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Pt eat eee be = _ LC LS Lo Le Le = be Cs Ce L_ L- L- Lo ham Ey L = Lo L Le Le L L- L- L. L. L- Le Le Le L- L. L; Lo L. Lo VOZ O Livro do Especialista Volume | Organizadora Mara Behlau Femoemdilogs jem Vou pelo CFFa Disra do Centro de Estos da Voz (CEV), Sto Paulo (Comndcaminca Disicico Cremtifca¢ Professor do Curso de Especilizaso em ‘War do Centro de Estos da Vor (CECE), Sto Paulo (Cars de Expeciaiza;o cm Distrbios da Comunicagdo Humana pela ‘Umveraniade Feira! de Sao Paulo (UNIFESP), Sio Paulo ‘Mes e Domtera ca Distnbins da Comunicaréo Humana pela ‘Unmernsnde Fesicrl de SGo Pano — Escola Palista de Medicina (UNIFESP-EPM), Séo Paulo Pes Demme miner of California San Francitco (UCSF), Califor EVA. Segunda Impressdo REVINTER Voa: O Livro do Especialista- Volume 1 Copyright © 2001 by Livraria e Editora RevinteR Lrda. Segunda impressio ~ 2004 ‘Todos 0s direitos reservados. E expressamente proibida a reprodugo deste livro, no seu todo ou em parte. or quaisquer meios, sem o consentimento por escrito da Editora. ISBN 85-7309-525-3 Revisdo Técnico-Gientifica Marina Padovani Fonoaudisloga Denise Knopp Fonoaudidloga Mara Behiau E-mail: mbehlau@uol.com.br Livraria e Editora REVINTER Ltda. Rua do Matoso, 170 Tijuca 20270-130 — Rio de Janeiro, RJ Tel.: (21) 563-971 Fax: (21) 563-9701 E-mail: livraria@revinter.com.br httpy/www.revinter.com.br PPPAPPE PREPARE renee ener renee rere rece ercerere nce ne PEEP OOEET: Ty L- L- ‘Ao Reinaldo, amor da minha via, ut amor intocado, por me dar o que eu ruc te. SSOP PP COREE RE REOC CREE EEC ECO rei enener. Prefacio Indubitavelmente no existe alguém melhor ¢ nem ‘mais qualficado que @ Dra. Mara Behlau para escrever e edi- tar em dois volumes a obra Voz: 0 Livro do Especialista. Em mi- ‘nha opinigo. a Dra. Mara Behlau criou e desenvolveu 0 me- thor curso de especializacao do Brasil na érea de voz. Sem- pre acompanhada por excelentes profissionais, médicos ¢ fonoaudidlogos, formou um grupo de atuagdo clinica, ensi- no e pesquisa invejéveis ‘Apesar de este livro ter sido escrito especialmente para © Curso de Especializagao em Vor. do Centro de Estudos da Voz ~ CECEV -, 0 contetido apresentado certamente sera muito itil e enriquecedor para todos 0s profissionais da area, especialmente para 05 ototrinolaringologistas, fo- noaudidlogos e professores de técnica vocal, estudantes & profissionais experientes. ‘Ovolume | foi organizado de forma a oferecer conceitos ¢ informagies basicas e essenciais sobre o funcionamento vocal, a fim de capacitar 0 leitor para estudos mais avanca- dos na area de vor. Com o dominio destes conceitos e infor- mages, 0 leitor estaré preparado para compreender o real significado de uma disfonia, realizando uma avaliagao vocal completa, explorando as mais diversas classificagoes e anali- sando as diferentes categorias etiol6gicas. Além disso, 0 lei tor poderd analisar aspectos extremamente importantes da linica vocal, como, por exemplo, o comportamento vocal e suas conseqiiéncies.Jé o Volume I trata das disfonias orga- nicas, das vozes profisionais, da fonocirurgia e, de modo particular, aprofunda os mais variados aspectos da reabilita: 30 fonoaudiolégica. Cada capitulo € exaustivamente explorado, apresentan- ddo uma revisio bibliografica densa e consideracoes especifi- cas sobre a atuacio fonoaudioligica na dinica vocal. Um ‘outro aspecto a ser ressaltado & que, além da bibliografia absolutamente ampla e completa, este livo traz também re- sumos das publicagdes mais importantes e interessantes de cada assunto explorado. Este perfil tao particular da Dra Mara Behlau leva 0 leitor @ compreender as complexas inter-relacoes da voz humana, na visio de outros autores. Esta obra é uma contribuigao singular para a literatura académica da drea de vor e, com certeza,faré parte da biblio- teca dos profissionais. que atuam na dtea, pois seu contet: do é completo, complexo, bem elaborado e, principalmen- te, de facil compreensio. E uma honra ¢ um enorme prazer para mim poder reco- mendar este livro, E uma pena que, infelizmente, ele nfo foi escrito em inglés! Janina Cosper, Ph.D. Professora Livre-Docente do Otolaryngology & Communication Sciences Department, SUNNY Health Science Center, Upstate Medical University, em Syracuse, New York, dos Estacios Unidos da América PPP PPP PPP PPP rrr rrrerenreereererrrerrrr er enrnnr rrr rites Apresentacao ‘Aformagio do especiasca¢ uma necessidade inquestio- nivel na Fonoaudiologia e reflete 0 avanco desta ciéncia no Brasil. A formagio profissional nos cursos de graduacao em bora considerada uma das meBhores do mundo. nao preen- che todas as necessidades do foooaudiologo que quer se dedicat a0 complexo estudo d2 faringe ¢ da voz humana. AS interfaces coma medicina. psicologsa. acistica. informatica artes exigem uma formacao makidiscipinar ¢ um amadur recimento pessoal que somente o estado e a vivéncia clinica pociem oferecer. 0 Curso de Especiakizacao em Wa do Centro de Estudos da Voz — CECEV — vem formando especalestas desde 0 inicio da década de 1990. procarando fawerece: 2 formacio de profissionais competences. amafizades e com mente critica. qualidades que considero essemcinis para a sobrevnéncia de nossa profissdo. Em sew percarsa. 0 CRON soften profur- das modificacdes. cubuinamdo ma eiberacde de apostles que pudessem refletir dots aspecias. em principio CoCo: ‘versos: a necessidade de obtemci de conercmente e 2 6 culdade de atualizacso do foncomissiags brasiiero :cocs- derando-se as questbes de meses cuter © i ‘gua, assim como as especfiidades da femmarao posi nal em nosso pais) Desenvolver esta obra a partir do que € cxsimade mo CECEV foi meu cixo diretor. Ao mesmo Seape. passibiicar que os leitores tivessem acesso, de modo rape eimmndiaae. € outras publicacées, inclusive com idéias deecondames das minhas, era uma questao de honra. Sendo assim. cata capitulo foi desenvolvido apresentando um texip crmmral e uma sesso complementar, denominada De Boca em Beam Para essa sessio foram elaborados resumos de txams. artigos, capitulos de livros, monografias © teses. que permitem 20 leitor buscar dados de seu interesse. em outras fontes, e desenvolver uma inquietacao basica que conduz ao avango do conhecimento. Resolvi acrescentar também, ao final de cada capitulo, uma sesséo de leituras € sitios recomendados. Virias obras sio insubstituiveis e, por mais que se procure passar a informacio que nelas se cencontra, aleitura do original é essencial. Quanto aos dados mine, a enxutrada de paginas de pouco valor ou qualidade duvidosa fazem com que o usuétio da internet desanime ou nao encontre sitios realmente teis ¢ atraentes. Assim sendo, os sitios recomendados s30 enderecos extensiva € cuidadosamente selecionados. Evidentemente, essa ndo uma obra de um autor, mas 0 resultado de um trabalho conjunto de amor e dedicagio, com longas ¢ interminaveis reunides, altemadas por sessGes de discussio e estresse geral Acredito que meu maior mérito esta na selecao dos pro- fessores do CLV e co-autores deste livro. A eles 0 meu pro- fundo reconhecimento e minha admiragdo etema. Inicial: mente, nesse primeiro volume, agradego a dedicacao dos médicos Paulo Pontes e Osiris do Brasil. Paulo é parceiro de longa data, professor ¢ mestre querido, que, com sua capa- cidade e indignacao, nio poupou esforcos paraa restrutura- «@o da otorrinolaringologia e da fonoaudiologia, na area de laringe e voz. Osiris é um parceiro mais recente, que repre senta tudo o que um otorrinolaringologista modemo e sem medo de trabalhar em equipe deveria ter: conhecimento ¢ respeito para com 0s colegas associados. Em seguida, a mi: nnhas queridas colegas e amigas, parceiras de lutas pessoais «na fonoaudiologia, meu inesgotavel carinho e apoio total: Renata Azevedo, Glaucya Madazio e Deborah Andrade. Re- rata é especial em tudo 0 que faz. imprimindo sua marca de competéndia. absolutamente pessoal. com humor e sagac- dade. Glauca € incansivel, energética e madura. represen zando 0 melhor da nova geracao de fonoaudidlogos. Debo- rain ocganizada. dedicada e extremamente capaz. reconhe- endo com preciso 0 que hii de bom em cada texto. em cada comcesto. em cars airmarao. ‘em dos professores do CEX. owes colaboradores fo- cam esemces wo chore dene fev 0 Dt Helio Kamar méico Grengiio plistico, que reaiizou as dese- ‘hes amnienices do copialo 1. com crinbo ¢ habiidade pasticatzes. € © femsantidioge Portico Jaqwes dos Passos, (gee neg princes ¢ estrone horas 1a busca dos ‘sites sagesides para commu do keitor. A0s dois © met padecimcste par seas esforgus. As revisoras técnico-cien- ‘ica desc clea, mins wees was CrBICES que 05 prOprios gateses do texte, 2s fomecaniislogas Marina Padovani ¢ Denise Knapp agsatiee pela caragem € inisténcia em monitorarem ‘me trakihn, teenie oiticas duras sobre aspectos que et tentana velcear om mio ver. A elas minha satisfacao em ver 0 quato cescesam| ‘€.0 quanto, com certeza, sero destaques na Fonoancéologia. Ao Prof. Dr. José Carlos Prates, meu mestre de anatomia, pelos ensinamentos © esdlarecimentos quanto & ndmina anatomica. A Profa. Dra. Eliane Maria Goldfeder, pela presteza em ter-me relembrado a cembriologia humana e ter corrigido aspectos essenciais que eu, vergonhosamente, havia esquecido. De um modo todo particular, recebi o apoio e a inspiracdo do Dr. Pedro Bloch, o “querido pai”, cuja voz ilumina 0 meu caminho. Contei também com 0 maravilhoso entusiasmo da ativa equipe de bolsistas e do corpo discente do CEV, que durante esses dois ‘itimos anos ajudaram com correcies, sugestdes ¢ insergies ¢€ muito carinho para comigo; a todos, o meu profundo reco: nhecimento, Do outro lado da mesa, este livto foi produzido pela afinada inesquecivel equipe da Revinter, perfeitamente sintonizada com a equipe do CEY: ao queridlo Sérgio Dortas, 0 meu agradecimento por seu investimento na fonoaudiologiae pelo carinho e atencdo para comigo; ao incansével Laércio Dortas, por conseguir controlar tudo, de modo to admirével; 4 Deusa Albuquerque, por tanta forga e capacidade de traba- Iho, por debaixo de uma aparentefragilidade; a Alice Barducci, por pilotar tao agilmente as etapas do circuto cientfico S20, Paulo-Rio; ¢ a doce Solange Andrade, por resolver problemas sorrindo, achando sempre as melhores solugoes. Finalmente, hé uma pessoa muito especial por detrés de todas as questdes decisivas dessa obra: meu marido, Rei- naldo Scalzaretto. A ele meu agradecimento por ter insisti- do que eu produzisse esse livro, ensinando-me estratégias de editoracdo, desenvolvendo o esqueleto dessa obra, sub- traindo longas horas de seu trabalho como escritor para dedicar-se a esse texto, trabalhando comigo nos finais de semana ¢ sendo 0 meu mais absoluto incentivador e tam- bém 0 mais implacavel crtico. Todo 0 meu amor, mesmo nos momentos em que cu detestei tudo 0 que vocé me dizia (embora sempre com razao!), Saiba que, com certeza, ne- nhum gedgrafo entende mais de voz do que vocé, além do pequeno Thomas, sempre de plantdo, que analisa vozes, aciistica e auditivamente, com cara de grande entendedor! Ayyocé, meu filho, obrigada por torcer por mim, mesmo quando isso significa estar longe de vocé. Este € 0 livro que eu sempre quis escrever e, embora tivesse me frustrado, por ele e com ele, tantas vezes, nada supera o prazer de fazer 0 que se gosta. Um privilégio! Mara Behlau Diretora do Centro de Estudos da Voz - CEV Coordenadora do Curso de Especializagao em Voz - CECEV ATOR DR Te AL aL er eR me ee Eee AE oe ey ay ey ey or oy eg re rE eg ey er ee en ee Ay AL en ay en ey aL en an AL ep een ep er pp pe PREP IRIE ETE ne AEE EEE EPP f hh rhb Pht thr her et Colaboradores do Volume | DEBORAH FEN}O Fonoaudisloga Especialista em Voz pelo CFFa, com curso de especializagdo no Centro de Estudos da Voz —CEY, Sao Paulo Mestre em Distirbios da Comunicagao Humana pela Universidade Federal de Sao Paulo ~ Escola Paulista de Medicina ~ UNIFESP - EPM Professora do Curso de Especializacio em Voz do Centro de Estudos da Voz — CECEY, Sao Paulo GLAUICYA MADAZIO Fonoaudidloga Especialista em Voz pelo CFTa, com curso de especializagio no Centro de Estudos da Voz ~ EV, Sao Paulo Curso de Especializacao em Distirbios da Comunicago Humana pela Universidade Federal de Sao Paulo ~ Escola Paulista de Medicina, UNIFESP-EPM, Sdo Paulo Mestre em Distirbios da Comunicagdo Humana pela Universidade Fecleral de Sao Paulo ~ Escola Paulista de Medicina ~ UNIFESP - EPM, Sao Paulo Professora do Curso de Especializacao em Voz do Centro de Estudos da Voz — CECEV, So Paulo OSIRIS DO BRASIL Médico-Otorrinolaringologista e Cirurgido de Cabeca e Pescogo Mestre e Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeca e Pescogo pela Universidade Federal de Sao Paulo ~ Escola Paulista de Medicina - UNIFESP - EPM, Sao Paulo Professor do Curso de Pés-Graduacao em Otorrinclaringologia e Cirurgia ce Cabesa e Pescoco do Hospital do Servidor Pablico Estadual de Sao Paulo Professor do Curso de Especializacao em Voz do Centro de Estudos da Voz ~ CECEV, Sao Paulo PAULO PONTES Médico-Otorrinolaringologista e Cirurgiao de Cabeca e Pescoco Diretor do Instituto da Laringe ~ INLAR. $20 Paulo Doutor em Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeca e Pescoco pela Universidade Federal de S30 Paulo — Escola Paulista cde Medicina ~ UNIFESP - EPM. S30 Paulo professor Titular e Livre Docente do Departamento de Otorrinolaringologia ¢ Disuirbios da Comunicarso Humana da Universidade Federal de S30 Paulo — Escola Paulista de Medicina ~ UNIFESP - EPM. So Paulo Professor do Curso de Especializacao em Voz do Centro de Esuxdos da Vor ~ CECEX. So Paso RENATA AZEVEDO Fonoaudidloga Especialista em Vor pelo CFFa Curso de Especalizagao em Deshrbios da Comunicacio Humana pela Universidade Fesieral de Soo Paulo — Escola Paulista de Medicina, UNIFESP-EPM. S30 Paulo Mestre e Doutoranda em Distirbios da Commnicaco Hammama pels Universidade Federal de S3o Paulo ~ UNIFESP, Sao Paulo, SP Professora do Curso de Especializaco em Voz do Centro de Esmados da Vez — CEX. S30 Paulo Da esquerda para a dieita: Deborah Fed, Osiris do Brasil, Mara Beblau, Paulo Pontes, Renata Azevedo ¢ Glaucya Madazio. cb bed ade TRATEPPR PEER ERR PR oe Sumario Capitulo 1 ‘Anatomia da Laringe e Fisiologia da Produce Vocal . - Mara Beblau, Renata Azevedo & Glave Mada ogjeTIVos DESENVOLVINENTO EMBRIONARIO DA LANGE ANATOMIA MACROSCOPICA — OS COMPONENTES DA LARINGE - Cartilagens Laringeas. Miisculos Laringeos : Ligamentos, Juntas e Membranas Laringeas . .. ANATOMIA HISTOLOGICA DA PREGA VOCAL Estrutura Anatomica da Prega Vocal - Zona da Membrana Basal — ZMB . - [ASPECTOS NEUROLOGICOS BASICOS DA PRODUCAD VOCAL Mecanismo Neurolégico Central ‘Aspectos do Mecanismo Neurolégico Periférico DRENAGEM ARTERIAL, VENOSA E LINFATICA. FUNCOES DA LARINGE Fungdo Respiratéria Funcao Deglutitéria Fungao Fonatéria BASES RESPIRATORIAS DA VOZ Tato Respirat6rio « — Tecidos de Conexo do Aparelho Respiratrio Musculatura Respiratria. Fisiologia Respiratoria .. TEORIAS DA PRODUCAO DA VOZ canine cag HEE Teoria da Corda Vibrante........ces000eeeeeseeeenees ‘Teoria da Palheta Teoria Mioelistica ‘Teoria Neurocronixica ‘Teoria Aerodina 7 ‘Teoria Mioelistica-Aerodinamica ‘Teoria Impulsional Teoria Muco-Ondulatéria, .....200s20eeereeee ‘Teoria Neuroscilatéria ....- a 2 Teoria Oscloimpedanconal ou Teoria da Resistencia Negatva. - Teoria do Caos ca BBRBRSREKGTES ge geese SINTESE. ... : REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS. u , 3 LEITURAS RECOMENDADAS : , 9 SITIOS RECOMENDADOS ... : 0 DE BOCA EM BOCA . ‘ 2 Capitulo 2 Conceito de Voz Normal e Classificacaio das Disfonias § WATS EHS KRIS Sonne 3B Mara Behlau, Renata Azevedo & Paulo Pontes OBJETIVOS . : re 33 DESENVOLVIMENTO DA LARINGE . se 4 DESENVOLVIMENTO ONTOGENETICO DA Voz . a 37 Vor no Bebé......... 58 Vor na Adolescéncia . rap 60 Vor na Idade Adulta.. ig ‘ _ 61 Vor na Senescéncia .... 7 2 CONCEITO DE-Vo7. NORMALE DISFONIA : 64 CLASSIFICACAO DAS DISFONIAS ... 66 Classificagio pelo Tempo do Sintoma ......0..600.5 66 Classificacio pela Dicotomia Organica e Funcional.... .. + eeemncencmnan womwesvorping s BE Classificacio pelo Achado da Avaliacao Clinica .......... o7 Classificagdo pela Cinesiologia Laringea .. . 67 Classificagzo Etiolégica das Desordens Vocais. . 68 SiNTESE. ” REFERENCIAS. BIBLOGRAFICAS 75 LEITURAS RECOMENDADAS . 22... 2 : 7 SITIOS RECOMENDADOS 8B DE BOCA EM BOCA. 9 Capitulo 3 Avaliagao de Voz. bees 85 ‘Mara Behlau, Glaucya Madazi OBJETIVOS ....... : 85 INTRODUCAO _ 86 ANAMNESE 86 Queixa e Duracao a 86 Historia Pregressa da Disfoni 89 Habitos inadequados....... ” Investigacdo Complementar a aes ” Antecedentes Pessoais e Familiares. . a ‘Tratamentos Anteriores ........ reagent a raseses pes a AVALIACAO CLINICA DO COMPORTAMENTO VOCAL , 1 Qualidade Vocal. Sistema de Ressonancia ... Aspectos Temporais da Emissao Sustentada . Registros Vocais ree ea a a a = = a a 2 a 4 a a J a a a a a J a a - a a 2 a 4 a a a 4 4 cl a 4 ral Z 4 g ita, POA eh Gama Tonal ....-+++ Articulagao e Prontincia ‘Aspectos Ritmicos da Emissao. Resisténcia Vocal. Dinamica Respiratoria . Estruturas Fonoarticulatérias. Fungées Reflexovegetativas Avaliagao Corporal. . Habilidades Gerais de Comunicagd0 «+ ...+++ Psicodinamica Vocal eg si estar (Qualidade de Vida no Paciente com NDISEONIA seecseseeseeeeeveees AVALIACAO OTORRINOLARINGOLOGICA «26.2 s0ceecsenee ‘Avaliagao Laringolégica Basica. . Semiologia Laingea Avangada. ... AVALIAGAO ACUSTICA DO SINAL SONORO. . Cuidados Especiais na Avaliagao Actistica Semiologia Acistica Avangada Fletroglotogralia (E60), Parametros Acisticos e Implicagoes Clinicas a earvangierm we Identificagao Actistica dos Sons da Fala... 3 on Pontos Importantes na Avaliagiio Vocal Acistica.....4..200seeseseeseeeee . ‘Treinamento dos Parimetros Vocais Acisticos Basicos . ceveeecees CORRELAGAO AVA: AUDITIVA, VISUAL E ACUISTICA.... ++ SINTESE. ee ateg arose ee “ REFERENCIAS BIBLIOGRATICAS, ss. gums ervossiomne Sema LEITURAS RECOMENDADAS . .. netimesserm sseay ase SITIOS RECOMENDADOS . DE BOCA EM BOCA Capitulo 4 Disfonias Funcionais. . aes Mara Behl, Renata Azeed, Paulo Pontes & Osis do Bras! OBJETIVOS ...... INTRODUGAO DISFONIAS FUNCIONAI PRIMARIAS POR USO OINCORRETO DAVOZ.....-. Falta de Conhecimento Vocal. .... +++ meine saint SE Modelo Vocal Deficiente . : DISFONIAS FUNCIONAIS SECUNDARIAS POR WR INADAPTACOES VOCAS Inadaptagdes Anatémicas Inadaptagoes Funcionais ...... weae DISFONIAS FUNCIONAI POR ALTERAGOES PSICOGENICAS.. Formas Clinicas Definidas Desordens Vocais Volitivas........scceeeeecesees Disfonias por Alteracdes da Muda Vocal .....6.+600e0sees sint vesmebmiciostides 2 REFERENCIAS BBLIOGRARICAS LEITURAS RECOMENDADAS . . SiTIOS RECOMENDADOS . DE BOCA EM BOCA... Wr 178 180 247 . 247 - 28 248, 248 - 8 250 -+ 250 - 261 770 ma a7 287 Capitulo 5 Disfonias Organofuncionais........ Mara Behlau, Glaucya Madazio & Paulo Pontes OBJETIVOS . INTRODUGAO .... ee NODUEOS VOCAIS EM ADULTOS Definigao Aspectos Psicolégicos Caractetisticas Vocais. CaractristicasLaringolgicase Fonoscpicas Notas Acisticas Conduta. Prognéstico ... Aspectos Histol6gicos .... Fatores Causais e Incidéncia NODULOS VOCAIS EM CRIANCAS... Definigao .... Aspectos Histologicos Fatores Causais e incidéncia . Aspectos Psicoldgicos Caracteristicas Vocais. . Caracteristicas Laringologicas e Fonoscépicas Notas Actisticas Conduta Prognéstico POLIPOS VOCAIS Definigao ..... 2... Aspectos Histolégicos ... Fatores Causais e Incidéncia . Aspectos Psicoldgicos Caracteristicas Vocais. . Caracteristicas Laringoligicase Fonoscopcas Notas Actisticas Conduta Prognéstico . EDEMA DE REINKE .... Definigao Aspectos Histolégicos . Fatores Causais e Incidéncia ‘Aspectos Psicoldgicos Caracteristicas Vocais.... 2 Caracteriticas LaringoligicaseFonosedpicas Notas Acisticas . Conduta..... Prognéstico . 295 295 296 298 298 299 300 - 300 ~ 300 - 301 302 cee 202 = 304 + 304 304 + 304 . 304 305 305 305 305 - 306 = 306 306 307 307 308 308 308, 309 309 - 309 - 309 310 310 . 3 -3n . 3i . 3 . i 312 NAggggggggaggngeaanpagaagaga ee ag eee eee ee aera REE eee eee PPP PPPr RETA Er RRR RO Onn inner ULCERA DE CONTATO Definigao Aspectos Histolégicos .... Fatores Causais e Incidéncia Aspectos Psicologicos . Caracteristicas vocais. . Caracteristicas Laringolégicas e Fonoscépicas Notas Acisticas . . Conduta. i asa priciest 2 Progndstico GRANULOMAS. Definigdo ... Aspects Histolégicos ...... Fatores Causais e Incidéncia Aspectos Psicoldgicos . Caracteristicas Vocais. Caracterfsticas Li Notas Actisticas légicas e Fonoscépicas «. Conduta... Progndstico .....sessseeeere LEUCOPLASIA .. Definigé Aspectos istoldgicos ... Fatores Causais e Incidéncia Aspectos Psicolégicos Caracteristicas Vocais. a teenie Garacteristicas Laringoligicas e Fonoscépicas Notas Acisticas Conduta eee eatrases Prognéstico . SINTESE. seewen REFERENCIAS BIBLIOGRARICAS. . LEITURAS RECOMENDADAS ...- SITIOS RECOMENDADOS - wee DE BOCA EM BOCA... eee -e ees indice Remissivo. 32 312 312 312 314 314 314 314 314 315 . 315 + 315 315 315 316 316 - 316 37 317 318 318 318, . 318 . 319 39 319 eee eee eee eee rrr Anatomia da Laringe e Fisiologia da ProdugGo Vocal Mara Behiau, Renata Azevedo & Glaucya Madazio tho fonador nao existe enquanto unidode euatiamios, mas dewe se comportar unidade funcional 0 foc do texto em questi ematemnia macroscépica da P soo tambien eperscmtadas. 0 conhecimento D jee desig de sexs comporientes celu- rtere histolégica na clinica er o processo da fona- cificas na producdo vocal, erapéutico e reconhe- a DESENVOLVIMENTO EMBRIONARIO DA LARINGE Alaringe situa-se no pescoco, sendo conectada inferior mente a traquéia e superiormente abre-se na faringe. A estrutura da laringe é extremamente complexa, 0 que & espelhado em seu desenvolvimento embriondrio. Existem varias teorias sobre o desenvolvimento da laringe humana e aliteratura disponivel é geralmente complexa e controversa, O sistema de classificago de Camegie divide 0 desen volvimento embrionério em 23 estgios. 0 desenvolvimen to principal da laringe concentra-se entre 0 9° e 0 23° esté- gio, no periodo entre 20 e 51 dias de gestagdo (Hentick & Sa- taloff, 1997) (Fig. 1-1). 0 primérdio das vias aéreas inferiores aparece no em- brigo de 20 dias, no 9 estigio, sob a forma de evaginagao mediana da parede ventral do intestino anterior. Num em- brio de quatro semanas pode-se observar, pela primeira vez, um orificio laringeo primitivo, entre 0 IV e 0 VI arco branguial. Na quinta e sexta semanas continua o crescimen- to da laringe, observando-se rudimentos das cartilagens ari- tendideas e da epiglote, com uma configuracao laringea em forma de “T"; entre a 7¥e a 102, a estrutura tubular € fecha da, mas na 10’ semana ocorre a recanalizagao dos tecidos, abrindo-se novamente o adito a laringe, com o desenvolvi- mento de dois recessos laterais, os ventriculos da laringe, que serio delimitados por pregas que se constituirao nas pregas vocais e vestibulares (Aronson, 1990). Ao redor da 10" e 11° semanas de vida embrionéria, a configuracao to- pografica principal da laringe esta formada, eas cartilagens, em fase de endurecimento. Assim, alaringe forma-se entre a4* ea 10? semana do de- senvolvimento, e é nesse perioda que podem ocorrer malfor- rmagbes nesta estrutura. As estruturas da laringe sdo derivadas do I Il, IV. Ve VI arcos branquiais (lucker, 1993; Henick & Sataloff, 1997). Cada arco branquial é composto pelos trésfolhetos embrio- narios: endoderma, mesoderma e ectoderma. 0 epitélio da laringe, traquéia, brénquios e pulmdes é de origem endodérmica. Entretanto os elementos esqueléti- cos da cabeca e do pescoco, incluindo as cartilagens ¢ os miisculos, os sistemas vascular e linfiticoe, ainda, os nervos, laringeos, derivam do mesoderm. 0 osso hidide deriva em parte do I arco branquial, conhecido como arco hidideo, & que origina a parte superior do corpo do osso e seus cornos menores;jao Ill arco branquial dé origem parte inferior do corpo do sso hidide e a porgio posterior da lingua (Zem- lim, 2000). O IV da origem & cartilagem tiredidea; o IV e V arcos branquiais dao origem as cartilagens cricdidea e arite- noideas, além dos anéis traqueais. As dilatagdes aritendi- deas diferenciam-se nas cartilagens aritendideas e cornicu- ladas, e as pregas que as unem a epiglote passam a ser as pregas ariepigloticas. As cartilagens cuneiformes desenvol- vemn-se coma derivados da epiglote. A musculatura incrinse- ca da laringe e a musculatura faringea derivam do IV e Vi arcos branquiais; o nervo laringeo superior vem do IV arcoe VOZ: 0 LIVRO DO ESPECIALISTA © nervo laringeo inferior desenvolve-se a partir do VI arco (Aronson, 1990). A musculatura da laringe deriva do mesoderma do Ve I arcos branquiais. Ao redor do 23° estagio de desenvolvimere to (51 dias) a maior parte dos miisculos da laringe é identifi vel, o palato duro esta se formando, 0 véu palatino esté ain- da aberto e 0 vestibulo laringeo conecta-se coma infraglote, quando se desenvolve enti o ventriculo da laringe. As principais caracteristicas anatémicas da laringe es- to desenvolvidas ao redor do terceiro més de vida embrio- néria, entretanto esse desenvolvimento continua mesmo: apés o nascimento. Ao nascimento, a laringe apresenta uma posigao elevada no pescogo, ao redor da terceira e quarta vértebras cervicais (C3 e C4), coma cartilagem tiredidea encaixada no osso hidi- de. As estruturas do esqueleto laringeo comegam, entio, ase separar, o que ocorre paralelamente & ossificacdo das cartila- gens, que S20 do tipo hialino, ocorrendo um proceso poste Fior de endurecimento total ao redor dos 65 anos, a excecao das cartilagens comiculadas e cuneiformes. 0 hidide comeca a ser ossificado aos dois anos de idade, as catilagens tired dea e cricdidea sao ossificadas no inicio da terceira década de vida (ao redor de 23 a 25 anos), enquanto que as aritendideas so ossificadas no final da quarta década (ao redor dos 38 anos de idade). A epiglote, em forma de Omega, apresenta a configuracio dita infantil, com suas metades aproximadas quase fechadas, até a puberdade, quando a laringe desce e atinge o nivel da sexta e sétima vértebras cervicais (C6 e C7}, continuando esse descenso gradual e lento por toda a vida. A cartilagem epiglote, as cartlagens cuneiformes ¢ os pices das cartilagens aritendideas sao fibrocartlagens amareladas, ‘com pequena tendéncia & ossificacao. As cartilagens cornicu- ladas so fibrocartilagens brancas que se ossificam ao redor dos 70 anos de idade. ANATOMIA MACROSCOPICA — OS COMPONENTES DA LARINGE 0 esqueleto da laringe é formado por cartlagens, miis- culos, membranas e mucosa (Fig. 1-2}. A latinge como um todo divide-se em t18s espacos: supraglote, glote e infiaglo- te. A cavidade supraglotica é formada pelas estruturas que estdo acima da glote, incluindo o ventriculo laringeo (cavi- dads pares localizadas lateralmente e logo acima das pre- {fas vocais},e tendo como limite superior o ddito laringeo. A cavidade infraglética iniciase logo abaixo da glote, tendo como limite inferior o primeiro anel traqueal. A rima glética, ‘ou simplesmente glote, & 0 espaco entre as pregas vocais, coin altura de cerca de 1 cm no adulto. © som da voz é pro- duzido na glote, sendo imediatamente acrescido de resso- nancia na propria supraglote, Car gens Laringeas As cartilagens laringeas so em mimero de nove. seme trés fmpares, uma par principal e duas outras pares. comsi- deradas acessérias. As cartilagens impares sao a twreeadea 2 a H E VLE LEC Prega Prega esotagotaqusal —nyectina esolagoraquea! Divorticulo respatéro 7 semanas 40 semanas (16mm) (4am) Fig. 1-1. Estigios embriol6gioos do desenvolvimento da laringe a Le be Lc Le ke Le be Le Le L- Le Le Le Le Le LC LC Lo = Le Le Ln L- L- Le L- iE Cattlagem Merorana tiredices crcotresidea mmediana Cartage 7T crodidea Traqueia Fig, 1-2, Desenho esquemitico da laringe eda taquéia no pescoco, cricéidea ea epiglote; acartilagem par principal éaaritendi dea; e as duas cartilagens acessories, também pares, sto as comniculadas € as cuneiformes (Fig. 1-3). Ha ainda outras duas cartilagens pares, de menor importancia, nem sempre presentes e também consideradas acessérias, chamadas de triticeas e sesamdides, De todas as cartilagens laringeas, as mais importantes sao a tiredidea, a cricdidea e as aritendideas, Tais ca gens so constituidas principalmente por fibras hialinas, mas também ha a participagao de fibras coligenas e elasti- cas. Todas as cartilagens posstiem tanto fibras colégenas quanto clisticas distribuidas a0 longo das estruturas, ha vendo predominio de fibras elasticas em regiao de grande mobilidade laringea em suas diferentes fungdes, com predo- minio de fibras coligenas na regio de maior sustentacao da

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