principio ético a ser observado na abordagem da que- da espiritual de um servo de Deus nos seguintes termos: “Lrmaos, se alguém for surpreendido nalguma ofensa, v6s, que ois espirituais, cor- rigio tal com espirito de mansidao. ‘Mas olha por ti mesmo, para que nao sejas também tentado”, Gl 6.1. Falta, pois, com a ética o obreiro que sai anunciando e espalhando noticias falsas ou verdadeiras de préticas pecaminosas cometidas por quem Ihe confessou ou de que sou- be de relatos através de terceiros Os males causados ¢ os danos soltidos por muitos que enfraquece- ram na fé por conta da falta de ética de alguns obreiros somente Deus < f= = — rr a - One podera avaliar e determinar. E certo, porém, que muitas pessoas esto condenadas’s trevas eternas, porque foram vitimas de condutas anti- crer; quem tem fé agrada a Deus;0s deménios créem (Tg 2.19); logo, os Om deménios tém fé e agradam a Deus. Absurdo! Chegamos a uma conclusio ab- surda, pois houve algum erro nas premissas utilizadas. Oerroesté em afirmar: "Fé é somente crer”. Perceba o conceito de pistis na visio de Tiago no texto de 214-17. Observe a iltima frase: ”A6, se nao tiver obras, porsi sé esta morta’. Ou seja, a f€somente no intelecto, te6ri- ca, nao agrada a Deus nBotem valor, ‘no toma posse da graca divina, Em Hebreus 10.38 est escrito: “Todavia, o meu justo viverd pela f€;e, se retroceder, nele nao se com- praza minha alma’. O escritor aos Hebreusesté citando o texto de Ha- bacuque 2.4, ondeesta escrito: “Mas o justo viverd pela sua fe” A palavra hebraica que foi tra- duzida em Habacuque 2.4 por “6” 6 ‘emuneh. Observemos o uso desta palavra em algumas citagdes no livro de Salmos: a)Salmos33.4:"Porquea palavra doSenhor éreta, e todo 0 seu proce- der é fiel [emunah]’. ) Salmos 36.5: “A tua benigni- dade, Senhor, chega até aos céus, © até as nuvens a tua fidelidade [emunait’ €) Salmos 40.10; “Nao ocultei no coraco a tua justiga; proclamei a tua fidelidade ['emunl] ea tua salvacso; ndoescondi da grande congregacioa tua graga ea tua verdade", ) Salmos 88.11: "Seré referida a tua bondade na sepultura? A tua fi- delidade [‘entunah], nos abismos?” ¢) Salmos 89.1: “Cantarei para sempre as tuas misericérdias, 6 Se- hor; 08 meus labios proclamarso a todas as geragSes a tua fidelidade [emaly’ £) Salmos 89.2: “Pois disse eu: a benignidade esté fundada para sempre; a tua fidelidade [/emunah] tua confirmards nos céus..”. g) Salmos 89.5; “Celebram os céus as tuas maravilhas, 6 Senhor, e, na assembléia dos santos, a tua fidelidade ‘omni. +h) Salmos 89.8: “O Senhor, Deus dos Exércitos, quem é poderoso como tu és, Senhor, com a tua fide- lidade [emunaii] ao redor de ti?” Esta palavra aparece 49 vezes no Antigo Testamento, Osignificado de ‘emunah nao € simplesmente crer, mas fidelidade, firmeza, estabilida- de. Na Almeida Revista eCorrigida, a palavra é traduzida 29 vezes por “fidelidade”, trés vezes por “tfiel- mente”, tr8s vezes por “fel” e uma 86 vez. por “fé” (Hb 2.4). O que no livro de Habacuque est registrado 6 que 0 justo viverd pela sua “fide- lidade” a Deus, ‘A Septuaginta utiliza a palavra grega pistis para traduzir o termo hebraico ‘emunah. Esta palavraapa- rece 225 vezesno Novo Testamento. A Almeida Revista e Corrigida traduz pistis preferencialmente por "6" (221 vezes). Hé cinco excegdes: em quatro delas o tradutor optou por “fidelidade”: Romanos 3.3 (por referir-sea Deus), Gélatas5.22 (uma caracteristica do fruto do Espirito), Tito 2.10 e Apocalipse 13.10; na quinta excecio, foi traduzida por “compromisso” (1Tm 5.12). Percebemos também em He- breus 11 uma lista de homens e mulheres que foram exaltados pela {é demonstrada a Deus em situagdes criticas. Eles foram figis a Deus. Nao houve apenas crenca, mas houve atitude, Logo, a palavra “fé"” no Novo ‘Testamento expressaamesma idéia de ‘emunak no Antigo Testamento, ou seja, “fidelidade”. Essa mesma fidelidade 6 essen- cal para a unigo conjugal. Ou seja, um compromisso de constancia, fir meza nas afeigdes, nos sentimentos, na perseveranca, entre duas pessoas ‘Afé para com Deus é um compro- misco de fidetidade assumido entre nds e Ele. Aceitar 0 Senhor Jesus como Salvador e Senhor é assumir um pacto de fidelidade com Ele (Lv 26.12; Jr 7.23; 30.22; Ez.36.28). HA pois Tos DE Fe Voce jé deve ter evangelizado alguém que se defende, para nossa sumpresa afirmando ser “tima pessoa quecré, que tem fe”. Contudo, perce- bemos que a vida dela nao reflete 0 cardtere atitudes que identificam um discipulo de Cristo. Isso acontece, pois ha dois tipos de £8, conforme é citado em Tiago 2.17,20. Tiago fala da fé morta, ou seja, a fGintelectualizada que esta restritaa mente humana,mas quendoresulta em atitudes ¢ actes. Logo, deduzi- mosque existe oinverso da fé morta, ou seja, a “Fé viva”, mencionada igualmente por Tiago, que também estd na mente, no intelecto, mas vai além disso. Elaresultanuma convic- 0 to plena, que afeta todo o ser do individuo: a mente, as emogdes, decisGes, atitucles, aghes e reagies. Evidentemente, quando a Biblia exaltaa fé de alguém, estd se referin- doa fé viva. Esta fé foi exaltada pelo Senhor Jesus, agrada ao Pai Celestial etomna-nosmais do que vencedores, pois toma posse da graca divina. A Ff £ IDENTIFICADA PELAS ATITUDES E NAO PELAS PALAVRAS A minha fé ndo é aquilo que eu digo, mas aquilo que eu vivo. Se alguém for questionado sobre avida deoracéo, certamente respon- dera sobre esse assunto comlindase biblicas palavras. Mas o quanto ele ora, isto sim é a sua fé Sealguém for questionado quan- to a0 compromisso em ler, estudar, viver e ensinar as Escrituras Sa- gradas, certamente sua resposta ‘emocionard. Contudo, 0 quanto ele se dedica em conhecer viver as Eserituras, isto sim 6 a sua fé. Quando alguém for questionado quanto ao perdao para os inimigos, responderd com entusiasmo citando versfculos e mais versfculos em de- fesa do perdao incandicional, Con- tudo, a maneira como ele lida com seus inimigos, isto sim é a sua fé Leia em Mateus 25:31-46 como io importantes para oSenhor Jesus as nossas atitudes. Em Tiago 2.18 est escrito: "Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, fe mos- trarei a minha fé”. Observe: “pelas minhas obras {termo grego ergo ato, acio, algo feito] eu te mostrarei aminha é [pistis)’ O QUE NAO E FE A) Féndo é tentar a Deus O que ¢ tentar a Deus? Para res- ponder a isso, precisamos observar dois textos bfblicos: a) 1 Corintios 3.6: “Eu plantei, Apolo regou; mas 0 crescimento veio de Deus”. Vemos neste versi- culo que Paulo plantou (6 posstvel), Apolo regou (€ possivel) e Deus deu o crescimento (¢ impossivel a0 homem). b) A ressurreicao de Lazaro (Jo 11.38-44) — Nessa passagem, 0 Se- nihor Jesus se posicionou diante do sepulcro e disse aos que estavam presentes: “trem a pedra” (6 possi- vel tirar a peda). Em seguida, Ele se aproxima do sepulero na rocha e OSSIVEL, O EU POSSO FAZER; O FAZ O QUE fee) OWN exo iy Aa om Deus” diz: "Lazaro, sai para fora” (€impos- sfvelaohomem ressuscitar alguém). Novamente,oSenhor se afastae diz aos que estavam presentes: “tirem as faixas” (é posstvel tirar as faixas). Podemos perceber acima que Deus nao faz o que nés podemos fazer. possivel & conosco; 0impos- sivel é com Deus. Portanto, tentar a Deus é querer que Deus faca 0 possfvel, o que eu pposso fazer. Na provaciono deserto (Mt 4.1-11), 0 Senhor Jesus foi ten- tado a langar-se do ponto mais alto do Templo. Ele respondeu: “Nao tentarés 0 Senhor, teu Deus’. Ou seja, estava dizendo: “Se eu cair, 0 Pai me segura, mas se eu me lancar, 1ndo estarei fazendo a minha parte, que é me proteger da queda’. Deduzimos que fé é a plena con- fianca de que Deus faré oimposstvel enquanto eu estou fazendo o que é posstvel B) Fé nao é ser irresponsdvel Conheci um senhor que com- prou um carro, pagando uma Ones “ AQUELE QUE E FIEL VE O QUE OS DEMAIS NAO PODEM VER. ELE TW Da were) VICGAO DE QUE O SENHOR FARA O QUE ELE NAO PODE FAZER” prestaco na época de RS 800. Quando ele me disse todo feliz sobre a stia aquisicao, logo 0 ques- tionei: “Quanto vocé ganha?” Ele respondeu: R$ 900, Falei-lhe da dificuldade matemética que esta- va diante dele e logo esse senhor comecou a citar de cor versiculos e mais versiculos que mostravam aacdo de Deus operandomilagres. Para encurtar a histéria, poucos meses depois, cle estava devol- vendo 0 carro, pois nao conseguia mais pagé-lo. Deus falhou? Claro que nao, O proprio Senhor Jesus disse que o construtor faz cdlculos para iniciar e concluir uma construcao (Le 14,28-29). A acdo desse senhor ao adquirir um bem, sem ter condigdes financeiras para isso, nao foi uma aco de fé: foi irresponsabilidade. ©) Féndo é ser negligente Hé algum tempo recebi em minha casa um homem de Deus com sua familia, testemunhando do grande milagre que havia ocor- rido em sua vida. Ele atravessara o Parané e, ao chegar em Curitiba, notou um barulho estranhonasus- pensio, Foi ao mecinico e ele the e: "Agradeca ao seu Deus, pois sta suspenso somente permane- ceu fixa por causa destes poucos parafusos”. Ele glorificou a Deus pelo livramento. Contudo, cuidado! Se vocé vai iniciaruma viagem, ouve um baru- Iho no carro, vai ao mecénico e este Ihe diz que a suspensao esté caindo e-vocé responde “Deixa assim, pois eu sei em quem tenho crido”, meu irmao, pode preparar o guincho, pois o seu carro vai parar no meio da estrada. Vocé tentou a Deus e 0 Senhor no vai se responsabilizar por isso. D) Fé nao € ser preguicoso Imagine a cena: num domingo, a casa cheia de familiares, a louga do almogo empilhada na pia e a dona da casa “cheia de £6" diz: “Senhor, eu vou dormir agora e, quando voltar, creio que a louga estard lavada, enxugada e guarda- da, pois tudo que pecirmosem teu nome, crendo, receberemos”. Tenho certeza de que, quando elaacordar, alougaestard coomesmo jeito, pois lavar a louca é possivel. Isto nao é f€: 6 preguica, Deus nao faz. 0 que nbs podemos fazer. A BENCAO Do SENHOR ESTA SOBRE OS FIEIS Para concluir este assunto, va- ‘mos analisar um momento na vida de um servo do Altissimo que a Biblia registra, o qual vivia um re- acionamento intimo com o Senhor. Este homem é Eliseu (2Rs 68-23). Einteressantenotarmosna pas- sagem biblica mencionada que 0 problema de Eliseu era omesmodo seut auxiliar. Quando o jovem viu oexército sitio, gritou desesperado “Senhor, estamos perdidos! O que vamos fazer?" Eliseu, diante do mesmo pro- blema, disse: “Nao tenha medo, pois aqueles que esto conosco so mais numerosos do que os que estdo com eles”. Eliseu completou, orando: “Senhor, que o meu auxi- liar veja 0 que eu estou vendo”. Imediatamente, o jovem viu que o morro estava coberto de cavalos e carros de fogo. Veja a diferenga nas duas rea- Ges: 0 desespero do auxiliar ¢ a trangitilidade do profeta, O maior problema de alguém no 60 “pro- blema”, mas a falta de comunhao com Deus. Posso decidir levar uma vida marcada por mediocre no relacio- namento com 0 Senhor, mas os resultados serao desastrosos. As crises e dificuldades serio cada vez maiores ¢ insoliiveis: noites sem dormir, inquietudena alma, medo do futuro. Contudo, se decidir ser fiel e ter intima comunhdo com Deus, verei aquilo que os olhos humanos nao podem ver:a mao de Deus agindo em meu favor. O final dessa hist6ria foi suxpre- endente. Todo o exército sfrio ficou cego endo mais puderam capturar Eliseu. Glorias ao Senhor! ‘Aquele que ¢ fel vé o que os de- maisnao podem ver. Eletema plena convicgio de que o Senhor fard 0 que ele nao pode fazer. Obretro Mauricio Capellact pastor coorde radar do Departs mento de Ensino da Assembléia de Dawe 2x Colombo (PR). II Obreird AS QUE TRAZEM FE Entrando no Campo da Fé ae ee Ceeorote ne ee Cee Cee ee We ee on Se arene Meera) Pie ag ee ce Minott a} de uma fé eficiente em nossa vida crista. Através de sélido conteudo biblico, o autor, um dos mais renomados. tedlogos da atualidade, mostra como Pert ee ee agen Det ieee ea Cs ene tue ees eee Fee EOS TYE ae HM) Va INO e aE CU CRO ( CEO ae ieee a 3 Way 02a. ae leo) arr) Sera eT Po : Cuidar do mundo é um dever de todo cristao humanidade tem como ca- As anecessidade de superacao, Parece que todos inéssempreestamos caminhandoem busca de algo. Os desejos se mistu- rams muitas opges apresentadas, enasociedade do marketing a esco- Thasempre se torna umatarefa difici- lima. Porisso, acabamos fazendo da vida um palco da dramatica comreria 0s objetivos, as aspiracies. A ligica do sistema do mundo em que vives esté enraizada na idéia de consumo, progresso, su- cesso e actimulo de bens, Com isso, até mesmo aquilo que valorizamos como bom ou mal é medido pelo lucro, pela grandeza que alcancaré ou pela quantidade acumulada. As- sim, coisas importantes para nossa vverdadeira satisfacao vaosendo dei- xadas de lado emnome das posses e da expansio. O problema é que até alguns crentes em Jesus se deixam levar por essa concepeao e acabam cometendo erro de valorizacio com amesmalégica, Desta forma, aespi- ritualidade acaba tendo a estrutura deste século, a qual acredita que a relagao com Deus, ¢ as expresses de piedade e de fé estio fixadas na troca eno actimulo (quase que capi- tal espiritual). A espiritualidade apresentada nos escritos joaninos nos ajuda a percebercomoJesusea comunidade joanina trataram as construgdes ide- oldgicasdeseumundo, NaPrimeira Epistola de Jodo, esta escrito: “Nao ameis 0 mundo nem 0 que hé no mundo, Se alguém ama 0 mundo, ‘nao est nele amor do Pai“, 1Jo2.15. A questao de "mundo” no Evange- Thoenas cartasjoaninas ébem com- plexa etrata de questées de disputas teoldgicas e ideol6gicas na comuni- dade, como bem analisou o tedlogo R.E.Brown. Aquinao temos espaco paranosaprofundarmosnaquestao, mas podemos fazeruma releitura do fextoeentendermos queo “mundo” nesse versiculondo serelaciona com preconceitos legalistas oumoralistas, ‘mas com a légica do mundo, seus principios, suas motivacdes e seus projetos. Se aTpreja deixar deladoo imo dos Evangelhos, que é0 cuida- do nas relagdes e na ago no Reino de Deus, e comegar a valorizar ou desvalorizar alguma coisa segundo os padrées de acrimulo, poder, gran- deza, praticidade, ques4o marcas do nosso mundo, estaré perigosamente se deixando levar pela logica desse século. Contudo, no Evangelho de Joao esta registrado que Jesus disse: “Eu venci o mundo” (Jo 163). O verbo “yencer”, que esld 110 tempo verbal grego conhecido como perfeito(neni- Keka) mosserve como consolo.O per- feito,no grego biblico, expressa uma situagao presente como resultado de ‘uma ago acabada no passadlo, Por isso, é garantido que Jesus venceuo mundo de afligGes, com suas sutis mazelas, suas propostas desumanas ¢ idéias injustas e hoje estamos em uum mundo que foi derrotado. Ou seja, se Cristo venceu, e nés esta- mos em Cristo, temos a capacidade de nao nos rendermos ao mundo. Como Cristo derrotou 0 mundo, podemos derroté-lo também. Como fez Jesus, 0 cuidado é a melhor maneira de expressarmos os principios do Reino de Deus, pois sua acio foi de cuidar; Doentes, pecadores, injusticados ete sempre foram alvos de sua agio. Um grande historiador da pessoa de Jesus, John Dominic Crossan, em uma de suas palestras no Brasil, mostrou como até mesmo as escolhas geogrificas deJesuseram motivadas pelo desejo de cuidado. Crossan pesquisou a histéria e o contexto social, politico € econdmico da regiao costeira do Mar de Tiberfades e percebeu que Arquelau, governante contempo- raneo de Jesus, explorava ali os pescadores com impostos injustos. E por incrivel que pareca, Jesus esteve nessemesmolocalenamesmaépoca proferindo a mensagem do Reino e suas propostas de vida, Seria coinci- déncia? Como diria pastor Kolenda, fundador do Instituto Biblico das Assembléias de Deus (Ibad):"Eunao acredito em coincidéncia, pois creio na providéncia de Deus!” Com 0 pressuposto do cuidar, acredito na acio pastoral da Igreja, pois pastorear o mundo é dever dos representantes de Cristo no mundo endo esta limitado simplesmente a uma pessoa, na figura do ministro formalmente consagrado, Como seria ocuidado? Quais resultadosele gera? Quaissdo as suasmotivagoes? Essas questdes serdo aqui expostas paraumaperfeicoamentodaacaoda Igreja como representante de Deus, DEFINICOES PARA REFLEXAO Como explica 0 tedlogo catélico Leonardo Boi, a palavra cuidado tem suas raizes na palavra cura. Alguns autores dizem que ela é derivada da expressio latina cogi- tare-cogitatus, cujo sentido é bem pr6ximo de cura, e tem as seguintes idéias: cogitar, pensar, colocar aten- co, mostrar interesse, revelar uma atitude dedesveloe de preocupacio. Por isso, 0 cuidado tem a ver com zelo, bom trato, ajuda, compaixio, solicitude e somente ocorre quando nos preocupamos com os outros. Porisso, a experiéncia de vida neste mundo se tornaré mais parecida coma de Cristo se transformarmos aeexistincia do outro em algo impor- tante para nossa propria existéncia, uma forma deestar-no-mundo di- ferenciado, regidonio pelos valores do mundo, mas pelos de Deus. Com isso, as relagbes serdo me- nos dominadoras, a convivéncia serd pacifica e o viver se tornard mais humano e ao mesmo tempo espiritual, pois espiritualidade se encarna na vida. Nao sao aci- dentais, na relacao do fruto do Espirito em Gélatas 5, as agbes estarem vinculadas ao cotidiano: Com quem, por exemplo, e onde exercemos 0 dominio proprio? Com anjos? No deserto? No Céu? Nao! Fazemos isso na vida e em comunidade; no mundo que é uma grande comunidade. Perante essas instigantes refle- xBessomosnaturalmente questiona- dos. Seré que como obreirosestamos vinculando nossas relagdes com \Obrei os principios do cogitare (cuidado) com aqueles ¢ aquelas sob nossa responsabilidade? Ou somente as percebemos como mercadorias ou consumidores de nossos materiais religiosos? Como Igreja, temos a capacidade de dialogar, defender e cuidar daqueles que esto sendo explorados e destituidos dos direi- tos que o proprio Deus os garantiu? Até onde nossa preocupagio move a agio de cuidado? Sera que nossa “Cupar DO MUNDO Pao wre aa SN TANTES DE ERISTO NO MUNDO E NAO ESTA aN (eR Yar) eco) Vee WUD ae Yaa FIGURA DO MINISTRO FORMALMENTE Peo nen ane y oN acdo missiondria esté sendo motiva- da pelos principios do cuidado? Podemosrecorrer’a manifestacao profética do Antigo Testamento, que ocorria nos momentos de maiores rises, para compreendermos como Deus se preocupava com a questao do cuiidado em Israel e como os pro- fetas se posicionavam perante isso. Quando a nagio se distanciava dos valores e prinefpios da alianga com Javé, o profeta anunciava uma ‘mensagem carregada de autoridade divina para cuidar dosinjusticadose condenar os mecanismos de injustica (Am 8.46; Is 5.8 e Mq 21-2). Ao lermos o livre das profecias de Amés, que atuou no periodo do reinado de Jeroboio Tl (século 8aC), ficamos abismados quando, depois de proferir os sete ordculos contraas nagdes vizinhas, o profeta faz suas acusagées contra Israel. J. L.. Sicre aponta os crimes detectados por Amés cometidos em Israel: 1) “Venderam os justos (tsaddig) : desprezo ao devedor; 2) “Indigente (‘ebyén) por um par de sandélias’: escravizacao por dividas ridiculas; 3) “Esmagam sobre o pé da terra a cabeca dos fracos (‘dalln)’: humi- Ihagio/opressao dos pobres. 4) “Tornaram torto o caminho dos pobres (anaim)": desprezo pelos humildes; 5)“Umhomem e seus filhos vaoa mesma jovem’: opressao dos fracos (das empregas /escravas); 6) “Se estendem sobre vestes penhoradas, ao lado de qualquer altar”: falta de misericdrdia nos empréstimos; 7) "Bebem vinho daqueles que esto sujeitos a multas, na casa de seu deus’: mau uso dos impostos (ou multas). Percebemos como as expresses venderam, esmagaram e tomaram tortopintam um quadro de descaso, indiferenca e injustica nas relagdes em Israel, que demonstra a falta de cuidado de um para com o outro em Israel, Porisso, a condenagio de Deus e, por isso também, a visivel posigdo de Amés. Uma expressao utilizada nas bibliografias teoldgicasmodernas é poiménica. Essa expresso nao esta no dicionério portugués, e vem do ‘grego poimem, que tem um signifi- cadobem abrangente em relacio a ago pastoral e tambémesté ligada ao conceito de cuidado. Shneider- Harprecht define poiménica como © “ministério de ajuda da comuni- dade crist& para com seus membros @ para outras pessoas que a procu- ram na drea da satide através da convivéncia didria no contexto da Igreja”. Na poiménica, 0 cuidado se encarna nas acées motivadas pelo poder do Espitito, levando-os de dentro a um cuidado miituo, para assistirem-se cada um em suas necessidades em todos os Ambitos e as outras pessoas ao nosso alcance, fazendo valer a vida e experiéncias de Jesus. Em particular, falando especifi- camente do obreiro como cuidador, um artigo que li recentemente refletiu a respeito da relevancia da tematica “religiao” parao trabalho psicolégico e psiquidtricohodierno apresentou algumas propostas que servem para acio pastoral. No artigo, os autores, ao falarem de como agir terapeuticamente, destacaram a importancia de se desconstruire desmistificarasmo- tivagGes neuréticas e narcisicas da religiosidade do cliente, libertando a espiritualidade de seus aspectos ilus6rios e direcionando assim 0 potencial vital para uma fé mais amadurecida. ‘Dessa forma, 0 pastor precisa ter a capacidade de refinar, por meio do didlogo, as idéias degradantes que levam a algumas posturas religiosas neurdticas e narcisistas, para apresentar caminhos que potencializem uma fé madura. Isso também éimportantfssimono cuidado pastoral na poiménia. AAGAO PASTORAL: UMA AGENTE Da SHALOM Natradi¢aojudaica, ohomem é visto de maneira integral, holistica. Ou seja, ela o vé como um todo. E nesse sentido que se emprega 0 termo hebraico shalom. Essa ex presso tem uma idéia de paz (e até muitas Biblias traduzem assim), ‘masse referindoa uma forma mais ampla de bem-estar. Como disse eeren voy A IGREJA APRESE rm UMA SALVACAO INTEGRAL, COM UM EVANGELHO DISPOSTO 4 ATUAR EM TODOS (eye ELe Sn} HUMANIDADE Brakemeier, shalom é “um estado de integridade, de algo nao violado, de harmonia e paz”. Esté ligado 2 idéia de sade fisica, orgénica, psicolégica, social, ambiental ¢ espiritual. Uma paz. que excede 0 entendimento limitado da simples neutralizacdo das guerras e alcanga a porcao total do ser humano. Esse conceito paraamentalidade grega era de dificil entendimento, poiseles viam ohomem como corpo- alma, como se uma coisa estivesse desligada da outra, Diferentemente, a visto semitica percebe o homem em estado total e integral. Nesta mentalidade, até mesmo as experi- éncias boas ou ruins sio integradas no todo do ser humano, pois elas podem ser oportunas. Roseli M. K. de Oliveira chega a dizer que o cui- dado nao envolve apenas libertar a pessoa do sofrimento, mas ajudé-la a aprender com ele e a buscar-lhe sentido pedagégico. Com essa perspectiva, 0 hori- zonte da poiménica 6 expandido para todos os ambitos que esto ligados ab 'termo shalom. Como cuidaddra, a Igreja apresenta uma 4alvacao integral, com um Evan- gelho disposto a atuar em todos 8 ambitos da humanidade. Suas cercanias alcangam a existéncia como um todo, nao se limitando a uma parcela da totalidade das necessidades humanas. No Novo Testamento, as expres- sbes mais proximas de shalom si00 substantivo eirene, overbo eirencuo eoadjetivoeirenikos, que aparecem nos Evangelhos e nas cartas com idéia de relagaoharmoniosa (entre os homens, entre asnagies, entre Deus, e oshomens}, isengao de ineémodo, seguranca, ordem (Estado, Igreja) e descanso (Mt1034; At15.33;At243; Ef2.17;Me 95 e2C0 13.11), No cuidado pastoral, 0 qual a Igreja tem como mandamento, as sesponsabilidades no se limitam. ‘em falas ém termos de diseurso, do angelho, mas promové-lo, torn- toreal, faz@-lo perceptivel emateria- lizd-lona poiménica. Birdeencontro 4s desgracas da humanidade ou se abrir para que essas cheguem até a Igreja e, assim, proporcionem a shalom, a harmoniae a paz entre as pessoas e no mundo. O tema ¢ indispensivel quando percebemos que shalom aleanca também questéesambientais, queéa pazeaharmonia da criagio de Deus, pois em nossos dias se intensifica a preocupagio coma Terra porno ter- mos conseguido auidar do que Deus colocou sob nossa responsabilidade. A Igreja também precisa se compro- meter com essa temética, pois as catéstrofesambientais, omau usodos bens naturais eo descaso comomeio ambiente sio uma afronta a Deus, pois Ele é 0 Criador e dono de toda a criagio. Talvez, alguns escatolégicos indaguem dizendo que isso é neces- Sério que ocorra para cumprimento das profecias. Nao podemos aqui entrar nas questies escatol6gicas, mas podemos adiantar dizendo que profecias sao gritos antecipados das conseqiiénciasdo pecado humano.Se aceitarmos passivamente aagao des- truidora, estaremos compactuando ‘com as mazelas da humanidade que em seu pecado nao soube cuidar do planeta Terra, um presente de Deus. Ecomoé horrivel a ingratida Apromogao da shalom é funda- mental para vida da Igreja. Para sua coneretizagao, € preciso, em muitas situagées, posicionar-se, fazer esco- thas para defesa e estar disposto a se sacrificar. Observer como Jesus se posicionou nos Evangelhos, suas escolhas, os locais e situagées onde esteve presente. Voot logo perceberé que onde houve caos, desordem, medo, falta de esperanca, descaso humano, desgraca e hipocrisia, era exatamente onde Jesus curava, fala- va ese posicionava manifestando 0 Reino ea gléria de Deus como ima- gem do Deus invisivel (C12.15). Sua forma pastoral era da vida e ‘nao da morte, Observe, porexemplo, onren os grupos judaicos do tempo de Jesus. les cuidavam do povo como “coveiros’, pois destrufamalliberda- dee autonomiahumana emnome de muitas tradigGes queem sua maioria escondiam interesses pessoais de dominio e poder, Jesus combateu essa proposta de fé, desqualificando as tradic6es que deixavam de lado coisas essenciais da Lei No episédio de Mateus 15.1.9, Jesus é questionado sobre seus dis- cipulos no lavarem as maos para comer. Ouvindo isso, mostrou que por questées tradicionais e da reli- siosidade vazia da tradicao, os mes- mos que criticavam seus discipulos estavam deixando de laclo questées etemnas da Tei, que neste caso seria cuidar dos pais — como um bom juudeu faria (MU55-7) Jesus mostrou que 2 mesma tradigao reivindicada servia para desobediéncia Aquele que clapréptia(a tradligdo)dizia obedecer. Seria muito facil para os escribas fariseus usarem artificios religiosos ppara isenté-los de suas responsabili- dades familiares, determinadas por ‘Deus. Jesus naodeixou decriticaressa postura, porqueisso mostravaalguns germes presentes na maneira como tratavam 0 povo. Maneira essa que no gerava vida, mas morte. Seré que esseepissdionaonos faz Jembrar Amés 5.21? Lé esta escrito: “Abortego e desprezo as vossas fes- tas... Afasta de mim o estrépito dos feus canticos... ndo ouvirei as melo- dias de seus instrumentos. Corra, porém, o juizo como as éguas, € a justiga, como o ribeiro impetuoso” Sua ago pastoral da vida é rega- da pela graga e Espirito, Para isso, a fé em um Deus de amor e justica precisa ser o abrigo seguro das re- flexdes cristas, pois dessa maneira a agio da Igreja se moldard a essas caracteristicas, tornando os agentes pastorais mais “poiménicos” e, con- sequentemente, mais parecidos com Cristo no cuidado. Um funcionario do governo norte-americano chamado Francis Fukuyama anunciou o “fim da his- t6ria”. Para ele o fim da histéria no seria 0 fim dos acontecimentos, mas 0 fim das utopias, das mudancas estruturais, como se o sistema que rege hoje o mundo fosse o limite da hist6ria ~ da para acreditar!? Um mundo marcado pela in- justica, desigualdade e onde as pessoas somente pensam nos seus proptios interesses nao pode ser 0 fim da histéria. O Evangelho de Jesus © suas propostas séo bem diferentes desse mundo e tenho certeza que é para seu Evangelho que devemos olhar como modelo de “fim da histéria” Na teologia assembleiana, pre- servamosa esperanca do Advento de Cristo ea implantacao do seu Reino final. Mas isso nao nos isen- tada responsabilidade do cuidado com a Terra e com o ser humano. Como cuidadores e cuidadoras, estamos no mundo representan- do Cristo, que, juntamente com © Pai, enviow o Espirito Santo para sermos suas testemunhas, como agentes “poiménicos” com a bandeira do Evangelho, promo- vendo shalom. Obreiro Kenner Roget Cazoto Terra ¢da Avsembléia de Deus em Acacra, (ES), graduadoom Teo- ‘ogiae Mestrando em CCitncia da Religines. ‘Carios ROBERTO SILVA abrir mao da ora¢ao, do ensino da Palavra e de uma adoracao genuina” atural de Santos (SP), © pastor Carlos Ro- berto Silva, 48 anos, vice-presidente da Convengéo de Ministros das As- sembléias de Deus no Estado de Sao Paulo (Comadesp), € um dos ministros assembleianos da nova geracdo que tém se destacado. Vice-lider da Assembléia de Deus em Cubatao (SP), ele tem se dedi- cado integralmente a obra de Deus hé 23 anos, dos quais 21 como pastor e 16 como vice-executivo da Comadesp. Nesta entrevista & revista Manual do Obreiro, ele fala sobre a importancia da atividade apologética em nossos dias e as- severa: "Nao podemos abrir mao da oragio, do ensino da Palavra e de uma adoragéo genuina”. OBREIRO Quais sao os maiores desafios dos ministros cristaos nos dias de hoje? Os maiores desafios so desen- volver constantemente 0 minis- tério pastoral, ndo esquecer da drea de evangelizacao, que € area principal da Igreja, e conseguir conciliar os compromissos insti- tucionais, OBREIRO Quais so as princi- pais preocupacaes da igreja hoje em relagio a defesa da fé crista? As preocupagdes se resumem em uma sé: vacinar o povo com a Palavrade Deus. Entendo que uma diferenca basiea da igreja de hoje em relacdo a igreja de épocas pas- sadas € que antigamente nés di- rigiamos uma igreja “para dentro do nosso povo", por assim dizer, mas hoje dirigimos uma igreja mais exposta as influéncias exter- nas. A midia faz com que nao haja mais barreiras de conhecimento. Hoje, todo mundo tem conheci- mento de tudo através da internet, da televisdo e através do rédio. Por isso, muitas das coisas de fora que outrora 0 nosso povo nem tinha conhecimento, tanto coisas boas como més, hoje ele jé conhece por | meio desses instrumentos. Eares- posta correla a essa realidadendoé cercear o conhecimento. O grande desafio de hoje € vacinarmos 0 nosso povo biblicamente para que, ainda que entrem em contato com ensinos maus, estejam vacinados pela Palavra de Deus para nao aderira determinadas heresias que esto af solta no mundo evangé- lico de hoje OBREIRO Qual a principal tendéncia contempordnea que preocupa? Penso que seja justamente a glo- balizagao. A globalizagao ¢, sem diivida, uma questo necesséria nomundo moderno, mas essa glo- balizagéo, por outro lado, estimula Onrero o fim de qualquer barreira, Entao, com todo mundo tendo conheci- mento de tudo, ha pessoas que, infelizmente, acabam contamina- das. Qual a resposta correta a essa realidade? Nao podemos fugir da globalizagao, mas devemos nos adaptar a essa nova realidade, tendo cuidado para que ela nao in- fluencie negativamente os crentes tirando a originalidade da igreja, a simplicidade do Evangelho. OBREIRO E 05 riscos que o Movimento Igreja Emergente pode causar & satide das igrejas? Esse movimento est promoven- do a banalizagao do Evangelho, a banalizacio da graca. Na verdade, muitas ditas “igrejas emergentes” pregam um evangelho pratica- mente sem disciplina, um evan- gelho em que as pessoas se de- cidem para Cristo, mas ha muito pouco de transformagao no modo de viver, muito pouca transfor- macio no modo de ver as coisas. Sabemos que a verdadeira graca, a graga biblica, nao quer dizer isso, porém estao vendendo a graca de uma maneira equivocada, mais ou menos assim: “Vocé vem para o evangelho, vem para a graca e fica do mesmo jeito que estava, ¢ esié tudo muito bem”. Isso é um perigo! Essa confusao entre liber- dade e libertinagem nas igrejas emergentes 6 um perigo para a saiide da igreja verdadeira, OBREIRO Qual a estrutura que a igreja deve possitir para enfrentar essas ondas? Para uma estrutura ideal, trés t6picos me parecem essenciais, 1 Oe t6picos que a igreja precisa viver com muita realidade. Primeiro, a oracio. E um ponto bdsico. Depois, 0 louvor verdadeiro e genuino, sem modismos. Deve- mos ensinar a igreja a louvar e adorar a Deus a luz da Biblia. E © terceiro ponto fundamental € o ensino verdadeiro da Palavra “A igreja tem que estar baseada na oracdo, tem que ter um louvor genuino e verdadeiro, e tem que ter o ensino da Palaora de Deus” de Deus. Precisamos de mais Biblia em nao de dar atengao aos. modismos que vém e passam. A igreja tem que estar baseada na oragao, tem que ter um louvor genuino e verdadeiro, e tem que ter o ensino da Palavra de Deus. Nao podemos nunca abrir mao dessas coisas. OBREIRO A Assembléia de Deus no Brasil jé estd blindada para esses modismos ou ainda corre riscos? Na Assembléia de Deus, temos uma doutrina muito boa, doutri- na esposada a luz da Biblia. Ou seja, do ponto de vista basico, em termos do que herdamos dos nossos pais, estamos bem. Agora, por termos um sistema descen- tralizado, onde, em cada igreja, ou seja, em cada ministério, 0 pastor norteia as questdes de forma independente dos demais ministérios, temos, sim, pontos vulneréveis na Assembléia de Deus brasileira, mas isolados. Por exemplo, de repente, em determinados lugares do pais, temos lideres que nao estado comprometidos com essa base doutrindria da denominacao, nao estéo comprometidos com a nossa hist6ria e com a verdadeira doutrina biblica, entao aquele lugar, particularmente, est vul- nerdvel. A Assembléia de Deus no Brasil, como um todo, nao esta vulneravel, mas em alguns locais, de maneira pontual, as vezes temos pontos vulneraveis, igre- jas que nao estao biblicamente blindadas. OBREIRO Ja surge no meio evangélico focos de secularizacao do modelo eclesiéstico, 0 uso de métodos seculares, mundanos, na vida da igreja. Isso ja é evidente em algumas ADs? Eu diria que, de maneira gen- eralizada, ainda ndo, mas, de maneira pontual, sim, Ja ex- istem pontos onde é necessdria uma teavaliagdo, 6 necessario gue se olhe com muito car- inho 0 que esta acontecendo. E aqui voltamos & questao do sistema descentralizado, que tem beneficios, mas favorece ses problemas. £ justamente o nosso sistema descentralizado que facilita acontecer isso. Para superar esses problemas decor rentes desse sistema, 6 preciso conscientizacao e enfatizarmos a unidade. Mas, hé pessoas que s6 olham o ministério como uma profissdo. Alguns olham aquilo que esta sobre a sua mao, que est no seu comando, como algo particular. Ha quem ja ndo ob- serva mais as coisas no sentido geral de modelo bfblico de ad- ministragao eclesidstica, modelo de responsabilidade para com o ministério. Ele vé aquele ponto, aquele rebanho que ele tem na mao, como algo particular, algo com que pode lidar do jeito que ele quer. Nao é uma questo geral ainda, mas pontualmente jdexiste essa secularizacdo, ends temos que bater contra isso para que nao haja perdas maiores do que o que ja se perdeu. OBREIROEssa ameaga de secu- larizacao reflete um sintoma da perda do conceito de espirituali- dadte, préprio dos tiltimos dias? Penso que isso nao é de hoje, isso ja vem de algum tempo. Porém, 4 medida que chegamos aos til- timos dias, aumenta o problema. O problema ¢ mais crucial, é mais sério. A medida que se aproxima a Volta de Jesus, a secularizacao vai aumentando. O proprio Sen- “A medida que se aproxima a Volta de Jesus, a seculavizacao vai aumentando,O - proprio Senhor Jesus afirmou isso” hor Jesus disse: “Quando voltar © Filho do Homem, porventura acharé f6 na terra?” Portanto, & medida que vai se aproximando a Volta do Senhor, essa secular- izacdo aumentara mais ainda, por isso é necessério que aumen- temos 0 nosso combate a ela. A lideranga, principalmente, deve preocupar-se em aumentar seu combate a secularizagdo para gue possamos ver salvar muitos antes do fim. OBREIRO Formas notadamente humanas contrapondo a deter- minacao da direcio divina na ig- reja figuram como ameaca ou sio simplesmente uma onda? Nao, eu entendo que séo uma ameaca, porque, & medida que essas coisas vao acontecendo, in- felizmente muita gente as copia, porque muitos preferem copiar © que é ruim e nao o que 6 bom. Entdo, quanto a essa questao de dirigir a casa de Deus humana- mente, hd pessoas que nao acham nada demais determinados mé- todos meramente humanos, os adotam ¢ terminam achando que aquilo é 0 certo. Dessa forma, 0 que 6 errado vai ficando certo, entdo se ndo houver combate, a coisa vai se proliferar. Devemos mostrar, com ¢laras evidéncias, que isso é errado a luz da Palavra de Deus, porque, as vezes, pensa- mos em fazer uma determinada coisa, em dar uma determinada ordem que, a principio, parece- nos ser correta, e, na verdade, ela nao € correta. As vezes, falta em alguns paciéncia para esperar a determinacdo de Deus ¢, entao, como em curto espagode tempo | eles nao véem resultados, acabam | se precipitando. S6 ao longo do | tempo é que vemos os grandes resultados da diregao correta. As vezes, vocé observa o que Deus esté querendo e ainda demora mais um pouco até ter o resul- lado, Mas, muitas pessoas querem resultados logo, sdo imediatistas, entéo comecam a dirigir igrejas de forma meramente humana. O resultado é que, a médio ou longo prazo, 0s prejuizos aparecem Entdo, é uma questdo de ameaga mesmo, devemos encarar dessa forma, e nfo como uma onda que passa, Temos de ter muito cui- dado com essas coisas. Obreiro Obrero RR Myson nh. "DA APOLOGETICA SES rerenee Historia da apologética e seus desafios frente a Pés-modernidade e a settas S)primeiros cristaos en- frentaram os movimen- tos que ameagavam os fundamentos do cristianismo. Essa ameaga vinha dos grupos religiosos sectarios e dos criticos intelectuais judeus e pagaos. Os apéstolos responderam aos opo- sitores da fé crista e langaram a base da Teologia Crista, ¢ os Pais da Igreja interpretaram os escritos apostélicos, refutando as criticas. Nessa resposta aos incrédulos, organizaram pensamento cristo defendido ainda hoje. HistGr1A DAS ORIGENS pa Apotocetica Crista Otermo “apologética” vem do substantivo grego apologia, que liferalmente significa “defesa” e aparece oito yezes no Novo Tes- tamento (At 22.1; 25.16; 1 Co 9.3; 2.Co 7:11; Fp 17, 16; 21m 4.16 ¢ 1Pe3:15), sendo duasreferentes 20 contexto apologético. © apdstolo Paulo prega e defende o Evan- gelho: ”..alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de ‘boa mente; uns por amor, saben- do que fui posto para defesa do evangelho”, Ep 1.15-16). O apés- tolo Pedro ensina-nos a defender o Evangelho: “Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coragio; eestai sempre preparados para responder com mansidao e temor a qualquer que vos pedir a razao da esperanga que hd em v6s”, 1Pe 3.15. O termo “respon- der”, na expressdo “preparados para responder com mansidao” no texto grego, é apologia, e uma tradugio mais precisa seria “pre- parados para [uma] defesa”, como aparece na Verséo Espanhola de Reina Valera e na Versdo Inglesa The Amplified Bible. Os primeiros discursos apolo- géticos apostdlicos foram apre- sentados pelo apéstolo Paulo em Listra, durante a sua primeira viagem missiondria (At 14.15-20), e no Aredpago, em Atenas, por ocasiao de sua segunda viagem (At 17.22-31). O cristianismo sofreu diversos ataques dos opositores da nova religido responsével pelamudanca do pensamento religioso daquela geracdo. Os disefpulos de Jesus eram acusados de subverter a estrutura do Estado e exam tidos como ameaga ao Império Romano. Essas acusagdes eram politicas € também religiosas, pois a fé crista era interpretada como nada mais que uma superstigao misturada com fragmentos filoséficos. Era esse o pensamento de Celso sobre 08 cristaos, que Orfgenes refutou em sua obra Contra Celso. Isso fomentava as perseguicdes popu- ares promovidas tanto pelo Im- pério como por autoridade locais. Nessa época, jé havia intelectuais na igreja, os quais se dedicaram & apresentagdo de uma defesa com argumentos sélidos, racionais aceitéveis ao sistema de légica da época, respondendo a cada acusacao. Sao 0s apologistas. Os primeiros e mais notdveis foram Quadrato e Aristildes; Justino, © Mattir; e Taciano, Atendgoras, Tertuliano, Cipriano e Arnébio, entre outros. Quadrato apresentou uma de- fesa do cristianismo ao imperador ‘Adriano (117-138dC). Aristides, de Atenas, escreveu a sua Apo- logia para o mesmo Adriano ou para 0 seu sucessor Antonino Pio (138-161dC). Justino de Roma, ow Justino, 0 Mértir, 60 autor de duas cobras apologéticas que sobrevive- ram ao tempo. Didlogo com Trifio € uma defesa do cristianismo a0 judeu ‘Trifao, Nao se trata de anti-semitismo, pois assunto diz respeito a féendoa raga. Apologia foi escrita ao imperador. Ambas foram compostas por volta de 153dC, que deviam ser, na origem, uma s6 obra, Ele defendeu os ctistdos da acusagio de atefsmo, deincesto ede canibalismo. Eram acusagées levianas e infundadas. Nessa defesa, argumentava que 08 ctistios se submetiam as leis civis, eram exemplos no tocante a virtude civica e pagavam seus impostos, apenas nao podiam participar do culto ao imperador porque s6 prestavam adoracao a Jesus Cristo, como 0 tinico Senhor. Como 0s cultos eram secretos, os de fora nao conheciam a realidade dos fatos e acusavam os cristaos de praticarem incestos, além de pensarem que a Ceia do Senhor era uma pratica canibal. Taciano, disefpulo de Justino de Roma, organizador da har- monia dos quatro evangelhos, a Diatessaron, compds também a obra Discurso aos Gregos, um combate ao paganismo, Atendgo- ras escreveu Stiplicas em favor dos Cristaos, para o imperador Marco Aurélio e para o seu filho Cémo- do, por volta de 177dC. Tertuliano esereveu em 197dC as duas obras apologéticas mais conhecidas Ad Nationes (Aos Gentios) e Apolegeti- cus Adversus Gentes pro Christianis (Apologética Contra os Pagios em Favor dos Cristéos), mais co- nhecida por Apologética. Cipriano, tambémbispo de Cartago, falecido em 258dC, escreveu Ad Donatum (A Donato) e Ad Demetrianum (A Demetriano). Arnébio é 0 autor de Adversus Nationes (Contra as Nagées) e Lactancio, Divinae Ins- titutiones (Instituigdes Divinas) De Mortibus Percutorum (Sobre a Morte dos Perseguidores), A defesa desses homens foi de grande ajuda, mas nao surtiu os efeitos esperados. O que sobre- viveu dos seus escritos servem ainda hoje para mostrar-nos 0 TT Obreiro cristianismo da época e as suas di- ficuldades. O mais importante do movimento apologético, segundo Paul Tillich, “pode ser considera- do o nascedouro de uma teologia cristd mais elaborada” (TILLICH, 2004, p. 44), Ele define “apologia” como “resposta ou pergunta ao juiz de um tribunal, da parte do “A APOLOGETICA (Oar O esa wenN FE CRISTA DIANTE DOS ATAQUES DOS ATEUS E CRITICOS, E DA Oran mall aaa FOP Ua ape) a Tey oreo: TRADIZ A BiBLia” acusado” ¢ lembra que Sécrates, em sua Apologia, respondia aos que o acusavam. Da mesma manei- ta, afirma Tillich, “o cristianismo teve que se expressar em forma de resposta a certas acusacdes particulares, Os apologistas foram 0s que se entregaram a essa tarefa sistematicamente” (p. 44), Nao seria possivel essa construgdo do pensamento teoldgico pelo simples didlogo. Os apologistas demonstra- ram a existéncia da verdade tanto as pagdos como aos préprios cris- tos (TILLICH, 2004, p, 46) Portanto, a Apologética Crista 6a defesa da fé crista diante dos ataques dos ateus e criticos, e da pretensa ciéncia, poisa verdadeira Ciéncia nao contradiz. a Bfolia, o mesmo diga-se da Histéria, da Filosofia, da Etica, das outras re- ligides e teologias. Uma avaliagao historica pode revelar quatro fun- des da Apologética: defender a fé crista das seitas e heresias, refutar ‘08 erros que se opdem aos ensinos biblicos, persuadir os contradizen- tes para que eles se convertam ao Evangelho e vindicar a aceitabili- dade do cristianismo pelas autori- dades do mundo. Trata-se de uma defesa com argumentos e funda- mentagio biblica, respondendo as objegdes contra a f6 crista. Os dados histéricos, aqui apre- sentados, revelam a importincia eo papel da Apologética Crista na vida da igreja, tanto na cor truco do pensamento teoldgico cristao como nas questées atu- ais da sociedade. Quando Jesus disse: “Amarés, pois, a0 Senhor teu Deus, de todo o teu coracio, e de toda a tua alma, e de todo © teu entendimento, ¢ de todas as tuas forcas”, acrescentou 0 termo “entendimento”, que nao aparece em Deuteronémio 6.4-6, passagem de onde Jesus tirou essa declaracdo. Assim, estava ensinando que devemos amar a Deus com 0 coracao e a mente, uma fé légica e racional. Dizia Agostinho de Hipona: “Creio para entender”, baseando-se na parte final dels quea LXX (Septuaginta) reza: “Se nao 0 crer- des no compreendereis” (porém, 0 Texto Massorético afirma: “ Se nao o crerdes, certamente, nao ficareis fires”). Isso foi, mais tarde, defendido por Anselmo de Cantudria. A Apologética mostra istianismo é racional, 0s dados da revelagao podem ser explicados de maneira metédicae sistemética, portanto, aceitével. A CPAD lancou recentemente uma obra que trata do assunto: Defen- dendo Sua Fé, de R. C. Sproul. REAGAO AS DOUTRINAS INADEQUADAS AO CRISTIANISMO © combate as heresias ocupa um terco do Novo Testamento. Tanto 0 Serhor Jesus Cristo como seus apéstolos trabalharam in- cansavelmente contra as heresias, € contra 0 pensamento pagiio de seu tempo. Nao ha livro no Novo Testamento que ndo revele essa fabuta. Alguns livros jd sao per si esse empenho, sendo seu conteti- do uma apologia a doutrina crista ea sua esséncia, uma defesa do cristianismo. Judas declara que pretendia escrever sobre a salvacdo comum, mas, em virtude das crescenies, heresias, resolveu, pela direcdo do Espirito Santo, travar essa batalha contra elas: “Amados, procurando eu escrever-vos com toda a diligéncia acerca da co- mum salva, tive/por necessi- dade escrever-vos ¢ exortar-vos a batalhar pela f@ que uma vez foi dada aos santos”, Jd 3. O contetido de 2Corintios, Géla- tas e 2Pedro € essencialmente uma disputa continua contra as heresias, para-a preservacio da pureza do Evangelho de Cristo. O tema central de Colossenses 6 a defesa da divindade de Cristo, posto que alguns se apresentaram ensinando o “culto dos anjos” (Cl 2,18) e, também, uma resposta aos “cudimentos do mundo’ (C128). Todas os escritos do Novo Testa- mento mostram essa luta acirrada contra as falsas doutrinas, “O CONCEITO DE HERESIA ADOTADO AO. LONGO DA HISTORIA REJA SEGUE A IDEIA APRESENTADA POR TRINEU DE LIAO, NA OBRA ADVERSUS Haerese (CONTRA as Heresias)” ONovo Testamento grego usa apenas um s6 termo para “seita” e “heresia”, 6 a palavra hairesis, traduzida por “seita” em Atos 5.17; 15.5; 24.5; 26.5 e 28.22; e por “heresias” em 1Corintios 11.19; Gélatas 5.20 e 2Pedro 2.1. Nos classicos da Grécia, aparece com osentido de “tomar” (comumente usado para tomar uma cidade). Isso pode ser confirmado em Herédoto (Histéria 4,1) e Platéo (Gorgias 513a), entre outros, eo termo pode significar também “escolha” ou “eleicao” (comoem Génesis 49.5 e Leviticos 22.18,21 na LXX), que pode ser de ma- gistrados, como em Aristoteles (Politica 1266a), ¢ no sentido de uma inclinagao ou preferéncia fi- loséfica ou escola de pensamento, “tomar para si mesmo uma esco- Tha” (MALHADAS; DEZOTTI; NEVES, 2006, vol. 1, p. 23). O significado dessa palavra é complex. Agostinho de Hipo- na disse que era “inteiramente impossivel, ou em todo o caso a cousa mais diftcil’, definir “here- sia” (BUCKLAND; WILLIAMS, d, p. 352). No Novo Testamento, esse vocdbulo aparece com o sentido de “partido”, espirito sectério”, e nem sempre representa uma rup- tura com o sistema convencional de determinada comunidade. Os saduceus ¢ os fariseus eram seitas que formavam facgdes dentro do prdprio judaismo (At 5.17; 26.5). Paulo adverte para que nao haja no seio da igreja essas divisdes (hairesis) e condena as inova- sOes doutrinarias que venham a dividir a igreja (1Co 11.19 e GI 5.20). Q apéstolo Paulo chama de hereges os que teimam em seguir seus proprios pensamentos, con- trariando os prineipios basicos da fe crist, e acerca dessas pessoas o.apéstolo recomenda, depois de duas admoestagoes, evitar tais heréticos (Tt 3.10). E verdade que 0 cristianismo foi também chamado de “seita”, mas por pessoas que estavam do lado de fora, por pessoas que nao conheciam as verdades do Eyangelho de Cristo e que se opunham a ele (At 24.5,14; 28.22). Ober 2 A primeira referéncia a0 termo “heresia” com o sentido moderno de erro doutrinério, aplicado aos que abandonaram a verdadeira 6 para seguir grupos sectari: tas com doutrinas peculiares, encontramos em 2Pedro 2.1. Os Pais da Igreja usavam o termo hairesis ou haeresis (latim) para designar a teologia dos grupos religiosos heterodoxos, que rejei- tavam a tradicional Doutrina dos Apéstolos. Os que usaram dessa forma o termo foram Irineu de Lido (125-202dC), Tertuliano de Cartago (155-222dC aproxima- damente), Agostino de Hipona (354-430), entre outros. Filés- trio, bispo da Bréscia e opositor da doutrina arianista, escreveu entre 380 e 390dC o livro Diver- sarum Haereseon Liber (Livro das Diversas Heresias), em que “considera heresia toda doutrina em contraste com a crista” (BE- RARDINO, 2002, p. 572). Segun- do Fildstrio, havia 28 seitas antes do nascimento do Senhor Jesus, e depois esse ntimero elevou-se para 128. Oconceito de heresia adotado ao longo da historia da igreja segue a idéia apresentada por Irineu de Lido, na obra Adversus Haerese (Contra as Heresias), que expée os erros doutrinarios dos grupos gnésticos. Segundo Irineu, que foi disefpulo dos que foram discfpulos dos apéstolos e recebeu deles a doutrina apos- télica desde o primeiro século, © pensamento cristo baseia-se em duas regras gerais 1) a visdo dos apéstolos sobre Deus, 0 mundo, 0 homem e a salvagao 2) e a hermenéutica, pois a in- terpretacao fora dos parametros estabelecidos era considerada como nao-crista. Esse argumento fundamenta-se em Romanos 1. Em Romanos 1.16-32, 0 apés- tolo Paulo contrasta a mensagem do Evangelho, que traz salva¢io (Rm 1.16-17), coma tragica condi- do da humanidade decafda que We YoY w aga RENCIA AO TERMO Sanwa Or ker) TIDO MODERNO DE ERRO DOUTRINARIO, APLICADO AOS QUE ABANDONARAM A ae a ease! SEGUIR GRUPOS Seem jaz sob a ira divina (Rm 1.18-32). Nos versiculos seguintes, Paulo enfatiza que a razao especitica para a ira divina 6a visao distor- cida que a humanidade tem de Deus (Rm 1.19-21,28), domundo criado (Rm 1.23-25) e da propria humanidade (Rm 1.22,32). No entanto, a mensagem do Evan- gelho destréi as estruturas deste mundo e sobrepuja a idolatria da “mente depravada” do ser humano (Rm 1.28). Conclui-se desse texto que as mensagens que refletem essas percepeoes distorcidas nao podem ser des- critas como cristas (MOSER & OWEN, 2006, p.389,390). Portanto, seitas sao grupos religiosos isolados que expoem uma cosmovisao rejeitada pela patristica, pelos reformadores do século 16 e contraria o pensamen- to dos apéstolos. As doutrinas sectdrias so contra a ortodoxia crista sobre Deus, 0 mundo, 0 homemea salvacio. Elas so uma ameaga ao cristianismo histéricoe um problema para asigrejas. Hoje estao bem aparelhadas para 0 combate da fé crista. Apresentam- se, muitas delas, com uma estru- tura organizacional de provocar inveja em qualquer empresa multinacional, parecendo um império, como as Testemunhas de Jeové e 0s Mérmons. Os DESAFIOS Os adeptos das seitas esto no contexto de Mateus 28.19. Sao criaturas que precisam conhecer a Jesus. Muitos deles nunca tiveram aoportunidade de ouvira verdade da Palavra de Deus. Essas vitimas esto inclufdas nos grupos ainda nao alcancados pelo Evangelho. Aevangelizagao deles constitui-se um grande desafio para as igrejas. Isso acontece porque, além de ser um trabalho arduo e muito dificil, 6 também muito arriscado alguém se tornar um deles. Os apologistas precisam conhecer bem suas cren- as, seus argumentos, bem como refuté-las, Requer-se ainda conhe- cimento sblido e profundo denossa fé, de como expor nossas crencas’& uz da Biblia. Alem disso, 6 preciso, sobretudo, a uncao do Espirito San- Obie to, pois somente a persuaséo sem © poder do Espitito Santo faz com que osadeptos dasseitas sintam-se envergonhados por ser a sua reli- gido desmascarada, e geralmente tornam-se ainda mais inimigos do cristianismo biblico. Hoje, temos quase dois mil anos de hist6ria para que alguém venha nos acusar de canibalismoe ateismo, porém hé outros desafios euma das fungdes dos apologistas 6 responder com argumentagio biblica aos problemas da atuali- dade, como o pensamento do Pés- Modernismo eo avango do cientifi- cismo. Dependendo do tema, deve ser submetido a ética crista, como apolémica sobreas células troncos embrionérias e sobre a clonagem. O conceito pés-modemista trouxe aidéia de Protagoras, sofista grego do quarto século aC, que afirmava ser “o homem a medida de todas ascoisas’. Com isso, tudo aquilo de que cada serhumano gostare satis- fizer seus gostos pode ser conside- rado como verdade, questionando © conceito biblico da verdade absoluta. Essas coisas resultam no comportamento permissivo da so- ciedade moderna veiculada pelos meios de comunicagao. A Apologética Crista apresentaa resposta a todo sistema anticristao. O centro desse debate é Deus, seu Filho Jesus Cristo e a Biblia. Essa resposta, segundo apéstolo Pedro, deve ser “com mansidao e temor” (1Pe 3.15), mesmo Aqueles que nos ciiticam eblasfemam contra onosso modus vivendi: “Tendo uma boa consciéncia, para que, naquilo que falam mal de vés, como de malfei- tores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedi- mento em Cristo”, 1Pe 3.16. Onosso objetivo coma apologé- tica equipar 0 povo de Deus com argumentos biblicos para que cada um possa defendera sua féeajudar ‘os seus irmaos, principalmente os novos convertidos, na compreensao da Biblia, Caso haja necessidade de um estudo mais aprofundado BIE Wate) sc} DOS APOLOGISTAS E RESPONDER COM AR- GUMENTACAO BIBLICA AOS PROBLEMAS DA ATUALIDADE, COMO O PENSAMENTO DO POS-MODERNISMO E AVANCO DO felauia(e Ome de um determinado tema ou de um determinado grupo religioso heterodoxo, a Convengéo Geral das Assembléias de Deus no Bra- sil (CGADB) dispoe de um drgio paraessa finalicade, a Comissiode Apologética, quejuntamente como Consetho deDoutrina prové outros recursos complementares promo- vendo simpésios e seminérios. Portanto, é tarefa da igreja atu- al “batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), para ‘manter os cristaos “na doutrina dos apéstolos” (At 2.42). Obreiro Referéncias bibliogréficas ARISTOTELES, Politica (trac. Ma- rio da Gama Kury). 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