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A MAFIA DOS REMEDIOS é livro que denuncia a invasio de nosso mercado consumidor Por um sem-atimero de medicamentos ineficazes. fraudados ou Prejudiciais & satide dos pacientes, produzidos por grandes em- Presas farmacéuticas estrangeiras, Seu autor — DR. MARIO VICTOR DE ASSIS PACHECO. — Secretério da aMEns (Associagio Médica do Estado do Rio de Janeiro), que ja publicou por esta Editora obras tio tteis € relevantes como Indiéstria Farmacéutica ¢ Seguranca Nacional © Neocolonialismo e o conwrole da natalidude, fornece, em A MAFIA DOS REMEDIOS, listas dos medicamentos que nfo devem ser consumidos, tor- nando-o, assim, um livro que precisa estar tanto na estante quanto no armirio de remédios, como instrumento em defesa da sutide e do bem-estar seus e de sua familia, Mais um langamento de categoria da CIVILIZACAO BRASILEIRA DR-MARIO VICTOR DE ASSIS. PACHECO ~ AMAFIA DOS REMEDIOS A MARIA DOS REMEDIOS Vote € um fives de grave demi 0 nujor, Dr, Mario Vietor de Assis F cheeo, € Seeretirio da aMens (Associa. ho Médien do Estedo do Rio de Janei- 10) > i publicou, peta cavinszagao WMAMLIRA, us obras Inddsiia farmacét- ica ¢ seytiranga nacional ¢ Neocolonia- lino 0 controle da natatidade, Ao Dr. Asis Pacheco sempre preocupou 0 pro- lems ético hisieo da medieina, qual se- Ja, 0 prineipio de que, antes de’ qualquer consieragiie, cotoca-se 0 bem-estar do doenic. Nao obstante, ¢ exatamente por isso, € vitima de freqiientes ataques ‘atwagio, pois que na defesa daquele principio tem-se colocado em antagonis- ‘mio cam os interesses meramente pect tos da profissdo, A mawvaise conscience We alguns médicos, aliada ao temor de perder fontes garantidas de elevadas ren- Uns, leva-os aos estertores do protesto dlante de dentincias de significado social € humano tG0 profundo como as conti- day neste volume, O panto fundamental desta obra é muito simples de ser resumido: ha em isponibitidade no mercado brasileico, produzidos por grandes empresas farm: céuticas estrangeiras, elevado nimero de remédios, que sio ineficazes, fraudados © até mesmo proibides em seus paises de origem por caustirem maleficios Aque- Jes que os ingerem, Espantosa como possa parecer, ess & una triste realidade que vai neste livro demonstrada © com- provada, E por maiores que sejam os esforgos de individtos ou instituigoes. em combater ess situasdo, o quadro nko presenta ainda qualquer alteragio. fun- M jo Livraria | | avenida sao Joo Lida. {Eee aitres ~ Disces It saa] AVENIDA SAO JOAO, 541 ‘ FONE: 37-6929 Colegao RETRATOS DO BRASIL Volume 113 Mario Victor de Assis Pacheco A Mafia dos Remédios civilizacio brasileira Exemplar n? Ne 1005 Capa: Bucimo Hiscox Diagramagao: ‘Lia CauLLmaux Revisio: ‘Mania HELENA Lodos os direitos desta edicfio reservados 4 EDITORA CIVILIZAGAO BRASILEIRA S. A. Rua Muniz Barreto, 91-93 RIO DE JANEIRO - RS “2 1978 i Impresso no Brasil Printed in Brazit | Dedico este livro ao desinformado con- sumidor brasileiro de medicamentos. Aos es- tudantes de farmécia, qufmica e bioquimica. Aos estudantes de medicina do Brasil, que to dignamente reclamam melhor ensi- no de farmacologia e de terapéutica, Aos professores universitérios sem quaisquer su- bordinagées ou vineulos financeiros com em- presas farmacéuticas estrangeiras, dedieados exclusivamente 20 ensino e responsaveis pela formagio ¢ ética dos futuros médicos, nos quais 0 povo precisa continuar acreditando confiando-thes ‘sua satide e sua vida. Sumario INTRODUGAO 9 I 1 mt Vv v VL vit VIIL Ix ‘Relagio incompleta de medicamentos nao-recomendiveis — As listas da amert. 15 “ Detalhes des listas. 33 ‘A reperoussio das “listas” © as reagoes dbvias, 47 Os similares supérfluos. 63 © mapa nosografico do Brasil ¢ as multinacionais far macéuticas, 69 Antibidticos — fraudes ¢ riscos. 77 As fraudes das vitaminas. 85 Multivitaminas com sais mincrais ¢ as doses “cavalares” de B12. 95 As pilulas anticoncepcionais — porque niio devem ser usadas, 105 Inexplicdvel impunidade das multinacionais farmacéuti- cas. 127 0 capital estrangeiro no nos ajudaré, 133 A inddstria quimica de base estatal — a solugio efetiva e nacional. 143 Be Introducaio Esre uivro surge quando nfo é mais possivel a certas empresas da indiistria farmacéutica estrangeira, que dominam quase totalmente nosso mercado de medicamentos, negar a produco e venda de numero- sos remédios 'fraudados. Pretendemos alertar 2 popu- Jacao e advertir muitos medicos, especialmente os mais jovens, sobre os riscos do consumo de varios mediea- mentos que reunimos em listas, e que infelizmente nao pociem ainda ser completas. Em seguida ao nome do medicamento colocamos o da empresa fabricante a fim de que os médicos e consumidores fiquem acautelados contra os demais remédios de tais empresas, capazes amanha de fraudarem outros de seus produtos. Em junho de 1974 durante 2 ceriménia de abertu- ra solene do I Simpésio Nacional de Medicamentos e Indtstria Farmacéutica, promovido pela Comissdo de Satide da Camara dos Deputados, em Brasilia, o seu presidente, deputado federal e médico dr. Fabio Fon- seca, afirmou: “Os diversos paises produtores de far- macos ou medicamentos acabaram introduzindo, no Brasil, até 1973, perto de 1300 farmacos. E o mais importante de tudo é que todas as drogas que eram proibidas nos seus paises eram exportadas imediata- 9 mente para o sul do golio da Califérnia com o rétulo “sxporT To soUTH america”. Tao-somente este fato 6 suficiente para comprovar que estamos pagando as multinacionais “‘raRa NOS ENVENENAREM”? (0 grifo é nosso). A dontincia do ilustre deputado e compe- tente médico nao obstante oportuna e tZo grave nao se refere apenas a fatos recentes. Em 1962 nés ja denunciavamos pela imprensa a existéneia no Brasii de medicamentos fraudados e proi- bidos no exterior, de onde provinham*. Nesse mesmo ano repetimos a dentincia em Comissio Parlamentar de Inquérito da Camara dos Deputados em Brasilia. Impunhe-se, portanto, prosseguir alertando autorida- des, médicos e principalmente o povo uma vez que continua e se acentua a comercializagio de remédios ndo mais vendidos ou receitados nos Estados Unidos ou considerades ineficazes nesse pais pela Food and Drug Administration. E fazemos questao ce dar conhe- cimento ao povo de tudo que denunciamos a esse respeito, porque desastradamente no Brasil a populacao se vé na contingéncia de muitas vezes automedicar-se face & escassez e irregular distribuicfio de médicos, © que alias sucede com todas as demais profissoes Uiberais. © médico brasileiro no exercicio da clinica deve ficar advertido de que a receita de remédios proibidos no exterior, porque destitufdos de valor cientifieo, mas entre nos vendidos, pode abalar seriamente seu con- ceito face ao fracasso do tratamento instituido apés correto diagnéstico. O médico ndo deve também esque- cer de que ele proprio e sua familia séo consumidores de remédios. Recordamo-nos sempre de ter recebido elogios pelo éxito do tratamento de doentes que vinham piotando sob os cttidados profissionais de colega, sem embargo de correto diagnéstico e preseriedo de medi- camentos realmente indicados para o caso clinico. Limitamo-nos a receitar similar de outro laboratério 2 ronssch, Fabio — dep. federal — Discurso de inauguragio do I Simpésio’de Medicamentos ¢ Indastria Farmacautien — Comis- sie de Sade de Camara dos Deputaes — Brasilis, 1974, 2 Tribuna da Impronsa de 15 de maio de 1962. 10 e assim conseguindo 2 cura, ao afirmar & familia que 0 colega que nos havia precedido estava certo mas fora vitima de empresa desonesta, sempre ouvimos que nossa atitude era elogidvel sob o ponto de vista ético que os médicos se defendem uns aos outros. Jamais conseguimos convencer 0 doente ou pessoas de sua familia que 0 primeiro médico era competente e que havia feito 0 diagnéstico certo. ¥ preciso que o povo saiba que muitas doeneas podem ser curadas sem quaisquer medicamentos e que estes constituem apenas um dos recursos da terapéu- tiea, justamente o que deve ser usado com o maior cuidado e sempre que possivel receitado pelo médico. A terapéutica com 0 uso dos medicamentos é a mais difundida exatamente porque ¢ altemente propagada e rendosa para os fabricantes de remédios para a me- dicina curativa, Por nfo ensejarem lucros elevados, os medicamentos para a medicina preventiva — sores, vacinas e toxoides — nfo interessam A indtistria far- macéutica privada. Os campedes da livre iniciativa, quando se trata desta producéo de medicamentos, muitas vezes oncrosa, deixam o campo livre para 0, Es tado, O povo deve ser informado de que, freqliente- mente e sem riscos, é preferfvel e suficlente recorrer a outros recursos terapéuticos tais como dietas ade- quadas, fisioterapia, balneoterapia, mudanca de clima, supressio de certos habitos e adoco de outros, exer- cicios fisieos e consumo preferencial de medicamentos de ago jé comprovada de nossa flora medicinal, Médi- cos homeopatas e especialistas em acupuntura tém curado muitos docntes, Falta-nos experiéncia @ respei- to, pata opinar, mas registramos o fato. Tota vez que se impuser 0 consumo de medicamentos quimicamente sintetizados pela industria farmacéutica, especialmente de recente lancamento no mereado, o consumidor deve reeorrer a médico competente e armado de consciéncia critica suficiente para nao se empolgar erradamente com a “exceléncia” apregoada pelos que lucram com a venda. Os médicos tém que se recusar, e sempre, @ se aliarem aos produtores de medieamentos fazendo do doente um “animal” de experiéneias, 0 que alids é proi- ido pelo nosso Codigo de Btica Médica, At Ao reiterar a dentincia de intimeras fraudes de medicamentos a venda no Brasil nfo pretendemos, de modo algum, alarmar a populagdo, mas nao nos eabe a culpa da situacio verdadeiramente alarmante da medicina atual tio mercantilizada, da qual tanto se tém valido n&o poucos fabricantes desonestos de medi- camentos e do que tem resultado conseqiiéncias graves ¢ As vezes funestas gracas exclusivamente & ganancia de uns tantos em muliiplicar lucros sem quaisquer restrices morais. Pronunciando a Aula Magna da abertura dos cursos de 1976 da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o professor Carlos da Silva Iacaz, diretor da Faculdade de Medicina da Universi- dade de Sao Paulo, declarou: “A Medicina, na socieda- de atual, por assim dizer, foi forgada a organizar-se até empresarialmente e o doente transformado em mer- cadoria destinada a dar Iucros, atuando muitas vezes no mais absoluto desrespeito 4 dignidade humana, convertendo-se no pior dos bandidos pois que, agindo como bandido, tem a proteedo do poder oficial. Em Medicina tudo deve ser feito em favor do doente, para seu bem ¢ a sua gerantia, A Medicina deve visa: 0 beus do doente e ndo do médico. Qualquer programa fora Gesse postulado é ERRONEO = moran” (0 grifo 6 nosso). Jé tendo completado mais de quarenta e cinco anos de exereicio continuo da Medicina, buscando sempre o contato permanente com os doentes e cole: gas, lendo livros e revistas de atualizacio, vemos, alar- mados, a eondieéo de simples objeto de lucro a que foi relegado 0 doente hoje no Brasil. E embora reco- nhecendo os riscos que corremos, com uns poucos mais, ao denunciar a mereantilizacio da medicina e a acdo desonesta de varias empresas farmacéuticas estrangei- ras com suas subsidiarias entre nds instaladas e do- minantes, nfo podemos nos calar uma vez que admi- timos haver ainda tempo de corrigir o que esté errado, protegendo melhor a populacéo e impedindo que a grande maioria dos médicos honestos no Brasil tenha seu conceito e confianca abalados, de leve que seja, por ume, minoria corrupta, 42 Nao obstante ndo empregar o termo fraude, ha mais de dez anos Silva Mello jé proclamava: “O’ que ocorre em nossos dias é 0 médico ser bombardeado permanentemente por centenas de medicamentos, em eral simples modificagdes ou associacdes dos jA cxis- lentes, mas de cujo efeito nao se pode dar conta sufi- clentemente, sendo guiado mais pelas amostras e outros recursos de propaganda. O que é preciso nao ser esque- cldo, todavia, € que os efeitos favordveis de qualquer medicamento s&o sempre apregoados com um excesso de otimismo, aparecendo somente depois, muito mais tarde, os inconvenientes e cfeitos desfavoraveis”. E cita © médico inglés M. Rayner que declarou ao British Medical Journal, de 22 de novembro de 1958: “Aos poucos estamos’ nos tornando bonecos, que dancam quando os cordées sio puxados pelos fabricantes de drogas. Procuremos inverter 0 proceso antes que seja tarde demais”. 1 Isto foi escrito em 1958, mas atualmente as multi- nacionais da indtstria farmacéutica pretendem cada vez mais “puxar os corddes”, guiando os que a cles se assalariaram ou ingenuamente nelas acreditam. Re- pudiamos esse comportamento. ‘Além de seu objetivo principal, qual seja esclare- cer 0 povo, este pequeno livro visa exatamente romper, cortar definitivamente os “cordées” humilhantes que orientam tantos médicos, desligados da ética prineipal que & seu compromisso para com o povo que neles confiam sua satide e sua vida. 1 SHA MELLO, A. — A Superioridade do Homem Tropical — Ed. Civilizagio Brasileira, 1965. 13 Relagio Incompleta de Medicamentos Nao-Recomendaveis — As Listas da Amerj Em prieipio de novembro de 1976, eumprindo decieSo tomada cm reunifo de dirctoria da Associacio ‘Médica do Estado do Rio de Janeiro e apés demorados estudes, coube-nos como sceretario-geral da referida associacéo divulgar uma relacdéo de medicamentos jul- gados nao-recomendaveis dando conhecimento da mes- ma_a diversas organizacées médieas e autoridades sa- nitarias, Acompanhando a rela3o enviamos o seguinte oficio: “Junto remetemos Lista Dz MEDICAMENTOS que a Associagio Médica do Estado do Rio de Janeiro Julga ndo-recomendéveis, nfo devendo, portanto, serem receitados, a qual esta & disposicdo dos médicos em nossa sede social @ Rua Alcindo Guanabara, 24 — sala 911, na cidade do Rio de Janeiro. Solicitamos a todos os eolegas que nos enviem sua colaboragio para preenchermos as falhas de nossa tista, possibilitando assim uma melhor protego aos doentes e maior zelo pela conservacio do elevado conceito do médico, o qual niio deve ser abalado devido ao fraeasso no tratamento 15 de doentes em conseqiiéneia de receita de medicamento nio-recomendavel. A fim de estender a todo territério nacional o nosso apelo aos colegas e de dar a mais ampla protecHo ao povo, estamos enviando nossa LSTA DE MEDICAMENTOS NAO-RECOMENDAVEIS a todas aS Asso- clagdes Médicas filiadas da Associacio Médica Brasi- leita, a0 Corpo Clinico de nossos grandes hospitais, ineluindo os do Instituto Nacional da Previdéncia So- cial, os da area do Ministério da Satide e das Secre- tarias de Saide Estaduais e ainda aos jomnais. A xista DE MEDICAMENTOS NAO-RECOMENDAVEIS pela AMERI pO- deré vir a ser ampliada, e certamente divulgada, com a inclusfio de outros medicamentos por nés julgados posteriormente como nao-recomendaveis, mesmo antes que ocorra sua retirada do mercado, seja por oréem de autoridades do Governo, seja espontaneamente pelo proprio fabricante, assim que a experiéncia clinica comprove os riseos graves de seu uso”. A lista que se segue resulta da experiéncia clinica dos médicos da amend, de pronunciamentos de profes- sores universitarios brasileiros e estrangeiros de Medi- cine, Farmdcia e Bioquimica, de demincias idéneas as Comissées Parlamentares de Inquérito da Camara dos Deputados, de peequisas realizadas e divulgades publi- camente em 1970 pola Secretaria de Satide do Estado de Sao Paulo, de contribuicio espontanea da Consu- mer’s Union dos Estados Unidos da América, de reco- mendacées da American Medical Association (anza) aos médicos norte-americanos, ¢ de decisées da Food and Drug Administration (epa) dos rua, cassando licenca de medicamentos retirando-os do mercado, negando Jicenciamento e obrigando o destaque das contra-indi- cagées e riscos na embalagem externa de varios pro- dutos: NE Nome (No Brasity — Empresa produtora Pais 1 Albamieina cv ursoHN BLA 2 Amborim antiblético mrcrrex Alem. 3 Ambozim Te RICHTER ‘Alem. 4 Ambrasinto liofiliade uererir Teale 16 No Nome (No Brasil) Amplocid Anagean Anfertit Anoviar Img ‘Atophan Bolladenal Bellergal Boserol Bismocetina Bisolvon apil jelofariutal Giclogest Cloromicetina Clorostrep Conmet Coramina Coramina Efedrina Demilen Dorflex Enteromagma Evmonil Estreptalil reidretan- te (peiliatrica) Estreptoeilin: Estreptoquemicetina Evanor Femagest Wisohox Gevenl Super Tiras Hol 2.5 Madribon Malthus 22 Medazepol_ Mogestran Neovine Nitrazepot Nordette How Novalpina Novulon Novulon Empresa produtora LADOPARAEA isa FONTOURA WYETH BERLINED SCHERING SANDOL ‘SANDO?, WwanTHROP uEPerir BOECHNINGER PAREE DAVIS PARDIETALIA BRISTOL PARKE DAVIS PARKE DAVIS winrunor cA wpa exiey MEnRe, FONTOURA WYETH cEicy RaoDIA FONTOURA WYETH CARLO ERA MEAD JOHNSON ‘wintHinop LxDEREE PaNguistica ARMAS ovaeuinica SCHTERTG ON -JOHESON PARKE DAVIS, WINDEON BEEHA Pais Alem. Suica Bua Alem. rua Suiga Sufea BUA Itsl-nua Alem. Bua Testi BUA BUA UA BUA Brasil BUA Suiga BUA BUA Alem. Brasil UA BUA BUA ‘Alem. BUA BUA 7 N2 Nome (No Brasil) — Emprosa produtora Pais 53 Optalidon sansa Franga 54 Ovanon ‘ORGANON Alem. 55 Ovulen SEARLE ua 58 Pantomicina com sulfa aspor Eva 57 Poliplex MEAD JOHNSON BUA 58 Ponstan 500 PARKE DAVIS, BA 59 Primoviar DERLIMED Alem, 60 Provera ues0NN Bua SL Palmosilin ISA Brasil 82 JOUNSON-JOUNSON EUA 63 Sigmamicina PrIzER co. EVA 64 Suplenta SHLVA ARAGIO Brasil 65 ‘Teragran SQUIBB eva 3G Tetrabioti FRUMTOST Bua 87 Tetracetina PARMITALIA Itslia 68 Tetracielina com clo- ranfenicol — (cipsu- Eva 80. SARSA Franga 70 Tetrex vom sulfa BRISTUL Bua a iol JOHNSON-JOHNSON uA 2 mosnNrérica, Brasil 73 es0HN BUA a SENTOQUINTCA Brasil 5 BRISTOL BUA % PFIZER c0. BUA 77 Winctrol WwiNmILnor ua 78 Todas 2s associagdes de antibiéticos com sulfas e todos os medieamentos contendo DIPIROWA. Aconselhamos 0 leitor que nao dispuser de tempo para prosseguir na leitura deste livro a que copie esta relacéo para melhor se proteger, certo de que existem numerosos outros medicamentos similares com riscos de consumo muito menor, Por outro lado queremos enfatizar que a ndo-inclusdo de outros remédios nessa nossa Lista nao significa seguranga absoluta de con- sumo. ‘Ao informar a que empresas farmacéuticas per- tencem os medicamentos que nao recomendamos, temos como objetivo sugerir aos que receitam ou compram remédios que meditem muito ao fazé-lo com outros medicamentos nao-constantes de nossa Lista, mas per- 18 loncentes as empresas citadas, pois nada mais correto {We 0 ditado popular: cEstEIRO QUE FAZ UM CESTO Faz u 10, tinhamos enviado para os jornais 2 nossa xista DA amens quando reccbemos de colega recorte do Jornal do Brasil, de 24 de setembro de 1976, com a noticia de (jue no XXXII Congresso Brasileira de Dermatologia professor da Faculdade de Medicina da Universidade (lo Minas Gerais havia denuneiado que a pomada de nome caLapayt, fabricada por Parke Davis e livremente comercializada no Brasil, ha muitos anos estd proibida hos Estados Unidos. Tal’ produto tem sido inadvertida- mente usado por banhistas j4 que é indicado como “‘sedativo cuténeo para queimaduras, alergia ete.”, Posteriormente & divulgaciio ptiblica da nossa z15Ta viemos a ser informados também que a American Me- (ical Association néio recomendava nos zua o reccituério We dois outros medicamentos largamente consumidos no Brasil, o antireumitico mnoci da empresa norte-ame- rlcana Merck Sharp Dohme e o antiinflamatério Tan- deril da empresa suicn cma-cicy. A amery informa que foi ainda atenta as recomen- Wagdes da Associaedo Médica Americana que incluiu como nao-recomendaveis as associagdes de antibidticos © destes com as sulfas, Também figuram em nossa usta os anticoncepeionais, cuja condenagdo vem sendo folta por nés desde que iniciamos hé cerca de quatorze anos permanente campanha contra o controle da nata- lidade em massa no Brasil, e que 6 realizado pela ueMFaM ao distribuir amplamente as pilulas anticon- cepeionais. Os maleficios de uso continuado e prolon- gado dos anticoncepcionais tém sido fartamente divul- Gados através de diversas publicacées, informes técni- cos, notas oficiais enviadas também &s autoridades oxecutivas e a0 Congresso Nacional, Com relagéo & Cloromicetina eabe aqui um escla- recimento. Coneordamos com 0 uso do cloranfenicol, sob prescriggo e vigilancia médicas constantes, em casos de doencas do grupo tifico erickettsioses, mas nao acei- tamos as vastas indicacdes dos seus produtores ao Aconselharem indiscriminadamente 0 medicamento para 19 muitas outras infeegies tais como otites, amigdalites, pneumonia, Em 28 de abril de 1977 a Associacio Médica do Estado do Rio de Janeiro divulgon sua segunda x1sra DE MEDICAMENTOS NAO-RECOMENDAVEIS por terem sido julgados mericazes pela Food and Drug Administration (xa), Grgdo do Servico de Satide Publica do Departa- mento de Satide, Educagao e Bem-Estar do Governo dos Estados Unidos da América, 0 qual tem, entre outras finalidades, preservar a satide do povo norte-americano. sta segunda xisra resuliou de cuidadoso e demorado estudo realizado pelos diretores e conselheiros da AMERJ, analisando documento oficial da roa, Nesse documento © 6rgao do Governo norte-americano assinala varias especialidades farmacéuticas que julgou nverrcazes em cerca de 33%. % importante registrar que os médicos norte-americanos cientificados desse documento, seja pela Fpa, seja pela Associaciio Médica Americana ou qualquer de suas filiadas nos Estados, nfo mais recei- tam essas drogas INEFICAZES, 0 mesmo nao ocorrendo entre nés em geral desinformados a esse respeito, Esse © motivo, alifés, porque nds remetemos nossas Listas a todas as’ associacdes médicas, conselhos de medicina e centros de estudo dos grandes hospitais. Repetimos que devido & larga pratica da automedicacéo no Brasil, também publicamos nos jornais a relagio dos medica- mentos mEricazss, que de modo algum devem ser com- prados. ‘Verificamos entre os medicamentos julgados mer cazes pela FDA quais os que atualmente estdo A venda no Brasil e organizamos a usta. A proposito voltamos a sugerit ao leitor que copie também esta segunda sasma, guardando-a no bolso para consulta, como me- dida ‘de salutar precaucio. ‘Entre os vinte e um medicamentos mEFIcazes por nés selecionados, vinte e oito especialidades farmactu- ticas estéo & yenda no Brasil, das quais dez antibié- ticos, quatro antimicrobianos, trés horménios, dois anti- inflamatérios, um vasodilatador coronariano, um vaso- dilatador das’ artérias cerebrais, wm. corticosteroide, um relaxante muscular, um antidiarréico, wm fungicida, um anti-histamfnico, wr medicamento anunciado para 20 pievenir o parto prematuro e wm medicamento anun- (lado para combater estados vertiginosos. Evidentemente néo se justifica a compra dessas ospecialidades farmacéuticas quando ha no mercado dozenas de similares zricazes, ndo obstante em mime- 10 excessivo, Vejamos a segunda xisra: NO Medicnento — Fabricante Apresentegio | Albamieina Gu ursone Comprimides: 2 Albamicins 7 uRsonN Capsules i Albamieina (pedidtrica) vesonN Cépsulas, 1 Alkzabutazoli- Comprimidos nuctea dina cacy dos Antivert pri ‘Comprimidos vemefenergun — aHODIA Creme Dactil — om RECOPARIIA Drigeas Depoprovera uPsOnN Injetsivel Eqtaniteate Were Comprimidos nicxo Liquido tépico EATOX BATON Buroxona ATO: Buroxo EATON Hyder exon Enjotswel Knomycin ERFOHN Suspent corte uEsOnN Suspensio 6tico-oftal- venzyme mien sguoso rene Injetével Comprimidos 10mz Comprimidos 25m 19 Progestoral Suspensii dtica pation, Euspensdo oral suist0 Secs oat Mebvex ae BRISTOL, Capsules ‘Tolserot sQuinn Injetivel_(venoso) Trieofuron EATON Gvalos vaginais Desejamos chamar a atenefio sobre um produto farmacéutica ndo-incluido em nossas tistas, mas larga- 24 mente receitado e vendido em nosso Pais e chamado BUSCOPAN, da empresa alema Boehringer Ingelheim, Este medicamento 6 constituido exclusivamente da substancia quimica denominada N-butilbrometo de hhioscina e anunciado como antiespasmédico. Em 24 de setembro de 1976 o st. Jack Kaye, chefe da Secao de Drogas da roa, respondenco a carta do deputado fe- deral Sebastiio Rodrigues, presidente da Comissio Parlamentar de Inquérito da Camara dos Deputados, referiu-se ao produto farmacéutico uscopan quando declarou que “per se o produto quimico nyos -BU- YL BROMIDE nao 6 cometcializedo como droga para uso humano nos Estados Unidos”. E irrefutavel a desonestidade dos fabricantes norte- amerieanos e europeus, que continuam a exportar drogas qualificadas como rNzricazes pela Fa. Regis- tre-se que 0 documento em que nos baseamos pare organizar essa segunda Lista foi divulgado nos Estados Unidos com data de 19 de maio de 1976. Portanto, os desonestos continuam a nos exportar produtos farma- céuticos iNErIcazes hd mais de um ano, confirmando © que ja havia denuneiado nosso colega ¢ brilhante representante do povo no Congresso, deputado Fabio Fonseca, em 1974, quando comunicot, como jé disse- mos, que medicamentos proibidos em seus paises de origem continuam a ser exportados para o sul da Cali- fornia com o rétulo ExponT To SOUTH AMERICA, A Associacio Médica do Estado do Rio de Janeiro tomou conhecimento através da leitura do New York Times, de 19 de junho de 1977, da condenacio do uso do antidiarréico ENTEROvIorORMI0 no Japao, onde cau- sou 30000 vitimas acometicas da doenca denominada son pelos médicos japoneses, a qual vem a ser a ATROFIA MIELO-OrTIca SUBAGUDA ¢ ainda de numerosos casos de czcuzma permanente provocada pelo medica- mento causador de atrorra do nervo éptico. No dia 28 de julho de 1977 enviamos nossa ter ceira LISTA DE MEDICAMENTOS Nio-RECOMENDAVEIS pata divulgacéo ampla pela imprensa, radio e televisio, fim de acautelar 0 consumidor brasileiro que, como temos dito, por motivos diversos se automedica. 22 © enrerovroréaamo da empresa suiga Ciba foi ba- jido do Jap%o em 1970 € retirado do comércio dos Kslados Unidos da América em 1972 por pressdo da Wood and Drug Administration junto 20 produtor juigo. Logo em seguida também a Suécia e a Noruega proibixam 0 consumo da droga. Nao obstante o New York Times ter se valido da rovista médice inglesa The Lancet, buseamos outras fontes @ eneontramos confirmagio plena na Farmaco- logia Aplicada, de Modell e colaboradores em edicéo dio 1076. © enrsrovioréraio é um derivado iodoelorado de neia _quimica denominada smnoxrquiNoLEiva ¢ oxiste & venca no Brasil hd mais de trinta anos, sendo adquirido sem receita médiea, bem como os seus simi- laves em nimero de vinte ¢ oto e que constituem nossa terceita risra. Queremos ehamar a atengao para © fato de que o antigo consumo da droga por tantos ‘nos nfo a isenta da acusacio comprovada de provo- car os graves acidentes relatados: sobre o sistema ner- yoso central e visio. No Brasil, como aliés em qual- quer outra parte do mundo, os oeulistas, elinieos e neurologistas em seu interrogatério prévio jamais inda- yam se o doente tomou ou esta tomando zwrenovi0ron- dno ou similares e assim muitos acidentes tém passado despercebidos em suas relacdes de causa e efeito. Além dos similares do eNteRovioréramo constan- 1s da, rasra que se 16 no fim deste capitulo, ha a venda no Brasil outros derivados da mmroxrgumoxzins, tam- bém indieados como antidiarréicos, nos quais 0 iodo 6 substituido por um atomo de cloro, constituindo-se 8 DicronommroxiquioLeina que 6 a formula do me- dicamento conmmse da empresa alema Luitpold. Ou- tros antidiarréicos entre nés muito consumidos em vez los radieais iodo e cloro tém combinados @ mrmxoxrqur- Noeixa dois étomos de bromo, chamendo-se por isso DIROMOMDDROXIQUINOLEINA ou simplesmente BROXIQUI- bs 1 Monett, Walter, & scum, Hoing, & wusox, Andrew — Ap- plied Pharmacology — American Edition, 1976 (pp. 96-91) — W. B. Saunders Company — Philadelphia — Toronto. 23 Notzina. A propésito, os norte-americanos resumem o extenso nome do ENTEROVIOFGRMIO de TODOCLOROHIDROXI- quinotzina para apenas cuiourNon, onde Cl é abrevia- tura de cloro, 1o é a abreviatura do iodo e qumNoL a abreviaturz de umroxiquinotsina. Sdo vendidas no Brasil as seguintes Broxiquinoleinas: apssuvrer PED ‘RICO GRANULADO de Opofarm, arrrtin da Merrel, exTERO- SEDAN € ENTEROSEDAN PEDLATRIcO de Fleming, prswrsror © DIENTEROL PEDIéTAIcO da Rhodia e iwzpsroran da Sandoz. Convencidos de que os acidentes gravissimos ocor- ridos com 0 eNreRoviordamio resultam da substdncia ativa quiNonniva e no dos radicais iodo ou cloro, con- sultemos a Food and Drug Administration sobre os efeitos téxicos das qumvonginas aliadas ao bromo ou com dois &tomos de cloro sem iodo © sugerimos 20 Minis- térlo da Satide minuciosas investigagoes a este respeito. N&o incluimos esses outros derivados nessa tiltima zzsTa porque na realidade apenas o ENTEROvIOFéRMHO foi no- minalmente responsabilizado, contudo nao aconselha- mos a receita ou consumo desses outros antidiarréicos por enquanto. E como arivertimns no fim da transeri- cGo de nossa terceira tista ha muitas dezenas de outros antidiarréicos que 0s médicos podem receitar sem riscos, Sugerimos ao leitor ter no bolso cépia desta uista abaixo transcrita: LISTA DE MEDICAMENTOS NAO-RECOMENDAVEIS PELA ASSOCIACHO MEDICA DO ESTADO Do RIO DE JANEIRO (AMERJ), obtidos a partir de derivados da hidroxiquinoleina (lodociorohiidroxiquinoleina), por terem provocado ATROBIA MIELO-GPTICA SUBAGUDA (SMON) @ CEGUEIRA por arroria do nervo éptico. A marca comercial =NTsRO- vwioréamio, da empresa suica Ciba foi retirada de mer- eado nos Estados Unidos da América ha mais de cinco anos e banida do Japao desde 1970, onde causou mais de 30000 vitimas. Esta usta contém vinte e nove medicamentos sob cingiienta apresentacdes diversas, a venda no Brasil. 26 % Nome da Especiatidude NOS nation Pabrieante } Adiarrol — comprimidos suspensio gutportt coly — eomprimides e suspensio PROFARB. |) Atebil’— comprimidos © suspensfio —_quiaIICA © BIOLOGIA 4 Arolidon — comprimides ¢ suspensio MAGNUS licida — comprimides e suspen- ° NOVAFARIEA a hurm-Set — comprimides ¢ suspen- 30 moran | wiaforen — comprinidoe | nUnU || Diapuigit —comprimides © pedié- hee 7 pusweT ) Dinsxcpax — comprimidos ¢ suspen- 10, Disentral — suspensio . Enterobion — comprimidas, pi © sus- si0 ferofilin — eomprimidos ¢ suspen- smstaanas 1 Baterotoe — comprimidos © sospon- ; = BRAS SeDeAMETOS | Batorovioféroie — comprinitee ¢ Baas cite ib dos e susponsto _Fstoguthea it Sis0noh Torx ui 1k Furazolidona — suspensio Labonsit furaaolin —~ eomprimidos © suspen- ee = De A 4) Intestiazin — suspensio expsTentprea AL Inkeatin suspenet icon 2 Todentero-Neomieina — compri ae cianite LoRaNENE YY Mebino! — composto Canto ERA, 1h Mexaférnie ——comprimides © ua pensito Gioa Tc Ai) Neobacter —"gomprint SaemenE ih Pasmocetit — comprimdes ¢ suspen #0 2H Sigma-Trés — suspensio PEvost 0. Vifereol — comprimides ¢ suspensiio wyzoN Ko: Exeluidos do receituério médico o EXTEROVIOFGRMIO irae ds ett nin cameos illo mais de oitenta espeeialidades farmacéuticas anuncia ay como mntidiarréicas, & venda no Brasil, para atender As necessi- ‘aides de sua clinics. 25 Nao ha, portanto, nenhuma razéo para que sejam consumidos esses medicamentos que nao recomenda- mos, bem como aqueles outros citados, cuja acao. toxi- ca esta sendo apurada, e que sao quase idénticos a0 ENTEROVIOFORMIO. Sem embargo de n&o termos ainda confeccionado uma quarta usta desde j& recomendamos ao leitor que de modo algum adquiré. outros remédios, tais como os proibides nos Estados Unidos, conforme noticiado em fins de julho de 1977, como a seguir relataremos, Em 27 de julho de 1977 divulgaram O Estado de 8. Paulo € 0 Jornal do Brasit que o Departamento de Satide do governo norte-americano Porro a venda nos Estados Unidos de remédios A base PHENFORMIN ou Cloridrato de fenil-etii-biguanida, usado para o tra: tamento de diabetes e administrado por via oral. De acordo com as autoridades sanitarias norte-americanas os medicamentos & base de PHENFORMIN provocaram nos Estados Unidos, nos wltimos anos, mais de xm mortes. No Brasil medicamentos contendo PHENroRMIN sfio_vendidos por Hoechst sob o nome comercial de BicuaNIDa, por Lafi como suMEL, por Nikkho como DIABIGUAN, Por Andromaco como GLUGORAGE RETARD, por Guidotti sob trés marcas: BIDIMSE, DIARETAL © GLI ForMmy e Pfizer vende sob o nome comercial de opmEse, Em 29 de julho de 1977 Hoechst informou a © Globo que ha um ano retirou do mereado seu pro- duto BIGUANIDA RETARD a base de PHENFORMIN. © endocrinologista dr. Francisco Arduino declarou a0 Jornal do Brasil que os medicamentos A base de PHeNFoRMIN foram estudados em varias universidades norte-amerieanas e seus aspeetos nocivos sio conhe- ¢idos desde ha oito anos, tendo os estudos concluido pela necessidade de sua condenacio. Disse ainda o endocrinologista citado que entre nds, no Brasil, 0 pe- rigo é maior quando o medicamento 6 usado por néo- diabéticos, ou seja, pelos que buscam emagreecr e nao se valem do controle médico como ocorre com os dia- béticos. Té-se em O Esiado de S. Paulo a seguinte afirmagéo do professor Andréjus Korolkovas, da Fa- culdade de Ciéncias Farmactuticas da Universidade de Sao Paulo: “Aproximadamente 25% dos pacientes tra- 26 {ios com drogas & base de ‘Phenformin’ sofrem efei {oy secundarios, principalmente gastrintestinais”. A ale- jjugho da empresa suica Ciba-Geigy, vendedora do produto contendo PHENFornmN nos Estados Unidos Wa América sob 0 nome comercial de er, de que a {lirada do produto do eoméreio prejudicara os diabé- \\0os foi contestada formalmente pela Organizacdo Mundial de Satide quando recomenda para o trata- mento dos diabéticos apenas a dieta adequada ou {i ulilizaedo da insulina, horménio natural que con- (yola a taxa de glicose do organismo humano. Portanto, foonselhamos acs diabéticos brasileiros e as pessoas (ie pretendem emagrecer, no s6 a que procurem seus jédicos, mas que deixem também de comprar quais: quer dos produtos licenciados no Brasil a base de vinFoRMN, Tecentemente condenado e retirado do vomércio nos Estados Unidos. A revista da Associacio Médiea Americana, The Journal of the American Medical Association (canta) wxlbe no corpo inteiro da contracapa de seu mimero tio 14 de mareo de 1977 a propaganda do medicamento WActiumt, da empresa Roche Laboratories, subsidiaria Auicn de Hoffman-La Roche Inc. nos Bstados Unidos da América, quando além da férmula adycrte aos inédicos norie-americanos sobre as indicagdes do medi- ‘amento, contraindicagdes, precaucées e dosagens, en- futizando em negrito por duas vezes que, por insufi- giéneia de dados, ou seja, de melhor conhecimento, 0 medicamento nao deve ‘ser dado &s criangas com menos de doze anos de idade e as mées nutrizes, Mas No Brasil 2 subsidiaria da empresa sufca Produtos Roche Quimicos ¢ Farmacéuticos S/A vende desde 1069 um produto farmacéutico denominado nacre Woot — susPsNsio PrprArarca, indicando aos médicos Drnsileivos a dose de um quarto da medida para crian- yas a partir das seis primeiras semanas de vida, isto 6, fom apenas um més e meio, omitindo ainda a contra- indicacdo de uso por maes que estejam amamentando. Em fins de outubro e inicio de novembro de 1977 §\ Associagio Médica do Estado do Rio de Janeiro in- formou tal fato A Sociedade Brasileira de Pediatria e {oy dentincia a0 Ministro da Satide, para em seguida ar divulgé-lo pela imprensa leiga do Pais, visando acaute- lar 0 numeroso contingente de consumidores que se automedica. Aconselhamos pais e maes a nao ministrarem BACTRIM ROCHE-SUSPENSIO PEDI‘TAICA a seus filhos. E ninguém deve ter a ingenuidade de admitir que as criancas brasileiras poderiam usar tal droga conside- rando-as mais sadias, mais fortes, mais resistentes ou melhor nutridas que as criancas norte-americanas para as quais 0 produto farmacéutico de Roche é contra-in- dicado pelo proprio fabricante. Os diretores das em- presas multinacionais, inclusive alguns diretores-cien- tificos das subsididrias instaladas no Brasil, faltam a verdade quando pretendem explicar as reagées dife- rentes frente a determinado medicamento, seja em adultos seja em criangas, apresentando raades de ordem genética, Ninguém deve crer nesses diretores que, aliés, sGo pagos para fazerem tais declaracdes que no resis- tam a critica cientifiea honesta. No dia 12 de novembro de 1977, ou seja, 24 horas apés a divulgacao de nota da amery sobre 0 BACTRIM, a empresa farmacéutica suica PRODUTOS ROCHE QUiMi- cos ranmactumicos s/a, divulgou como matéria paga na grande maioria dos jornais um comunicado a classe médica informando que a spa havia aprovedo o uso do scu produto Bactrim em criancas com mais de 2 meses, sem contudo dizer em que data, j& que até 14 de mareo de 1977 ndo péde contestar que nos Estados Unidos da América contra-indieava. 0 uso do medica- mento pelas criancas abaixo de 12 anos. Em seu comu- nicado, nocue declara que o produto pacrrrr, inclusi- ve a forma susPensio Pepritarca, foi aprovado pelo Ministério da Satide para uso no Brasil por renomados especialistas, omitindo que tal_licenciamento ocorreu em 1969. Ora, nés da aMeRs ndo contestamos o valor cientifico dos analistas especializados do Ministério da Satide, mas faltam-lhes meios necessdrios para. rigoro- sa analise cientifiea, tanto que o proprio Ministro da Satide, Paulo de Almeida Machado, declarou que o Ser- vico Nacional de Fiscalizacio de Medicina e Farmédcia (swrmr), por ele considerado um servico sério, Dacca PASSAR MUITA COISA NO ATO DE LICENCIAMENTO POR PALTA 28 DE CONDIGOES OPERACIONAIS (0s grifos s4o nossos). Du- rante oito anos a empresa suica nocuE valeu-se da in- suficiéncia de meios materiais do nosso sNFMF para cxperimentar 0 medicamento BACTRIM ROCHE - SUSPEN- Sao PEprArarca em criangas brasileiras abaixo de 12 tnos enquanto advertia os médicos norte-americanos para nao receitarem 0 medicamento senéo apés 12 anos de idade. Por tal motivo, ainda que posterior- mente a marco de 1977, a pa tenha aprovado o em- prego de nacre nos Eva em criancas a partir de 2 meses de idade, isto néo absolve a firma suica perante 0s médicos brasileiros, os quais durante oito anos acre- ditaram na honestidade comercial da empresa ¢ recei- taram 0 produto, sendo-Ihe impossivel adivinhar a contra-indicaggo de seu uso em outros paises e a utili- lizagdo de seus pacientes como cobaias. Voltando & nossa segunda usta, a dos INEFICAzES, cuja relac&o divulgamos pela imprensa em 26 de abril dle 1977, desejamos agora mostrar como agem as multi- hacionais farmacéuticas com total desprezo pela satide (lo consumidor, objetivando apenas Itcros @ qualquer prego. Tomamos conhecimento da mericicia de nume- nos medieamentos sinda & vends no Brasil quando Yeeebemos documento da Food and Drug Administra- {lon do governo norte-americano, Tal documento esta (atado de 19 de maio de 1976. ® evidente que a partir desta data, mesmo nao tendo sido aqueles medicamen- tos retirados do comércio, nenhum médico norte-ame- ricano teré eometido o erro e a imprudéncia de recei- {(ielos a seus clientes. Mas as multinacionais farma- (Outicas continuam a fabricar os mvertcazes para colo- ((-los e Iucrar no exterior, inclusive no Brasil, com seu yasto mereado de 110 milhées de habitantes com altas (uxns de morbilidade. Portanto, desde 1? de maio (lo 1976 doentes brasileiros tém tido seus males agra- yacos c certamente muitos morreram por terem sido iyedlicados com produtos mEFrcazEs, fato esse até entio (losconhecido pelos médicos torpemente iludidos pela propaganda das subsidiéries no Brasil dessas multina- olonais estrangeiras. Em programa domingueiro de {olovisiio intitulado sawrfsrico, levado ao ar posterior Inonte & divulgacao de nossas tasras, um repérter bra- 29 sileiro entrevistou_o diretor da roa a propésito de remédios condenados nos Estados Unidos e vendidos no Brasil. O diretor da reparticio de satide dos BUA declarou que nada podia fazer contra as empresas fora dos va porque tratava-se de multinacionais atuando em outros paises fora de sua jurisdicao. Além do diretor da spa, o qual reconheceu que as multinacionais vendem no exterior medicamentos néo mais consumidos nos sua, uma autoridade internacio- nal da mais alta responsabilidade funcional e cienti- fiea como é o dr. Halfdan Mahler, Diretor Geral da Organizacio Mundial de Satide, referindo-se explicita- mente a medicamentos, declarou recentemente: “Os produtos que ndo atendem 4s exigéncias de qualidade dos paises exportadores so plenamente aceitos pelos paises subdesenvolvidos, que nao tém condicées de exigir qualidade, e esta pratiea 6 amplamente difun- dida entre as industries farmacéuticas que exportam para os paises subdesenvolvidos”. Ninguém deve acreditar em empresérios das multi- nacionais farmacéuticas, ainda que diretores-cientificos de subsididrias brasileiras, nem mesmo em professores universitarios, quando declaram que certos medica- mentos retirados do coméreio no exterior, de onde so originarios, podem ser consumidos por nés sem nos causar efeitos téxicos. Aceitar tais afirmagies seria admitir que a alegada e tao contestada quanto duvi- dose “Toxicologia geografica” fosse MAaDRasTA para com europeus, norte-americanos e japoneses e CARI Nusa para com os brasileiros. No Brasil somente 0 Ministro da Satide tem pode- res para retirar do comércio os medicamentos FRAUDA- Dos @ INEFICAZES que nos sfo exportados porém nao mais consumidos nos paises exportadores, por nao atenderem as exigéncias de qualidade. Nés estamos conyencidos de termos cumprido © nosso dever denunciando a0 Ministro da Saide e demais autoridades os nomes dos medicamentos, e res- pectivas empresas produtoras, eujo uso ndo recomen- dainos e cuja retirada imediata do comércio aqui suge- 30 jimos, a fim de melhor preservar a vida e a satide iio consumidor brasileiro, ‘\ propésito, convém dizer que ao entregarmos os “piiginais datilografados deste livro & nossa Editora, Ji havia decorrido mais de um ano sem que qualquer fnultinacional farmacéutica, com subsididria entre nés iwtalada, tivesse sido obrigada a retirar do comércio ‘lyum medicamento ineficaz ou ineorretamente dosado (com exceeao do winstrot), muitos dos quais, na feliz jonecituagao do Ministro da Satide, Paulo de Almeida Machado, so verdadeiras nomas, porém inexplicavel- Imonte ainda a venda no Brasil. a I Detalhes das Listas Impée-se desmistificar as multinacionais farma- cas quando apregoam a exceléncia habitual de roducao que resultaria da mais aperfeicoada. Jonologia. ‘Tal tecnologia nem sempre é a melhor e a glo com freqiiéncia € fraudada, Por outro lado levemos nos esquecer de que técnica e ciéncia \olldas @ interesses prioritarios e obrigatorios de Iijoros altos 2 qualquer prego perdem sua grandeza, ldnela @ significaco real. O mais elevado grau de ola ¢ de tecnologia de paises adiantados da Amé- do Norte e da Europa Ocidental nao significa que ‘as. mereadorias, e especialmente os miedicamen- jesultem sistematicamente da aplicagéo de correta jogia e liberdade cientifica, empresa farmacéutica mnorte-americana Pfizer vation tinha a patente de produgdo do antibié- caram, venderam e exportaram medieamentos a base de oxitetraciclina, Em janeiro de 1970 jornal médico brasileiro’ noticiava que pesquisas realizadas pelos bioquimicos de Pfizer, Brice e Hammer, provaram que as oxitetraciclinas de alguns produtores nio atin- giam o nivel minimo terapéutico de concentragio sanguinea considerado eficaz. De dezesseis lotes de oxi- tetraciclina dos treze fabricantes, experimentados em vinte voluntérios, sete produziram concentracao san- guinea inferior a seis décimos de microgramas por mililitro (0,6émeg/ml) © nenhuma outra oxitetraciclina aleangava Os niveis terapéuticos da de Pfizer. A em- presa Pfizer denuncia 0 fato A Food and Drug Admi- nistration, érgdo que controla nos eva a qualidade de alimentos e de medicamentos, a qual comprova a vera- cidade da dentincia de Pfizer, determinando entéo a retirada do coméreio da oxitetraciclina de sete em- presas, ‘Analisendo esse fato devemos imediatamente nos convencer de que negando a tecnologia adequada a empresas de seu pais, como o fez a Pfizer, de modo algum tais empresdrios estrangeiros nos transferiréo sua mais adiantada tecnologia pois isto implicard em nos tornarmos seus concorrentes, diminuindo-lhes os lueros, uma vez que deixaremos de ser seus obrigat6- rios consumidores. Note-se por outro lado que a tecno- logia quimico-farmacéutica empregada na produgéo de antibidticos nao esta de modo algum iguaimente adian- tada nos Estados Unidos, tanto que de treze fabricantes de oxitetraciclina mais de 50%, ou seja, sete labora- torios ndo conseguiram teenologia adequada para pro- duzir 0 antibiética com niveis terapéuticos minimos, Destacamos este fato porque infelizmente no Brasil ha médicos que nfo discutem a exceléncia de medicamen- tos desde que tragam a chancela made in USA. Regis- tre-se a falta total de escrapulos dos sete produtores norte-americanos de oxitetraciclina ineficaz, que nao hesitarem em yender nos Estados Unidos e em expor- tar seu antibidtico sem valor terapéutico, que conti- 1 Jornal da Associacio Médica Brasileira (3amB) de 18 de jax neiro de 1970. 34 HWutlam a vender nos eva néo fossem os prejuizos da Wilwor, que viu seus lucros cairem e agiu de forma oliminar concorrentes. Os sete laboratérios de tecno- jyijla insuficiente n&o hesitaram em obter Iueros ven- ‘tlendo vemédio mmricaz para seus concidadios norte- Wnericanos, Hludindo os préprios médicos norte-ameri- anos. Por que tergo eseriipulos para conosco e com 0 nossos médicos? Quantos norte-americanos e outros fpiivimidores ca sete Ieborstérios permaneceram doen- 4 mals tempo e quantos nos Estados Unidos, no ex- _lotlor e no Brasil morreram devido ao uso de anti- Wiotico sem qualquer valor terapéutico? FE qual foi Wi punigio que sofreram os laboratérios norte-america- Hii desonestos? Apenas tiveram o produto retirado do Whpreado, continuando com o rendoso negécio de venda (ly outros medicamentos. Niio divulgamos os nomes desses sete laboratérios Worlo-americanos porque nao consta na fonte onde Tomos 0 noticia, e por tal motivo é possivel que este- _ |iinos consumindo outros remédios suspeitos de tais “uinproeas desonestas, mas poderosas, Em nossas Listas NA varlos antibisticos nao-recomendados, Outro recurso para aumentar os Iucros desonesta- Monte © com sérios prejuizos para 0 consumidor con- jiste em omitir importantes contra-indicagées do uso i). medicamento e estender suas indicagoes de maneira ‘Iinpropria, Vamos exemplificar com outro antibidtico “= 0 cloranfenicol. Este antibidtico largamente vendido ‘Ho Brasil por varias empresas estrangeiras, mas pre- “yminantemente por Parke Davis, sob os nomes comer- _ plila de cuoromiceTtNa e CLOROSTREP sé tem como indi- ilo real as doencas do grupo tifico — tifo, para~ if? \ c » — e certas ricketissioses inexistentes em uo Pais, tais como o tifo exantematico, febre das fontanhas Rochosas, 0 Suzugamucho, a febre ma- ‘iloaa e outras. Mas a empresa norte-amerleana Parke Vij; vende sua Cloromicetina no Brasil anunciando i mesma eficaz e indicada em infecedes do ouvido, io, olhos, da pele, na pneumonia, na meningite, nas Wilgdalites e para todas as infeccdes produsidas por Wines Gram-positives ou negativos. Por qué? Porque () Brasil os maiores investimentos que se impéem em 35 obras de saneamento basico — tais como melhor abas- tecimento e tratamento da agua, melhores e maiot extensio das redes de esgoto, mulltiplicacio de insta. Jagées sanilarias, além da melhor educacdo do povo e @ possibilidade de imitar as Forgas Armadas vacl- nando anualmente 0 poyo contra 0 tifo — faréo com que brevemente desapareca tal doenca, isto é, 0 tifo, do mapa nosolégico do Brasil, E nesta ocasido, qué desejamos esteja préxima, Parke Davis e outros pro- dutores de cloranfenicol ‘perderao um_ mercado alta- mente consumidor, e para que isto ndo aconteca in- ventam que o cloranfenicol seria wtil no tratamento de diversas outras doengas, para as quais a Cloromice- tina nao € indicada pelos médicos nos Estados Unidos. Em entrevista a0 Wall Street Journal o dr. Richard Burack, professor da Universidade de Harvard, decla- rou considerar totalmente contra a ética estimular o consumo de produto farmacéutico, em outros paises, inaceitavel nos sua. Porém, um porta-voz da Parke Dayis disse que a empresa seguia as leis de cada pais em que aiua, e que se ndo ha lei que proteja o consu- mider a Parke Davis continuara a vender, como alias vem fazendo no Brasil, Na mesma fonte anterior 1é-se que em maio de 1972 os acionistas da Warner-Lambert, Proprictaria da Parke Davis, votaram contra a pro- posta que requeria que a companhia fornecesse 20s médicos dos paises estrangeiros a mesma informagio que era obrigada a fornecer aos médicos norte-ameri- anos 2 respeito dos perigos do uso de seu produto, E desta forma, com a desinformacéo proposital dos médicos de outros paises, além do Brasil, sobre os riscos do consumo de cloranfenicol, aumentarao os lueros de Parke Davis e outros produtores e subirao os dividendos da Warner-Lambert. Sobre a contra-indieagdo de uso de diversos medi- camentos constantes de nossas zisras, destacamos que foram denunciados em junho de 1976 & Cémara dos Deputados, pelo deputado federal Nina Ribeiro, como J proibides de consumo nos sua, os seguintes medi- camentos: Albamicina de Upjohn, Provera e Boehrin- {Opinio de 11 de dezembro de 1972. 36 i, Bnteromagma de Fontoura Wyeth, Clorostrep de l\ko Davis, Mogadon e Madribon da Roche, Sigma- iieinn, de Pfizer Corporation, Tetrex com Sulfa de WNitol, ‘Priperidol de Johnson-Johnson. * Pelo vasto faturamento obtido no Brasil devemos Hlojtacar também em nossas tistas os analgésicos nao- Jovomendéveis Ponstan, de Parke Davis, Conmel e Be- jinrol, da Winthrop, Novalgina, da Hoechst, e Dorflex, {ly Merrel. O consumidor brasileiro no deve adquirir Wiles remédios pois ha muitos outros eficientes que Hilo causam as desastres dos citados. lim nossas rastas desaconselhamos 0 uso de todos ()) medicamentos A base de Dipirona, além dos jé eita- Wioy, porque tais produtos tém indicacdo restrita, pro- (use sérios efeitos colaterais indesejdveis e exigem {linn constante e competente vigilancia médica. Cons- tit, tanto, uma temeridade usar as dipironas como Wnalpésicos, as quais ha muito tempo deveriam ter seu | feooltudrio controlado e jamais adquirides livremente _ (Hino sucede no Brasil. Soubemos que ilustre professor \ijiversitario de SA0 Paulo atribui as criticas norte- erieanas ap consumo de remédios contendo dipirona “4 concorréncia comercial com fabricantes e empresas di Alomanha Ocidental. Ora, na fase atual do capita- Mimo, quando as multingeionais da industria quimico- jivmincCutica norte-americanas e européias esto inti- jamiente conjugadas para nao se prejudicarem e do- ‘Jinarem sem contestacdo os mereados mundiais, nao A i) sentido imaginar lutas entre os “grandes”, numa Jlompetigdo hoje inexistente, Alids, se ainda predomi- Wijo esse tipo de luta de capitalismo concorrente, HUA com tecnologia € ciéncia semelhantes & alema, yovém com um poderio financeiro muito maior e prin- jilinente com uma experiéncia e eficiente tecnologia marketing muito seima da européia, produziriam piimeras dipironas suplantando fecilmente o capital jwiilio” e deslocando as dipironas européias dos mer- lo, munciais, principalmente do Terceiro Mundo. Jbve-se ainda que a ana nao recomenda o Conmel joworol que sao dipironas norte-emericanas. Fopnal do Brasil de 6 de jancize de 19 37 As razdes da inclusio de vérios antibidticos, de muites vitaminas sintetizadas, das pilulas anticoncep- cionais e de todas as chamadas muiitivitaminas, como produtos néo-recomendaveis por nés, constituirdo capi- tulos especiais deste livro. ‘Apreciaremos em seguida a argumentaciio da Ame- rican Medical Association sobre certos medicamentos que nao recomenda aos médicos dos ua. Aroruax (Schering) — Que diz 2 propaganda no Brasil? — “Atophan é 0 mais enérgico dissolvente e eli- minador do Acido wrico cuja retengio no organismo representa um grande perigo para a satide. ‘Também pode ser tomado periodicamente como preventivo para evitar 0 aparecimento da doenga”. Como precaucao & aconselhado ndo ser usado pelos portadores de per- turbacées gastrieas ¢ hepatieas. E que diz a ama? — “A droga ativa do atorHan é 0 Cinofeno. O uso do medicamento em questao é muito perigoso, porque pode provocar, potencialmente, hhepatite fatal. Sua dose tomum _— dose terapéntica — nao ¢ recomendada”. Mrrreron (Schering) — # colfrio indicado para trata- mento de manifestacdes alérgicas e inflamatérias dos olhos. Diz a bula no Brasil: “Com a aplicacdo de Metre- ton Colitio nao se verificam manifestagdes secunda- ris inconvenientes, como tumefaccéiv xeacional da mucosa, dilatacéo pupilar, nervosismo, palpitagées etc. Nos casos de uso prolongado convém fazer exames periédicos do ténus ocular e observar a aparéncia da Cornea, Metreton ¢ 2 associaglio de um moderno corti- costercide com um antthistaminico altamente eficaz e bem tolerado”. Mas assim nao pensa a ama quando declara: “® uma mistura irracional porque contém anti-histaminicos e adrenocorticosteroides juntos. Por jsso nao é recomendado ja que os anti-histaminicos sto usados em doses stendard, a intervalos regulares, en- quanto 0s corticosteroides’ so usados a principio em Altas doses, que se vio reduzindo aos pouecs. Assim a dose corticoide deveria ser individualizada para se atingir mais rapidamente os efeitos desejados com um minimo de efeitos indesejaveis". Mas, como vimos, entre nds a droga é aconselhada até como preventivo, isto 6, para quem nfo esté doente. 38 Kocanryz (Merrel) — Os médicos brasileiros sfio in- formados de que se trata de antidcido e antiespasmo- dico protetor das mucosas gastrintestinais, indicado na iileera péptica e duodenal e como proiilatico em pa- cientes com propensio wleera ¢ ainda para aliviar sintomas como hiperacidez gastrica, ressalvando-se como contra-indicagao 0 glaucoma e a insuficiéncia ronal. ‘Mas a ama informa: “& uma mistura irracional nao- recomendada porque a dose de cada agente deve ser individual e ainda porque seu antiécido — 0 hidréxido de sluminio — tem propriedades absorventes que podem interferir na absoreio do antiespasmédico”. Burzapenat (Sandoz) — Diz a bula: “Indicado nos espasmos do sistema gastrintestinal e das vias biliares, obstipacdo espasmédica, teeras gastrica ¢ duodenal, dismenorréia, tenesmo vesieal, enurese noturna, asma brénquica e na intercrise da angina do peito, sendo contra-Indicada nos portadores de glaucoma”. Porém diz a ama: “E uma mistura irracional. Esta combina- go de antiespasmédico — a beladona — com barbittt- rieo — fenobarbital — nao € recomendada”. ButwercaL (Sandoz) — Diz a bula que o produto res- tabelece e assegura o equilibrio perfeito do sistema neurovegetativo, sendo indicado para o tratamento dos estados de excitacéo nervosa, distonias neurovegetati- vas, sobrecarga psiquica, estafa fisiea, disttrbios neuro- vegetativos das doencas infeceiosas, toxieas e alérgicas, para as neuroses de anguistia, neuroses cardiotireoté- xicas, distibios gastrintestinais, dismenorréia da me- nopausa, sendo apenas conira-indicado em casos de hipersensibilidade aos alealdides da beladona e do espo- vZo de centeio”. Mas que diz a ana? — “ uma mis- tura itracional e assim como o Belladenal trata-se de combinagéo de antiespasmddico (beladona) e barbitt- rico (fenobarbital)”. Lmmrax (Roche) — © a combinaeéo da substénela ativa do uisaruad, também de Roche, com bromefo de clini- dium. A empresa indica no Brasil para tratamento de iileera géstrica ¢ duodenal, gastrite, hipermotilidade e hipersecrecéo gastrica, colite ulecrativa espastica, dismenorréia, fenesmo vesical, diarréias emocionais, enurese noturna e contra-indica em casos de glauco- 39 ma, hipertrofia da préstata e miastenia grave. A ama afirma: “E uma mistura irracional”. Poxstax (Parke Davis) — O produto é indieado no Brasil como antiinflamatorio, antipirético, para dores de cabeca, dismenorréias, resfriados, infeccoes respira torias comuns, dores museulares e articulares, no pré e posoperatorio, A ama declara: “Ficou comprovada uma incidéncie relativamente alta de distixrbios gastrin testinais e outras reacées mais sérias com o uso do medicamento, Portanto, ¢ uma droga nao-recomen- dada, Drogas menos téxieas devem ser usadas”. Conamina (Ciba-Geigy) — Para o produtor trata-se de analéptico cardiorespiratério indicado em casos de colapso, choque, asfixia do recém-nascido, bronquite croniea, intoxicacio por Aleool, morfina e barbitiirleos. Mas afirma a ama; “Nao tem qualquer valor tera- péutico e pode ser perigosa porque a margem entre as doses analépticas (para reanimar o corago) e as doses convulsivas sAo muito pequenas e qualquer erro de dosagem pode ser fatal”. Consez (Winthrop) — Indicado pelo produtor como antitérmico e anti-reuméatico. Diz 2 ama: “Pode causar discrasias sanguineas (alteracdes na composicio do sangue) e agranulocitoses (falta de glébulos brancos do sangue). Sua base 6 a dipirona, eujo uso rotmeiro como andlgésico geral, antigripal e antiartritico néo & recomendado. Pode produzir anemia hemolitica (des- fruiedo das hemécias), edemas, tremores e amirla (In- sufieiencia renal aguda com cessacdo de emissao de trina)”, Mas, no Brasil conmen, é vendido como remé Gio popular ‘sem receita médica, inclusive em enve- lopes com cuatro comprimidos e sem quelquer xeco- mendacio de cautela ou contra-indicagio. A empresa produtora de comer, 6 a mesma que vende entre nés D winston, responsdvel por fendmenos de masculini- zagio de meninas e erradamente recomendado para aumentar 0 apetite e favorecer o crescimento. O cONMEL é da mesma “familia” da Novarerva, da empresa ale §na Hoechst, produto talvez de maior faturamento em nosso Pais, e de vonruex da Merrel. ‘Alguns dos medicamentos ndo-recomendados pela ‘ama ainda nfo foram retirados do mercado nos Eva 40 mas certamente nfo sao mais vendidos pois os médicos norte-americanos no mais os receitam. A Abifarma pretence negar nossas srs pelo fato de muitas drogas continuarem A venda nos Eva, mas ndo diz que 03 médicos alertados nao mais os receitam. ‘Quando 2 Associacéo Médica do Estado do Rio de Janeiro divulgou suas Listas teve como objetivo justa- mente alertar os médicos e 0 povo, os primeiros para que néo receitassem certos medicamentos ¢ 0 povo para nao adquiti-los, ja que é facil entre nés comprar remé- dios sem receita médiea, 0 que nao sucede nos mua. Relatério de 1970 do National Institute of Health (um), isto &, do Instituto Nacional de Satide dos Esta- dos Unidos, estima em um mmuko & mzro o numero de individuos hospitalizados naquele pais, cada ano, em conseaiiéneia de reacdes desfavoraveis conseqiientes da absorgao de medicamentos. O relatério do nr indica que pelo menos 10% dos MiLHGes de hospitalizados Mos =v, todos os anos, tém seus prazos de hospitali- zacao dilatados como resultado do consumo de medica- mentos receitados no proprio hospital." Que sucederd no Brasil, a este respeito? Na mesma fonte por nds citada Ise que o National Research Council dos sua (Conselho Nacional de Pesquisas), no periodo de 1966 a 1969, analisou 4300 formulas e 2800 medicamentos, coneiuindo que 11% név liulam efeito algum, 479% foram consideradcs como de eficdcia provavel, 27% de cficdcla possivel e apenas 15% foram julgados eficazes. io ha mais qualquer davida que o interesse que move a quase totalidade dos industriais do ramo farma- céutico € o lucro a qualquer preco, sendo secundaria a eficécia. B se, nos Eva, apenas 15% dos medicamentos sao realmente eficazes, avalie-se 0 que suceder& entre nés. Mas vendendo ais classes sociais que podem enfrentar os precos altos, e em constante elevacdo, ¢ ao governo bra- Hileiro para distribuir aos pobres, a indistria farmacéu- tica que domina nosso mercado faturou em 1974 a quan- tia de CrS 6 BrLOzs, em 1975 cingtienta por cento mais, ou soja, Cr$ 9 r-ndes c em 1076 atingiu a marca do prirmeito BIL DE DOLARES. Ypres , Charles — Lee Trusts du Médicument — Seuil, 1075, 4

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