You are on page 1of 3
CCertamente que, em muitos casos, a realzagio dessas expecatvas © do proprio sentido express dal entra em choque com as aderss conde socks de funcionamert da socedade ern face dos estas ce palace oftica po ea reconheddos.£inegivel também a dfculdade de, dante da desigualdade social insaurar um regime em que aigaldade poltica acontesano sentido de ciinuiras discriinagbes, Al dso, muitos goveros prodamam sua incapacidade admis trata de expanso da oferta perante a obriac urica express € por esas razbes que aimportinda dal no €identicad ereconhecida como uminstrumento linear ou meciricode reslzagio de deits sods. Ea acom- panha o desenvohimento cortextuado da ccadania em todos os pales. A sa im portnca nase do carter contradéro que a acornpanha ela sempre reside urna dimensio de ha. Luta por inscrigBes mais democrétias, por efetvagbes mas rea- lstas, contra descaracerizagbes mutladors,porsonhos de just. Todo 0 avango da educagio escolar além do ensino primério foi fut de tas conde por uma concep democritca da sociedad em qu se posta ou aigualdade de oport- nidades ou mesmo aiguakade de condg6es soca Hoje cresceu enim, aimportinciareconhedda dali enre 0 educadores porque, como cco, ees se derarn conta de que, apesar de tuco, ea & urn insrunete vise! de ta porque com ela poder-se cra condiGes mas props 10 35 para a democrazago da educasio, ms tabém prs a socliagio de geragdes mas igus e menos injusas. € preciso considera que ainscrigio de um dreto no céigo legal de um pats ‘io acontece da noite para o da, Tatas da nistéria da produsio de um cireto © «que tem sua dara presencaa parr da era moderna, Segundo Bobbio: io exéte atualmente nenhuma carta de ciretos que nio reconhega © dirt & insrugio ~ crescent, deresto, de sociedade para socedade ~prene'o, elemertar, depos secundira. e pouco apouco, até mesa, univesitiria, Ndo me consta que, nas mais corhecidas descrigGes do estado denatureza, eve dra osse menciona- do, A verde & que esse direto no fora posto no estado de natureza porque no ‘emergirarasocedade da Epocaem que nasceram as dout'nasjusnatuastas, quando 1s exigéncas fundamentals que pavtam daquels socedades para chegivem aos ppoderosos da Tera eram principalmenteexgércias de lberdade em face ds grejas ‘2 dos Estados, e no ainda de ourras bens, come o dainsvugdo, que somente uma sociedade mals evolUda econdmica esocamente podera exoressar, (/992, 9.75) ‘Apesar desse dirito no constar do estado de natureza ou mesmo entre os chamados d retos natura, ser4 no contexte da aceitagéo ou da recusa a essa forma (Caceres co Pesquisa 116, bo 2002 27 cde encarar o nascmento da sociedade moderna que a instrusio lentamente ganha- jestaque. Ora ela é 0 caminho para que as Luzes (Universais) se acendam em ‘ada individu, afim de que todos possam usufruir da igualdade de oportunidades e avangar diferenciaimente em diregio ao mérito, ora ela 6 uma fungio do Estado a ‘im de evitar que o cireito individual nfo ciscipinado vena a se tornar prvilégio de poucos. Com efeito, a luzes da razio, com suas les racionals, supdem a atualizacso nos seres racionals de modo a poder realzar 0 interesse de todos em cada qual. A realzacio do interesse de cada um, interesse esse racional e oposto ao universo ppassional, 6 tido como um valor que impulsiona a agio do individuo tendo em vista, © principio da responsabilidade individual. De acordo com este princpio, cada pes- 08, cada cidadio deveria ser capaz de garanti-se a simesmo e a seus dependen- tes, nfo cabendo a intervengio do Estado (Oliveira, p. 160, 2000). uma das condicées para 0 advento dessa “racionalidade iluminada’ e inte- ressada, prépria da sociedade chil enquanto universo do privado, é a instruc, & medida que ela abre espago para a garantia dos cireitos subjetivos de cada um. E como nem sempre o individuo pode sisternatizar esse impulso, como nem sempre cle &, desde logo, consciente desse valor, cabe a quem representa o interesse de todos, sem representar o interesse espectico de ninguém, dar a oportunidade de acesso 2 esse valor que desenvoive e potencializa a razSo individual. Mas, segundo John Locke, esta é uma possiblidade a ser construida Locke advert, 0 caminho que leva construgio desta sociedad implica um pro- ‘cesso ggantesco de educagio, © no apenas a educagio emendida no sentico da transmsio do conhecimento mas no sentido da formagio da cdadania. (Oliveira, 181, 2000) Dal a instrugdo se tornar piblica como fungio do Estado €, mais explcita- mente, como dever do Estado, a fim de que, apés 0 impulso interventor inca, 0 individuo pudesse se autogovernar como ente dotado de liberdade © capaz de participar de uma sociedade de pessoas livres ‘Aimportncia do ensino priméio tomado um direito imprescindivel do cida- dio e um dever do Estado imps 2 gratuidade como modo de torné-lo acessivel a todos. Por isso, 0 direito a educagio escolar priméria inscreve-se dentro de uma perspectiva mais ampla cos direitos cvs dos cdadios. ‘his direitos vao sendo concebidos, lentamente, como uma heranga dos te souros da cviizagSo humana e, portanto, no 6 cabivel que alguém no possa herdé- 248 adores de Pesquisa, n. 116, juho/ 2002 los. Ao oferecer a educagio escolar priméria gratuita, o proprio Estado liberal ase- {gura uma condigio universal para o proprio usufuto dos direitos cvs Em todo 0 caso, aligacio entre 0 direto & educacio escolar e a democracia terd a legislagfo como um de seus suportes e invocaré 0 Estado como provedor cdesse be, seja para garantr a igualdade de oportunidades, seja para, uma vez mantido esse objetivo intervrno dominio das desigualdades, que nascem do con- ‘ito da distibuigdo capitalsta da riqueza, e progressivamente reduzir as desigualda- des. Aintervengao tomar-se-& mals concreta quando da associagio entre gratuidade «© obrigatoriedace, jf que a obrigatoriedade é um mado de sobrepor uma funcio social relevante e imprescindivel de uma demacracia a um direto civil, Essa inter. venglo, posteriormente, se far no ambito da liberdade de presenca da inicativa privada na educagéo escolar, de modo a autorizar seu funcionamento e pé-la sub lege, Essa lgagio entre a educacio e a escolandade como forma de moblidade social e de garantia de direitos tern um histérico que & vardvel de pals para pas, considerados os determinantes sociocuituras de cada um, (Uma andlse magistral que invoca a trajet6ria dos diretos, sea para cassicd (os, seja para mostrar sua progressiva evolugio, € aquela oferecida por um célebre texto de Thomas Marshall (/967). Ele se debruca sobre a experiénca da Inglaterra a partir dai diferencia os direitos © os cassiica por perfodos. Desse modo, os direitos civis se estabeleceriam no século XVIl, os polticas, no século XIX, e os sociais, no século XX. Nessa trajetdria 0 autor far referéncias 8 educagio e ins trugio escolar. Para o autor, a ist6ria do direito 8 educagéo escolar & semelhante a luta por uma legislacio protetora dos trabalhadores da indistria nascente, pois, em ambos (5 casos, fo! no século XIX que se langaram as bases para os direitos sociais como integrantes da cidadania. Segundo Marshall, “a educacao & um pré-requisito neces- sitio da liberdade civil" e, como tal, um pré-requisto do exerccio de outros direi- tos. O Estado, neste caso, ao intererir no contrato social, nfo estava confltando com os cireitos cvs, Anal, esses devem ser utllzados por pessoas intelgentes e de ‘bom senso e, para tanto, segundo o autor, o ler € 0 escrever io indispensiveis, A educagio das cfangasestédretamente relacionada com a cdadania,e, quando 0 Fado garante que todas as crangas serdo ecucadas, este ter em mente, sem sombre de dvida, as exigencas e a ratureza da cidadana, Est tentando estrmular 0 deserwohimento de cidadios em formagio, O direte& educagio é um cireito so al de cdacria genno porque 0 objetivo da educa durante ain facia € maldar (Caceres co Pesquisa 116, bo 2002 249

You might also like