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t LEODEGARIO A. DE AZEVEDO FILHO DEDALUS - Acervo - FFLCH-LE 201.95 Inicincao em ele textual/ A987 AMA INICIACAO EM eens TEXTU. < Apresentacg&o de Antonio Houaiss aX oy OBRA PUBLICADA EM CO-EDICAO COM A EDITORA DA UNIVERSIDADE DE S40 PAULO - EDUSP V, 47 ‘SBD-FFLCH-USP nun PRESENCA e RIO DE JANEIRO. pail 6 - ETAPAS DE UMA EDIGAO CRITICA Uma edicéo crfica apresenta momentos ou etapas espectficas de operar, j& aqui releridas e agora retomadas, para mais detido exame, So 4s seguintes, ern order normal 12) Becensio Dé-se 0 nome de recensio ao levantamento preliminar de todos dados 9 testemunhos sxistentes em relagao a um texio, para a conse Gente andlise de sua Wradic&o ou transmissao, que pode ser direta ou in= dirota. 'No primeiro caso, a obra se transmite a partir de manuseritos (au- Mapnoe grates ou apraoe, dette catoretagoe ou 3 wxibe ‘As c6pias, quando existem, sempre ajudam a reconstituir 0 Ee Siento quad ceed eto Ge areas rnados pontos, Outras vezes, 0 autor considera, como definitva, uma eck (80 impressa e por ele revista, como no caso de Os Sertdes, de Euclides da Cunha. € assim, com fundamento num texto-base, ser posstvel pro- cceder & edig&o crtica de uma obra, com minucioso registro de veriantes ‘encontradas. No segundo caso, a transmisséo se dé por cilagbes ou tracuctes, ‘oumesmo por comentéris, alusdes, imitagdes, glosas OU para Naturelmente, 2tansmissé0 cireta é que 6 a fundamenial, mas no ‘se pode minimizar a importéncia da tradig&o indireta, no raro muito ditil ao. eslabelecimento cifico de um texto, como 6 o caso dos comentéros fe- tos por Manuol de Faria e Sousa em sua ocig8o da Iiica de Cambes, Se, no texto estabelecido, Faria e Sousa fez emondas arbitrérias, como de monstramos em estudos anteriores, nos comentétios o edltor sempre 36 rocedeu com muita iseng8o, fomecendo um conjunto de dads ulifssi- ‘mos & crtica texival, Sirva como exemplo os comentérios que fez 20 Poema assim iniciado :“Téo suave, to fresca e t6o fermosa". Tal poama 6 atribuido a Camées em PR-83, RH-45 RIS3, @ 6 dado como uma sextina ou como ode er algumas fontes, embora se trate de uma canpéo, segundo a tese sustentada por Emmanuel Pereira Filho no livia Uma Forma Provengalesca_na Lica de Camées, a parr exatamente dos ck tados comentétios de Faria e Sousa. Com efeilo, o commiato ou envoi do texto om causa, certamente eliminado pala censura religiosa da énoca, 36 fo revelado, ¢ por tradi¢ao indreta, nos comentarios do citado e discutido editor eeieceniieta, que nenhuma razéo tnha para invoniar mae forjar a informagéo, j& que ele préprio incluiu 0 comiato no texto, publicando 0 oema entre as odes. Eis o comiato: ‘Amor isento a uns ofhos me entregou, Nos quals @ Deos conhego, Faria e Sousa, embora tenha inclido textos inaulénticos no univer= 50 Irico atribuldo a Camoas, emendando abusivamente 08 versos, nunca deixou de ser naturaimente sincero nos comentarios felos. Pode ter sido Inggnuo, mas no era desonesto, como alguns chegaram a admit, a ‘exemplo do ilustre editor A. J. da Costa Pimpéo, pois em geral declarou quase todas as tropelias {eitas aos versos do Poeta. E aqui Faria o Sour ‘a informa ter encontrado, em manuscritos da 6poca, o comiato acima ‘ranscrito, dado importantissimo, que levou Emmanuel Pereira Filho a ro Constituir 0 texto, estruturado A mansira provencal (Amaut Dacial), cone forme esquema seguico por Petrarca. Allés, é singular a estrutura da ‘cango, que n&o deve ser contundida com as demais cangdes petrar- ‘quianas ou camonianas. Na verdade, na obra de Petrarca, onde Cambes foi colher 0 modslo, também sé hé uma cancao desse tipo, como 0 prd= prio Faria ¢ Sousa esclarece. E tal cangéo petrarquiana termina com um ‘comiato de dois versos, como a de Camées: Quanto it sol gira, Amor pi caro pegno, Donna, di voi non have. [Nao se pode, portanto, alustar a Gnica cangAo de Camées, que tem forma provengalesca, a exemplo da tinica cancSo de Petrarca, ao modelo 37 {das demais cangSes petrarquianas ou camonianas. Ou seja: gragas aos ‘comentérios de Faria e Sousa e, conseqiientemente, por tradicgo indireta, Emmanuel Pereira Filho provou que o modelo de Amaut Daniel, seguido Por Francesco Petrarca, fol adotado por Cambes, em texto que a consura relgiosa da época certamente mutiou, suprimindo o comiato, & que seria heresia conhecer Deus nos olhos de uma mulher profana. € tal esquema também aparece om Piotro Bombo, Luigi Groto e Alonso Perez, em todos ‘com um remate de dois versos apenas. Como se vé, a tradicao indireta ode prestar, subsiciariamente, relevantes servicos & reconstituigSo crti- ‘ca de um texto. Mas néo ha dGvida de que, basicamente, a radio direta € que vai ocupar 0 espago central no estabelecimento cifco de um texto. [28) Cotati) “A Collatd, & partir de um exemplar de colagéo, que pode ser mae nuscrto ou impresso, consiste na anise comparativa de todos os mar ruscitos ou obras impresses, reunidos ou reunidas durante as atividades aa recensio. No caso de recensio fechada, o arquétipo ou protSpo pode ser reconsuido em func da loi do prodomino numérico das variantes, centradas no cécuo estatsico das probebildades e apkcada aos teste- ‘munhos de um stemma codicum, desde que no haja contaminago nos manuscritos. Ao contrério, terms a recensio aberta, se as fontes textuals 8@ apresentam contaminadas, nfo se podendo assim reconsttut 0 ar- 4quétipo com base no predominio numérico das variantes lect plurium Cocicum potior). Aqui se imp6e, naturalmente, 0 indispens&vel recurso 20 principio do usus senbendl do escritor@ da época, logo associado ao cr- 1éro da lect cffcifor, pois esta tima & que val explicar a origem da lec- ‘faci, « nao 0 eontraro. Ou soja: na racensio aber, o texto 86 pode set estabolecido pols crits intornos do juz ctico ucicium) e nunca Por antérios quaniitativos ou automdticas. Como & evidente, se a chama- da tei do predominio numérico das variantes se fundamenta em citrio {xterno, 08 prnclpios do usus scribendie da Jectio difciflor so inernos. Em suma, a colatio se faz a partir da recensio, que pode ser fechada ou bert, def decorrendo dois procedimentos tScnicos perfetamente cferen- ciados. No caso espectico da itica de Camées, aqui sempre trazida como exemplicaglo, em geral, a recensio se apresenta aberta, em faco da conteminacdo existente na’ maior parte dos manuscrtos, razBo por {ue a imensa mairia dos textos aribuldos ao Posta s6 pode ser estabe- 38 lel 8 uz do uo ico, sempre apoio no usu serbenl do Autor 8 Ga épocae sempre com recursos a ena da lect fon Mas hé também casos de codex unicus (ainda nos reterimos & iti- ca de Cama) sempre que o texto aparece num sb manusero, também {cui sendoestabelcdo por jz cio, so ado e casas om quo ae tom uma vaiedo manuserta bn, igualmonte esohida bz Jo zo crt 0, por serem adaloras os variates encontradss. Porn, 8 e2808 de radgao Tomé, em que noe pode com: provar qualquer contaminagdo nas fontes manuscritas, serd perfeita- mente legttimo recorrer ao critério externo do predominio numérico das variantes, associando-se 0 testemunho unido de dois cédices (A e B) Cora um que se isla (C), para oeslabelacimento Go txts De Aco wey itelaremes, em ternos praeos, na part nal dost volume, reserrado& aplcacdo da teoiaagu expsta, E mesmo na tele terna oe hoe ver trés ligdes diferentes entre si (variantes adiéforas), a questo s6 pode ‘ser resolvida por jufzo crftico, como veremos em local préprio, | 1 tminatio cocicum descrstorunS (© resutado natural da colato & a ekminagdo de todos 08 tostomu- rnhos indtels & reconstituigdo ou restauracéo do texto, por serem coince dente, ox 202, roduphcadores de outosleslemuntos & coniceradoe, Com eis, se um toxo fol seguramerta Wentlcado come exemplar do cépia ou antigrato, é claro que as cépias que a ele se igualam devem ser Inotadas, por serem indi 8 txegdo do toro, Na radgdo mgressa, em gerl, 6 mals fdcl determina’ as eagoes redupleadores, to Santé Go {ue se vetica a radigho manuserta, quando esi no parte dretamerte de um autégrafo ou mesmo de um idiégrafo ou ainda de um apSgraio ape nas. Em tal caso (codices plu), iilaments,deve-s procoder 8 es. cha de um exerpar d2 colc80, que molar posse rele 9 orgel Perdido. A tal manuscrito se pode dar o nome de arquétipa ou protétipo, ra medida em quo possa ser consieracoo egal das cola etter, tes. Mas também se dé o nome de arquétipo ou protétipo a um texto ideal, resultante de reconstitui¢o, quando néo se pode indicar, entre os ma- ‘user exon, un quo aglmene sje medeb doe doa, Sendo tssin,o araubtpo cu prodtpo, que aql nla fe conlunde como orginal Pardo, inion somes code tcrpons,roaleu mages renders entre a documentac&o manuscrita existente e 0 original perdido, Muitas 39 Vezes, entretanto, seré possivel admiir, entre 0 arquétipo (real ou imag no) e @ documentaco manuscrita conservada, a existéncia da varios subarquétipos, que também podem ser reais ou reconstitudos, ¢ de que —e—o0 © ssoneto apresenta trés testemuntos quinhentistas de autoria ca ‘moniana incontroverse: M ~ 171; RH ~ 21 vs;e Rl ~ 18. A sua tansmis- ‘fo 6 vertical, pois de A (Cancionoio de Madrid, Ms. 1226-6! D-199, da Real Academia da Histria) passou para RH (Rhythmas, primeira eciglo, +1595), daf penatrando em Rl (Rimes, segunda ecicéo, 1598), Portanto, 0 sonelo vem de apenas uma fonte manuscrta conhecida (A), que é 0 Can- cioneira de Madrid, 1680 171, em niido caso de codex unicus, No dino captulo deste volume, apresentaremos @ ecigdo ctica do soneto em cause, 2 exempo: “Amar, oom a esperanca if perdde". Eis 0 stemmma codicum: o—g ‘Tradigfo conservada em do's manuscritos: A (Cancioneiro de Cristévao Borges, t6lio 62 v,); © B (Cancioneiro de Lufs Franco Correa, ‘lio 126 v.). As variantes encontradas remetem a um arquétipo comum, ‘que 6 pode ser reconstituldo por julzo erfico, com apelo aos principios 50 do usus scribendi e da lecto dificiior, pois @ tradig&o é bind, com va- Flantas adéforas, ou igualmente admissiveis, distribuldas em dois subar- ‘quétipos. A, por sua antigdidade, foi tomiado como exemplar de colago, prevalecendo as suas ligSes sobre as ligdes de B, nos casos em que nfo {ol possivel recorrer & selectio das varlantes por usus scribendl ou por ecto difficiior. 3? exemplo: “Apolo 0 as nove Musas, descantando". Eis 0 sterma codicum: ° a st s2 so A B c TradigS0 conservada em tr8s manuscrilos: A (Cancioneito do Cristbvéo Borges, (Slo 60}; B (Cancionero go Luts Franco Correa, tao 121); @ C (Cancioneiro de Madrid, {Slo 17S v.). Por nBo haver comprova~ da contarrinago entre os manuscritos, a reconstiuigéo do arquetipo abedeceu ao critéro do predomirio numérico das variantes, sendo fecha da a recensio, Naturalmente, aqui se impbem os testemunhes combine- dos de dols manuscritos contra um que se iso, em trés hipéteses a) Ae B contra a ito isolada de C; b) Ae C contre aligdoisolada de B; ©) Be C contra aligdoisolade de A. No caso, vate o princplo de que lect plurium codicum potior, pois a tradgho 6 terndria, sendo fecheda 4 recensio. Na higétese de serem diferentas entre si as ices de A, B e C, neste ou naquele verso, as va- flantes se tomam adidforas ou igualmente admissiveis. E a selecto 36 st Pade ser felta por julzo ertico, sempre calcado nos princlpios do usus scri- beni da lectio aifictor. 4® exemplo: “Estorgo grande, igual ao pensamento” Eis 0 stemma cogicum: Tradig&o conservada em tr8s manuscritos, sendo G (Manuscrito ‘Apenso a um exemplar das Rhythmas, ed. de 1585, tbo 14, pertencente 8 Bibloteca Nacional de Lisboa) cépia de A (Cancioneiro de Cristévlo Borges, fio 69 ¥,) contaminada com ligdes de B (Cancioneino de Luis Franco Correa, (So 202). Basicamente, a tradic&o é binéria, nfo havendo ‘nenhuma possibildade de estabelecer 0 texto em fungdo da lei do predo- rminio numérico das variantes. Portanto, 0 sonoto s6 pode ser fixado por |u120 crftico, com selectio das veriantes por usus scrbendi ou por lectio differ. O texto de A toi tomado como exemplar de colagao e como tex- to-base, por sua antigtidade. 5? exemplo: "Num bosque que das Ninfas se habitava”, Eis 0 stomma codicum: st s2 x o | Cod # ra A 8 a C ae ° Tradiglo conservada em quatro manuscrtos distribuldos, em fun- 80 de erros separstivos e conjuntivos, em duas famtias, cada uma re- metendo a um subarquétipo. 4 primeira famtia & constituda, basicaments, de A (Cancionairo de Cristévdo Borges, f6l0 3 v.) © de B (Cancioneiro de Lufs Franco Correa, tio 126), sencio O (Manuscrito Juromenta, 640 41 vv) uma cbpia de B, contaminada com igdes do segundo subarquétipo (S2), onde a famfia se faz representar apenas por C (Manuscrito 2209, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, fétio 182), por sua vez com I 9888 contaminadas por um codex interpositus (K). No fundo, a despeito da existéncla de quatro manusortos, a tradig&o 6 binéria. Portento, 0 texto 86 pode ser estabelecid por juizo crfico, como o anterior. Justiica- se a presenca de D no stemma codicum porque, de algum modo, as suas ligdes vao ajudar @ reconstitur 0 arquétipo ideal 6° exemplo: “Esté-se a primavera trasiacando". Els 0 stomma codicum: ‘Tradigo conservada por cinco testemunhos: A (Cancioneiro de Lufs Franco Correa, t6lio 124); 8 (Cancioneiro de Lufs Franco Correa, 16- lio 9}; C (Cancioneiro de Madtid, t6lo 7}; O (Manuscrito 2208, do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, filo 155 v.); @ E (Manusorito Juromenha, {60 101). No caso, por erros conjuntivos © separativos, os manuscritos se distribuem em tr8s famfias, numa traci¢&o ternAria. As igdes de De E, ‘embora ajudem a reconstitur 0 arquétipo ideal, descendem de A. As Ir bes de B se apresentam contaminadas com as ligdes de C. Portanto, ‘embora a tradicZo seja teria, se hé contaminagdo entre duas familias, (0 texto £6 pode ser estabelecido por julzo crtico, nao se podendo recor rer & lel do predominio numérico das variantes. A rasconcio ¢ aberta. Note-se ainda que as Ig6es de D se apresentam contaminadas pelas lk ‘9808 do um posstvel codex interpositus. ba 7 exemplo: “Quem quiser ver de Amor Ga exceléncie". ° | | a el 81 82 | | A 8 ‘ ce Tradigo conservade por rés manuscritos, sendo C (Ms, Apenso a uma edigéo des Ahythmas, 1595, pertencente & Biblioteca Nacional de Lisboa, féos 22 © 22v., que 6 c6pia do texto de B (Cancioneiro de Luis Franco Correa, ‘alo 139 v.), € que se deixa contaminar por um codex in- terpositus (X). A tradigdo & bindria, com um manuscrto contaminado, & ‘0 texto 86 pode Ser estabelecido par juizocrtico. A é iquala CrB-24, £8 exemplo: “Se alga hora em vis a pledade", Eis o stemma codicum: ‘Tradigsio conservada por cinco manuscritos, basicamente const- ‘ulda por t's subarquétipos: A (Cancioneiro de Cristévao Borges, foo 2); BB (Cancioneiro de Lufs Franco Correa, t6io 129 v.); 8 C (Cancioneiro dé 66 Madi, t6io 11). As ligbes de D (Manuscrito 2208, do Arquivo Nacional {a Torre do Tomb, to 180 v.) @ de E (Cancionoiro de Corte @ de Mag: hates, 160 217 v.) se apresentam contaminadas @ £6 figuram no stemma cocicum porque ajudam a reconsitur 0 arquétipo ideal. No caso, abs- traindo-se as lgBes contaminadas de D @ de E, serd possivel estabelecer © texto em funcao dos ts testemunhos bésicos :A, B eC, em tradgéo temdrla. Havendo variantes actéforas, a select 6 pode sor felta por u- sus sonbendl ou por lect dfcir, No Gimo capftulo deste volume, como aplcacso da teora aqui de- senvolvda, apresentaremos 0 estabeiecimento ciico de cinco sonetos e Camées. E passemos & etapa seguits, 180 importante quanto as an- teriores, pols ndo tora fim o exame de quesibes estemdticas tebricas. 5%) Emendato ‘A-emendatio 6 a etapa sequinte nas tarfas do fxagSo ertice de um texto. Como 6 evident, 66 se deve emender aquilo que or compprovade- mente effo, desize ou grtante contra-senso. Quando um texto é corigida fm fungo da ei do predominio numérico das variantes, estando os ma- ruseritos dspostos num stemma codicum, fla-se em emendatio ope co- eum. Ao coniséric, quando um toxto 6 corildo por conjecture, fala-se «om amondatio ope conjecturae (ou avinatio), operagéo exiremamente de- licade, pois vai depender do ulzociico do editor, em face das condlgbes lingblstcas 6 cultrais da época om que o texto fl escrito, como ja vimos. Sobretudo em relagdo ao primeiro caso, a crtica textual tem segui- do alguns preceltos yerals, erdadus da raulvao classe, ernbura odes apreseniem notévels exce96es histéricas. Vejamos os principale: 2) Lecio antquior potior, ou seja, algo mais antiga é a prefervel. Tal princlpio também se aplica& recensio aberta. ) Lectio meliors codicis potior, ou soja, ligdo do melhor cbcice 6 4 prefervel, Tal principio também se apica& recensio aberte, ©) Lectio plurum cadicum potor, ou seja, algo do maior némero de cédices 6 a prefetvel. Tal princhio s6 se aplca & recensio fechada, 6) Leote aitilior potor, ou seja, a igo mais difcl 6 a pretervel. Tal principio também se aplca & recensio abert, para.a selegfo de ve- riantes. ) Lectio brevior pot, ou soja, algo mais brove 6 a pretervel Principio iqualmente apicével aos casos de recensio aberta. 66 1) Lectio quae alterius originem explicat potior, ou seja, a ligo que cexplica a origem de outra 6 a preferfvel, Principio iqualmente aplicavel aos ‘casos ce recensio aberta, Q) Eliminato lectionum singularium, ou seja, deve-se aliminar a igdo singular ou isolada, a nfo ser que se constitua em caso de lecto dificiior, Tudo isso, ¢ claro, em fungdo da busca da melhor igo: fectio me lior potior, ou seja, a melhor licéo 6 a preferivel, A propésito, consuite-se 0 artigo “Ligeiras observagdes sobre a tipologia dos erros ou variantes em crtica textual’, de Celso Cunha, cltado na Bibloaraila, Em rolaco a0 segundo caso, nenhuma emenda conjectural deve Ser feita, sem que antes se esgotom os recursos subsidlérios olerecidos Pela Paleografia, pela Escriptologia, pela Diplomética, pela Gratemdtica e pola Codleologia. Aqui, como em tudo, vai importar muito 2 formacéo Gienttico-biolégica do editor, sempre alada aos critérios do usus seriben- die da lectio aifictor, além do permanente apelo aos principios gerais da Peicoogia da Copia. Nesse sentido, os fidiogos cléssicos geralmente in-

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