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umpontoum. Hist6rico das tradigdes linguisticas ‘antes de chegarmos & definigso de conceltos, ¢ tundamental aiscorrermos sobre o desgontar de ura ciancia como a linguistica, Ela sleangou eeu statue ome tal apenas no inicio do seculo. XX, mesma ja senda mativa de espaculactes, hipsteses e formulagdes e estando etelada a outras aress de conhecimenta No Ocidente, costume-se apontar 0 iniclo de tradicéo linguistica ne Grécia, ‘como especulages que deram origem aos estudos linguisticas. Pay iss: noseas reflex inciarao na Gracia Claeeica. male precisamente no oéculo V 3G. epoca em que encontramos 05 primeifos regisiras de especulagées Felacionadas 8 lingustica~que constitul apenas um dos varios campos em que ‘08 gregos foram pioneiros@. Talvez © ponto de partida para 2 produtiviade das discusses cobre linguagem entre os gregos tenn sido a pefcencao de que Everdade oue [pauea sanemoe scbre o2 contatos camersiss ou a comuninarde da cia # cla entre os gregas, mas algumas Informacdes permitem perceper que nevis Detcepcdo dss aileencas = certs preocupacio =m conliece’ @ origem do \ocabulria da propria lingua. Isso € veriicével quando encontramos na obrs Cratio (475 a.) de Plato, a elaboracéo da possibildade de as peiaras gregas trem origem allergens, De outro lado, encontramae também oregietro muito forte de borbaroi (bérbaros), palavra com que os gregos denominavam os falentes de outreslinguas, o que sendoinaicao interesse por essas linguss, 20 menos demonstraa petcepese ber marcada da dierenga exisente, Neste momenta, pederiamosinsicarvériae especulagdas, cama: Sars que ‘todas 0s aregos se entendlam? Todos os aaletos eram escrtasefelados? Sera que a fied @a Oasseiajaexistiam? E verdad que a simples mengio a essas duas obras tdo marcantesrenderia ruitas elaboragSes e reflexes, No entante, nao farernas isso neste mamento porque estamos tratando da marca que ests obras representam nes Aiscussses relacionadas inqusce™. Eases dois poemes foram tansmitigas entre os aregos pele culture orl por meio de recitapdes (as quois demonstravam erudigao), E importente Eslientar, no antanto, ue ainda no FE milénia a. havia um registra escrito do ‘rege tice (steniense) cliseloa e de outa: disletos, & idemficagao © decracta do qua rapresentau ate alfaneto @ ume cise conqulstas isle Importantes @ respelto dos conhecimentos lingusticos de Grecia Antige. Depois disso, quando os gregos adotsram a slateme de escitafenci,ricau por conte do lator acrescentar as vogas, ja que 0 registro era basicamente Naquale apace, ae dlecusebas soore @ inguagem estavamn vinculadse aoe estutos @ reflexdes da flosotia, campo mulfo abrangente seb 0 qual ficava ode qualquer aiscussse, ‘Ae discussbes sabre linguagem foram to produtvas entre oe gregos que ino € Inoomum encontrar defines que. embora co assem posterormente Sieangadas.|a eram prenunciadas por eles. Um exempo disso € 9 dstingso feita sproximacamente em 300 aC. entre forma e conteido de linguagen. termes hoje nomesdas como signticante e significado. mas que 6 foram detainados nos estudos linguisticos realizados no seculo ¥X pelo lingusta Ferdinand de Saussure (1857-1513, conforme explceremos oportunemente utro exemplo ests na cicotomis analogia * anomaia, que opos Aristoteles (G84 30-322 a.)e os estoicos a respeito dos desdobramentos mortolteos das palavias, Enfim, varias s80 es possbiidades de referencia, ainda entre os (2025, de termos e conceites que viriam a ser descobertes © detalhades seculos depois por linguists europeur, (EeistemitizsdaGelingUaGTEGEl "2:0 que Dionsio escreveu sobre gramstica? ‘Com base em abservagses.ele denis grometiea como o conhecimento prtica 440 uso da linguagem felto por poetas © prosadores. Tats-se de sigo que, posteriormente fo! tomado por outros gramations coma ponto de partda par butros estudos. No século Il a. howe 8 smpiiagao das trontelras em que se daver 0s lestudes de linguagem com a dominagao de terterie grego por Roma, 2 qua Feconhecia, sem hestar, 2 supericridade das merifestagées intelectusis © artisieas des gregos, Nao ¢ ce se estranhar, eniéo, gue es primelras fperienciae acerca da relexso linguistics entre os romans tenham sido a pura apicagdo do pensamanto grege aolatim. 0s compéndios de historografalingulstca costumam dataro nicl dos estudos desse ramo em Roma com uma histérla bem pecullar 0 fllsofo © ‘gramatico Grego Crates de Malos terla Ido @ Fora, no século Il a.C, em uma Viagem de Interesse poltico, Nesse percurse, quebrou a pera e ficau facamado, sem poder retomar para a Grécla, Conta-ce que nesce period ele fsprovetou pars pslestrar aoe intersssadce 9 que aabla sabre o> estudee gramaticalse literarios desenvalvides em sua terra natal, Obviamente, ease & panes de um marco matafrioa pars o ngressa doe eetucoalinguisiecs entre 0 latinos, ja que nesse tempo havla grande contato entre o: pensedores greges 2a cuture roman, E trutodesse extenso contatoo primelto referenctal entre os latinos para os| estudos da inguagem: 0 De ing latina. do romana Marco Terénelo Varro (115 80-27 a.) composto por 26 volumes que tratam especialmente da controversisanaloga = enomalia ne ingus latina (trataremos detslnedamente {isco adionte. E posavel observer desde Varrdo até oe gramstions dos sécvlos ‘Ve Via preccupapio em desereverprincipsimente as classes de paves Em te1mos histricos, poderiamos nos prender & descriego passo @ passo de coma se de 8 decadencia do Impéria Romano © a transig80 para a dade Méaia: ne entante, vamos nos manter mals atrelados ao que surge coma Sequéncia do pensamento lnguistco, fazendo as devidas referencias Fistorieas. quando necessérlo, par stuar os fats. Na Idade Média, com o surgimento de algumas descricdes etimologieas, ‘como a de Santo isidoro de Sevilha (560-636) os estutos gramaticas fcarem estreltamente relacionados # prescrig8o de regres. Apenas na Baixa l6ade Media (a partir de 1100) surgiram abordagen um pouco mais dicsociadas de obras de carster exclusivamente pedagogica, Indleando © que seria o tlorescimento dessas obras no perlodo sudsequente: 0 Renascimento. £ pertir desse epoca que surgem trabelhos marcantes sobre as. linguas Feolatinas, come © De vulgar! eloquentio, de Dante Alighieri (1205-1821) 03 fqusis trourersm @ force necessar'a pars o estabelecimento ce Iclomas f2utonomes partir do que poderia ser considerado apenas. um “latim corrampide’ a no século XVIL foi eriade entve 2s chamadas gromdticas gers, muta ccomuns na epoca, a Grometica de Port-Royal 1680), sobre a qual se assentaram estudos logico-linguiticas que carscterizavam as buscas reflerves sobre linguagem no periado, Havia a ums tentative de, com base em exempios ‘re905 ats, hebraicos e de inguas europeias madernas, estabelecer uma ‘ramatice geralslao que pode ser essaciado ao que veremas fuir com mais Coneretude quando tratarmos de metodo comparetvo, Entratante, coments na afoul XM howe = prosutvidace 0 cestabelecimento do parentesco entre inguas pelo metade comparativo, que ‘embacou os estudos lingusticos contemporaneos e2 concepeao dalinguistica Come clenciaaurdnama, jana século XX, pds essa breve incurséo histerica, podamos dar inicio as reflexes a reapette da iquagem dos metivos pelos quale extudames e como estudamos, aslinguss, Pars localizar com mals precis80 0 percurso historico dos estudos Inguistieas © de algumas de suss reteréncies no Ocidente até » chegada do secula XX, acompanhe a linha do tempo a seguir, na Figura.) FiGURA L.1 — Lista Do Tero pos Esrupos LrvatisTIcos xmanaie Apresentaremos 0 desdobramento dos estudas linguistions (4 inclo do seculo XX ste etuaidede) no desenvolar dos cepts. umpontodois Os conceitos de linguagem e lingua ‘A curiosidade ou 2 inguctagse sobre novos tems © estudos pode ser reveleda fem perguntas singelss,sfinal se quando vars inclar os estudes em alguma Aiscipina ou cianeia na escola fazemas perguntas comoD que isso”, "Para aque serve?, "Quando vu utiliza, essa feagdo nao deve ser diferente quando {Somos confrontados por novos estudos em noses formagio unversitaria, Mas, afinal, por que estames afirmando fseo? Porque, ao comegar cous estudec em linguistics, voce fara erse tipo de questionamento, que pode ser fexempliicado por "0 que se estuda em linguistica?. & partir do momento em ‘que essa pergunta parecer mais ou menses respondida, voc® podera gerar futras que a principio, podem parecer meramente especulativas, mas 580, na verdade, deadabramentos de uma discussie specifica. Um exemplo dias & “Oquee inguagem? Es alum pergunta magica: 20 se perguntar 0 que ¢ inguagem, voc pode Incursionar pelas mals varladas abardagens e explicacSes sobre lnguager, Inqua e fala, lem dso, pode desvendar stuagees de uso ctidiana de nas=9 Idloma que antes pareciam apenas Informagdes cristalzadas, Convidames voct para, deste porto em dlante, fazer perguntas sobre lnguagem# eneantrar os menarescaminhos para respanaé- le, Edward Sapir (1884-1959) defini linguagem coma um ‘métode puramente humana e ni Inetintva de 22 comunicarem idelas, emocces © derelas por malo de simbolos voluntariamente produsides” (Sapir, 1828, p, 8, cltedo por {Lyons 1987. . 3). ‘A medida que voo#I¢ 2550 defini, ¢ importante que v8 fermulande suas propriashipotecse e quettionamentor, Afinal de contas,o que © ator dozeia Fecobrir com palavras como idlas, emocdes e desejos? Se voce chegou & Conclusto de que s8a termos multo abrangentes, seu racocinio esta corto; 2 voce Imaginou ourras agdes de Inguagem que nao estao contidas nas efinigdes de dela, emagdes edesejos, voc’ também acertou. E bom também observar que, em relagio a0 sistema de simboloe voluntariamente produsides, temos uma gama de possibildades que no Utitzam necessariamente a fala pars se realzar, Observe, por example, & funcionalidade dos encticons, ue s40representacdes ce expressoes facies. importante! Em uma definic2o mals ebrangente. podemas dizer que elinguagem se trata 4s capacidede que os seres humanas tem de ve oomunicar por intermédto Ge ola oo esorita ou de gestos, Em 1942, Bernard Bloch (1308-1965) © George Leonard Trager (1306-1832) apresentaram uma defnigao de ingua, a qual fi descrita como ‘um cistema de Smboioe vocals abitraios por meio doz quaia um grupo social coopers (Bloch; Trager, 1942, p, 5, cltados por Lyons, 1987, p, 3) Ao observarmnas essa ‘efiniedo, loge percebemos que ela esta votada enfaticamente a lingua fled, ‘que € tated como “sisteme de simbolos vocals. Essa especitioacao automatioamente excl as reslizagbes da lingua esertee da lingua de sinls. 0 que enfraquece a concepgéo dengue epresentads, Um pouco mals tarde, ja ra secunda metade do século XX, Robert A, Hall (091-1207) presisamante am 1968, definisingua como “a inctiuledo pela qual (98 humans se comunicam e interagem uns com os outros por meio de ‘imboloe ar travis ora'e-sualtivas hebtuslmente ulizados (Hal 1988, p. 15. tad por Lyons 1987 p. 0 que temas nesta ultima definicao de mals especiallzado em relagao a anteri? Vooe logo dave ter percebiaa uso da nacio de interacdo, mls brengente do que s cooperscao empregsde na definicao de Bloch Trager Ainda assim, percebs ques combinacdo orsl-aultva continua tratando apenas 3 reaizecs0 Talads da lingua, Rewomsndo @ detini¢go de Sapir sobre linguagem, podemes perceber que ha aaui,navamente, adelade trata lingua com instituigse humana, ou sea, como parte de uma sociedade, Entretanto, a lila mals expressive presente noses defnic#e # a naqaa = habituaimente unizade, combinacae que ganhou foros pelas Influenclas dos astudas de teories de estimulo © resposte, principaimente dos beheviorstes norte- fameriesnos, que utlzerem ndbto para caracterzer respostas previsivels a partir de determinacos estimulos, Importante! ‘Alingua pode cer definida como. sistema pelo qual um conjunto de falartes 2 comuniea, Os membros que compsrilham uma mesmalingua conhecem ‘as caracteristicas desse sistema, desde 2s rearas até o que se pode chamer de vonsgressdes em diferentes stvagbes de comunicage. Em 1064, Robert H, Robins (1671-2000), em lugar de apresentar uma nove definigdo, fez uma ressala sobre as J6 evidencladas, tratando-as como restrtigs em relacio 0 objeto stucco por néo aoresentarem ums teora 272 da lingue. da inguagem © da analise nguistcs. Tevez 2 contigo maisimportante da anslise proposta por ele este no fato de ee afirmar que as lnguas so dotadas de adaptabildadee lexbilidade, Iss pode ser constatado| na sfirmacao de que “as linguas possuem infinita capacidade de extensso © tdficscaa, canforme variam ae nesestidades © condiodes de seus falantes" (Robins, 1964p. 14, cltado por Lyons. 1967.p. 51 Embora seje anterior @ Robins, ultima detinigso ou enatise que rmencionaremos aqui @ 3 de Noam Chomeky (1928-), apresentada om 157, (Optamos por colocé-ia nesta ordem por se tratar de uma possiblidade que c concepcdes de lingua e inguagem para a nogao de sentenca, ls considera # lingudgem) como um conjunto [trite ou infinito) de senteneas ‘cada me fnita em eamprimentae construide a partir de um conjunt finite de elementos’ (Chomsky, 1967, p 1, citado por Lyons, 1887p, 5), Para Chomsky, fdas as linguas naturals $30, por defnigao, inguagens, pos apresentam um conlunta finite da sone # de letras ar seu afsbeta (quads dlspdem se ums mesmo apresentanda um numero infinto de sentengas. elas tem um numero finite de sone para serem representadas. A essa altura, € importante retomarmas uma das perguntas inci de nossa dstuss80((O que é nquagem?)e acrescentar outa, que talver vooéJ& “ena feito 30 ler a definio8o de Chomshy: "0 que # ums ingus natural” Pars simpllficar a3 detinigdes possivels de ingua natural, podemos earectei2é-e came algo desenvolvido pelo ser humano naturaimente, Questionamentos 8 recpeite da ingua de snais eer ou nao natural podem aparecer nesee porto, 20 ‘que deveros responder que sim, a lingua de snals e uma realizapao da lingua ‘atural porque tem a2 menmae carsctenstices desta (por exemplo,aramstion = inte) =¢ desenvohiids com o objetivo de estabelecer comunicarso, E preciso ampliarmos a diecusséo para algumas outras nogSes, como a de ‘comportamentalingustico, Uma das ages que identificam © comportamento| linguistico ¢a escotha de ums ou outa lingua, Iss ocorre a partir do momento fem que um grupo de falantes excalhe ~ ou alguem escolhe por eles ~ qual era eu idioma de comunicagao, Talvez, neste momento, yoot js tenhe pensado at feito comparactes entee 8 comunioagso humana e sigumas situagdee que vooe pode considerer como comunicacso entre animsis, E muito comum que os compendios de linguistca tragam o registra acerce do estudo do sisteme de comunicacao fntre as abelhas, E qual @ 0 motivo de esse sistema nao ser considerado linguagem? As descrigdes minuciosas dos sinals reallzados peas abethae para Inciear e alecto © 5 slotancia oa acter mcttram que se trata d= ums comunieacgo que so atende a essa finaidede, o que nao ceracteriza uma Fealizacae de Inguagem propviamente dite, importante! Podemos defnire fala come um ato individual de utilzagao da lingua. €@ ‘maniestaoBo do lingus, na oralisade, de ao0rdo com a eltuapso, 0 context, ‘personalidad, o ambiente sociocultural entre outros aspectos que Ceterminam o que seré empregado na dscurse doindviduo, Poscivelmente, ao longo de seus estudos sobre lingua einguagem, voce ra receber 2 Informacio de que & ingua falads @ mals basica do que a lingua sorta, Entao, para que voce Ja sala exatamente o que Isso quer dizer, vamos detaar a seguir. umpontotrés Sotaque, dialeto e idioleto Embora a lingua falada pareca mais “simples” (quando comparada @ escrita) [esa nie € verdade [a que ala noe uma organizagae homogénea, Pense, por ‘exemple, sobre come nascem a2 gilas e as expressdes Idlomaticas, Ao percedarros que elas suger ne ingus ora. um pouto de ratiexso nos leva = Idenificare fala como o mela em que a lingua se transforma antes que sso ‘corranaeserita, Alem isso. 9 cancentiaeso de estudos relacionados ® lingua ‘eserita,pratcamente ate o secula XIx, levou @algumas confusdes, coma @ de festender normas do padraoliterario para ac normas de correcao da propria lingua Dutra constatacdo ave pesa ne balancs& favor da necessidade dos estudos {elacionados & fala ooor'# com base na pe/cep80 de que, eM BOK@ & meoN8 {as linguas contemporsness possa ser tanto falada quanto escrite, nBo hé reoisros de sociedades numsnias que tennam funcionado sem a comunicagae pela fala - ermbora ocorrao contraro, Podemes exerplificaricco coma taxa de Banalfabetisma brasileira no inicio do seculo XX, que era de 65% (inep, 2003), [ara mostrar que-o nao conhecimente da exerita no impedia a comunicagaa pelafale, Por outro lado. ocupar-se de compreender € registrar as steraodes da lingua telsds € uma soo muito importente pare entender @ tluidez © as transformacées pelos qusis os idiomas pasta, Um exemplo dessa necessidade © o entendimento dos processos que levaram 0 latim 9 se transformar nas linquas neclstinas, como a portugués. Caso nao howvess= registro do charade latim vulgar (fortemente baseado na manelra como s2 ti 5 {lave oisloms),navaria us lacune se sf preanenimanta na daseriaa de [come 3 forms Ge ums palavrs cobreviveu ou mesmo spareceu em lugar 0 ‘utr, aclamada e empregadana lingua escrte, nds hoje, no incomurs lermos abordagens que tratam lingua como se la force um sistema completamente homegenea, O que isco quer dizer © por (que néo @ verdade? A pressuposiczn de que as inguas so empregadas da ‘reama forms por seus falantes ¢ uma grande lusdo que contamina possvels Pesquisas 2 abordagens sobre qualquer lingua, Dizer que determinada ‘comunigade nguistica emprega@ lingua de manelra nomogenes esconsiderar as variagdes e transformactes realizsdas indlvidualmente, ou ‘mesmo em diferentes etgpas por subgrupos dentro dessa comunidede, ‘A constatagao de que as linguas S80, por sua esséncia, heterogéness, € umn 1passo importante para recanhecer que ha sotaques e dlaletos diferentes em uma mesma comunidade de falantes, Mas qual @ a definicdo e quale s80 03 ‘xemplos de soraque edlaleto? Quer aprendeu ou esté aprendendo uma lingus estrangelracertamente ja recebeu a informscgo de que seu sotsque ests muito pesado em relscdo 8 uma ‘pronuneia ou outrs, ov mesmo ja euviy que cua pronunia est com “sotaque de ati". Geralmente estar com sotaque de native’ representa um alogio, aque lum dos objetivos de quem aprende um nova idioma é se comuricar com falances nativos daquela ingus cem percsicos, Mas naive de onde? Pode ser 0 nativa de determinado pas, como os Estados Unidos, ou de determined regio (04 estado, como 0 Texas. Assim, noteremos dlferencas no soteque de um Cidado estedunidense em relar3o @ um cansdense, mss também entre Cidados de um mesimo pas, como no aso de um nova-iorquino e um texan, Juntamente = exes cliferengas de pronuncia ha outras caracteriticas que parilelarizam a forma defalar de determinado grupo, algo que dfirimes como ete, Eeoas slterancas podem ser culturale, come ne case da recites Sule NNordeste do Brasl.etaries. socials to. Assim, @ importante salentar que esse “Sotaque native" engloba 0s dois conceites supracitados, po's geralmente se escolhe, pare © ensino de uma lingua, 0 diateto © o sotaque de maior prestigie, ue alcancaram o stotus Ge lingua ou norma-padrao para o idioma, Par exemplo, encontrames na eleva bresisirauma precaminancis douse da nerms-pacraa ds ingus portuouess © do soraque carioca Preciosmos ter muito euidade tembém com @ idea de que os dsetos de ‘cada regio sejam claramente demeroados, Isto pode nfo dcorter, pals cada falante carregs consigo seus proprios tacos de pronuncia e escons ae vocabularic, Eseareaizagao individual da lingua oe chama iilato e pode cer ‘terada em razao de diversos fatores ao longo de toda aexistencia da falante Isso pode acontecer, par exemple, deuid ao fata de um falante aprender uma lingua estangelra ou #2 mucar ce uma ealanpars cut, Um das agpectos que const 0 ldoleto de alguém é 0 estilo, pols ae escola fonétieas, morflosicas, sintétcas e de vocabulitio, em geral, esto relacionadas ao processo de utilzacBo Indvldusl de lngus, Por exerplo, se um Inaividuo tem 0 hbito o# empregarpalavras de outro oloms pars se reterir = determinadas situseses.i9so pode ser detinido como um esto: 3 um falante ‘originaro ge determinags regizo 98 muds pare autre e emprega em sua fae aepectosregionais das duas egies cco tambem compse o seus ‘Agora que Jd explcamos porque a fale no ¢ ums unidede homogénea, mas im um conjunto diversiticado de possiildades, » seguir aprofundaremos, nosso estudo sobre a lingustcs arespeito de suas princjpsis vertentes, umpontoquatro A ciéncia linguisticae suas dicotomias oot ja pensou sobre o motivo de termos de expiosr que # linguistics € ums citncia? Lembre-se de que no ha necessidade de conferro stotus de cidncia 8 fisica, & quimica ou a Biologia, por exemple, justamente porque © term Science, em ingles, define e sintetiza ciencias naturais @ seus melos 2 Inyestisaoie, Entas, preciso reconhecer que. ao insitir que s Inguietca sim um cinco inqustes esto se preccupanco em aiferenciara pesqulss de carster cientiion e-8 aplioagdo de métodos dea simples e racas efimagbes 4 senso comum ou especulacdes em relacéo 8 linquagem, Ao enfatzar iso, (0: estudiocos nos mostram que a primeira caracteristica que justfic o statue de cléncia Inconteste & Ingustca @ o fato de ela ser emplrca ao Inves de Invutiva ola eet calcada na abjeiidede © apracents veoabulric tecnico propria para defini seus cancels, © feto de haver muitas diferengas entre as realzagGes de um mesma elemento nao impede que se passa transfermar um estudo em ciéncia, E Justamente por ess protusdo de possbldades que se percebe a necessidade 4e pesquiser e organizer descobertas sabre um determinado objeto. Nesse 12260, 0 objeto @ que nos rterimas.é tanto lingua quanto linguagem e $80 08, estudos realzados a partir desses dois abjetos que wrezem 8 luz @ ciencis lingustica, ‘Ao longo de seus estudas, vacé encontraré diferentes ramiflcacdes dessa citnoie, Neste momento, vamos nos aoupar em aiferenciaringustea geral de lingustics descrtiva, Para exemplificsr, podemos tomar como referéncia ravamente 3 pergunta: 0 que e inguagem?. Nesse exemplo, 2 linguistica geral se ocuparia com 2 formulacdo de possives respastes @ essa perqunta,enquanto elinguisticn descritiva buscar omprovar ourefutarhipbteses respeto dessas espostas, Assim, consderande que alinguistica geral pudesse gerar uma hipotese de que redas as nguss do mundo spresentam sans nacals, basta que a ngulstica escritva encontr® ume ingus que nao apresente esse carscteristics cere esconstruir e958 hipotese. Contude, mesmo para fazer isso, 2 linguistics ‘escritiva se valea de conoeits trezidas aa lingustice Gera, Entbo, quals so 6 finalidades e os obletivos pelos quals se busca escrever uma lingua? A linguistice descrte no busca meramente comprover ou desconstrur conceltos da linguistion gersl ou fomecer tne dados: seu princlpal objetivo e eserever grematioas e diclonéios que sejam referencia para ousodessalngua, A partir da separaodo entre Enguistcs gerale descrtva, podemos buscar utias relacdes entie pares. ov seja, outrss dicotomias ~ termo mute fempregedo em estudos linguistins para sintetizr conceltos em pares ‘opestos, Uma dessasdicotomias vem de relagaa entre dacroniae sineraia | concepa diacrOnica, também canhcida coma linguistics hiatriea, == Ccupa dos estues de determinada lingua so longe da Nstéra(ou sel, atraves o tempo Fol a principal tarefa desenvoWvida a0 longo do século XIX. quand (08 eetudos linguists trabsinaram azduamente na formulagdo de hipdteses Ccapazes de responder as perguntas sobre as Lansformacdes sofrldas pelas linguas ap longo do tempo, A sincronia, por sua vez.¢ a descriggo que se ocupa das caracteristicas da lingua em determinado periodo, ser considerar 35 transformacdes ocorrldas ao longodo tempo, uta diootomia, bo menos importante, etd nas dlferenges entre inqusticn eavio elingustica aplcads. & nguistia tebrien tem por abjetiva cstudar e descrever a inguas, fim de gera hipeteses e teorias sem que haia prescupagde com apicagées praticas de seus conceltos ao ensino de lnguas, por exerplo, J a lingustica aplicada, coma o propria nome sugere, esta Inimamente relacionsds & aplicacao dz conceltos ingustcos ao ensino de linguas. Preste atenote! £ mportante considerar que a meria coe taricos linqusger, quando uss e expressso lnqustica tecrica.geralmente est ‘2¢ refetindo a ingustia geral por extensto. ‘Agora, vamos explorer melhor essanocao com base na lcotomie descricto + presorigao, que coioea & lingua como objeto do ato de descrever ou de preserever algo a seu respeite. Vamos explrar esses concatos, Possivelmente, a0 pensar em preserigéo, uma das ideias que Ihe ver & ccabeca cela ade preacricdes médias, 9 que ndo dela de ser uma excelente ‘naloale, Quando © medico faz uma prescrcta, ele da ordens ou orlentactes ‘que tema fungao de, entre outras fazer com que o pacientenéo realize ages cerradas cu que ificultem a possibiidade de melhorar sua sade, E quando se “ala 2m presericfo linguation? Tate-re co mzeme tipa oe Insiesoae. rege # orientacoes que definem o certo e 0 errado em relacao a0 compartamento Tinguistco do falar. por que acca concepeio tem ns deccrigde uma dicotomia? Porque = ddescrigao nao se preocupa tm mostrar e conduit a falante a que @ certo ot ferrado, mas em descreverpropriamente os fetos de ume lingua, Fleou dificil? De maneira geval. a presorigdo aie “aga leso e no equi lenquanto @ descriego mostra como e em que eitounstancias es alates ests0 “fazendo espe nao aqui’. esse ponta,talvaz vae# manifeste uma reflexdo que tende a concardar com a descrig20 pols pode cons derar mais interessante perceneao de come «© par que 2s mudenges scontecem em lugar de ignorar ou tentar eufocar as ttensformacoes, Entretanto, nSo podemos nos esquecer de que 8 aramatice rormativa, que eetd na babe do enzino de inguar te Hoje, ¢ uma realzapa0 presortva, ou sea, que estabelece o certo e cerrado em relagio aos uso: da lingua eseria, Entenda,nesse momento. que no estamos fazendo qualquer jizo de valor sobre a grematiea normativa, mas eonsidere que embasar 0 ensino de ume lingua apenas nas ferramentas de corregdo oferecides por ala © uma pratice ‘que no permite ao falanterefletir com mais coerene'a e amplitude sobre = lingua Isso também née sigifies que @ descri¢ao intaure o caos Iingustica, como multos podem temer, Mas em que medida sso acontece? Convido vace @ voltsimos um pouco no tempo para perceber que apreocupacko eM prescrever ‘corregao lingustia nao é nave 0s romanos felavam latin, mas_as linguss neolstinas, como vimos anteriormente, no derivem do ati classic, mas stm do lati vulga (ou sea, do latim do dia a dia, falado pelo pov, no do escrito pelos senadres Fomanos|, Esse latim, assim coma qualquer outta lingua aprendida © Feprodusida “de cuvido’ fol apresencando e incorporando transformactes na Proninela de suas palavras, encre outras caracteristicas, Com base nessa peroepeso, surglu um documento chamado Appendix probi, que significa Fteralmente listo de corr96o, Trate-ce de uma presoriggo em relaeg0 20s sos de lingua, composts por 227 pares de pslavras, em que 3s formas graticas consideracas ‘coretas'[iterrias) s80 grafadas ao lado da forma usada & epoca, 0s exemplos escelhidos pare lustrar essa sequéncla so, de um lado, palevies que se transiormaram e chegaram att nossos dias, em portuguss de futeo. palawras muito recarrentes na transigao entre latin elsssica e latin \valos, Todos os pares estso seperados pels expresséo non, que equivale 3 © nao, Observe ‘Uma da reflexées que precisamos fazer com bave nisso @ que ninguem corrge o que nao esta sendo produzido cu empregada de manera diferente CConsudo, de ls para ca, a fabricacao deIistas de certo eerrado passaram a ter Imenca protusdo, prncipsimente para o ensino delinguas, Mas ce onde virn 35 palavras de um idioma? Tevez essa eje ume des perguntas que voce possa se fazer a0 ver ums lists de correcdes como o Appendix prob. Pole bem 288 & uma dae acunacdes aa linguisticn histories, que trabelnou com a coleta oe + Mtg in-Esd atoms dsitens ec es pracsse de omar ge pa ‘Sane —fstuaedcrgazagio ds lavas numa asze cas resent omeess, Semen -Estudo sion ds pats eens cas seteoat cos crates Pragmatic -Esuio espincpbscecorperanenefertee oie raprocessde comes Ana do dacrso-estncoeinetniacon bse en indlosqu permite deqreeneralecleupreene nose E portlets qs Gacus pret ‘strane Tam cone consuls ecru unaterispless sos ‘isos ngntinse erases uaconcepeue exe caasaem Sef atngancoms “mgstenatostacem estas halngusicn blero’ Sasure roenvoreegs pulade an Saws B08 201 ert Tern dees po Noam Cosy ue sconces enocies de ‘Sumpetncce ceverpero eat acgunaoeguleTaume see copeangea um ‘ermine detenengarept deers Fema func inaeme Por alsa oazpecta rms gu, ataoriageaia de Chameta vite eas fool, J fuse lome sors crecto ene as ets (atta seseuaroes de comancaaasmgan ef ceed. Sintese este apt sresentzmos stoic eatin dest os rime espe {ross anton seo voto imqtonl eames come slensaausrore gaits orange eu a i ans aes pe fSmostcapelade que osrshamanostimpwase expat eo oaunds como un coat de fence pnssaoesceesto pr aetemndo pee ue periteess cemunnae = Be ‘aera igus emtocar arsine maelcnma ss cesta por ma capactnan dave 3 ‘Gractratcas a cao enptee(eaouesrt)pucen compat teens Parse taamos fs conetor oe setae nenvice caatertcn de seterinodo gue de foots) ava (Sofi de esata ngoseens= Zope vetslses«potunol-snuene ate pr nret Stesigustin ge determinats a, como tu) oo pedresecohac, concent Inconslereere. por um aie nngue ben como rorunaevocebae) Fara. ataros Ge seas ctemiasteseres ne rqustca come o oretos de sso dae Santas nein ea, aa tga el eta {eto das rgas ev grade a ngstn Sacra eve se oma ts conprovean 0 eats fia deipteses co tngas gral Indicagdes culturais 0 fine rota do mts etre von mast» ssnenta do ngngen exe ees ‘manos qo sre podem en ecsanss hates edeerrooks ORWELL 6.104, Sb Fave Conparingas Lee. 2008, ese ramonce. Seer Del apeseno un ston sce dm po un Estas tesieae Seven porn Ir inlunds 8 Sober Messe conten aigew a tongue © ot finite spose none valde canengeranea uot pr venga toon co Rtenema str stories bea saa mato pono gaa epls san, dvr conan a peina’ Gees naepeshee mee dai Tenge cespeta Deen Pen Marsal EU: Cound Tt 180.21, tne wots a snontos pr ua a race oo aie go ser eee roe Ses a ngagen See aadosa’ eu cere qu pede art cos erect (esicementesamesielonoprae, Eos rfetes eon hee te emecrah TESTE Seu CONHEOINENTOSOigerelen

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