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AERA 71000.008013/2017-21 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS NOTA TECNICA Ne 2, /2017/DRSP/SNAS/MDS ASSUNTO: Orientacéo aos Conselhos Municipais da Assisténcia Social, as entidades ¢ organizagGes de assisténcia social em relacdo as acées de promocdo a integracéo ao mercado de trabalho. i Introdugéo ' 1. __. A promocao da integracao ao mercado de trabalho € um dos ‘objetivos da assisténcla Social, nos termos do art. 203 da Constituicdo Federal, A Lei n® 8.742, de 7 de dezembro.de 1993, Lei Organica da Assisténcia Social (LOAS), estabelece que, dentre os objetivos da assisténcia social esté a proteco social, que visa a garantia.da vida, @ reducdo de danos e a prevengao da incidéncia de riscos, incluindo a Promocao da integracdo ao mercado do trabalho: {art. 28, inciso |, alinea “c"). 2. | A Politica Nacional de Assisténcia Social (PNAS/2004), aprovada por meio da Resoluc3o do Conselho Nacional de Assisténcia Social (CNAS) n2.145, de 15 de outubro de 2004, enfatiza que € preciso articular distribuicao de renda com trabalho social e projetos de geracao de renda para as familias. Por sua vez, a Tipificacéo Nacional dos Servicos Socioassistenciais, aprovada pela Resoluco CNAS n° 109, de 11 de novembro de 2009, trata do acesso do usuario da assisténcia’ social ao mundo do trabalho nas caracteristicas e objetivos dos Servicos da Protegao Social Basica. 3. _. Considerando esse arcabougo.normativo e os desafios da politica de assisténcia social frente @ essa tematica, 0 CNAS regulamientou a matéria no campo da assisténcia social, por meio da Resolucao CNAS n? 33, de 28 de novembro de 2011, nos seguintes termos: Art. 12 Para efeito desta resolucao fica estabelecido que a promocio da integraco a0 mercado de trabalho no campo da assisténcia social deve ser entendida como integragao 20 “mundo do trabafho”, sendo este um conceito mais amplo e adequado acs desafios da politica de assisténcia social. Art. 2° Definir que a Promocéo da Integraco ao Mundo do Trabalho se d4 por meio de um “conjunto integrado de acdes das diversas politicas cabendo a assisténcia social ofertar ages de protecao social que viabilizem a promocSo do protagonismo, a participacso cidads, ‘a mediacao do'acesso 20 mundo do trabalho ea mobilizacSo social para a construcao de estratégias coletivas” ‘Art, 32. Estabelecer como requisites basicos pare as acdes de promogao da integraco ao mundo do trabalho no 4mbito da assisténcia social: |, Referenciamento na rede socioassistencial, conforme organizacdo do Sistema Unico de Assisténcia Social - SUAS; . lI. Articulag3o com as demais politices publicas implicadas na integracio a0. mundo do trabalho; Ill. Atuago em grupos com foco no fortalecimento de vinculos e desenvolvimento-de atitudes @ habilidades para a insercéo no mundo do trabalho com monitoramento durante este Brocesso; IV. Promogao dz formagéo politico-cidadS, desenvolvendo e/ou fesgatendo e/ou fortalecendo © protagonismo através da reflexdo critica permanente como condicao de crescimento Pessoal e construcdo da autonomia, para 0 convivio social; V. Garantia da acessibilidade e tecnologias assistivas para a pessoa com deficiéncia ou com mobilidade reduzide, viabilizando a condicéo de seu alcance para utllizaco com seguranca e autonomia dos espacos, ‘mobilidrios, tecnologias, sistemas e meios de comunicacéo, conforme 0 conceito do desenho universal e as normas da ABNT; Pagina 1 de 7 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS Vi.-Promogo dos apoios necessérios as pessoas com deficiénciae suas familias para o reconhecimento.e fortalecimento de suas potencialidades e habilidades a integraco 20 mundo do trabalho; Vil. Execucdo de programas e projetos que qualifiquem os servicos e. beneficios socioassistenciais; Vill Articulage dos beneficios e servicas socioassistenciais na promacéo da integragéo a0 mundo do trabalho. 4. Assim, de acorde com a referida Resolucéo, a expresso “mercado de trabalho” deve ser lida como “mundo do trabalho", por ser um conceito mais condizente com a politica de assisténcia social, considerando as familias e individuos no conjunto de suas vulnerabilidades 5. _Além disso, trata-se de um conjunto de agées que reflete' estratégias intersetoriais de diversas politicas publicas, em que se inclui a assisténcia social. Com efeito, a integragdo ao mundo do trabalho sob o escopo da LOAS tem por finalidade dotar os individuos e familias em situag8o de vulnerabilidade de conhecimentos especificos, habilidades e atitudes, por meio de agdes de articulago, preparacao, mobilizacéo, encaminhamento @ monitoramento de sua trajet6ria, a fim de gerar oportunidades de.insercdo no mundo de trabalho. 6. "Assim, para uma entidade ou organizacéo de assisténcia social enquadrar seus servicos ‘como de natureza socioassistencial, nessa area, deve ofertar acdes de protecdo social voltadas @ promoggo do protagonismo de individuos e familias na busca por direitos, & participagao politico-cidadé, @ mediacéo do acesso ao mundo do trabalho e & mobilizacgéo social para construcdo de estratégias coletivas, seguindo os requisites basicos previstos no art. 32 da Resolucdo CNAS n? 33/2011. 7. Para efeitos da certificacao de entidades beneficentes de assisténcia social (CEBAS), a Lei n® 12.101, de 27 de novembro de 2009, estatelece que sao também entidades de assisténcia social, certificadas pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrario (MDSA), aquelas que atuam com o objetivo da promocao da integracdo ao mundo do trabalho, a luz das Rormativas da assisténcia social, e realizam programas de aprendizagem, regidos pelo Estatuto da Crianca e do Adolescente (ECA) - Lei n® 8, 069, de-13 de julho de 1990 —e pela Consolidac&o das Leis do Trabalho (CLT). E 0 que prevé o art. 18, § 20, inciso Il da Lei n 12,101/2009, com alteracao dada pela Lei n° 12.868, de 2013: At 180. : § 20 Observado 0 disposto no capitt e.no § 18, também so consideradas entidades de assisténcia social: Leal Ul = a8 de que trata 0 inciso ll do art. 430 da Consolidacdo das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei n? 5.452, de I%de maio de 1943, desde que os programas de aprendizagem de adolescentes, de jovens ou de pessoas com deficiéncia sejam prestados com a finalidade de promover a integracao ao mercado de trabalho, nos termos da Le! n® 8.742, de 7 de dezembro de 1993, observadas as acdes protetivas previstas na Lei n® 8.069, Ge 13 de julho de 1990; ¢ (Inclufdo pela Lei n® 12.868, de 2013) 8. Vale destacar que, para fazer jus 8 certificacdo, a entidadé deverd atender aos requisitos previstos no art. 3°, 18 e seguintes da Lei n® 12.101/2009, bem como o Decreto n® 8.242, de 23 de maio de 2014, que regulamenta a matéria. Pégina 2 de 7: MINISTERIO'DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS Programas de Aprendizagem Profissional no, contexto da atuacdo da Assisténcia Social na Promocio da integracdo ao mundo do trabalho 9. Aaprendizagem profissional, reguiamentada pelo Decreto n° 5.598, de 12 de dezembro de 2005, € um dos principais meios de ingresso qualificado de adolescentes e jovens de 14a 24 anos de idade no mercado de trabalho. Por meio de Programas de Aprendizagem, ofertados pelos servicos nacionais de aprendizagem ou por entidades habilitadas pelo Ministério do Trabalho 1, € garantido ao adolescenté oujovem um contrato formal de trabalho, de até dois anos, com a principal finalidade de viabilizar o acesso a formacdo técnico-profissional metédica (em aulas tedricas e atividades préticas), tanto na fase escolar como na: fase pratica profissional na empresa, Trate-se, portanto, de uma importante estratégia de transic&o entre a escola e 0 trabalho, ao articular a contratagao formal do adolescente ou jovem, sua permanéncia na escola € sua qualificacao profissional tedrica e pratica, 10. _ Faz parte do piiblico prioritério dos programas de aprendizagem adolescentes e jovens em situacdo de maior vulnerabilidade e/ou risco social, atendidos pela politica de assisténcia social. As acées de aprendizagem, em especial as voltadas @ ampliacao da contratacao de adolescentes e'jovens que fazem parte de segmentds de maior risco e vulnerabilidade social, Possibilitam nao sé a prevencéo dessas situacSes, mas também contribuem para que essa condicao seja superada, “ao contemplar estratégias, além da remuneracao, de autoestima de fortalecimento de vinculos sociais com a familia, a escola, o trabalho e a Sociedade. 11. _Portanto, elevar a participaco de adolescentes ¢ jovens em situacio de vulnerabilidade no universo de aprendizes contratados deve ser lido @ luz das estratégias articuladas de integragéo ao mundo do trabalho no Ambito da LOAS. Nesse contexto, cabe a Politica de Assisténcia Sécial, em especial: + Articulacéo, identificagao, sensibilizag3o dos adolescentes e jovens “atendides na rede Socioassistencial para participar de Programas de Aprendizagem, priorizando adolescentes e Jovens egressos do trabalho infantil, adolescentes em medidas socioeducativas em meio aberto, adolescentes em medidas ‘de protecao, de acolhimento institucional, beneficlarios do PBF ¢ Pessoas com deficiéncia; + Acompanhamento dos adolescentes e jovens em situago de vulnerabilidade social contratados como aprendizes ao longo de seu processo formativo, envolvende seu ambiente de convivéncia familiar, comunitéria, escolar e de trabalho; . + Articulaco com ‘os demais atores envolvidos no processo, em especial a Auditoria Fiscal do ‘Trabalho e a as entidades ofertantes dos Programas de Aprendizagem. ‘Acessuas Trabalho e Aprendizagem Profissional 12. Em 2012, a Resolucéo CNAS n® 18, de 24 de maio de 2012, instituiu o Programa Acessuas Trabalho, com o objetivo de promover 0 acesso de pessoas em situacéo de vulnerabilidade e/ou risco social 20 mundo do trabalho. 13, ‘Em dezembro de. 2016, 0 CNAS aprovou a revisdo do Programa Acessuas Trabalho ampliando as acées, considerando os debates promovides no ambito da Camara Técnica da | esses programas podem ser ofertados pelos servicos nacionais de aprendizagem (Sena, Senac, Senat, Senar ou ‘Sescoop). por Escolas Técnicas de Educacao ou entidades sem fins lucratives que tenham por objeto a assisténcia 90 Adolescente 2 educagao profissional e que estejam registradas no Conselno Municipal dos Direltos da Crianca © Adolescente @ hablitadas pelo Ministério do Trabalho. Pagina 3de7 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL £ AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO.SUAS Comissao intergestores Tripartite ~ CIT, instituida por meio da Resolugao n® 5, de 12 de abril de 2012 14, O Programa Acessuas Trabalho busca a autonomia dos usudrios da politica de assisténcia social, promovendo. acées de articulacao com as politicas piblicas setoriais, de identificacao, sensibilizacao e desenvolvimento de habilidades, além do encaminhamento para oportunidades no mundo do trabalho (Micro Empreendedor Individual - MEI, economia solidaria, aprendizagem profissional, entre outros) com acompanhamento e apoio dos-servicos da assisténcia social, 15, - A Resolugéo CNAS n®-27, de 14 outubro de 2014, alterou a Resolucdo CNAS n? 18, de 2012, a fim prorrogar a vigéncla do Programa Acessuas por 4 (quatro) anos, no periodo de 2015 @ 2018, incluiu 4 faixa etaria a partir dos 14 anos para contemplar os adolescentes em situag&o de vulnerabilidade social.na Aprendizagem Profissional2. 16, Assim, a acdo da politica de assisténcia’ social promover, por meio do Acessuas Trabalho, a inclusdo dos adolescentes e jovens na aprendizagem profissional, contemplando a faixa etdria entre 14 @ 24 anos, preferencialmente a faixa entre 14 a 18 anos, priarizando-se aqueles em situacdo de maior vulnerabilidade e risco social, em especial: beneficiarios (as)‘do Programa Bolsa Familia ou inscritos(as) no Cadastro Unico; vitimas de exploracéo sexual; egressos do trabalho infantil e do Servigo de Convivéncia e Fortalecimento de Vinculos; em medidas socioeducativas em meio aberto; em medidas de protecio de acolhimento institucional; Pessoas com deficiéncia. 17. A execuc&o das atividades do Programa Acessuas Trabalho pode ser realizada diretamente pela Secretaria Municipal de Assisténcia Social do municipio e Distrito Federal, ou Por seu corpo funcional ou indiretamente mediante a realizacao de parceria com entidades que comp6em a rede socioassistencial do SUAS - entidades inscritas nos conselhos de assisténcia social e cadastradas no Cadastro Nacional de Entidades de Assisténcia Social (CNEAS). Entidades de Assisténcia Social ofertantes de Programas de Aprendizagem Profissional 18. As relagdes juridicas afetas @ contratacéo de aprendizes séo reguladas pelo Decreto n2 5.598, de 1° de dezembro de 2005. Esse Decreto prevé que as entidades sem fins lucrativos gue tenham por objetivos a assisténcia. ao adolescente e & educatéo profissional, registradas No respectivo conselho municipal dos Direitos da crianca e do adolescente, podérao ministrar Programas. de formacao técnico-profissional que permitam a incluséo de’ aprendizes no mercado de trabalho, Para tanto, devem,cumprir as regras e requisitos previstos em ato do Ministro de Estado do Traballio e Previdéncia Social, atualmente a Portaria do. Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) n® 723, de 23 de abril de 2012. 19. _ Cabe destacar que essa Portaria também traz as diretrizes e contetidos minimos que devem ser atendidos pelas entidades que ofertem programas.de aprendizagem, a saber: A identificac3o e encaminhamento de adolescentes de 14 € 15 anos para os cursos de capacitacdo profssional ‘estaréo condicionada a0 disposto no art. 78, inciso XXXIll, da Constitulcao Federal de 1988, que trata da proibicao ce qualquer trabalno 9 menores de 16 anos, salvo na condic&o de aprendiz a partir de 14 anos. ja a indentificgcso € encaminhamento de Adolescentes de 16 @ 17 anos para cursos de capacitacéo profissional estarda condicionada eo disposto no Dacreto n® 6.484, de 2008, que trata da lista TIP, regulamenta os arts 3, alinea “d". e 48 da Convengo 182 d8 Organizacéo Internacional do Trabalho ~ OIT, que trata da prolbigao das piores formas de trabalho infanti'e eco mediate para sua eliminacéo, aprovada pelo Decreto Legislative nf 178, de 14 de dezembro de 1999, ¢ promulgsda pelo Decreto n? 3.597, de 12 de setembro de 2000, e dé outres providéncias, que regulamenta os atvidedes consideradas improprias para esta feixe etéria, Pagina 4.de7 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO. SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS Art. 10. L- contedidos de formacao humana e cientifice devidamente contextualizados: a) comunicagéo oral e escrita, leltura e compreensao de textos @ inclusao digital; ») raciocinio légico-matemético, nogdes de interpretacio e anélise de dados estatisticos; ) diversidade cuitural brasileira; . 4) organizacéo, planejamento e controle do proceso de trabalho e trabalho em equipe; ¢) nocées de direitos trabalhistas e previdencidrios, de satide e seguranca no trabalho e do Estatuto da Crianca e do Adolescente - ECA; 1) direitos humanos, com enfoque no respelt religioso ou opinio pottice 9) educacao fiscal para 0 exercicio da cidadania; a orientacéo sexual, raca, etna, idade, credo h) formas alternativas de geraco de trabalho e rendé com enfoque na juventude; ') educacso financeira e para o consumo e informacdes sobre '0 mercada @ ©. mundo do trabalho; }) prevengéo ao uso de dlcool, tabaco e outras droges; k) educagao para a satide sexual reprodutiva, com enfoque nos direitos sexuais e nos direitos reprodutivos e relacdes de género; ') politicas de seguranca publica voltadas para adolescentes e jovens; ¢ 'm) incentive & participaco individual e coletiva, permanente e responsdvel, na preservacio do equilibrio do meio ambiente, com enfoque na defesa da qualidade ambiental como um, valor inseparavel do exercicio da cidadania. 20. _Além de prever a oferta de programas de aprendizagem por parte de entidades, 0 Decreto n? 5.598, de 2005, nos arts. 15 e 16, estabelece que a contratacéo de aprendizes possa ocorter também, supletiva e indiretamente, por meio dessas entidades habilitadas pelo Ministério do Trabalho. Assim, além da formacao ¢ acompanhamento dos aprendizes, essas instituicdes podem assumir o papel de empregador, recebendo da émpresa 0 aporte financeiro para cobrir as taxas e encargos trabalhistas. 21. Entidades ofertantes de cursos de aprendizagem podem também realizar servicos préprios da Politica de Assisténcla Social, quer sejam os previstos na Tipificacao Nacional de Servicos Socioassistenciais, quer sejam aces de promogao da integracéo ao mundo do trabalho, conforme Resolucdo CNAS n? 33/2011. 22. Como entidades de assisténcia sécial, é preciso que sejam atendidos os seguintes requisites: + Estar constituida em conformidade com 0 disposto no art. 3° da Lel n® 8.742/1993; + Estar previamente inscrita no respectivo Conselho Municipal de Assisténcia Social ou no Conselho de Assisténcia Social do Distrito Federal, na forma do art. 9° da Lein® 8.742/1993;, + Estar previamente cadastrada no Cadastro Nacional de Entidades de Assisténcia Social (CNEAS), 1a forma estabelecida pelo MDS. 23, —Portanto, entidades que ofertam algum servico, programa ou projeto de assisténcia social e que também realizam 0 programa de aprendizagem, de forma integrada, podem ser reconhecidas como entidades de assisténcia social, desde que nao haja cobranca dos usuérios atendidos, além de atender os requisites supracitados. Vale destacar que, nesses casos, 6 preciso ficar caracterizado-que a entidade direciona sua atuacao para os adolescentes e jovens Pagina 5 de7 3 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL, DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS em situacao de risco e vuinerabilidade social, em especial 0 puiblico prioritdrio anteriormente mencionado, visando superar essa condi¢ao, garantir acesso a direitos, promover a autonomia, © desenvolvimento de habilidades e, em Gitima andlise, a melhoria de sua qualidade de vida. 24. Assim, entidades de assisténcia social que sejam ofertantes de programas de aprendizagem devem, a luz da normativa da assisténcia social (em especial da LOAS, Resolucao CNAS n® 109/2009.¢ Resolucéo CNAS n® 33/2011), atender &s seguintes orlentacoes: + Direcionar sua atuaco ao adolescente ou ao jovem atendido e & sua familia. A atuagao deve levar em conta o-contexto do adolescente e jovem atendido no sentido de envolver sua familia, As agdés devem ter como foco o fortalecimento da-convivéncia familiar e comunitéria além da formacéo geral para o mundo do trabalho, contribuindo para a construcio de novos conhecimentos € formacao de. atitudes e valores que reflitam no seu desenvolvimento tegral. + Desenvolver atividades que possibilitem 20 adolescente © jovem atendido que se capacite, se fortaleca individual € profissionalmente, e no realizar somente a intermediacdo a0 mundo de trabalho (ndo & competéncia da Politica de Assisténcia. Social realizar agdes de intermediacao de mao de obra), + Envolver as familias dos jovens e adolescentes atendidos, por meio de encontros periédicos (quinzenais ou mensais), reuniées, palestras, o que, além de fortalecer a convivéncia famillar, so capazes de mobilizé-los. 20 exercicio da cidadania, busca pelos direitos e a .promocio do protagonismo; : + Manter constante Interlocucao com os equipamentos piblicos da assisténcia social do territério, em especial os Centros de Referéncia da Assisténcia Social (CRAS) e Centros de. Referéncia Especializada da Assisténcia Social (CREAS), para 0 acompanhamento das familias: ‘+ 05 CRAS @ 05 CREAS S20 unidades piblicas estatais instituidas no ambito do Suas, que possuem Interface cam as demais politicas:publicas © articulam, coordenam ofertam os servicos, Programas, projetos e beneficios dé assisténcia social. O CRAS é a referéncia para o desenvolvimento de todas as acées socioassistenciais de protecdo social bésica do SUAS, isso significa que os servicos devem estar sempre em contato com ele no respectivo territério de abrangencia, tomando-o como ponto de referencia. Estar referenciado implica estabelecer vinculo com 0 SUAS e, no tocante & prote¢éo social basica, o referenciamento visa, sobretudo, tomar factivel a articulagao dos demais servicos, rompendo com o atendimento segmentado ¢ descontextualizado das situagées de vulnerabilidade e risco social, vivenciadas. Isso significa que 95 servicos deverao receber orientacées emanadas do poder pUblica, alinhadas as normativas do SUAS, estabelecer compromissos e relacSes, participar de definiclo de fluxos e procedimentos, > © Manter articulacéo com os principals parceiros na oferta da aprendizagem profissional, em Especial as Secretarias Estaduais e Municipais de Assisténcia Social e as Superintendéncias Regionais do Trabalho e Emprego; + Realizar’as atividades de maneira planejada, continueda e gratuita, sem exigir pagemento pelos servicos prestados; i Gerantir 2 universalidade de acesso a oferta, dispensando a realizago de processo de selecéo ou de qualquer forma de discriminacéo do usuario aos cursos de aprendizagem ofertados, * Ter, em seus quadros, equipe de referéncia responsavel pela organizacio dessa oferta, composta Por assistentes sociais e psicélogos, & luz da ResolugSo do CNAS n2 17, de 20 de junho de 20113. 2 Resolusde do. CNAS ne 17, de 20 de Junho de 2001, que ratifica_a equipe de referéncia definida pela Norma Operacional Bésica de Recursos Humanos do Sistema Unico de Assisténcis Social ~ NOB-RH/SUAS © Reronnecey ae Pagina 6 de 7 MINISTERIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E AGRARIO SECRETARIA NACIONAL DE ASSISTENCIA SOCIAL DEPARTAMENTO DA REDE SOCIOASSISTENCIAL PRIVADA DO SUAS 25. _ Como ofertantes de cursos de aprendizagem, as entidades de assisténcia. social devem ainda + Estar autorizadas no Cadastro Nacional de-Aprendizagem Profissional - CNAP, pela Secretaria. de Pollticas Puiblicas de, Emprego - SPPE, do Ministério do Trabalho — MTE, + Realizar os cursos de aprendizagem profissional, atendendo as diretrizes do MTPS (em especial a Portaria MTE n® 723/2012); + Estar registradas no respective Conselho Municipal dos Direitos da Crianca e do Adolescente, conforme, inciso Il, Artigo 8° do Decreto 5.598/2005; + Informer as Secretarias Municipais de Assisténcia Social sobre calendario de de aprendizagem (quando houver); iclo de programas + Sensibilizar empregadores quanto 2 contratacio dos adolescentes € jovens mobilizados: atendidos pela assisténcia social, apoiando a mediacéo com as empresas contratantes de aprendizes; + Realizar o acompanhamento adequado dds adolescentes e dos jovens durante todo 0 processo de formacao teérica e prética do programa de aprendizagem 26. _ Vale ressaltar que as atividades de estagio integram a politica educacional e, portanto, n&o devem ser consideradas para fins desta Nota Técnica, vez que ndo se adequam aos Programas de socioaprendizagem, no ambito da assisténcia social. 27. Pare fins de certificacéo, desde que atendidos os requisitos e orientagées constantes desse documento, bem.como os:demais requisites da Lei n° 12.101, de 2009, e do Decreto n® 8.242 de 2014, as entidades de assisténcia social gue realizem programas de aprendizagem, nos termos do ECA, da CLT e do Decreto 5.598/2005:e, que atuam com o objetivo de promover a integracao de adolescentes e jovens ao mundo do trabalho, poderao ser certificadas por este MDSA, com fundamento no art. 18, § 20, inciso Il da Lei n® 12.101/2009. Maria Odi She Diretora Substituta Secretaria Nacional de Assisténcia Social,em J /Qi (i 1 Aprovo a Nota Técnica supra. 2, Encaminhe-se aos Conselhos Municipais da -Assisténcia Sotial, as entidades e organizacées de assisténcia social que ofertam acées de promocao a integracdo 20 mercado de trabalho. Maria do Carmo Brant de Carvatho™~ Secretéria Nacional

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