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Terga-feira, 24 de Janeiro de 2017 ARIO DA REPUBLICA ORGAO OFICIAL DA REPUBLICA DE ANGOLA Prego deste ntumero - Kz: 400,00 ‘Tada 9 carespondenca, quer OCA, quer relciva © amineio ¢ inane do «Dito ee [Nacional - EP, an Landa, Rin Henrie de Carvalho a? 2, Cidade Alta, Caixa Postal 1306, | AE sie ‘woeocimprensanacianalgoxao - Fad. teleg: | A2* série anges Ast sie SUMARIO Assembleia Nacional Lins 617: Leide Bases deFlorestas¢ Fauna Selvagem, que etabelece as norms «que visom garanti a conserva,30 0 us racianalesustentivel das forest eda fauna selvagem eistentes no teritéionacioal ean, as aves gars do exercicio de actividades com elas relacionadas, —Revoga oda aewislagto que conare odisposto ma presente, noncadamente os atians 16°, 17: €18° da Lei m* 15/05, de? de Deranibro, Lei de Bates do Desenvolvimenta Aarti os Desretor 40040, de 9 de Fevereiro de 1985, 14531, de 21 de Agosto ‘de 1962 (Regulamento Forest) eo Diploma Lepstativon’ 2873, de Ll de Dezernbro de 1957 (Regulamanto de Casa), Ministério do Ensino Superior Deatto Estatvon "2017: Cain «Curve fe Bsedo ou Adie Even! wo tats Saar de Clair da Edegbo fe Ln que ere 0 Cm [indice este ens olin een otro ca ASSEMBLEIA NACIONAL Leins 6/17 de 24 de Soe Ao Estado impende o dever de efectivar as normas e adop- tar as medidas necessirias a protecgao do ambiente © das especies da flora e da fauna em todo o territério nacional, & manutengao do equilibrio ecolégico, & correcta localizagiio das actividades econémicas, bem como a exploragao e uti- lizagao racional de todos 0s recursos naturais, no quadro de tum desenvolvimento sustentivel e do respeito pelos direitos das geragSes futuras e da preservagtio das especies Assim, impoe-se a actualizagtio das normas que visam_ ‘garantir a conservagao e uso sustentavel das florestas ¢ da fauna selvagem existentes no terrtorio nacional e as bases gerais do exercicio de actividades com elas relacionadas; ASSINATURA ‘prego de cata Tina publica nos Diaries ano Kz 611 799.50 Kz: 30127000 (ba Republica 1 © 2+ serie € de Kz: 75.00 e para 3° seie Kz: 95,00, arescido do respective lmposto do seo, dependendo a publicagao da 7: 1891.50.00 Ke 150111.00 5 sre de dposito previo a efectur na tessa io grensa Nacional EP AAssembleia Nacional aprova, por mandato do Povo, nos tertos das disposes ccmbinadas da alien) doatigo 161°, das alineasD,p),q) er) don 1 do artigo 165° eda linea c) do n° 2 do ago 166°, todos da Consiga Replica de Angola, a seguinte LEI DE BASES DE FLORESTAS E FAUNA SELVAGEM TiTULOI Disposicdes Gerais CAPITULOT Object, Ambito, Finalidades ¢ Principios antigo 1° Objecioy A presente Lei estabelece as notmas que visam garantir a conservagaio € 0 180 racional e sustentivel das florestas ¢ da fauna selvagem existentes no teritrio nacional e, ainda, as bases gers do exercicio de actividades com elas relacionadas |__ARTIGO 2 Ganbite de aplican 1. A presente Lei ¢ aplicavel as florestas e a fauna selva- ‘gem, bem como a sta diversidade biol6gica e as actividades com elas relacionadas 2. A presente Lei nto € aplicavel aos recursos biologicas aquiticos, recursos zendticos € as areas de conservagao que suo rezidos por lei especial ARTIOO 3° uaidades) A presente Lei tem as seguintes finalidades: 4) Estab elecer os principios erearas gerais de protecgo « gesto dos recursos florestais¢ famnisticos eseus ecossistemas, assegnrando que sejam utilizados 218 DIARIO DA REPUBLICA. © explorados de forma sustentivel, integrada € responsavel: b) Assegurar a contribuicio das florestas e da fauna selvagem, bem como das actividades a elas rela- cionadas, para a seguranca alimentar, a satisfaco denecessidades basicas, a gerapao de rendimentos ce cmprego e a progressiva melhoria da qualidade de-vida das geragoes actuais e futuras, tendo em consideragao os scus usos miltiplos: ) Estabelecer 0s principios ecrtérios gerais de acesso 08 recursos florestais ¢ faunisticos ¢ da sua ges- to sustentvel ordenamento c desenvolvimento, tendo em consideragio os aspectos ecoldsicos, teenologicos, econdmicos, sociais, culturais, ambientais e afins; @ Contribuir para a exploragao, transformagao e uti- lizayo dos produtos florestais e fanisticos, para 2 promogao das empresas angolanas ¢ empresas de direito angolano para a criago de emprego a nivel local; ¢) Promover a investigagio cientifica e tecnolégica Felativa as florestas ea fauna selvagem, bem como a disseminagtio dos conhecimentos, incluindo os tradicionais dela resultantes. ARTIGO 4° (@etinicoes) Para efeitos da presente Lei, entende-se por: 1. «Acompanhanenton —a recolha, compilaea0, and lise ¢ prestacio de informagio sobre os recursos florestais ¢ fatmisticos e actividades com elas relacionadas, inchiindo sobre sa transformagao € comervializagao. 2. «Animal perigoso» —aquele cujanatureza ou come portamento ¢ susceptivel de por permanentemente em risco a vida hmana, animal e os bens 3. «Arboretunoy — a floresta de plantagao para fins exclnsivamente cientifics, de echicagio e de lazer 4 «Banco de Germoplasmen, — é um conjunto de infra-estruturas cientificas destinadas a conservar ‘© patriménio genético das plantas sob a forma, de centre outras, de sementes, DNA, tecidos, de uso mediato ou com potencial de uso futuro onde niio corre o desearte de acessos e cujo processo de conservacao ¢ um complemento da conservagao nopréprio local, proporcionanido um seatro contra a extinglo das espécies no seu habitat 5. Biossegurance — 0 conjumto de estudos, pro- cedimentos ¢ accoes voltadas para a prevencio, nizagao ou eliminago de riscos inerentes as actividades de pesquisa, producto, ensino, desenvolvimento tecnoléaico prestagdo dese vigos, visando a saiide do homem, dos animais, m ‘a preservagtio do meio ambiente, da exploragio dos recursos florestais efaumisticos ea qualidade dos resultados 6 «Caceoy —a espera, persesnigo, eaphura, apanha, iutilagao, abate, destruigto ou utlizagao de espe- cies de fauna selvagem, em qualquer fase do seu desenvolvimento ou a conchigéo de expedigbes para aqueles fins 7. «Caga desportiven, —caca associnda a0 lazer e pro cura deemogao no acto deperseguigao, abate ot captura de animais selvagens que nao visa apenas 2 obtencio de alimentos para subsisténcia, mas a perpetuagao de tradigoes 8 «Caca furtive — étradicionalmente definida como sendo 0 acto de perseauicao, abate e captura de animais selvagens por pessoa que nao ¢ legal- mente habilitada, 9, «Caza gross» — acagadeanimais selvagens, her bivoros, camivoros e repteis de grande e meilio porte, constantes da lista de animais cuja caga é permitida. 10. «Cage mito — a caga de animais selvagens, herbivoros, camivoros, répteis de pequeno porte aves, constantes da lista de animais cuja caga épemmitida 11, «Capa wtilitaricy —a captura ou abate de animais selvagens para fins cle regulagSo da populacho de smnimais em exeesso nos teens rurais on para produgio e venda de came, bem como a eaptura ‘ou abate de animais em defesa de pessoas e bens, nos termos a definir em regulamento proprio. 12. «Cagador especialiste — pessoa singular auto- rizada 9 exercer a cagn como profissio ¢ que se dedicaa caga para fins de exploragao de recwsos faunisticos, incluindo a caga de animais conside- raxlos perigosos, a condgio de excursdes de caya ‘tt © acompanhamento de turistas que estejam autorizados a cagar ou que desejem centemplar, fotowrafar ou filmar animais selvagens nos seus habitats natuais 13, «Clagavior desportivon — @a pessoa que pratica 2 caga despattiva, com a finalidade de obter além dealimentos, a emogtio de perseauicto, oabate € captura de animais selvagens pata constiir um acervo de troféus fins. 14. «Caparo furtivo — € a pessoa que, sem habili- tagdo legal realiza actos de persexuigao, abate € captura de animais selvagens. 15. «Certificacto florestaly —mecanismo que tem pot objectivo identiflear determinada qualidade do produto florestal ou do sen processo de prodhicho. I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 219 16. «Cesstiay — é um instituto do direito civil que designa, em sentido amplo, qualquer acto jaridico de transmissio de um direito ou de uma posi¢o juridica e, em sentido restr, a transmissao de direitos ou posigto juridica por acto negocial intervivos ea titulo singular 17. eCesstio de exploragiioy —é um instituto juridico do direto civil on de dircito comercial que designa ‘o-contrato comercial pelo qual se cede, onerosa € temporariamente, bens méveis ciméveis, estabe- lecimento comercial, licenas ¢ alvars, 18 «Cessiondrion — é um instituto juridico do direito civil edesigna aquele que adquirit um direito ou luna posigao juridiea por cess 19, «Comunidades locais» — van grupo social de pes- s0a5 residentes muma localidade, com interesses ‘ut direitos relativos aos recursos florestais ou faunisticos ai existentes, que possuem ou relati- ‘vamente n0s quis se exercem direitos nos termos da lei, do costume ou do contrat. 20. «Conmniddades ruraisy — comumidades de fami- lias vizinhas ox compartes que, nos meios rurais, tm direitos colectivos de posse, gesto © de uso € fiuigio dos meios de produsao commitarios, designadamente dos temenos rurais comumitirios por elas ocupados ¢ aproveitados de forma itil ¢ fectiva, seatmdo os principios de auto-adaninis- tragao e autogestao, quer para sua habitacio, quer para o exercicio da sua actividade, quer ainda para 2 conisecugdo de outros fins reconhecidos pelo costume ¢ pela legis]ago em vigor 21, «Concessdo florestahy — acto administrative ou contrato pelo qual o Bstado transiite a particule res, mediante remumeragao, direitos patrimoniais sobre recursos florestais de que ¢ proprietério. 22, «Conhecimentos tradicionais» — os conhecimentos, inovagdes, priticas e tenologias acumulados que silo essencinis para a conservaco eso sustenti- vel dos recursos florestas e faumisticos naturais ou tenham valor socio-econémico e que foram desenvolvidos ao longo do tempo por comunidades ‘ou por pessoas residentes numa dada localidade. 23. «Contingentagéion —a definigio das quantidades -ximnas permissiveis de abate ou corte de diferen- tes espécies de recursos florestais on faumisticos. 2A, «Corte — o abate de recursos florestaispara fins de exploragao comercial 25, «Degradacéio de terrasy — 1 redugio ou perda da produtividades biolégica ou econémica e da complecidade das eras agricolas de sequeio, das terras aaricolas irizadas, das pastagenstnaturas, das pastagens semeadas, das florestas e das matas 30. 31 32, 33 34. 35. 36. nativas devido aos sistemas de uilizago da terra ‘11a um processo, ou combinagao de proceso, ineluindo os queresultem das actividades huma- nas € das sts formas de ocupagio do teriterio, “«Desflrestagiioy — a destiuigao om corte indis- — 0 corte ou arranque localizado € selectivo de vegetagio, arvores e arbustos para quaisquer fins, em especial agricolas, mineiros ‘on de constmigao de infra-cstraturas. «Desertificagiton — 0 processo de deatadagdo de terras, natural ou provocado pela remogio da cobertura vegetal, on pela uilizagéo predateria ‘que pode transformar essas teras em zonas dri das ou desestos — toda a pessoa singular, sociedade, comunidade ou familia que exerce actividades ‘economicas, em particular actividades de explo rag20 ou aproveitamento de recursos florestais ‘on Faisticos «Bapécies cmeagadas de extingdion — as especies, subespécies, variedades ou ragas quenio esto em. cestinglo mas enfrentam umrisco muito elevado de «stinggo no seu ambiente natural num futuro pro ‘imo; inelui as especies eujosniimeros se tentham, reiduzido drasticamente a um nivel citico ou cujos habitats tena sido degradados de forma tal que ponla em petigo a sobrevivencia da especie. dispécies domesticadas ou cultivadas) —espécies cajo processo de evolugo tenha sido influen- ciado pelos seres humanos para satisfazer as sas necessidades. 220 DIARIO DA REPUBLICA. 37. Wispécies em extingdion — as espécies, subespé- cies, variedades on ragas que enftentam um riseo cextremamente elevado e eminente de exting#o no seu ambiente natural 38. «Espécies endémicas»— espécies que s6 ocormem naturalmente no territério nacional, excluindo qualquer espécie que seja introdnzida no teitério de Angola por acgao humana 39, «Bspécles exdticasy — as espécies que no 380 indigenas em uma ea especifica 40, cBspécles ivasorasy — qualquer espécie que constitu ameaga para ecossistemas, habitats € coutras especies Al. cispécies migratériasy—as espécies que migra sazonnlmente de uma zona ecoldaica para outra 42. cdispéctes vulnerdveis» —as espécies, subespécies, Variedades ou ragas que, de acordo coma inelhor prova disponivel, s40 consideradas como em risco elevado de extingono seu ambiente natural, em especial enjas populagdes, comparadas comniveis histéricos, se tenham reduzido a niveis que ponham em causa a sua sustentabilidade, 48. «Bxploracdtom — a colheita ou corte de recursos florestais ou a caga de recursos famisticos para fins Inerativos, ainda que relativos a actividades depequena escala 4H. «armacopeiacu farmacologia africana —tratado acerca da preparagao dos medicamentos prove ‘ientes da flora africana incluindo a sua aplicagio. 45, «Fauna selvagen — conjunto de animais ter- restres selvagens, vertebrados ¢ invertebrados, de qualquer espécie, em qualquer fase do seu desenvolvimento, que vivem nanuralmente, bem. como as especies selvagens capturadas para fins de pecuatizagao, excluindo osrecirsos aquiticos. 46. «Fazenda ce pecuerizagdion —unidade de pecusria de animais da fauna selvagem parafins deprodugio alimentar, turismo ecol6gico ou reconstinuigao de espécies vuneriveis. 47. «Fiel depositérion —a pessoa piiblica ou privada a «quem a suteridade florestale fauistica competente confia a responsabilidade da posse de um bem durante o desenrolar de um processo de execugao. 48. «Fiscalizay do» —a inspecgio, supervisio € vigi- lincia das actividadesrelativasa recursos florestais, « faunisticos, com vista a gerantr o cumprimento da legislagao aplicavel, bem como as comrespon- dentes medidas de gestao, 49, «Ploresten — qualquer ecossistema terrestre con tendo cobertura de drvores, ou de arbustos ou de ‘uta vexetagao espontnea, ineluindo os aninrais selvagens e microrganismos nela existentes. 50. «Floresta natural» — local povoado de arvares € arbustos que nascem, crescem ese desenvolvem deforma natural eespontinen, sema intervencio mans S1. «Floresta plantadeny —floresta constituida arti- ficialmente por processos de «povoamentor (lorestag#0) «ou repovoamento» (reflorestago) 52. «Hlabitaty — o local ou o tipo de sitio onde um. ‘organismo ou populagdo ovorrem naturalmente, 53. cchnentéro florestaiy —é 0 conjunto deactos que viisam arecolha, medigtio¢ registo de dados sobre 1 qualidade € o volume de recursos florestais, © estado esta dindimica, asa Localizagio e distri- buigto itogeogréfica, regencragio € os produtos qe deve ser produzidos por umidade de super ficie para a obtengto da informagao necessaria & gestio sstentvel de uma dada regio ot floresta ‘4. «Lei de Terrasy —a_Lein.° 9/04, de9 de Novembro, ou lei que a vena a substitu 55, «Mancha florestaby — cobertura de arvores elo arbustos num dado terreno rural 56. «Ordencanento florestaly — € 0 coniuunto de medi das integradas de natureza legal, administrative ¢ téenica que visam determinar a localizagio, classificago, orgmnizagio e gestio sustentavel das florestas 51. «Periodo de defeso» — periodo do ano que coin- cide com a reproducdo das espécies founisticas, durante o qual as actividades de caga sio proi- bidas on limitadas em todo o Pais, ou em certas localidades ot de eertas especies: 58. «Pertodo de repouso vegetativo» — periodo do ‘ano que coincide com a reprodugio florestal € ‘rescimento de determinadas especies florestas, durante 6 qual sao proibidas ou limitadas as acti- vidades de exploragtoflorestal. 59, «Plantacdo floestaly — cobertura vegetal abérea, continua, obtida através do plantio de arvores de cespécies indigenas ou exdticas. 660. «Prager — qualquer animal ou planta que estando presente em mimero excessivo, apresenta uma probabilidade nao nealigencivel de provocar prejuizos e outros impactos negatives em outros ‘organismos ou na satide ¢ actividade humane. 61. «Produto fenmisticon — qualquer parte de um. ‘animal selvazem que é eapturado, ou de qualquer ‘outro modo removido do seu meio natural, para uso humano, incluindo os produtos manufactu- radlos a partir dele, (62. «Prodkitoflorestab) — qualquer recuse florestal que € colhido, ou de qualquer outro modo renovido do en estado natural, para.uso humano, ineluindo I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 21 ‘os produtos mannfacturados ou derivados de um recurso florestal 63. «Prodifo em estdncia — produto florestal obtido legalmente, mas que, uma vez realizada intezral- mente a licenga, nfo tenha sido possivel retirar do local de corte porrazdes denatureza diversa, dentro do prazo de validade da licenga A, «Protecgiion — a mamutengao, reabilitagao, res- tauracio € mehoramento das florestas ¢ fauna selvagem, ¢ seus recursos genéticos, bem como todas as medidas visando o seu uso sustentivel 65. Recurso feanisticon — qualquer animal selvagem, de valor actual ou potencial para a huxmanidade, ineluindo os recursos geneticos da fauna selvagem. 166. «Recurso floresialy —bens tangiveis ¢ intaniveis que aparecem ou crescem na floresta, de valor actual ou potencial para a humanidade, inchaindo qualquer organismo vivo ou qualquer produit deste dentro de uma floresta, bem como os servigos dos ecossistemas forestais, 67. Recurso genético» — qualquer material de crigem vegetal, animal ou de microorganismos que conte nha unidades fimcionais de hereditariedadee que tenha valor actual ou potencial para a humanidade. 68 «Repovoamenion —orestabelecimento de frvores c/ou outra cobertura vegetal, ou de fauna selva- 2am, apés a remocio da totalidade ou parte da cobettura floresta natural ou de especies dafauna ‘que intesravamn um dado ecossisterna 69, «Safaris de caminhada» — ¢, tradicionalmente, definida como seado wna expedigao terestre & floresta, com fins de realizagto de realizagao de ccaminhada de turisio ou de cava 70, «Taxas ck exploragio florestal e faunistica» — contribuigdes financeiras afavor do Estado, pages ‘por pessoas singulares ou colectivas, como con- trapartida pela exploragiio dos recursos florestais « founisticos. 71, «lerrenos comunitérios» — terrenos utilizados por uma comunidade rural segundo o costume relativo ao uso da terra, abrangendo, conforme 0 «caso, as reas complementares para a agricultura itinerante, o corredores de transumancia para acesso do gado as fonte de fgua ¢ as pastagens os atravessadouros, sujcitos ou nfo a0 regime da servidio, utilizados para aceder & gua ou as estradas ou caminhos deacesso aos aglomerados uurbanos. 72. «Terrenos florestaisy — terrenos rurais aptos para © exercicio das actividades silvicolas, designa- damente para a exploragio e utilizagao racional de florestas naturais ou plantadas, nos termos dos planos de ordenamento rural e da respectiva lesislagao especial 73, «lhofito, — as partes duaiveis das animais selva gens, nomeadamente a cabega, eranio, comos, dentes, coiros, pélos e cerdas, u has, garras, cas cos e ainda cascos de ovos, ninhos epenas desde que niio tenham perdido o aspecto original por qualquer processo de manufactura, 74, «Uso sustentéveb» — a gestio ¢ aproveitamento dos recursos florestais ¢ faunisticos, de tal modo que sejam mantidas as fumg0es evol6gicas das florestas eda fauna selvagem a longo prazo € queniioseja prejudicado 0 valor ecoldzico, econdmico, social estético dos seus ecossistemas para as geragbes actuals e futuras, 75. «Uso cb subsisténcia» —a colheita ou corte de recursos florestais au acaga derecursos faunistieos ppacafins de consumo préprio do autor dessas acgoes edesua familia, sendo os recursos excedentarios apenas esporadicamente com: dos. ARTIGO 3° (@uncpies geras) 1, A regnlamentagio ¢ aplicagao da presente Lei obede- ccem 08 seguintes prineipios: 4) Daprotecgo do ambiente, da diversidade biolégica ¢ das florestas fauna selvagem, +) Da propriedade estadual da floresta natural e da fauna selvagem; ¢) Do desenvolvimento sustentivel; @) Da realizacao dos direitos, liberdades € sarantias findamentais dos eidadios, ¢) Da seauran¢a juridien, Da publicidad; ‘&) Da valorizagao dos recursos naturais, Wi Do utilizador pagador ¢ do poluidor pazador; 1) Do acesso dos particulares aos recursos flrestais © Faunisticos, Da partlha justa e equitativa dos beneficis que advém da exploragiio desses recursos, 4) Da inchusto, da nao discriminagio e da igualdade de cportimidades; 1) Dominime de existéncia, incluindo o direito a alimen- tagao e o correlative acesso a recursos florestais, ¢ faunisticos para fins de subsisténcia: ‘m) Da livre iniciativa economia, 1) Da defesa da concorténcia: 0) Da prevengio e da precaugao; ‘p) Da integragao do desenvolvimento sustentivel € da coordenagao institucional, em particular em matétia de ordenamento dos recursos bielogicos edo territério, @) Da pasticipagio de todos os interessados, 22 DIARIO DA REPUBLICA. 7) Da responsabilizagio; 4) Da boa-fé e do equilibrio contratual; 4 Daprotec¢ao da propriedade intelectual e dos conhe- cimentos tradicionais associados aos recursos florestais e faunisticos, 1) Da cooperagao internacional 2. Os principios estabelecidos no niimero anterior so de cumprimento obrigatério para todos os intervenientesina ges tio eso de recursos florestais e faunisticos, 3.A ntilzagio € gestio sustentivel do patsiménio florestal « faunistico devem basear-se na melhor informacio cienti- fica disponivel ARTIGO s* (@atriminio resale fumitice) 1 As florestas e a fauna selvagem de Angola sao patr ‘ménio nacional, cuja proteceao, preservagio e conservagao constituem obrigagdes do Estado, dos cidadios e das pessoas singulates e colectivas que realizam actividades economicas com elas relacionadas 2. Os recursos florestas € ftunisticos, com excepetio das especies domesticadase cultivadas, designadamente plantagdes florestais, ¢ dos exemplares resultantes da pecuarizagio de animais selvagens, bem como de melhoramento de variedades de plantas e de ragas de animais realizados por particulares, so propriedade do Estado ¢ intearam 0 dominio piblico do Estado e das antarquias locais artigo 7* (Patriménio forest) 1. Para efeitos da presente Lei, 0 patriménio florestal nacio- nal compreende os terrenos florestais, as florestas taturais € plantadas nele ineorporadas. 2.0 patriménio florestal nacional, de acordo com 0 seu potencial, localizaglo geosrfica e forma de utilizagio, deve ser clasificado como: 4 Florestas de protec go: as florestas constitnidas por Formagbes vewetais que realizam fungoes de pro- tecgo e conservagii, mamutengio eregeneraciio € questo sujeitas a regimes de gestio especiais, Florestas de producio: a florestas naturais ou planta~ «as consituidas por Tormagbes vegetais de elevado potencial econémico forestal,localizadas fora das freas de conservagio e destinadas 4 exploracio; ©) Flotestas para fins especiais: as florestas constituidas por formagoes vegetais, nomeadamente defesa nacional, protecgio permanente, conservacao, ago cientifica, protec ao de paisagens, lazer e cultuais 3. As florestas so classificadas como transfronteirigas, «quando se estendam para Paises limitrofes e estejam sujeitas ‘aumregime de gestao especial de recursos partilhados, a ser aprovado pelo titular do Poder Executivo, tendo em conside- ragfo os instrumentos intemacionais aplicaveis. 4. As espécies florestais sto igualmente classifieadas em ‘fungao da sua taridade e valor ecolégico, econdmico € s6cio- cultural por listas a estabelecer em diploma proprio. 5. Constituem ainda patriménio florestal as érvores clas- siflcadas como de valor historico ou outro de natureza cultural. 6. Compete ao titular do Poder Executivo, definir a clas sifleagdo das florestas, sob proposta do departamento ministerial ‘que superintende 0 Sector Florestal e Faunistico, tendo em consideragio o inventirio florestal ¢ os planos territoriais, ARTIGO 8° (@atrimne Faunistieo) © patriménio faunistico é canstituido pela fauna selvagem ce classificado em fungao da sua raridade, valor econémico e! ‘ou sécio-cultural, por listas de especies a serem estabeleci- das por diploma préprio. ARTIGO 9° (anstrumentos de gesto sutentivel da lesa ds fun selvgea) sustentivel das florestas € 1. Sao instruments de ges da fauna selvagem, os seguintes: 4) O inventario dos recursos, 5) 0 ordenamento dos recursos ¢ do territétio, ¢) As politcas, estratéains e planos nacionais de flores tas efauma selvagem, bem como os programas € projectos, visando a sua implementagio; ) Os planos de gestdo dos recursos dos titulares de direitos de exploragio e os seus relatdrios de execugto, €) O programa de combate desertficagoe mitizagao dos efeitos da seca; f)Acestratéaia nacional de povoamento e repovoamento florestal; 8) Os planos de prevengao e combate de queimadas incéndios florestais, 1h) A estatisticaflorestal e faumistico; 1) Osrelatérios sobre o estado das florestas da fauna selvagen; DA cettificagao de gestio sustentivel dos produtos florestais e famisticos, 4 Os incentivos para a proteecio € a exploragao dos recursos; 1) Os regimes de concessio € licenciamento; 1m) A fiscalizagao. 2, O.us0 € gestio dos recursos florestais ¢ faumisticos, incluindo a concessio € reconhecimento dos direitos sobre cesses recursos, devem obedever ao que vier a ser estabelecido nas medidas de ordenamento previstas na presente Lei e na demais legislagio sobre ambiente e recursos naturais, desig- nadamente sobre ordenamento do tervitéro. 3. Os instrumentos de gestio sustentavel das florestasrefe- ridosnon° 1 do presente attigo sto objecto de regulamentagao. I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 23 ARTIGO 10° (Acesso€ uso dos recursos forests faumistios) © acesso € 0 180 dos recursos florestais & faunisticos, para fins Incrativos e nfo lucrativos esta sujeito obtencAo de antorizagio, ieenga ou contrato de eencessio, emitidos pelo Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal € Faunistico, por deleaagao de poderes do Titular do Poder Executivo, nos termos da presente Lei caPITULO IL Direitos ¢ Deveres agmigo 11° CObrigagoes do Estado) Cabe ao Estado assegurar a protecgio ¢ a utilizagdo sus- tentavel dos recursos florestais faunisticos, em especial: 4g) Assegurar a aplicagio da presente Lei ) Assegurar o uso sustentivel ea zestio integrada dos recursos florestais e famisticos, ©) Adoptar as medidas de ordenamento das florestas da fauna selvagem, visando a sun gestio € uso sustentaveis; @) Assegurar a conciliagio entre usos de recursos florestais ¢ faunisticos com os usos de outros recursos naturais, ©) Conceder direitos sobre recursos florestais e faumis- ticos, nos termos da presente L demas lexislacio em vigor, P Assegurar a coordenagao institucional que vise @ compatibilidade dasmedidas de gest de recursos florestais efaunisticos com as medidas de protec fio da diversidade biolbsica, de ordenamento do territerio € de gestaio de recursos hidricos, 2) Asseaurar a participagio dos cidadiios em geral € das comunidades locais em especial, na gestio sustentavel dos recursos florestaise fainisticos, 1) Assegurar a avaliacdo de impacto ambiental das actividades econémicas nas florestas, fauna sel- vvagem eos ecossistemas terrestres, 1 Assegurar a realizagao de vistorias as areas de cexploragio florestal de coutadas e fazendas de pecuarizagio;, Jj) Asseaturar a protec lo de espécies on ecossistemas «em esting, ameagados de extingao e vulneraveis out de qualquer modo necessitando de medidas especiais de protecgaos b Assexurar a recuperagio de habitats € ecossistemas degradados: 1) Promover a regeneragao de especies ein extingzo, ameagadas de extingao ou vulnerdveis ¢ dos res- pectivos habitats, 1m) Adoptar as medidas nec solos € de recursos hi dearadagio de terras, bem como da sirias a preservagao de ticos ea prevengao da nn) Assegurar a inventariagio e classificagao do patri= ménio florestal efistico, 0) Assegurar a monitorizagao e a avaliagao periédica do estado dos recursos florestais ¢ faunisticos, em particular das espécies que necessitam de especial proteegiio, _p) Assegurar o financiamento do sistema de gestio € proteccio de florestas ¢ da fauna selvagem: @) Criae ¢ actualizar cadastros, bem como as bases de dads relativas a0 estado dos recursos florestais « faumisticos que sejam necessérios & sua gestio sustentvel, 1) Promover a investigagio cientifica sobre as florestas ce fmmna selvagem, 5) Promover a inovagio tecnoléaica com vista a utiliza- io Sptina e sustentavel dos recursos lorestais € fanisticos e ao aumento da sua contibuigao para ‘o desenvolvimento econésmico € social; 1 Promover a eduieagio € formagio profissional nos diferentes dominios relacionados com as flores tas, fauna selvagem ena sua gestao sustentivel, 1) Asseguar a implementagio cas medidas de fiscali= zagao previstas nm presente Lei _) Asseaurar a cooperagaio com outros Estados na pro- tcvgiio dos recursos florestais ¢ feunisticos que, «em especial, vise a gestio conjunta dos recursos partlhados, assim como a compatiblizagao das medidas de proteceo e ordenamento a nivel nacional com aquelas que forem tomadas por outros Estados out organizagées sub-resionais, jonas ¢ intemacionais: 1W) Assegurar a cooperagiio com outros Estados para a protecgo contra prazas © doengas da flora © da fauna selvagem: +) Assegurar a coop eragio com outros Estadosna pre- vven¢ti, fiscalizapio e repressio de actividades iicitas, em especial o comercio ilegal de produtos florestais, faunisticos ¢de scus recursos genéticos, ARTIGO 12: iveton¢deveres do eid) 1. Toslos os cidadiios tém o direito aos beneficios resul- {antes douso sustentivel dos recursos florestaise famnisticos, «mn especial @ O acesso aos recursos florestais efaunisticosneces- rios a sua subsisténcia ¢ das suas familias, excepto quendo expressamente proibido por le; +) A utilizagio dos recursos florestais e faumisticos para fins medicinais, energéticos, de construgio de habitagdes e mobilidrio, de criagao de artesanato outros fins culturais; 224 DIARIO DA REPUBLICA. ©) A participagio nas decisses sobre recursos florestais, efaunisticos que possam afectaros seus interesses, inchtindo cutturas: 4 A informagio sobre a protecyo e gestio sustentivel dos recursos florestas e faunisticos es medidas de ordenamento adoptadas; ©) A informagao sobre o estado dos recursos florestais « faunisticos, em especial das especies sujitas a regimes especiais de proteceao; BA edtucagio © formago profissional sobre matérias relacionadas com o$ recursos florestais e faumis- ticos, em especial sobre os seas usos € esto sustentavel 2. Sto obrigagdes dos cidadios: 4) Abster-se da pritica de actos que possam eausar impactos negativos nas florestas, na fauna sel- vawem, assim como nos seus ecossisternas, em especial de acgves ou omissves tpificadas ta lei ‘como crimes e infrac¢6es, by Sujeitar-se 40 pagamento das taxas e emolumentos previstos na presente Lei; ©) Preservar os recursos florestas ¢ famisticos locais. ARTIGO 13" (@ireitoredeveres ds comunidades rua) 1. Alémn dos direitos, liberdades ¢ garantias dos cidadaos estabelecidos na Constituigao da Repiiblica de Angola, as comunidades ruras tem, igualmente, os direitos de uso e fri- (0 dos recursos florestais e fanmisticos que se encontrem nos terrenos comunitarios, assim como o dever de defender e pre servar o ambiente, os recursos florestaise faunisticos de acordo com o estabelecido no n.° | do artigo 39.° da Constituigaio da Repiblica de Angola. 2. As autoridades tradicionais e respectivas commidades rrraistém o dieito de participar na preparagao des instrumen- tos de ordenamento dos recursos florestais e faumisticos, em especial os relativos ao combate a desetificagio e mitigacao dos efeitos da seca, bem como nas aecdes de ordenamento do tertitério relacionadas com estes recursos. 3. As comunidades nurais devem abster-se de praticar actos de que resultem em impactos negativos nas florestas, nna fauna selvagem e nos scus ecossistemas. ARTIGO 14 (Diretos edeveres para o exec da actividad econdmica tos dominion ere sal fmnistco) 1, Aspessoas singulares ou colectivas que pretendam exer- cer actividades econémicas relativas aos recursos florestas € faunisticos, tém o direito de requerer dos érgos competentes do Estado as autorizagdes,licencas e concessves previstasna presente Lei 2. As pessoas referidas no mimero anterior tém ainda 0 diteito de avesso a informacio sobre: 4) Os principios € exigéncias da protecgio e gestao sstentivel dos recursos florestais e faunisticos, +b) As medidas adoptadas sobre erdenamento florestal ‘1 faunistico, em particular os dados do inven- tio florestal da rea onde pretendem exereer as actividades; ©) 0 estado dos recursos, em especial das espécies sujeitas a regimes especiais de proteccio, ) Os petigns para a satide humana resultantes do uso de certas espécies, assim como os perigos para (0 ecossistemas epara a biosseguranca alimentar Aderivados de certas aepoes ¢ substincias: ©) As medidas fito ¢ higio-sanitarias que deven set tomiadas para evitar doengas a pessoas, animais plantas. 3. As micro, pequenas e médias empresas, assim como as comunidades ruraisttulares do dreito de exploragao flores tal e faistico gozam de especial protec¢o nos termos da presente Lei e demas legislagio aplicavel 4, Aspessoas singulares ot colectivas que exergam activi dads econdmnicas relativas a recirsos florestais efaunisticos tém o direito de participar, directamente on através de asso- ciagées profissionais ou cutras formas de defesa dos seus interesses, da elaboragio e aplicago das medidas de orde- rnomento florestal¢ farmistico, 5. No ambito do dever previstonon 1 do artigo 39,° da Constituigao da Reptiblica de Angola, todas as pessoas sin- ‘gaulares ou colectivas que exergam actividades relativas aos recursos florestas ¢feumisticos devem: @) Diilizar 05 recursos tlorestas, famisticos ehidricos de forma sustentavel, cumprindo as obrigagGes estabelecidas na Constituiglo da Republica de Angola, na presente Lei ena demais legislagao aplicavel; +b) Cummprit as disposigdes estabelecidas nas autoriza- ges, licengas e contratos de concessto florestal ‘on fannisticos previstos na presente Lei ¢) Respeitar os direitos de terceiros, em especial das ‘commnidades rurais ede titulares de outros direitos sobre recursos naturais existentes dentro da érea de exploragio florestal ou fnmistico, desismada- ‘mente quanto a servidees de aguas, de passage. a) Respeitar os locais estabelecides como sendo de importincia cultural, ecoléaica, econémica,reli- i030 ou espititual, sobre os quais tém diteitos as respectivas comunidades rurais, ) Realizar as suas actividades de modo a minimizar ‘0s impactos ambientais negativos das actividades realizadas nos ecossistemas florestais, Pi Abster-se de colher, cortar, cagar, comercializar ou ‘causar danos de qualquer natureza as espécies em. extingo, ameagadas de extingao e vulneraveis ou 0s seus habitats; I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 28 {g) Adoptar as medidas necessarias 4 preservagiio dos solos, dos recursos hidricos e a prevengio da degradagao das terras, J) Colaborar com os 6raaos centrais ¢locais do Estado ‘na implementagiio de medidas de rezeneragio € reprodugio de espécies e de reabilitagio de ecos- sistemas degradados, 1) Prestar, nos termos da presente Lei e da legislag0 aplicavel, as informagies necessarias ao acom- panhamento ¢ avaliagio do estado dos recursos florestais ¢ faunisticos, &realizagao de actividades de investisagio cientifia a eles relativas; J) Contribuir, directamente ou através de associagies profissionais ou outras de defesa dos seus inte- esses, com stigestdes, propostas ¢ informases para a elaboracio e aplicagio das medidas de ordenamento florestal e faunistico; Participar das acg6es de formagao relacionadas como exereicio das suas actividades ¢ que sejam. promovidas pelo departamento ministerial que superintende o Sector Florestal e Faunistico: I) Sujeitar-sea fiscalizagao do Estado, nos termos pre- ‘vistos na presente Lei ‘m) Pagar as taxas, emolumentos ¢ outras eontribuigdes cespeciais devidos & exploragiio florestal e faunis- tico nos termos da presente Lei ARTIGO 15° (Cooperagio internacional) 1. Cabe ao Estado promover a procura de solugces con- certadas a nive! bilateral e multilateral, internacional, regional ce sub-regional, visando a protecgao € uso sustentavel dos recursos florestais Launisticos, em especial dos recursos pattlhados e das especies migratérias. 2. Compete ao Estado assegurar que o Pais beneficie da ‘cooperagio internacional, em especial nos dominios telati- Vos a identificacao, classificagao ¢ protecgdo das florestas € fauna selvagem, bem como o uso de teenologias apropriadas ‘a sua proteccao e uso sustentavel, a0 combate a desertifica- io © a seca, a investigagao cientifica, educago e formagao pprofissional nos dominios afins. CAPITULO TI Proteceao das Florestas e Fauna Selvagem SECGAOL Disposcaes Gerais ARTIGO 16° (nalidades) Para além das finalidades estabelecidas no artigo 3° da presente Lei, so objectives das medidas de proteegio das florestas, fauna selvagem ¢ ecossistemas, bem como da sua diversidade biolégica: a) Proteger a diversidade biolégica fiorestal e faunis- tico ¢ manter os processos ecoléaicos essenciais vida € aos sistemas de apoio a vida; 1b) Contribuir para assegurar a conservagiio, a longo prazo, das florestas eda fauna selvagem, dos ecos- sistemas e da diversidade bioldgica, em especial dos ccossistemnas frigeis, « nivel nacional, sub- regional, regional e intemacional; ) Contribuir para assegurar a gestio sustentivel dos recursos florestais e famnisticas; ) Contribuir para a conservagao ¢ susteatabilidade dos reeursos hidicos: @) Contribuir para a conservagao e aumento da e pro- ddutividade dos solos; P Contribuir para asseaurar a qualidade do a atmosferico ‘eminimizar os efeitos das alteragoes climaticas, ‘em especial as inundagbes e as secas; ‘g) Prevenir eminimizar os impactos arnbientais nega tives, directos ou indirectos, das actividades econémiieas nas florestas e na fana selvager, nos ecossistemas ena sua diversidade biolégica, Wy) Promover a regeneragao de especies em vias de cextinglo, amcagadas de extingao ¢ vulneraveis, bem como de ecossistemas desradados; 1) Promover o resposta rapida a situagoes de emergén- cia que ponham em perigo as florestas, a fauna selvagem, os ecossistemas € a respectiva diver- sidade biolégica, J) Promover ainvestigagio cientifica etemologica rela- tiva is florestas, a fauna selvagem esua diversidade biologica e a disseminagao dos conhecimentos dela resultantes, ARTIGO 17" (@rundamentacae das medidas de conseryagi0) 1, As medidas de conservagao e gestio sustentivel de recursos florestais e faunisticas e da sua diversidace biolégiea deve ser findamentadas em relatérios baseados na melhor infoemagao cientifica disponivel. 2, Os relatorios eientificos referidos no mlmero anterior devem ser elaborados pelas instituigGes de investigagio do Estado e estas ficam autorizadas a celebrar, com institnigbes cientificas nacionais, estrangeiras ou intemacionais, acordos para a realizagao dos respectivos estudos. ARTIGO 18° (Conseragio no melo natural) A conservagiio das florestas e da fauna selvagem no seu ‘meio natural rege-se pelo disposto nos Titulos TI e III da pre- sente Lei e, no caso de dreas de conservacio, por legislago especial aplicavel, ARTIGO 19° (Conservacao for do 1, ODepartamento Ministerial que superintende 0 Sector Florestal e Faunistico deve assegurar que sejam crindos jardins botinicos, jardins zoolégicos, santurios, viveiros, estagbes 0 surat) 226 DIARIO DA REPUBLICA. experimentais, arboretos e bancos de germoplasmna para con- servagao de recursos florestais, faunisticos e seus recursos _genéticos fora do seu meio natural, 2. Os jardins boténicos, os jardins zooldaicos, santusrios, viveiros, estagSes experimentais ¢ os arboretos sao institui- ‘p0es de natureza cientifica ¢ integram os dominios publico eprivado, 3. Os jardins boténicos, os jardins zoolégicos, santuarios, viveiros, estagBes experimentais e os arboretos do dominio iiblico sto geridos por organismos da administragio central e local do Estado, directa ou indirecta, nos termos constantes do seu diploma de eriagao, 4.0 Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal ¢ Faunistico ou as autarquias locais tém a faculdade de celebrar com instituigGes universitarias, piblicas ou pri- vadas, ou com associagbes de defesa do ambiente, nacionais, estrangeiras ou intemacionais, contratos de gestao de jardins botdnicos, jardins zoolégicos, santudrios, viveiros, estagbes experimentais ou arboretos intearados no dominio piblico, ARTIGO 20° (Mianchaslrestals) 1. Os fitulares de direitos sobre terrenos rurais so obri= ‘gados a manter, nas percentagens a definir em regulamento dda presente Lei, as manchas florestais representativas das ‘lorestas nanurais existentes dentro dos tertenos concedidos. 2. O corte de exemplares das manchasflorestais referidas ‘no mimero anterior obedece ao regime das detrubas previsto ha presente Lei. ARTIGO 21° (Poresas de proteeeno) 1. Apés a realizagao dos pertinentes cstndos cientificos, © Estado deve asseaurar que sejam definidas as areas de flo- restas de protecso e para fins especiais que vierem a constar dos planos de ordenamento do teritério 2. As florestas de protec visam, em especial: 4g) Aprotec¢io e conservagao da diversidade biolégica € de fontes de armazenamento de dau 1b) A protecgio e conservacio de bacias hidrograficas € de recursos hidricas, em especial a protecgao denascentes e margens derios ¢ de lagos, lazoas, albufeiras € barragens, 6A protecgaio e conservarao de solos, protecyo contra (08 ventos € movimentagao de areias, de terrenos agricola, de pastagens ede vias de comunicagao. 3. As florestas de proteccao sao naturais ou plantadas. 4. Para efeito da presente Lei, s30 de protecgao perma- nente, as florestas localizadas: <) Nas reas desérticas;, ») Nos ecossistemas de montana (escarpa ou altitude), ‘) Nas nascentes e margens dos rios, mum perimetro de 50 metros e faixa minima de 50 a 500 metros, respectivamente; ) Aoredor das lagoas, agos ou reservatirios de Agta, nim raio de 50 4 100 metros, €)Nos ecossistemas dos mangnis; Nas cinturas verdes de zonas ubanas ou periurbanas, 5. As florestas para fins especiais visam em particular @) A protecgao e conservagao de espagos verdes em ‘reas urbanas ov utbanizadas, ) A protecgao ¢ conservagao de paisagens de valor estético, ©) A protecgio e conservagto de valores culturais, incluindo histéricos, nacionais e locais, ) A protecgao € conservagio de chjectos ¢ locais cestratégicos de interesse econémico ou militar 6. Cabe a0 Estado assegurar que nos planos usbanisticos scja prevista a criacdo de florestas referidas no niimero ante- rir, em especial para a mamutenyao de espacos verdes em areas unbanas ou urbanizadas. ARrIGO 22" (CEspiciesendimieas) © Departamento Ministerial que superintende 0 Sector Florestal ¢ Faunistico deve assegurar, em colaboragio com insttuigdes cientificas nacionais ou estrangeiras, a identifi- cactio das espécies florestais e da fauna selvagem que apenas «existam no territorio nacional, para fins de avatiagaio do set estado ¢ sujcigao a regimes especiais de protecgao. ARTIGO23" (especies mieratécin) ‘Nos termos estabelecidos na presente Lei ena legistago aplicivel, a protecgao das especies migratérias da fauna sel- vagem e dos habitats uilizados nas suas rotas de migragio € nssegurada, no plano fannistico nacional enas medidas de ordenamento faumistico. ARTIGO24" especies nvasonas) 1. proibida a introdugo nos ecossistemas florestais € ‘unisticos de espécies da flora ¢ fauna consideradas invasors 2. O Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal e Faunistico, por delegagdo do Titular do Poder Executivo, em colaboragao com outros érgios competen- tes do Estado deve elaborar, aprovar e publicitar as listas de cespécies invasoras cuja introduc nos ecossistemas flores- tais ¢ faunisticos € proibida nos termos do nimero anterior ARTIGO 25" (ecunses genético forests fumitices) 1. 0 Estado deve promover e assegurar a proteccao ¢ wtili- _zagio de recursos genéticos das espécies florestais¢ da founa selvagem, criar ¢ manter bancos de germoplasmas, para fins florestais ¢ feunisticos nacionais e provineciais, nos termos definidosna presente Lei, bem como na legislaco aplicavel 2, O Estado deve promover a cringao de bancos de ger~ moplasina para fins florestais e faunisticos © assegurar a rmanutengio do grau de variagio e da intesridade do respec- tivo material genético. I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 227 ARTIGO 26° (Arvoresprotesidas) 1. OFsstado deve assegurar, em cotaboragio com as auto- ridades tradicionais e das instituicbes cientficas nacionais, a identificagio e avalingo de érvores que a tradicio secular do povo das comunidades rurais atribua valor ecoléaico, esté- tico,histérico ou cultural, e estabelecer os respectivos regimes especiais de protecsio. 2. 0 Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal ¢ Faunistico, em colaboragao com os orgios com= petentes do Estado deve classifica, publicitar ¢ divulgar as frvores protegidas referidas no niimero anterior agrigo 27° (Peviodos de repouso vezetatvor de deteso) 1, O Departamento Ministerial que superintende 0 Sector Floresta e Faunistico estabelece, por delegagao do Titular do Poder Exectivo, os periodos anna de repauso vegetativo para as diferentes espécies florestas, durante os quais é proibida a exploragao forestal 2. O Departamento Ministerial que superintende o Sector Flarestal eFamistcoestabelec, por delega;ao do itil do Poder Executivo, os periods ais de defesoem que € proba a caga ca todo oteritrio nacional, excepto a caga de certs espéies, a conitar do reailamento da presente Lei ARTIOO 28° Dimesao dos recursos) (© Departamento Ministerial que superintende © Sector Florestal e Faunistico estabelece, por delezagdo do Titular do Poder Executivo, as dimensdes minimas, cm particular diametros, que devem ter as especies florestais para explora- ‘0, assim. como as idades e pesos minimos dos exemplates da fauna selvagem cuja caga é permitida, ARTIGO 29° (Prabictede coli, corte, cm os srimazenamento camer dlizapio de ert epéces) ‘Sem prejuizo das medidas relatives a especiesraras, em extin- 4 out ameagadas de extineto, ¢proibida a colheita, corte, caga posse de recursos flotestas ou faunisticos nos seauintes casos: ‘@ Nos periods derepauso veaetativo ou de defeso, +b) Em quantidades superiores as quotas de exploragio. ‘estabelecidas nas antorizagoes,leengas € contratos de concessio ds tituares de deitos sobre recursos florestaisefaumisticos, ‘) Per pessoas quenio sejamtiulares de direitos sobre rect 0s floresns efaisticos, nos tamos da presente Lc, @ Abaixo dos minimos para as espécies florestais ¢fau- nisticos, a estabelecer nos termos previstes no axti- 20 28° da presente Lei ARTIGO 30° (Dervas ¢desmatsmento) 1, Salvo nos casos previstos na presente Lei, bem como na legislagao sobre urbanismo e ordenamento deteritério, € proibida a realizagio de derrubas e desmatamento em terre- nos clasificados como florestais, 2. Arealizagao de dermubas on desmatamento para quais- ‘quer fins, em especial agricolas, mineiros € de obras publicas, carece de antorizagao prévia do Departamento Ministerial que supetintende o Sector Florestal e Fannistico, nos termos a regulamentar ARTIGO3L" (Protect das ston) 1. Bproibida a deposigdo em terrenos clasificados como, florestais de substincias classificadas como perigosas que possam, de qualquer modo, causar danos & produtividade dos solos, plantas, animais e micro-organistos, @satide humana es dguas 2. 0 titular do Poder Executivo aprova, por proposta do Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal « Faunistico, em colaboragao com outros éraiios do Estado, a lista das substancins clasificadas como perigosas para os efeitos previstos no mimero anterior 3. Na elaboracao das listas referidas no mimero anterior, devesse ter em consideragao os Acordos, 05 Tratados as Convengées Intemacionais de que Angola ¢ Parte 4, Departamento Ministerial que superintende 0 Sector Florestal e Faumistico deve promover a difusto das lstasrefe~ ridas no presente artigo. 5.Deacondocam oestabelecidono atigo 33 °daLein® 3/14, sorea Criminalizago das infiacees Stbjacentes 90 Branqueamento «de Capitas, de 10 de Fevereiro, income em crime de agressto a0 ambiente todo aquele que, voluntariament, volar o previsto no n° I dopresente artigo ARTIG0 32° (Medias relaivas a docs ¢ pra) 41, ODepartamento Ministerial que superintende o Sector Florestal e Faumistico deve 4) Identificar, prevenir € controlar as pragas, doeneas ceseus vectores que afectem as florestas ea fauna selvagem: +) Estab clecer sistemas de alert rapido para preven¢ao, controlo ¢ combate as pragas ¢ doengas da flora eda fama selvazer, ¢) Eleborar planos de erradicacio das pragas ¢ docnyas, da flora eda fauna selvagem que devem ineluira ‘quarentena de espécies ¢ a delimitagao das éreas afectadas pelas medidas da sua etradicagio, ) Notificar a ocarréncia de prnaas e doengas da flora «€ da fauna selvagem aos Paises da sub-regiio © fs organizagées interacienais, nos termos dos Acordos, Tratados e Convengdes Intemacianais de que Angola é Parte 2..No caso de ocorréncia de doenga ou praga da flora ott fauna selvagem que cbrigne a nao utilizagao dos terrenos pot titulares de direitos sobre recursos florestais ou faunisticos afectados, o érwdo competente deve: 4) Conceder novos direitos relativos aos recursos flo- restais ot famisticos em terrenos nfo afectados 228 DIARIO DA REPUBLICA. pela praga cu doenga em causa sempre que tais Dtagas e ott doencas tenham como causas eala- ‘midades naturais ou outras 3. Nao se aplica o previsto no niimero anterior, 05 casos tem que a ocoméncia da praga e doenga da flora € da fauna selvagem resulte de culpa fimdada e comprovada do titular dos direitos de exploragao florestal e faunistica ARTIGO 33° (ogo, quemadasencéndosSorestais) 1. Nao é permit atearfogos ¢ realizar queimadas, salvo ‘nos seauintes casos: 4@) Preparacio de terrenos para agricultura de subsistencia; +b) Mancio emelhoramento de pastagens nos cercados de criagto pecudra: (©) Mancio das plantagies florestais cm cujos planos de _gesto esteja previsto ouso do fogo na limpeza de detritos ou na eliminagao de herbaceas, ou outras plantas prejudiciais a0 normal desenvelvimento das espécies plantadas, dj Maneio das éreas de conservagio quando nos seus planos de gestio estejam previstas accbes de intervene sobre o habitat; ©) Contengio por meio de contra-fogos, no caso das queimadas activas cuja progressao 80 possa ser contida por esse meio, f Realizagao de queimada de antecipagao para evitar a ocorréncia de fowos tardios, 2. Aaplicaglo dos casos previstos no niimero anterior fica sujeita as seauintes condigdes 4) Realizagao e controlo da queimada pelo requerente dentro dos limites geogratficos autorizados pela autoridade competente, b) A comnnicagao da realizagao da queimada as ato- ridades administrativas ¢ tradicionais locais da area em quea mesma ¢ efectuada 3. Epproibido aos cidadlios provocar incéndios florestais. 4.0 Departamento Ministerial que superintende 0 Sector Florestal ¢ Faumistico deve 4g) Elaborar, obter a superior aprovacio ¢ executar os planos de preven e combate de queimadas e ineéndios lorestais. +) Bm colaboragio com outros érgiios competentes do Estado, promover a educagao dos cidadios «im materia de prevengao ¢ combate de incendios florestais ©) Bnvolver aparticipagio das autoridades tradicionais € respectivas comunidades rurais na prevengtio € combate de queimadas ¢ incéndios florestai 5. Os planos referidos no corpo do presente artigo sao ela borados nos termos definidos no regulamento da presente Lei. 6. Nos termos do artigo 33° da Lei n° 3/14, sobre a Criminalizagao das InfracgBes Suibjacentes ao Branqueamento de Capitais, de 10 de Fevereio, income em crime de agresso a0 ambiente, todo aquele que, voluntariamente, atear fo20, realizar queimadas, provocar incéndios florestais e, por via daqueles actos, destruir, no todo ou em parte, seara,floresta, ‘mata ou arvoredo. ARTIGO 34" (Gituapdes de emergéncin) 1. O Estado deve adoptar planos de resposta a situagoes de cemerséncia para fazer face a situagbes que, de qualquer modo, «cauisem dans as florestas e 4 fauna selvagem ou ponham em perigo a protecgto de ecossstemas e espécies florestaise faumis= ticas, em especial os planos de combate a incéndios forests, a desflorestagao, & desradacio de solos e & desentificagto. 2. No coso de as situagSes referidas no mimero anterior terem efeitos transftonteirigos, o Departamento Ministerial «que superintende o Sector Florestal ¢ Faunistico deve, Logo quettenha conhecimento da sitnagio de emerséncia, notificar tal ocorréncia aos Paises limitrofes interessados, envidando csforgos para que sejam adoptadas medidas conjuntas ou pera, se nevessatio, reveber assistencia desses Paises em resposta a sitagao de emergéncia ARTIGO 35" (valiagae de impact ambiental No caso de projectos que possann causar impactos signifi- ceaivos as florestas, na fauna selvagem enos evossistemas, 0 Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal ‘eFaunistico, em colabotago com outtos departamentos afins, deve providenciar a realizagto de avaliagses de impacto ambien tal nos termos da presente Lei e da lesislacio em vigor ARTIGO 36° (Recuperagao de freas degradadas) 1. Para realizar as tarefas de recuperagao de Areas deara- dadas, o Estado deve: 4) Promover arecuperagao de areas degradadas mediante povoamento erepovoamento tlorestal efaunistico, especialmente em resultado de fogos, queimadas eincéndios florestais, de poluigao, de catastrofes natura ¢ da realizagao de actividades econémicas, +b) Adoptar um regime de incentivos para o estabe- lecimento de plantagbes florestais destinadas & regeneragdo dos solos, recuperago da cobertura florestal das areas desradadas; ¢) Promover a participagao dos cidadaos, das autori- dades tradicionais e das respectivas comunidades rurais, assim conto das organizagdes da sociedad nna recuperagao de areas degradadas, em especial na criagdo € gestao de plantagdes florestas. 2.No caso de dearadagiio causada pela realizagiio de acti vidades econémicas, a recuperagio das Areas degradadas € cfectuada pelas empresas que exercem tais actividades, nos termos da presente Lei I SERIE ~N° 13 ~ DE 24 DE JANEIRO DE 2017 229 3. Arecuperagio de dreas degradadas deve ser incinida nos planos de urbanismo e ordenamento do terrtério, bem como nos planos de ordenamento florestal e faunistico, 4. 0 Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal ¢ Faunistico deve adoptar as medidas de prevenio fitossanitria que se mostrem necessiias nas areas desradadas. secckon Investig Chenin e Tehboaica Mlvestal eFaunition ARTIGO 37° (Objectives dainvestignsao centiten¢tenolien rest) ‘So, em especial, objectivos da investigncio cientifica € tecnologia sobre florestas e fauna selvagent GO estud, identificagio, classiticagao, avaliagao € acompanhamento das espécies, dos ecossistemas florestais e da fauna selvagem, b) A identificagto e caracterizagao dos recursos gene ticos das florestas e da fauna selvagem, ©) O estudo das relagdes entre os recursos florestais € famnisticos e os recursos hidicos e solos, dO estudo dos impactos ambientais das actividades previstas na presente Lei, bem como dos impactos de outras actividades econémicas, nas florestas, fama selvagem e ecossistemas florestais, ©) O estudo dos processos que conduzem & desflores- tagtio, desertificacio edezradagdo de tetas, beam como para amitizacao dos efeitos das alteragoes climaticas; #0 desenvolvimento da investigagto aplicada para a identticagao e desenvolvimento de recursos flores tis efaunisticos susceptiveis de aproveitamento econdimico, alimentar, farmaceutico, medicinal de matérias-primas, 19) O desenvolvimento da investizagfo aplicads, 0 desen- ‘volvimento de tecnologias para o aproveitamento industrial de recursos florestas faunisticos, tado ‘em considcragao os impactos sociais, culturais, econdmicos e ambientais dessas tecnologias, 1h) A identificagao de fontes enerudticas altemativas a0s comiustiveis lenhosos, bem como a introdugao de teenologias apropriadas para optimizar a pro- duigioe utilizagio do earvao vewetal e da lenha, 1) A flmdamentagao cientifica das medidas de orde- namento € de gesto sustentavel e intezrada dos recursos florestas € faumisticos, J) O desenvolvimento das capacidades nacionais de investiangao. ARTIGO 387 (Princpios da investigario cientiten ‘teenaligea forest) A investigagao cientifica prevista na presente Secgao obe- Aleve aos seanintes principios: ‘Da liberdade de investiango: +b) Da preeaugio; ©) Do uso para fins pacificos, dos resultados da investigagio; Dorespeito pelos direitos de propriedadeintelectal «pelos conhecimentos ancestrais das autoridades tradicionais e respectivas comunidades rurais, ¢) Da parttha dos beneficis remitantes da investiga ciemtfiea ¢ teenologica prevista na presente Lei; f Daparticipagio de institigdes e dos cidadios nacio- nais nos projectos de investizarao realizados por instituigdes estrangeiras ou it por cidadios estrangeiros relatives aos recursos florestais e faunisticos previstos na presente Lei; -g) Do avesso do Estado Angolano a informagaoresul- tante da investigagao cientifica sobre recursos tlorestaise famnisticos cothidos, capturados ou de «studosrealizados em Angola por estrangeiros, sem prejuizo do respeito dos direitos de propriedade intelectual que incidam sobre essa informacio; ‘Da cooperacao sub-regional, regional e internacional; 1) Da difusto dos resultados da investigagio cientifica refetia no presente Secgio, salvo nos casos pre vistos na lei ARTIGO 39" (Gventariagioe elasiieart das expéces¢ seus habitats) 1. 0 Eatado deve assegurar, em colaboragao com as ins ‘timigoes cientificas nacionais, intemacionais e estrangeiras, arealizagao dos inventatios florestal ¢ faunistico. 2. 0 Estado deve assegurat a realizagao de projectos de investigagao que visam a identificagao c elassificagao das espécies da flora silvestre e da fama selvagem, ban como dos seus ecossistemas. ARIIGO 40: (CLevantamento de propriedades¢aplicagéesindustrals) ( Estado deve assegurar a realizacio de projectos de inves- ligagao cientifica que visam identificar as proy recursos florestais e fammisticos e afer da susceptibilidade da sua aplicagio industrial, dando prioridade aos projectos que ‘possam causar impacto significative a nivel loca ARTIGO a1 ventariaeao de recursos genéticos forests efannisticos) © Estado deve asseuurar, em colaboragaio com as insti~ tuigdes cientificas nacionais, intemacionais ¢ estrangeiras, a identificagao e classificagao dos recursos genéticos da flora sil- vestree da fauna selvagem, bem como das suas propriedades. jedades dos ARrIG0 42" Cevantamento regsto de conhecimento tradicionis) © Estado deve, em colaboracio com as instiuigbes cien- tificas nacionais internacionais ¢ estrangciras, promover a recolha dos conhecimentos das autoridades tradicionais e 230 DIARIO DA REPUBLICA. respectivas comuidades murais sobre farmacolegia ¢ farma- copein afticanas resultantes do aproveitamento dos recursos florestais ¢ faunisticos, bem como a difusao aplicagao tec- nolégica destes conhecimentes. anmiao 43° (Batatros sabre ostado os necorcn frst funistcs) ‘No periode de cinco em cinco anos, 0 Departamento Ministerial que superintende o Sector Floresta ¢ Faunistico deve apresentar ao titular do Poder Executivo, o relatério sobre o estado das florestase da fauna selvagemn. anerigo 44 (aves de dado) 1, O Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal e Famistico deve ‘a Asscourar a criagao da base de dados do inventiio florestal e faunistico, bem como de toda a infor- magtio cientifica e teenolégica, ) Assegurar a ligagao de postos derecepgao no Pais a rredes de bases de dados similares, em especial as dos sistemas mundiais, regionais e sub-regionais de informagao sobre florestas, fauna selvagam © seus recursos genéticos, bem como sobre a deser~ lificagdo ea seca 2. Todles os interessalos, em especial os investigadores cien- lifieos deve ter acesso as bases de dados referidas no n° 1 do presente artigo, sem prejuizo da informagdotida como confidencial dopagamento de taxa de acesso que veulia a sar estabelecida, ARTIGO 45° (nformacae do pablo) © Departamento Ministerial que superintende o Sector Florestal e Faunistico, em colaboragao com outros érzaos competentes do Estado, sem prejuizo dos direitos de autor e da classificagao legal de informagao como confidencial deve, na medida do possivel, promover a publicasio dos estudas sobre os recursos florestais e da fauna selvagem que tenham a qualidade cientifica considerada adequada. ARIIGO 46° (@atucagao eFermaeao protsional) Para os fins previstos na presente Secgao, o Departamento Ministerial que superintende 0 Sector Florestal e Faunistico, em colaboragae com outros Grados competentes do Estado, deve promover a educaeio, formagio © qualificagio pro- fissional de todos os téenicos que realizam actividades de investigagao cientifiea ou que prestem servigo em institui- ¢0es de investigagao cientifica ARTIGO 47° (Cooperaeio internactnl) (OBstado deve assesurar que as instituigdes e os cidadaios| angolanos beneficiem das medidas de assisténcia intemacional ‘a edcagdo e formacao cientificas e para criag8o de capacida- des cientifieas, em especial mediante 4) Facilitagao do acesso a informagto sobre os recursos florestais e faunisticos, incluindo a participagio em conferéncias cientificas de especialidade: 1b) Participagio em projectos de investigaeio realize dos por instituig6es cientificas estrangeiras ou intemacionais; ) Reforgo da capacidade de investigagao das institui- (0es vocacionadas;, d) Transferencia de tecnologias relacionadas com a proteegao © gestio sustentivel de recursos flo- restais e farmisticos ‘TITULO IL estilo Sustentivel das Florestas CAPITULOI Disposicaes Gerais SECCAOT isposicots Comuns ARTIGO 48° (Gnidades da gest de nests) Para alem das finalidades previstas nos artigos 3° € 16° 4a presente Lei, as meiidas de gestuo sustentivel das flores- tas edosrecursos gencticosforestas visam, designadamente a Assegurar a gestao sustentvel,a qualidade, a diver- sidade ea disponibilidade de recursos florestais, ») Assegurar a exploragao sustentavel dos recursos florestais, em especial o equiibrio a lengo prazo care 0s recursos dsponiveis ea sua procura, ©) Contribuir para o combate a desertificacao e a mitigagdo dos efeitos da seca, em especial pela recuperagio de terra degradadas, 4) Assegurar a contribuigio dos recursos florestais nacionais para a satisfapdo continua ¢ suficiente das necessidades dos cidadios, desianadamente cemmatéria de alimentagéo, sade, eneria, cons- truco, mobilidrio, atesanato, lazer, educagzo formagio e investizagto cientitin; ) Conteibuir para a utilizagaoe transformagto no Pais,

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