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IRAI CRISTINA BOCCATO ALVES CRISTIANO ESTEVES SUMARIO Lista de figuras 9 Lista de tabelas 15 Apresentacao.... 19 O Teste Palografico .. 21 Fundamentagao Teérica... 23 Instrugoes para Aplicagao... 51 Avaliacao 55 Pesquisa de Padronizagao Comparagao da aplicagao da folha grande com a pequena. . 159 Estudos Psicométricos ... Precisao.. Preciséo Teste-Reteste Preciséo das Metades .... Validade ... Consisténcia Interna Comparagao entre o grupo de motoristas com e sem histérico de acidentes . Comparagao entre um grupo de presididrios e um grupo de controle . | 276 . 197 Referéncias Bibliograficas .. APRESENTACAO Se ee ee Tae ee at gado no Brasil por Agostinho Minicucci. ge personalidade cuja aplicagéo 6 muito simples e répida, mas sua avaliacao e interpretacao exigem um certo grau de preparacao e experiéncia do psicélogo com a técnica. O presente Manual foi elaborado com 0 objetivo de apresentar uma nova fundamentagao teérica para o teste, bem como os resultados das pesquisas relativas aos parametros psicométricos, incluindo normas, preciso e validade. Este Manual apresenta uma sistematizacado da avaliagao do teste, incluindo medidas quantitativas e avaliacao quali- tativa com as respectivas interpretagées, procurando sempre apresen- tar ilustragées das caracteristicas descritas no texto. Este Manual foi organizado com base nos dados da literatura dis- poniveis, incluindo todos os textos publicados por Minicucci sobre 0 Palografico. Também foram consultados outros textos da literatura sobre as técnicas graficas. A fundamentagao terica foi baseada prin- tudos sobre 0 comportamento expressivo e das téc- nicas graficas para avaliacdo da personalidade. As interpretagdes apresentadas para as diversas caracteristicas avaliadas pelo Palografico foram retiradas principalmente da obra de Minicucci, mas incluem também dados extraidos de outros autores. Outras informagées sobre 0 Palografico podem ser encontradas nos diversos manuais e livros publicados por Minicucci. cipalmente nos es' Dra. Irai Cristina Boccato Alves Instituto de Psicologia da Universidade de Sao Paulo FUNDAMENTACAO TEORICA oO Teste Palografico pode ser considerado um teste expressivo de personalidade, de acordo com a classificagao de testes de personalida- de proposta por Van Kolck (1974-1975). Segundo Van Kolck (1984, p.2), no ato de desenhar estao presentes t ssa a Di ao @; “mais do que qual- 8s a proj quer producdo pessoal deve ser analisado cuidadosamente”. se refere 4 adequagao em relacdo a tarefa solicitada, isto 6, se realiza a tarefa de modo convencional, original ou fantasio- so, bem como se a execucdo esté de acordo com a idade e 0 sexo. A Go se refere “ ao estilo peculiar da resposta do sujeito, que se revela através das qualidades propriamente grdficas, que dizem mais respeito & forma” (p.2). A proj é avaliada através da atribuigao de © qualidades as situacées e objetos, que aparecem no contetido e na ma- neira de tratar o tema. Essa mesma distingdo 6 feita por Wolf e Precker (1974), para os comportamentos em geral, conforme apresentado a seguir. O compor- tamento adaptativo é aquele que 6 determinado pelo material com que se trabalha ou pela situagéo. Assim por exemplo, quando toca a cam- painha da porta, um comportamento adaptativo seria atender a porta e um nao adaptativo seria apagar a luz. O comportamento projetivo se refere a atribuicéo de suas préprias necessidades e qualidades aos outros, sem ter consciéncia desse pro- cesso. O comportamento expressivo consiste no estilo da resposta, ou seja, diante de uma mesma tarefa cada pessoa analisa a situagéo de manei- ra caracteristica e individual e emprega o material ou organiza a situa- odo diferente. Os padrées de movimento, os gestos, o ritmo e as respostas fisiol6gicas do organismo variam consideravelmente de uma pessoa para outra, ou seja, ha um estilo diferente na forma de responder ou de realizar uma mesma tarefa. A andlise da expressao preocupa-se com a forma do comportamento para poder chegar as motivagoes basicas, ou seja, ds caracteristicas da personalidade. A cao de m istina Boccato ANS” trai Cri eristicas de personali. portamento expressive eas caract' m a yealiza¢ de tracados simples e a and. 0 aspecto expressivo para a avaliacao da 1974-75). Assim podem ser considerados ‘testes EXPY icodiagndstico Miocinético (PMK) ¢ 0 aaa eal Segundo esta autora, & andlise da escrita ou Grafo- 0 estudada ha pouco tempo em termos cientificos esua — roxima mais do desenho livre, em que 4 total liberdade boragao de uma técnica de avaliagdo e da interpretacdo da” (p.346). Vernon (1933), pode-se focalizar 0 estudo da per- sonalidade em qualquer um de trés diferentes niveis. “OQ primeiro é0 nivel dos tragos, interesses, atitudes ou sentimentos considerados como compondo uma personalidade ‘interior’; 0 segundo € 0 nivel do com- portamento @ da expressao; 0 terceiro é 0 nivel da impressao, da per cepcdo e interpretagao do comportamento pelo outro” (p.v)- Uma vez que uma descoberta em qualquer desses niveis leva & suposicdo de que o fenémeno em questéo tem um complemento (correspondéncia) nos 7 = panne be é ae em um dos niveis pode set esses autores propoem que em o a hot : Oe en téncia ou organizacao da personalid: a sane probleme fa es sigdes internas”, que sé a er do ponto de vista das “disp e escalas, pale estudélo no nf conhecidas indiretamente por testes inbdo a ger cxamnmedade ame A do comportamento expressivo de Assim, os julgamentos da rorsonulid eee soas, so “constructos inferenciai alidade, que se faz de outras P* sorial da expressdo” (p.v) ¢ 6 a sd baseados na nossa percep¢ao se penas na nossa percepgao do corpo fisi da linguagem e dos gesti conhecimento s 0s do outro que se a abord ‘obre ele. Por essa raziio 0 pita chegar a qu alow lo direto da expressa° entre 9 com} dade. ‘As técnicas jise da escrita, empregam i A, nalidade ‘Van Kole : ae | expressivos 0 Ps! ‘AO que envolve logi situacao se aP dificulta “a elal objetiva & padroniza Segundo Allport e ( Teste Palogratico na Avaliagao da Personalidade evidéncias encontradas indicam que existe uma congruéncia entre 0s movimentos expressivos e as atitudes, tragos, valores e outras dispo- sigdes da personalidade. Existem numerosas questées relativas as disposigbes subjacentes ao movimento e ao efeito do movimento sobre os outros. Allport e Vernon (1933) definem 0 movimento expressivo como “aqueles aspec- tos do movimento que séo suficientemente caracteristicos para dife- renciar um individuo do outro” (p.vii). Segundo Klages (1959), “o principio da expressdo diz que a todo movimento interior corresponde um movimento corporal andlogo ou que todo movimento expressivo é involuntariamente dirigido para 0 fim instintivo contido na vivéncia da vida interior” (p.95). Por esse meio é possivel encontrar a forma expressiva de toda vi- véncia, como também 0 contetido vital de todo movimento expressivo de maneira suficientemente reconhecivel. Por exemplo: 0 horror ou 0 medo impulsionam ndo somente a fugir, mas também a escapar do que espanta, a sair fora do dominio da acao, de manter-se a distancia. Para afastarmo-nos de uma coisa que nao queremos ver podemos fechar os olhos, ou virar a cabega. Essas agées sao feitas involuntariamente, as vezes, de maneira inoportuna. Os movimentos, em geral, tém caracteristicas expressivas e nao expressivas. Para ilustrar esta afirmacao, Allport e Vernon (1933) apresentam como exemplo o comportamento reflexo de “piscar”, que é um fenédmeno simples do comportamento adaptativo para todos os individuos. Por se tratar de um movimento adaptativo e comum ele nao tem significdncia para a expressdo. Porém existem varias manei ras de “piscar” e essas diferentes maneiras 6 que constituem o rs portamento expressivo. com » Seria o predicado da aca s acdo,e * seria 0 advérbio da acao. Esse 25 Pe | lrai Cristina Boccato Alves / Cristiano Esteves autor resume as seguintes diferencas entre os comportamentos ins, trumental e expressivo: Instrumental Expressivo Intencional. Nao intencional. Determinado pelas Reflete a estrutura mais necessidades do momento profunda da personalidade, e da situacao. Produzido formalmente. ‘Transmitido espontaneamente, ‘enos alteravel e Pode ser controlado. Meno freqiientemente incontrolavel, P a ieee Nao tem objetivo, embora possa ambiente. : — ter efeito sobre os outros. Tipicamente consciente. Abaixo do limiar da consciéncia. A adaptagao, a Pprojecdo e a expressao, separadamente, raramente a das para avaliar a personalid: tos, embora possam avali: Palografico 6 um teste que expressivo, Pode-se dizer que a fase de treino do Palografico avalia mais aspecto adaptativos e instrumentais, uma vez que no inicio da tarefa o exam nando vai trabalhar tentando 7 Se adequar as instrugdes dadas. Porém, medida que a tarefa continua, vai , ainda que possam ser definida: parecem isoladas. As técnicas desenvolvi lade geralmente abrangem esses trés aspec ar preferencialmente um deles. O Test: mede preferencialmente o comportament cionais passageiras; nsdo e fadiga; aR O Teste Palogratico na Avaliagao da Personalidade e) idade; f) sexo; g) estrutura muscular congénita e estrutura fisica; h) condigées de satide e doenca; d deformagées acidentais do corpo; J) treino especial (por exemplo: dramdtico ou militar); k) condigées do ambiente fisico (por exemplo: caneta, papel e tinta para escrever)” (p. 574) . Os dois primeiros fatores refletem habitos de gesticulagao culturais ou regionais dominantes, pois & medida que uma pessoa se socializa ad- quire os gestos tipicos de sua cultura, mas vai variar seu estilo individual em fungdo das normas tradicionais. Como exemplo pode-se pensar nas caracteristicas gestuais tipicas de um italiano em contraste com as de um inglés. Os dois fatores seguintes refletem estados pessoais transitérios e nao disposicées duradouras e permanentes. Por exemplo quando uma pessoa esta mais deprimida seus movimentos ficam mais restritos e, quando esta alegre, ficam mais expansivos. Os fatores especificados nos itens e a i se referem a influéncias estru- turais, que podem atuar sobre a pessoa de modo a limitar ou impedir certos gestos ou permitir sua realizacao. O treino especial vai também muitas vezes provocar alteracées na propria personalidade e os movimentos adquiridos podem funcionar como mascaras que tendem a esconder as caracteristicas pessoais. Em relacao as condigées do ambiente, se a pessoa nao tiver um apoio adequado para a escrita ou se a ponta do lapis estiver muito grossa ou muito fina, isso poderé produzir diferentes tipos de tragado e causar mudangas na sua pressao. Outro aspecto relevante destacado por Allport é a génese do compor- tamento expressivo. Enquanto um bebé ou uma crianga pequena demons- fram sua irritagaéo em todos os seus movimentos corporais, como chorar, gritar, agitar-se, debater-se, no adulto essa expressao se reduz e apareci > as vezes, apenas por um pequeno movimento. Com 0 aumento da ae dade a expressdo tende a se reduzir a regides limitadas do co: leva as pessoas a utilizarem diferentes canais de expresso, oe exemplo o modo de falar, de andar, de vestir-se, etc. » como por na Boceato Aves / Cristian? steves cristina wes / Cristiano E trai Crist 91, p. 42) diz que: “gs muisculos de um A esse spe i uando uma pessoa tenta eseonder © que a ostura co! individuo sao hon aise aoe ombros ¢ a P hy oe é i gem pode-se ocultar as neces. los nao sao controlados de maneira similar, aabordagem psicossomatica tem mos. a i indivi o estad ae elagdo entre as necessidades do individuo e tado de eel estudo do comportamento expressivo per. is i jue 0 organismo. Consideram 4 i > oe uma compreensio da estrutura e fungao do organismo, bem como da unidade e consisténcia da personalidade. Para esses autores tanto a abordagem psicossomatica como 0 estudo do comportamento expressivo tiveram seu desenvolvimento ligado a teorta psicanalitica de Freud, que enfatizou a unidade da personalidade, uma vez que o conflito neurético se tornava evidente nao apenas na personalidade, mas em cada gesto, em cada deslize de linguagem e em cada mancirismo. Por essa razao seria possivel se chegar as origens da personalidade, se esses sinais fossem compreendidos. Freud ampliou essa constatagao para 0 comportamento de todos os individuos. Cada pessoa tem gestos tipicos, o que permite reconhecer uma pessoa a distancia. Ainda que a cultura ocidental tenha abolido cada vez mais a ae eee simbélica, a investigacdo mais minucio- ente apenas a amplitude de tais movimentos esta abaixo da nossa capaci é pacidade de reconhecé-los, m: i na desapareceu totalmente (p.454). ee Allport e Vernon (19: Ae 33) concluem em seus estudos que tanto os gestos lomem como sua escri escrita refletem um estilo individual, constante ¢ estvel. Esses aut itores encontraram evidéncias de que existe congruéncia disposicdes da personalidade ‘tudes, tragos, valores e outras ral a delatam. i e desejos, 0S muscu 0 = Volf e Precker (1956), nto expressivo e as ati a medida i que vai « i cteristicas desenvolvendo a “maturi- aaa : dividuais, ov seja, 4 medida que Scrita qu aa que aprendeu na escola e aoe adapta-se caneta ou outro instru 0 mento qué 28 O Teste Palogratico na Avaliagao da Personalidade utiliza para escrever. Esses aspectos refletem 0 comportamento adapta- tivo. Por outro lado a escrita reflete ao mesmo tempo sua maneira pecu- liar, pois a letra no é mais a que aprendeu na escola, revela caracteristicas de sua maneira de ser, sua energia, sua agressividade, medo, etc., ou seja, seu estilo de escrever e 6 nesse momento que aparece 0 comportamento expressivo. O mesmo ocorre com qualquer outro tipo de grafismo, como o desenhar. Allport (1974) considera que a letra é a forma de expresso mais co- nhecida. A partir dela os grafélogos fazem a “leitura do cardter”. De acor- do com diversos autores que estudam a grafologia, deve-se considerar que a escrita nao 6 apenas um produto da “mdo”, mas é uma “escrita do cérebro”, a qual 6 “influenciada por todos os tipos de impulsos nervosos expressivos, que dao um colorido individual aos movimentos adaptati- vos da mao” (p.599). O mesmo aspecto é assinalado por Schilder (apud Wolf e Precker, 1956, p.460), ao afirmar que “a expressdo e 0 movimento estéo relacionados a processos que ocorrem nas partes centrais do cére- bro e néo podem ser separados dos desejos e tendéncias do individuo”. Como a escrita se constitui em “wm ‘gesto cristalizado’ é, aparentemente, o mais acessivel dos movimentos expressivos; todos os outros movimen- tos sao fugidios e mais dificilmente mensurdveis” (Allport, 1974, p.599). Os experimentos de Preyer e de Saudek (apud Bell, 1971) demonstra- ram que nao importa qual seja a area muscular do corpo que executa a escrita, esta mostra sempre a caracteristica pessoal do individuo. Evi- déncias que comprovam este fato séo apresentadas por Allport e Vernon (1933), ao relatarem que em diversos casos em que uma pessoa tem que escrever com a outra mao, ou mesmo, com 0 pé ou com a boca, as caracte- risticas individuais da escrita se mantém. Citam também o trabalho de Osborn (1929) no qual esse autor demonstrou que é praticamente impos- sivel disfarcar a propria escrita ou copiar a letra de outra pessoa, sem que haja a possibilidade de deteccdo. Embora Allport admita que existam numerosas criticas 4 grafologia, muitos estudos mostram que é possivel diagnosticar em uma proporcé > maior do que o acaso algumas caracteristicas da personalidade. Pon De acordo com Klages (1959, p. 13) “a escrita é 0 resultado ; permanente do movimento grafico pessoal”. Por essa razéo. es pessoa tenta modificar a propria escrita ela o faz nas caract quando uma racteristicas que chamam atencdo de quem escreve e assi assim ela vai dirigi | gir seus esforco: S 29 ato Alves / cristiano Esteves trai Cristina Boe alterar as partes socundi 7 vai ncipais e somente : : es principe, Por isso ele considera que, sobre as Pat t60 ligadas AS principais. ; do estas esto ligad: er ae do que as prints grias possuem ma : partes secundarias vemndério8 esse autor menciona © tamanho da letra. tos Se i Entre os aspec! inacd 40 do lapis, etc- : : Se es jamental é que “nenhum trago isolado da escrita ; Outro aspet atidaéo matemdatica” (p.19). Por isso 0S procedimentos { eee = ‘edicao devem tentar compreender 0 jogo das variagies ¢ oe : afin csiabelecendo os limites extremos entre 0S quais ogg ae susé magnitudes. Também se deve considerar que existe variagdes em fungao do momento em qualquer atividade humana. Ass a atividade ela sempre exige um esforco volunté ualquer que seja E u : mais intenso para iniciar do que depois que esta em “plena march; quando a atividade transcorre por si mesma. No comeco da escrita podem ser encontrados obstaculos, como a adi tagao & caneta € a0 papel, que vao desaparecendo aos poucos. “A facilic de de transformagéo das idéias em. movimentos grdficos cresce mais menos em fungdo da extenséo do texto escrito” (p.21). Enquanto no inj da escrita a pessoa se concentraré mais no ato de escrever, com 0 dec rer do tempo ela s6 pensar no contetido do que escreve. “A atengdo d gida sobre a escrita diminui a naturalidade e freia a agao dos impui motores esponténeos” (p.22), por exemplo, quando se quer fazer umé tra bonita. Porém, 4 medida que a pessoa se preocupa mais com 0 con’ me ee 8 ages ° impulso motor natural, a velocidade se torna m Deve-se i ‘i to eee nae aes iguir também as variagces momentaneas das que ¢ grandes espagos de tempo, pois no tiltimo caso el fletet mudangas na constituicéo da personalidad clas re durante a existentia do individuo, Assim accents produzem aos po . Assim a escrita de uma pessoa at anos é diferente da a que ela ter: 4 a Z essas mudangas ocorram fscisias a ae também seja possive ridos na sua vida e que a trans , A esse respeito Saudek ( formem em termos psicolégicos. a Publicado em 1939, aa a T9TD readin ng em, em di shy sou 13 ; cia de m rida idades, entre 8,5 ¢ 1 ‘1 amostras da escrita d ean eS M8 let © © 15,5 anos, e demonstrou a eX Perturbaca, ra em funca : mbar emocional. ngao do crescimento e nos period quan O Teste Palogratico na Avaliago da Personalidade es outro estudo Downey (1919, apud Allport e Vernon, 1933) também ervou que mudancas na personalidade sao acompanhadas de pertur- bagées na escrita. Considerando as variagées na atividade grafica em um dado momen- to, quanto maior for a amplitude das variacdes, menor sera a regularida- de. A escrita regular é aquela em que a amplitude de oscilagées de seus elementos é relativamente pequena em relacao ao valor médio e, é irregu- lar, quanto maiores forem as oscilagées. Qualquer que seja o objetivo que uma pessoa deseje obter, em geral ela age de modo a criar regras ou uma ordem no ambiente de forma mediata ou imediata. Por exemplo, pode-se observar que na natureza nao sao en- contradas drvores dispostas em uma linha reta, os rios séo sinuosos e nao retos. Por outro lado, quando o homem constréi uma casa ela é feita com linhas retas. Assim, o ser humano para conseguir fazer alguma coi- sa pela sua vontade, precisa de um mundo ordenado. O esforgo da vonta- de necessita de um limite regulador maior dos processos naturais, que se reflete na regularidade e na ordem. Na escrita a ordem consiste em repri- mir toda mudanga e modificagéo. O grau de regularidade involuntaria se expressa no predominio da vontade. O homem nao estaria em condigées de conseguir ordem e regulamento exterior, se nao fosse capaz de domi- nar sua natureza interior. Para isso é importante considerar que de um Jado esto as necessidades ou instintos e do outro lado os interesses, sen- do que ambos se manifestam na consciéncia como estados de animo, emo- goes e afetos, ou em um sentido mais amplo como vivéncias, que constituem os sentimentos. Como em geral “sentir e querer se opdem, a vontade se realiza na medida em que domina os sentimentos” (p.27). Na escrita, a falta de ordem e de regularidade indicam a falta de forga de vontade, mas também podem revelar a forca dos impulsos primitivos. Assim a regularidade e a irregularidade no grafismo podem estar ligadas a duas classes de significados, de certa forma opostos. A regularidade pode significar resisténcia, firmeza, estabilidade, constancia, persistén- cia, mas também pode revelar frieza de sentimentos, vazio interior, indi- ferenga, rotina. Enquanto a irregularidade pode indicar por um lado vivacidade de sentimentos, paixdo, impulsividade, por outro lado debili- dade da vontade, inconstancia, versatilidade, falta de perseveranga, deso- rientacao, falta de método, etc. (Klages, 1959). at ae —=™te tral 1 cristina Boccato ANES 1 Cristiano Esteves a regularidade pode ser vista na sime, i i Jetras, palavras, li a uniformidade, n° tracado das ua i inhas ef mostram regularidade na escrita | ‘costumam exer: tendéncias naturais ¢ a Sua acado a princtpios eregras neidade” (p-59)- Tém um com.co c ivelmente, a sua espontanel : . 7 wtamento convencional, mantém a disciplina, 520 metddicas, ordeiras (195 fel tam. dificuldade para usar sua ima. men rizam a ontualidade. Apresen' ua ints sl ir esquemas € métodos tradicionais hor go, pois estao habituadas a segul ote Ml itar novidades e mudangas. {gidos. Mostram dificuldades em ace! an dade ou desigualdade pode ser observada ‘24 aspe Por outro lado a irregulari ‘ des mais ou menos marcantes e numerosas Nos diversos pectos graficos da escrita, como nos tamanhos das letras, na pressao, nas 95; yelocidade, na diregao e na continuidade. Elas jndicam um predominioco, da emocao sobre a Tazao. Ocorre em pessoas que mostram instabilidade so}; na vontade, agitacao interior, mas também vivacidade de sentimentos elas da inteligéncia, com predominio da imaginacao, com sensibilidade e in-ndi war 997) afirma que gs0as qu submeter as suas que reduzem, sensi pelas varia tuigdo. Vels (1993) considera que as caracteristicas do grafismo fornecem ! informagées que podem ser contraditérias. Assim o sentido psicolégico” de qualquer sinal grafico vai depender sempre do conjunto em que esti? inserido, que ele chama de “Ambiente Gréfico” e que pode ser positivo 0", : negativo. te ee ee positivo 6 aquele em que os movimentos segues ene aae fae eaeee ordem, continuidade, proporgao ¢ equ iy; ee ae es ae a oon harmonia dos movimentos e espont® ra ae ee 0s graficos. Ele é negativo, quando quase todosiy: dem, desproporgao e ee Sei iee mostram falta de ritmo, des" nia, Portanto, é importante levar em cont#ne os diversos aspecto: : 8 do conju caracteristicas graficas. junto ou do contexto Considerand ‘0 que os ; aspectos expressivos podem ser observados al versos tipos de grafi ali smo, 6 possi na andllise de desenhos e da possivel transpor muitos dos dados obtide”” r Ai A escrit os interpretagéo da perconlident a anélise do teste Palografico \. ravés da : er grafologia ocorre atl incipais: ee lecer relaggea ee analitica ou atomista, na My. Personalidad lementos graficos especificos e le; 2) i ) outra totalista ou global na qual ; para interpretac40 das‘o, ne ¢08 individuais 32 Teste Palogratico na Avaliagao da Personalidade procura estabelecer relagdes entre uma visdo mais global ¢ intuitiva da escrita e as caracteristicas da personalidade. A primeira abordagem que supde uma relacdo de cada elemento grafi- co com uma caracteristica de personalidade, é considerada por Wolfson (1956) como psicologicamente ingénua, porque negligencia toda experi- mentacao e mudangas que ocorreram na grafologia desde 0 Abade Mi- chon, bem como pela imprecisao de critérios entre diversos avaliadores. Um procedimento considerado mais satisfatério, mas ainda fragmen- tado, pode ser obtido pela correlagdo entre medidas de variaveis graficas especificas com pontuacées de testes objetivos. Em um estudo que usou compasso e microsc6pio para fazer as medidas Harvey (apud Wolfson, 1956) concluiu que as caracteristicas de personalidade registradas na escrita resultam de padrées complexos de comportamento e que medidas isoladas (simples) da escrita apresentam uma relagéo pequena com medi- das de ascendéncia e psiconeurose, mas, quando combinadas, fornecem indices de considerdvel valor preditivo. Por essa razdo os grafélogos mos- tram-se cada vez mais dispostos a considerarem a escrita como um todo. Entre os métodos empregados para essa comparagao estéo os de em- parelhamento da escrita com histérias de casos ou com a avaliagao da personalidade por pessoas que conhegam o avaliado. As principais dificuldades para avaliar a escrita residem em dois tipos de elementos inerentes 4 escrita em si: 1) um tipo de elemento que pode ser medido fisicamente, como a inclinagao, a altura e a largura. 2) ele- mentos que s6 podem ser avaliados qualitativamente ou de forma descri- tiva, como o estilo da forma da letra, a difusao ou agudeza dos limites do traco, a pastosidade, etc. O segundo tipo dé margem a considerdvel subje- tividade no julgamento. Segundo Wolfson, no final do século XIX, Klages construiu um siste- ma de anélise baseado nos conceitos filosdficos de movimento expressi- vo, 0 que mudou 0 foco de interesse do exemplar escrito para os tipos de movimentos que produzem a escrita. Van Kolck (1984) considera que os aspectos expressivos podem ser analisados de uma forma mais ou menos direta em qualquer produgéo grafica, aos quais ela denominou de “Aspectos Gerais do Desenho”. Ela propée como Aspectos Gerais: posigdo da folha, localizagéo na pégina tamanho em relagao a folha, resisténcias em desenhar e qualidades ae grafismo, como os relativos a pressao do lépis e continuidade da linha. 33 Wal Cristina Doceato AGS / LTSUANO Eelsves idera além desses: a simetria, a Precisa ae Heme aide pecans ede detalhamento do desenho, a Tenn, oe —— a sombreamento, 0 reforco e 0 que foi apagado, * — aa Gen propée como aspecto bésico paraa interpretagig desenhos, que “o desenho representa o individuo e a folha do Pape] , a “o espaco numa folha em branco é como wna representagao do espaco vital em que o sujeito se movimenta forma como 0 individuo distribui os sinais graficos no papel ind: este se sente em relacao ao ambiente, como se move no eg area que os sinais graficos ocupam no espaco disponifvel fluéncia e 0 dominio do sujeito sobre o ambiente e os impactos emocio. nais deste sobre o individuo. i Tendo em vista que varias caracteristicas na escrita, como em relagdo aos testes grafi desses elementos auxiliam na fundamentagao de diversas caracteristica, analisadas no Palogrdfico. Entre eles 6 necessdrio destacar a importan- cia do simbolismo do espago que auxiliaraé na interpretagéo dos desloca- mentos dos tragados nas varias diregdes do espaco. Além disso pode-s: considerar caracteristicas como tamanho dos palos, distancia entre os palos e entre as linhas, a diregdo das linhas, a inclinagdo dos palos, as margens, a pressio do lapis e outros, que seréo apresentados em t6picos Separados a seguir. Micry, (p.24), 4 ica. coms, ‘PACO vital. 4. mostram a jn, podem ser analisadas tanty cos de personalidade, muitos Simbolismo do Espago ° © considerado por muitos autores. “Todos 0! requerem ico, uma contragao muscular constitue m um pro mas 0 individuo e sey movimento é uma fungéo das relagées entre voluntariamenteg i i1°. E esses movimentos executados pelo homer in ‘tigidaas ee untariamente adquirem uma sign ificacéo” (p17) 8rafica, na : . je tos tanto no na qual se inclui a escrita, se da pi 1: . or deslocame? se considera, ea arontal Como no vertical. No plano horizontal pod? © Para a direita oy a ° esquerda ou para tras, reta ou verti? Superior, a média e ‘ : No plano verti Af és zonas:! a inferior Hughes, 29 00), ical existem trés zon: 34 O Teste Palografico na Avaliagao da Personanvous tabelecimento do simbolismo Max Pulver, que foi 0 pioneiro no es polis ho que conduz do ‘Eu’ ao do espaco, afirmou que “a escrita é 0 camin! : ‘Tu’” (apud Hughes, 2001, p.61). Os seguidores de Freud consideram que a escrita “simboliza a relagdo entre o ego e seus objetos (meio) (p. 61). Pulver compara a escrita a cruz e distingue quatro zonas, em que cada uma tem um significado simbélico (Anzieu, 1978). A parte supe- rior representa a zona intelectual e espiritual, a expansao ¢ 0 contato com o meio ambiente. O centro representa 0 ego: a vida consciente em vigilia, os sentimentos. A parte inferior simboliza 0 inconsciente, 0 aspecto material, erdtico-sexual, os instintos e 0s simbolos coletivos. A esquerda refere-se as relacgdes consigo mesmo, com 0 passado, a introversdo e as fixac6es infantis. A direita simboliza as relagdes com © outro, com o futuro, a extroversdo e a autoridade (Anzieu, 1978). Segundo Koch (1978), Hertz também atribuiu significado 4s diago- nais, conforme pode ser observado na Figura 1, que sintetiza os esque- _ mas apresentados por Anzieu (1978) e por Koch (1978). | Espiritualidade Misticismo Oposi¢ao Ataque Projetos Inibigéo Reserva Nostalgia Recuo Progresso Introverséo Extroversao Egoismo Altruismo Passado Futuro Obstinagao Teimosia Necessidades Egocentrismo Conflitos Materialismo Figura 1. Esquema do Simbolismo do Espago de acord 0 lo com P de Anzieu, 1978 e de Koch, 1978). aaa Cadentado Assim o impulso para frente ou para a direita sair de si mesmo, para o mundo e Para a vida, extroversao; quanto mais perpendicular menos = expressa o desejo de © que caracteriza a voltard para fora e, 35 Cristina Boceato Alves / Cristiano Esteves 1 Ira da para tras ou para a esquerda, Mostrarg stiver inclina oda iy nen = em voltar-se para © mundo ¢ par » OU Seja resistenclé nae 40. O extrovertido preocupa-se ee mundo exterior od introversao, O nas pessoas e nas coisas. Oo introvertido 8€ ocupa deixar ee dos seus pensamentos, sentimentos e visio. a perpendicular simboliza uma eee ae equi brio e que tem graus moderados de ey ae TS40, Sea pessoa mostrar oscilagoes entre as diregdes dir i ae ae iy, indicaré que se trata de uma pessoa com atitudes ambivalentes & relacéo ao mundo e & vida (Hughes, 2001). : oo Quando a escrita se desloca para cima ha um predominio da ag dos misculos extensores, com um movimento de afastamento do eo po, simbolizando uma esfera mais de reflexao, de meditacao, de aby tracao e de especulagéo, de alguém que nao é afetado por consideragéed de ordem material. Van Kolck (1981) considera a zona superior com; simbolizando 0 ar, 0 espirito, o divino e por esta razao esta ligada; espiritualidade, ao misticismo e a objetivos altos. a 1 Por outro lado, de acordo com Hughes (2001) 0 deslocamento pari a zona inferior é feito pelos misculos flexores, ocorrendo um movi mento de aproximacéo do corpo, que simboliza mais uma esfera d instintos primitivos, de materialismo e de irracionalidade. Para Va Kolck (1981) esta zona esta ligada a terra, 4 matéria, ao concreto, a inicio, ao inconsciente. Entre as duas zonas “encontra-se a zona média, que simboliza equilibrio entre as esferas cultural e instintiva da personalidade, equiltbrio dinamico, 0 ajust i e pratico id ism vivo” (Hughes, 2001, p. 62-63), exigido de qualquer organis INSTRUCOES PARA APLICACAO Material Folha de aplicagéo padronizada com os tragos iniciais impressos, disponivel em dois tamanhos, grande (36,3 x 27,4 cm) e pequeno (21,5 x 32,0 cm). Lapis preto N°2 bem apontado e cronémetro. Oaplicador deve dispor de outros lipis, caso quebre a ponta e necessite ser substituido, bem como de apontador. A folha de aplicacao contém na parte superior um espago para identi- ficagao do examinando e um lugar para os dados relativos a avaliagao do teste. No lado superior esquerdo estao impressos na primeira linha trés tragos verticais de 7 mm de altura, com um distancia de 2,5 mm entre eles, e, na segunda linha, um traco vertical com um intervalo de 4mm entre as linhas. Condigées ambientais O local deve ser tranquilo, com boa iluminagao, sem ruidos e em boas condigdes de temperatura e acomodagéo, com uma cadeira e uma mesa lisa ou carteira, nivelada e sem irregularidades na superficie para cada examinando. O teste pode ser aplicado individual ou coletivamente, desde que haja Condigées de acomodacao para os examinandos e controle por parte do aplicador. No caso de aplicacao coletiva, se o local dispuser de carteiras do tipo universitério, em que 0 espaco para a colocacdo da folha é pe- queno, deve-se usar a folha de aplicacdo reduzida ou ter disponivel uma Prancheta de tamanho superior ao da folha grande.’ No caso de aplicagdo coletiva também é conveniente dispor de uma Jousa ou quadro para mostrar o modelo. _______ AS pranchetas para aplicagao podem ser adquiridas na Vetor Editora. ai cesta Boceato Alves /Cretiano Esteves Instrugées gerars as rtes: 1) a primeira constitui y, O teste é dividido em duas pa: 5 - TMA ey, de treinamento e adaptacio do examinando a tarefa a ser Tealizada. el inco tempos de 30 segundos. ; _ ans A semunda 60 teste propriamente dito e é feita com Cinco tx, de 1 minuto. Instrugoes Antes da aplicagio, no caso de uma aplicagéo individual deve sere tabelecido um “rapport” com o examinando. Se a aplicagao for colets deve-se dar explicagdes gerais sobre os motivos da aplicacao. i} Inicialmente pede-se para os examinandos preencherem os dads} | identificagdo, ou seja, nome, escolaridade e cidade onde nasceu. Ember: no haja espago indicado na folha, pode-se pedir também para indi } 0 sexo, a data da aplicacdo e anotar se usam a mao direita ou esque para escrever. A seguir devem ser lidas as seguintes instrugées: - “Vocés vdo riscar nesta folha tracos iguais ao modelo impress0. Vor G0 procurar fazer os tragos verticais sempre do mesmo tamanho, dea™ ara baixo, do lado esquerdo para o lado direito da folha e monte mesma disténcia entre eles, de acordo com 0 modelo, Ao chegor 2! i paaaetooor se é0 final da linha, da margem ou da folha), renie’ F linhas dan, ie rtvar na linha de baixo, seguindo a disténcis on Gomi ee Vocés devem riscar 0 mais rdpido e 0 mais oe devem fazer une em tempo, quando eu disser a palavra “Sina! wel “<)e comtinaian queno trago horizontal (mostrar um exemplo™ normalmente, semi _ pararem. Alguma diivida?™ m interrupgdo até que eu PECs. “Lembrem que vocé: js beat” Posstvel. Podem comeren vem riscar 0 mais depressa e 0 mals ; Comegar a cronometr; a ao, i me i: Sine - Depois dos B tempo eme ea cada 30 segundos dizer * ve ; er; io margem esterda ae uma tinka abaixo da sltima tinte f margem direita da folha.” 52 © Teste Palogratico na Av a Dar um intervalo d i imei ma le 2a3 minutos entre a primeira e a segunda partes SSE eco i aoe Parte, tirar as duvidas, que eventualmente ira parte, e verificar i i jeeesaies se a tarefa foi realizada corre- Paraa segunda Parte o examinador devera dizer: “Vocés vdo fazer’ agora a mesma coisa que fizeram na primeira parte. Facam tragos o mais rdpido € 0 mais parecido possivel com o modelo; ris- quem de cima para baixo, até eu mandar parar. Quando eu disser “Sinal”, fagam um trago horizontal e continuema fazer os riscos verticais. Se vocés usarem toda a parte da frente da pagina, virem a folha e continuem no verso. Alguma duvida? (dar uma pausa). Podem comegar.” Comecar a cronometrar 0 tempo e a cada minuto dizer a palavra “Sinal”. No final dos 5 minutos, dizer: “Podem parar.” Observacées A posigao do examinando e da folha, durante a aplicacdo, deve ser a mesma que ele utiliza normalmente para escrever, de forma natural e espontaénea. Caso algum examinando interrompa o teste por qualquer motivo, deve-se pedir que aguarde e devera ser feita uma nova aplicagao depois que os outros terminarem. . - . ; Se o examinador observar que algum examinando nao esta seguindo corretamente as instrugées, devera deixa-lo terminar o teste e depois devera ser feito um reteste. | , - Se no inicio da aplicagéo nao for pedido para indicar a mao usada para escrever, fazer uma anotagéo nas folhas no caso de examinandos canhotos. Contagem dos tragos Logo depois de terminada a aplicacao, pode-se solicitar aos examinan- dos para fazerem a contagem dos tracos para facilitar o trabalho posterior de avaliacdo, dizendo: “Vocés vdo fazer agora uma vdo contar quantos tragos fizeram em tarefa que exige muita atengdo. Vocés cada intervalo do teste e anotar 0 53 trai Cristina Boccato Alves ‘Cristiano Esteves niimero de tragos feitos sobre 0 trago horizontal. Quando Contarem oo, parte comecem sempre do niimero um € néio pela continwagdo do total day», anterior. Vocés devem contar apenas os tragos feitos na segunda Parte teste, embaixo da linha que vocés fizeram para separar as duas Party Nao facam marcas ou riscos junto aos tragos, que possam interferiy,. qualidade ou na avaliagao posterior do teste. A contagem dos tracos nao é obrigatéria e contribui para o aumen; do tempo total do teste. Embora Minicucci (1991) afirme que em estuis realizados sobre a contagem dos tragos pelo examinando e pelo examin dor a discrepancia tenha sido minima e ndo significativa, sempre qu Possivel essa contagem deve ser conferida pelo avaliador. AVALIAGAO ‘A avaliagao do Palografico 6 constituida de dois tipos, uma mais quantitativa e outra mais qualitativa. Embora o teste em sua formu- lacdo original propusesse uma avaliagdo quantitativa de apenas duas caracteristicas, a Produtividade e o Nivel de Oscilagao Ritmica (NOR), no Manual mais recente publicado por Minicucci em 2002 foram in- troduzidas algumas medidas para outras caracteristicas de modo a tornar a avaliacdo do teste mais objetiva. No presente Manual foram incorporadas algumas das propostas para avaliagéo quantitativa, bem como foram modificadas outras e acrescentadas novas. Essas medidas tém como objetivo estabelecer parametros baseados em dados normativos, diminuindo assim a sub- jetividade na interpretagao dos dados, tornando os resultados mais confidveis. Assim por exemplo, se for necessario decidir se o tamanho dos tracos (palos) é pequeno, médio ou grande, essa decisao deve ser baseada nos dados normativos apresentados e nao na subjetividade do avaliador. Por outro lado a avaliagao quantitativa nao permite que se faca uma avaliacéo completa de uma dada caracteristica, pois como o cri- tério propde que no caso dos tamanhos se obtenha a média dos mes- mos, essa média pode refletir tanto uma regularidade e estabilidade dos tamanhos, como uma jrregularidade que pode variar de diversas formas e que pode modificar a interpretacao dada ao resultado obtido apenas com a média. Por essa razéo deve-se obter as médias indicadas na avaliagdo das diversas caracteristicas, mas também ¢ necessdrio integrar as in- terpretagdes dos dados qualitativos e das diversas caracteristicas ava- liadas no teste. Assim nao é possivel fazer uma interpretagdo considerando apenas os dados obtidos quantitativamente, mas como qualquer outro teste de personalidade deve ser feita uma integragdo de todos os dados dis- poniveis no protocolo para depois se realizar uma sintese diagnéstica. Os dois primeiros dados que se obtém na avaliagéo do Palografico sio a Produtividade e 0 Nivel de Oscilagao Ritmica (NOR). _ iano Esten’” ist trai cristina Boocato aves / Cri inte forma: ividade é calculada da segu fi A Proautividade de tragos (palos) realizados em cada tempo q. Contarse o a do teste, abaixo da linha que separa 0 treing, um aa i ee #40, e anota-se NO local apropriado no lady es . . c oe * aireito da folha de aplicagao. omam-se oS cinco totais encon. a el ta-se o valor no local apropriado. : i 1 . or o Nivel de Oscilagéo Ritmica calcula-se as diferengas existentes intervalos consecutivos & anota-se 0s resultados riados abaixo dos tempos obtidos. Soma- entre cada um dos cinco obtidos nos quadradinhos aproP I se o total no ultimo quadradi- do-se o total das diferencas se as quatro diferengas (sem sinal) € coloca- nho da direita. O NOR 6 obtido multiplican por 100e dividindo pelo total de palos realizados no teste. A divisao con- sa decimal, como pode ser observado no exemplo sidera apenas a primeira ca: abaixo: Tempos 2 3e eo | 3 Total Ne? de tragos 120 130 125 133 | 142 650 Diferengas 10 | 5 8 | 9 | 32 | A formula para calcular o NOR é: oma das Diferencas x 100 Soma di ca _ 382x100 Total de Palos 7 oy = Produtividade A Produtividade A Vi e] Xi no Palografico é avaliada pelo namero de P. tragos exe itados durante o teste. El, examinando é cay - Bla se refere 4 i \paz de fazey quantidade di r, tanto em termos profissionais trabalho hg : mo em outro: tipos de ativid: lade. Par: zi és ie avaliar a Produtividade é sdri a heat da sae tau de esslaridade do ex ne eee — no Capitulo * Pesquisa de padroni ee ‘bela 1 apresenta referente 4 Pesquisa Eau da Produtivida- le Padronizaca cdo. poe OS resultad © © para o total do teste ae Percentil da Produtividade e™ cut O Teste Palogréfico na Avaliagao da Personalidade abela 1. Percentis de Produtividade Total e por Intervalos de Tempo para Amostra Total (N = 405) Produtividade | Percentil Tempos ry pDe ] es | 4 | 8 _| Total 1 32 a7 inferior 34 35 39 37 1 7 so | so | so | 54 | 57 | 271 10 | 62 | 60 | 64 | 65 | 67 | 321 IMédia inferior | 20 | 76 | 74 | 7a | 79 | 81 | 390 25 81 83 85 84 85 427 30 | 86 | a8 | 93 | 94 | 95 | 469 40 102 101 106 105 106 525 [Média 50 112 113 114 17 118 578 60 124 124 126 129 127 631 70 | 138 | 135 | 137 | 141 | 143 | 684 75 148 142 147 147 150 735 aes go | 158 | 156 | 158 | 157 | 162 | 786 [Superior go | 190 | 186 | 188 | 187 | 186 | 927 : a5 | 213 | 205 | 213 | 208 | 205 | 1039 |Superior e9 | 253 | 245 | 253 | 235 | 252 | 1299 Média 718,99] 117,26| 120,48] 120,69] 122,38 | 600,05 DP 729,53 | 47.44 | 48,11 | 46,64 | 46,52 | 231,22 De acordo com a Tabela 1 a Produtividade pode ser classificada em: total superior a 1038 palos - indica rendi- Superior ou Muito Alta: lade de produzir muito acima da mé- mento superior no trabalho, capacids dia, Minicucci (2002) chama este grupo de Taquipsiquico. Médio Superior ou Alta: entre 735 ¢ 1038 palos - revela rendimento no trabalho acima da média. Média: entre 469 e 734 palos - reflete rendimento médio no trabalho. entre 321 e 468 palos - relaciona-se ao Médio inferior ou Baixa: Minicucci (2002) chama esse rendimento abaixo da média no trabalho. srupo de Bradipsiquico. Inferior ou Lento: inferior 4 321 palos - apresenta rendimento no trabalho muito abaixo da média, com capacidade de produgao deficiente €m relacdo & média. 87 ificacdo ¢ relativa 4s normas obtidas na amostra total e pody Esta ppenre nivel de escolaridade, uma vez que foram encontradag variar em fungao do mente significantes em relagéo a essa variavel. Como diferengas estatistica imero maior de mulheres apenas para escolar}. a amostra apresenta wm 1 tradas diferengas significantes entre homens ior e foram encon' ee dade ae foram feitas normas levando em conta essa variavel apenas res, foram ae 2 : a cccolaridade superior. A Tabela 2 apresenta as normas em percenti] para para produtividade em fungéo do grau de eee ea Tabela 3 em funcao do sexo para sujeitos com escolaridade superior. . _ ‘As Tabelas 1 e as Tabelas 25 a 29 (p. 143 a 148) permitem avaliar ag variagées na produtividade considerando o grau de escolaridade durante ‘os cinco tempos do teste, que refletem as variacoes no rendimento do tra. balho, as quais também podem ser avaliadas quantitativamente pelo Nivel de Oscilago Ritmica (NOR). No capitulo referente aos estudos psicomé- tricos podem ser vistas as tabelas para cada tempo em cada grau de escola- ridade e os resultados das diferengas das médias entre os grupos. ‘Tabela 2. Percentis de Produtividade Total por Nivel de Escolaridade e Amostra Total = : Escolaridade Classificagéio | Percentil }— ndam. | Média | Superior] Total : 1 144 173 216 eu Inferior jas 5 221 247 308 271 10 272 314 397 321 Médio Inferior 20 366 357 473 390 25 373 376 518 427 30 396 424 547 469 40 448 494 591 525 Médio 50 513 545 633 578 60 563 611 694 631 70 594 657 781 684 75 633 694 831 735 Médio Superior 80 667 753 912 786 90 788 870 1032 927 ere 95 878 937 1060 1039 : 99 1185 1138 1347 1299 ua mas | was | weet ae OE F f 98 | 600,05 201.83 | 212,72 | 239,28 | 231 22 58 Teste Palogratico na Avaliagto da Personalidade qabela 3. Percentis de Produtividade Total por Sexo para Escolaridade Superior | Glassificagao_| Percentil | Masculino | Feminino Total | Inferior : oe eal 216 | 5 295 415, 308 | 10 306 468 397 | Médio Inferior 20 413 552 473 25 448 871 518 30 502 591 547 40 537 634 591 Médio 50 585 692 633 60 631 754 694 70 701 851 781 75 756 900 831 Médio Superior 80 817 942 912 90 1002 1041 1032 : 95 1051 1180 1060 Superior 99 1335 1373 1347 N 81 85 166 Média 617,38 739,64 679,98 oP 234,75 229,26 239,23 Vels (1982) também encontrou diferencas entre sujeitos com grau de es- colaridade média e universitaria. Ele retine a interpretacao da rapidez do tracado com dados relativos 4 ordem, conforme as seguintes classificagées: Lentidéo com palos ordenados revelam “atividade mental tranqiiila, reflexiva e prudente. Capacidade para ordenar e classificar, mas sem o objetivo de modificar nada (aptidao para reproduzir, néo para criar). Boa capacidade de observacdo” (p.54-55). Lentidéo com palos desordenados “indicam geralmente desordem emo- tiva, mas podem também traduzir atraso mental, lentiddo e torpeza nas idéias e na compreensdo das coisas. Falta de iniciativa e de cultura” (p.55). Nimero de palos normal indica inteligéncia e capacidade de rendimen- to profissional normal. Quanto mais ordem aparecer no tragado melhor Sera a qualidade do trabalho. Rapidez com palos ordenados significa atividade, capacidade para exe- Cutar as tarefas, vivacidade, adaptacao facil as situagées e facilidade para solver problemas, rapidez nas decisoes. 2 ; ‘apidez com palos desordenados refletem “atividade desorganizada, Precipitada, desordem, inconstancia” (p.55). Descontrole emocional. 59

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