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Colegda PASSO-A-PASSO. LAENCIAS SOCIAE PASSO-A-PASSO™ Divan Cebo Casto FLOSOFIA PASSO-MPASSO ireya: Dens Le Rosefd PsICANALISE PASSO-A-PASSO Dire: Marco Antomis Coutinho nge erika de tudo na final eo valiome ! Clarice Cohn Antropologia da crian¢ga Jorge ZAHAR Editor ode tancea Copyright ©2005, Clasice Cohn Copyright desta einio © 2005, Torte Zabar Ete Ld rot Métio 3 sobreon 2000-1 lo dence tel (21) 2240-0206 / fx (1) 226DE25 ‘ral jee somnoe Ste wore zaharcombr Thos direitos reservados A reprodugaonip-autorinaa dem publica, 20 todo ‘em partes consti walgto de drosautoh Lei 961098) ‘Composigao efettics:"TopTentos Eagaes Geis Lids. Impress: Cromosete Grafica e Editors Capa: Strpio Carmpante ClP- Brasil Catopretoms fante Siaito Nano dos Ears de io RI, ‘Cohn Claris ‘cera Antopologis da cing | Clarice Cola, — Rio de Jaci: Weg Zaar El. 2005, ase paes 57) Inch biopaa ISBNS TN 0a8s.2 1, lianas = Penis. 2 Esa de ering — Peng 3 Aprendiagem Require, ovis cous 1 Sumario Intradugio \ ‘Estudos pioneiras em antropelagia ‘Uma nova antropologia da erianga Accrianga eainfincia Accrianga atuante ‘Accelanga produtora de cultura Educagio e aprendizagem ‘Uma palavra sobre interdisciplinaridade ‘eaplicagio da pesquisa Metodolgia eins de pesquisa CConelusbe:aserangas daguie dea Refers fonts \ Litumasrecomendadas Sobrea autora 18 a a 33 36 a 5 51 34 38 Introdugao Ooque éa crianga2O que és crianga? Como vive epensam™ as criancas? © que significa a infimcia? Quando ela acaba? PPergantas nada simples de responder. Plo cantririo, alas podem esconder una armadilha, Afinal, as criangss festio em tod parte, todos fomos criangas um diay todes temos, desejamos ou nda descjamos ter criangas. A literate ra nos oferece textos de autores famosos que nis contam tua Infancia, poetas romntices falar com nostalgia de seu tempo de crianca, como se tudo jéfossesabido, como se pig houvesseespago para davidas, ‘Mas niko ¢ bem assim. Mesmo se fdssemos recolher todas essasinformagOes sobre a infineia eas criangas, veria~ ‘mos que um punhado dé Ccrianga pode sex 4 bula rasa a ser instruida ¢ fermca vraralmente, ov o lugar do paraiso perdido, quando somos plenarnenie © que jamais seremos de navo, Ela pode ser 2 Inoctncia (epor isso 2 nostalgiaceum tempo que} passou) ‘ou amdemoniozinhoa ser domesticado (quantas veres mio suvimos dizer que "ascriancas sto crucis"?), Seje como for, tm todas essisidkias © que transparece € uma imagem emt as diferentes se apresentarn. A ‘Durice Cohn rages dria: quand alamo 380), estamas un sto como um eontraponto para fase de outras co coma vids em sociedade ou as responsabilidadesda ade adult, pio, com isso afirmames urna cisto, wma grande divito entree rmundo adulo eo das riangas. Tortamto, se quisermas realmente responder iuelas aquesties, precisimas nos desvencilhar das imagens pre cconcebidase abondar esseuniversacessreaidadetentando entender aque hi nelesseniiooqueesperamos quenosnfe: ‘rej, Preisemos nos fazer capazesde entender acriangoe seu mundo a partir do seu priprio ponto de vila Eé por ‘sso que uma antropologia da crianga ¢ importante. El m0 atnicadseiplinacembfica que ele este objeto deestuder apsicologa.a pricanilise ea pedagogia tem lidado com es $35 questdeshi muito tempa, Mas ¢-aquela que, desde seu ‘sascimento se dedica x entender ponto de vista daqueles sare quem ecom quer fla, rus objstos de stud, ‘8 antropologia se fim como um ram do cones: ‘eto em fins do século XIX e eomego do XX, como: a éléncis social rsponsivel peo etude de outta sacedades cculturas. Aalongade século, essa sua delinigSo é cada veer ‘menos precisa camtropologos pasar ae intetessar (tm bem) pein esudo de nosse propria saciedade, Sem deitar de estur outs modos de vser em sociedade, cada ve2 ‘iste dedicam a fendmenassoxiss. se pri Hoje pram unsontopelpe decranepear es aguela que anatsa © que signifce ser crane em eas ‘ular e acide if uquelaque fla das que veemeene tum grande centr urbane. Sentropotogi apliou sesnn antropetogia da cance etude, no deiton des define com genial em sets porticoiidd = Fazerantcopolagia é tentarentenderum fen drmencem se aad eqs tema entendé 0 2m 8 Soe Desde eed, aniropsloge rm inside ie odode sori asclarase mca ome Pcie dizer quent vent, D6 gsc estado deve sbtema, 20 ests horizontes de sistemass® qu tno ou extegoria simbslica ¢ $95 reendido por scu valor 86 interior do anaes eseal em qe fade. Por 182 poco alr de eriangas de um povoinigenasemaenten- ercomo esse povo pensa aque €scrcrianca esementender ‘las ocopam naquela sociedade —< o mesmo aaere tenner eels deme iiple Eales 4 grande contribaigso que a antropologia pode dar 208 stusios das criangaa defornecer um-merdelo anaitice que permite entende-las por si mesmas: a de permitir dade, enocotidiano ena vida dss criangas. inclusive porous \scionalizngio peta educacio escolar, © que Arts nos poo a Clarice Cohn fnostra €8 construe histérica do que denomina um sey. timento da infanca. Este nio deve ser enterdido, vale dine, somo uma sensibilidade maior 8 infancia, como um sen, timenta que nasce onde era ausente, mas come uma for. ‘nullapio sobre « particularidade da inffincia em relacio a0 ‘mundo das adults, como 0 estabelecimenta de tna cig sntre casas duas experitncas sociais. Fortanto, contem- porancamente, 0 direitos das criangase a propria idéia de menoridade nfo podem str entendidos sendoa partir dessa formagio de um sentimenta e de uma conoepgio de in- Bincia. tim ourras cultures € sociedad, iia de infincie pode nia exist user formulads de tras madoe O que | janga, ou quando acaba ainfincia, pode ser pensado | deans mito diversa em diferentes cotextossociocul tora, ¢ uma antropologia da crianga deve ser expr de | apreender ess dierengas aa iso.aaniliseantropoldpica deve sbanger outo> campos que. cada caso sto fndamentas paras enten- ero que sigiies er —e dinar de sr — crianga nesses comtestos Por siengla a concepo da pessoa humana € de sus consraci pode ser imprescindvel pata entender ‘coma se compreendeevivencs a period da vida em que se cranes. Podemas listeria afrmagto com acasadon “Xai, adigena de lingua jé que mora no Parke s awtodenomina Mebriglré, para quem © corpo de un ‘ova ser umano val sendo eriado durante a pesagia, gradatvamente, por meio das tclagbes testa no hi, Pomanto, um momento Gnio de concepeso sepuido de Antropologia ob cranes * sre dn expo ons frase On for jum hrm pose combi pra coy te pode eras de um pay eS eo> rn ne era pple Cot mre do bbe ADD See danni um ene ane Te eos cme ncn ee kas an bee earn corpo em forma, “mole como ces dit, 08 fenors deve espe cedas cam seu propia cope ca Tariana cirp do baie verse crucial masa liaglofundadana gestaylopetdurs, rs ein examen come eng. aw a formagie do corpo mo basta pars gerar uot ere cade tacthuminot coal por ae eset acm ps nae gu a econ prc n “tpl! Come ne vm dens gloae¢adeqida,cominuard agua ws 2 a gus cea prim dee aan karo parece esa prevete dese pet cee eel ac jolene rere Men aeasocenoreaiae ere n mankrm peau oe gta ls io on GTC oo eaperincles dn Karo = cca domes pee Ft au Se ee eniric cdo kr no eoret creer pcan ure Bactoe male aaa lestocogor-cepriabimente a u ‘aries Cain ee ee {apazde eter laren Por so. os Xin Woe Sins Acenesgianearicianprciviigacies ce rida esté vulnerivel, seu karom pode ssir vagando ¢ nag voltar mais, A situagio ¢ complexa, e combina uma. ‘maior vulnerabilidade corpdrea, do préprio karon, ainda pouce conhecedor dos caminhasesujeitoa se perdere umasnacr probabilidade de atender aos chamados dos outras karon, (0s daqueles que morrerum e, sauidosos dos vivos, buscam trant-los para perto de i Vé-se que,em uma sitagosssim complexa, 6s euidados devem ser redobrados —c, casourna ‘airs se aarp afr choenda, or rind bram em mantt-la atenta ae mundo dos vivos, falando com Si tinier que aan acai ee Seopa tin pent cuvegsions silo cee nova pessoa: lt deve reeeber nomes prerrogativas quelhe fornegam uma identidade social, a ser exposta nos momen: tos do ritual. Exes nomes ¢ cru prerrogitivas sio-Ihe Sake por toes uc si setatam ons raga. sca corpoamplamde aim yn ded lene ec ta i ot pss ae iis ‘ory. Aaportcs dor mere lis revopeie ‘set vista €m tim momento dramitica,o da mor = ‘bebe apenas aqueles que receberam names terie ‘um trata> manindeteureeae Gee Flahile de penon 3b Eales ee eerie mee ee: Tae een eee ee shin lm tinbe Utamadouaant ee ee “crlanga que: Aniropologis ds etanca # tev pode 48 visto, iterlments fo para os Xikrn, Fehama asst Reale con cna: eda vide gosto Pa cient de hos ou de nes enn trangiidade OU Ito, pat 0M UE voi por quepasaracranga io sssim marcia, arise crema @ mownento erm que conguiia une worm atenomingio quando comeva + ilar 28 and er endorsesrinka,B 2 modaliade de pinta que rer rrecber ness momento feta porsun mH oM SS, serd amesma até uma derradeira v2, quando gestar por si vcangs Dede ental pntard om motos do género c da idade, jute ds otras mulheres, eo homem possardser pinta porsuaesposs cvandotambém novos rotvo, Pederlamos, portato, coneluit que wm ou uma ‘sin serrianga até momento.cm que pasa ater uma rqueé sua —e que é ¢rmomento em que ocasamento 2 sersiddo, esque o aval gala um espace propo na can fc nua prea ogac cag «pezea 0 queded comer € compara, ganbando fambem um hugar na produgde econtmica ‘Desde ceo, criana participa de grupos formados pelo.que os antropSlogos chamam de calagorias de dade; Guando gana su primeira iho, continua = fizer parte desses gropes, mas agora daquele que ¢ denominado “pais de um nico fi Seria quamiade de fos que levard ects novos edulis a muda de categoria deidade.atéave= Iie. queoeXikrindizemsero momento emqueniasctesn. ese perfodo ¢ maresdo. * Clarice Cohn tmaisfilhos — ou, de um modo poético que hes é ‘quando seus filhos (enetos) passamaterfilhog Por el Essa ilustragio, mesmo que breve, teve come intuit revelaracomplexidadeenvolvidaem compreenderan fae davida em outros contextos socioculturais,na qual lemen.. ‘os apatentemente ti dispares quanto construsio de un, novo corpo, a telco com o choro da crianga eos sonhon, a intima ligacio de corpo e karon — que se desenvohven correlacionados —, a pintura corporal e as categorias de ‘dade tém que ser trazidas tona e esmiugadas para que se comece a compreender-o que significa, para um Xikrin, et eculiag, Porém, nao devemos esquecer que, mesmo nas socie- Seen dea econtines é certamente ome svi flaca come 4 particle Tp A obeereaao participant 9 eens que onsite uma ners ne cy com qoem € pesquisa ee erqucedo, abe pee Ute “Slum neem a a entra Tune cdl qb tam co gu ese he Ds cme © mundo gue a ola ¢ 208 geo gia ie Fe nn apens adi dod ivi da pnt (endoapensens ee Sentral Contender Fieseaim guec eens SD rar coum aj os «prods de en Sobeeo mdse apenas ven potlads Tiare pode sinaser comple” cee eee . ‘Clarice Cohn ‘As opgbes sia muita, ¢brem-s&ciatividade sos ner, ‘5 € recursos do pesquisador, slém das necesidades fea da pesquisa, Pode-s, por exempla, opt por ealeny desenhos realizades pelas criangas com um minimo de intervengio, seja nos materiais, no local de realizacio, og contedido; pode-se, ao contrério, pedir que ascriangas fo samdesenhos a partirde umdeterminado temade interes ‘da pesquisa, como, digamos, a familia ou a escola. Ousinds fornecer material, como recortes de imagens de revista, para uma colagem. Pode-te, ainda trabalhar alguns dexe- ‘hos exquemiticas etemiticos com as eriangassde modoa melhor entender uma questia especiica — como, por ‘exempla, fer Toren, quando buscou entender reagso que as-crangas de Fiji faziams entre hievarguia cespesalizasso, pedinda elas que comnentassem alguns esquemas de post cionaments de pettoatclaborados pela pasquisadora. ‘Tendo-os deemnhos em milos,0 pesquissdor pode pedi as crlangas que os comentem, ou mesmo que clsborer: historias a seu respeto, Assim, tera em mios materis Aiveros, mas cortelactonados,com os quai tabolhat Hi- {otis elaboradas plat evanga edeamatizagtodesituagoe fs ou menos dirigidas tm também sido uiizadas pot snteopslogor que buscam entender o ponto de vst dat eines Os registros audiovinuniethm-re povado de grande ‘ila pea penqula,deade ot atuden ploeirs de Mange tet Mead ¢ Gregory Bateson. Como temper inireses¢ Posie a pei dee de algmee fret rep ‘ras tornados es interpreta. Vale lembrae ques no ” pntropotogia da erance ‘i i jlidade: objetividade ou imparc ja de urna malt : ae sso paranti . ae ? de ut ado 8 jo pesqulador: de outro #8 EAE ts si eras © sdoress yd ie interagit com ciMmeTs a re oe ta uma das modalidades poss? ivel he soem ea, Feit wis reales ts reins eee — eecatOh ¢ rios, © podem, come sh a wn ein a = ce ‘.relativaments autonoma ao test© von cambiaesteram ele debe i r¢ infinite. PoC s vlarmme a ee Cn ea hs, Oescndalem todo re & aproveitar Jeses See ea Scene ca since, ‘Une antropologia que trata ds ean, POX Ste re oe eh roca cy pode ganar rai 49 se debra SOB 6 00 aerenet ae crete ater Mais qe #80, Pratt Poe ee ae To erin et dent vert ST sca die cn capa lene “s Clarice cotin de textos tteririos sobre as mem nino’, discuti i iiep = diseutindo a partir eles ima ote rim, Literatura, cinema, textos juices chats Crone ied eerste came dinates east ctanese na, lem ser fontes rieas ese pa a reflex a o sobre sxioes eacber sun uao ti mucdé eo ceca roi em contertose- Conclusdes: as criancas daqui e de ld Seos. i ‘campos de interesses.e temas d aes je uma.ant ada win 0 mo eiton arenoecnehr eas shee aie fndrumeudoqatievastanacons ho eet como dissemos ji de inicio, 0 wikia nica nusgciernaas oommn to ai 10, sobrea infinciae sobre suas ages Podemes comesar vam estes comer tesponder a sn questo neg veneer norte tov de Pui ue ruta um etude aoe «

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