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! ! i © ‘habito de capturar snimais silvestes immegularmenteencontra-se ainda amplamente dlifundido no Brasil, no obstante a legistae (gio ambiental proibir elaramente tal prt A luz dessa legisla, © reomno de animals silvestres aptos av seu habitat & entendide como prioridade de destino (Parvcer Dijur IBAMAVSP 391/07 e IN 2809), Entretanto, apesar de anualmeste, mihaes, ou provavel. mente milhaes de espécimes sere casades ‘ou caplurados de Seu ambiente natural, mu tas veres a restitigGe ndo ovore com os que ‘conseguuem ser resgatados straws s0es OU entregas voluntirias, O-ndmero de preensdes no pals chega a ating aproxim- ddamente 80 a 100 mil anima slvestres por ‘po. Tais espcies ainda so vistas por mui- tos cidadaos como animais deestimagao. Um coneeite ertineo, jf que domesticagio & o Processo de adaptagio a ambientes eativis através de mudaneas gengticas (Meehan CL. Millam JR. Mench JA. 2003). E tal processo equer mais que o tempo de vida de um int viduo de uma espécie animal, portanto, po Pagaios e araras Slo considerados ani selvagens, o que implica que eles iio sao snuptades as Tinitagbes em Seu comport ciliar Kalmar ID, Moons CPH, Meers LL, Janssens GPI, 2147), ‘© cometeio ileal de animaissilvestes gera rend para uma enormidade de pessoas en: ‘olvidas na atividade, desde a fnfimas qua tidades obtidas por agueles que efetivamente «agam os animais na natureza, pelos ata. saulores que recolhem imensa quamntidades ‘denise tansportam-nos nas mais hedi- ‘ondas: mancirss, até aqueles esladores ines eupuloses que “esquentany” especies n ‘que conseguem com is0 negoviar os animals dentro do mereado formal, Através da regu: lamentagao efisealiaago rgida, o comereio egal do Fauna poderia realmente eontribuir para a diminvigho dy coletairegular nase tureza. Contudo, 08 pregas dos animals Je veriam ser acessivets as diversas eamadas sociais da populagio. Como nada disso ocor +e, 0 entrega dos animals para os criadouros apenas funciona para agradar poucos clien- tes de alto poder agusiivo, enriquecer seus donos ¢ em algumas situagies alter nstipo dos animais (SATHLER. 2007), A soltura de um anual silvestre requer procedimemtas cuidadases. A Instrugao Nor- mative IBAMA 179/08, entretinta, irrotow 60+ Nosso Clinica REINTEGRAGAO DE ANIMAIS SILVESTRES A NATUREZA - ASPECTOS LEGAIS, TECNICOS E ETICOS luma série de exigénei jetos de famio sua Para projets de sol- st mesmo dos mais soisticades pro introdugao. comprometendo por licabilidade. Sensatamente, pos- sibiltajusificar alguns requerimentos & um Ailatado prazo para atendimenio, Além de todo custo e trabalho necessério, os projets desoltura ainda enfrestam oposigdo de alu mas pessoas. provavelmente motivadas por {rem ouvido sobre solturas aleatérias des- lemteriosas, comuns no passado, ou que com fandent tas projeios coma introdugio de es évies exsticas invasoras, A simples mengao lo terme “sours”, ji faz surgir om alguns una avaliagh eric, inmaginando st 9 _mente um abrir de geiola, sem avaliago pee via alguma. Infefizmente, essas posigaes te fratérias as solturas de fauna silvestre no Bra sil rium entraves ao aprimoramento destes {tabalhos. Ironicamente, no exterior 6 cada ‘yee mais comum encontrarmos diversos exemplos de reintrodugio © wanslocagio de ‘animals apreendidos, Com um interessante tutigo denominado “Desenvelvendo a Cign ia da Biologia da Reintrodugao”, Seddon (Seddon ei, Al. 2007) mostra o crescent au mento, de forma expeneacial, dos aniges de ecolocasio de fauna ap redoe do mundo. z } arr aalt Setsta RR oCCREeEIOE irr me eet ino rn [estrone Por euro lado, a devolugio dos animais A matureza tem tanto o poleneial para gerar beneticios nos stacus de conserva de dre 8s antropizadas, através da reposigio conto Fada dos estogues, ou peli viscos aos a= Dientese as popuagdes naturais, se nao hou ver planejamento cexecucio controlados Ou Scja recomenda-se estudos pré © pOs-soln ras nasdreas escolhidas para se conhecer sts ccurgeteristicas naturaise antripieas. repo. voumento ¢ a reintrodugao de formas amea- ‘adas de desaparecimemto em lugares one ‘agora escassetam, ou foram exterminadas, ‘io inieiativas importantes para se preseevar a diversidade biol6gica e colaborar para mi- nimizat os efeitos causados pelo desequi brio eeolégico regional (Coimbra-fitho, 1998), As téenicas de translocagio e reintodu ‘fo tiveram sus origem na nocessidade de ma ‘nejar animals que estavam submtidos a for- {es pressdes antrdpicas pelo desearamento ou pela ea. Os primes registro encon lundos na literatura so com aniflopes aA ca (Anon, 1952: apud Kenyon, 1995; Ber nerd & van der Walt, 1961 apud Pinder, 1986), No Brasil, © melhor exemple que se tem de esforgos para revuperar populugdes selyagens de uma espécie & 0 Projeto Mico- Leto Dourado. Em um dain projeto sto reu- nidos estudos © seses com biologia, etolo- gia, ecologis, aumento da eapacidace de su porte do habitat, aperfeigoamento das wécni- ‘cas de manejo (reintroduedo ¢ translocagio} emprego de educagao ambiental. A reinto- \dugio tem como principal preacupagio o # oro de uma populace a um ambiente of Binal de sua especie, de forma que deer um estabelecimemto vidvel desta, que porsivel -mente, anteriormente foi extinta, ou est de soparecendo nesta drea (IUCN/SSC), O prin- cipal objetivo € a conservigdo clo uéxon, de forma que este cbtenha longo periods de sor brevivéncia. B nosso pals parece estar cami hand justamente na contami do desen volvimento desta egneia eomo ferramenta de conserva 19. Alguns dos temores mais eo ‘muns sio a introdugdo de patégenos, de ge tes deetétios ou de excedentes populaciomals em fungo da suposta estabiidde das conn nidades naturais. Gostarfamos de diseuti, ‘hrevemente, alguns destes reecies, ‘A questi sanitria é sem vida impor- tame, e deve ser considerad nos projetos de soltura. E importante inserimosanimais st ddiveis part o revigoramento de populagdes existentes,e para isso 6 necessério oadequa. do tatarremto de sigums enfermidade exis. fente, Cevtamente ninguém esti propesic a soltura de animais docntes, Entretant, cabe ressaltar que alguns dos patégenos que se busca climinarjé ocorrem em vida live, sen «do gue talvez possibilitem o controle de po- Dlagdes, sole de indivdkins tragilizados, ‘0u mesmo o aprimoramente do sistema im noligico nas comunidades. Akim disso, lon- xe de-estarem isolados do ambiente que os ‘cerca, animais em cativeiro come erladourns {2s r00\égicos mantém contato com © meio [Sircundamte sja através doar, fgua, ou mes- So pela entrada esafda de pequenss aves de ~ide-livre quo vsitam estes viveleos, Um tabs gue se deve quebrar é 0 de que anitmais de sida livre esto tocalmente despreparados ou Ssolads, ou mesmo sejam totalmente livres se parasitas, Ua provével desinfeeeo total antes da liberagio de um animal an ambiente fatural pode causar uma reinfestagio ainda piot, Seltentamos que animais destinados para soltura apés a reabilitagio em um Cen= fro de Thiagem., por exemplo, resistiram uo trafico, om sua captura e transporte, apre= {ensdo, € a0 processo de readaplagio, consti- ‘ulndo individuos vigorosos Alguns defendem que os animais dover 4m ser soltos apenas no préprio local de cap- ‘ur Enfretano, dentro da érea de ooorréa de uma dada espscie, nfo devemnos esquacer que existe um fluxo g@nico senda constante- mente rocado, A mobilidade dos individuos dove ser cansiderada, e mesma deslocamen- tos a grande dist de movimemagio pela buscn de abrigo, ou mesmo decorcente das alteragies do ambiente, Além antrépica de fragmentagio dos ambientes tem ccasio- nado 6 isolamento anifical de algumas po- ppulagbes, Deste modo, 8 necessidade de eor= redores biolégicos iem sido muito incentiva ds, visando ecanectaressustrocis geneticas A tcanslocagdo promovida por projetosde re Inrodugio & uma das possibiidades de au- mento de variabilidae dessas populagbes. Se fizermos um estulo genético de popuiagees hhumanas da regito Sul do pais ¢ comparas- ‘mos com da regio Norte ou Nordeste, por cexemplo, certamente haveri diferengas no perfil nico. Isto nfo quer dizer que & ne- cessirio proibie 0 trinsto enire estados ow ceasamentos entre diferentes individues que ro tenham & mesma origem einiea, Longe disso, 0 que observames com tal fato so. rmestigas fores e bonitos. ois apesar de se- rem diferentes racas ou populagiess, tala-se de roca géniea e portanto aumento de vt bilidade dentro da mesma espéi ‘Cuisados ¢ critgrios so ceramente ne ceesirios. Por exmplo, para serem cadas das junto ao IBAMAVSP, areas de soltura ‘ever apresentarresponsavel iene, ev ‘tamento de fauna, fisionomia da vegetugi, mapas de uso do solo, proposta de viveitos de ambientagi, de educagio ambiental e de onitoramento, e entrepat relatos an Por outro lado, prdle-se mostrar alguns des beneficios que projetos de reintegragtio de fauna silvestre podem proporcionar. Citamos alguns: 1) Reforgo populacional de especies {que sofrem continuamente a presso de cup- {ura pelo trifieo, gerando redugto de populi- Papagalos-verdadelro (Amazona aestiva) soltos na Bahia, que se reproduziram nosta ‘cra nino. ‘gbes © ameagas de extinesio nacional ¢ local Por exemplo, Helmut Sick, em seu trabalho “Aves brasileiras ameagadas de extinglo & nogiesgerais de conservagao deaves no Bra- sil? (An, Acad, de Cin, 4I-supl, 205.299) | relotava o desapareeimenta nos aredores ‘do Rio de Janeiro,em 1969, porconta da cap- tra, cle aves antes comuns como o biewdo, 0 candrionda-terra, 0 curid, © azulo, a pat a.agnitin e mesmo o tines-fero (1 Bolm, CEO no. | Jan 1986); 2) Retomo de proces- S05 ecol6igicas (polinizagio, disperso, eon- tole de pragas,ete:} comprometidos pela de~ Corea de 80% das es- tropicais, © em tomo de 50% das espéeies de florests sub- tropieais so disseminadas pela fauna = 200- ‘oria) (Galeti & Guimaries, 2002. Padeies {de Fiquera de espéciese conservaca dos psi- tacfdeos neotropicais, In Galetti, M.: Pizo, M.A. (ed). Ecologia e Conservagto de PS: tacileos no Brasil. Belo Horizonte: Melop- sinacus Publicagdes Cienificas, 2002. Cap. 1:17-27), Estes dados demonstram 0 papel fundamental da suns na manutengio di es- tmuturae diversidade florestal. Femandlo Fet- nandez, bi6logo, PhD em Ecologia pela Uni- versidade de Durham (Inglaterra), professor ‘do Departamento de Beologia da UERJ, com, foco em Biologia da Conservagzo, assevera (Pemander, F. Preenchendo com vida a flo restavacia. 2009. Disponivel em: - [Acesso em 12 Abr. 2011)) {que em vasias reas de Florestas tropicals, ‘muita espécies de animais foram exter ‘minadas. Voc€ pode ver uma bela Hloresta ‘numa imagem de satelite, e imaginar que ali ‘deve haver muitos bichos, mas essa é uma cexpectativa bichos, também no hi os prucessas ecols- sicos que dependem deles,Pilhas de semen tes apadrecem no solo, porque seus disper sada vez mais ingénua. Sem os sores ~ mamerns e aves de médio e grande porte ~ jf foram exterminados localmente. Sema dispersio das sementes, a propria flo- esta no tem futuro, pois nh ms repro- ddugio das grandes érvores, O mundo esté cholo de forests vuzlas, especialmente nas regides tropicals icas em bodiversidade, nas ‘quais interagbes ecoldgicas esto esperando pa serem restauradas plas mesmas espé- ies para as quais estas imteragées um dia evoluiram, Ble propde uma ago pura a con- servacio no séeulo XI: encher as florestas 2 varias, por refaunaso com espécies nativas; 3) Desenvolvimento de eonhecimentoe know hhow para os futuros projelos de rintrodugio ‘com especies ameagadas 4) Aumento da di- ‘vulgagio da problematicac eonseaiigncias do tnsivo, eda pecessidade de protege 8 fauna 5) Arliculagio e estabelecimento de parceri 35, ene instituigdes publica, ros de pes- 4quisa, empresas privadas, propriedades pu ticular, ete; 6) Inventive a pesquisa eestu- {dos de fauna e fora, através dos tose monitocamentos,¢ enriquecimento fla- ristioo nas dress de sola. Aliando-se aos quesitos legis e tenicos, eremos ainda que 0s preceitos éicas no devern ser despreza dos, oferecenda aos animaisslvestres o seu ireto a vida e 8 liberdade, dentro dos pat metros nio apenas antropocéntricas, mas ccumprindo seu papel coneto com os demas: slomentos da biota. Assim, projctos exper mentais de rintrodges monitordas des ppscimes:(e espécies) provindas dos CETAS tomam-se fundamentis, no s6 por atendr ‘urgente demanda do IBAMA nas destin Bes adequadas de expécies silvestres apre- endidas, mos por tera finalidade de auxiliae ruconservaga das espécies.O repovoamente iroducio de formas ameagadas de de- sapareeimento em lugares onde agora seiam, ou j foram exterminadas, so inci sivas importantes para se proservar a diver dade biolépica e colaborar para minimizar os efeitos eausados pelo desequilbrio ecoldgi co regional (Coimbra-filo, 1998). Alem dis so,alexecugio dessa proposta pode represen. tar uma oportunidade ao estabelecimenta de tuma cultura de agSes subsidiadas pela eit ao acimulo de experigncins a serem uli lizados em outros programas de recompasi 0 de espécies, princinalmente para aque- Tas ameagadas de extingio, Por fim, os pre- sentes autores dispdem de de irubalhose artigos relacionados a prnjetos de solluta,sejum reintoduedo. translocucio ‘ou recoloeagio das minis diversos grupos de Fauna, em sua maioniaapresentando result los bem-sucedides, que colocames & dispo- sicdo e sugerimos para conhecimentoe leitu a por parte dos interessados, a Paulo Cathar Wagar fn anerebsns p01) ‘We = TAS ey do Passa = ALIAS Press ao CAG Vincent Kurta pincent mite gos) tog Anlst Anbar Nii de aus - Separate BAAS Nosso Ciinteo +64

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