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Ajuste ¢ Oclusal Desgaste 'Seletivo Procedimentos Laboratoriais e Clinicos César Bataglion Luiz de Jesus Nunes roa Geupo ———_—_— __—_— Editorial —— Nacional OGEN | Grupo Editorial Nacional retine as editoras Guanabara Koogan, Santos, LTC, Forense, Metodo e LAB, que publicam nas areas cientifica, técnica e profissional. it catalogos inigua is com obras que Essas empresas, das mais respeitadas no mercado editorial, construiram eatilogos iniguataveis com obs 2° témsido decisives na formagio académica e no aperfeigoamento de varias geragdes de profissionais ¢ dee nn giacmuitasoutrasciéncias deAdministragdo, Direito, Enfermagem, Engenharia, Fisioterapia, Medicina, Odontologia muitas out tendo setornado sinonimo de seriedade e respeito. ae " : exivel e conveniente a prego® Nossa miso é prover 0 melhor conteudo cientifico e distribui-lo de maneira flexivel e conyeniente a PI 0 es. livreiros, funciondrios, colabora- Justos, gerando beneficios ¢ servindo a todos os interessados: autores, docentes, livreitos, funcionarn dotes e acionistas seaa al a8 gados pel: Nosso comportamento ético incondicional € nossa responsabilidade social ¢ ambiental si0 i hatureza educacional de nossa atividade, sem comprometer ocrescimento continuo ea rentabilidade do g — Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo - Procedimentos Laboratoriais e Clinicos César Bataglion — Professor Associado (Livre-docente) da Area de Ocluséo do Departa- Mento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo (USP) — Coordenador do Servico de Oclusao, Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacientes com Necessidades Especiais: Abordagem Multidisciplinar da FORP-USP — Professor do Curso de Reabilitacao Oral da Escola de Aperfeicoamento Profissional (EAP) da Associacao Paulista de Cirurgides-dentistas — Regional de Ribeirdo Preto — Especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial — Especialista em Protese Dentaria — Mestre e Doutor em Reabilitacao Oral pela FORP-USP — Graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlandia (UFU) Luiz de Jesus Nunes — Professor Emérito da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo (USP) Professor Titular (Aposentado) da Area de Oclusao do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribei- rao Preto da Universidade de Sao Paulo (USP) Ex-professor Titular de Oclusao da Faculdade de Odontologia da Uni- versidade de Ribeirao Preto - UNAERP Ex-professor Titular de Oclusdo do Curso de Odontologia da Universi- dade Cruzeiro do Sul — UNICSUL Especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial wo, tditorial Nacional Titulo: Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Autores: César Bataglion e Luiz de Jesus Nunes Revisdo de texto: Marilda Ivanov Renata Ayumi Aoto Diagramacao: Luciano B. Apolinario Design & capa: —_ Gilberto R. Salomao © Livraria Santos Editora, 2009 ISBN: 978-85-7288-732-8 Todos 0s direitos reservados & Livraria Santos Editora Com. Imp. Ltda. Nenhuma parte da presente publicacéo pode ser reproduzida, armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os meios, mecénico, fotocdpia, eletrénico ou outros sem a prévia permissao do Editor. 1 - Rua Dona Brigida, 701 | Vila Mariana 4 Tel: 11 5574-1200 | Fax: 11 5573-8774 & 0411-081 | Sao Paulo | SP Grupo 4editora www grupogen.com.br Nacional olaboradores Ana Maria Razaboni — Professora Responsavel pelas Disciplinas de Biosseguranca I e II do Departamento de Odon- tologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirdo Preto — USP. Angela Bataglion — Fisioterapeuta. — Professora do Curso de Musicoterapia da Universidade de Ribeirao Preto — UNAERP. — Professora do Curso de Oclusao, Disfung4o Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacien- tes com Necessidades Especiais: Abordagem Multidisciplinar da FORP—USP. Carlos Ventura de Oliveira Ruellas — Professor do Curso de Aperfeicoamento em Reabilitacdo Oral da Associacao Paulista de Cirurgides-dentistas (APCD) — Regional de Ribeirao Preto. — Especialista em Protese Dentaria pela Escola de Farmacia e Odontologia de Alfenas — EFOA. — Especialista em Implantodontia pela UNIARARAS. Cristiane Aparecida Nogueira Bataglion — Cirurgia-dentista com Aprimoramento em Odontologia Hospitalar no Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sao Paulo — USP. Elaine Angélica de Souza Coronatto Professora dos Cursos de Aperfeigoamento em Reabilitacao Oral e Reabilitacao Estética da EAP/APCD ~ Regional Ribeirao Preto. — Mestrado e Doutorado em Reabilitacdo Oral pela FORP — USP. — Especialista em Dentistica. Especialista em Disfun¢ao Temporomandibular e Dor Orofacial. Professora do Curso de Oclusao, Disfungao Temporomandibular e Dor Orofacial em Pacien- tes com Necessidades Especiais: Abordagem Multidisciplinar da FORP — USP. Fabricio Magalhaes — Mestrado e Doutorado em Reabilitacdo Oral pela FORP — USP. — Coordenador do Curso de Especializacao em Prdtese Dentaria da FAISA — CIODONTO, no Centro de Odontologia Estética de a0 José do Rio Preto. vi Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Guiovaldo Paiva — Especialista em Protese Dentaria. Especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial. — Diretor Clinico do Centro de Diagndstico e Tratamento da ATM — Sao Paulo SP. — Membro da Academia Internacional de Gnatologia (Sec¢ao Latino-Americana). — Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Reabilitagao Oral. Marcelo Oliveira Mazzetto — Professor Titular da Area de Oclusao da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto — USP. — Especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial. Marcio André Gagliardi Borges — Mestrado em Odontologia Restauradora (Dentistica) pela Faculdade de Odentologia de Ri- beirao Preto — USP. Marco Antonio Moreira Rodrigues da Silva Professor Assaciado da Area de Oclusdo da Faculdade de Odontologia de Ribeirdo Preto — USP — Especialista em Disfuncdo Temporomandibular e Dor Orofacial. Maria Cristina Candelas Zuccofotto Professora Titular de Protese Total, Oclusao e ATM do Curso de Odontologia da Universidade de Ribeiro Preto — UNAERP. Professora do Curso de Aperfeicoamento em Reabilitacao Oral da Escola de Aperfeicoamen- to Profissional (EAP) da APCD — Regional de Ribeirdo Preto. Mestrado e Doutorado em Reabilitacao Oral pela FORP — USP. — Especialista em Protese Dentaria. Especialista em Disfun¢ao Temporomandibular e Dor Orofacial. Mario Kaissar Nasr Mestrado em Odontologia Restauradora pela FORP — USP. — Especialista em Protese Dentaria. — Especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial. Marisa Semprini — Professora Titular do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia — Discipline de Anatomia da Faculdade de Odontologia de Ribeiro Preto da Universidade de Sao Paulo - USP. Nelson Angelo Chaguri — Professor do Curso de Reabilitacao Oral da EAP-APCD — Regional de Ribeirao Preto. — Mestrado em Reabilitacao Oral pela Faculdade de Odontologia de Ribeiréo Preto ~ USP. — Especialista em Protese Dentaria. Residéncia Odontoldgica em Protese Dentaria pela FORP — USP. Colaboradores Vil Regina Maura Fernandes — Professora Doutora do Departamento de Materiais Dentarios e Protese da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto (USP) — Disciplina de Protese Parcial Fixa. — Professora do Curso de Aperfeicoamento em Reabilitacdo Oral da Associacao Paulista de Cirurgioes-dentistas (APCD) — Regional de Ribeirao Preto. — Mestrado e Doutorado em Reabilitacao Oral pela FORP — USP. Rogério Fdvaro Pavao — Mestrado e Doutorado em Reabilitacao Oral pela FORP — USP. — Professor do Curso de Especializacao em Protese Dentaria da FAISA — CIODONTO, no Centro de Odontologia Estética de $40 José do Rio Preto. Rosaly Facioli Homem de Mello — Mestrado na Area de Biologia Oral do Programa de Pés-graduacao em Odontologia (Reabi- litacao Oral) da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto — USP. Simone Cecilio Hallak Regalo — Professora Associada do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da Facul- dade de Odontologia de Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo — USP. Solange Aparecida Nogueira Bataglion Mestrado em Odontologia Restauradora (Dentistica) pela Faculdade de Odontologia de Ri- beirao Preto da Universidade de Sao Paulo — USP. — Habilitacao em Acupuntura pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina de Sao Paulo — USP. — Ex-professora de Prétese Dental das Faculdades de Odontologia da Universidade Paulista (UNIP) de Ribeirao Preto e de Sao José do Rio Preto. Takami Hirono Hotta — Professora Doutora da Disciplina de Oclusao e da Disciplina de Odontogerontologia e Prote- se Bucomaxilofacial, do Curso de Odontologia da Universidade de Franca — UNIFRAN. Cirurgia-dentista do Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odonto- logia de Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo — USP. Mestrado e Doutorado em Reabilitacao Oral pela FORP — USP. Especialista em Protese Dentaria. Especialista em Disfun¢cao Temporomandibular e Dor Orofacial. Wilson Matsumoto ~ Professor Doutor do Departamento de Materiais Dentarios e Protese da Faculdade de Odon- tologia de Ribeirao Preto (USP) — Disciplina de Protese Parcial Fixa. — Professor do Curso de Aperfeicoamento em Reabilitagao Oral da Associacao Paulista de Cirurgides-dentistas (APCD) — Regional de Ribeirao Preto. ~ Coordenador do Curso de Especializacao em Prétese Dentaria da i ogi de Ribeirao Preto — AORP. Eee ceneiiga — Mestrado e Doutorado em Reabilitacao Oral pela FORP — USP. tos Ao Prof. Dr. Heitor Panzeri, Professor Titular (aposentado) do Departamento de Materiais Den- tarios e Protese da Faculdade de Odontologia de Ribeirdo Preto da Universidade de Sao Paulo, pela sua atencao sempre que solicitado Ao Prof. Dr. Geraldo Maia Campos (in memorian), ex-professor do Departamento de Morfo- logia, Fisiologia e Estomatologia da FORP — USP, nossa eterna gratidao pelas orientacdes em Nossos trabalhos académicos. Ao Prof. Dr. Vanderlei Luiz Gomes, Titular das Disciplinas de Prtese Total Removivel da Uni- versidade Federal de Uberlandia, pela amizade e incentivo na carreira académica. Aos professores do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP — USP. As secretarias do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP — USP, Maria Amalia Viesti de Oliveira e Maria Isabel Cesario Francisco Miguel. ‘Aos funcionrios do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP — USP, Carlos Feitosa dos Santos, Fernando Pina Perez, Luiza Godoi Pitol, Reginaldo Santana da Silva e Rosangela Angelini A Melissa de Oliveira Melchior, Fonoaudidloga do Departamento de Odontologia Restauradora da FORP — USP. As funcionarias que atuam na Clinica de Pacientes Especiais da FORP — USP, Benedita Viana Ro- drigues, Fatima Aparecida Rizoli, Nadir das Dores Gardim Felicio, Renata Aparecida Fernandes e Renata Cristina Rosa, pela colaboracdo em nossas atividades de ensino, pesquisa e extensio universitaria. ‘Aos Técnicos em Prétese Dentaria que atuam na Clinica de Pacientes Especiais da FORP — USP, José Carlos Ferreira Junior, Julio Cesar Souza da Matta e José Henrique Loureiro, pela colabo- racao nos trabalhos protéticos. os funciondrios que atuam nas clinicas da FORP — USP, Laurinda Gouvéa Goncalves, Silvia Helena F. de Campos, Aracy Felicio da Silva e José Aparecido Neves do Nascimento. ‘Aos Técnicos Especializados do Departamento de Morfologia, Estomatologia e Fisiologia da FORP — USP, Luiz Gustavo de Souza e Paulo Batista de Vasconcelos. Aos Cirurgides-dentistas Alexandre Sicchieri Neto e Cristiano Nakao, ex-alunos da FORP — USP pela colaboracao nas fotografias. ‘Aos Departamentos de Odontologia Restauradora e de Materiais Dentarios e Protese da Facul- dade de Odontologia de Ribeirao Preto — USP. ‘Ao Dr. Sérgio Pasqualin — Coordenador do Curso de Reabilitacao Oral da APCD de Ribeirao Preto. ix Dedicatoria 7 : Deus, que os deu a vida, 0 corpo, a familia, 0 trabatho, a alma, uma infinidade de coi- , Muitos momentos felizes e dificuldades para nosso crescimento espiritual. A ELE, que nos proporciona mais uma oportunidade de concretizar este trabalho e a JESUS seu filho, nosso Mestre, que nos fortalece e nos guia com seus ensinamentos e sua santidade. Dedico este livro Aminha familia pelo amor que tem por mim. A minha esposa Solange. Aos meus filhos Cristiane, Gustavo e César Jr. As minhas irmds, Ivete e Angela. Aos meus pais Angelo (in memorian) e Neuza (in memorian) que continuam a me proteger na eternidade; sdo anjos da guarda dando-me a mesma fora e protecdo que sempre me deram na vida terrena. César Bataglion Dedico este livro A Carmem e meus filhos, Alessandro e Carla. Aos meus pais. ‘os professores que me iniciaram na profissdo universitaria Prof. Dr. Anténio Cesdrio de Lima Horta Prof. Dr. Camillo de Moraes Luiz de Jesus Nunes Prefacio Inicialmente, manifesto honrosament presente obra, para prefaciar seus escrit tos clinicos e laboratoriais, iniciada nos res gnatologist: mandibulares € a satisfacao por ter sido convidado pelos autores da tos nos quais divulgam uma filosofia de procedimen- Estados Unidos da América, por um grupo de auto- 5 ligado aos estudos da reabilitacao oclusal, que pesquisavam os movimentos funcionais em pacientes dentados completos, estudando os contatos oclusivos que estabilizam os movimentos da mandibula em posicao protrusiva, em posicao lateral e em relacao centrica, a fim de verificar se haviam cu nao pontos de contatos prematuros, nas de- vidas posicGes analisadas. Criou-se entao a escola de gnatologia aplicada, que permitiu aos profissionais do estudo da oclusao, tanto dos pacientes dentados como dos desdentados, efetuarem as andlises das Posicoes posturais da mandibula, assim como verificar se haviam pontos de contatos chamados Prematuros, que deveriam ser desgastados seletivamente nas diversas posicdes analisadas, permitindo, dessa forma, equilibrar os contatos mandibulares nas referidas posturas funcio- nais da oclusao. Seguindo, dessa forma, os preceitos da escola gnatolégica, desde aquela época, aprende- Mos que nao podemos reabilitar nenhum paciente sem antes efetuar as analises das posicées funcionais mandibulares e dos contatos oclusais, para permitir os desgastes seletivos, a fim de obter as equilibrios posturais mandibular e oclusal nas relativas posicées. Portanto, ao ler e analisar a obra escrita pelos autores, Prof. Dr. César Bataglion e Prof. Dr. Luiz de Jesus Nunes, e pelos demais colaboradores, concebi que procuraram propiciar aos iniciados no conhecimento da gnatologia aplicada, uma metodologia profundamente simples € didatica, de como proceder aos ajustes oclusais, por desgaste seletivo, em que o proprio termo ja implica a idéia de selecao dos pontos para o desgaste, a fim de estabilizar finalmente a mandibula nas relativas posi¢Ges supra mencionadas em perfeito equilibrio oclusal. Conheco, sobremaneira, as atividades académicas dos autores idealizadores da obra, assim como seus trabalhos no Ambito da oclusao. 0 Prof. Dr. Luiz de Jesus Nunes criou uma escola de escultura dentaria, por meio do enceramento progressivo, propiciando aos estudantes o en- tendimento dos contatos oclusais que equilibram as posicoes mandibulares. Posteriormente, tornou-se especialista em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial. Por esses desempe- nhos no campo académico, foi agraciado com 0 titulo de Professor Emérito da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto da USP. Além dessas atividades ja expostas, apés sua aposenta- doria, foi exercer 0 cargo e a funcao de Professor Titular de Oclusao do Curso de Odontologia izeiro do Sul. “ me ressalto as atividades académicas do Prof. Dr. César Batagtion, graduado em Odontologia pela Universidade Federal de Uberlandia — NG e Professor Associado (Livre Docente) da Area de Oclusao co Departamento de Odontologia Restauradora da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto da USP. E Coordenador do Curso de Oclusao, Disfungao Tempo- romandibular e Dor Orofacial: abordagem multidisciplinar na mesma escola, Também ¢ pro- fessor da Escola de Aperfeigoamento Profissional da APCD de Ribeiro Preto e Especialista em Protese Dental em Disfuncao Temporomandibular e Dor Orofacial. Mestre e Doutor em Reabi- litagao Oral pela FORP — USP, sendo discipulo e seguidor inconteste do ensino € metodologia xiv Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos criada © preconizada pelo seu orientador direto, o Professor Luiz de Jesus Nunes, durante o Periodo de suas atividades na Odontologia da USP em Ribeirao Preto. Os ensinamentos expostos na obra Pelos autores e seus colaboradores apresentam figuras ilustrativas detalhistas expostas didaticamente, onde ilustram por si so, os procedimentos clinicos e laboratoriais preconizados, Para serem seguidos minuciosamente e aplicados nos Pacientes dentados como nos desdentados. Faco um destaque elogioso, que foi adicionado de forma valorosa com um capitulo no fi- nal da obra, que trata dos ajustes oclusais em pacientes com proteses totais. Essa abordagem mostra que nao podemos deixar de ressaltar a grande importancia da pratica dos ajustes oclu- sais, também, nas proteses totais, incluindo aqui aquelas suportadas por implantes. Finalmente, nao poderia deixar de elogiar a permissibilidade ética e académica, que os professores César e Nunes demonstraram, convidando inumeros colaboradores, tanto da area da gnatologia aplicada como de outras areas profissionais que atuam tambem no ambito da recuperacao das disfuncoes dos seres humanos. Também em minha opiniao, o trabalho devera ser divulgado nas escolas de formagao de tecnicos em protese dental, onde eles poderao, sobremaneira, contribuirem nas montagens dos modelos nos articuladores semi-ajustavets, para ampliarem os seus conhecimentos nas analises oclusais dos modelos, assim como aprimorar as tecnicas de remontagens dos modelos de dentaduras completas, para fazer os ajustes oclusais nas proteses em funcao das alteracdes dimensionais, tanto da resina acrilica como dos modelos de gesso que ocorrem durante o ciclo de polimerizacao. Por outro lado, quero aproveitar a oportunidade e, mais uma vez, parabenizar os professo- res Cesar Bataglion e Luiz de Jesus Nunes e a todos os valorosos colaboradores pelos ensina- mentos relevantes que apresentam a classe odontoldgica. E minha opiniao sobre a obra. Krunislave Antonio Nobilo 26/07/08. Professor Titular (aposentado) do Departamento de Protese e Periodontia da Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Universidade de Campinas (UNICAMP) A presentacado Aj ‘ mine aed ona th Per desgaste seletivo ou coronoplastia, é um procedimento terapéutico patologicas no sistemy aay OF Ne tratamento ca disfuncao oclusst ede suas severas seqilelas do sistema pa estomatognatico. Atua como um mecanismo de compensacao artificial Para conservar a harmonia morfofuncional da oclusao dental. ‘onsiste na pratcecze Oclusal do dente natural, ou mesmo dos artificiais de uma prote- i otal), €M que as superficies oclusais s40 modificadas pelo desgaste da dessemaa ena om instrumentos rotatérios, a fim de eliminar interferéncias oclusais e do Areas escothidas oa OClusa0 harmoniosa. Essa intervencao na coroa do dente, desgastan- ) “scolhidas em funcéo de regras preconizadas na literatura, deve ser feita de forma Cuidadosa, evitando-se sensibilidade dentinaria, _ Ao longo do tempo, muitos pesquisadores Preconizaram 0 ajuste oclusal, para a preservacao da salide do sistema estomatognatico, a fim de melhorar a funcao mastigatoria e reduzir o trauma: GOes funcionais das arcadas dentarias, de modo que dentes « periodonto recebam estimulos uniformes © possam realizar suas funcdes com a maxima eficiéneia, Deve-se salientar que o ajuste oclusal por desgaste seletivo nao é 0 tratamento aprapriado para corrigir rela¢des maxilomandibulares com graves desarmonias. Nestes casos, 0 cirurgiao- dentista devera avaliar a necessidade de intervencoes protéticas, ortodénticas, cirurgicas e restauradoras, combinadas ou nao. Ao longo dos anos, o fator oclusal perdeu a importancia que tinha como o responsavel Principal pela disfuncao temporomandibular. As pesquisas mostraram que uma série de outros fatores eram responsaveis pelo desencadeamento dessas disfuncdes e Portanto, quando se inicia 0 tratamento das DTMS, a opcao deve ser sempre por procedimentos reversivels ¢ nao Pelo ajuste oclusal. O tratamento oclusal so deve ser executado quando o profissional tiver certeza de que este levara a eliminacao da disfungao. ; Da mesma forma, o ajuste oclusal nao deve ser indicado para etiminar o bruxismo. Uma distribuicao melhor das cargas oclusais em uma denticao equilibrada pode evitar que alguns dentes recebam os esforcos, minimizando os efeitos danosos da atividade parafuncional sobre estes dentes. ; E importante salientar que 0 ajuste oclusal deve ser realizado no paciente sem sintomato- logia dolorosa, de origem muscular ou articular, Possibilitando a manipulacao correta da man- dibula em todas as posicées necessarias para a realizacéo do desgaste seletivo. Por se tratar de um assunto de extrema importancia na Odontologia, este ‘ro ‘one ae estudo do ajuste oclusal por desgaste seletivo, por parte face ademicos e iy ae Odontologia, mostrando como e quando realizar esta modalidade de tratamento oc b Provocar iatrogenias. Os autores xv Susilo Capitulo 1 | Posicées e Movimentos Mandibulares.............-0.00--0--- 1 Capitulo 2 | Face Oclusal Funcional..........:.::ss:sssssssseesenseeeenve we 5D Capitulo 3 | Ajuste Oclusal - Objetivos, Indicacées e Contra-IndicaG6@s svsciccs..sessses.ctsrensarinacreansensaeren Capitulo 4 | Ajuste Oclusal em Relacdo C€nttica...........ccccccsse0seeeee 9 Capitulo 5 | Ajuste Oclusal em Lateralidade Capitulo 6 | Ajuste Oclusal em ProtruSd0........cccccccccscssssssesseseeeeeseveees 17 Capitulo 7 | Técnica de Ajuste Oclusal por Meio do Desgaste Seletivo Capitulo 8 | Montagem do Modelo Superior no Articulador com Arco Facial.. 25 Capitulo 9 | Registro da Relacao Céntrica (RC) ................ . ve 35. Capitulo 10 | Montagem do Modelo Inferior..........:cesceesesceeeee 43 Capitulo 11 | Individualizacdo do Articuladot 0.0... 47 Capitulo 12 | Técnica de Personalizacao do Guia Anterior no Articulador em Procedimentos de Reabilitacao Oral..... 53 Capitulo 13 | Andlise Oclusal de Modelos no Articulador................. 57 xvii xviii Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Capitulo 14 | Mapeamento do Desgaste Seletiv0........:.00:ccccee 63 Capitulo 15 | Ajuste Oclusal Climico .....cccccccssssssseeeesssssssseettettttsttttteees 69 Capitulo 16 | Trauma Oclusal ..........ccccccccsssssssssssesssseeeesseeeceneneesentneeeeee 79 Capitulo 17 | Ajuste Oclusal: Caso CliMiCO........sssssssessneeseseeessessesesee 81 Capitulo 18 | Ajuste Oclusal em Paciente com Prétese Total.............. 97 Referéncias.... Mandibulares César Batagtion Luiz de Jesus Nunes Para se realizar o ajuste oclusal, é funda- mental 0 conhecimento das Posicdes e mo- vimentos mandibulares basicos, que devem ser dominadas e coordenadas em todos os procedimentos de ajuste oclusal (BESHINI- LIAN,? 1974). Essas posicdes estao descritas na sequéncia: Posi¢ées Mandibulares Relagdo céntrica (RC) O termo rela¢ao céntrica tem sido uti- lizado na Odontologia durante anos. Ela é de grande valia porque é uma posicao man- dibular reprodutivel, tornando-se um ponto de referéncia confiavel para verificar a rela- a0 da maxila com a mandibula e controlar 0 padrao de contato oclusal. ; Apesar de ter uma variedade de defini- gées, ela é, em geral, considerada para de- signar a posicao da mandibula quando os cén- dilos estiverem dentro da fossa mandibular. Por definicao, relacao céntrica é a rela- ¢40 maxilomandibular na qual 0 cdndilo ar- ticula com a porcao mais fina e avascular de seu respectivo disco articular, e este com- Plexo céndilo-disco, localiza-se em uma po- sicao mais anterior e superior contra a em! néncia articular, independente de contato dental (GLOSSARY OF PROSTHETICS DENTIS- TRY, 1987), Daaslch Capitule osi¢oes e Movimentos ‘| Apesar de haver muitas divergéncias e controversias sobre a relacdo céntrica, con- sideramos que ela é uma posicao cranioman- dibular, fisiologica, independente do contato dental. Quando nos referimos a relacao cén- trica estamos avaliando a posicao dos céndi- los dentro das fossas mandibulares, nas quais eles podem realizar o movimento de rotacao ao redor de um eixo denominado eixo de bi- sagra da mandibula, que nada mais é do que um movimento de rotaco como aquele que a dobradica executa na abertura da porta. Portanto, a finalidade da obtencao da rela- Gao céntrica é a de localizar os céndilos em torno de um eixo de rotacao e levar a man- dibula até 0 ponto de fechamento da boca, que é onde termina a rotacao, ou seja, quan- do os dentes antagonistas se encontram, & poder analisar como ocorre o contato dental neste momento € quais dentes ocluem. ‘As técnicas de manipulacao da mandibu- la em relacao céntrica sero abordadas nes- te livro no capitulo referente & montagem do modelo inferior no articulador. Maxima intercuspidacéo habitual (mH) ‘A maxima intercuspidacao habitual (MIH) a posi¢ao maxilomandibular na qual os den- tes adquirem um numero maximo de contato 1 ——————— 2 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — oclusal fora da posicdo de relacao céntrica. Ocorre uma maxima intercuspidacao entre os dentes antagonists, independente da posi¢ao condilar. Quando nos referimos a maxima intercuspidacdo habitual, estamos avaliando posicéo dental. ‘A MIH também € denominada oclusdo habitual, oclusdo adquirida e oclusao inter- cuspidica, sendo considerada uma posicao variavel, pois pode ser modificada por pro- cedimentos odontolégicos, tais como: trata- mento ortodéntico, protese dentéria, den- tistica restauradora e também por perdas, extrusdes e desgastes dentais. Oclusao em relacao céntrica (ORC) E a relacao maxilomandibular na qual ocorre a maxima intercuspidacao dos den- tes com os céndilos em relacao céntrica, ou seja, existe uma coincidéncia da maxi- ma intercuspidagao dos dentes com a po- sic&o condilar de relacdo céntrica. Nesta situacao nao ocorre contato prematuro e, portanto, nao existe deslize ou deflexdo mandibular de RC até MIH. Alguns pesqui- sadores relatam que cerca de 2 a 10% da populacao apresentam a oclusao em rela- co céntrica. ‘A diferenca entre o contato dos den- tes que ocorre em RC e 0 que ocorre em MIH, em média, esta entre 0,5 a 1,5mm, existindo, entre as duas posicdes, um des- lize da mandibula em diregao anterior, em direcao a linha média da face ou contra- ria a linha média da face. O contato que promove o deslize € denominado contato deflectivo e o deslize é denominado des- lize em céntrica ou deflexao mandibular (MOHL',1989). Dimensdo vertical (DV) E a medida vertical da face entre dois Pontos quaisquer selecionados arbitraria- mente e localizados convenientemente um acima e outro abaixo da boca, normalmen- te, na linha média. A dimensao vertical é Classificada em dimensao vertical de repou- so e de oclusdo. Procedimentos Laboratoriais e Clinicos © Dimensao vertical de repouso (DVR) dimensao vertical da face quando a man- dibula esta na posicao postural ou de re- pouso. Nesta posicao nao ocorre contato dental, estando os musculos da mastiga- cao, especialmente os levantadores e abaixadores, em um estado de contragao ténica minima (tonus muscular) neces- sério para manter a postura da mandibu- lae resistir a acao da gravidade. Dimensao vertical de oclusao (DVO): di mensao vertical da face quando os den- tes esto em oclusao. Espaco funcional livre (EFL): é a distan- cia entre as superficies oclusais dos den- tes mandibulares e maxilares, quando a mandibula se encontra em sua posicao postural ou de repouso fisioldgico. E a di- ferenca entre a dimensdo vertical de re- pouso e a de oclusdo, e apresenta valores médios de 2 a4 mm. Movimentos Mandibulares Movimento de lateralidade da mandibu- la: € 0 movimento excursivo da mandibula realizado para a direita ou para a esquerda do plano sagital mediano, observado princi- palmente no plano horizontal. 0 lado para © qual a mandibula se dirige recebe o nome de lado de trabalho e 0 lado contrario ao do movimento realizado recebe o nome de lado de balanceio (ou lado de nao-trabatho). @ Guias de desoclusao no lado de traba- tho: Desoclusao pelo canino ou guia canina: nesse tipo de funcao verificada no mo- yimento de lateralidade da mandibula, no lado de trabalho, somente o canino inferior destiza na face palatina do ca- nino superior até a posicao de topo-a- topo. Os demais dentes, tanto os ante- riores aos caninos como os posteriores, ficam desocluidos, tanto no lado de tra- batho quanto no de balanceio. € um tipo de desoclusdo muito efetiva, visto que 0 ‘caninos possuem implantacao e suporte periodontais bastante apropriados para esta funcao. Desoclusao em grupo ou funcao em gru- Po: Nesse tipo de funcao, também veri- ficada no movimento de lateralidade da mandibula, no lado de trabalho, as clis- pides de contencdo céntrica dos dentes inferiores (vestibulares) deslizam, em grupo, contra as cuspides de protecao dos dentes superiores (vestibulares). Os contatos dentarios em lateralidade, no lado de trabalho, ocorrem simultaénea- mente entre todos os dentes posterio- Fes, ou podem ocorrer progressivamente a partir do canino, seguindo-se pré-mo- lares e molares, desocluindo os dentes do lado de balanceio. Lado de balanceio (ndo-trabalho) Do lado oposto ao lado de trabalho, ou seja, do lado contrario ao qual 2 mandi- bula se dirige (lado de balanceio ou de nao-trabatho), na denticéo natural, nao devem haver contatos dentarios (UETI,2® 1987) que causem deflexio mandibular, e Posicdes e Movimentos Mandibulares Possam alterar a guia do lado de trabalho. Os contatos em balanceio podem promo- ver uma alavanca, ocasionar um movimen- to de distracao (deslocamento para baixo) no céndilo de balanceio, e levar ao apa- recimento de disfuncées nas articulacdes temporomandibulares do mesmo lado da interferéncia (Oliveira,"* 2002) Movimento de protrusdo da mandibula: €0 movimento realizado pela mandibula, para frente, no sentido péstero-anterior. Guia do movimento protrusivo da man- dibula: Guia anterior ou incisiva: na realizacao do movimento protrusivo da mandibula, ocorre a participacao efetiva da guia an- terior (incisiva) que é o trajeto percorri- do pelos dentes anteriores inferiores na face palatina dos dentes anteriores su- periores, desde a posicao de maxima in- tercuspidacdo habitual (MIH) até a oclu- 0 topo-a-topo. Face Oclusal Funcional Simone Cecilio Hallak Regalo Marisa Semprini . Para se realizar o ajuste oclusal, é neces- sario conhecer a anatomia oclusal funcional dos dentes; portanto, deve-se estudar as cuspides e as vertentes (BATAGLION, ’ 2000). Cuspides de Suporte ou de Contencao Céntrica (CCC) S40 as cilspides dos dentes posteriores que mantém a parada céntrica da mandibu- la; determinam a dimensao vertical de oclu- sho. Sa0 as cuspides vestibulares dos pré- molares e molares inferiores e as cuspides palatinas dos pré-molares e molares supe- riores (Fig. 1), também denominadas cispi- de de trabalho. Clspides de Protecao ou Nao-céntricas (CNC) Sao as cuspides dos dentes posteriores que protegem as bochechas e a lingua. Sao Capitulo, 2 as cispides vestibulares dos dentes poste- riores superiores e as cuispides linguais dos dentes posteriores inferiores (Fig. 1), tam- bém denominadas cuspides de balanceio. Vertentes Triturantes (ou internas) Planos e arestas situados na face oclusal (entre as cuspides vestibulares e linguais) ao longo das quais se movem as cuispides de su- porte durante os movimentos mandibulares em lateralidade (Fig. 2). Vertentes Lisas (ou externas) Situam-se, a partir do dpice das clspides vestibulares e linguais, na face livre das co- roas dentarias (Fig. 2). [ | Fig. 1 Cuspides de contengdo céntrica (CCC - A) cuispides ndo-céntricas ou de protecdo (CNC — B). Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimen| tos Laboratoriais e Clinicos Fig. 2 Vista frontal vendo-se as vertentes triturantes ou in- ternas (b, ¢ f, g) eas vertentes lisas ou externas (a, de, h) dos dentes antagonistas. Capitulo Ajuste Oclusal - Objetivos, Indicacées e Contra-Indicacées César Bataglion Luiz de Jesus Nunes Takami Hirono Hotta Objetivos Os objetivos a serem atingidos com o ajuste oclusal sao: @ Através do remodelamento oclusal pro- Porcionar estimulacao uniforme ao perio- donto, e desgaste fisiolégico das superfi- cies dos dentes. ® Eliminar a oclusdo traumatica e os sinais e sintomas a ela associados, Estabelecer um padrao oclusal 0 proximo do dtimo quanto possivel, antes que se- jam realizadas reabilitacdes oclusais. Reesculpir e recontornar os dentes para maxima eficiéncia mastigatoria. Aliviar os sinais e sintomas das desordens temporomandibulares, cuja origem seja Nos contatos oclusais traumaticos. * Auxiliar a estabilizacao de resultados or- todénticos e pericdontais. Indicagées O ajuste oclusal esta indicado para as se- Buintes situagdes: © eliminar as interferéncias oclusais e os contatos deflectivos; * tratamento da disfuncéo neuromuscular e da ATM, resultante de contatos denta- rios traumaticos ou anormais; @ estabelecer um padrao oclusal dtimo, prévioa procedimentos restauradores ex- tensos; ® como coadjuvante da terapéutica, apos © tratamento periodontal, nos casos de mobilidade dentaria; na estabilizagao da oclusao, apés os tra- tamentos ortodénticos ou ciruirgicos bu- comaxilofaciais (cirurgia ortognatica); © para ajustar a oclusao de proteses remo- viveis, fixas e totais. Contra-indicacées 0 ajuste oclusal € contra-indicado para a5 seguintes situacées: antes de tratamento ortodéntico; ‘® previamente a correcao cirlirgica ortog- natica; # nao deve ser feito profilaticamente; * nao deve ser realizado antes do diagnds- tico ser precisamente estabelecido. Fundamentos do Ajuste Oclusal Eliminagao dos contatos deflectivos da mandibula entre a posicao de relacao céntrica (RC) e a posi¢ao de maxima in- tercuspidacao habitual (MIH). * Dirigir as forcas oclusais no sentido axial (longo eixo dos dentes). ® Procurar nao reduzir a altura das cuspi- des céntricas. Evitar o alargamento da mesa oclusal dos dentes posteriores. Eliminar os contatos dentais interferentes nos lados de balanceio (nao-trabalho), durante o movimento em lateralidade da mandibula. Eliminar contatos dentais interferentes nos dentes posteriores, durante 0 movi- mento em protrusao da mandibula. @ Permitir uma guia de desoclusao anterior funcional. Proporcionar a obtencao de contatos bi- laterais, simultaneos e estaveis. Fundamento Basico: “BOM SENSO”. ‘Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Principios Basicos do Ajuste Oclusal Para se realizar 0 ajuste oclusal, é neces sArio conhecer alguns de seus principios ba- sicos, tais como: e ° Dominio da manipulagao da mandibula em relacao céntrica. Conhecer profundamente a anatomia oclu- sal dos dentes. Localizar corretamente os pontos de con- tato oclusal, tanto os céntricos como os excéntricos. Saber quando parar 0 ajuste oclusal. Realizar o ajuste oclusal com 0 paciente livre de sintomatologia dolorosa. Ajuste Oclusal em Relacao Céntrica César Batagtion Luiz de Jesus Nunes Regras para o Ajuste Oclusal As regras que serao descritas a seguir fo- ram elaboradas por Guichet® (1977) e enfati- zadas por Janson et al’ (1977). Didaticamen- te, o ajuste oclusal € realizado em trés eta- pas: a) em relacao céntrica; b) em lateradi- dade (direita e esquerda) e c) em protrusao. Ajuste em rela¢ao céntrica 0 objetivo fundamental do ajuste oclusal em relacao céntrica é 0 de fazer com que a maxima intercuspidacao habitual — MIH (po- sigao intercuspidica) — coincida com a rela- cao céntrica mandibular, para que a oclusao maxima se produza nos dentes posteriores, propiciando estabilidade perfeita das cispi- des na area céntrica. Movendo a mandibula em seu eixo de re- lacdo céntrica, localiza-se 0 contato oclu- sal prematuro; em seguida, solicita-se ao paciente que aperte seus dentes, buscando assim a MIH. Desse modo, ficara determina da a direcdo e 0 grau do deslizamento em relacdo céntrica (RC—MIH), também deno- minado maloclusao deflectiva ou deflexao mandibular, que praticamente em todos os casos de interferéncia tem componentes lateral e anterior. . Podem ocorrer quatro situa¢des na posi- ¢ao de relacao céntrica, dependenda da lo- calizacao do contato prematuro, descritas a seguir. Sao elas: Capitulg 4 % Ajuste do contato que desliza a mandi- bula em direcao a linha média. * Ajuste do contato que desliza a mandi- bula contra a linha média. ® Ajuste do contato que desliza a mandi- bula para anterior. @ Ajuste do contato que nao desliza a man- dibula. Primeira situacGo Contato que desliza a mandibula em di- reco a linha media (em direcao a lingua) (CCC X CNC). Localizacao dos contatos @ Vertente lisa da cuspide vestibular infe- rior X vertente triturante da cuspide ves- tibular superior (Fig. 3). © Vertente lisa da cuspide palatina supe- rior X vertente triturante da cispide lin- gual inferior (Fig. 4). Ambos. Local de desgaste (Fig. 5) Yertente lisa da clispide de contengao até ‘0 contato ocorrer na ponta da cuspide. * Vertente triturante da cuspide de nao- contencao em forma de plato. Segunda situacao Contato que desliza a mandibula con- tra a linha média ou em direcao a boche- cha (CCC X CCC). 9 Ajuste em relacdo céntrica. Em (A): contato prema- ture. Em (6): ajuste da aresta longitudinal distal do dente inferior. Em (C): ajuste do dente superior (es- tabilidade obtida). Local dos contatos para 0 ajuste em relacio cén- rica (sem deslize). Ajuste Oclusal em Lateralidade César Bataglion Luiz de Jesus Nunes O ajuste oclusal em lateralidade deve ser realizado apés o ajuste em relacao céntrica, embora contatos exagerados, tanto no lado de trabalho quanto no de balanceio, possam ser removidos prévia ou simultaneamente. Em lateralidade, duas posicées mandibula- res devem ser analisadas. @ Lado de balanceio # Lado de trabalho Lado de Balanceio As interferéncias no lado de balanceio S80 muito patogénicas, pois ao atuar como um fulcro criam uma alavanca de primeiro género, que traciona o céndila do lado nao- funcional para baixo e para a frente, de for- ma intensa e brusca, com graves conseqiién- ias para os constituintes fisiologicos do sis tema estomatognatico (dentes, miisculos e ATM). Essas interferéncias sAo muito comuns na perda do primeiro molar inferior, com mesializacéo e inclinacao dos segundos e terceiros molares, 0 que conseqiientemen- te provoca a elevacao das cuspides distais. Outras vezes, s40 conseqiiéncias de procedi- Mentos restauradores inadequados: restau- Tacbes extensas ou coroas em dentes poste- "lores, controlados freqiientemente pelo ci- Turgiao-dentista sé em maxima intercuspi- dacao habitual (MIH). Objetivos do Desgaste Seletivo no Lado de Balanceio @ Eliminar as interferéncias cuspidicas no lado de balanceio que impecam os conta- tos oclusais corretos no lado de trabalho. Assim, é necessério que nao haja nenhum contato no lado de balanceio que venha a desarmonizar 0 lado de trabalho. @ Em alguns casos, pode-se aceitar como correto um desgaste no lado de balan- ceio que ofereca contatos cuspidicos si- multaneos harmoniosos com o lado de trabalho. % Quando ambas as cuspides interferen- tes sao fundamentais para a estabilidade céntrica, desgastar so uma delas; a menos favoravel para a obtencao de resultantes axiais (geralmente a superior). Respeitar a cispide que proporciona a carga oclu- sal mais favoravel para as estruturas de suporte na posicao intercuspidica. Se desgastarmos a inferior, os dentes vao se voltando cada vez mais para a lingual (pela inctinacao das raizes), dando resul- tados mais desfavoraveis. Lado de Balanceio (CCC x ccc) Localizagdo dos contatos (Fig. 14) Vertente triturante da ciispide vestibular inferior x vertente triturante da cuspide palatina. Rea Fees NGS iss a ener eee erences Capitulo: ai @ Vertente triturante da clspide vestibular inferior x ponta da cuspide palatina. @ Ponta da cuspide vestibular inferior X ver- tente triturante da cuspide palatina. @ Ponta da ciispide vestibular inferior X ponta da cilspide palatina. Local de Desgaste (Fig. 15) Consultar a oclusao da mandibula em re- lacdo céntrica: @ Se a cUspide vestibular inferior for mais estavel que a palatina, desgastar a Ulti- mae vice-versa. ‘® Se ambas as clspides de contencao cén- trica apresentarem a mesma estabilida- de, desgastar a palatina, pois a vestibu- lar é mais importante no ciclo mastiga- torio. Lado de Trabalho (CCC x CNC) Localizagao dos contatos (Fig. 16) Ponta da cUspide ou vertente lisa da cus- pide vestibular inferior x vertente tritu- rante da cUspide vestibular inferior. @ Ponta da cuspide vestibular inferior x ponta da cuspide vestibular superior. @ Ponta da cilspide ou vertente lisa da cus- pide palatina x vertente triturante da cuspide lingual. @ Ponta da cuspide palatina x ponta da cuspide lingual. “Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Local do desgaste (Figs. 17 € 18) Para saber 0 local de desgaste, utilizar sempre a regra BULL (Bucal Upper ~ Lin- gual Lower), ou seja, desgastar as cUspides ndo céntricas (Fig. 17). Desgastar as pontas de cuspides ou ver- tentes triturantes. © Apés 0 ajuste do lado de trabalho, deve- se verificar a ocorréncia de novos con- tatos no lado de balanceio, que deverao ser ajustados (Fig. 18). A eliminacao das interferéncias oclusais no lado de trabalho do movimento de late: ralidade, deve estar de acordo com a nor- ma classica de BULL (Bucal Upper - Lingual Lower) que estabelece: “deverao ser des- gastadas as vertentes internas das clspides vestibulares dos dentes posteriores superio- res e/ou as vertentes internas das clispides linguais dos inferiores (Fig. 19), justamente as cuspides nao-céntricas. Desta maneira, a estabilidade oclusal com contatos simulta- neos das cispides de apoio em suas conten- des céntricas, se mantém inalteradas. A “funcgao em grupo”, conceito funda- mental de Beyron?(1966) sobre o lado de tra- batho, se obtém dando a mesma inclinagao a estes desgastes em todos os pré-molares e molares, em harmonia com a inclinacao das superficies palatinas dos caninos superiores; assim, as forcas funcionais se distribuem em todos os dentes que realmente trabalham. Locafizagao dos contatos para o ajuste oclusal em loteralidade no lado de balanceio. Local de desgaste para 0 gjuste no lado de balan- ceio. Localizagéo dos contatos para o ajuste oclusal em Principio BULL no lado de trabalho. lateralidade no lado de trabalho. Ajuste oclusal em lateratidade (lado de trabatho). Local de desgaste para 0 ajuste oclusal em laterali- Em (A): contato prematuro. Em (B): juste realiza- dade ng lado de trabalho. do na vertente triturante do cispide ndo-funcional do dente inferior. Er (C)- ajuste realizado na cuspi- de ndo-funcional do dente superior. Capitulo Ajuste Oclusal em Protrusao César Bataglion Luiz de Jesus Nunes Podem ocorrer trés situacdes que reque: rem ajuste na protrusao mandibular. Primeira Situacao Localiza¢éo dos contatos (Figs. 20 e 21) ® O(s) dente(s) inferior(es) apresenta(m) contato(s) na posicao de oclusdo em re- lacao céntrica (ORC) e, durante o mo- vimento protrusivo, apenas um dente mantém contato (na concavidade e na posicao topo-a-topo). Local de desgaste (Fig. 22) Desgastar na face incisal do(s) dente(s) inferior(es).. Observacao: na posicao topo-a-topo, nao necessario que todos os dentes anteriores apresentem contato. Quando, nessa posi¢ao, apenas um dente apresentar contato apés 05 ajustes, deve-se desgastar na face incisal do dente superior (se nao comprometer a es- tética), Em caso de comprometer a estética, desgastar na face incisal do inferior. Segunda Situacao Localizacaéo dos contatos (Figs. 23 e 24) * 0(s) dente(s) inferior(es) apresenta(m) contatos na ORC e, durante o movimen- to protrusivo, todos tocam com a mes- ma intensidade (concavidade palatina e topo-a-topo). Local de desgaste (Figs. 25 ¢ 26) Na concavidade palatina do(s) dente(s) superior(es), Terceira Situacao Quando, durante o movimento protrusi- vo, apenas contatam os dentes posteriores desarmonizando a aco do guia anterior (Fig. 27), 0 contato dos dentes posteriores na pro- trusao poderé comprometer o contato dos dentes anteriores na posicao topo-a-topo. Localizacao dos contatos (Fig. 28) Cuspide vestibular inferior (ponta de cspide ou vertente lisa mesial ou aresta longitudinal mesial) x cuspide vestibular superior (ponta de cuspide ou vertente triturante distal ou aresta longitudinal distal), conforme mostra a figura 28. Cuspide lingual (ponta de cuspide ou ver- tente triturante mesial ou aresta longitu- dinal mesial) x cUspide palatina (pon- ta de cuspide ou vertente lisa distal ou aresta longitudinal distal) (Fig. 28). Local do desgaste (Fig. 29) Sempre nas cispides de nao-contencao céntrica e no local exato marcado pela fita ‘ou papel-carbono articular. 7 18 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos | Oman « & conteto tno comato ince contato na osicdo tope durante ome ge ‘otopo mento protrusivo | a Fig. 20 = Fig. 21 Localizacdo dos contatos necessdrias ao gjuste em — Contato interferente durante a mavimenta protry protrusdo (1° situacao), sivo mandibular. ayy Ky yi Contaros Contatas simulténeos na Sem contato na ORC simuttaneos na concavidede, durante 0 (permite a passagem posicde topo-c-topo ‘movimento protusive de uma tira de papel celofane) Fig. 22 Local de desgaste no gjuste oclusal em protruséo (1° situagdo). | Contatos simultaneos na Contatos simultdneos durante Com contate osicdo topo-c-topo (9 movimento protrusivo na ORC 7 _ Fig. 23 Localizacdo dos contatos necessdri0s ao guste em protrusao (2° situa a0) Contato interferente durante © movimento protru- sivo, Fig. 26 Contatos equilibrados entre os dentes anteriores, pds ayuste da face palatina | my Ajuste Oclusal em Protrusdo 19 Fig. 25 Local de desgaste no qjuste oclusal em protrusdo (24 situagdo) Fig. 27 Interferéncia oclusal durante 0 movimento protru: sivo. | Posizao Plano sagital Alana frontal Posto Plano sagital Plano frontal top0.01 topo-a-topo por--t0p0 on _ | ae = . 29 Fig. 28 He Localizacéo dos contatos no ajuste oclusal em pro- trusdo (52 situacda). M = mesial; D = distal, V = vestibular, L = lingual, nc = nao-céntrica @ ¢ =cén- ica. Local de desgaste no ajuste cclusal em protrusao com contato dos dentes posteriores, Técnica de Ajuste Oclusal por Meio do Desgaste Seletivo César Bataglion Elaine Angélica de Souza Coronatto Maria Cristina C. Zuccolotto Ana Maria Razaboni Solange Aparecida Nogueira Bataglion Sera descrita, a seguir, a técnica do ajus- te oclusal por meio do desgaste seletivo, com os passos fundamentais, desde a ana- lise dos modelos montados em articulador semi-ajustavel até a realizacdo do ajuste oclusal na boca. Para a realizacao da andlise oclusal dos modelos de estudo, ¢ necessario a monta- gem destes em relacao céntrica, no articu- lador semi-ajustavel, cujos procedimentos clinicos e laboratoriais serao descritos neste € nos capitulos 8, 9e 10. Seqiiéncia Clinica e Laboratorial Preparo preliminar Raspagem e polimento coronarios devem ser realizados para facilitar as etapas poste- riores, deixando assim os dentes sem placa bacteriana e tartaro. O bochecho previo as moldagens com enxagiiantes ou colutorios orais deve ser preconizado. Moldagem, molde e cee modelo das arcadas dentarias Devemos ter modelos de estudos articu- lados, para fins diagndsticos € terapéuticos, e, portanto, deve-se investir em moldagens moldes corretos para obter modelos per- feitos. Todo o tratamento de ajuste se bar seia no estudo em modelos superior e infe- rior montados no articulador. Individualizacdo da moldeira, moldagem, molde e modelo Preparar as moldeiras de estoque de inox para dentados (Fig. 30), previamente lim- pas e esterilizadas, e proceder a individua- lizagao da moldeira de estoque com cera utilidade. Recobrir as bordas da moldeira, incluindo aqui a regido posterior, com um filete de cera-utilidade, para moldar o fun- do de saco do vestibulo gengivogeniano e gengivolabial. Se necessario, levar também a cera na area do palato, pois alguns pa- cientes apresentam o palato profundo (em ogiva), fazendo com que a moldeira fique muito afastada da mucosa (Fig. 31). Nas moldagens mandibulares, levar a cera-uti- Uidade também na area do trigono retromo- lar. Nas areas da moldeira recoberta por ce- ra-utilidade, apés cortes com instrumento cortante, aplicar batendo com algodao para que o alginato fique mais aderido, a moldei- ra e nao cause distorcées durante a remo- co do conjunto moldeira-alginato da boca do paciente (Fig. 32). Na seqliéncia, secar as superficies dos dentes, proporcionar o al- ginato de acordo com as recomendacdes do fabricante, espatular vigorosamente (Fig. 33), carregar a moldeira com o material de moldagem (Fig. 34) e, com 0 dedo indicador, evar 0 alginato que sobrou na cuba de espa tulacdo para a regiao relativa aos terceiros molares (Fig. 35), ou em areas adjacentes a locais edéntulos para copiar com fidelidade Capitulo; 22 aS coroas dentérias, e nao formar bolhas no molde. Inserir a moldeira e aguardar a ge. leificacao do material (Fig. 36). Retirar em um Unico golpe para evitar distorcées, lavar © molde e analisar eventuais falhas. Obti- do 0 molde (Fig. 37), vazar imediatamen te: primeiro, o gesso-pedra tipo IV (Fig. 38), Para copiar com exatidao a area do rebordo alveolar e os dentes, que sao os elementos anatémicos mais importantes para o estudo Oe) | See : Materiais © instrumentais necessdrios para a mol- dagem da arcada de paciente dentado. g- 32 Antficio para melhorar a retengao do alginato corm algodao aderido & cera de individualizagao da mol- deira. | Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos da oclusao e, em seguida, fazer os “suspiros’ de reten¢ao e, apds a presa inicial do gessc tipo IV, vazar 0 gesso-pedra tipo Ill (Fig, 39), preenchendo totalmente 0 molde. Aguardat a cristalizacdo do gesso, por no minimo 60 minutos (recomenda-se utilizar 0 umidifica dor), sacar 0 modelo da moldeira e recortar (Fig. 40) convenientemente no recortador de gesso. A obtencao do modelo inferior se faz de modo semelhante ao superior. individualizacao da moldeira com Fig. 33 Espatulocdo do alginato. Fig. 36 Vazamento dos moldes com gesso tipo IV no crea dentada e no po- lato, Observe os relevos em gesso (suspiros") para favorecer a reten- $20, Complemento do vazamento com Recorte do modelo n gesso-pedra, fazendo a base do de gesso. modelo, 23 recortador Luiz de Jesus Nunes Carlos Ventura de Oliveira Ruellas Wilson Matsumoto Regina Maura Fernandes Cesar Bataglion Localizacao do Eixo de Rotacao da Mandibula © metodo mais conveniente para trans- ferir a relacao entre o arco maxilar e 0 eixo de rotacao (dobradica) convencional para um articulador consiste em usar um arco facial com peca de ouvido. Quando a peca de ouvido do arco facial estd em posicao no plano de mordida, 0 eixo de rotacao con- vencional é automaticamente determinado pela transferéncia, A figura 41 mostra 0 arco facial com os materiais ¢ instrumentais ne- cessdrios a sua utilizacao. ‘Maoteriais e instrumentais necessarios @ tomada do ‘arco facial. Preparacao e Ajuste do Arco Facial Consiste na verificagdo dos bracos do arco facial, e se os varios encaixes estao se movimentando com facilidade, princi- palmente se o braco do garfo de mordida esta entrando sem interferéncia. Se es- tiver com dificuldade, lubrificar as cone- x6es. Outra parte que também podera ser desgastada 6 a peca de ouvido (conduto de plastico), que pode machucar 0 paciente durante 0 encaixe ou na fixacdo dos bracos (Fig. 42). Arco facial. (A) relator ndsio; (B) indicador da distén- ia intercondilar; (€) garlo de mordida e (B) peca de ouvido (conduto de plastica). 25 ee 26 “Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais¢ Clinicos Registro com Godiva Colocar godiva em bastao, previamente plastificada sobre a chama de uma lampa rina a alcool, no garfo de mordida e regis trar a posicao em que o maxilar se encon- tra. A godiva é colocada em trés pontos (um anterior e dois posteriores) (Fig. 43) ou em todo 0 garfo de mordida, para tomar as im: pressdes cuspidicas dos dentes superiores, tomando-se 0 cuidado para nao colocar ex- cessos, evitando assim que ela invada os es- pacos interproximais, dificultando a saida do garfo de mordida. Registrar a posicao do maxilar inserindo o garfo de mordida com a haste paralela a linha média do paciente. Fig. 43 Colocacdo da godiva em trés pontos (um anterior € dois posteriores). (mpressbes das marcas das cuspides e bordos inci- sais na godiva. Pressionar para que as cuspides dos superiores marquem a godiva (Fig. 44 a godiva ficar rigida, retirar o gar brar a godiva e verificar se o material ficou bem marcado pelas cuspides ¢ bordas inci sais (Fig. 45). Levar 0 garfo novamente em posicao no paciente e verificar se apresen ta estabilidade. Se estiver instavel, pode se acrescentar novas quantidades de godiva plastificada sobre a godiva aderida ao garfo de mordida (ou colocar pasta zincoendlica) e levar novamente em posicao. Apds este procedimento, o garfo de mordida devera estar estavel, sem movimento de bascula, Remover 0 garfo da boca do paciente. Na seqiiéncia, levar o arco facial ao paciente Posicionamento do garfo de mordida na arcada superior do paciente, Posicionamento dos condutos de plastica do arct facial nos meatos auaitivos, como forma de treina mento e orientagao do paciente Montagem do Modelo Superior no Articulador com Arco Facial 21 (sem 0 garfo de mordida) para que ele tome contato com o dispositivo antes do apertoe fixagao do garfo de mordida (Fig. 46), Aperto Em seguida, fixar o relator nasio sobre a barra transversal do arco facial, de modo que fique bem centralizado. Como forma de orientacao do paciente, evar novamente o Conjunto a0 meato auditivo do paciente e apertar levemente o relator nasio. Instruir 0 Paciente agora quanto ao problema dos rui- dos quando manusear os parafusos do arco facial e quanto a presséo que o arco facial Proporcionard nos meatos auditivos externos Fig. 47 Posicianamento do relator ndsio para oricntacao do paciente. introducao da uniao de encaixe do arco facial no garfo de registro © também ao desconforto que poder ocor- rer no aperto do relator nasio (Fig. 47). Em seguida, adaptar o garfo de mordida com a godiva nos dentes da maxila do pa- ciente. Pedir para o mesmo manter o gar- fo em posicao com os dedos polegares (Fig. 48). Na sequéncia, tomar o arco facial com 0s trés parafusos desapertados, dando ao conjunto ampla liberdade para a abertura das hastes e introduzir a unido de encaixe do arco facial no garfo de mordida, também desapertadas, levando-as 0 mais proximo do labio do paciente (Fig. 49). Em seguida, in- troduzir os dispositivos auriculares das has- tes direita e esquerda do arco facial no me- ato auditivo do paciente (Figura 50), certifi- cando-se que estejam bem adaptados. Garfo de mordida mantido em posi¢ao pele pacien- te, Fig. 50 Conduto auricular de arco facial posicionado no mec to auditive do paciente, 28 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Na sequéncia, apertar os parafusos do arco facial (em numero de trés) para que 9 arco facial nao abra e saia dos meats auditivos (Fig. 51). Agora, forcar a haste do relator nasio contra a glabela do paciente (Fig. 52) € apertar o parafuso que a prende. Sera observado um movimento anterior do arco facial, pois os condutos auriculares se aproximarao 0 maximo possivel da regiao dos céndilos da mandibula — apertar bem © parafuso de fixacdo. Lembrar-se que 0 eixo de rotacao da mandibula esta nos con- dilos e 0 arco facial é colocado nos condu- tos auriculares que estao 15 mm para tras dos c6ndilos. Por isso € que deve-se apertar © relator nasio, direcionando o arco facial Fig. 51 Aperto dos porafusos de fixacdo condilar. “Aperto da conexao de encalxe do arco facial no gar- fo de mordida. procedimentos Laboratoriais e Clinicos para frente (mals préximo do eixo de rota cao). Observar ainda que, apos 0 posiciona. mento do relator nasio, 0 arco facial deve. ta estar no plano infra-orbital do paciente (terceiro ponto). Os outros dois pontos do plano estao nos meatos auditivos externos, ‘Ainda com 0 paciente mantendo o garfo de mordida em posicao, deslizar para tras a conexao inferior de encaixe do arco facial no garfo de mordida, até que esta se torne mais proxima do lébio, sem tocé-lo; apertar firme- mente esta articulacao (Fig. 53). Para alguns articuladores utilizar a chave hexagonal, para outros apertar a propria alavanca da cone- xao, Na sequéncia, apertar firmemente a ar Aperto da articulacdo de barra vertical do arco facial Montagem do Mode ticulagao da barra vertical do arco facial (Fig, 54), fazendo-o com todo o cuidado, para nao desviar ou inclinar 0 arco fora de sua posicao correta durante 0 aperto das conexdes. Pro: curar nao induzir efeitos de torcao. Deixar 0 conjunto estabilizado (Fig. 55). Nesse momento, o profissional tem o re. gistro do arco facial, restando fazer a leitu ra da distancia intercondilar, que pode ser pequena (S), média (M) ou grande (L). (Fig. 56). A seguir, afrouxar o parafuso do relator nasio (Fig. 57) € os trés parafusos do arco facial (Fig. 58) e, 4 medida que o paciente solta o garfo de mordida, solicitar a ele que abra a boca lentamente e retire o arco fa- cial com cuidado (Fig. 59). Fig. 55 Conjunto garfo de mordida e arco facial estabilizedo e sustentado pelo paciente. 10 Superior no Articulador com Arco Facial 29 Colocar 0 arco facial invertido na banca- da e ajustar os componentes do articulador (Fig. 60). Anotar a medida da distancia in tercondilar na ficha do paciente para depois ajustar 0 articulador em 5, Mou L: Nao esquecer de que 0 arco facial possui varias finalidades: Transporte da r cranio. Transferéncia do eixo de rotacao da man- dibula para o articulador. Determinacao da distancia intercondi- lar, Montagem do modelo superior. Determinacao da distancia céndilo/inci sivo. elacao da maxila com 0 Marcadores em S (pe Fig. 58 Desaperto dos parafusos do arco facial 30 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Ajuste do Arco Facial no Articulador Calibragem prévia (ajuste) do articula- dor em valores médios. Calibragem da distancia intercondilar: tomar a chave fixa eo ramo inferior do arti- culador, soltar os elementos condilares, colo- a-los na posicao determinada pelo arco fa- cial, ou seja, distancia intercondilar peque- na (S), média (M) ou grande (L) (Fig. 61). Em seguida, tomar o ramo superior do ar- ticulador, coma plaqueta de montagem aper- tada a ele, e soltar os parafusos da inclinacdo (guia) condilar, que sao 0s localizados sobre 0 Tamo (mais internos), e retirar os dispositivos Condilares direito © esquerdo para trabalhar 0s espacadores e graduar a distancia inter- condilar, obviamente dos dois \ados (Fig. 62). Sendo a disténcia intercondilar peque- na (5), retirar os dois espacadores; para a distancia intercondilar média (M), deixe um espacador e, se 0 caso for de distdncia in- tercondilar grande (L), coloque os dois es- pacadores. Tomar, porém, 0 cuidado de dei- xar, nas distancias intercondilares Mou L, 0 espacador chanfrado com 0 lado do chanfro voltado para o dispositivo (guia) condilar. Calibragem da inclinacéo (guia) condi- lar: a linha horizontal localizada na parte posterior do dispositivo condilar deve coin- cidir com a linha (traco reforcado) do(s) espacador(es) e todos os tracos devem estar alinhados. Esse alinhamento deve coincidir Retirada do asco facial do paciente com 0 valor de 30° (trinta graus), que faz parte das medidas gravadas na lateral do ramo superior do articulador (Fig. 63) dos dois lados. Esses valores registram 0 angulo da inclina¢ao (ou guia) condilar na média de 30°, Calibragem do Gngulo de Bennett: as guias de lateralidade sao ajustadas dos lados direito e esquerdo em 15°, soltando o para- fuso de Bennett, localizado sobre os guias condilares, @ fazendo com que a guia de la- teralidade fique no terceiro traco apés o zero (Fig. 64). Cada graduacao equivale a 5°. Ajuste do paralelismo dos ramos do arti- culador: a seguir, tomar o pino guia incisal e colocar no dispositivo da rosca da guia inci- sal, fazendo com que a graduacao continua deste fique relacionada com a parte superior da peca (Fig. 65). Apertar entao o parafuso e fazer com que a parte arredondada do pino- guia repouse na concavidade da mesa incisal, soltando-a e ajustando-a (Fig. 66). Estamos agora com 0 articulador ajusta- do de tal modo a termos os ramos superior € inferior em paralelismo e ajustados em ter- mos médios, em 30° de inclinacao condilar e 15° de Bennett ou lateralidade. Inicialmente, tomar o arco facial e ajusta-lo no ramo superior do articulador, sem 0 pino incisal, fazendo coincidirem os Pinos laterais dos guias condilares do arti- culador com os orificios das pecas auricu- lares de plastico do arco facial (Fig. 67). Apertar os trés parafusos do arco facial. Fig. 60 Arco facial obtide no paciente e componentes para gjuste do articulador. a 31 ‘Montagem do Modelo Superior no Articulador com Arco Facial > condilar e do disposit dis em 5, Moi Fig. 64 Calibragem do Angulo de Bennet em 15 ‘ispositwo condilar e dos espaca 7 a incinacao condilar na média de 30° Fig. 66 Parte arredondada do pina-guia incisal tocando a ‘mesa de montage. Fig. 65 = Aiuste do pino-guia incisal na marca de graduagao continua. Aperto de parafuso. 32 Deixar 0 ramo superior do articulador re- pousar na barra transversal do arco facial (Fig. 68). Temos assim garantido a relacao do arco facial no articulador, cumprindo uma das finalidade do arco facial, que € de transportar o registro da maxila do pacien- te para o articulador. ‘Articular 0 conjunto ramo superior/arco facial, com cuidado, nos elementos condila- res do ramo inferior, repousando a junta ou uniéo na mesa incisal (nao usar 0 pino-guia incisal). Retirar a plaqueta de montagem do ramo inferior e parafusar o telescépio (suporte do garfo de mordida, Fig. 69). Ele- var a haste vertical do telescopio até encos- tar no garfo de mordida, e apertar os para- fusos, conforme mostra a figura 70. 250 a1 10 pine lateral da articule: scépio a0 fado do ramo inf com @ plaqueta de i iontagen fa Belo tele es : “spe csemcen em “Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos a Colocar 0 modelo de gesso superior, pre- viamente hidratado e preparado com reten- GOes para 0 gesso de uniao, nas marcas das ctspides na godiva do garfo de mordida, sempre amparado pelo telescépio para evitar que 0 garfo venha a defletir. Se o modelo nao entrar no espaco entre 0 garfo de mordida e © ramo superior, € porque esta com a base muito alta e, portanto, é necessario desgas- ta-lo. Manipular gesso de boa procedéncia e Pequena expansao (gesso-pedra), tevantar © ramo superior do articulador, colocar uma Pequena porcao no centro da plaqueta e ou- tra porcao no modelo de gesso (Fig. 71). Estabelecer uma uniao da plaqueta como modelo de gesso, abaixando 0 ramo superior do articulador até tocar na barra transver- Fig. 68 Ramo superior do articulador apoiado 1 transversal do arco facial. Apert dos paraf Conjunto articulador/arco facial. Note o uportado pelo telescdpio. Montagem, sal do arco facial. Dar um leve acab unindo © gesso com a plaquet gem como se fosse um “pescc Deixar tomar presa e Completar com gesso comum (Fig. 73) ou com gesso-pedra ApOS a presa final do gesso, retirar com Cuidado 0 arco facial, desapertando os trés Parafusos e soltando os dispositivos auricu, lares de plasticos (Fig. 74), que estao conec tados aos pinos existentes nos guias condi lares. Retirar também o tele scopio do ramo inferior © recolocar a plaqueta de monta gem. Recolocar 0 pino incisal de tal forma Que 0 marco zero (linha continua do pino) fi Que no nivel do guia do pino — apertar o pa- rafuso existente nele. Reavaliar se a parte arredondada do pino repousa sobre o centro da mesa incisal. Dessa forma, temos o mo mento ‘ta de monta- 0g0” (Fig. 72), Montagem inicial do modelo superior com gesso- pedra, em forma de pescoro. oo Desaperto dos parafsos do orc focal e remocdo do ramo superior do artculador (desacoplage museca mn eo Modelo Superior no Articulador com Arco Facial 33 delo superior corretamente posicionado no articulador (Fig, 75) = antado no articulador. O pina inc = Capitelle: Registro da Relacdo Céntrica (RC) César Bataglion Luiz de Jesus Nunes Wilson Matsumoto Regina Maura Fernandes Como a relacao céntrica (RC) é uma po- sicao craniomanibular e, portanto, indepen- de da presenca de dentes para a sua deter- minacao, o registro dessa posicao deve ser obtido com os dentes separados 0 minimo possivel (Pegoraro,’” 1999) O registro exato da relacdo céntrica (RC), por meio de uma mordida em cera e um desprogramador neuromuscular, é um passo de maxima importancia na montagem dos modelos no articulador semi-ajustavel. O registro da RC nos indicara algumas situa- ces fundamentais, tais como: ® a posicao da mandibula contra a maxila, e em relacao ao cranio, dentro do eixo terminal de rotacao; @ a relacdo existente entre as superficies oclusais dos dentes antagonistas, com a mandibula ocluindo em RC, antes que hajacontato durante os movimentos fisio- logicos basicos da mastigagao, que ocor- re na posi¢ao de maxima intercuspidacao habitual (MIH); verificar se ha ou ndo deslize (deflexao mandibular ou deslize em céntrica) da oclusao dos dentes, que ocorre em RC, para a oclusdo dos dentes em MIH. Se houver o deslize, qual a direcao dele? Convém lembrar que em 90% da popula- Gao humana (Posselt,”* 1952) existe este deslize, Para o registro da RC, deve-se obter um guia de mordida e, a seguir, um registro de mordida, normalmente obtido com cera rosa 9. Obtenc¢ao de um Guia de Mordida (Jig ou LEAF GAUGE) Oprofissional poder obter a relacao cén- trica mandibular através de desprogramado- res da ocluso, do tipo jig de Lucia” (1964) (Fig. 76), como também do tipo “Leaf Gau- ge” (folhas calibradoras) de Long” (1970), de Woelfel* (1986) au de Woelfel e Nunes” (1987) (Fig. 77). As finalidades desses dispositivos, utili- zados entre os incisivos centrais superiores e inferiores, sao: @ desocluir os dentes posteriores, evitan- do-se assim contatos oclusais deflectivos que possam alterar a posicao de RC man- dibular; possibilitar que a mordida em cera, em RC, nao seja perfurada pelos contatos oclusais, ja que exceto os incisivos cen- trais inferiores, que tocam o dispositi- vo, Nao ocorre nenhum contato entre os dentes inferiores e superiores. 0 registro torna-se mais precisa sem provocar alte- racoes dimensionais na cera. permitir a posicao centralizada dos céndi- los, junto com os seus respectivos discos articulares, dentro da fossa mandibular; petmitir o ajuste oclusal pelo método re- gressivo. 35 36 Fig. 76 lig de Lucia em posicao no paciente “Leaf Gauge” de Long e de Woelfel Alguns pesquisadores preocupados com a importancia do registro correto da RC Propuseram dispositivos para tais finalida- des, dentre eles, o “Leaf Gauge” ou fitas calibradoras de Long, confeccionadas em acetato, e 0 “Leaf Gauge” de Woelfel con- feccionado de papel e publicado pelo au- tor no Brasil em co-autoria com o Prof. Dr. Luiz de Jesus Nunes, professor de Oclusao da Faculdade de Odontologia de Ribeirao Preto da Universidade de Sao Paulo, em 1987. As fitas calibradores (Fig. 78) so coloca- das entre os incisivos centrais superiores e inferiores, com determinado numero até se obter 0 primeiro contato dentario. A seguir, acrescentam-se quatro ou cinco folhas, de- socluindo os dentes posteriores, obtendo dessa forma a RC do paciente. Os céndilos ficam alojados juntos com os seus respecti- vos discos articulares numa posicao de cen- tralizacao na fossa mandibular, Oespaco existente entre os dentes pos- teriores, proporcionado pelo “Leaf Gau- 8¢", permite a colocacao do registro in- teroclusal de cera, ou no caso do sistema do Dr. Julian Woelfel, de cartolina plas- Chest registro esse denominado “Leaf 18. 79). Nesse sistema, € neces- ‘Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos ajus Fig. 77 Gauge de Long (acetato) @ de Woelfel (de pa- sario 0 uso de materiais de moldagem, tais como mercaptanas, siliconas (Fig. 80) ou pasta zincoendlica, para registrar as marcas das cuspides dos dentes supe- riores e inferiores (Fig. 81), que o toca- 40, impressionando o material de registro colocado em ambos os lados, fornecendo uma mantagem dos modelos com preci- so. Pode-se, também, utilizar a cera rosa 7 (Fig. 82) ou cera rosa 9 em conjunto com © “Leaf Gauge”. Em ambos os casos, o registro da RC ser- vira para relacionar © modelo inferior 20 superior, ja anteriormente montado no arti- culador com 0 auxilio do arco facial. Desse modo, consegue-se uma montagem de mo- delos precisa para a realizacéo de diagnos- tico e plano de tratamento do caso clinico. Jig de Lucia 0 Jig de Lucia” foi introduzido em 1964 Por Vitor Lucia, que descreveu sua constru- $80 € seu uso na determinacéo da RC: mos- trou-se eficaz também no ajuste oclusal. E um dispositive confeccionada com resina acrilica ativada quimicamente (RAAQ) nos incisivos centrais superiores (Fig. 83), com a finalidade de desocluir os dentes posteriores © obter a RC. Serve para registros de mordi. da e ajustes oclusais, Registro da Relagdo Céntrica (RC) 37 Fitas calibradoras (Leaf Gauge) em posicao para tema Leaf et fer de We Gauge) em posic¢ao para Sistema L 1uge Leaf Waff alfel obter a RC. 5 : ie Fig. 81 Registro de mord ma de Woelfel). Registro de mordida no Sistema de Woe sificona. Fig, 83 Jig de Lucia entre os dentes anteriores Leaf Gauge de Woelfel em conjunto com cera rosa 7 para obter a mordida em relacdo céntrica. 38 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentas Laboratoriais e Clinicos Confeccao do Jig de Lucia 0 Jig de Lucia é um dispositivo de resina acrilica ativada quimicamente, confeccio- nado diretamente na boca do paciente, ou em modelos de gesso, nos incisivos centrais superiores. Esse dispositive oferece otima padronizacao da obtencao da RC, pois ele nao se deforma depois de confeccionado. Técnica: adapte com pressao digital um pedaco de papel aluminio sobre os incisivos centrais superiores, a fim de isolar os espacos interdentais do contato com a resina (Fig. 84). Manipule po e liquide de RAAQ {marca Duralay, cor vermelha) em um pote Dappen (Fig. 85) e, durante sua fase plastica, mo- dele-a em forma de uma bolinha e adapte-a sobre 0 papel aluminio posicionado sobre os dentes, estendendo-a de vestibular para pa- latino dos incisives centrais superiores, fican- do na face palatina, na forma de duas ver- tentes convergindo para um vértice (cunha), com um comprimento aproximado de 15 mm (Figs. 86 87) (Fernandes Neto®, 1997). Peca ao paciente para ocluir lentamen- te, os incisivos centrais inferiores sobre 0 vértice de resina, até observar a desoclusao de 1 mm dos dentes posteriores (Fig. 88). Essa desoclusao pode ser seguramente obti- da, colocando-se os dedos polegar e indica- dor nos dentes maxilares, para oferecer re- sisténcia ao fechamento da boca enquanto se manipula a mandibula em relacao céntri- ca (Fig. 89). ‘Apos a polimerizacao da resina remova 0 Jig da boca do paciente, remova o papel alu- minio e faca 0 desgaste dos excessos de re- sina com uma fresa ou broca para desgastar aresina, de maneira tal que 0 jig apresente na sua face palatina dois planos inclinados, um para a direita e outro para a esquerda, formando um vértice onde deverao contatar 0 incisivos centrais inferiores, sem formar depressao. O paciente usara entao esse jig por cerca de 5 minutos, apés o que deverd ocorrer a perda da meméria propriacepti- va dos dentes interferentes, e 0 relaxamen- to muscular surgira, facilitando a manipula. ge mandibular pela técnica de eleicao (Fig, ). Manipulacao da Mandibula em Relacdo Céntrica Realizada pelo paciente e dirigida pelo profissional, essa etapa, independentemen- te da tecnica utilizada, requer delicadeza para estimular 0 relaxamento neuromuscu lar e firmeza para verificar a posicdo e man- ter 0 conjunto céndilo-disco na posi¢ao do eixo de rotacdo mandibular (relacao céntri ca). Consiste em tomar a mandibula com o dedo polegar colocado sobre os dentes ante- riores inferiores e os dedos indicador e mé- dio sob 0 mento, com o paciente relaxado, dirigindo a mandibula para o fechamento da boca, evitando, assim, qualquer componen- te protrusivo que possa ocorrer por parte do paciente. Solicitar a ele que leve sua lingua o mais posterior possivel em direcao ao palato mo- le, simulando assim a degluticao, onde se nota uma RC fisiologica. Ao sentir a mandi- bula basculando livremente e as cdndilos as- sentados em suas fossas, a mandibula esta- ra em RC (observe a sua reprodutividade). Essa manipulacdo é denominada frontal ou de Ramfjord" (1984), (Fig. 91). © profissional também pode realizar a manipulacao bimanual preconizada por Dawson,* tomando a mandibula com as duas maos, por tras do paciente e manipulando- a em direcao a maxila, no eixe de rotagao mandibular (Fig. 92). Em ambos os casos, 0 profissional deve treinar com o paciente es- sas manipulagées, antes de obter o registro em cera. Obtencao do Registro Intra-oral de Cera, em RC Registro da posic¢ao de relacao céntrica no Jig Esse procedimento presta-se para asse- gurar uma referéncia anterior mais est: vel no jig, assegurando o registro correto da RC na cera. O procedimento é realiza- do registrando-se, com uma fita de papel Registro da Relacdo Céntrica (RC) 39 Papel aluminio nos incisivos centrais superiores pa 12 0 isolamento da resina acrilica Ajuste da resina acrilica, na fase plastica, no senti- do vestibulopalatino, durante a confeccdo do jig de mesiodistal, durante a confeccdo do jig de Lucio, Lucia. formando duas vertentes. Ajuste da resina acritica, na fase pléstica, no sentido Fig. 89 Fig. 88 Paciente ocluindo no jig na fase plastica da resina ‘eds indicador e polegar posicionados na maxi- cecttica, com desoclusao dos dentes posteriores. la, impedindo que os dentes mandibulares toquem nos maxilares e perfurem a resina acrllica na fase plastica, 40 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicas 7. posicdo, cont sivos centrais su- para periores. carbono articular, 0 contato dos incisivos inferiores no jig, na posicao de RC (Fig. 93). Adicionar uma pequena quantidade de RAAQ (marca Duralay) exatamente no pon to marcado anteriormente no jig (Fig. 94) Manipular a mandibula do paciente até que 95 incisivos inferiores toquem sobre a re- sina adicionada (Fig. 95). Manter a man- dibula nessa posicao até a polimerizacao do material. A partir desse momento temos registrado com critério a relacao céntrica, no jig (Fig. 96). Preparo do registro intra-oral de cera no modelo superior Pegar uma lamina de cera rosa 9, flam- ba-la sobre a chama de uma lamparina a 4lcool, dobré-la ao meio, adapté-la no ma- delo superior, recortando os excessos de cera por vestibular e distal dos Ultimos den- tes com uma tesoura ou lecron de acordo com a arcada superior do modelo de gesso. Essa lamina deve ter espessura maior que 0 espaco interoclusal abtido com o jig (Fig. 97). Recortar a regido em que a cera cobre 05 incisivos centrais superiores (Fig. 50), em “y", justamente a regiao em que € adap- tado 0 fig, quando a placa de cera estiver inserida na boca (Fig. 98). Flambar a cera e adaptar previamente no modelo antes de levar A boca. tomadoa do telocao céntrica bula para a tomada da relacdo cén- (técnica de ponte do mento) trica. Registro da RC na cera como auxilio do Agora, coloque o jig cuidadosamente so- bre 0s incisivos centrais superiores, plastifi- que a cera rosa 9, pressione-a sobre os den- tes superiores (Fig. 99), manipule a man« bula em RC (pelo método frontal ou bimanu- al), solicitando que o paciente morda a cera até 0 contato dos incisivos centrais inferiores contra o jig (Fig. 100), registrando assim as marcas das ctispides dos dentes superiores ¢ inferiores na cera de mordida (Fig. 101). Como os dentes anteriores inferiores tocam no desprogramador oclusal, evita se assim o contato dos dentes posteriores; a cera de mordida nao é perfurada, o que proporciona um registro intra-oral mais pre- ciso, sem alteracdes dimensionais. Se ocor- rer perfuracao da cera de mordida, significa que a desoclusao proporcionada pelo jig foi insuficiente e, portanto, houve falha, tor- nando-se necessario aumentar em 1 mm de espaco posterior e repetir o registro. Com jato de ar, resfrie o registro e remo- va-o em seguida, Avalie se todo o registro de cera tem as impressdes das cispides. Se ocorrer alguma falha, adicione cera fundida na regiao correspondente, methorando as- sim o registro das marcas das cispides na cera. Apés a remogao do registro de cera, esse deve ser manuseado com cuidado e ar- mazenado em um pote com agua, evitando assim distorgao (Fig. 102). @ Registro da Relacdo Céntrica (RC) 41 recorte do registro intr no modelo superior com te a2 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos Fig. 100 alde Registro de cera entre os dentes antagonistas, com 0 Jig em posicdo (registro de relacéo céntrica). Fig. 101 rae Marcas dos ctispides dos der Goeororeene is oes rentes superiores e infe: Registro intra-oral de cera imerso ntra-oral de cera, em dgua para evitar distorcées do material. Mont do Modelo Inferi on agem o odelo Inferior 10 César Bataglion Luiz de Jesus Nunes Takami Hirono Hotta Montado 0 modelo superior (Figs. 70 a 75) com 0 arco facial € obtido o registro em cera da mordida do paciente (em RC), com 0 auxilio do desprogramador oclusal Jig, passa-se agora a montagem do modelo inferior. Compensacao da Espessura da Cera no Pino-guia Incisal Antes da montagem do modelo inferior, devemos compensar inicialmente no pino- guia incisal a espessura do registro de cera. Nessa fase, é importante que o pino in- cisal seja aumentado de 1 a 2mm (Fig. 103) para compensar a espessura do registro, pois, em sua remogao, o pino incisal é des- parafusado para possibilitar 0 contato dos dentes dos modelos de gesso na posicdo de RC. Com esse procedimento, 0 ramo supe- rior do articulador ficara paralelo ao inferior. Toda vez que alterar a posicao do pino-guia incisal, deve-se ajustar a mesa incisal com 0 pino-guia apoiado no centro (na depressao da mesa incisal, se existir) (Fig. 104). Montagem do Modelo Inferior Antes da montagem do modelo inferior, é fundamental que os elementos condilares fiquem corretamente localizados nas guias condilares, Um meio pratico de alcancar tal objetivo é travar os elementos condilares (Fig, 105), movimentando a guia condilar de Bennett totalmente ao contrario, manu- seando o parafuso de Bennett (Fig. 106). Deve-se ressaltar que, apés o término da montagem dos modelos, 0 angulo de Ben- nett devera ser novamente regulado com 15 graus, possibilitando liberdade de movimen- to ao articulador. Na seqiiéncia, virar 0 articulador ao con- trdrio (de cabeca para baixo), posicionar o registro de RC sobre o modelo superior e, so- bre esse registro, no exato local das marcas das cispides na cera, obtidas clinicamente no paciente, colocar o modelo inferior em posicao de tal forma que os modelos fiquem equilibrados. Unir os dois modelos, bilateral- mente, com palito de fésforo, utilizando pa- ra isso godiva em bastao (Fig. 107). Com o modelo inferior fixado ao supe- rior, colocar gesso-pedra sobre a regiao cen- tral do modelo inferior, colocando ao mes- mo tempo um pouco de gesso no centro da plaqueta de montagem que esta fixada ao ramo inferior do articulador (Fig. 108). Fe- char o articulador até que o pino incisal re- Pouse no centro da mesa incisal. Muito cui- dado nessa fase; verificar se os elementos condilares estao corretamente alojados nos guias condilares, em sua parte mais poste- rior (Fig. 109). Na seqiléncia, manter os dois ramos do articulador sob tensdo com o elastico que acompanha o aparetho, unindo 0 parafuso 44 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos da plaqueta superior ao parafuso da mesa incisal acrilica (Fig. 110). O uso do elastico mantém os elementos condilares em posi- ao de retrusao nos dispositivos condilares segurar os ramos do articulador. Aguar- dar a presa final do gesso-pedra, completar com gesso comum e dar 0 acabamento (Fig. 111), Fig. 103 Ajuste do pino-guia incisal, cumentando-se os mar @ espessura do Elementos condi Bennett Na seqiiéncia, retirar 0 elastico, remo- ver os palitos de unido com godiva, abrir 0 articulador e retirar o registro de RC. Retor- nar o pino-guia na linha continua para ob- ter o paralelismo entre os ramos superior e inferior do articulador. Com esses procedi- mentos, estara terminada a montagem dos modelos no articulador (Fig. 112). Montagem do Modeto Inferior 45 dra no centra do mo- m do arti- Ramos superior e inferior do articulador mantidos em posi¢do com 0 auxilio do eldstico. Modelos montados no articulador e 0 devide aca bamento. Articulador com os modelos montados em RC apds ‘9 acabamento ~ términa da montagem. Marco Antonio Moreira Rodrigues da Silva Marcelo Oliveira Mazzetto Registros e Programacao do Articulador Essa etapa visa a obtencao dos registros intra-orais de protrusao e lateralidade para © ajuste (individualizacao) da guia condilar do paciente durante o movimento protrusi- vo, bem como do angulo de Bennett, direito e esquerdo, durante os movimentos em la- teralidade. Esse ajuste tem por finalidade obter 0 maximo rendimento do articulador, visto que suas guias condilares devem se aproxi- mar dos limites anatémicos das articulacoes, temporomandibulares. Isso facilita a con- feccao de restauracdes com exatidao, e di- minui 0 tempo gasto para a realizacao dos ajustes na boca. Registro de Protrusao Preparo do registro de cera Nova placa de cera rosa 9, dobrada ao meio, é confeccionada, de acordo com o ta- manho da arcada do paciente, semelhante & utilizada para a obtencao do registro da rela- cdo céntrica. Recorta-se o registro de cera, abrindo uma janela (Fig. 113) na regiao dos incisivos superiores (de lateral a lateral). SERRE TLE 2 g d ; Z Individualizacado do Articulador li Obtencao da Mordida em Protrusao Previamente a obtencao do registro, treinar o paciente. Solicitar a ele que mor- da em maxima intercuspidacao habitual (MIH), (eve a mandibula para a frente, até 5 incisivos inferiores contatarem os supe- riores em topo-a-topo (Fig. 114). Orien- tar 0 paciente que o mesmo procedimento sera realizado com a cera de mordida en- tre os dentes Com a cera levemente flambada, ajus- ta-se o registro na arcada superior do pa- ciente e, ao mesmo tempo, solicita-se que leve a mandibula para anterior, até os in- cisivos inferiores contatarem os superiores em topo-a-topo. Morder o registro de cera nessa posi¢ao (é conveniente aprofundar a mordida na cera em pelo menos 1 mm) (Fig. 115). Esse procedimento permite, por meio do registro da protrusao mandibular do pacien- te, personalizar no articulador qual a sua in- clinacao ou guia condilar, que previamente foi calibrada pela média, ou seja, em 30° € agora individualizado podera apresentar ou- tro valor. Resfriar o registro com jato de ar e mantenha-o em uma cuba com agua res- friada. ie 15 Preparo do registro intra-oral de Treinamento do paciente para a Registro da mordida protrusiva em protrusdo, com cera rasa 9, vendo- realizacto se @ abertura da janela de canino vo até a relacé a canino. cisivos Registro de Lateralidade (Direita e Esquerda) Preparo do registro de cera De modo similar aos registros anteriores, utilizar uma lamina de cera rosa 9 dobrada a0 meio, plastificada, recortada e adaptada de acordo com o tamanho da arcada do pa- ciente. Abrir uma janela no registro de cera, na regiao do canino superior, em forma de “V", do lado direito (Fig. 116) para o regis- tro desse lado, e do lado esquerdo para registro do mesmo lado (Fig. 117) Obten¢ao do registro de lateralidade direita e esquerda Treinar previamente o paciente confor- me 0 exposto a seguir. Guie 0 paciente a0 fechamento em posicio de maxima inter- cuspidacao habitual (MIH) ¢ tome nota vi sual da posicao da linha média da arcada in- ferior em rela¢ao aos incisivos superiores. ‘Meca e marque, com um lapis, nos incisivos superiores, 0s pontos que coincidem com a linha média inferior. Com a mao no mento do paciente, faca-o abrir a boca ligeiramente, guie a mandibula aproximadamente 5mm para a esquerda e feche-a, até que os dentes se contatem ti geiramente (Fig. 118). Explique que repeti 4 0 processo com uma porcao de cera entre os dentes e que ele feche com cuidado, até que seja instruido a parar. topo-c-topo marcado no registro de cera rosa 9. ovimento protrusi dos i Posicione a cera de mordida, previamen- te recortada nos dentes superiores, confor- me expasto anteriormente, com o canino es- querdo exposto, j4 que a cera de mordida foi cortada nessa regiao, para possibilitar a verificacao do movimento mandibular. Na seqiiéncia, ajuste a cera na arcada su- perior do paciente € guie a mandibula para a esquerda, com a mao direita; repita o fe- chamento ja praticado até que os dentes se aprofundem na cera, aproximadamente 1 mm (Fig. 119). Esfrie a cera com ar comprimido € retire-a da boca. Coloque em cuba com agua fria. Repeta o mesmo procedimento com ou- tra cera de mordida, previamente preparada para o lado direito (Fig. 120) Desse modo, fica registrado, na cera de mordida, as marcas das clispides durante os movimentos em lateralidade para a direita e a esquerda (registros laterais), propiciando assim condi¢ées de personalizar no articula- dor 0 angulo formado pelo plano sagital e a trajetoria do cdndilo de balanceio (Angulo de Bennett), durante 0 movimento de late- ratidade da mandibula, visto no plano hori- zontal, dos lados direito e esquerdo, angu- los esses calibrados previamente com 15° e agora, individualizados, poderao apresentar novos valores. Ajuste dos Guias do Articulador (individualizacao) Os modelos, nessa fase, ja estao mon: tados em relacao céntrica (RC); falta agora Fig. 16 = Registro intra-oral de lateralidede Freparo do r do lodo direrto. Note 0 recorte da teralidade, do tera, liberando o canino para facili- a abertura da jar terg mordida em lateralidade. do mesmo lado, Fig.119.- Tomada da mordica em lateralidade para a esquer da, abtida com 0 registro de cera 1050 9. individualizar a guia (inclinagao) condilar e 0s angulos de Bennett direito e esquerdo, no articulador, com os registros de protrusao e lateralidade, respectivamente, obtidos no paciente € descritos anteriormente. Preparo do articulador prévio as individualizacées das inclinagées condilares (parede superior) € dos Gngulos de Bennett (parede mediana) Afrouxe ligeiramente 0 par de parafusos de cabeca serrilhada mais centrais da par- te péstero-superior do articulador (parafuso da inclinacao condilar). Ajuste os dois guias Condilares a 0° (zero graus), conforme mos- tra a figura 121. Afrouxe agora 0s outros dois 49 Individuatizacao do Articulador ro intra-oral de fa- Treinamento do paciente para a do esquerdo, com execugao do movimento de latera- nela para o canino lidade para a esquerda, até o posi- {600 topo-a-topo dos caninos. Tomada da mordida em lateralidade para a direita, na relacao de topo-a na cera rosa 9. egistrada parafusos com cabeca serrilhada situados mais lateralmente (parafuso de Bennett). Ajuste a inclinacao lateral em sua posi- cao mais aberta de 45°, conforme mostra a figura 122. Suba o pino-guia incisal, de mo do que nao toque na mesa em nenhuma po- sigao (em toro de 1 mm), evitando qual- quer interferéncia (Fig. 123). Ajuste da inclinacao condilar (parede superior) Apés deixar a guia lateral de Bennett em sua abertura maxima (45°) e a guia condi lar em 0°, colocar o registro de protrusao no modelo superior e ocluir 0 modelo infe rior na cera, justamente na posicao de topo- a-topo dos incisivos superiores inferiores 50 Ajuste Oclusal por Desgaste Seletivo — Procedimentos Laboratoriais e Clinicos (Fig. 124). Verificar que 0 elemento condilar podera estar afastado da sua guia conforme mostra a figura 125. Proceder, entao, ao ajuste da inclinacdo condilar, afrouxando os parafusos de fixacao e girando as guias condilares para baixo, ate que a parede superior toque o elemento condilar de cada lado do articulador (Figs. 126 e 127). Agora, apertar os parafusos da inclina¢ao condilar (os mais internos). Observar a leitura existente nas laterais do ramo superior do articulador, verificando assim a respectiva guia condilar do pacien- te, que inicialmente foi calibrada em 30° € que agora individualizada, com o registro intra-oral de protrusao, podera apresentar um novo valor. Anotar nos modelos e na fi- cha do paciente o valor encontrado para a sua guia ou inclinacao condilar. Ajuste da parede mediana (Gngulo de Bennett) Com o ramo superior do articulador e seu respectivo modelo invertidos, adaptar com cuidado o registro em lateralidade es- querda (Fig. 128) sobre os dentes do mode- lo superior, ocluindo 0 modelo inferior sobre © registro (Fig. 129), Soltar o parafuso de Bennett do lado oposto (direito), liberando © guia do movimento lateral. Na seqiiéncia, girar esse guia até que toque a superficie medial do elemento condilar (Fig. 130) e apertar 0 parafuso correspondente. Fica assim registrado e individualizado o Angulo de Bennett direito (Fig. 131). Agora, utilizando o registro de lateralidade direita (Fig. 132), ocluir 0 modelo inferior no re- gistro (Fig. 133) e, com o parafuso de Ben- nett esquerdo salto (Fig. 134), liberar o guia do movimento lateral, até que este toque a superficie medial do elemento condilar (Fig. 135), individualizando assim o angu lo de Bennett esquerdo. Observar a leitura existente sobre os guias condilares do ram superior do articulador, verificando assim respectivo valor para os angulos de Bennet! direito e esquerdo do paciente, que inicial. mente foi calibrado em 15? e que agora ind. vidualizado com o registro intra-oral em la- teralidade podera ter um novo valor. Anotal nos modelos e na ficha do paciente o valor’ encontrado para o seu Angulo de Bennett. Anotar, seguindo o seguinte exemplo: uma inclinacao condilar de 40° e um Angulo de Bennett de 20° registram-se como 40/20. Assim, obtem-se os modelos de estudo do paciente montados corretamente e indivi dualizados no articulador semi-ajustavel. Ajuste da guia anterior E notéria a influéncia da articulacdo tem- poromandibular (ATM) no esquema oclusal. Com o emprego dos registros protrusivos e laterais para o ajuste ou programacao do articulador, podemos transferir algumas das caracteristicas da ATM ao articulador semi- ajustavel (ASA). Também necessitamos con- siderar a influéncia dos incisivos € caninos, na acdo da guia anterior durante os movi- mentos de excursao da mandibula. A guia que os dentes anteriores propor- cionam a mandibula, durante seus movi- mentos, pode ser registrada e serve para completar o ajuste do ASA, Se temos neces- sidade de colocar coroas nos dentes ante- riores, é mais importante que a guia incisal fique registrada no articulador, pois nao se fazendo esse procedimento corre-se 0 risco de que elas tenham contorno e uma longitu- de que nao proporcionem uma guia anterior adequada. Examinando os modelos monta: dos em articulador, pode-se ver 0 valor da guia anterior. O capitulo seguinte mostra como pode ser personalizado 0 guia anterior no articulador semi-ajustavel.

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