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Victor Nunes Leal Coronelisimo, Enxada ‘Volo © MUNICIPIO E O REGIME REPRESENTATIVO NO BRASIL 1949 CcaPrruto PRInGEtRO INDICACOES SOBRE A ESTRUTURA FO PROCESSO DO “CORONELISMO? + 1— Paavrasinteogutria. 11 — 8 propradade da tora irks a poptaade Rites rar Ags spec Pe Setpmige tances ou soled oral, W— ‘Draseaas iden, Methoramentge leas V2 Pavores SE MEMES, {2 oetprenie as fore tata Gorernisme eletorado do interior Vik asionorin Serica s ovcrginnoe Fe Poems co 1 0 fendmeno de imediata observacio para quem procure ccontecer a vida politica do interior do Brasil é 0 malsinado sCoronelismo". Nao é ui fendmeno simples, pois envolve Um Complexo de caracteristicas da. politica municipal, que nos ‘eeforgaremos por eximinar neste trabalho, ‘Dadss es peculiaridades locals do “coronelist” ¢ as ‘suns vatiagdes no tempo, o presente estudo 36 poderia ser {feito de mineira plenamente satisfatdria, se baseade em ml- hnucloses andlises regionals, que nfo estava ao nosso alcance Tans nr ¢ ama en Bid Sot saber a org do voedbulg "coropeligg™ ee eo ore dee do indo de ca do Atlntco, deve oe te eu cee Siar nace ans mene sa SSS Sevcleas wipate maps ene ;irauasiraccp rises Soe Stat eer cer macnn Soo Shree. aoa eam eae Be eee ours te “coronet” Noo ss do stoulo XVIi, aconteceu, al com = realizar, Entretanto, @ documentagio mais scessivel @ re ‘Terente a regides diversas reveln tanta semelhanga n0s 25. [pectos etsenciais quo podemos antecipar um exame de con Junto com os elementos cisponivels Como sndleagio introdutéria, devemos notar, desde 10g0, ‘que conesvemos-0 “coronelismo” como resultado da super osigao de formas desenvolvidas do regime representativo a {ma estrutura econdmica e social imadequada, Nao é, pols, ‘mera sobrevivéneia do poder privado, cuje hipertrfia consti fia fendmeno tipico de nossa histrla colonial, ® antes uma forme. pecullar de manifestagio do poder privado, ou sela, luma adaptagao em virtude da qual os residuos do nosso an tigo e exorbitante poder privado tém conseguldo corxistir com tun regime politic de extensa aso representativa. "Por isso tmesmo, o “coronelismo” é sobretudo um com- ‘promiso, uma troea de proveltos entre o poder public, pro- {receivamente fortalecido, ea decadenteinfluéneia socis! dos Ehefes locals, notadamente dos senhores de terras. Nao é pos- ‘vel, pois, compreender 0 fondmeno sem referéncla & nossa Sstnuttura apraria, que fornece a bese de sustentagio das mar ‘ifestagbes de poder privado ainda tio visiveis no interior 0° Brasil. Paradoxalmente, entretanto, esses remanescentes de pri- vatismo sfo allmentidos pelo poder publico,e isto se explica jJustamente em fungdo do repline representativo, com sutré fio amnplo, pois o governo nao pede prescindir do eleltorado Fral, caja situagio de dependéncia ainda 6 incontestével ‘Besse compromisso fundamental resultam 0s caracto- risticas secundtring do sistema "coronelista”, como sejam, entre outras, 0 mandonismo, o filhotismo, o falseamento do Voto, a desorganizagio dos servigos publicos locas. ing dg a nel ras mons mre une rg ine ais tauren orktndo do da itu arog, © 3 ‘iyern's nomeagia de ouridor Ga comarca do foduevfortes| © €r InddeJotcr harem Foo pesmva et pion ‘k Guatda Nacional nasoes a 18 de agsio de IML, tendo tio 0 ‘Pacts logs Ann Fee par pel equal, Determine ease ‘Sefer ao migra, da Sutiga Cargo tio. serpent. Thoredeuketah decarananee ertinan’ cn compos de mileas @ ‘Epon (asta ome ot mate Fecnise gourds Tuna, que SERS SS ase an ours bm stat “Rtermerides ee, 18 SPST LP atuo secre ts com sobre ea se exis 0 $A Swe Blanco. 7a guard ‘naeooal easier, crn dos ibe is Ge i, preston telovaiaimor servis hordes publen © 0S Com estas explicagSes preliminares, passamos a exami: nar os tragos principals da vida politica dos nossos muni. los do interior. 1 © aspecto que logo salta aos othos ¢ ¢ da ideranga, com. «8 figura do “coronel” ocupando 0 lugar do maior destaque. Os chefes politicos municipais ‘nem ‘sempre so. aitnticos Scoronéis”. A maior difusso do ensino superior no Brasil espalhou por toda parte medicos e advogados, cj ftustragao [aps mazes do exérto do nha na nose ras eatrangirs, de SSIS eke sien oat Thi Sapa ora PerDurane quace un séul,em cada um dos nsioe munictpioe exe tu sn fexinato Garda Nina © pono “crena™ eu gee ea eran ae ‘clportias oreaees, eave Wet Gobet ‘este lat prone or sear efor Inui, Ug dees sw da ale $e cl pote 0 ore cots ns Yarra ue Ber SL ie ae le natin BS Sa Se ee ee ar et me Lee set settee aes See Soe ore Sehncw setae dance aes pup be do a tresnnte eatudo “Polen ‘do Municip ~~ {Eas ‘feces, Ito 6,0 Fein), it), demominey oem el Sehin. de SentoS¢ nn nes oe Hoa icon crealando waldosamente of wut bene de fortuns, axtando on tendimentos em Serie aa eas frat tats SRDS CSUR BinSenGaE Mow oe tem relative, se reunida a qualidades de comando e dedicagio, 0s habiite a chefia,” Mas esses mesmos doutores, ou $80 Ds Fentes, ou wins,” ow aliados polices dos "corondis".* ‘Oltras vezes, © chefe municipal, depois de haver cons truido, berdado ou consolidado & lideranga, jé se tomo um eer ine Seas TLE See atte eta ade Se aerate cc seta Son Peete a da alguing, incuribndoae’ as campus Jorma a eee er Ue feveanee Russo avis oposigno” Uubers o-Amaral, “0. Cosie aa Te ens meres 60 re quem som como nr ci conde rea 6 pr gum ems ae ie ae sepia cn tym too es Sea a ete 2a i do traci « do comer, muro erm ett gaa co ot ade, on sponse dy base do lat”, A acento pollen Sa abit a nus a te mc» ce ae a eh eS SLA Se Se eget SE Shanes pie @ arctitd ens Shae ties remem iat Sh cha cede one me on eatin ast a ga a Ss Sa aS tate SRN hen cate tas meses Skates CSA sets tes ape SAEs ae a gute Sree wag ime Suh iee eek ee ise Shame oe aioe aridus GEkr Sia oot Sein Set Caaltuando ubetancninents inaltereda Peco SEES a enn _absentsista. Sé volta ao feudo politico de tempos em tempos, ‘para descansar, vislar pessoas da familia ou, mais freqien- emente, para fins partiddrios. A fortuna polities jé 0 ters Tovado para uma deputacio estadual ou federal, una. pasta de seeretaro, urna posigao administrativa de relevo, ow mes: ‘mo um emprego Tendoso na capital do Bstado ou da Reps bilea. 0 éxito nos negécios Ou na profissio também pode contribuir para afastilo, embora conservando s chefia pol tea do municipio: os lugeres-tenentes, que ficam no interior, fazem-se entao verdadeifos chefes locals, triputarios do chofe ‘maior que se wsentou, O absenteismo ¢, ads, uma situagao tchela de riscos: quando 0 chefe ausents se indispe com 0 {governo, nio sio Taras as defecydes dos seus subordinados. ‘Outras veres, é ele proprio quem aconselha essa aitade, ope- ando, pescoalmen(s, uma Yetirada tatica ‘Qualquer que seje, entretanto, o chefe municipal, 0 ele- mento primario desse tipo de lideranca ¢ 0 "eorone!”, que ‘comands discriciorariamente ‘um lote considerdvel de bots de cabresto, "A forga eleltoral empresta-ine.prestigio poll fico, natural coroamento de sua privilegiada situagio eco- nnémica e gocial de dono de terras. Dentro da esfora propria 4e influéneia, 0 "ceronel” como que resume em sua pessoa, sem subetitiblas, importantes institalgoos socials. xerce, Dor exemplo, ume ampla jurisdigio sobre seus dependentes, Compondo ricas e Jesavergas e proferindo, as vez, verda Geiroe arbitramentos, que os snteressados' respeltam, ‘Tam ‘bem se enfoixam em suas mios, com ou sem earater oficial, fextensas fungiet polieiais, de que frequantemente se desin: ‘Sumibe oom a sua pure ascendéncia social, mas que eventual ‘mente pode tornar efetivas com 0 auxiio de emprezados, ‘gregados ou capangas. * ‘Bat ‘lads mat popcens Ir encntramos ames operon, 6 {endmeno sinds € desonhecldo no melo rural, onde nko passa pela {hes Hee Sr pie iS aba wie, ‘Senge de governar proprio voto. "PO pape aa eapangngem e 30 cangaco nas Iutas poiteas locas ten sd tata era erbors Amit com 9 desemrotementg ae ‘eh ego eeutadn er ara a's So iene soa Noraose paes fo ett). Bohne + ‘situa xara, eq cafon pontos. do eedmeno nordetino, eat Soul asl eons bin mi pene eaten Maians piso Seine ator otk else ‘aE'Zo sores ds cea Gu as cacoaarents pastors, im Esta ascendéncia. resulta multo naturalmente da sua ‘qualidade de proprietério rural. A massa humana. que tira a subsisténeta das suas terres vive no mals lamentével estado fe pobress, ignorinoia e abandono.* Disnte dels, 0 "coro- “nel” 6 rico, Ha, ¢ certo, muitos fazendelros abasiados e prés- ppefos, mas o camum, nos dias de hoje, é 0 fazendeiro apenas Nfemsdiado": gente quo tem propriedades © negécios, mas hilo possi disponibiidades financeiras; que tem o gado s0D penhor ou a terra hipotecada; que regaicia taxas e impos- os, pleiteando eondeseendéncia fiscal; que corteja os Ban. oe ¢ demals eredores, para poder prosseguir em suas ativic fades Iucrativas, Quem ja andou elo interior Iii de ter ‘Observado a falta de conforto em que vive a maloria dos ‘noseos fazendelros. Como costurmam “passar bem de boca” ReRpedendo Tete © comendo oves, gulinha, came de porco Sobremesa —e tem na sede da fazenda um eonforto primé- ro, mas inacessivel ao trabalhador do elto — As veves, dua neanada, instalagbes sanitarias e até tz elétrica e radio —, ‘o oceiro'vé sempre no "coronel” um homem rico, ainda qué ‘do o seja; rico, em comparagio com sua pobreza sem Te ‘medto.* -Aidm do mals, no melo rural, € 0 proprietério de ferra ou Ge gado quem tem melos de obier financlamentos, Para isvo muito concorre seu prestisio politico, pelas notoriag Iigugoes dos nossos bancos. #, pois, para o prGprio “coronel” ique 0 Toceiro apela nos momentos de aperture, cor lado em seu armazém para pagar com 2 colheia, ou pedin- {00 dinhelro, nas mesmas condiedes, para outras necessicades. ‘Se ainda no temos mumerosa classes médias nas clds- ‘eatin ot cits orgaizados em torng de potentados Yori” (ob SENUE Teh Aus soptecaine ¢crmespoinsenas as de fmios 1 seo dor capengee da mar importers. Sm tewomenn, ve funciona so meso tempo como coun ¢ stato Ge sluaguo Tintin, 6's ita percentage Ge ores nos ik SERRE NEnae, A roporeao mals ivan dos acolesonten G05 WO Brstiite ratinivas com a1. A grande matora Mb ‘eeeitrenne eopgssnte ater cate, mates Seneca eee ako Rnd ce remmemmeto ae ‘ipettdtnente alco 20 ‘stor. “eAinda gue een eerapre tena considerdel fortuna, ¢ bari ‘ovcontat Ste MS fit mniorin pobre, que alien care qualfeatvo ‘oun ttn taste, dentro aa propia Petia dan coins” (AES Swe had iso, "0 Coronet e's Democrats”. des do interior, muito menos no campo, onde os proprie:érios ‘Ou posseiros de infimas glebas, os “colonos” ou parceros ‘hesmno peattenes sitiantes estio pouco acima do trabalhador esalariado, pos eles proprios Treqlentemente trablham ‘Sob sulario, AN o bindmio sinda ¢ geralmente representado pelo senhor da terra ¢ seus dependentes." Completamente ‘Bnalfabeto, o¥ qlase, sem assistencia médica, nio lend> jor pals, nem Tevistae, bas quis se limita © ver as figuras, © Trabalhador rural, a néo ser em easos esporddicos, tem 0 patrao na conte de benfeitor. Fé dele, na verdade, que re Bebe os tnios favores que suis obscura existéncia combece.* ‘Em sua situaglo, seria ilusoro pretender que esse novo paria, tivesse conseléncia do seu direito a uma vida melnor efutas- Se por ele com independéncia civica. O logico € 0 que pre- Senciamos: no plano politico, ele ute com 0 “coranel” « pelo “coronel”. Af estio os votos de cabresto, que resultan, em grande parte, da nossa organizaglo econdmica rural.” “ils Nate te Ari, om detent a eh ein UREA eG Shade dependent’ raveres em, Re fipe mehora poe. 0) A ana ae oje 6 ns tt om vate tendo, o“corone" quem anit ofa nas suns iia nae bie ges he a a eb deere tr Hote tencone quem o proteus dn arblfaiedades dos gover Rosie aey Intrmedans unto as atoriaden Criowse cesta forma, eas ¢ celia ur por que desconoce, mas uu poder SES Seetiaide ta plas contingircins 40 met (Oe fos Vac: orn pg re de Ore Vinoh 0 gro do deieado san coms saber, et o neo «& Jorma pela popula Tu ‘oe wip a Som popalage ere SS an a eat es sa Tata © rae eee’ tao, depindenter teraments os grandes, sores feeluGet ae todo gam, meso. quando, resto comida os Ter Gite fe came, mo tem") 8 quseem eereblo de am ‘de autos = po. euetay tl.“ pra, nae Teese a ecto mc ores ee orra CO Sei Viana © iaeasmo ta Conte, baz 1. ‘Padre Anttnio eAimeida Morais jr anausando, em wma revista causa Sor fn, su canta do fundo"rural.e 08 eos Ge Garihe SESE P Tutu no sontmento veces reighako do Romer do Bite’ “earforte se aitmar eatitiens, TTSt dos nano, cat ORS ats 'caticn Hie 9 sonrodg oe fun adacine reste 40 Eerie © poli” OS Ene Rl i Beni ur Para se compreender melhor a influéncia politica dos azencelros, tao Importante no mecanismo da. lideranca 1o- al, impré examina alguns aspectos da distribuicao da Droprkedade ¢ da composicao das classes na sociedade rural fo Brasil. O rocensoamento de 1940, as andlises parciais de seus resultados, elaboradas pela repartigio competente, © 83 Interpretagdes de outros estudiosos armados de critérios no ppuramente censitarios fornecem dados muito siustrativos. ‘Considerado 0. problema de conjunto, # concontracio ‘aa propriedade ainda ¢, nos cas aun, 6 favo dominant fom Tossa vida rural. A’ maior freqiéncia da pequena e da ‘média propriedade em alguns lugares explica se por fatores flversos. No que toca a Sio Paulo, Calo Prado Junior pro- feurou enumerilos em estudo publicado is mais de dec anos. Os fatores que indicou, na ordem por ele proprio seguda © (gue mio esté na razio ‘da importancia, foram os seguintes: 1)" cslontzacko oficial, cujo principal objetivo, segundo os ‘utoreadas depoimentos recolhidos, era formar uma reserva, {de mio-de-abra para 0s fazendeiros, 2) colonizacao particular, ‘de menor releve que a primelra, procurando amibas eriar con ‘igbes eapazes de atrair correntes imigratorias; 8) proximi dade das grandes fazondas, a cuja ihargs se desenvoWvia a ‘pequena propriedade como depésito de bracos para a grande Tavoura; 4) decomposicio da fazenda, pelo esyotamento da ‘terra, pela erosdo, pelas pragas, pelas crises econdmicas ete 55) influénela dos “grandes centros urbenes, cujo. abastec! ‘mento exige produedo de artigos de subsisténcia incompati els com a agriculture extensiva, Ao tatar da decadéncia {8 fazenda, 0 autor notou, ainda, um pouco fora de fa presenga da pequena propriedade nas zonas em que flme de fazenda, encontrando terras inferiores, nio fez mals fue passar, abrindo espago para o retalbamento e instalagso ‘da pequena propriedade”.* © trabalho eltado, como ficou dito, referese especial. mente a Sto Paulo. Hm obra mais revente, Telativa a todo ‘pas, o mesmo escritor atribul tmportancia primacial, na Ccriaglo a pequena propriedade, as correntes imigratsrias, ‘0 que se verificou notadamente no extremo sul: Rio Grande, Santa Catarina e Parand. Hm Seo Paulo, esse fator teve sua ‘ spisltmigio de Proprtdade Pundéia no Rstedo de S50 Pau sor, pag 88 {nfiugncia muito reduzida pels concorréncia da grande ia- ‘youra cafeeira, que absorvey a maior parte dos imigrantes. 1X predugio de verduras,fruas, aves © ovos, flores ete. para ‘hastecimento dos maiores certros urbanos e industriais foi ‘Ge grande importanela para a implantacao da pequena pro- ‘priedade, nfo 86 em Sto Paulo, como também, de modo geral, ‘embora com variagées, nos demals Hstados, A decadéneis, das fazendas, mormenie em consequdncia ‘as crises eco- ‘nomicas e da agricultura depredadora que praticamos, ¢ tam- ‘bem tim {ator que nao se linita a Sto Paulo, mas esta gene- Tallzado pelo menos @ toda @regito do café: “No sou desioca- ‘mento constante, a lavoura cafeeira ira deixando para tris terres cansagas ¢ ji lmprestiveis para as grandes lavouras; fstas terras depreciadae serdo muitas Vezes aprovestadas peias falegorias mals modestas dh populagdo rural que nelas se {stalam com pequenas prorriedades”."* fato pode ser fa- tiimente observado no Eepinia Santo, Hstado do Rio © Minas Gerais, em particular no vale do Paraiba. Emm outras regiGes, Ccausae diferentes, de natureza local, tambem terdo con’ cornice. Contudo, apesar do aumento numérico das pequenas propriedades no Brasil, a etpresséo.porcentual da concery Fragio da propriedade rural nao tem diminuido, 34 notara o Prof, Jorge Kingston, apalisando 0 enso agricola © zootsen! 0 de Si0 Paulo, de 1994, que, "ao invés de uma aistribuicio ‘mals racional da propriedade fundisra", se verficeva “um fagravemento da concentragio agraria”." As raxies dessa ‘contradigao devern ser encontradas ‘na fragmentacdo, prefe- entemente, das propriedades médias," na recomposicio de "Hila zona do Br pe. 251 1 Ex" OoneontecteaurtiaeSuo PAlO~ pg, 96 “pa grande puedo Bondo eomoreendigoe ‘pa veer Nor‘e, ‘ordeals “Lane £ ConiroOere, ba. sgestunde, epafecin entre Leah © [So"Beks ine mir conaitago ae propcidade, veeicandose © {enti iverss sobre na foo Grange ‘co ou,'Sate Cucina © ‘Paran, Eatodos. jatamente ‘ma qlw tale se dwenvoteu colony agnor Foris Parpeu Ac! Borges "A Proptedace Hurel 0 Bre Spas. 1. ‘PIS, monoculture iturin — dla hero Freire — mesmo eats de soos 9 tera, tou feo de melir em agen ‘ebtos Go pels tndn tts abecrvnteo extern do que ne aa ‘Pepe. Grand tm proistariag de conagoee nor inyorarelt Ge ‘iin do gues tnt eerava "(Cama Grange & Semala oe. 49). ‘Cota Bat, -A Bart, da Soe Rr. Bras" © FAs Bors, ‘abt be grandes propriedades,™ compensando as que se parcelam, fou ainda na Sobrevivencia de grandes fazendas, mesmo deca” Gentes, pela substituigao, por exemplo, da agricutara pela pecusria,” A contigiidade de terrenos Tertels e vingens, So Bretudo no caso do cafe, tem sido a condicéo primordisi da Tormagio de grandes fazendas, pela sua elevada produtivt fade, ainda que em regime de exploracio extensiva e preda- torla, Este processo, porém, esth em vias de atingir o seu, termo final, pelo menos em Sao Paulo, onde o fendmend fassumiu proporgbes gigantescas, depots de haver o café, par- tindo da baixada fluminense, aivavessado —e esgotato — luma parte considerdvel dos Estados do Rio de Janeiro eM nas Gerais. Ando ser que surjam novos fatores capazes de ‘onduair & recomposigio de grandes propriedades (como £01 ‘0 caso do algoda0) ou itopedir que es existentes se desmem bbrem (como seria o desenvolvimento da pecudria, ou a intro- dugio da grande exploracio tipieamente capltaista, empre fgando tonics avangada), sio cada vez mals desfavorivels fs condigdes de subsistineia da grande propriedsde, pela ‘tual precariedade das trés grandes lavouras extensivas do ‘pais: cans-de-agicar, café e algodso. " "Nao obstante estas perspecliva, anda ¢ dbvio 0 dominio da grande propriedade, nos dias que correm, como fo com provado pelo censo agricola de 1940, cajos dados 0 Prot. Costa, Pinto Interpretoa em trabelho recentissimo.”" Classificando ‘es propriedades rurais seundo & ares, obteve ele os resulta- ‘dos que assim resumimost ° Presentment, np Vale do Rio Doss, erfcnse um vise pro= cee coentari unde pe nebacnde Soce oe be ‘Sta escla tof rena pelst sinus de agicar do Nordeste, epecil cue de Permastuco Cet Gibeta Frese: Casa Grands & Senza, pag ise eta 1) °s ae time caso pode ae oberrada em cetat propeedadies da Zetttalorsdo'ead toe tanto er potagecs A rovense ‘loaned guao, que preseda h cise alu de pecans, favore=eu pos Galo Prado Hinior, Wists Reandmica do Bras, pigs. 297 «8 5A Batra. de Soe! RUF Beas” Jo ot oe ates i oe rae ae Ta Pe ate aa mae er 0, rae, sae 10 (ex). erly “Agunaico Couto sepunt.,Peouena propriate, ‘egunzes; moda, de 210; pre, acta de i (Aponte Dara ta Reforms’ Agari, poe 1, ‘Superpropriaades Jetitund’ “eo 10 ba e mais) Grandes propriedades" (aire 200 6 O00 ne eel) one aa medias propriedades” Cente @ © 20 ha, ear) nat 180 sPoquenspropredades” (eno 8 © ha, exlsie) sn sas ‘amsitindor" (de enor de hm) s) 217% 055 Nem todo proprictério rural possui uma propriedade 56 ‘Admitindo-se, porem, com desvantagem, que assim sea, ver! fcase que 05 pequeios e intimos proprietdrios (até 50 ha representando eerea de trés quarfos dos donos de terras (743%), possuem apenas 11,00% da drea total dos esta. Delecimentos agricolas do pals. Da ‘area restante (89,00%) ‘apenas uma parte poquena (15 80%) pertence aos proprie. trios médios, tocando nada menos de78,10% da drea total aos grandes proprietrios (de 200 ha e mais), que represen- tam somente 7,a0% do. mimero total os’ propristarios. Reunldos, os médios e os grandes proprietdrios representam ppouco mais de um quarto dos donos do terras e suas. pro Driedades cobrem quase nove décimos da area total dos esta Delecimentos agricolas.” A situagio dos pequenos proprietérios ¢ em regra dificil fem nosso pais, sobretudo quando em contato com 8 grande Dropriedade absorvente. Essa procariedade ¢ agravada pela ouca produtividade do solo nos casos em que o parcela- mento da terra fol motivado pela decadéncia das fazendas, ‘Somamse ainda as dificuldades de financiamento. todos esses inconvenientes pesam muito mats sobre as glebas in- {mas — de menos de 5 ha —, que em 1940 compreendiam 21,70% do nmero total dos estabelocimentos 2 0 emnea nfo se sefere & propiedade, mas a “ettabelcimento area enablers sromesdiss, foram reeeteados, sem unc de aren ner do alo aa produc, todos oy queso dectaam ‘north dts doo om, sbictv comer © bir ert rapam Som 9 Meare explorrao pea co ensue 0 eeabe SEclmento® (IBGE: Sinpar do Canso Agricola, le, VD quelas regides em que no est sujelta & concorréncia da {frande, nem se constitulu como legaldria de sus ruins. ste 6 0 quadro que nos apresenta o setor dos proprieti- ros rurais, minoria irisoria da populacio do pais: quadro ‘gue reflete'a imensa pobreza da gente que vive no meio rural, Se que 0s proprieudrios de mais de 200 ha no passavam, na Gata do censo de. 1040, de 148.622, considerando-se aprox tativamente 0 mimero de propritérios igual ao de estabele fimentos agriealas. Como 0s proprietérios médios — de 50 2200 ba, segundo 0 mesmo critério, somavam 327-713, foremos para uma populacto rural de28.353.860 habitan, tes." apenas 476.395 proprictirios de estabelecimentos agri Colas capazes de produzir compensadoramente. % claro que fais dads no exprimem a situacio exata de nossa economia ‘agréria, pols também possuimos pequenas propriedades pros- eras, ¢ grandes propriedades arruinadas; so, contudo, bas- Etnte expressives para nos dar uma idéis bem viva da'mes- fquinha existéncia que suporta a grande maioria dos milous Geseres humanos que habitam a zone rural do Brasil,” ages rs ers so, 20 2 ete, oar Oe atts uh rae te TSE ee ee ee Sie Ghee i See ee eee ie SEN aan de cree mere a inn pete nw Gres ee aCe ae see ee Es se evade rateaiest a Bis Sra recom rear ies Peet emi rama tae SS cic deme ee oe Sepa c te satan sae EEG niece ewamir dealer EBS g tie arcs nail a wee vamos SSeS Siete ge et i nt er ome Soe aaa aaa meine oh ee ord SPSS otis agra num pals sami de ane w © paorame dno tomas ands mas td quo so obsbrvam 2 pals sepeios da compongso do came ‘noua ocleinis rural. Anda age Samnroeemos Dt favoragio do Po, Costa Pino, no" trabalho anerormenie fords enor eeu on retiadon a ge cheno com preseniagdo madilenda ou com deatobrashenion O,censoagrzola de 1040 Tomcat n soglnte der mina da ‘Fopuaslo ai, grupadn segundo. 2. posio ‘Suupada pas eras ealegoas quo exreun sun aide ‘rina! na agrultara, peourin'sivicura™ capi ee per we of dia Be 88 = an OU Total Vasa io0m0 eis i ncn menor arnt ice ec peas tee ree aee eee ie i wae pr RS err oan een ra Se TS rl ae dr ere 2 ee ee ra eee ete eee a ae oe Spee eee eee ee ee ea mi a sco er Bee at sb re pte oe a sae eee aaa soe sad career a, iat a ee cx Sc or ic Ci odin Sone ees See ly lramenin» tation de ethno uray epg, ‘Siig mn enone feoier" Chuaro do Coogtetae de 298047, gn nae tees ae EE ‘buds como observoa 9 Frot. Cosa Pato, Es led proprictérios de pequencs tratos do terra, os “colons” ou Prendeiros", que trabelham em regime de parceria, Tudo in ica que a subeategoria des parceiros é bem maior que a dos {equanos proprietdrios, e Costa Pinto procurou demonstré Ee Thumericamente. Admitindo, como regra, que 0 pequend ‘proprletisio possuil apenas uma propriedade e considerando {ue para 8300.701 “aulénomos” s6 havin, em 1940, 1.425.291 Fropriedades de menos de £0 ha, conciuiu, aproximativa Frente, pela existancia de 1.425.281 “autonomos”proprieté: Hoe contra 1804410 “auldeomos™nlioproprietérios, ow se Jam, 48.07% para os primeis e 66,99%» para os seytndos. ” ‘quanto & outra catogoria de dificil interpretacio — ‘*membros da familia”, 0 seu concelto censitario 6 o seguinte Sho aqueles “que exercem alividade em beneficio de outrem, Som perceberem salario fix0 ou por tarefa”, esclarecendo 8 Tepartigho competente que « "grande maioria” sio membros ‘ae familiag e colaboradores dos “witénomos". Considerando todes ot components dessa, catogorit ‘comp Iigatos a0 grupo dos “autonomos", também pode nos aividia, aproximativamente, na mesma proporcéo, entre fa duas subeatagoriae dos “autéiomos”: proprietérios e niko ‘propriearios. Assim, os 2.685, 509 rotulados como “mem Brot da famnila” contsibulrao com 1.517.474 pare a suby fategoria dos “aulonomos”nio proprietarios (que fica ele: ‘ada 3-401. 894), ¢ com 1.148.035 para a dos “autonomos"- Droprietarios (qué fica elevada a 2.573.328) 'Se, entretanto, niio considerarmos os "membros da to- iia", como ligndos exclisivamente & categoria dos auto ‘Romos”.>"o edleulo se formar mais defeituoso, mas em todo aso ser ainda muito expresso, porque a rnaior marger Ge'erso € desfavoravel As conclusées a que devernos chezar. Poderiamos adotar os soguintes crtérios: {Tudo fnaica que a marge de ero, david a gustcia de pro pristiis fle ir mio emiproam asslalado, ber poquen GE “Rosine de Resstadoe eo Censo Demogritico”, n° 316 5 asa cones tara parece sdmisstel em face Go seule tesa in Anse’ na of oN apurart, 09 lado das hse he crore, Gon Savas sig Stamnes te ‘Breer flan tue “ttbaltam or coma propia is Beat com ees sel perosber tm. remnerasto dra” = ptc seeds sation rca no Ca. ‘Em primeiro lugar, admitamos que os “membros da fa- rmilia” do grupo “de posieso ignorada” ¢ do grupo de “em pregudores" colaborem com estes, nas atividades agrérias, ya mesma proporeio dos “membros da familia" dos "auto: ‘pomos". Temos af a primeira margem de erro desfavoravel {is nossas conclusbes, porque 6 evidente que na classe dos “ompregadores” 0 miitoero de membres de suas familias Que ‘com eles colaboram ¢ proporcionalmente menor. Bm segundo iar, noms sensve diferenca entre 0 une ennaper (non) 0 miro demic grander popredaden {e7paH6),Tno\se enc eatr tment, pein exitcla de meee propitios que io. em rea anaarad, ou pln enon depress propre {Enos que pose nas etna propiedad, on, coma pe: ‘eon mais provatel por ambos os tmtivos sitlnesmene: ‘Fomaremon,enretatt, aguca eierenc (24288) como 2 presentatirssomente dos iedios propretarios que no er Dream mio debra asslaiade'e portant, evetn ser iy ‘lds na clogrin dos "astnomor", is ta, segunda Sargen de ee, deatavorsve bx nontaneonehindes, porque ‘uo leamos ex conta casoe ent qe ain dem rae Proprocnde pertener sma peson Hai eaoe tio {nica serem mais namerosos do que o da medio propriets os que ao nan “mnpregedor Feitos op cilesios plo crterio deters, os 2008509 da catogoria dos “membres du familia” so Topartirio pela se {Gln forma: para os “emprogadres" 185 50" para os autOnomor"mndoe propeetariee, 104 G06; para’ auld- omer” pequens propretrios, 1048.45; paras smit6n0- Imos*ndo-proprietariog, 12.00, para 0s “de posted igno- ‘def Dedriulto eon ext ctegora 0 “empregndos",porgue ees, por defi, se contam Por cabega. : Grupando agora os dados obtidos, encontramos para as uas modalidades de célculo os resultados que seguem: ‘MODALIDADE “A” Divito, dos “membros da fala” somente entre ot “autdncmoe” Tcoeredos como tals o2 parca propriearins até 30 Ba) @ ‘ernie propitis (parece “ vera 334 0s dois quadros acima constituem desdobramento dos dados apresentados pelo Prof. Costa Pinto com base no censo bfielal, Subaividimos. as calegorias censitérias dos, “autO- fhomos" e dos "membros da familie", segundo os eritrios Jé Geserios, e chegamos, na. hipotese mais desfavorével as hhoseas conciusdes, ao sequinte resultado: na data indicada, ‘695% da populagto alive ccupada na agricultura, pecuéria ‘csllvicultara pertanciam ls eategorias dos empregados ¢ Dar teiros (ndo-proprietarios); somando-se os pequenos proprie tirfos (até 90 ha), cuja situagao em multos lugares € de todo ‘precdria, aquela percentagem sobe @ 00.12%, ‘Nio obstante a evidente deficincia dos critérios apro- ximatives adotados, ‘nto. sera dificil, diante de dados t60 Impressionantes e referantes h populsgao ativa, avaliar 0 si- ‘tuagio de dependéncia da gente que trabatha no campo, id ‘que, em termos de generalizapio, pouca diferenca existe entre ‘2 miséria do proletario rural e'@ do parooiro e do pegteno broprietério, "Nao hé, pois, que estranhar os votos de ca. bres. v Hid ainda as despesas eletorais. A maioria do eletorado brasileiro reside © vota nos mumlelpios do interior."" Eno Interior 0 elemento rural predomins sobre o urbano, * Esse elemento rural, como jd notamos, # paupérrimo, Sio, pols, fs fazendeiros e chefes locais quam custolam as despesas do Slistamento 9 da cleigio. Som dinbeiro @ com intereare dt eto, o rocelro nfo faria o menor sacrificlo nesse sentido. Doctimentos, transporte, alojamento, reeigses, dias de tra: Dalho perdidos, e até roups, calcad>, chapeu para o dia da eleigdo, tudo ¢ pago pelos mentores politicos empenhados na ‘sun’ qualificagao e comparecimento,” Como os proprios =o 1948 4.10678 alelores do interior™ (a) ccatre Lane das “Capita SSTisaP'yie Oh eau 2 Pe weep aeee lcd fice! ao far easiness une Pachide N aren “Gt Gaye VE ota 7, lasco, i Constitute de Taa9s edo eats reapeio mato Tastesios, is Soames See ma pe ae {ne erie, depots de aver extadedo er eto Cod © io aro, chefes Joeais silo em regra somente “remediados”, 0 supri- fmento de dinhelro para estas despecas spresenia certas par- Heularidades que, para melhor ordem da exposicio, debxa- mos pera examinar mais adiante. O velho processo do bico de ‘Pena reduzia muito as despesas eleitorals, Os novos edges, Empiiando 0 corpo eleltoral "e reclamando a presenca eft ‘ve cos votantes, aumentam os gastos. ©, portanto, perfeita Iente compreensivel que 0 eeitor da roca obedeva & orienta- ‘elo de quem tudo The paga, e com insisténcia, para praticar {um ato que Ine 6 cornpletamente indiferen'. ‘Bese penorama Jé se apresenta, aids, com alguns indl- cios de modificagao, segundo pode ser observado nas eleledes Sealisadas em 1848 € 1o4T, No selo do proprio eleitorado Tural verificaram-se “traigées” dos empregados 0s fazen- Geiros.O fato merees tm estudo uiento e que ainda nso fot feito. Observadores locais costumam atribulle em grande arto & propaganda rediofonica. Nas cldades do interior 36 Sho numerosos os aparelhos receptores, e os trabalhadores Furals tem hoje maior possiblidade de conlato coms sede Urbana pelo uso bestante genoralizado do transporte rodo- Vidrio. © ridio, allds, ja se val introaurindo nas préprias Tazendas, as baierias resolvem parcialmente 0 problema da Energia, ‘ao se deve esquocer também o grande incremento ‘que se verificoy durante a guerra na migragéo de trabalna- ores do campo para atividades urbanas — empreendimen- tos industraie, construgso civil, bases militares —, ou para a extragio de. borracha e exploragio de minérios, especial mente cristal de rocha ¢ mica. A maior facilidade de arran- Jar emprego nas cidaces as noticias que a respeito thes cchogam de parentes e amigos, agugam © nomadismo ds ‘populagdo rural Jé habitunda a mudar das zonas deco: Behies para ao mais présperas —", reduaindo o graui de sua ste su nnn tas ear Sate singers eet om ame See See ee oe matinee Se See See oie acne ee Ronee equines Gado nts ta asses Conte em 9588 Seb ee a en ies "Eae pero nba « SAT felts ent tots atngia Taokows sleitren chegando UH0204 era Bubas Paneer ia teh, latinear ss St Observe Otiveiza Viana: "Os servos da gieba... cuja genese 5 dependéncia em relacho 20 propretirio da terra. Mas ainda todo para se tirar qualquer conciisio mais pestis sobre 6 fen Spnin, orgie ab erg de ot It esentaram ‘erlas pecularidades, que lancaram pertur ‘isgo na tradicional elterativaelelioral do Beall: governo © oposigaa.™ ‘falta de esprito piblico, tantas_vezes 20 tute pollico loal, € desmentda, om traquénsia, or fesvelo pelo progresso do distrito ou minicipi. a0 se {tresses insistncla que se dever os Principals me Iheramentos do higar. A escola, a estrada, 0 corre, 0 tele ‘posto de sds, o henpitalo che ‘oat, linba 6e Uo, & tur estes, & oie de tagotos, » Agua encanada —, tudo exge 0 seu es Torco, as veaes tum eneso esforgo que chega so heroism, E com estan realizagoes de utiiade publica, siguas. ds ‘uae depender s6 do seu empento e prestigio politics, en Santo outras podem requerer contribulgoes prsoais Suns "eos amigos, ¢ com elas que, em grande parte, o chefe tt ‘isipal consti ou conserva sun posigao de lideranga.™ "Apesar disso, em nossa iteratara politica, especialmente na partidarla, 0 “coranel” no tem sido poupado. Respan five em grande parte, pels vtorias eletorals dos candida {or do ofictallamo,¢ freqientomente acusado de nao tar Seal paleo. Sus mentalidade estes, confinada 20, mimic, Sno os intresses ce se taogho se sobrepaem ns da atria, set cescazo Plas Glas elon don candaon BE icBos estadaais efederais,tado aro ineute no espsito 0s Serrotados amargn descrenga nae possbiidades do. rogiae Slemocratico em nosso pais’ E habituslmente esse ceilsme perdura ate o momento em que 0 interessado, oncorrendo: Sor clio dango governs, ne posh bene doe ‘olos inconscientes do “corone! nun mee a oh ree a eh eee eee Se ae eer ee eerstene nacre Bae eee eee Rp leg erty eeritert teed oe seer here aera Teer rors grr ae ee i faa 18 fore de duivida que 8 mentatidade municipal tem pre ‘dominado em nossas eleiges, Mas ¢ um erro Supor que 0 ‘chefe local assim procede por mero capricho ou porque nel ‘bio tena desponiado ou esteja pervertido 0 ‘sentimento pubiico, Basta lombrar que o espirto governista € a mares Predominante dessa mentalidade tuniclpal para vermos que ‘guma raaio mais poderosa que o simples arbirio pessoal tua nade sentido. Para falar om termos de_ general nao, computados os altos ¢ balxor de sua condita, 0 Storenel”, como politico que opera no reduzido cendrio mut hicipal, nio € melhor nem pior do que os outros, que cir fculam ‘nas esferas mals largas. Os politicos “estaduais" © “Sfederals” — com excocbes, € claro — comecaram no mun cipio, onde ostentavam a mesma impura falta de Kdealismo, ‘que fnals tarde, quando se acham na oposiea0, costumam ‘iribuir aos chefes locals. O problems nso 6, portanto, de ‘rcem pessoal, se bem qe os ftores lendos 8 pesonalidade ‘de cada um possam apresentar, neste ou naquele C830, cm facteristions mais acentuadas: ole esté profundamente vin ado & nossa estrutura economica e sotil vr Nio se compreenderia, contudo, a lideranga. municipal 6 com os fatores apontados, 1 ainda os favores pessoais de {oda order, desde arranjar emprego publica até os minimos bsdqulos.""- neste capitulo’ que se manifesta 0 paterns iia pn ce sopecemn tenes mane gris oe Sars ee Erosrens es apse pars aria edie satan, reibosw coteiss, ou anda’ que fin, 0 culo, © flatblivrono administrador oxo tdrozado © Tapa: rctber corre: onda: colabora nu igloo Ge eras, conor, desrenca ar cscpero em cus de eset Ga meget wl resinow Soret Peal Frethin peioament, cone sominearo Sri ou ite smo, com a sua reciproca: negar pio e dgus 20 adversério, ‘Para favorecer os amigos, o chefe local resvala mullas vezes para a zona confusa que medeia entre o legal e 0 ilcito, o penetra em chelo no dominio da delinguéneia, mas a solida- Hledade partidaria passa sobre todos 08 pecados uma espon ja reyeneradora, A defintiva reablitagio vird com a vitoria ‘leltoral, porque, em politica, no sou critério, "s6 bi uma ‘ergonha: perder. Por isso mesmo, 0 filhotisino tanto eon: {nibul para desorganizar s administragio municipal ‘Um dos prineipais motivos dessa desorganizacio 6 a {generatizads ineultura do interior, copia muito plorada da Incultura geral do pais. ‘Se os proprios governos federal e Staduais tém tanta difieuldade em conseguir funcionétios ‘capazes, por isso mesmo improvisando téenicos em tudo da noite para o dis, imaginese o que seri dos municipios mais atrasados. Os inqueéitos que so fizeram a esse respeito em ‘varios Estados depots da revolucdo do 1990 revelaram coisas Surpreendentes. Dai a criacdo dos departamentos de muni ‘ipalidades, que, ao lado da assisténcia técnica presiada as ‘comiunes, na0 tardaram a astumir fungdes de naturesa po Iitca. Mas 0 despreparo do interior so explica uma parte ‘da anarguia administrativa observada erm muttas minicipe- Tidades. A outra parcela de responsabilidade cabe, de. um Jado, a0 flthotismo, que convoca muitos agregados para a “gamela” municipal, e, de outro Tado, & utilizacéo do dl- nbeiro, dos bens e dos servigos do governo municipal nas Datalhas eleitorais. ‘A outra face do tihotismo é 0 mendonismo, que se ma nifesta na perseguicso aos adversdrios: “para os amigos po, para 0s inimigos pau”. As relagdes do ehefe local com set, Adversario raramente so cords. O normal 6 a hostillas- e.>" Alem ‘disso, como é dbvio, sistemdtica recusa de fa ores, que os adversdrios, em rogra goral, se senliriam hu: ‘milhados de pedi. treo favoree da situa focal tem coupe loaned destague| a gondetendinas seal Segundo. epotment, da Depyiado Ta Goi, cm ne "o tmpanto to municipio tom grande dneratagem: @ Dstt gus te staples por cesta dos iangaentos ar Peete ‘incon oval aus eo, etibeiecer ens og sorrelgionision'e versuri" (adie Sd, a8) "ito atialdo am police mlncro, em eabetoko « est, ‘as tao oro Cte etal son wigs fe ug, ‘e'Pasahontildnde movifstase na gustncla de riage socils (coubet © eds sepatados); om pestoe de acinte Ou para (fstae [Nos perlodos que precedem as eleigdes 6 que o ambiente de opressio tinge © ponto agudo."" Nos intervalos das fampannas eleltorais, melboram muito as relagOes entre as Darealidades do municipio, chegando eventualmente a ser menss e respellosas. E nessa fase que se processam Os en. tendimentos que perinitem & Taccio que esta no poder, ou é ‘apoiada pelo governo estadual, engrossar suas fleiras, pela ‘tdesto de cabos eleftorals urbands ou de “coronéis™. 'Psse ‘lima propicio ao acordo também atinge seu ponto dtimo por fcasito das elelgdes, mas na fase que precede & tomada de Compromissos, Uma vex definides as posigoes, entrase entlo hha etapa da compresséo, quo antevede Imediatamente a0 Dleito.™ Alguns provavels aderentes podem ser poupados até ‘comenorativas, fouates devas, manga os nomes de lgradouros ‘70 Ghee ou baabelctpentze babiow' om ow de provoaeso (ne fustldae frecdentements a capanens ou estous pow sunificadae ‘SBPppctengaes non eevoan putas caemssto oe unclontion fin EE ZieN Qo asin ae vie pun fut casa do adverse. Sosta ge fscal angamentos exagorasos em compararto COM gece me men ot cbt estou Seer Pel fede ou cenapresho oa centla do comeranies ¢ profi. ‘als bora); © por muttas sutras forrms, chegando mesmo 8 ioifacis FEE. tines as graves, aremante ma peaton dos chetes eortrasos Ses lntemtetne ae sous avert mais odestos Hos agors que ert de ca at ce a (hu obral int, Cronlea Polen — 161-4 ee "! Dicorrende cobre 0 conoelto de coagho po proceso elltora, sss ea eninge ac’ ee era ae Oa sin ee Dr meme aet oo ia no mamunio opin, pa cael © SEIEO proces empremde com mals freqbenea ¢ 0 de erates, EEHOS © Biers abcts de apresiates © isegrangs que af EnN da. nate‘ elettoraan. 1 rerande ss ft pare iano 0 remeaig SESS tps annem, vin Ge Tees, govern quem onge, oc feleral eats garantir a exeouio a ote de habeas cores © Ba rin pas Ge ean in, € iis vse poms! Port ‘Que jusufique « concessto da order.” (Direle Pletoral, ps 110) cos tunel htunas aos tea. Robes do Amaral ast 2 ree. $5 MERC areal, aos cttes Toons de Sho Paso “Tanto ox cores Sines tour atbcivian se em tumerows tipo, Hain oo tah SEEM Silents para ou aun wey aaverciig rs um migo # et pasando ile Pakots soc eeobnbmien ou a0 nas Ycsas sasestins ‘mais tarde, enquanto subsiste a possiblidade de os chamar ao seio confortavel da situagso. ” Outros sero conveneidos [pelos primetros indicios de violéncia. Multos se bsterdo de Yolar para evilar dissabores maiores, uns poueos falterso palavra empenhads. A rogra ¢ ser hosrado © compromisso ‘que no minieipo se firma de homem yara homer, e.& que bra de sua palayra repugna tanto a0 shefe local quanto 0 fexaspera a tralgdo de companbeiros. © ‘Mas ha nisso tudo uma dtica especal: como os ‘issos no sto assumidos & base de priaciplos politicos, mas fem tomo de coisas concretas, prevalecan para uma ou'para ‘poucas eloicces préximas. quando ve 4 neceseidade de mi Gar de partido (o que significa geraimente aderir 20 gover 1O), 0 Ghefe local “ou 9 “coronel” ~~ retarda 0 Sell prO- ‘unciamento, Se sofreu algwna desconsideracso pessoal, o¥ Geixou de ser atendido em pretensio que Fepata importante, 44 tem af o motivo da rupture, porque cumprimento de sua ‘Prestagdo no acordo nio fol correspondido pelo chefe a quem ‘Hiaria gatos guatmente mandles e frulmente flclerantes, para of ‘Guns ty vo contra ra ura nti Gewoa oat que os ts coe Stes ‘ultraoneeamn as ica de ee dh toed ese forge wo [Ser ‘En rg porn rm urls io @ a ey and ‘in beiondade pata i Gas Go eels quando sina aides ‘Sumac eter sor ja toe a Sstprombae: Rae wecueard Saigo Se acne ne ‘Miao Cato, elerinose og eletores do sea distro na vigteia a iat Soralva*Conquanta se Gastiiquem reste ou aqle pao, 7 estou spolo eletor!. Quando no bouver tals mativs, ad ihe fateh o grande angumentor no tem dirt do im or aos amigos o seorifilo da oposigio. esse argument, Bie pore nef insingero, 6 em sutstnia verdadero e Proce end? porque c primero dever do chat local @alcanear « Sura gue significn ter pare sun corrente © spao di ‘tung estadua vo [A rarefago do poder pilblico em nosso pafs contribu ‘muito para preservar @ ascendéneia dos “coronéis”, j4 qe, [por esse motivo, estao em condigdes Ge exercer, extra-cticia- Frente, grande ridmero de fungies do Bstado etn reiagdo aos seus dependentes, Biss essa auséncia do poder publico, que tem como consequénoia necessiria a efetiva atuagso dO po ‘der privado, " esta agora muito redusida com os novos meios pPerloda de tempo, que cada vez se torna mals curto. A re- Beldta do chefe local — ao caracteristica de certo periodo da Coldnia —~ 4 no é um melo de consolidar, mas de enfra- uncer miner ainancla do “coronal Aida asim, como S organieacao agraria do Brasil mantém a dependé: lemento rural ao fazendeiro, impedindo o contato direto {dos partidos com essa parcels notoriamente majoritsria do ‘nosso elettoredo, o partido do governo estadual nao pode dis, pensar o intermédio do dono de terras, Mas nio se submet® 2G senao naquilo gue, nao sendo fundamental pare s situa {o politica estedual, 6, contado, importantissimo pare o fs endeiro ‘na esfora confinada do seu municipio. Sabe, por {se0, 0 "corone!” que & sua impertinéncia 36 lhe traria des- ‘Yanlagens: quando, a0 contrario, sf0 boas as relagies entre 0 seu poder privado e © poder instituido, pode o “corone! “pesados os Gaus da fungi chet poten, pareeando o dene ae ju passe pertetat a todoe ede tog sur espns, ‘desempenhar, indisputadamente, uma larga parcela de auto Hidade publica." assim nos aparece este aspecto impor. fantissimo do “coronclismo", que ¢ 9 sistema de reciproct dade: de um lado, os chefes inunicipats e os "corontis”, que ‘conduzem magotee de eletores como quem toca tropa de Durros; de outro lado, a situacio polities dominante no Ts. {ado, que disp6e do erario, dos empreges, dos favores © da forea policial, que possut, em suma, o-cofre das gracas € 0 ‘poder da desgraca. "= % claro, portanto, que os dois aspectos — 0 prestigio, proprio dos “corondis” e 0 prestigio de empréstimo que © ‘oder publico thes outorga — sto mutuamente dependentes @ funclonam ao mesmo tempo como daterminantes deter finados. Sem a lideranca do.“coronel” — firmada na es- ‘rutura agraria do pals —,o governo nao se sentria obrigado ‘2 um tratamento do reciprocidade, e sem essa reciprocidade * dere do “coronaria ensveimenteaiminaian fos chefee munieipas, mesmo quando participa da representagio politica estadval ou federal, costumam ser ‘ributarios de outros, que jé gslgaram, pelas relagbes de par rentesco ou amizade, pelos dotes pessoas, pelos conchavos (ou pelo simples acaso das elzeunstancias, a posigho de chetes ‘de grupos on correntes, no camsinho da lideranga estadal ot {ederal. Mas em todos esses graus da escala politica impera, ‘como nio podia deixar de ser, sistema de reciprocidade, "© of See res ee SENSES cece pices ears Zien tomate Simeaunanet ‘ipidese dw cbhorec eas esde a tera, pelo torts at or ost jon na aang poses” Caocaca © Paton todo 0 edificlo val assentar na base, que ¢ 0 “coronel”,forta- Jecido pelo entendimento que exisie entre ele e a situacao politica dominante em seu lstado, através dos ehefes intor- Raediaios. (0 bam 0 mal, que os chefes locals estio em condigses de fazer 20s seus furisdicionados, nfo poderiam assumir as ‘proporgdes habituals sem 0 apoio da situacio politica esta. ‘dual para uma e outra coisa. Em primeiro lugar, grande ‘copia de favores pessoals depende fundamentalmente, quan- {do nto exclusivamente, das autoridados estaduais. Com 0 che- {fe local — quando amigo — ¢ que se entende o governo do Estado em tudo quanto respelte sos interesses do munict plo." Os proprios {unciondrios estaduais, que servem no Ii. far, so escolhidos por sua indicagio. Professoras primriss, ‘olétor, funciongrios da coletoria, serventuarios da. justigs, ‘promotor publico, inspetores do ensino primario, servidores a satide publica ete, para tantos cargos a indicagao 04 apro: ‘ago do chefe local costuma ser de praxe. Mesmo quando © governo estadual tem candidatos proprios, evita nomed.los, desde que vena isso a representar quobra de prestigio do fhefe politico do municipio. Se algum funclondrio estadual fentra em chogue com este, a maneira mais conveniente de Solver 0 impasse é remové-o, is veaes com melhoria de situs. ‘80, se for necessrio. A influéneia do chefe local nas nomes- {es atinge os préprios cargos federais, como coletor, agente {do correlo, inspetor de ensino secundario e comercial etc. © ‘os cargos das autarquias (cujos quadros de pessoal tém sido ‘muito ampliados), porque tambem é praxe do governo da ‘Unifo, em sua politica de compromisso com a situasio es fadual, aceltar indleagtes e pedidos dos chetes politicos nos Estados, seine zt, etn co eis So pine ieee tect ee ane eee fs econnocios, eqosios so eaucie da test eta local (ab, mee Sask Seem te ee ei fo, o Prefato dominars iptpraimepte © Camere Stunical Sera un Douicns itador mamlepal (Anas 0, pap 4 ae A lista dos favores nio se esyota com os de ordem pes: soa. # sabido que os servigos publicos do interior sto’ Ge- ficientissimos, porque as municipalidades ‘no dispoem de recursos para mulias de suas nocessidades, ‘Sem 0 auxilis financelro do Estado, difielmente poderiam empreender ax obras mais necessérias, como estradas, pontes, escolas, hos: Ditais, gua, esgotos, energia elétrica, Nenhum sdministre ‘Gor municipal poderia manter por muito tempo a ideran- (ca sem realizar qualquer benelieio para sus comuna, Os proprio tazendetros, que carecem de estradas para e5008 ‘mento de seus produtas e de assistencia medica, so menos rrudimentar, para seus emprogados, acabariam por lhe re- usar apoio eleitoral. E 0 Estado — que, por sua yer, dispbe {de parcos recursos, insuficlentas para os servigos qué Ihe im. ccumbem — tem de dosar culdadosamenta esses favores de utllidade pablica, © eritério mais logico, sobretudo por suas omsagsicias cltoras,@'da,pefetnia 20s mlncpis jos governos estojam nas mos dos amigos. E, pols, a fraquera financelra dos municipios um fator que contribu, relevantemente, para manter 0 “coronelismo", na sua expres: ‘S40 governista. peaut Siam 2 Deze Raat Feandes, em 388, ne ‘Se obtem pare o seu ficipio as once, a eltadan, as eaclat gue (9 Govorno" ag, do preferansas ao seu puso ste‘ sett come feloiibe. “fat des, hones, ce quieren, porque em proves {eido poy, Rioptonamente, ot onthe manic 80 oo putts hana gue nero, poses Felt’ em vane © un Evan unantide' dow cnartbelos ninsias Se rll nile tui) tvor deur ae, om de om eandidlg save que Oesis0 [etiologic quigos outro Sunde “Pour Indes, {ada um, Gopsem a totaade das Chmarae sepa: gue toa Se clogempartidarinmente’ obedscum © uma @iping” (Anas, VO 3 ple a : lo expresivo @ sequinte trecho de um Doletin dteuido tas lias sages ues ene “a Unido amocratca Ne ‘lol temo bras de lvat ao conheeimento do pora asta mii {fe sing cate Boe eas pens eto ae bee aa acca ie’ “enbes“ranos companies. foram ‘nase adverisos” de Rese, clo inie deine ‘ola ners mania taaseo'& Pre i i Seta ete tol Ge pea ‘ghee de fseaptn Qua" utiiplo referido 0 BSD, come psi governs veto nt ceca dr ido Janie ea por 8 olor ae maior; ©-a UDN, es eoligaio' com oP, con novos © apoio oficial revelase ainda precioso no capitulo tas espesas elitorais, que 0s chefes locals no podem castear Sozinhos, embora ‘multos se sacrifiquer ‘D0. eu ‘esse dever. Por isso, 6 de praxe quo os candidatos tambem contribuam, assumindo, alguns, pesadas responsabiidades Tnanceiras ‘para disputer a cadeira desejada. Mas, como € not6rio, sio os cofres publicos quo costumaim socorrer os fandidatos © os chefes'locsis governistas nessa. angustiosa femergencia, Os auzciios G0 dados, algumas vezes, em dr their de contado, ow pelo pagamento direto de servicos ¢ Utilidades. Outras’vezes, 0 aurilio ¢ indireto, através de contratos, que delxem boa margem de tucros, ou pela cessio Ge edifieios, transporte, oficinas graficas, material de propa. finda etc, Bos recursos, tradicionalmente fnimos, de hossas ‘municipalidades, uma boa parte, em época de eleicso, dest nase a essa finalidade. Entre os motivos que toma tio Acirradas as eleigGes municipais no Brasil, este ocupasonse- uintemente, lugar de destaque. O Estado e, eventuaimente, 4 Unido e ag entidades autarquicas tambem costumam con: {ibuir com fundos ou servigos, para uso exclusive — 6 claro = dos candidates governistas. rein ppl, rem ene munya gn wes, Sarat eras os mei aan ree SLRs Ubon sans sre can anime ee ‘Shalow sepia Tost ener per ut, ell Mapes sere a piel sorry ee eae ee, LES een eee Senn caer ae eae sefre trene train ¢ is‘ do Governador Mion Carns, cha Sri oe eee nee es Butte tne oieeaeoe ates eee See INS Rae taes Naan. ere aves REE mee ates acne eae Sa Siig akan cnen we irene Ee oan ee ae eee ed ee eed Sec, Ames cee teats oe ‘Scmitivas de propegenda por melo de combolos eapectls ou do muso: ‘Tudo isso se inclu! na categoria do “bem” que os chefes locais podem praticer, quando dispdem do goveme mulch pale estao alindos no’ governo estadual, Por outro lado, aquele quo pode fazer 0 bem se torna mais poderoso, quando ests em condigses de fazer o mal E Aqui o apoio do oficialismo estarual £0 chefe do munletpto, Saja por agio, seja por omissio, tem a méaime importineta, Neste capitulo, assumem relevo especial as figuras do dele: ‘gado e do sublelegado de polcia.”” A nomeagio desses at foridades 6 de sumo interesse para a situagho dominante no ‘municipio e constita uma das mais valicsas prestagSes Go ‘Estado no scordo politico com os chefes locals, Embarecar fou strapalhar nexécios ou inicistivas da oposicio, fethar 08 colhos i perseguigso dos inimigos politicos, negar favores © rogatear direitos a0 adversério —~ so modalidades diversas da contribuigao do governo estadual & consolidagto do pros tigio de seus correligionérios no municipio, ‘Mas nada diss, Via de regra, se compara a esse trunfo deoisivo: por a poli 40 Estado sob as ordens do ebefo situacionista local ‘Em certas olfcunstincias, as ameagas e violéncias de. sempenham funglo primordia, porque semelhantes proces: 08 podem, por vezes, garantir © governo municipal & Cor: rente local menos presigiada. Mas a negra nao ¢ esta: rogra 0 recurso simultfineo ao favor e a0 porrele, Conpreende'se ‘mois ois, tuo iso ant dos cates pblieos, stm netm pro ‘Stonglo de dstaree por parts dor Sigur doe sevice rarudavon En Mies ito logue! dg sede do artigo pago pelo undo” Cee bests Hlsoras™ crus iformarcarinerewtesdo"mesteo ttcr Ses Sreanportes« Aguarteiamants de Helos no Taerbey ‘ial coenta "Ta she pl ape Soe cm Sena oe ‘la ope: a tres do govern, 6 prestige ola fo veer Sandown no govern, mans ten malaa de rowley" (0 Oulte Ree see Dies bo Bras — diz Vivaldi Moreira — & delgado pra ¢ votos pra ea” (Poth de Minas Se 2573988). aa sso perfeitamente, quando se considera que & situacio do- rminante no Estado © que interessa é consolidar-se com 0 ‘minimo de violéncia, A'nio ter um desequilbrado, ninguém ‘Pratica o mal pelo mal: em politica, prinelpalmente, recor Pose h violgncia, quando outros procestos sio mais morosos, fou ineficazes, para 0 firs visado. Por 1ss0 mesmo, freqlen Yamente, 0 ofclalismo estadual apdia a corrente que $¢ con: sequit posigdo preponderante no municipio.” Outras vezes, orga seordos, com partilna das vantagens. Bm victude des: ‘seg entendimentos — tréguas menos ou mais prolongadas pode um dos grupos adversdrios, melhor aquinhoado ou ‘com menor disposielo para o ostracismo, aderir em defini ‘ko. A corrente preferida flea, assim, majoritéria, desape- revendo, dai por diante, a necessidade da conciliagto ‘E evidente, como jé ficou indicado, que nem todos os chefes de tnogdes municpals e nem todos 0s "coronéis” 530, Alisdas do ofiialismo estachial. Poder estar na oposica0, co mo se vé em quase todos os municipios. Mas a situagio de Oposicionista, no dmbito municipal, € to desconfortdvel que f'regra ¢ ficar ne oposigho somente quem nio pode ficar com © governo, Segundo {a tem side observado, as correntes polit Nas pales do Domingos Veeco, “os gorernantes esteduals depois ue Selsey preset rasdo de eo forearm & ‘Skituobo de pois os govoraacores, sure Uveram a ‘sagncdade ‘oltion eso apoistem nw" choles mimics. Aas preidentes de ‘Elna a intereceve, pam oe pucrnes formas, tunes pumas [fete ti ¢ otal eta com uma gorrene som ela conta out: Evc‘contrs, no caso, comprecnde ¢ Sum, que se neg 9 Ba que 8° p ‘Soren aitor do depoimerto citado atrmae implctamante, quan eho tenor Flencs om am Gow ares ao. gree” ‘Sito aot chee loca: "him compensatio, or chees dos mniaon, ‘ba mun fanedo hitGrien de prottoer fovea dar ‘masa, ram in ‘inns em apear'os eqvrnar, no sd pare oblerem imeinoraesiow de eur municpion mas taser pars eiarrn@lnefernci da for ‘BSc ‘tee ova geval” (dem) cas municipais se digladiam com 6dio mortal, mas comumen- te cada uma delas 0 que pretende ¢ obter as’preferéncias do {governo do Estado; nfo se batem pars derrotar o governo no {erriterio do municipio, a flm de fertalocer @ posicao de ‘um partido estadtal ou nacional nfogovernista: batemse para isputar, entre si 0 privilio de apolar o governo e mele so famparar. Na palavra autorizada ce Basilio de Magalhées, ‘quando "nos minielpios surgem facySes, de ordindrio em acir- Fada pugna umas com as outras, todas conclamam desde 1ox0, cchocathantementa, mais incondicional apoio ao situacionis: ‘mo estadual”.”" © malor mal que pide acontecer a um chefe politico municipal ¢ ter 0 governo de Estado como adverséri, Por iss0, busca 0 seu apoio ardorosamente. AS eleicoes ‘muunicipais constituem pelejas tio auerridas em nosso pals, Justamente porque € pela comprovetio de posstir a malo 0 elettorado no municipio que qualquer facpio tocal mais Se credencia ts preferéncias da siluagio estadual. A esta, como ff notamos, 0 que mais interessa é tor nas elegdes fstaduais efederais, que se seguirem, malor nimero de votos, ‘com menor dispendio de favores e maais moderado emprego {da violenela. Apolar a corrente local majoritaria é, pots, 0 ‘meio mais seguro de obter esse resultado, Inclusive porque 4 posse do governo municipal representa, para ela e Dara o overno estadual, um {ator positivo nas eleigbes, balanca em ‘que tanto pesam 0 dinkeiro publics e os beneficios de pro- ‘cedencla.ofiela. ‘A esséncia, portanto, do compromisso “coronelista” — 5 0 un, om M, Ge. pg. 10, 0 yo do Se Crmrell Barons sae Garrat pad en a ianeipo versus Bsiedo), rete ra {8 Setowainenno carne a es pattie murals Se Goce Goulseise de una seers irpta pais poate da admins ‘o'ea Carne (harannaoy, aa ual ce eva 0 tor, membro Pro ‘Shahi Se sue tau coronas conten, ambes chide por "00 salvo situagdes especiais que nfo constituem regra — con sists no seguinte: da parte dos chefes locais, incondicional poi nos candidats do oficial nas elles esiaduns © federals; da parte da situsgio estadual, cartabranca 20 chefe local governista (de preferéncia 0 lider da face8o local Imajoritéria) em todos os assuntos relativos ao municipio, Inclusive na, nomeagéo de funciondrlos estaduais do lugar. vur ‘Ao estudarmos a autonomia municipal no Brasil, veri. camos, Gesde logo, que 0 problema verdadeiro nao 6 0 de Sufonoma, mas 0 de falta de gutonora, tio constante tera ido, em nossa historia, salvo Dreves veagGes de cardter mur hicijalista, 0 amesquinhamento das insituigdes municipal. ‘Aatrofia dos nossos muniespios tem resultado de provessos ‘Varios: Pentiria orgamentiria,excesso de encargos, reducio {de suas atribuiges autOnomas, limitagoes ao principio da fletividade de sua administracio, intervengSo da policia nos Dleitos locais eto. ‘Passado o periodo dureo das cimaras folonias, sobrevieram a miida interferéncia régia e a tutels {mperial” A risa allonomista do comeco da Repdblica em breve tempo debroa de soprar,e ventos contrérios passaram a impulsionar a polities do tunleipalismo no Brasil Em {fous vemos um novo surto autondmico, interrompido pelo Estado Novo." Ks6 agora, em 1948, a terceira Constituimte ‘epublicana pbs 6 problema do municipelismo entre suas pri ‘melras cogitagSes, encarando principalmente o aspecto fun- ‘damental da receita. © movimento de 46 ¢ ume contiauacio fais consciente e coneeqiiente do de 34, embora certos de- {alhes emprestem a um e outro particuaridades dignas de ropistro. Ate onde, porém, 0 novo muniipalismo resultard fem reforcamento efetiva da sutonomia politi das comunas, fis Uma questio em aberto, que sd 0 tempo resolveré. 2 evidente que om slgumas provincia ou Estas 0 proceso fo o probiema Pra Sis baste spresene em termon ds ‘eroraicin, a grandes fas cue ac tare ‘Comerands oes ‘Gono sebcrabeschmavas do certo purtod, colonial ferminando os SRStuiie Bade Nowe, eras"depeacndi sminctativas came TemeEe Gh eteas tapes tet one camino ce ents ‘Smear ce plas bras yes por Movimeros ‘ruieipalstas do pouce profindidade ou duracko Entretanio, wo lado da falta de sutonomis lege, a eve studimos, os chetestmunideis governstas sempre gosasu Ge una pla autonomia etrleal Ee sega, Sac ope lio premlace nos consis do governo em tage auacho Fespele wo muni, meamo em fimunios que slo a come Deldeca prvativn Go 'Eetado cu da Uallo, como sole & no. ‘eapio de certs fuclondrio, ent 0 qulso delgmo¢oe Coletore justamente. nessa muionomie extalegal Quo Consists a carinbrancn quo 0 power esadval cttrga Soe ‘ovrelgoniios cals em eumprimento asin pesagso no Compromiso tpico 40 “orentiamo"” ainda om tttce dts eartairaton que a sioridades etaduals dio 9 see ene ou chan 0 is de odo tos ces overs, Ineusive « wlencas @ outras ashen free aca Operase, pois, uma curiosa inversio no exercicio da auto, ‘noma loca. Se garantida juridicamente contra as intronic: 86es do poder estadual e assentada em sélida base financetra, ‘8 autonomia do municipio seria naturalmente exercida, no regime representativo, pela maioria do eleltorado, através dde seus mandatérios’ nomeados mas urnas. Mas com 8 ‘autonomia legal cereeada por diversas formnas, oexercicio de ‘uma sutonomia extralegal fica dependendo inteiramente das cconcessies do governo estadual. Ja nao seri um diteito da, ‘matoria do eletorado; serd uma ddaiva do poder. E uma doagio ow delegagio dessa ordem beneficiard necessario- va do municipio, Quando {or este 0 caso, 0 municipio pode ter até relativa prosper!: dade, inclusive através da realizacio dos servigos Tiblicos locais mais importantes. Se ocorre estar no governo muni cipal uma corrente politica desvinculada da situaco. este. ual, ¢ claro que nio The ser outorgada a autonomia extre legal que receberia, se partifhasse das suas preferéncias po- Llless, Terd, portanto, de se mover estritamente dentro dos ‘mirratos quadros de sua attonomia legal, que s0 tem dl posto de uma receita publica Insuficiente para atender 808 fencargos locals mais elementares, Alem disso, as atribulcoes Drivativas do Estado referentes so muntefpio (especialmente hhomesgdes) passario a ser exercidas, nao de seordo com © xgoverno municipal oposicionista, mas segundo es indicactes 44a" oposicio municipal governista. Pica, assim, a0 inteiro critério do governo estadual respeitar, ou mio, as preferéncins {a maioria do eleitorado local, no gue entende’ com 08 as- Ssuntos do seu peculiar interesse. Dentro deste quadro, o éxito de uma parcialidade nas teigdes municipals seri’ uma vitéria de Pirro, @ no ser {que ela seja, ou venha tomarse alisda da’situagto es {adual. Por virtude dessa completa Inversio de paptis, 6 evidente que, em regra, os candidatos aos cargos municipals Sufragados pela maloria do eletorado nao resultam de uma Sselecio espontinea, mas de uma escolha mais ow menos {orgada. Se os candidatos ao governo municipal, que forem. apolados pelo governo estadual, si0 os que tém malores or ies de fazer tia admninistracas provettoua, esse {nto 14 predispse decisivamente grande numero de eleitores fem favor do. partido local governista. Em fais circunstam ‘las, mesmo as elelgdes munielpais mais livres ¢ regulares {uncionardo, ‘freqtientemente, como simples chancela de ‘prévias nomeagdes. governamentals. Autentica mistifcacso {Go regime representative, (© argumento, muito usado, de que a autonomia local favorvce at administragies perdularias ou corruptes, impossibilidade de um ‘controle do alto, 6 geralmente do cumentado coma experiencia do regime de 81 na maior parte dos Estados, Mas, se 0 Estado, no regime do 91, dls- unha de completa ascendéncia polities sobre os chefes Tocais, por que nfo & exercia no sentido de moralizar a adm nistracko munleipal? Por que s6.a utllizava para. impor candidatos nas eletg6es estaduais e federais? Bssas perguntas Sdesnudam o fato verdadeiro que o proprio angumento enco- bre. A "vista grossa” que os governos estaduais sempre fi- zeram sobre a administragio municipal, debxando de empre- far sti influéneia polition para ‘moralieta, faxia perte do Sistema de compromisso do "eoronelismo”. ‘Estava incluida ‘na eartabranea que Fecebjam os chefes locais, em troce do Sou incondicional apoio aos eandidatos do governo nas ele (bes estaduais © federais. ‘Ainda assim, ocorre perguntar: por que os governos es- taduais pagavar tio elevado prego pelo apoio dos chefes Ioeais, deixando que o esvanjamento ou a cormupeso devas- fasseth a administragio dos municipios? A resposta nio pa frece dificil: os cofres e os services municipais eram instra- entos eficazes de formacio da maioria desejad pelos go- vernos dos stados nas elegdes estaduais e federais. Alem ‘isso, nfo Thes eaberia qualquer direta responsabilidade pelas rmalversagdes, que corsiam por conta @ risco dos hetes leas” O prego caro, pago pelo Bras em toca Go Spo era oe ets locals ere, portato, na conceto {bjetca para que esse apoto correspnsasse os ins visaos pelo governo estadal, x Se a atitude do poder executive — so qual eabe a chetia, a politica estadual’ — em relagio s0s municipios parece satisfatoriamente explicavel, através do mecanismo que des Geveros,o mesmo iio scence com a attide dob legen ‘estaduais, no votarem as les do organizagdo municipel, {que favoreciam tamanha inversio.do sistema Tepresentativo Em sua maloria, homens do interior, chefes polices mur nicipais, como explicar que consentissem na misificaglo das preferéricias do elettorado local, forgado bender quase Sempre para lado governista cm conteqiéncin do. ames: uinhamento do muneipio? © motivo primario seria cer tamente o receio de néo serem reincluidos na chapa oficial f, portanto, de perderem a chance de voitar ao Congresso do Estado, ou algar até ao Congresso da Republics. Rxeiuidos {da chapa do governo, © sistema de. compromisso “corone. lista”, que ja ‘analisainos, contribuiria para derroté-los em seus proprios municipios. Mas, afora ease ‘motivo politico, ‘muito ponderével (pots o goverao, alem do canformismo do leitorado "coroneiste", alnda se Valin da fraude © da coacto ‘para vencer nas urnas), haveria outra vaso mais protunda, ‘A primeira observacio de quem estuda 0 “coronelismo" 6, natural e acertadamente, aributlo & hegemonia. social do dono de terras. Mas € preciso entender essa hegemonia, ‘apenas em relagao aos dependentes da sua propriedade, que Constituem 0 seu mago de votas de cabresta. Nao @ poseivel ‘ompreender essa hegemonia em relagio a todo @ municipio. ‘Um municipio aividese em distritos: 0 distrito da. sede —~ lurbano — escapa a influgncia do "eoronel” que no sela 20 ‘mesmo tempo chefe politico municipal: e cada dm dos dis. {ritos rurais se compde de diversas fazendas, Esta {rag pic Bala aca cteas ot te Ei oem nae 2 ears a vargas ate atts SoS Sees Se ereereeH eee rmentagio da hegemonia social no interior tende a prosseguir “has zonas de laroura deeadente, ou pouco produtiva, pelo Empobrecimento dos, proprietarios, ¢ ainda por efelio. do ‘nosso regime stvessdrio." ‘Se um 86 “corone!” fosse dono de um distito intiro, a sua Hhegemonia social, resultante a propriedade da terre, os rte ee ais ra =e su edict sobretudo pla possiblsdade de Tesomposicdo cas eae aie, oe wen pre de tro © ame aca eaiee te & mea weak eeer canilicaes Breer cog Petia te chances Seneas ipa alten kee Ree ae fe neeicees Gites erst ce LSE tao et ce Sei ma tk ee mate domi ti hs ys ae @ Sete oo nee ae Ts Lan ta ezrin, ee wane ee ae: Sete rere ae See res ce es Resi Ea Gas fe a bal at Soccer ncaa eat, Ehchcs daa anand ates enone os sie ie Sears Sik Eta oy oe oan To Se ee as as Spee Se sec te Se sere Maa ae te dette eee ie de bla eet ipa ht a eater at tate aR ogame *h Seca a rates ta terra SA SS wine fee ae es Sin Smite ae ee eat Ga wine ee Ss Wana. Senet are tote 1G sean es Un ep Ry leas Eitan mee, Cee cee Seas ii Eon cteae, arctic tees Ss Stace oe Ee heer tate a ct es sa res ci be apes vas na Te eect on seman remae ees ae oe dag ears Scan Sore oe Tae eeek mass Serums eas cae tne RS See SUSE STG oc Gilact an mene besos seria sncontestivel naquea creunserigho, 0 mesmo ovorrendo fm regio a todo 0 munteipo, quando fosseo caso. Haver- 42, porem, como é a reg, viros fazendeiros em cads dis: {tio e mimeo bem rior em cada mantfpo, sera natura Tents partidaria, tendendo som divorsos fatores que determi bam ab gages polticas municipals. O agrupamento dos fe endeiros éo distri, em torno ee um doles, «’0 doe chetes Gistritas ao redor do chefe municipal — exclude a infhut Gia governamental de que adiantefalsremos —, expicamse por iversassazdes: por motivs de crdem pesos! maior ocaglo, capactande Ou bablldade), pela taaigio (perma: ‘encia da eietia na mestaa familia); pela situageo econdmics (proprledades mais Teas, com maior nimero de cleitores, ot ‘malores dlsponibiidades para gastos eleoras) ete. Dosa Yarlsbildade: dos motives de igagho partir restarts {im equlbrio muito instavel para as toreas poliicas lors, {due so agravaria pela comum raclagdo do eleforado urbano, Senos submis 'e, portato, de manifesiagio mals fe Inente provsiel, Gu mucederse, essas eondigde, 20 4 sorte Ga chefia poltca do municipio dependesse exclasivamente 40 eleitorado, isto 6, dos cabo sleforas Urbanos e de cada lim dos dverios fazenderos dos dlstritos? Cada eleigo, com {ova probabligade, sera ums batalbasnoert, oa pelo menos muito eustosa. 0% risoos do plelto. aumeniariam conside Tavelmente, prevalecendo no eoibate os shefes que tivessem, fe fato, malor capacidade pessoal de lideranca. Mas, como Ss chefay locas sao mult reves adquidas pelo caso do faccimento, do matrimdnio ou dé alguma aiizade. prote {ore, em todos esses casos, quando false eo chefe qualt Alades positives de lderanga, b sua sorte police stata Por {im fio'em cada novo pllto due se travasse que ‘mpede que o panorama politico municipal se presente por toda parte do modo por que nai © maging: ‘os « justamente a forga agutinadora do governo, sumen tada na 'razto cireta do amesquinhamento do municipio. © poder de coesio do governo livra os pleltos muniipals de {rand parve dos siscos spontados, porque predispoe 0 els {orado em favor des candidatos governistas Isso explcarsa, {alven, a atiude dos proprios lepsiadores estaduals, ue Seinavam de utilise seus poderes constitucionas pars vite Iiser a organtzacio mimleipal e, assim, contebur para hibee taro seu lelorado da infuéncinasorvente que sobre ele fxeree 0 governo através dos chefes locals 6 dos "eorondis™ ‘Se, por um lado, ficavam 0s deputados estaduais jungidos ‘20'governo, de quem dependia em ultima andlise a sorte da ‘lelgdo, por outro, a sua reelelgio ou a sua promocso na car. ‘elma politica estariam garantidas, enquanto soubessem ou ‘Pudessem manter boas relagbes com a situagdo do seu Estado. ‘Tudo isso indica que 0 problema do “coronelismo”, apa ‘rentemente simples, spresenia no seu mocanismo intemo grande compleridade. Nao hi duvida, entretanto, que cle ‘€ muito menos produto da importineia e do vigor dos senho- res de terras, do quo da sua decadénela. A debiidade dos {fazendeiros 86 aparenta fortaleza em contraste com a grande ‘massa de gente que vive, mesquinhamente, sob suas asas fenche as trnas eleitorals a seu mandado. 0 “coronelismo” ‘assenta, pois, nessas duns fraquezas: fraqueza do dono de ferras, que st dude com 0 prestigio do poder, obtido & cust a submissio politica, fraqueza.desamparada ¢ desiiudida fos seres quase sub‘humanos que arrastam & existéncia no frato das suas propriedades. ‘Muito longe esto os "coronéis” de hoje e de ontem — ‘que tio repetidamente tém de apelar para 0 brago do de uelardasn viens Sousa Prot Wileons "Navel poliea sobre porta populagte toutovrasiara posse stingut eas correntes ‘Bie nite eels pics Duca o use dos dreltae poitices do eldad nthe Gramma’ ga ecu” sind eB os representantes dessa alton semen” sve o ran ‘oes municipals."; "Nos niciooe textobratieros’« “pouliea’ dee fecmpre Vanigeneine com an ence f side tosocie {ten dos neles tatobrasras, © eitorady (de cabresto) jamais ‘Sires Gn St puss san 2 3. No co pari, ania plo Proton Wis, o epee ‘humo se vera ean uae td pales, mam a funciona ins (raimente ost doom de poliia — daqueles rebeldes e poderosos sentores frurais de certo periodo colonial, que eram o govemo ©. lei de seus dominios, © poder que uns e outros ostentam, ‘tttonomia ‘municipal que ele se tem aimentado’ pare So- breviver. ae © exame da logisag ‘teresse no estudo ‘foram dadas, a propdsito de ellgbes rmunidpals, mas no ‘sho suficientes." ‘© primetro decreto eleitoral de D. Jodo VI fol o de 7 de smargo de 1821, que mandou regular a eleigio dos deputados ‘© mesmo sistema, com censb progressivo do primeiro para o segundo grat, fo! aoolhido no projete de Constitulcso ‘Que se discutia @ votava naquole malogrado songresso," e na, Genstituigso furada por D. Pedro. asst especiadon Ge Prancaco Belsire, Tprae de Lite Coates Sierra, oso co J050 Catia, ‘Duningos Vets 6 odo Vie Staring” Mas ene’ porem,reoriemas Tout tects, gue is ‘© decreto de 26 de margo de 160s," Para proceder ts eleicoes ‘de primetro grau estavam previstas mesas eleitorai, com: ppostas do juis de fora (ou ordndrio, ou quem suas veut fi. esse), do péroco, de dois secretitios dois escruta ores, bieia eletoral," reunida ‘na igreja, © mediante proposta do juiz, de acordo com 0 paroco. A mesa tinha poderes amples) ‘mos, desde a qualificacto dos votantes determinagho do [Prazo para recebimento das oédulas até w apuragio dos votos fe fxacdo do mimero de eleitores da parcquia,” "Bite sistema, no qual a mesa cleitoral era a chave da eleigho, perdurou’ até 1842, com resultados deplordvels.”\ Dai por diante, allés, até o Céaigo Eleitoral de. 1992, a. compo- Slefo das mesas eleitorais continuaria a ter imporiéncia 1th damental, porque thes incumbia a preciosa tarefa de apurar votae AA altima Camara eleita segundo as instrugdes de 1824 {oi dissolvida, como so sabe, antes de sta insialaggo. Novas ‘ormas eleitorais foram baixadas pelo gabinete de 23 de argo de 1841, com o decreto de 4-de malo de 1842, cuja brincipal inovseo fot a qualifioaglo previa dos votattes © os elegiveis por uma Junta composta do Yuin de pas, do Dé Toco e da auioridado policial A mesh eletoral passou a se ‘nomeada por dezessels cidadios escolhidos por sorte entre 0s elegivels. A esse tempo, os delogados e subdelegados de policia era meras criaturas do. poder central, nos termos a lel de 3 de dezembro de 1881. Sua infludnota'na qualiice: ‘el iets de 186182, co scrliios« excrtadores tam en ar cll ox pe Nee sumdrio oping peril até & Let Sara, excuse iy eserendo oc hones para on Segundo, conform st ‘Sra ma do ent. rrancien atstrio, O Sistema Rioral do Bras, pigs. 48; ‘Tevags ite erin Bidtoral pes Sit S60 Mae Feine ob a ea ‘5 cetraan lense daerpeton Sek ari a a BESTE tadee ov exemplos penauaio” (Calcperax, Form, st do ry i. 2) P ‘gio dos votantes dou lugar, assim, & mais desembaracada vio- {éneia, corrompendo completamente 0 resultado dos pleitos? ‘Procurando provenir a péssima interferéncia da policia ‘no alistamento, & lel ne 387, de 19 do agosto de 1846, dea ‘ova organizagio & junta qualificadora, que fleou compesta do Juiz de paz mals Yotado — seu presidente — e de quatro ‘moimbros escalhidos, por provesso complicado, dentre os ele ‘so de dvidas ¢ incidentes, era composta segundo ‘dades semelhantes ts da jurta qualficadora.-O sistema de ‘qualifiagho, ainda defeltioso, da lel de 48. perdurara, com ‘pequenas alieragdes, a & lei de 1875, eontribtindo, portant, ‘Com sua parte para 0 insucosso das lets de 1055 ¢ i800." ‘Reforma discutidissima e na qual multos politicos. da ‘época.depositaram grandes asperancas, tendo sido conside- rrada questio de conflangs pelo presidente do Conselho, Ho- ‘grio Hermeto,* fol a chammada Lai dos Civcutos (ns 842, de 19 de setembro de 1885), que divialu as provineins em aie titos de um £6 deputado © mandou eleger os suplentes de sempre sa ‘pomentines. confine poder reat (Pak de tora i ee RIS ‘ias gh sora eat i uae Sie ore Seinen tae ge age aT Siete eter fa ea ener ar ace ee es Teri asec Soca anos Na ea eee eae ere eae Lato ran ae ate ee a yl mrt ono 8 elim potetadae de toda oraem ve speci ‘Bite afer pion cwion "tbc pag, 0 ¢ na Mepablca™ pags. 0 © 3. = Goputedos na mesma ocasiio que estes, em ato sucessivo ‘Como os resultados nao fossem os esperados, no terdow a Jel'a ser reformada. Em primelro lugar, os suplentes — que ‘desde 1822 eram os imediatos em votes, saindo muitas vezes ‘Ga oposicio — passaram a represen(ar at mesmas correntes “istritais, em regra governistas, quo eleplam o8 deputados,”= Por outro lado, foram pequenas as alteragées Introdusidas ‘na organizago ‘das juntas de qualifieagho © das mess pare. Guiais. Segundo 2 Ici anterior, os eletores paroquiais © certo ‘rimero de seus suplentes, reunidos, escolhiam os componet {es da junta e da mesa; pela de 1855, 0 grupo dos elecores ©.0 dos suplentes passaram a eleger, soparadamente, 08 seus Fepresentantes nagueles Grgios.* ‘Seguiu-se a let n+ 1.082, de 18 de agosto de 1860, tam- ‘bém chamada Seyunda Lei'dos Circulos, que suprimit cs suplentes, mandando se fizesse ova eleigdo em caso. de ‘aga, e alargou 0s distritoseletorais de modo a dar cada wm trés ‘deputados, eleitos por maoria relativa. Foram, além disso, pequenas as alteragdes que introduciu no sistema de alistamento © no processo eleltoral, nio sendo, pols, de se esperar sensivel methoria na manifestagio dae umes." ‘Nova reforms veio com a lel n* 2875, de 20 de outubro de 1875. A adogio do ‘voto limitado, ow lista incomplete, tanto nas eleipdes de segundo como nas de primelro grat, {oj sua principal novidade. A intengio doutringria do sis: ‘tema era garantir a representaglo das minorias, nia Suposi ‘0 de que a terea parte da reprosentagao, nso sufragada as ‘Cédulas Ga maioria, pudesse ser eleita pelas correntes ming ritarias. NEO hesitaram, porém, os entendides na matems fice eleitoral em langar iio do rodisio para burlar a Let do ‘Tergo: revezando os nomes dos candiatos nas eels, Te diante cdiculo prévio do mimero Ge eleitores de cada partido, lograva & maioria suprimir a Tepresentagio minoritaria, ott Feduaila abaixo do tereo legal." Apesar de ouiras modifica. 6es e precaugbes adotadas pela lel de 1875, inclusive quanto fos casos de inelegibiiidade, " continuo em vigor 9 preeario TERESI ST one og Roa Tay. de Lira, ob ly pdg 29%; Colares Morar, ob i, 38. % Aite Brasil, Demeciacs tia, asa” 15 st Colares rovesso de apuragio, eniregue a drgtos politicos, desde & ‘mesa eleitoral da pardqui até, na Ultima etapa, ae cAmaras Tegisiativas ‘Também contribuiram para condenar a Lei do Terco as cesperangas depositadas na eeigio direta. A tentativa de sun ‘nsttulggo mediante revisto constitucional deu por terra com o Gabinete Sinimbu. Ao Canselheiro Saraiva, que fez ‘8 reforma pelo processo legslativo ordinario, eoubé # gi6ria de haver realizado, na primelra experiéncla’ da lel que Ibe tomow 0 nome, as'elelgdes mais honastas do. Império. Re- uzindo 0 sufrigio a um 96 grau, a lel ne 3029, de 9 de Sanoiro de 1881, baseada em projeto de Rui Barbosa, exigit Tenda anual minima de 2008000 como requisite pers inci ‘io no alistamento, de onde também Ihe advelo a denomi nnapio de Lei do Censo. Rastabelece 08 distritos uninom- ‘nals para eleigdo de deputados 2 Assembla Geral, procuroa farantiro siglo do voto e ampliou os casos de inelegibiidade incompatibilidade. Outras disposigdes da lei tém maior interesse para 0 nosso esido, “A qualificaczo fol contlada, em cada termo, 480 juts municipal, cabendo ao juir de dieito © definitive ‘organtzagio da lista de elitores de sua comarca. © alist ‘mento seria revisto antsimente, para inclusio de novos elel- fores, ou exclusio de nomes noe casos expressamente indi cados. As mesas eleitorals — pera de valor fundamental — fcaram constituidas do jul do paz mais votado da paréqui, aReoreeitie eae eee ee Soe Sa ares eee Soe Se eee oe eet aes meni sane rene aucune ae oF ‘Stestned ss ascii Rita Sa Cattenens weed, Sees cases ares tas bias pera “Gusto 06 iitoral, foram sdotadas, pare composi da rps’ da fans’

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