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ESCOLA DIOCESANA DE LITURGIA CANTO E MUSICA NA LITURGIA © Concilio Vaticano II ao constatar que grande parte da participacdo da assembléia na lituraia é essegurada pela miisica, pelo canto, percebeu e prociamou que a musica, 0 canto litrgico, néo séo 2penas “enfelte”, mas fazem parte necessaria ou integrante da liturgia solene (SC112). Portento, canto € misica, no contexio da Acdo Liturgice, n&o séo realidades auténomas, mas funcionais: est8o ai a servico do Mistéro da Fé da assembléia sacerdotal. A liturgista lone Buyst, no livro °O Mistério Celebrado: memoria e compromisso”, do qual foram transcritos alguns pardgrafos para 0 lvro "LITURGIA EM MUTIRAO’, nos da uma importante ntrodugao sobre a musica na Liturgia “Grande parte da paricipagéo na Liturgia é assegurada pala mdisica, pelo menos nos domingos © dias festivos. A musica atrel, facilte: porém pode causar também enormes estregos espirituais se no for bem compreendida a relacéo entre misice e Lituraia’ “As mesmas pedras servem para levantar pontes ou muros, edificam templos ou constroem prisdes; as mesmas fores adornem timulos ¢ igrejas. Tudo depende do eapirto de quem ae utiliza”. De fato, percebe-se que entre grande parte das pessoas que se ocupam da musica ra Liturgia, sinds nao existe muita clareza quando ao saber: tal canto € liturgico? Porque nao 6? Quando é fitargico? Qual sua fungao? Para que se tenhe mais clareza quanto ao canto lttrgico, & preciso compreender melhor o termo Lituroia, (Otermo “Liturgia” provém do grego classic. A palavra grega ‘Leitourgh/a" traduzida literalmente significa ‘servico prestado ao povo" ou 'servico diretamente prestado para o bem comum’. Percebemos que “liturgie” € bem mais do cue pura e simplesmente um “rto” ou ‘ceriménia eclesidstica’. E servir. E servico. Liturgo ¢ aquele que serve, que se doa pelo bem dos demais... No foi isso que Jesus Cristo fez? Portarto, a liturgia é a verdadeira aco de Crisio em sua lareia. O QUEE CANTO LITURGICO Conforme orientagio do Concilio Vaticano Il a musica apropriada 4 Liturgia & aguela que esté mais intimamente integrada & ag&o litirgica e ae momento ritval ao qual ela se destina (C112), Infelizmente, & bastante comum em multas de nossas celebragbes litirgicas nos depararmos com situacdes extremas e até embaracosas quanto ao uso indevido do canto da miisica. Eviste ainda muita confuséo nesse campo. Os cantos, as vezes, so escohidos de forma aleatéria © até incompativeis com a celebrecdo em questéo, Portanto, 0 critério fundamental oars uma misica ser litiraica, & a sua uniao e aderénoie a lturaia e a natureza de cada rito Frei Alberto Beckauiser, Doutorado em Teolegia, com especalizagao em Sagrada Liturgia, no seu iva ‘CANTAR A LITURGIA”, nos da uma boa orientacao sobre essa questo’ *O canto sera liturgico quando tiver as caracteristicas de todo sinal litirgico. Sera um sinal simbélico, sensivel e significativo dos Misiérios celebrados na Liturgia. Por isso, 0 canto teré as mesmas caracteristicas que tem a acdo litrgica’. Eis elgumas dessas caracteristicas: 4+ Memorial: Faz memérie dos mistétios celebrados, canta os Mistérios de Cristo, Fazer memiéria, celebrar, é tornar presente, 2 - Orante: Na Lituigia ndo se trata de qualquer oragéo. Na Liturgia, 9 canto constitui uma gracio ou uma experiéncia de comunicaggo com Deus de forma ritual e comemorativa que forna presente a obra de salvacac da Santissima Trindade, por Cristo e em Cristo. Portanto, néo se trata simplesmente de louvar a Deus ou pedir gracas a Deus. E comunicar-se com Deus, comemorando a ago salvifica de Jesus Cristo, em favor da humanidade 3.- Contemplativo: O canto é liturgico quando contempla @ obra da Trindade na Histéria da Salvagao. Néo se trata de exposigao lematica sobre Deus, sobre o ser humano ou sobre a cragao. ‘Também nao € doutrinacao. Contemplando pelo canto os Misiérios de Cristo, a assembléia os recorda os vive, 4 - Cristico ou centrado em Cristo: O canto esta centrado em Cristo, no Mistéio Pascal Canta a vitoria de Cristo sobre a morte, suia ressurrei¢ao © ascensdo aos céus. Claro que o Cristo total engloba os seus membros, a Igreja e toda a humenidade. 5 - Pascal: Pelo canto, a lgrejé anuncia € testerunha 0 oeme do Evangelho, o Mistério Pascal. Todos os cantos, no fundo, so cantos pascais do Cordeiro imolado e vitorioso. 6 - Eclesial: O canto littigice @ eclesial em dois sentidgs. Primeiro, porque € @ loreja que celebra, faz meméria._O canto no é de uma pessoa individual. E a assembiéia, a Igreja que canta. Assim, 0 solista ou grupo de cantores no canta para a assembéia, mas a assembééia toda canta, mesmo que seia através do solsta ou co coral. Em segundo lugar, 0 canto da Liturgia é eclesial porque ele canta a lareia pois 0 Mistério de Cristo, 0 Mistério Pascal cantado, corresponde os membros de Cristo, seu Corpo todo que ¢ a lareja. A Igteia comemora ¢ torna presente nao so a Pascoa de Cristo, mas também as piscoas dos cristéos. 7 - Euearistico: O canto littirgico 6 eucaristico no sentido de ter o carater de aco de gracas. A Igreja dA grages a0 Pai, por Cristo, no Espirito Santo, Toda expressao liturgica tem cardter eucaristico, de ago de gracas. 8 ~ Profético: O canto liturgico ¢ também profétic, porque cantando o Plano de Deus da Salvagdo, denuncia 0 que se op6e a esse plano. A Palavra de Deus sempre é profética, Ela denuncia 0 mal e prociama o Reino de Deus. Por isso, quanto mais o texto do canto for @ Palavra de Deus, ou se inspirar ne’a, mais profético ele sera. Dessas caracteristicas do canto liturgico, concluimos que nele ngo ha lugar para mero sentimentalismo religioso ou show artistico ou de exibicdo, Sera celebracéo do Mistéric Pascal de Cristo, sera oragao, comunicag4o com Deus, no Espirito Santo Fontes: Estudo da CNBB 79- A musica Litirgica no Brasil Liturgia em Mutirao ~ Subsidios para Formacao Cantar a Liturgia - Frei Alberto Beckaiser Pratica Celebrativa (CELMU) - Frei Joaquim Fonseca MUSICA RITUAL CRISTA 0 rto 6 uma ago simbélica repetida regularmente para aprofundar o sentido da vida dentro de determinada cultura ou reaidade de um grupo. ‘O ro nao é usado sé na celebragao litirgica. Nossa vida ¢ repleta de ritos, de habitos, de gestos repetidos e significativs como: dar a mao, cumprimentar, beijar, bater palmas, etc. Todas as religiées tm seus ritos, conjuntos de agdes repetidas para expressar sua fé, sua maneira de ver a vida, 0 mundo, a sua relaréo com a dvindade Todas esses acées séio acompanhadas por um tipo de musica, considerada parte integrente delas, chamadas musica ritual. ‘O nito 6, por natureza, repeticac, meméria, consenso coletivo. Por isso no podemos modificar sua estrutura, sua esséncia. A fungo primordal do Tito cristéo & evocar, tomar presente, recorder a fé em Jesus Cristo. A musica, enquanto rito tem a propriedade de evocar, tomar presente este mistério, Mais ainda, a Musica Liturgica participa da natureza sacramental ou mistica de toda a liturgia, da qual sempre foie serd parte essencial ‘A musica que ai se toca, canta © danga, ¢ ago musical-ritual da comunidade om oragao. E musica a servigo do louvor ou do clamor desse povo, 20 realizar seus 'memoriais’. E musica a servigo do *encontro” das pessoas humanas entre sie com as pessoas Divinas. Ngo uma musica qualquer._Nao simplesmente uma bela musica, Nem, apenas, piedosa. Mas uma musica funcional, com finalidade e exigéncias bem delimitadas: um rito determinado, com seu significado especific. Nas ultimas décadas, nouve (e esté havendo) um esforgo de fedescobrir e valorizar a musica ritual, no caso, uma a musica ritual para a Liturgia cristd, Trata-se de no mais cantar na Liturgia (qualquer coisa..., ainda que bonito ou edificante), mas cantar a propria Liturgia. ‘A missa como temos hoje, € constituida por quatro agbes rtuais fundamentals: Ritos Inciais, Rto da Palavra, Rito Eucaristico e Ritos Finais. Para cada momerto ritual é necessério uma musica rtual propria, que cumpra sua fungao, ou séja, que expresse 0 Mistério Pascal de Cristo, Na liturgia existem alguns cantos que se prestam @ acompanhar 0 rito, outros, que constituem o proprio rito. Eis alguns exemplos: 4. Cantos que acompanham o rito: (alguns exemplos) 4.4 - Canto de Abertura (entrada): A instrugao Geral do Missal Romano (IGRM) explica bem o sentido deste canto: "Reunido 0 povo, enquanto 0 sacerdote entra com o diacono e os ministros, comega 0 canto de entrada, A finalidade desse canto é abrir a celebragao, promover a unido da assembléia, introduzir no mmistério do tempo littirgico ou da festa e acompanbar a procisséo do sacerdote @ dos ministros". (IGMR 41) 12 - Canto das Oferendas: Diz a Instrucgo Geral do Missal Romano: “O canto das oferendas companha a procisséo das oferendas e se protonga pelo menos até que os dons tenham sido colocados sobre o altar’. (IGMR 74) 1.3 - Canto da Paz: E um canto facultative, podendo ser reservado para ocasiées especiais. Néo pode substituir ou abafar 0 canto do "Cordeiro de Deus”, que tem preferéncia, durante 0 rito da frapao do pao. (Estudo da CNBB 79 - 322) 14 - Cordeiro de Deus: Este canto litanico (em forma de ladainha) acompanha o partir do pao. Nao deve ser usado como se fosse umia maneira de encerrar 0 movimento criado na assembleia durante o abrago da paz. Quem inicia esse canto no é quem preside, (rdo deveria ser) mas sim a assembiéia e 0 grupo de canto. (Estudo da CNBB 79-310) (0 canto "Cordeiro de Deus’ sé deve ser executado durante 0 to da fracao do pao, na ltugia eucaristica. A invocagae: “Cordeiro de Deus que tirais « pecado do mundo. tend piedade de nés’, pode ‘ser repetida enquanto durar a frac&io do pio, terminando sempre com as palavras. “dai-nos a paz’. 1.5 - Canto de Comunhao: Este canto visa, muito especialmente, fomertar 0 sentido de unidade. E um canto que expressa 0 goz0 pela unidade do Corpo de Cristo e pela realizacdo do Mistério que esta sendo celebrado. Por isso, a maior parte dos hinos eucaristicos utiizados tradicionalmente na Adorago a0 Santissimo Sacramento no € adequada para este momento, pois reeseltam apenas a fé na presenga real, carecendo das demais dimensées essenciais do Mistério da Fé. A letra nao se reduz a expressdo excessivamente subjetiva, individualista, intimista e sentimentalista da comunh&o. Que ela projete a sssemioiéia como um todo, @ cada uma das pessoas que participam, para a constituic&o do Corpo Mistico de Cristo...(Estudo da CNBB 79) Na medida do possivel, canto de comunhao esteja em consonancia com o Evangelho proclamado em cada celebragéo. 2- Cantos que constituem o rito: {alguns exemplos) Diz 0 Estudo 79 da CNBB: ‘Hé momentos na celebragdo em que tudo o que se tem para fazer é tocar, cantar e dangar. A musica entéo 6 o proprio rito” (286). 21 - Senhor, tende pledade de nés (Kyrie Eleison): Depois do Ato Penitencial, diz-se sempre *“Senhor tende piedade de nds" (Kyrie Eleison), a nao ser que jé tenha sido incluido no Ato Penitencial, Dado tratar-se de um canto em que os ‘igis clamam ao Senhor € imploram a sua misericordia, € normalmente executado por todos, em forma aliernada entre o povo e a schala ou um cantor... AGNI 52) 22 - O Gloria 2 Deus nas alturas: Diz a Instrucéo Geral do Missal Romano: “O Gloria ¢ um antiqdissimo e veneravel fino pelo qual a Igreja congrega no Esoirite Santo, glorficae suplica a Deus © ‘a0 Cordeiro. Nao & permitido substituiro texto deste hina por outro. E comecado pelo sacerdote ou, se foportuno, por um cantor ou grupo ce cantores, € cantado por todos em conjunto, ou pelo povo alterrando com 0 grupo de cantores...Canta-se ou recita-se nos domingos fora do Advento © da Quaresma, bem como nas solenidades e festas, e em particulares celebracdes mais solenes* (he 53) “Giéria” pode ser dividido em trés partes: a) © canto dos anjos na noite do nascimento de Criste: “Gldria a Deus nas alturas © pez na tora aos homens por Ele amadbs": 'b) Os louvores a Deus Pai: “Senhor Deus, Rei dos Céus, Deus Pai todo poderoso: nés vos louvames, 10s vos bendizernos, nds vos adoramos, nés vos glorificarnos, nés vos dames gracas por vossa imensa lorie’ ©) Os lowores seguido de siplica e de aclamactes a Cristo: “Senhor Jesus Cristo, Filho Unigénio, Senhor Dous, Cordeiro do Dou, Filho de Deus Pai. Vés que tirais 0 pecado do mundo, ecolhei a nossa siplica, Vos que estais 4 direita do Pai, tende piedade nds. S6 vos sois 0 Santo, sd vés 0 Senhor, 86 vés 0 Altissimo, Jesus Cristo” © ‘Gloria’ termina com um final majestoso, incluindo o Espirito Santo. E importante lembrar que essa inclusdo nao constitul, em primeira instancia, um louvor expifcito & terceira pessoa da Santissima Trindade Estas dicas certamenie nos ajudardo a discemir na escolha do "hino de louvor” mais adequado para as celebragdes euceristicas. ‘Sabemos que em muita de nossas Igrejes ha o costume de exeoutar, no lugar do verdadero "Gloria", pequenas aclamagées trinitarias, ou seja, simples aclamagées dirigidas ao Pai, ao Filho € ao Espirito Santo. Pudemos ver que 0 "Gléria” @ bem mais que isso: rele esté contido 0 louvor, a aclamagéo ea siplica. E mais: a pessoa de Jesus Cristo aparece no centro dessa grande doxologia. 2.3 - Aclamagao ao Evangelho: *Depois da leitura, que precede imediatamente 0 Evangeino, canta-se © Aleluia ou outro cértico, indicado pelas rubricas conforme o tempo littiico Deste modo, a ‘clamagao constitui um rito cu um Ato com valor por si proprio, pelo qual a assembléia dos fisis acolhe fe saiida 0 Senor que Ie vai falar no Evengellio, ¢ professa sua € por meio do canto’. (IGMR 62) ‘A palavra aclamacéo vem do verbo ‘aclamar’ que significa aplaudir, ou aprovar entusiasticamente por meio de brados e aplausos; saudar calorosamente; reconhecer solenemente, proclamer; levantar clamor om sinal do aprovagae. Na liturgia crsta, toda e qualquer aclamacao deve, necessariamente, referir-se ao inefavel rnistério de Deus que se manfestou de forma plena na pessoa de Jesus Cristo. Em outras palavras, 0 canto que precede a proclamasao do Evangelho nada mais 6 do que um “viva" pascal ao Verbo de Deus que nos trou das trevas da morte, introduzindo-nos no reino da vida. Uma aclamagao que se preze, deve ter um ritmo vigoroso ¢ melodia brilhante. O cima geral sed de expectativa, de prontidao, pois o Senhor vai falar. ‘Aaclamagao a0 Evangelho é constituida de dois elementos basics: um refréo composto de um cu mais Aleluias (exceto na Quaresma) 2 um versiculo, normalmente ligado ao sentido do Evangelho ‘que sera proclamado. 2. 4- O “santo” O “Santo' é um dos portos altos da prece eucaristica. Concluindo 0 prefacio, 0 presidente da celebragao convida toda a assembléia para, num $6 corac&o e numa sé voz, unir-se a0 eterno louvor entoado pe'o coro cos anjos e dos santos. ‘O'Santo’ é, ria realidade, uma continvagao do prefacio. E um corjunto de aclamagées oriundas da Sagrada Escritura e possui duas partes bem dstintas: ‘A primeira parte: “Santo, Santo, Sanio, Senfior Deus do universo, 0 céu e a terra proclamam vossa gloria.” reproduz 0 louvor celeste dos Serefins, conforme o relato de Isaias 6, ‘A segunda parte: “Bendiio 0 que vem em nome do Sentor..", expressa 0 brado de triunfo do povo de Deus que acolhe e cama o Mesias, o Salvador. Recomenda-se que o canto se atenha a prépria Aclamacdo, sem se introduzir alteracées no texto mediante pardfrases. 25-0 “Amém” (no final da Orag&o Eucaristica) E a confirmagio solene de povo a prece que o ministro ordenado, em nome da lareja inteira, elevou 2 Deus por Cristo, com Cristo, em Cristo, na unidade do Espirito Santo. Pelo menos aos corningos e dias de festa, ela merece ser cantada, (Estudo da CNBB 79). CRITERIOS PARA A CRIAGAO E A ESCOLHA DO REPERTORIO LITURGIC Conforme a orientaco.do Concilio Vaticano Il a musica apropriada @ Liturgia é aquela que esta mais intmamente integrada a aco litdrgica @ ao momento ritual ao qual ela se destina ‘A:miisica ¢ a ‘alma’ da Liturgia. Dai 0 cuidado para a escolha de um repertorio biblico-liturgico que expresse o verdadeiro sentido da Liturgia que é a celebragdo do Mistério Pascal de Cristo, ‘A criagde © escolha do um repertorio biblico-liturgico pressupse 0 cumprimento de alguns citérios basisos a saber: a] Os textos dos cantos sejam trades da Sagrada Esofitura ou inspirado nelas e das fontes Itargicas ($C121); b} O texto seja postico (evitando explicitagSes desnecessérias, moralismos, chavdes...|: ©) Nao fatem as dimensées comunitéria, dialogal, orante nos textos e nas melodias; d) As melodias sejam acessiveis @ grande maioria da assembieia, porém, belas e inspiradas; €) Sejam evitados melodias ¢ textos adaptades de cangées populares, trilhas sonoras de filmes e novelas: f) Seja lovado em conta 0 tipo de celebragéio, © momento ritual em que © canto serd executado (sc 112); g) Seja reepeitado 0 tempo do Ano Litirgico © suas festas (SC 107); h) Seja considerado jetto e a cultura do povo do lugar (SC 36 ~ 40) |) Na medida do possivel, estejam em sintonia com os textos biblicos de cada celebragéo, especialmente com o Evangeno, Convém notar que nao é bom intreduzir em cada soleridade cantos totalmente novos, Os cantos que celebram os misiérios durante 0 Ano, devem toinar-se familiares. O proprio retorno de um canto conhecido ia ajuda a vivenciar o mistério celebrado. Entéo, é preciso cuidar para nao se cantarem cantos de um Tempo Lituirgico ou Mistério em outros Tempos ou Mistérios celebrados. Dai decorte que aescolha dos cantos para as celebracdes exige formacao lituraica. : Concluindo No canto da Liturgia née se pode improvicar. Nao é possivel cantar qualquer coisa em qualquer lugar. A Liturgia cantada supde uma compreenséo teolégica da Sagrada Liturgia. & preciso compreender bem o que sigrifica participagao na Liturgia, uma participagéio consciente, ativa, plena & eficaz. A partir do sentido teologico da Liturgia e da participagao ativa se compreendera a funcao do canto na Liturgia ou a Liturgia cantada Fontes: Instrugéo Geral do Missal Romano (IGMR) Gule Litirgico-Pastoral (CNBB) Estude da CNEB 79 A Musica Litargica no Brasil Liturgia em Mutiréo - Subsidios para Formacdo Cantar a Liturgia - Frei Alberto Beckatiser Quem Canta? 0 que cantar na Liturgia? - Frol Joaquim Fonseca Cantando a Missa e 0 Oficio Divino — Frei Joaquim Fonseca. MINISTERIOS LITURGICOS MUSICAIS ‘A importancia da formacao “Os compositores (letristas e musicos), cantores, salmistas, instrumentistas exercem um verdadeiro ministério litirgico” (ef SC 29). (Guia Litargico-Pastoral} Porém, nem sempre este importante servigo tem sido desempenhade da melhor maneira Percebemos que a grande maioria destes 'ministros’ carece de uma formago litirgico-musical basica. Isto tem acarretado sérias dficuldades como: a falta de critérios teolégico-litirgicos na escolha dos cantos e das misicas para as celebragées, a maneira incorreta de tocar os insirumentos musicais, a falta de entrosamento entre instrumentistas, grupo de cantores e assembléia etc. (Quem canta? o que cantar na liturgia?) Em 1963, 0 Conellio Vaticane Il, j manifestava 4 Igreja seu “ardente dasejo” de promover a participagdo co povo na Liturgia, pedindo que se cuidasse com carinho da formagao liturgica em todos os niveis (of SC 14-20). Mais de 40 anos ja se passaram e ainda se constata que a formagao do Povo de Deus (bem como das equipes de liturgia e dos “ministérios” litUrgicos musicais) tem sido o grande desafio para as equipes de Liturgia e pare a pastoral Paroquial e Diocesana. Nem sempre conseguimos celebrar bem 0 Mistério Pascal de Cristo, acontecendo na histéria humana e em nossas vidas. Nem sempre temos: celebragées littirgicas de boa qualidade teoldgica, espiritual, pascal. (Liturgia em Mutirao) ‘Aprofundar 0 conhecimente litirgico é um dever de todo cristo ¢ particularmente das equines de liturgia e dos ministros de nossas comunidades. Todos os estudos teolégicos S80 fundamentals para cultivar © motivar a vivencia da f8, mas a formacao liturgica contribul sensivelmente para quo a mistica, a tradigZo, os rituais e a linguagem da fé sejam celebrados com eficdcia e com alegria (Qs documentos oficiais scbre liturgia Insistem na importéncia do canto e da musica, Porém néo se trata de cualquer carto nem de quaique musical A musica € 0 canto na Iturgia S40 elementos intrinsecos; s80 parte integrantes da liturgia (SC 112). Eles estéo previstos nos livros liturgicos, com textos préprios para cade momento ritual, cada tempo litirgico e cada tipo de celebraco. Por isso, ra escolha dos canios para a iturgia, é preciso ter o maximo cuidado, ela deve ser feita por pessoas liturgicamente preparadas para isso. (Musica Ritual @ Mistagogia) “A equipe de pastoral itirgica tem 2 missdo de oromover e desencadear, nas pardquias & dioceses, um proceso permanente de iniciagao de todos os participantes da liturgia,(fiéis e ministros), por meio de catequese litirgica, encontros, seminérios ¢ cursos... (Guia Liturgico-Pastoral) A participagao na Liturgia Como parte integrante da assembléia, os diverscs rrinistérios devem contribuir para que esta porgdo do povo de Deus pariicipe ativa ¢ plenamente da celebracdo (GLP). Participar quer dizer ‘tomar parte’, ser particioante. Entéo, participagao na Liturgia significa tomar parte na Liturgia como um todo, naquilo que ela realmente 6, ndo apenas em sua expressao significativa ou nos rites. © Coneilio Vaticano Il insiste muito na participacao dos figis na Sagrada Liturgia. A assembiéia toda, como ovo profético, sacerdotal e real, tem direito e dever de partcipar de Sagrada Lturgia (¢f SC 74). Para ser eficaz, a paricipagao na celebracdo deve ser consciente.ativa e plera, Para ser consciente, é necessaria a formacdo litirgica, os cristéos devem saber_o_que celebram, Enquanto nao se conhece, nao se valoriza a pessoa € a obra ce Jesus Cristo. Sd se celebra um fato valorzad, ‘A paricipagao ativa nao se realiza apenas pela pariicipagdo falada, participagao oral. Ora, a gente participa ativamente, pelo ouvido, na escuta da Paavra de Deus, acompanhando em silencio a5 coragées presidenciais, cuvindo um canto, acompanhendo os gestos, as procissdes. A participagao ativa realiza-se também por acdes como beljar, tocar, deivar-se tocar, impor as maos; depois pelo offato: os perfumes, 0 incenso. Realiza-se pelos movimentos, a expresedo corporal, a danga religiosa, pelo siléncio sagrado. A participacdo ativa expressa-se também pelos diversos servicos ¢ fungSes exercidos na celebracéo, pela postura do corpo, como estar assentado, de pe, de joelhos ¢ prostrado. Expressa- 0 ainda pele didloge entre o Presidente ou aigum ministro @ a assembleia. Todas essas expressbes sigrificativas querem ser comuricagéo com 0 sagrado, com o divino, com 0 Mistério. S80 todas formas de oragS0. Claro que a palavra, recitada, proclamada ou cantada, constitui uma expresso muito importante na participacao ativa. Parlicipagao plena: 0 Concilo pede que a participagdo seja plena. Isso significa “de corpo & aimet, com todo o seu cer e agir, com tudo © que temos e somos. Assim a participacao frutuosa se 6a nas virtudes da fé, da esperanga e de caridade, em atitude de conversdo disposto a acolher as exigencias do Mistério Pascal de Cristo que esta sendo celebrado. Exige un coragao livre © puro, capaz de acolher a graca divina. o dom de Deus comunicado. Participacéo plena é, por exemplo, participar da missa do inicio ao fim. E juntos formar e assembléia celebrante. Paticipagao plena significa participar da Ceia do Senhor; ¢ comungar do Corpo e do Sangue do Senhor na pripria celebragae. Participacéo plena acolher o dom de Deus; é acolher para viver a graga dos sacramentos; é entrar em comunhao solidéria com Cristo € com os irmaos e irmas, (Cantar a Liturgia: Alberto Beckhauser OFM) Cantores, Instrumentos ¢ instrumentistas (© grupo de cantores, bern come os instrumentistas, tem uma funcdo: prestam um servico a assembiéia colebrante © ac mesmo tempo fazem parte da assembléia celebrante Nao é um grupo que vem de fora e faz uma apresentacéo paralela, pois a Liturgia nfo € espetaculo Todos pariicipam do jogo Sagrado, Todos sao “jogadores em campo’. A assembieia lturgica (ode ela celebrante, nao pode ser transformada em platéla, em galera que assiste a um espetdculo. Por isso, ndo cabem aplausos para o coral, para o solista bem como para grupos coreograficos. O grupo de cantores e instrumentistas tem @ fungio de ajudar toda a essembléia a cantar a Litursi melhor, (Cantar a Liturgia: Alberto Beckhauser) Este grupo, especializado ou no, nada mais é do que uma porgao da assembléia dos figis, em cujo nome desempenna um papel litirgico particular. Seu melhor lugar préximo a assembléia, nao de costas pera ela, voltado para o altar, a direita ou a esquerda, em lugar visivel e cémodo, fora do presbtério, de modo que os cantores possam desempenher bem sua fungao e mais facimente ter acesso a mesa eucaristica. (Guia Litdrgico-Pastoral) ‘Muitas comunidades se encontram em situagSes embaracosas quanto ao uso de instrumentos musicais nas celebragSes littigices. Nem sempre tem sido facil a integragao entre instrumentistes € demais ministros da celebracdo. Os principais fatores de conflito s20 os Seguintes: a) © excessivo volume dos instrumentos, inibindo assim, a particioagao da assembiéia no canto; b) 0 monopélio de canto. Praticamente quem canta so 0s componentes da “banda”; c) a postura de quem toca e canta as vezes dé-nos a impressao de um “show’ para a assembléia e nao um suporte de sustentagao do canto de todo © povo reunido. (Joaquim Fonseca OFM (CELMU)) Ainda sobre este assunto, o Estudo da CNBB N° 79 ~ A Misica Liturgica no Brasil seguinte: enfim ajudar a assembisia a celebrar dizo 263. Os instrumentistas podem ser de grande utilidade na liturgia, quer acompantando o canto, quer sem ele, & medida que prestam servigo @ Palavra cantada, ao rito e 2 comunidace em oragéo. Assim como a voz, o instrumerto musical, como prolongamento da aco humana, nao pode ser classificado como sacro ou profano. © uso de determinado instrumento na liturgia vai depender do contexto no qual se insere a comunidade celebrante: se um instrumento consegue integrar-se na liturgia, ejudando-a e exprimindo-a melhor, especialmente pelo acompanhamento do canto, a ‘comunidade poderd naturalmente fazer uso dele. 268. O instrumento usado seja sempre de forma adequada ao momento celebrativo e 4 natureza da assempléia, nunca abafando a sua voz ou a do coral, E necessario considerar a proporcionalidade entre os instrumentos musicais @ 0 espaco celebrativa. Muitas vezes este aspecto & descuidado quando, por exemplo, um modesto violéo tenta, em vo, dar conta do aconpenhamento numa catedral; ou quando, noutro extremo, uma banda musical, sem levar em conta 0 pequeno espago de uma capela, carrega demasiadamente na quantidade de instrumentos e no volume do som, 267. O equilibrio entre os instrumentos de percusséo © 0s de base harménica é fundamental eta que seja dado espaco e realce ao instrumento de solo, que, principalmente nas introdugées dos Centos, facilita a entrada uniforme dos cantores e da assembléia. 269. Executar um instrumento musical exige atitude espirtual ainda mais que se trata de uma gelebracdo litirgica. Portanto, o (a) instrumentista, como ministro(a) da celebragao, deve estar também profundaments envoNide(a) com 2 aco littirgica por sua atencdo € participacao. (Para os instrumentistas e toda equipe, vale, igualmente quanto se diz a seguir a respeito da participacdo dos membros do coral 260. Cada um dos membros do coral deve ser oportunamente incentivado a participapo plena na celebragao, dos ritos iniciais aos rtos finais, como ouvintes atentos da Palavre, interpretes ardentes do louvor @ participantes fervorosos do Misténo da Fé, evitando comportamentos que deixam a desejar ou néo edifiquem a assembiéia e desmeregam o proprio mistério, “Para cada uma dessas equipes poder prester um servigo real e eficiente A sua comunidade, seria de vital importancia assumir um compromisso continuo, participando atlvamente na vida da Pastoral da Liturgia e do Canto Littirgico de sua Pardquia e Comunidade, nao apenas cantar uma missa ocasionaimente”. “A liturgia € aco do povo de Deus reunido. Todos os ministérios exercidos ali tem por finalidade levar a assembléia 4 participacao ativa, plena e frutuosa, Todos so “atores” Nenhum ministéric seja exercido para mas com @ assembléie

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