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Prática em

Sistemas
Contábeis

Autor
Gerusa Coutinho Ramos

Indaial – 2022
1a Edição
Prática em
Sistemas
Contábeis
Prof. Gerusa Coutinho Ramos

Indaial – 2021
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021

Elaboração:
Prof. Gerusa Coutinho Ramos

Revisão, Diagramação e Produção:


Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri


UNIASSELVI – Indaial.

Impresso por:
Apresentação
Prezados alunos, sejam bem-vindos à disciplina de Prática em
Sistemas Contábeis, um conteúdo importante para a aprendizagem na
área de contabilidade, por demonstrar os procedimentos de lançamentos,
de registros, de processamento e de armazenamento de informações
contábeis em sistemas de informação. O material didático da disciplina
apresenta os conteúdos e as atividades para os estudantes, com a finalidade
de proporcionar uma aprendizagem objetiva e reflexiva para uma melhor
assimilação de conhecimentos teóricos, técnicos e práticos propostos.
A tecnologia é uma ferramenta usual na gestão de negócios, e
tem sido muito funcional na contabilidade, por facilitar a introdução de
registros contábeis, lançamentos e demonstrações, como também no acesso
às informações de forma ampla e/ou específica para a tomada de decisão
assertiva das organizações inseridas no mercado. O profissional na área de
contabilidade trabalha com dados quantitativos, e a prática de realização
do trabalho manual foi substituída pelo ato de alimentar sistemas de
informação, a fim de obtermos muitos resultados rápidos e uma visualização
mais completa da situação da organização para facilitar a tomada de decisão.
A unidade 1 proporciona conteúdos teóricos e técnicos de definições,
dos conceitos, princípios e usuários das informações contábeis, dos tipos
de sistemas de informações e uma introdução ao uso dos Sistemas de
Informação Contábil (SIC) para a compreensão das informações utilizadas
no trabalho do contador e/ou do contabilista no exercício da profissão. A
compreensão dos conceitos básicos é fundamental para o entendimento das
práticas contábeis em sistemas de informação.
A unidade 2 apresenta as práticas da estrutura e análise das principais
demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial (BP) e a Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE) nos Sistemas de Informação Contábeis
(SICs), com a finalidade de mostrar os procedimentos e a aplicabilidade,
respectivas informações e vantagens de uso de sistemas de informação na
contabilidade.
A unidade 3, por fim, demonstra conteúdo do Sistema Público
de Escrituração Digital (SPED), a Escrituração Contábil Digital (ECD) e a
Escrituração Fiscal Digital (EFD), Imposto sobre Circulação de Mercadorias
(ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e contribuições,
com informações específicas sobre a contabilidade e a questão fiscal em um
sistema de informação público.
Tenha atenção especial à compreensão dos conceitos teóricos e
técnicos, à aplicabilidade na contabilidade básica, gerencial e societária, por
meio das demonstrações contábeis e exemplos. A realização das atividades
é fundamental para o exercício prático na obtenção dos conhecimentos e a
aprendizagem.
NOTA

Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os alunos desde 2005, é o


material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente,


apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, aluno, tem a possibilidade de
estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.

Bons estudos!
LEMBRETE

Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela


um novo conhecimento.

Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro


que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.

Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!


Sumário
UNIDADE 1 .- Os Conceitos Básicos, Os Princípios das Informações Contábeis e os Tipos de
Sistemas de Informações ...................................................................................................................... 9
TÓPICO 1 - 1. As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e
Usuários (internos e externos) de Informações Contábeis....................................................... 13
TÓPICO 2 - 2. A Contabilidade, O Ambiente de Negócios, Os Principais Sistemas de
Informações e Os Sistemas Integrados na Gestão..................................................................... 27
TÓPICO 3 - 3. Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de Infor. Contábeis (sic)........ 47
UNIDADE 2 - As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de
Informação Contábeis (SIC)................................................................................................................. 61
TÓPICO 1 - 1. O Mét. das Partidas Dobradas, o Lançamento Contábil e o Plano de Contas... 65
TÓPICO 2 - 2. Os Planos de Contas nos Sistemas de Informação Contábeis (SIC).................... 79
TÓPICO 3 - 3. Os Subsistemas da Contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)... 93
UNIDADE 3 - O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (ICMS e IPI, Contribuições,
Contábil e Fiscal).................................................................................................................................. 113
TÓPICO 1 - 1. A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a
tecnologia e as principais legislações........................................................................................ 117
TÓPICO 2 - 2. A estrutura e a operacionalização do Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped)............................................................................................................................................. 131
TÓPICO 3 - 3. A Escrituração Fiscal Digital (EFD) – ICMS, IPI e contribuições...................... 147
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 157
UNIDADE 1
Os Conceitos Básicos, Os Princípios
Das Informações Contábeis E Os
Tipos De Sistemas De Informações
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Entender os conceitos de contabilidade geral e contabilidade gerencial;

• Identificar as principais demonstrações financeiras na contabilidade e os


usuários das informações contábeis;

• Compreender os fatores no ambiente interno e no ambiente externo que


podem mudar a contabilidade de uma organização;

• Entender as principais propriedades e atribuições das informações con-


tábeis;

• Compreender os principais sistemas de informação, os Sistemas inte-


grados (ERP), e diferenças entre os Sistemas de Informações Gerenciais
(SIGs) e o Sistemas de Informações Contábeis (SICs);

• Identificar características de um Sistema de Informação Contábil (SIC).

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade,


Propriedades e Usuários (internos e externos) de Informações Contábeis.

TÓPICO 2 - A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais


Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

TÓPICO 3 - Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de


Informações Contábeis (SIC).

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

9
10
Introdução da Unidade
Os conhecimentos da disciplina de Práticas em Sistemas Contábeis
passam por definições e conceituações básicas da Contabilidade Geral e
da Contabilidade Gerencial, tendo em vista que os sistemas de informação
na área contábil são estruturados com conhecimentos de gestão, de
procedimentos e demonstrações contábeis para atender as necessidades dos
usuários externos/internos dos Sistemas de Informações Contábeis.

As informações do ambiente de negócios no mercado, na economia,


nas finanças e na contabilidade estão inter-relacionadas nas decisões dos
gestores de organizações privadas e públicas. A contabilidade geral, a
contabilidade gerencial e a contabilidade societária sofrem interferências do
ambiente externo e interno do mercado, portanto, é essencial o entendimento
dos preceitos básicos da contabilidade, em um contexto amplo, e dos reflexos
nas informações contábeis, de forma específica.

As propriedades e as atribuições das informações contábeis são


elementos norteadores da contabilidade, complementados pelos princípios
determinados pelas Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) para
alcançar os conteúdos propostos na unidade 1.

11
12
TÓPICO 1
UNIDADE 1

1. As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade,


Propriedades e Usuários (internos e externos) de
Informações Contábeis.
1.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO
A contabilidade é uma ciência aplicada, baseada em normas,
procedimentos e princípios, que são amparados por regras e legislações, as quais
oferecem diretrizes para a execução das práticas contábeis. As transações na
contabilidade, realizadas pelos sistemas de informações, apresentam um desafio
no sentido para a área.

O objetivo do tópico 1 é oferecer conhecimentos teóricos e técnicos da


contabilidade e das informações contábeis nas organizações. Inicialmente,
apresentaremos conceitos a respeito da proeminência da contabilidade na gestão
das organizações, sejam elas privadas ou públicas, em seguida, falaremos sobre
propriedade e instrumentos empregados nas informações contábeis.

1.2 A CONTABILIDADE, AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS


E AS INFORMAÇÕES CONTÁBEIS
A gestão de organizações é composta por diversas áreas, como
administração, contabilidade, marketing, tecnologia da informação, recursos
humanos, financeiros, sustentabilidade, dentre outros. A contabilidade é uma
área decisiva na tomada de decisão dos gestores, por apresentar os dados
financeiros e contábeis das instituições. Ela proporciona conhecimentos, por meio
de informações, demonstrações contábeis e financeiras, lançamentos e registros
das transações realizadas.

A contabilidade geral é uma área na gestão, capacitada para fornecer


informações de uma organização privada ou pública, com a finalidade de
identificar o patrimônio e mutações, os elementos que podem influenciar nas
mudanças das variáveis, seja para reduzir despesas, aumentar o lucro, diminuir
o endividamento, ampliar o patrimônio e/ou proporcionar a melhor alternativa
de tributação.

Para o entendimento da situação financeira da organização é preciso


conhecer as principais demonstrações financeiras, como Balanço Patrimonial
(BP) ativo e passivo, que mostra o patrimônio da organização; Demonstração
do Resultado do Exercício (DRE), que contempla receita, despesas, tributos e
lucro, com a finalidade de apresentar o lucro ou prejuízo no final do exercício;
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), que diz respeito a entradas e saídas das
movimentações financeiras diárias da empresa; e na Demonstração dos Lucros

13
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

ou Prejuízos Acumulados (DLPA), Com a apresentação do direcionamento do


lucro e dos resultantes do prejuízo. A figura 1 mostra os instrumentos usados na
contabilidade básica de uma organização para demonstrações financeiras.

Figura 1 – As principais demonstrações financeiras na contabilidade

DEMONSTRAÇÃO
CONTABILIDADE BALANÇO
DO RESULTADO
BÁSICA PATRIMONIAL
DO EXERCÍCIO
(BP)
(DRE)

DEMONSTRAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU
DOS FLUXOS DE PREJUÍZOS
CAIXA (DFC) ACUMULADOS
(DLPA)

Fonte: Adaptada de Lyrio, Almeida e Portugal (2015).

A contabilidade tem um objetivo central: o patrimônio da pessoa física


ou da pessoa jurídica e a sua mensuração de forma quantitativa e monetária,
conforme a moeda do país, no caso do Brasil, em reais, a moeda vigente.

As informações econômicas e financeiras do patrimônio das organizações,


levantadas pela contabilidade, podem influenciar as decisões estratégicas dos
negócios no mercado. Por exemplo, se, em uma situação de crise econômica,
a empresa perde patrimônio, terá redução brusca de receita e lucro. Quais as
demonstrações financeiras da contabilidade que podem passar informações para
a gestão do negócio? Como influenciam as decisões da gestão?

Se, diante das informações do Balanço Patrimonial (BP), por exemplo,


mostramos a redução do patrimônio e o aumento no grau de endividamento de
uma organização, então, a gestão da empresa pode adotar medidas no sentido
de reduzir a dívida, com a negociação da dívida e perspectivas de aumento na
receita.

Na Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), se a empresa


identificar pela contabilidade, a queda na receita, no lucro e no aumento nos
tributos, pode usar estratégias para melhorar as vendas de bens e serviços, receita
e lucro, além de apresentar medidas para reduzir as despesas. As organizações
privadas, públicas e aquelas sem fins lucrativos do terceiro setor possuem a
capacidade de executar um plano de controle de despesas e negociação de dívidas.

A figura 2 demonstra as principais informações geradas pela contabilidade


de uma organização.

14
As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e Usuários
(internos e externos) de Informações Contábeis.

Figura 2 – As principais informações da contabilidade

INFORMAÇÕES ECONÔMICAS

INFORMAÇÕES FINANCEIRAS

PATRIMÔNIO

Fonte: Adaptada de Lyrio, Almeida e Portugal (2015).

O conceito de contabilidade gerencial é significativo, por ser o ramo


da contabilidade geral que estuda de forma mais direta a interferência dos
resultados das informações contábeis na gestão da organização, como mostra
Crepaldi (1997, s.p.):

Contabilidade gerencial é um ramo da contabilidade que tem por


objetivo fornecer instrumentos aos administradores de empresas
que os auxiliem em suas funções gerenciais. É voltada para melhor
utilização dos recursos econômicos da empresa, através de um
adequado controle dos insumos efetuado por um sistema de
informação gerencial.

1.3 OS EFEITOS DO AMBIENTE EXTERNO/INTERNO E


USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Os fatores influenciadores do ambiente externo e do ambiente interno
da contabilidade nas organizações sofrem impactos positivos ou negativos, que
dependem de diversos aspectos. Nos fatores do ambiente externo, destacam-se:

a. A conjuntura econômica brasileira

Na profissão do contador, é significativo acompanhar os acontecimentos


da economia – se existe crescimento econômico ou crise econômica, se o setor
em que a empresa está inserida cresce naquele momento ou de que forma a
organização é atingida pelo panorama da economia.

No acompanhamento da economia, é importante verificar o comportamento


do Produto Interno Bruto (PIB), a riqueza produzida de bens e de serviços no
território nacional em determinado período, os dados de crescimento dos setores.
Além disso, é necessário também verificar as despesas de consumo das famílias,
a inflação medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) e o nível
de investimento, por meio das publicações mensais do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), bem como a taxa de juros Selic, o câmbio, o
comércio exterior e os títulos públicos, pelo Banco Central do Brasil (Bacen).

15
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

b. Fatores regionais

Outro aspecto destacado são os fatores regionais de mudanças em setores


da economia, como a agropecuária, que sofre oscilações, devido aos períodos de
safras de produtos (soja, milho, feijão e arroz). Na indústria e no setor de serviços,
os aspectos da região onde a empresa está instalada podem interferir no resultado
da contabilidade. Por exemplo, se é uma região mais ou menos industrializada,
incentivos fiscais, fornecedores disponíveis e mão de obra qualificada.

c. O mercado de bens e serviços

O nível de concorrência das empresas no mercado pode ser um fator


decisivo para a mudança nas estratégias de vendas de uma empresa privada.
Alterar elementos diferenciadores de mercado – como preço, custos, marketing
e propaganda, embalagens, atendimento ao cliente, dentre outras questões –
mudam a contabilidade, como também os dados financeiros. Após a avaliação das
informações da contabilidade, os gestores mudam as diretrizes da organização
para resolver os problemas financeiros ou para levá-la a uma situação de crise
financeira, se a decisão não for assertiva.

d. O mercado financeiro e de capitais

As empresas recorrem aos empréstimos no mercado financeiro,


principalmente em bancos, para a execução de investimentos no mercado. Uma
das exigências para a avaliação de crédito de uma empresa é a contabilidade.
Se a empresa apresenta resultados favoráveis da contabilidade ao banco,
como possibilidade de saldar a dívida, aumento nas vendas, receita e o lucro
em crescimento, existe uma probabilidade maior de conseguir o empréstimo,
devido à avaliação feita sobre a capacidade de ser um bom pagador do possível
empréstimo. Se a contabilidade da empresa demonstra dívidas elevadas no
Balanço Patrimonial (BP) e prejuízo na Demonstração de Resultado do Exercício
(DRE), dificilmente o banco emprestará dinheiro para a empresa viabilizar
investimentos no mercado. A contabilidade, como podemos ver, é fundamental
na gestão de qualquer negócio.

Atualmente, as empresas de capital aberto realizam permanentemente


operações no mercado de capitais, em bolsas de valores, a partir da venda de
ações. Na avaliação de um investidor que deseja comprar ações de uma empresa,
a contabilidade é uma ferramenta para a demonstração da condição econômica e
financeira da empresa.

Os fatores internos na organização aptos a provocar modificações na


contabilidade da organização são: redução nas vendas e receitas; aumento
nas despesas e tributos; aumento ou diminuição de lucro; perda patrimonial;
aumento de dívidas; diminuição de participação da empresa no mercado. Isso
pode acontecer em qualquer período e interferir positiva ou negativamente na
contabilidade. Por isso, os conhecimentos das informações contábeis podem
alterar o rumo da organização e proporcionar resultados financeiros positivos.

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As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e Usuários
(internos e externos) de Informações Contábeis.

As mudanças no negócio, portanto, alteram a contabilidade, mas o acesso às


informações contábeis transforma a gestão do negócio.

A contabilidade tem usuários internos e externos que acessam as


informações contábeis para a realização do trabalho – como o profissional da área
de ciências contábeis, os gestores de organizações, os gerentes de bancos e os
investidores no mercado de capitais.

Quem são os principais usuários internos e externos da contabilidade?


A figura 3 apresenta os agentes fundamentais de uso da contabilidade nas
organizações.

Figura 3 - Os Usuários Internos e Externos da Contabilidade nas Organizações

USUÁRIOS USUÁRIOS
INTERNOS EXTERNOS

SÓCIOS
FORNECEDORES
PROPRIETÁRIOS
E BANCOS
E GESTORES

FUNCIONÁRIOS GOVERNO

Fonte: Adaptada de Lyrio, Almeida e Portugal (2015).

Os sócios são os investidores de capital na organização que, por sua


vez, possuem direito ao lucro, conforme a participação no capital, no caso
de empresas privadas. Geralmente, sociedades limitadas, fato que significa
que o endividamento do sócio é proporcional ao investimento de capital na
empresa, não ao patrimônio privado. Os sócios da empresa necessitam analisar
permanentemente os dados da contabilidade para ter conhecimento do retorno
financeiro, se lucro ou prejuízo, investimento e perspectiva do negócio no mercado
para a tomada de decisão.

Os gestores da organização acompanham a contabilidade para decidir


a estratégia do negócio, o planejamento e os controles, verificar os resultados
financeiros e econômicos. Quanto mais informações contábeis os gestores
tiverem, maior diversificação de opções para escolher a melhor alternativa de
gestão. Os funcionários consultam a contabilidade para a execução de mudanças
a partir das diretrizes determinadas pela gestão, seja nas vendas, nas despesas ou
no pagamento dos tributos.

Os usuários externos da contabilidade são os fornecedores, bancos e o


governo. Os fornecedores procuram informações contábeis e financeiras das
organizações para verificar a capacidade de cumprimento das obrigações, como,
por exemplo, condições de pagamentos das compras realizadas. Com relação

17
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

aos bancos, já foi explicado anteriormente, justo na avaliação de crédito, eles


consultam a contabilidade para saber a capacidade de pagamento da organização.

E
IMPORTANT

O governo é um usuário externo da contabilidade na arrecadação de


tributos (impostos e taxas) pagos pelas organizações. Os tributos em nível federal são
arrecadados pelo fisco, Receita Federal do Brasil (RFB), em nível de estados e municípios,
por meio das Secretarias de Fazenda.

O dado se transforma em informação e apresenta uma noção ou sentido


de algo ou de um acontecimento. O banco de dados, por sua vez, é a organização
dos dados em uma estrutura armazenada, com inter-relações entre os dados
para diferentes usos, por meio de uma fonte. Na contabilidade, ele adquire um
significado técnico, quando se trata de informações contábeis, seguidas por
procedimentos, conceitos e a estrutura normativa para a elaboração de relatórios
contábeis e financeiros.

1.4 AS INFORMAÇÕES, ATRIBUIÇÕES E OBRIGAÇÕES


CONTÁBEIS
Segundo Gil apud Padoveze (2015), as informações podem ser estruturadas
por meio de uma organização para facilitar a execução delas no sistema operacional
da instituição. Enquanto, as informações não estruturadas são mais amplas, no
sentido de pensar a organização em um contexto da economia e de projeções no
mercado.

DICAS

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) no Comitê de Pronunciamentos


Contábeis (CPC) na Resolução n. 785/95 de 28 de julho de 1995, aprovada a Norma
Brasileira de Contabilidade (NBC)-T-1, com as características da informação contábil
– do conceito e conteúdo; dos usuários; dos atributos da informação contábil; da
confiabilidade; da tempestividade; da compreensibilidade; da comparabilidade.

Fonte: CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n. 785/95, de 28 de


julho de 1995. Brasília, DF: CFC, 1995. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/
busca/exibelink.php?numlink=1-22-34-1995-07-28-785. Acesso em: 5 maio 2021.

Informação contábil é o meio pelo qual os usuários tomam decisões


para o entendimento da organização, dos resultados, do crescimento, dos riscos
e dos ensejos. Eles são expressos nas demonstrações contábeis, na escrituração,

18
As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e Usuários
(internos e externos) de Informações Contábeis.

nos registros, nos documentos, nos livros, nas planilhas, nas notas explicativas,
nos pareceres, nos laudos e nos diagnósticos, elaborados e divulgados por
profissionais da contabilidade, conforme a legislação vigente.

Seguem os seguintes aspectos da estrutura conceitual do relatório


contábil-financeiro:

a. O objetivo da elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro.


b. Elementos qualitativos da informação contábil-financeira útil.
c. A designação, por meio de definição, o reconhecimento e a mensuração
das demonstrações contábeis e financeiras.
d. Os conceitos e a manutenção de capital.

Se a informação contábil está em um sistema de informação específico


para a contabilidade, o profissional da área contábil diminui o retrabalho e
tem agilidade na introdução e na visualização das demonstrações financeiras.
As informações contábeis estruturadas e organizadas, portanto, facilitam o
desenvolvimento do trabalho do profissional da área, como também permitem o
acesso aos usuários internos e externos da contabilidade para possíveis alterações
decisórias na organização.

As informações contábeis precisam assegurar aos usuários internos e


externos da contabilidade determinadas propriedades, como mostra a figura
seguinte.

Figura 4 – Propriedades das Informações Contábeis

Confiabilidade Tempestividade Compreensibilidade

Comparabilidade

Fonte: Adaptada de Silva (2007).

Nas práticas contábeis, é fundamental levar em consideração a


confiabilidade das informações, tendo em vista o uso para decisão relevante
na organização. A informação contábil precisa ser correta, sem nenhum erro,
adequada a necessidade do usuário interno ou externo. Há uma precisão nas

19
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

informações, exigida na contabilidade, por usar muitos dados quantitativos,


como uma ciência gerencial, os dados contábeis são conferidos para evitar
erros, diferenças na análise dos dados contábeis e nas deliberações na gestão da
organização.

A tempestividade, por sua vez, é uma propriedade da informação


contábil relacionada à rapidez de acesso dos usuários à informação ou em tempo
adequado, conforme prazos legais e normas da contabilidade. Por exemplo,
após o fechamento do exercício do ano, é preciso divulgar Balanço Patrimonial
(BP) e a Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) para fins de apreciação
dos usuários, a fim de que tomem conhecimento de uma forma ampla do
comportamento das contas no ano que passou.

A compreensibilidade das informações contábeis é determinante para


atender ao objetivo dos usuários da contabilidade. A clareza e a objetividade na
apresentação da estrutura das informações, conforme normas da contabilidade,
tanto nos dados quantitativos e nas informações qualitativas, torna mais fácil a
compreensão da informação. O uso de tabelas, quadros e gráficos, colaboram na
exposição das informações contábeis, no entendimento, na interpretação e na
análise.

A comparabilidade das informações contábeis é uma prática exercida


pelos profissionais da contabilidade, com a finalidade de demonstração da
comparação entre informações, por exemplo, comparar a receita, as despesas e o
lucro de uma empresa nos últimos quatro anos. O comportamento das variáveis
na Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) pode colaborar para a empresa
mudar a estratégia de produção e/ou vendas, prática de controle de despesas e
melhorar metas na perspectiva de lucro.

A informação contábil apresenta as seguintes características, conforme


demonstra o quadro 1.

Quadro 1 – Atribuições da informação contábil


1 - Conteúdo 13 - Confiabilidade
2 - Precisão 14 - Oportunidade
3 - Atualidade 15 - Objetividade
4 - Frequência 16 - Seletividade
5 - Relatividade 17 - Motivação
6 - Exceção 18 - Segmentação
7 - Acionabilidade 19 - Consistência
8 - Flexibilidade 20 - Integração
9 - Adequação a decisão 21 - Uniformidade de Critérios
10 - Valor Econômico 22 - Indicação de Causas

20
As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e Usuários
(internos e externos) de Informações Contábeis.

11 - Relevância 23 - Volume
12 - Entendimento 24 - Generalidade

Fonte: Adaptado de Padoveze (2015).

A contabilidade, segundo quadro 1, precisa de uma informação com


um conteúdo pertinente à demanda do usuário, por exemplo, para avaliar o
patrimônio de uma organização é necessário usar o Balanço Patrimonial (BP),
conforme NBC e CPC.

ATENCAO

A contabilidade é uma ciência gerencial, que usa como ferramenta a lógica


e os dados quantitativos e qualitativos. As informações contábeis não podem apresentar
dúvidas para os usuários internos e externos, precisam explicitar um conteúdo que
seja útil para a organização, de maneira clara e objetiva. Portanto, devem ser de fácil
compreensão, assertivas e confiáveis, no sentido de poder ser bem usadas na tomada
da decisão, de acordo com a legislação e os procedimentos contábeis vigentes no
período.

A informação contábil pode enfatizar um resultado, por exemplo, em uma


empresa privada, de crescimento da receita da organização. Os usuários internos
e externos podem se sentir motivados a executar novas estratégias no negócio,
como: verificação do impacto positivo da receita no lucro; investimento e compra
de ações.

A segmentação é uma informação relacionada ao setor referido, seja vendas,


estoques, tributos, dentre outros. Portanto, é preciso clareza na identificação do
segmento nos Sistemas de Informações Contábeis (SICs). A uniformidade de
critérios diz respeito à existência de parâmetros para a exposição, o tratamento
e o processamento dos dados, com a finalidade de não gerar distorções entre
setores da organização.

A identificação na descrição das quantidades expostas nas informações


nos Sistemas de Informações Contábeis (SICs) em volume, quilo ou tonelada,
qualquer que seja a medida, é essencial para a clareza no uso da informação pelos
usuários. É necessário explicitar a unidade monetária no valor econômico, se é
em reais, dólar, euro, e/ou outra moeda, principalmente para organizações que
atuam no mercado global.

A relatividade e a flexibilidade são atribuições relacionadas à


possibilidade de compreender o cenário na qual está inserida, por exemplo,
estoque e vendas, como também a possibilidade de verificar inter-relações entre

21
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

as informações. O uso adequado dessas informações pode levar um usuário gestor


a realizar mudanças no planejamento estratégico, nos controles, na produção, nas
vendas, na administração de recursos humanos, nas operações, no marketing, na
economia e nas finanças.

Os registros, os lançamentos e as escriturações contábeis são regidos por


preceitos determinados pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que
estabelece Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), por meio das resoluções
que podem sofrer alterações, conforme necessidade de atualização para o
atendimento aos profissionais da contabilidade nas organizações e os usuários
das informações contábeis. Os relatórios contábeis-financeiros precisam seguir
rigorosamente, tanto na elaboração, como na divulgação, normas e procedimentos
contábeis.

O CFC tem uma função relevante no sentido de discutir as principais


temáticas da contabilidade, ouvir os profissionais da área, entender as principais
demandas de alterações de normas da contabilidade para a adequação à realidade
das organizações e facilitar o trabalho operacional do contador e/ou contabilista.

Com o uso dos sistemas de informações na contabilidade, é preciso


repensar diversas operações para a adequação a realidade de uso de uma
tecnologia moderna. De um lado, as organizações desejam informações mais
rápidas e concisas, de outro lado, o trabalho realizado pelo profissional da
contabilidade necessita de aperfeiçoamento e qualificação para usar os sistemas
de informações disponíveis nas empresas que trabalham. A tecnologia facilita,
torna rápida e eficiente a informação contábil, portanto, possui uma valoração no
mercado.

A conceituação de valor da informação está conectada com o resultado


esperado do uso da informação na tomada de decisão pelo usuário da
contabilidade, no sentido de diminuir um cenário incerto e adotar medidas
mais assertivas. A relação custo-benefício precisa ser considerada, por exemplo,
quando consideramos o aumento da despesa para alavancar vendas e gerar
receita? Existe uma demanda para o aumento das vendas? É preciso pensar se o
benefício será maior do que a despesa, ou seja, pesar a qualidade da deliberação.

As contas contábeis demonstram aspectos do patrimônio de uma


organização, seja o Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado do

22
As Definições e Conceituações Básicas na Contabilidade, Propriedades e Usuários
(internos e externos) de Informações Contábeis.

Exercício (DRE) e/ou Fluxo de Caixa (FC), estruturadas, organizadas, classificadas


e sistematizadas, através de lançamentos das contas.

Destacam-se, os principais itens para o cumprimento das obrigações


contábeis, como mostra a figura 5.

Figura 5 – Principais aspectos das obrigações contábeis


NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE

ASSUNTOS PARA CUMPRIMENTO DAS NORMAS:

1- Elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro.

2- Consideração dos itens no Ativo Imobilizado.

3- Reconhecimento dos itens no Ativo Intangível.

4- Diminuição ao Valor Recuperável de Ativos.

5- Conhecimento itens de Estoques.

6- Provisões, Ativos e Passivos Contingentes.

7- Declaração dos Fuxos de Caixa.

8- Revelação do Valor Adicionado.

Fonte: Adaptada de Queiroz (2017).

As obrigações contábeis são determinadas pelas Normas Brasileiras

23
AUTOATIVIDADE

de Contabilidade (NBC), que criam condições objetivas para o trabalho do


profissional da contabilidade na elaboração do relatório contábil-financeiro,
na ênfase ao Ativo Imobilizado no Ativo Intangível, no Valor Recuperável
de Ativos, nos Estoques, nas Provisões, Ativos e Passivos Contingentes, nos
Fluxos de Caixa e no Valor Adicionado.

1. A contabilidade é uma ciência gerencial com o uso de dados


quantitativos, como as demonstrações financeiras usadas para apresentar
a situação patrimonial da organização. Dessa forma, quais as principais
demonstrações financeiras usadas na contabilidade:

a. Lucro Líquido; Lucro Bruto; Balanço Patrimonial; Fluxo de Caixa.


b. Despesas; Receita; Lucro Bruto e Tributos.
c. Balanço Patrimonial; Demonstração de Resultado do Exercício;
Demonstração dos Fluxos de Caixa; Demonstração dos Lucros ou
Prejuízos Acumulados.
d. Demonstração de Resultado do Exercício; Lucro Bruto; Balanço
Patrimonial; Fluxo de Caixa.

2. Os usuários das informações contábeis, tanto internos, como


externos, as utilizam na tomada de decisão na organização, com a finalidade
de melhoria da condição financeira. Assim, identifique os usuários internos e
usuários externos da contabilidade:

a. sócios proprietários; gestores; funcionários; fornecedores; bancos;


governo.
b. supervisor; coordenador; banco; governo federal; cliente;
pesquisador.
c. sócios proprietários; bancários; governo municipal; fornecedor;
cliente; técnico.
d. sócios proprietários; gestores; funcionários; fornecedores; governo
federal e clientes.

3. A contabilidade gera relatórios contábeis e financeiros das transações


realizadas pelas organizações para a realização de mudanças no ambiente
e a tomada de decisões na gestão. Sendo assim, identifique os aspectos da
estrutura conceitual do relatório contábil-financeiro:

24
a. objetivo da demonstração e divulgação do relatório contábil-
gerencial; elementos qualitativos da informação contábil-gerencial
útil; designação, por meio de estruturação, reconhecimento e
mensuração das demonstrações quantitativas financeiras; os conceitos
e a manutenção do lucro.
b. objetivo da elaboração e divulgação do relatório contábil-societário;
elementos quantitativos da informação contábil-societária útil;
designação, por meio de estruturação, reconhecimento e mensuração
das demonstrações societárias e financeiras; os conceitos e a
manutenção do lucro.
c. objetivo da elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro;
elementos quantitativos da informação contábil-financeira útil;
designação, por meio de estruturação, reconhecimento e mensuração
das demonstrações gerenciais e financeiras; os conceitos e a
manutenção do lucro.
d. objetivo da elaboração e divulgação do relatório contábil-financeiro;
elementos qualitativos da informação contábil-financeira útil; a
designação, por meio de definição, reconhecimento e mensuração das
demonstrações contábeis e financeiras; os conceitos e a manutenção
de capital.

4. As informações e propriedades na contabilidade apresentam os


requisitos fundamentais para pontuar critérios qualitativos, com o objetivo de
oferecer diretrizes de uso dos conteúdos. Dessa forma, explique o conceito de
informação contábil e suas propriedades, conforme Resolução n. 785/95 de 28 de
julho de 1995, aprovada na Norma Brasileira de Contabilidade (NBC)-T-1.

5. As atribuições e obrigações das informações contábeis estabelecem


características para qualificação da informação contábil, com a possibilidade
de melhor uso pelos usuários internos e externos. Identifique as atribuições das
informações contábeis e os principais aspectos das obrigações contábeis?

25
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

26
TÓPICO 2
UNIDADE 1

2. A Contabilidade, O Ambiente de Negócios,


Os Principais Sistemas de Informações e Os
Sistemas Integrados na Gestão
2.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO
O tópico 2 apresenta definições e conceitos essenciais para a compreensão
dos Sistemas de Informação Gerencial (SIG) e a relação com os Sistemas de
Informação Contábil (SIC) no contexto da tecnologia da informação. Os sistemas
contábeis foram pensados, planejados, estruturados e operacionalizados dentro
de um sistema de informação, com o uso de uma tecnologia apropriada para
oferecer subsídios aos usuários internos e externos dos dados contábeis e
financeiros. Existe uma diversidade de variáveis nos sistemas de informação
contábil, como estruturas, base de dados geral e específicas, tipos e principais
informações.

A organização realiza o investimento no sistema de informação contábil


que atenda melhor à necessidade da gestão, dependendo se é uma empresa de
prestação de serviços em contabilidade, consultoria e/ou assessoria ou se uma
empresa privada no setor da agropecuária, indústria, serviços e/ou comércio,
como também pode ser uma organização do setor público.

A tecnologia é uma ferramenta presente na vida das pessoas e nas


organizações, por meio de equipamentos eletrônicos, como computador, tablet e
celular (smartphone). O contabilista como profissional usa a tecnologia como um
instrumento para facilitar os registros contábeis, os lançamentos e a divulgação
das informações contábeis. As organizações, empresas privadas e públicas usam
computadores, sistemas de informações e o acesso à internet para a execução do
trabalho profissional.

Os tipos de sistemas de informações, os aspectos técnicos, a importância


do ambiente externo e do ambiente interno, assim como suas interferências nas
organizações e nos sistemas que operam, a ERP e os sistemas integrados na
tecnologia da informação são conteúdos apresentados no tópico 3.

2.2 O AMBIENTE DE NEGÓCIOS, A TECNOLOGIA E A


CONTABILIDADE
A contabilidade é uma profissão com conhecimentos técnicos, antes
da década de 1990 no Brasil, todo o trabalho do contador e/ou contabilista era
realizado de forma manual, nos lançamentos, nos registros e nas escriturações. É
um trabalho detalhado e cansativo na elaboração das demonstrações contábeis-

27
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

financeiras básicas, como Balanço Patrimonial (BP); Demonstração de Resultado


do Exercício (DRE) e o Fluxo de Caixa (FC).

Atualmente, com o advento do acesso à tecnologia da informação, todos


os procedimentos realizados pelo profissional da contabilidade foram facilitados
pelo acesso aos sistemas de informações, que possuem uma estrutura organizada
para o uso, contábil e financeiro. Ao alimentar o sistema, constroem um arsenal
de informações contábeis-financeiras relevantes para organizações tomarem
decisões de gestão do negócio, principalmente empresas privadas que participam
de um mercado muito competitivo, uma economia dinâmica e mutável a cada
período, financeirização, com conexões em nível mundial, devido à globalização
da economia.

Por exemplo, se uma empresa deseja exportar proteína de soja para


outra empresa localizada na França, a avaliação e a análise dos dados contábeis-
financeiros podem ser decisivas para apresentar melhor segurança no fechamento
do negócio, se estão bem apresentados e em tempo hábil. A facilidade na
alimentação dos sistemas de informação contábeis e na apresentação dos dados
são aliados do profissional em contabilidade.

As organizações enfrentam novos desafios na era da tecnologia da


informação, de aliar a gestão do negócio com uma estratégia de crescimento
econômico e valorização patrimonial, controle das despesas e desenvolver
perspectivas de resultados no mercado nacional e global. Trata-se da ideia de
uma adaptação aos novos modelos de negócios rápidos e eficientes, com respostas
apropriadas, conforme necessidades do mercado.

No âmbito da organização, conquistar clientes e ter um excelente


relacionamento com fornecedores e funcionários são fatores relevantes, tendo em
vista que são fundamentais para o êxito da empresa. Por exemplo, funcionários
motivados e comprometidos produzem muito mais quando estão engajados na
missão e visão da empresa.

Ter um leque de fornecedores com produtos de marcas de qualidade, boas


condições de pagamentos e preço adequado à realidade do mercado pode colaborar
muito para a empresa controlar recursos, estoques, pagamentos e entregas. A
carteira de clientes é um aspecto essencial na gestão de uma organização, afinal,
eles geram a receita da empresa, por meio das vendas. A fidelização dos clientes
e a ampliação do número de clientes é algo desejado pelas empresas competitivas
no mercado.

A tecnologia é uma ferramenta que ajuda os negócios a pensarem em novos


modelos e estratégias de atuação no ambiente externo e interno. A tecnologia
permite o desenvolvimento de sites, de web, de intranet, software, aplicativos e
plataformas colaborativas.

28
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

As organizações estão inseridas, portanto, em um contexto de globalização


da economia, com diversos países interligados por meio do comércio exterior e
do mercado de capitais, particularmente por bolsas de valores. As interferências
do contexto externo na organização ocorrem numa velocidade mais rápida na
economia digital. A figura 6 destaca os fatores capazes de influenciar nas decisões
estratégicas do negócio e no planejamento estratégico.

Figura 6 – Fatores externos influenciadores nos negócios das organizações

Globalização da
economia

Setor de
Mercado global
serviços

Tecnologia da Sistemas de
informação informação

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

A globalização da economia é caracterizada por uma interligação entre


os países do mundo, por meio de um mercado global de bens e mercadorias,
como também pelas transações realizadas no mercado de capitais, atualmente, no
contexto de uma economia digital, com o uso da internet. Existe uma defesa do
livre fluxo de bens e serviços entre os países, redução de barreiras alfandegárias
e a constituição de blocos econômicos.

A tecnologia das telecomunicações e a internet são ferramentas primordiais


para a participação das empresas no mercado global. A tecnologia da informação
e os sistemas de informação são instrumentos que podem interligar a empresa
ao mercado global e, ao mesmo tempo, podem oferecer informações contábeis,
como apresentar os resultados de projetos e vendas de mercadorias nos relatórios
técnicos.

A figura 7 apresenta outros elementos que podem interferir na gestão de


uma organização, com interfaces do ambiente externo.

Figura 7 - As organizações no cenário do ambiente externo

Ciência &
Economia
tecnologia
Acionistas Clientes

Agências Organização
Reguladoras

Concorrentes Fornecedores
Mudanças
Política
Internacionais

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).


29
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

As organizações, os acionistas, os clientes, os concorrentes e as agências


reguladoras, recebem influências do ambiente macro externo, como a ciência e
a tecnologia, a economia, a política e as mudanças internacionais. É importante
compreender o conceito de tecnologia, tendo em vista que o mundo dos negócios e
a vida das pessoas na economia contemporânea depende do uso de equipamentos
eletrônicos, tanto para fazer negócios, como acompanhar operações de uma
empresa.

Segundo Laudon e Laudon (2004), a tecnologia da informação estuda


o desenvolvimento de sistemas de informações adequados às necessidades
das organizações, de acordo com a estratégia estabelecida para cumprir uma
finalidade, por meio de conhecimentos técnicos e da capacidade de operação dos
equipamentos, de acordo com o nível de tecnologia usual no momento.

Na década de 1990, as organizações dependiam de caixa postal, telefone ou


fax para a comunicação corporativa. O uso dos computadores e da informatização
facilitou o trabalho do profissional de contabilidade, anteriormente, era realizado
por meio de planilhas de pacotes Office, como o Excel. Atualmente, em 2021,
com o advento do avanço da tecnologia da informação, novas ferramentas foram
desenvolvidas, como os Sistemas de Informação Contábeis (SICs), usados de
forma integrada na gestão.

A tecnologia da informação é um instrumento usado pelos gestores nos


processos de modificações nas organizações, com elementos organizacionais, de
gestão e de recursos humanos, mais abrangentes do que processamento de dados,
sistemas de informação e engenharia de software. O hardware pode ser definido,
como: “É o equipamento físico usado para atividades de entrada, processamento
e saída de um sistema de informação” (LAUDON; LAUDON, 2014, p. 35). É uma
parte física da computação, por exemplo, um processador (CPU), uma memória
RAM e um disco rígido (HD).

Enquanto, o software é a parte lógica da informática, com instruções


específicas e pré-estabelecidas, não é palpável, pode dominar e orientar partes
do hardware de um sistema de informação. Por exemplo, dados, programas,
arquivos, sistemas operacionais, como Windows e o Linux.

A tecnologia de comunicações e redes combinada com hardware e


software une os equipamentos da computação para transferir dados e informações
entre pessoas e lugares. Os computadores podem se conectar em redes para
transferência de arquivos, de vídeos, de fotos, de som, de voz, de mensagens,
dentre outros meios.

30
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

ATENCAO

A internet é a rede global que usa padrões universais para a comunicação


entre pessoas em diversos países do mundo. As redes internas nas organizações
são denominadas de intranets, enquanto a extranet permite a comunicação entre
organizações.

A extranet é muito usada no desenvolvimento de projetos de negócios


entre empresas. O uso da internet no mundo de negócios e nos sistemas de
informação tornou-se algo necessário em termos de competitividade no mercado.

Um sistema de informação é desenvolvido a partir de uma tecnologia da


informação constituída pelas seguintes etapas, como mostra o quadro 2.

Quadro 2 – As etapas da tecnologia da informação


DOMÍNIOS OBJETOS DE CONTROLE
PO1 Definição de planejamento estratégico de TI.
PO2 Definição de arquitetura de informação.
PO3 Determinação de direcionamento tecnológico.
PO4 Definição da organização de TI e relacionamentos.
PO5 Gerenciamento do investimento de TI.
PO6 Comunicação de objetivos e direcionamentos.
Planejamento e PO7 Gerenciamento de recursos humanos.
organização PO8 Assegurar compliance com órgãos externos.
PO9 Avaliação de riscos.
P10 Gerenciamento de projetos.
P11 Gerenciamento da qualidade.
AI1 Identificar soluções.
AI2 Aquisição e manutenção de sistemas aplicativos.
Al3 Aquisição e manutenção da arquitetura tecnológica.
Al4 Desenvolvimento e manutenção de procedimento de TI
Al5 Instalação e homologação de sistemas.
Al6 Gerenciamento de mudanças.
DS1 Definição de níveis de serviço.
Aquisição e DS2 Gerenciamento de serviços de terceiros.
implementação
DS3 Gerenciamento de desempenho e capacidade.
DS4 Assegurar a continuidade dos serviços.
DS5 Assegurar segurança do sistema.
DS6 Identificar e atribuir custos.
DS7 Treinamento de usuários.
DS8 Assessorar os clientes internos de TI.
DS9 Gerenciamento das configurações.
Entrega e suporte DS10 Gerenciamento de problemas e incidentes.
DS11 Gerenciamento de dados.
DS12 Gerenciamento dos recursos físicos.
DS13 Gerenciamento de operações.

31
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

M1 Monitoração de processos.
M2 Avaliação da adequação dos controles internos.
Monitoração
M3 Obtenção de avaliação independente.
M4 Disponibilização para auditoria independente.

Fonte: Adaptado de Oliveira (2007).

As auditorias para objeto de controle, com a finalidade de medir o nível de


maturidade da empresa e a tecnologia da informação, apresentam uma pontuação
de 0 a 5: a) no nível 0, não existe controle e não há gestão do processo; b) o nível
1, o processo é desorganizado; c) o nível 2, padrão regular; d) o nível 3, definido,
o processo é registrado e comunicado; e) o nível 4, o processo é gerenciado e
monitorado; f) o nível 5, otimizado, processo acompanhado e automatizado.

2.3 OS TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO NA GESTÃO


DE NEGÓCIOS E A INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE
INFORMAÇÃO CONTÁBIL
No aspecto técnico, a definição de sistemas de informação de Laudon
e Laudon (2014, p. 32) oferece uma noção de sua função e das etapas, quando
afirmam:

Um Sistema de Informação pode ser definido tecnicamente como


um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam (ou
recuperam), processam, armazenam e distribuem informações
destinadas a apoiar a tomada de decisões, a coordenação e o controle
de uma organização.

O sistema de informação é composto por várias etapas, como a coleta de


dados, o processamento, o armazenamento e a distribuição de informações, as
conexões e inter-relações entre as variáveis. Na contabilidade de uma organização,
pode oferecer um suporte fundamental, por meio de relatórios técnicos para
a gestão, seja a respeito do patrimônio, tributos, vendas, despesas, lucros ou
prejuízos.

Os sistemas de informação podem ser simples para atender uma finalidade


geral, de nível médio, com informações de cunho geral e algumas informações
mais específicas, sistemas complexos, com uma diversidade de ferramentas e
dados, capacidade de inter-relacionamentos entre as variáveis, visando gerar
relatórios mais específicos para uma avaliação mais detalhada dos dados e
mudanças na gestão.

32
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

E
IMPORTANT

Os sistemas de informação podem ser abertos ou fechados.


O sistema de informação aberto, como sugere o nome, é um sistema aberto para
interação com outros sistemas e usuários nas organizações, assim como nas respectivas
variáveis no ambiente externo.
O sistema de informação fechado, por sua vez, tem informações pré-estabelecidas, não
está aberto para modificações na estrutura, portanto, as inter-relações ocorrem entre as
variáveis no ambiente externo.

Na gestão das organizações, existem diferentes níveis: estratégico, tático e


operacional. As informações obtidas pelo sistema de informação são direcionadas
para cada nível da empresa, desde o nível mais elevado na gestão que determina
a estratégia da organização interna e externa, como o nível tático, trabalho
realizado com gerentes de áreas, coordenadores e supervisores, intermediários
entre a gestão executiva da empresa e os trabalhadores. No nível operacional,
estão todos os trabalhadores executores da produção, da prestação de serviços,
de vendas, dentre outras operações. O quadro 3 demonstra os benefícios do
investimento realizado por empresas em sistemas de informação.

Quadro 3 – Vantagens para a empresa na aquisição e uso de sistema de informação


1. Informação precisa em tempo hábil
2. Aumento de produtividade
3. Compreensão da empresa no âmbito geral e por área
4. Inter-relações entre áreas da empresa, como administrativa,
financeira, contábil e recursos humanos
5. Economia de tempo
6. Evita retrabalho
7. Tempo para conquistar novos clientes
8. Melhora o grau de competitividade

Fonte: Adaptado de Laudon e Laudon (2004).

Cada informação no sistema pode ser obtida em função da área, do nível,


do foco para a empresa, por exemplo, vendas, custos, tributos, recursos humanos,
dentre outros aspectos. A informação Por que as organizações precisam investir
em um sistema de informação? Na relação custo-benefício, é vantajoso para
uma empresa adquirir um sistema de informação pelos benefícios oferecidos?
Sim, atualmente, o investimento em sistemas de informações gera lucro para
as empresas, por facilitar os processos de produção, estoques, vendas, além de
alocar adequadamente recursos humanos, identificar problemas e resolvê-los em
tempo hábil, determinar estratégias do negócio e realizar controles.

33
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

Se a empresa tiver as informações organizadas e estruturadas em tempo


hábil em um sistema de informação, isso pode facilitar muito na avaliação e na
tomada de decisão. A produtividade sobe, as tarefas são realizadas de uma forma
mais rápida em menos tempo. Por exemplo, no sistema de informação contábil,
a venda de um bem gera uma nota fiscal e os tributos são contabilizados, assim,
a empresa consegue dimensionar melhor cada operação, o funcionário pode
realizar de forma mais rápida suas tarefas diárias ou múltiplas atividades. As
organizações precisam atingir os objetivos e resultados, seja a eficácia e a eficiência
entre o resultado e os recursos aplicados.

O sistema de informação apresenta uma visão geral da organização dos


principais setores, como administrativo, produção, econômico, financeiro e
contábil. Além disso, pode, dentro de um setor, como o contábil, promover o
alcance de conhecimento específico sobre tributos, ou mesmo na Demonstração
de Resultado do Exercício (DRE), dar detalhes sobre custos ou despesas da
produção, administrativa ou de serviços prestados. É possível identificar inter-
relações entre os setores da empresa, como o administrativo, o financeiro e o
contábil.

Um sistema de informação contábil organizado evita retrabalho e gera


economia de tempo para conquistar novos clientes ou entregar relatórios
minuciosos para os gestores de uma empresa ter tempo para discussões e análises,
tomadas de decisões assertivas no mercado competitivo empresarial. A empresa
pode alcançar novos patamares no mercado nacional e global, lançar novos bens
e/ou serviços, como ser capaz de reordenar novas atribuições de tarefas.

A figura 8 mostra três atividades do sistema de informação: entrada,


feedback e saída.

Figura 8 – Demonstração de sistema de informação

PROCESSAR
CLASSIFICAR
ENTRADA SAÍDA
ORGANIZAR
CALCULAR

AGÊNCIAS
REGULADORAS ACIONISTAS CONCORRENTES

FEEDBACK

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

34
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

Na entrada do sistema de informação, existe a coleta de dados brutos da


organização ou do ambiente externo em que ela está inserida. A utilização das
informações pode levar a organização a realizar a tomada de decisão, supervisionar
operações, verificar problemas e inventar novos bens ou serviços para ofertar no
mercado. Os dados brutos passam por um processamento e ganham significados.
Na saída, são repassadas informações processadas aos agentes que trabalham na
organização para fins de uso em suas respectivas atividades.

O feedback retorna para os componentes da organização discutir, avaliar


e corrigir os dados na entrada. Um exemplo dado por Laudon e Laudon (2004),
a empresa Procter & Gamble na entrada do Sistema de Informação identificou
na descrição e na quantidade vendida, novos números no varejo, efetuou
comparabilidade com o histórico de vendas, para não faltar mercadoria no estoque.
O sistema avisa, por meio de alerta por computador ou outro equipamento
eletrônico, para que funcionários do setor solicitem um novo pedido do produto.

Figura 9 – Processamento da informação e redirecionamento

Alerta para
Sistema de
Vendas necessidades
informação
estoques

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

Os sistemas de informação são formais ou informais. Os sistemas formais


são construídos por regras pré-determinadas para funcionamento durante
determinado período, dependendo da necessidade da organização, com todos os
registros de todas as operações realizadas, armazenadas e processadas. Os sistemas
informais são usados por grupos de pessoas, informalmente, na organização,
por meio de redes de informação internas, na qual não existe um registro de um
assunto específico, portanto, diz respeito às regras de comportamento.

Os profissionais na área de contabilidade durante muito tempo usaram


meios manuais para os lançamentos contábeis, os registros e o arquivamento
de documentos (notas fiscais, relatórios contábeis e tributos), hoje, podem
usufruir de sistemas de informação contábeis, com dados da contabilidade geral,
contabilidade gerencial, contabilidade tributária e contabilidade societária, dentre
outras áreas.

A figura 10 mostra as relações de dependência entre a estratégia


organizacional e os sistemas de informação.

35
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

Figura 10 – Estratégia organizacional e sistemas de informação

Equipamento

Estratégia
organizacional
Banco de dados
Software

Telecomunicações

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

As organizações executam uma estratégia de gestão, usam a tecnologia,


sistemas de informação, equipamentos, como computador, tablet e smartphone,
software, dados e necessitam das telecomunicações para uso da rede mundial,
a internet, pois é muito utilizada pelas empresas no manuseio dos dados,
processamento e armazenagem.

As informações oferecidas pelos sistemas de informação são fundamentais


na gestão da organização, particularmente na tomada de decisão. Conforme
Laudon (2014), os diferentes níveis hierárquicos da organização têm diferentes
funções e usam informações, de acordo com a participação na estrutura.

Os gerentes sêniores estão no topo da estrutura organizacional, então,


necessitam de informações sintetizadas para avaliar o resultado do negócio, como
receitas brutas de vendas, vendas por bem e/ou serviço e região, saldo de lucro. Os
gerentes de nível médio ou intermediário têm acesso às informações, de acordo
com a área específica do negócio, por exemplo, produção ou linha estabelecida de
determinado bem ou serviço, vendas mensais ou diárias, custos, estoques e nível
de emprego. Os gerentes operacionais acompanham informações diárias, das
operações correntes da organização, como: número de peças em estoque (diário),
número de horas trabalhadas em determinado dia e hora, dados dos clientes, seja
todos os detalhes das operações realizadas pela organização diariamente.

Os sistemas de informação são estruturados de acordo com a demanda de


cada organização, se precisa de dados gerenciais, financeiros, contábeis e vendas.
Conforme Laudon (2014), os principais sistemas de informação são os seguintes:

a. Sistemas de Processamento de Transações (SPTs) – é um sistema de


informação desenvolvido para o acompanhamento de lançamentos
realizados no cotidiano das organizações, como, por exemplo,
vendas, fluxos diários de recursos financeiros, transações efetivadas
no estoque de uma empresa e pagamentos. O sistema é estruturado
e organizado para transações no nível operacional, com normas
pré-determinadas. É muito utilizado por empresas privadas que
viabilizam muitas operações em um dia, sendo necessário justamente
para o acompanhamento das diversas ações e identificação de
precisões.
36
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

b. Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs) – é um sistema de


informação destinado aos gerentes de nível médio. O objetivo é gerar
relatórios da situação das operações básicas demonstradas para
efetivos monitoramentos e controles na organização de determinados
períodos. Os SIGs estão disponíveis na internet, fato que facilita o
acesso dos usuários às informações.

A figura 11 demonstra um exemplo da folha de pagamento em um SPT.

Figura 11 – Folha de Pagamento em Sistemas de Processamento de Transações (SPTs)

Dados de empregados Para a contabilidade

Arquivos de Sistema Relatórios


empregados de folha gerenciais
de pagamento

Número de empregado
Nome Para agências governamentais
Endereço
Nível de pagamento
Salário bruto
Imposto federal
Previdência social
Assistência médica Cheque de pagamento de empregados
Salário líquido
Rendimento (ano atual) Consultas
online

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

No exemplo apresentado, o Sistema de Processamento de Transações


(SPTs) trabalha com dados da folha de pagamento de uma empresa privada e
absorve os dados de pagamentos dos empregados, como um cartão de ponto.
Nas saídas do SPTs, apresentam-se os relatórios on-line e impressos, destinados à
gerência a respeito dos cheques de pagamento aos funcionários. As operações são
agilizadas, aumenta a produtividade no trabalho na folha de pagamento e reduz
despesas com armazenamento de documentos.

Na figura 12, verificamos uma exposição da interligação do Sistema de


Processamento de Transações (SPTs) aos Sistemas de Informações Gerenciais
(SIGs), como as informações do SPT chegam ao SIG, com a finalidade do
processamento e o uso adequado aos usuários das informações (gerentes).

37
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

Figura 12 – Do Sistema de Processamento de Transações para o Sistema


(SPT) de Informações Gerenciais (SIG)

SPT

Arquivos do SIG

Dados de
vendas

Dados
de CUP

Dados
de MP

Dados de
Dados de Custo Unitário de Produto (CUP) despesas
Dados de Modificação de Produto (MP)

Tomada
SIG Relatório Gerente
de decisão

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

A figura 12 expõe informações de pedidos, de materiais e de livro razão


no SPT repassadas para o SIG, como dados de vendas, custo unitário do produto
e dados de modificação do produto.

O SIG emite relatórios resumidos sobre áreas para o gerente, a fim de que,
diante das informações, ele tome decisões, como identificar se existe possibilidade
de reduzir o custo unitário do produto e/ou se há nível satisfatório nas mudanças
no produto ou se é necessária alguma alteração.

38
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

Os relatórios do SIG são elaborados de forma simples, para gerentes,


resumido ou comparativo, com parâmetros pré-definidos, de periodicidade
semanal, mensal e/ou anual, mesmo sabendo que, se houver solicitação, pode ter
dia e hora. Por exemplo, o gerente pode obter dados da compra de determinado
insumo para produção de um bem no ano e/ou na semana.

c. Sistemas de Apoio à Decisão (SADs) – é um sistema de informação


de inteligência de negócio destinado aos gerentes de nível hierárquico
médio, com a finalidade da tomada de decisão de questões
específicas de dificuldades enfrentadas pela organização. Lançam
questionamentos, como: se acontecer um aumento elevado nas
vendas, qual o efeito na produção e nos investimentos? Qual o efeito
na produção e na receita diante de um aumento no preço em 20% do
insumo principal do produto?

O SAD usa informações dos Sistemas de Processamento de Transações


(SPTs) e dos Sistemas de Informações Gerenciais (SIGs), além de buscar
informações no ambiente externo, como variações de ações em bolsas de valores
no mercado de capitais, concorrência no mercado e pesquisa de preços dos
fornecedores. A base de dados é ampla, com a utilização de software acessível
aos usuários da informação.

UNI

Caso da empresa Intrawest


A empresa Intrawest é considerada a maior operadora de esqui da América do Norte.
Aglomera dados dos clientes das reservas de hospedagem de escolas de esqui e de
aluguéis de equipamentos por meio de um call center, e usa um software para analisar
os dados, determinar preço, rentabilidade e fidelização do cliente à empresa. O sistema
separa os clientes em sete eixos, avalia suas necessidades, posturas e condutas. A
Intrawest envia vídeos, como estratégia de marketing para incentivar retornos aos resorts.
Fonte: LAUDON, Kenneth; LAUDON, Jane P. Sistemas de informações
gerenciais – administrando a empresa digital. 5. ed. São Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2004.

39
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

d. Sistemas de Apoio o Executivo (SAEs) – é um sistema integrado de


informação, para gerentes sêniores, para auxiliá-los a tomar decisões
da organização, ao pensar de forma estratégica a respeito de seu
posicionamento no mercado diante do ambiente externo. O SAEs
não é pré-estabelecido, oferece informações para analisar estratégias,
perspectivas e previsões da empresa no mercado nos próximos cinco
anos, e responder a questões, como “Quais os produtos referência
nas vendas da empresa nos próximos cinco anos?” e “Quais os
investimentos mais relevantes para ganho de competitividade no
mercado?”.

Geralmente, é utilizado na web, no formato de um portal ou painel


digital, com a apresentação de gráficos e diagramas, planejados para a inserção
de informações de eventos externos, por exemplo, a respeito de leis tributárias e
concorrentes no ambiente externo, além de informações internas da organização
do SIG e SAD.

Para uma organização incluir diversos sistemas em integração e inter-


relações, em tempo hábil e com todas as informações necessárias, não é fácil. O
avanço da tecnologia aponta uma solução inovadora, por meio de aplicativos
integrados.

ATENCAO

Os aplicativos integrados nos negócios


A ideia das empresas é integrar o maior número de áreas funcionais e de negócios
possíveis, com o objetivo de obtenção de decisões e agrupar pessoas responsáveis
pelos processos da empresa, capaz de diferenciá-la das outras empresas no mercado
e ganhos em termos de competitividade. Os principais aplicativos são: 1) Sistemas
Integrados; 2) Sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos; 3) Sistema de Gestão do
Relacionamento com o Cliente; 4) Sistemas de Gestão do Conhecimento.
Os sistemas integrados ou sistemas de planejamento de recursos empresariais (Enterprise
Resource Planning – ERP) reúnem áreas como manufatura e produção, finanças e
contabilidade, vendas e marketing, recursos humanos, em um sistema de software

Os aplicativos integrados são muito usados no mundo dos negócios e


aumentam a capacidade de análise dos dados de uma empresa para se sobressair
no ambiente externo e redimensionar modificações internas para conquistar
elementos diferenciadores e ganhar espaço no mercado.

40
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

A figura 13 mostra como funcionam os aplicativos integrados usuais


em empresas, como uma ferramenta facilitadora nas decisões dos usuários das
informações e de aumento na competitividade no mercado interno e/ou externo.

Figura 13 – Aplicativos integrados e automatização de processos

Processos

Sistemas integrados

Sistemas de gestão
do conhecimento

Vendas e marketing; manufatura e produção; finanças e contabilidade; recursos humanos

Fonte: Adaptada de Laudon e Laudon (2004).

Os aplicativos integrados colaboram com a automatização de processos


de vários desempenhos, em diversos níveis organizacionais, nas áreas de vendas
e marketing, manufatura e produção, finanças e contabilidade, além de recursos
humanos, inclusive nas relações com o ambiente externo. Por exemplo, os
Sistemas de Gerenciamento de Cadeia de Suprimentos, por meio de processos e
Sistemas Integrados de Clientes e Distribuidores, os Sistemas de Relacionamento
com o Cliente e o Sistemas de Gestão do Conhecimento (SGC) facilitam o acesso
às informações mais relevante e a tomada de decisões mais rápidas.

e. Sistemas de Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain


Management - SCM) – é um sistema criado com o objetivo de melhorar
a relação da organização com o fornecedor, intraorganizacionais, seja
entre diferentes empresas que realizam transações no mercado. As
informações a respeito de pedidos, estoques, trocas e empregados são
direcionadas aos fornecedores, empresas de distribuição, logística e
serviços. A finalidade é melhorar os serviços, a partir do acesso às
informações do produto na cadeia de suprimentos, reduzir despesas,
melhorar a lucratividade e entregar o produto o mais rápido possível
ao cliente. É um sistema muito utilizado por gerentes, para direcionar
melhor os recursos materiais, humanos e financeiros, para a produção
e a distribuição dos produtos.
f. Sistemas de Gestão do Relacionamento com o Cliente (Customer
Relationship Management – CRM) – é um sistema de informação
utilizado para a gestão de uma melhor relação com os clientes da
organização, em etapas de negócios, nas áreas de vendas, marketing
e serviços. O objetivo é aumentar vendas e otimizar a receita, fidelizar
clientes e aumentar o nível de satisfação dos clientes com relação à

41
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

empresa. Um negócio exitoso depende muito dos clientes satisfeitos,


principalmente em um mercado com diversos concorrentes. Se a
empresa consegue conquistar clientes bons pagadores e lucrativos,
ela aumenta a garantia de uma fonte permanente geradora de receita
para o negócio.
g. Sistemas de Gestão do Conhecimento (SGCs) – É um sistema
de informação para a gestão de processos, absorver e executar
conhecimentos adquiridos. A ideia é reunir conhecimentos e
experiências nos processos desenvolvidos pela empresa visando
melhorar os negócios e a gestão.

É essencial padronizar e determinar critérios e instrumentos das relações


das informações das organizações e da sociedade de uma forma ampla. As
informações contábeis-financeiras correspondem a um subconjunto resultante
de uma padronização internacional. Por exemplo, Extensible Business Reporting
Language (XBRL) é uma padronização em nível internacional para disponibilizar
informações contábeis, com o uso das tecnologias Extended Markup Language
(XML), compostas de banco de dados e redes de organizações.

Conforme Padoveze (2015), no fluxo de informação do XBRL, existe


uma diminuição de redirecionamentos e despesas nas mudanças dos formatos,
contempla os seguintes elementos: sistemas de contabilidade; documento texto;
planilha; informação com outra forma (informações de entrada no XBRL);
relatórios em documentos texto; relatório para organizar fiscalizador; relatório
financeiro para publicação na internet e relatório para organização da colegiada
(informações de saída no XBRL).

Os bancos de dados para informações contábeis precisam levar em


consideração as seguintes alternativas:

a. um banco de dados estruturado especificamente para contabilidade,


com dados que migram de outros sistemas para o sistema de
informação contábil;
b. um banco de dados de contabilidade específico, não contemplado em
outros sistemas de operacionalização, cujas informações pertinentes
ao subsistema contábil presentes em outros sistemas de informação
sejam incorporadas, quando existir necessidade de seu uso;
c. a contabilidade não possui banco de dados específico e usa o banco
de dados da empresa.

42
A Contabilidade, o Ambiente de Negócios, os Principais Sistemas de Informações e os Sistemas Integrados na Gestão.

Um exemplo de uso de sistemas integrados é no caso de um cliente


realizar um pedido a uma empresa, em que os dados são dirigidos para os setores
da empresa responsáveis diretamente que sofrem variações, com às transações.
Uma ordem de pedido é disparada imediatamente, o estoque separa os produtos
para entrega ao cliente e o depósito envia um apelo para a fábrica para reposição
do produto que saiu.

A contabilidade, então, recebe um aviso para a emissão da nota fiscal ao


cliente, seja a fatura da compra. Os responsáveis pelo serviço de atendimento ao
cliente acompanham cada fase do processo de compra do produto para passar
informações aos clientes. Os gerentes podem utilizar informações integradas para
modificações no nível do planejamento no longo prazo e no nível operacional no
curto prazo.

43
AUTOATIVIDADE

1. As organizações recebem interferências do ambiente externo no


qual estão inseridas na sociedade, expressas na contabilidade, por meio
das demonstrações contábeis e financeiras. Escolha a alternativa incorreta
para os fatores do ambiente externo influenciadores na contabilidade das
organizações:

a. A globalização da economia e o mercado global;


b. O setor de serviços e a globalização da economia;
c. Tecnologia da informação e os Sistemas de informação;
d. O mercado global e a tomada de decisão na área contábil.

2. A tecnologia mudou a forma de realização da contabilidade, com


o uso dos Sistemas de Informação Contábeis (SIC), facilitou o trabalho do
contador e/ou contabilista. Assim, aponte a alternativa correta para as
definições de tecnologia da informação, hardware e software:

a. É um instrumento usado pelos gestores nos processos de


modificações nas organizações, com elementos organizacionais,
de gestão e de recursos humanos; é o equipamento físico usado
para atividades de entrada, processamento e saída de um sistema
de informação; é a parte lógica da informática, com instruções
específicas e pré-estabelecidas, não é palpável, podem dominar e
orientar partes do hardware de um sistema de informação.
b. É composta por um banco de dados, com diversas informações
integradas para uso na gestão de organizações; é o equipamento
físico usado para atividades de entrada, processamento e saída
de um sistema de informação; é a parte lógica da informática,
com instruções específicas e pré-estabelecidas, não é palpável,
podem dominar e orientar partes do hardware de um sistema de
informação.
c. É o resultado de um processo de desenvolvimento da tecnologia
gerencial destinada a tomada de decisão; é a parte lógica da
informática, com instruções específicas e pré-estabelecidas, não
é palpável, podem dominar e orientar partes do hardware de
um sistema de informação; é o equipamento físico usado para
atividades de entrada, processamento e saída de um sistema de
informação.

44
d. É o planejamento e o controle das informações em um ciclo de
negócios; parcela não lógica dos computadores; é um banco de dados
com o uso da tecnologia de aplicativos integrados.

3. Os sistemas de informações são instrumentos de trabalho de gestores de


organizações para a tomada de decisão na gestão das organizações. Identifique as
três atividades do Sistema de Informação e o seu funcionamento:

a. Entrada – armazenar – arquivar e calcular – gestão – sócios –


concorrentes – feedback - saída.
b. Entrada – arquivar – classificar - organizar e calcular - agências
reguladoras – acionistas – concorrentes - feedback - saída.
c. Entrada – organizar; selecionar e calcular - agências reguladoras –
acionistas – consumidores - feedback - saída.
d. Entrada – processar; classificar; organizar e calcular - agências
reguladoras – acionistas – concorrentes - feedback - saída.

4. As organizações usam diversos sistemas de informações em várias


áreas, como a administração, a contabilidade, os recursos humanos e a
operacionalização de suas atividades. Dessa forma, classifique os principais
sistemas de informações, explique como funcionam.

5 As organizações que usam os sistemas e aplicativos integrados podem se


diferenciar na gestão pela possibilidade de inter-relações entre as áreas. Escreva
o entendimento a respeito de sistemas integrados, aplicativos integrados e o
Extensible Business Reporting Language (XBRL). De que forma tais tecnologias
podem colaborar na tomada de decisão de um gestor em uma economia
globalizada?

45
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

46
TÓPICO 3
UNIDADE 1

3. Introdução às Práticas Contábeis e aos


Sistemas de Informações Contábeis (sic).

3.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO


O objetivo do tópico 3 é discorrer sobre os sistemas de informação
contábeis para mostrar suas principais informações, interrelações entre os dados
nos sistemas de informação contábil.

As informações da contabilidade são relevantes para a empresa. Por


exemplo, todas as transações de vendas geram receita direta, implica em
emissão de notas fiscais, recolhimento de tributos, receitas, despesas e lucros
(Demonstração de Resultado do Exercício – DRE).

Os Sistemas de Informação Contábeis (SICs) são muito úteis no registro e


lançamento das informações, como também na análise dos dados da contabilidade
pelos usuários internos e usuários externos na tomada de decisão no ambiente
interno e externo da organização.

3.2 OS PRINCÍPIOS DA CONTABILIDADE E OS SISTEMAS DE


INFORMAÇÃO CONTÁBEIS
Segundo Padoveze (2015), a definição de Sistema de Informação Contábil,
conhecido no âmbito da contabilidade, como SIC, é exposta pelo autor da
seguinte forma: um elemento parte da organização, com o objetivo de transformar
informações de transações financeiras para a execução de operações, controles e
possíveis tomadas de decisões por parte dos usuários da informação.

E
IMPORTANT

Quais as áreas da contabilidade presentes na maioria dos SICs?

a. Contabilidade fiscal – tributos (impostos e taxas).


b. Contabilidade societária – cumprimento da escrituração, legislação e procedimentos
da parte societária.
c. Contabilidade gerencial – trabalha com o planejamento, o controle e a avaliação para
a tomada de decisão.

47
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

As organizações possuem um planejamento estratégico para a atuação


no mercado e um planejamento interno das atividades de produção de bens e/ou
serviços, comercialização, vendas, receita, custos ou despesas, lucro, rentabilidade
e projeções de crescimento econômico no setor e na economia nacional e/ou global.

A utilização de um Sistema de Informação Contábil (SIC) é fundamental


para agilizar o acesso dos usuários às informações contábeis para averiguação, se
os resultados correspondem ao planejado pela gestão do negócio, se ultrapassou
expectativas ou se foi abaixo do esperado. Os relatórios do SIC podem mostrar
informações de cunho geral e específicas.

É comum confundirmos o Sistema de Informação Gerencial (SIG) e


o Sistema de Informação Contábil (SIC), ambos trabalham com informações
relevantes na tomada de decisão nas organizações. O SIG é um sistema de
informação da gestão da organização, que coleta, processa, armazena e apresenta
dados resumidos, administrativos, financeiros, contábeis e de recursos humanos.
Em algumas organizações, as informações contábeis estão no SIG, em outras
empresas, o SIC é o sistema mais importante, por aglutinar uma quantidade maior
de dados contábeis, financeiros, econômicos e do patrimônio. A contabilidade
possui os registros de livro diário, razão e razonete.

Por exemplo, o SIG pode emitir relatórios da produção, de pedidos e da


contabilidade, para verificar se a empresa atingiu o nível de produção e vendas
planejado anteriormente. O elemento central da disciplina é a compreensão
do funcionamento dos Sistemas de Informações Contábeis (SIC) nas práticas
contábeis.

Os Sistemas de Informação Contábeis podem usar os Sistemas Integrados


de Gestão Empresarial (ERP) – do inglês, enterprise resource planning –, os sistemas
integrados ou não. A utilização do sistema ERP facilita muito o trabalho do
contabilista e gera uma maior quantidade de informações aos usuários internos
e externos da organização, por permitir interrelações entre as áreas. A tecnologia
avança e oferece sistemas com maior base de dados, informações quantitativas
e qualitativas, para um melhor planejamento estratégico da organização no
ambiente externo e na reestruturação interna, quando existir necessidade.

Os ERP promovem conexões entre os subsistemas da gestão e os


subsistemas operacionais, a ideia é a visualização dos processos da empresa
pelos departamentos e funções da organização, com uma perspectiva horizontal
das etapas, em contraposição à verticalização demonstrada pela estrutura
organizacional da empresa.

48
Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de Informações Contábeis (SIC).

O uso eficiente dos SICs leva em consideração alguns requisitos como:

a. Ajustar informações e o padrão do sistema ao traço do perfil do


usuário, se é o contabilista, gestor, sócio da organização ou governo.
b. Apresentar informações quantitativas e qualitativas claras,
compreensíveis e concisas, de diversas formas, como, por exemplo,
nos dados quantitativos. O Balanço Patrimonial (BP) pode ser
apresentado na análise horizontal, para mostrar o crescimento
da empresa e as respectivas mudanças, ou na análise vertical para
apresentar a estrutura do balanço patrimonial e a participação
patrimonial. Nas informações qualitativas, é importante esclarecer
critérios e relevância.
c. Explicar unidades de medidas de produtos, se unidades, quilos,
metros, toneladas ou outras, como unidades monetárias (reais, dólar
ou euro).
d. Deixar claro o período dos relatórios, se diários, semanais, mensais
ou anuais, para facilitar o uso dos usuários internos e externos.
e. Usar gráficos para melhorar a visualização da informação e das
comparações, caso exista necessidade. Por exemplo, uma comparação
dos dez principais produtos mais vendidos pela empresa, que são
decisivos na geração da receita. Um gráfico com o comparativo pode
mostrar quais os efeitos na contabilidade, quais os produtos com
maior crescimento e melhor desempenho na receita e no lucro da
empresa.
f. Facilitar o acesso ao SIC, por meio da apresentação on-line (internet),
complementos com arquivos anexados, de acordo com o perfil do
usuário.

As técnicas contábeis são usadas para realizar atos na coleta e registro de


dados contábeis, com a finalidade de organização e a estruturação dos dados,
transformá-los em informações via Sistemas de Informação Contábeis (SICs), para
a elaboração de relatórios contábeis das demonstrações financeiras, a verificação
e a análise da organização para a tomada de decisões no nível operacional, tático
e de gestão.

49
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

No quadro 4, apresentamos os preceitos da contabilidade para o


entendimento do Sistema de Informação Contábil (SIC).

Quadro 4 - Postulados, princípios e convenções da contabilidade

CONCEITO CFC Ibracon

Trata como princípio. O patrimônio


da entidade não se confunde com o
patrimônio dos sócios. Entidade pode
Entidade Trata como postulado.
ser uma pessoa física ou jurídica que
necessite manter o controle de seu
patrimônio.
Trata como princípio. A empresa irá
Continuidade manter suas atividades por tempo Trata como postulado.
indeterminado.
Os ativos e os passivos devem ser
Trata como princípio do
registrados a valor de entrada, ou seja,
custo como base de valor e
a seu custo de aquisição ou equivalente,
princípio do denominador
em moeda corrente do país. Uma
comum monetário. Ainda
Registro pelo valor vez incorporados no patrimônio, os
não traz essa definição
original elementos patrimoniais podem sofrer
de possibilidades de
variações decorrentes de avaliações
reconhecimento decorrentes
a: custo corrente; valor realizável;
de outros critérios de
valor presente; valor justo; atualização
avaliação.
monetária.
Receitas devem ser reconhecidas no
momento de seu fato gerador, que
se dá na transferência do produto ou Trata como princípio da
serviço ao cliente. As despesas devem realização da receita e
Competência
ser reconhecidas no período contábil princípio do confronto de
em que foram consumidas, o que gera despesas.
a confrontação das despesas com as
receitas.
O contabilista não deve antecipar
cenários positivos que poderão não Trata esse conceito
Prudência se concretizar e, sempre que possível, como convenção do
evidenciar com antecipação qualquer conservadorismo.
prejuízo ou perda eminente.
Trata da tempestividade e integridade
dos registros. A informação tem prazo
Oportunidade Não contempla.
de validade e deve ser reconhecida em
sua plenitude.
Convenção da materialidade:
tudo o que tiver importância
deverá ser informado pela
Materialidade Não contempla.
contabilidade. A informação
é observada pelo ângulo
custo x benefício.
Convenção da objetividade:
em procedimentos
igualmente tratados como
válidos pelos princípios,
os registros deverão ser
Objetividade Não contempla.
realizados da forma mais
objetiva possível, apoiados
em documentação ou laudos,
entre outras modalidades
passíveis de verificação.

50
Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de Informações Contábeis (SIC).

Convenção da consistência:
os relatórios contábeis
Consistência ou
Não contempla. devem ser uniformes,
uniformidade
permitindo ao usuário traçar
cenários e tendências.

Fonte: Adaptado de Corbari, Mattos e Freitag (2012).

Os postulados, os princípios e as convenções da contabilidade são básicos


no exercício da profissão do contador ou contabilista, criados para estabelecer
parâmetros e regras de funcionamento dos procedimentos contábeis. Existem
diferenças de concepções entre o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)
e o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), mas isso não
compromete os princípios estabelecidos, sim, se complementam.

3.3 AS ÁREAS E SUBSISTEMAS DA CONTABILIDADE NOS


SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBEIS (SIC)
No quadro 5, verificamos as áreas e subsistemas da contabilidade, de
acordo com as principais áreas da contabilidade, a societária e a gerencial. O
entendimento da estrutura dos subsistemas da contabilidade é essencial para
práticas contábeis e o uso dos Sistemas de Informação Contábeis (SICs).

Quadro 5 – As áreas e subsistemas da contabilidade

Subsistemas Análise Área gerencial

Área legal e fiscal

Contabilidade gerencial Análise de balanço Orçamentos e projeções

Contabilidade monetária Integral Fluxos de caixa Custos e preços de vendas

Contabilidade em outras moedas Gestão de tributos Contab. por responsabilidade

Centros de lucros e unidades de


Consolidação de balanços
negócios

Valorização de inventários

Acompanhamento do negócio e
Controle patrimonial
controladoria estratégica

Fonte: Adaptado de Padoveze (2009).

As questões legais e fiscais da contabilidade societária estão no eixo


central de muitos SICs. No Brasil, a carga tributária é muito elevada e existe uma
burocracia na cobrança dos tributos em nível federal, estadual e municipal. A
visualização das vendas, das cobranças de tributos e da geração de receita, de
despesa e lucro permite um acompanhamento das mudanças na organização
diário, semanal, mensal e/ou anual, conforme a necessidade do usuário da
informação.

51
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

A contabilidade societária que lida com a questão do patrimônio da


organização e a inter-relação com a contabilidade gerencial, por meio da análise
do Balanço Patrimonial (BP), pode gerar relevantes informações da organização,
por exemplo, variações no investimento imobilizado, como: máquinas, veículos
e edificações.

O sistema de informação contábil contempla um subsistema de


contabilidade geral ou financeira, com aspectos jurídicos, da sociedade e dos
tributos. A gestão e a operacionalização da organização podem trabalhar a
partir do subsistema da contabilidade geral, complementados por diretrizes. Na
contabilidade geral, na parte de custos, se o princípio de custo como referência
para valoração for executado, se a organização resolver na gestão identificar como
“custo de reposição”, seja custo, formação de preço de venda e a rentabilidade de
produtos, é necessário fazer registros adicionais das desigualdades entre o “custo
histórico” e o “custo de reposição”, na “área gerencial e na análise”, sem intervir
no banco de dados da contabilidade.

A figura 14 apresenta as principais técnicas contábeis básicas para a


realização de procedimentos na contabilidade.

Figura 14 – Principais técnicas contábeis

Escrituração

Demonstrações contábeis

Auditoria

Análise das demonstrações

Fonte: Adaptada de Montoto (2018).

A técnica contábil da escrituração é estabelecida pela relevância da


informação ao usuário, conforme legislação. O art. 177 da Lei n. 6.404 explicita que
a escrituração de uma organização precisa ser conservada em registros duráveis,
de acordo com os princípios da contabilidade (MONTOTO, 2018).

52
Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de Informações Contábeis (SIC).

E
IMPORTANT

As demonstrações contábeis são regidas pelo art. 176 da Lei n. 6.404, da


legislação comercial e societária. A necessidade da diretoria tem como referência a
escrituração mercantil, a elaboração dos dados financeiros, de forma clara, a respeito
das mutações do patrimônio da organização, por meio das seguintes demonstrações
contábeis:
a) Balanço Patrimonial (BP);
b) Demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
c) Demonstração de Resultado do Exercício (DRE);
d) Demonstração de Fluxo de Caixa, baseada na Lei n. 11.638 de 2007. Uma observação
é importante, se a organização é fechada, possui Patrimônio Líquido (PL) inferior a dois
milhões de reais na data do Balanço Patrimonial (BP), não terá obrigação, com a
publicação da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC);
e) Para organização aberta, a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), conforme Lei
n. 11.638 de 2007.

A auditoria é uma técnica contábil muito relevante, por averiguar,


revisar e analisar os registros contábeis para identificar incompatibilidades com
a legislação e o Comitê de Pronunciamento Contábil (CPC), por sua vez, são
diversos, dependendo do assunto aferido. A auditoria pode ser interna e externa,
na própria organização, ou ser passível de auditoria, conforme legislação. Os
erros e fraudes podem ser identificados numa auditoria que emite um parecer
explicando os aspectos técnicos referentes ao patrimônio.

DICAS

Exemplo para ilustrar a importância da auditoria na análise da contabilidade


de uma organização
A instabilidade econômica surgida nos EUA no ano 2000 possui uma relação direta com
fraudes na contabilidade das empresas pontocom, nos setores de informática e internet.
As empresas com pouco tempo de atuação no mercado apresentavam um patrimônio
com crescimento muito elevado, pois tiveram o Balanço Patrimonial (BP) fraudado para
mostrar uma compatibilidade do patrimônio na economia real com a valorização das
ações da empresa no mercado de capitais. As ações das empresas pontocom haviam
subido de forma extraordinária nos últimos anos, devido à especulação financeira. A
Enron Corporation, era considerada na época a sétima empresa dos EUA, foi identificada
por fraudes na contabilidade que demonstrava um patrimônio incompatível com a
atividade econômica da empresa. Logo depois, outras empresas quebraram como a
WorldCom, era alimentada de forma artificial por empréstimos do JP Morgan e da City.
Fonte: ITURBE, Alejandro. O sistema financeiro e a crise da economia mundial.
São Paulo: Instituto José Luís e Rosa Sundermann, 200

53
UNIDADE 1 Os Conceitos Básicos, Os Princípios Das Informações Contábeis E Os Tipos De Sistemas De Informações

Na análise das demonstrações financeiras, é fundamental levar


em consideração a apresentação clara e objetiva, a comparabilidade entre
informações, a utilização de cálculos e estatísticas, como complementos para uma
compreensão da situação financeira e econômica da organização, por exemplo,
no acompanhamento das vendas e estoques, aumento de custos e impactos nos
preços dos produtos, como também nas vendas. O dinheiro disponível em caixa,
por meio do acompanhamento das entradas e saídas diárias, deve ser verificado
para a empresa perceber se consegue cumprir os compromissos e se registra as
entradas de dinheiro no caixa, conforme previsto.

A contabilidade analisa o patrimônio, a administração executa os


controles, a economia demonstra os resultados, com o intuito de adotar resoluções
adequadas para a organização, em conformidade com a realidade do mercado,
numa economia mutável.

A figura 15, a seguir, expõe a ênfase dada na contabilidade societária


e fiscal ao ato do registro contábil, o fato da transformação do dado bruto em
informação contábil, guardar a informação contábil e demonstrá-la de forma
clara, por meio de arquivos e relatórios.

Figura 15 – Os principais instrumentos contábeis do subsistema da contabilidade societária e


fiscal

Lançamento Contábil

Livro Diário

Livro Razão

Fichas Razão

Balancete

Plano de Contas - Saldo do Balanço Patrimonial (BP) e da


Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)

Fonte: Adaptada de Padoveze (2009).

Os lançamentos e os registros na contabilidade são facilitados pelo acesso


ao Sistema de Informação Contábil (SIC), capaz de armazenar informações, com
uma capacidade de análise ampliada das transações realizadas na contabilidade,
permitindo ao usuário da informação um melhor conhecimento para a tomada de
decisão, visando maior valorização do patrimônio, lucratividade e a rentabilidade
da organização.

54
Introdução às Práticas Contábeis e aos Sistemas de Informações Contábeis (SIC).

A empresa Nibo realizou uma pesquisa no Brasil para o levantamento de


um panorama dos softwares usados na área de contabilidade. Segundo a pesquisa
Panorama Completo dos Softwares Contábeis (NIBO, 2016), os dez principais
softwares, por ordem de uso, conforme respostas coletadas por usuários dos
Sistemas de Informação Contábeis (SICs) são os seguintes:

a. Domínio – 16%;
b. Alterdata – 9,8%;
c. Contmatic – 9,2%;
d. Prosoft – 6,9%;
e. Folhamatic – 5,2%;
f. Fortes – 5,1%;
g. Visual Sucessor – 4,5%;
h. Mastermaq – 3,0%;
i. E-contab – 2,8%;
j. Nasajon – 2,7%.

O Domínio, a Alterdata e o Contmatic são os softwares apontados na


pesquisa com maior uso por parte dos usuários de SICs na área de contabilidade.
Na próxima unidade, vamos apresentar características técnicas dos SICs para
uma melhor compreensão das práticas contábeis nos SICs.

55
AUTOATIVIDADE

1. Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC) são compostos por


diferentes áreas da contabilidade para gerar informações decisivas na gestão
das organizações. Dessa forma, assinale a alternativa correta, com relação às
áreas da contabilidade presentes nos Sistemas de Informação Contábeis (SIC):

a. Contabilidade Financeira; Contabilidade Geral; Contabilidade


Tributária.
b. Contabilidade Fiscal; Contabilidade Societária e Contabilidade
Gerencial.
c. Contabilidade Geral; Contabilidade Tributária; Contabilidade
Societária.
d. Contabilidade Societária; Contabilidade Ambiental; Contabilidade
Fiscal.

2. O trabalho do contabilista foi facilitado com o uso dos Sistemas de


Informação Contábeis (SIC) pela agilidade e eficiência na transmissão das
informações de forma organizada. Portanto, identifique a alternativa incorreta
para o uso eficiente dos SICs:

a. Ajustar informações e o padrão do sistema ao traço do perfil do


usuário.
b. Apresentação de informações quantitativas e qualitativas claras,
compreensíveis e concisas, de diversas formas, como, por exemplo,
nos dados quantitativos do Balanço Patrimonial (BP).
c. Explicar unidades de medidas de produtos, se unidades, quilos,
metros, toneladas ou outras, como unidades monetárias (reais,
dólar ou euro).
d. Não há necessidade de expor o período dos relatórios, se diário,
semanal, mensal ou anual para facilitar o uso dos usuários
internos e externos. Usar gráficos para melhorar a visualização da
informação e comparações, caso exista necessidade.

56
3. Nas práticas contábeis é necessário seguir a legislação, os princípios, as
técnicas e os procedimentos, pelo fato de ser uma profissão muito regulamentada.
Portanto, aponte as principais técnicas contábeis:

a. Lançamentos contábeis; Escrituração Digital; Demonstrações


Contábeis.
b. Escrituração Fiscal; Controladoria; Lançamentos Contábeis.
c. Escrituração; Demonstrações Contábeis; Auditoria e Análise das
demonstrações.
d. Lançamentos Contábeis; Registros; Demonstrações Contábeis.

4. A contabilidade é composta de regulamentações essenciais para nortear


o trabalho dos profissionais na gestão e na operação das organizações. Assim,
escreva sobre os Postulados, Princípios e Convenções da Contabilidade na visão
do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e IBRACON, com o objetivo de
conhecer os preceitos da Contabilidade Geral.

5. Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC) são planejados, estruturados


e organizados para oferecer as informações relevantes para a tomada de decisão
dos usuários internos e externos da contabilidade. Então, quais as Áreas e
Subsistemas da Contabilidade para o entendimento dos Sistemas de Informação
Contábeis (SIC)?

57
RESUMO
O aluno, nesta unidade, foi apresentado ao significado da contabilidade
geral e da contabilidade gerencial e à relevância das principais demonstrações
financeiras fundamentais na contabilidade, como: o Balanço Patrimonial (BP),
Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) e a Demonstração dos Fluxos
de Caixas (DFC).

Além disso, entendeu a necessidade de compreender as principais


informações contábeis, os usuários internos e externos, as propriedades e as
atribuições das informações contábeis, assim como o uso deles na tomada de
decisão de gestores na organização. Foi proporcionado, também, o entendimento
dos principais elementos das informações contábeis, conforme Normas
Brasileiras da Contabilidade (NBC), com relação ao relatório contábil, ativos,
estoques e fluxos de caixa.

O estudante, portanto, pôde compreender as influências do ambiente


externo e interno na tomada de decisão na gestão de organizações, como
os sistemas de informação são usados nas operações, controles e decisões
estratégicas. Entender os significados de tecnologia da informação e etapas,
sistemas de informação, hardware, software e sistemas integrados como o
ERP. Além disso, identificamos os diversos Sistemas de Informação, diferenças
entre os Sistemas de Informação Gerencial (SIGs) e os Sistemas de Informação
Contábeis (SICs).

É importante que você tenha compreendido os postulados, princípios


e convenções da contabilidade nas práticas contábeis, as áreas e subsistemas
da contabilidade, principais técnicas contábeis e instrumentos contábeis do
subsistema da contabilidade societária e fiscal, além dos principais softwares
usados na contabilidade, atualmente, pelas empresas no Brasil.

58
CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem pensando


em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e
veja as novidades que preparamos para seu estudo.

59
UNIDADE 2

As Práticas das Principais Demonstrações


Contábeis e Os Sistemas de Informação
Contábeis (SIC)
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• entender o método das partidas dobradas no registro e a estrutura das


demonstrações contábeis (Balanço Patrimonial e Demonstração do Resul-
tado do Exercício);

• conhecer o lançamento contábil como registro da escrituração;

• compreender os planos de contas contábeis tradicional, ampliado ou ge-


rencial, a estrutura de contas e o banco de dados;

• entender os conteúdos do Subsistema de contabilidade societária e fis-


cal, subsistema de controle patrimonial, subsistema de contabilidade em
outros padrões monetários, subsistema de valorização de inventários ou
custo contábil, subsistema de gestão de tributos, subsistemas de análise
financeira e de balanço, subsistema de orçamento, subsistema de custos
gerencial e preços de venda, subsistema de contabilidade por responsa-
bilidade, controladoria estratégica e subsistema de acompanhamento do
negócio;

• compreender a operacionalização dos Sistemas de Informação Contábil


(SIC).

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - O método das partidas dobradas, lançamento contábil


e plano de contas;

TÓPICO 2 - Os planos de contas nos Sistemas de Informação


Contábeis (SIC);

CHAMADA TÓPICO 3 - Os subsistemas da contabilidade no


Sistema de Informação Contábil (SIC).

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

61
62
Introdução da Unidade
A contabilidade é uma ciência com um foco nas mutações e
controles do patrimônio das organizações, por meio de uma metodologia
contábil, como foi explicado na unidade 1. As práticas contábeis possuem
estrutura e organização específicas para métodos, registros, lançamentos e
escriturações. Colocá-las em um sistema de informação é um desafio, devido
às regulamentações, o resultado é positivo pela rapidez de lançamento das
informações contábeis e o uso eficiente na gestão das organizações.

O objetivo da unidade 2 é apresentar as práticas contábeis, a estrutura


dos subsistemas do sistema de informação contábil, com a perspectiva de
mostrar para o aluno(a) como o contador pode trabalhar com um SIC, o
quanto é funcional na operacionalização contábil.

63
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

64
TÓPICO 1
UNIDADE 2

1. O Método das Partidas Dobradas, o


Lançamento Contábil e o Plano de Contas

1.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO


Apresentaremos, aqui, o método das partidas dobradas, assim como
as suas origens, características e aplicabilidade na contabilidade. Em seguida,
traremos os lançamentos contábeis e o plano de contas, com a finalidade de
mostrar a base da contabilidade para compreender o seu funcionamento na
estrutura dos Sistemas de Informação Contábeis (SIC).

A metodologia contábil aponta caminhos para a execução das práticas


contábeis que funcionam dentro dos subsistemas, componentes dos sistemas
contábeis para viabilizar a operacionalização da contabilidade, de uma forma
que valorize o patrimônio da organização. Nas empresas privadas, a análise da
contabilidade pelos relatórios contábeis-financeiros permite uma visualização
das principais informações contábeis, e o plano de contas oferece uma base para
a estrutura dos sistemas de informação.

1.2 O MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS E O LANÇAMENTO


CONTÁBIL NA CONTABILIDADE
As práticas contábeis são regulamentadas pelas legislações e CPCs do
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), oferecem instrumentos para o trabalho
dos profissionais da contabilidade nos lançamentos contábeis e são usadas nos
sistemas contábeis. Compreender o funcionamento da contabilidade em Sistemas
de Informação Contábeis (SIC) significa usar o método contábil para registrar os
fatos ocorridos na organização. O registro do fato é realizado pela escrituração
por meio dos livros contábeis, alguns deles podem ser executados de forma digital
pelo Sistema Público de Escrituração Digital (SPED). A escrituração contábil é
feita pelo lançamento contábil, realizado pelo método das partidas dobradas.

Segundo Padoveze (2015), o método das partidas dobradas é dinâmico,


referente às modificações no ativo numa relação de causa e efeito entre um
“ativo adquirido” e o “ativo consumido”, de fato entre um “incremento” e um
“decremento” nos “recursos” no presente ou no futuro.

Na contabilidade, a partida é o registro do ocorrido nos livros contábeis.


O método das partidas dobradas “simples”, atualmente, pouco usado, tinha o
objetivo no registro do fato econômico, sem uma relação com a origem do fato
e devedores/credores. Por exemplo, no caso de inventário pelo método das
partidas dobradas simples, na relação de bens para inventário em bens, direitos

65
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

e obrigações, não existe uma explicação da origem dos bens inventariados,


portanto, acaba sendo apenas um levantamento.

A partir da origem dos fatos econômicos e do registro do mesmo valor


em duas contas contábeis no método das partidas dobradas, surge a categoria do
Patrimônio Líquido. Bens, direitos, obrigações e patrimônio líquido (patrimônio
residual ou riqueza líquida efetiva). A equação fundamental da contabilidade é
demonstrada na figura 16:

Figura 16 – A origem do balanço patrimonial na equação da contabilidade

BENS + DIREITOS = OBRIGAÇÕES + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

B + D = O + PL Ativo = Passivo

Fonte: Adaptada de Padoveze (2015).

O método das partidas dobradas simples e escritural explica que, para


cada registro de débito, existe um registro de crédito do mesmo valor, assim,
cada devedor é um credor ou não tem um devedor sem um credor. As dívidas
correspondem a débito, os direitos e bens aos haveres, ao crédito.

A ciência econômica e a ciência contábil estão inter-relacionadas à aplicação


e às fontes de recursos. Na teoria econômica, a renda corresponde ao consumo
mais a poupança, na condição da renda cobrir o consumo e a poupança. Se a
renda for insuficiente para o consumo, o endividamento acontece e a poupança
não existe. As aplicações de recursos são iguais na origem dos recursos. Na
ciência contábil, o ativo é igual às aplicações de recursos, enquanto o passivo é
igual a fontes de recursos. Portanto, o método das partidas dobradas não discute
apenas débito e crédito, mas sim, a procedência dos recursos e sua aplicação nos
lançamentos.

As principais características positivas do método das partidas dobradas


são as seguintes:

a. Processador de dados: é importante o processador de dados, com


informações úteis e universais.
b. Controle da qualidade da informação: o domínio da qualidade da
informação para garantir a segurança como estratégia anticorrupção
financeira ou de autoauditoria, com relação ao registro patrimonial no
sistema contábil, com a justificativa de que cada débito corresponde
ao crédito.
c. Registro de informação: o registro como gerador de informação, por
meio do próprio lançamento. A informação é útil, rápida, com um
custo baixo, por meio do registro ou da escrituração.

66
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

d. Informação descentralizada: é medida de forma econômica, precisa


ser compreendida interna ou externamente na organização.
e. Função de consolidação do sistema: o sistema consolida as
informações contábeis através do método que possibilita o acesso ao
patrimônio em determinado período, em uma visão estática, e o saldo
do lucro ou do prejuízo na transação, em uma visão dinâmica.
f. Avaliação de desempenho: as informações contábeis possibilitam
uma avaliação do desempenho da organização, com objetividade e
segurança, em busca da eficiência, eficácia e para cumprir a finalidade.

Segundo Bächtold (2011), no registro do patrimônio é preciso considerar


elementos quantitativos, em termos de quantidade e valor monetário. Por
exemplo, caixa R$ 80.000,00; veículos R$ 15.000,00; banco 13.560,00; cliente
9.540,00; fornecedor 4.870,00. Nos elementos qualitativos do patrimônio, destaca-
se a qualificação do registro, de forma objetiva, como clientes são aqueles
que compram os produtos da empresa; caixa demonstra a movimentação do
dinheiro; banco mostra o saldo das transações no banco; veículo é o produto para
venda; fornecedor corresponde às empresas que fornecem produtos. A conta,
na contabilidade, é o ato do registro dos elementos quantitativos e qualitativos
dentro de uma estrutura, com o nome da conta e o saldo.

O patrimônio é composto por bens, direitos e obrigações. Os bens atendem


às necessidades dos consumidores, podem ser utilizados para venda, troca ou o
uso. Os bens podem ser de vários tipos, como:

a. Bens permanentes: bens comprados pela empresa para uso próprio,


com longa duração, como máquinas, equipamentos, instalações e
veículos.
b. Bens de consumo: bens usados pela empresa na manutenção, de
duração de curto prazo, como material de escritório (papel, cartucho,
canetas, dentre outros) e material de limpeza.
c. Bens móveis: bens de uso e de movimentação, como móveis,
máquinas, equipamentos e veículos.
d. Bens imóveis: bens que não podem ser deslocados, como imóveis,
prédios, casas e terrenos, se for afetado sofre prejuízo.
e. Bens tangíveis: bens físicos vendidos pelas empresas na forma de
mercadoria.
f. Bens Intangíveis: bens não físicos, com valor no mercado e registrados
na contabilidade, como marcas e patentes, direitos autorais, direito de
utilização da marca, softwares, plataformas digitais etc.

Os direitos são os bens em valores sob o domínio de terceiros, com a


finalidade de recuperar o bem, seja receber de volta o direito – denominados
de a creditar, a receber e a contrabalancear –, como as contribuições e títulos a
receber, contas a receber, imposto a recuperar e duplicatas a receber. O ativo
67
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

concebe valores do patrimônio, como a soma de bens e direitos, compor bens ou


direitos da empresa, de propriedade ou posse da empresa, medido em termos
monetários, com resultados no presente ou no futuro.

As obrigações são chamadas de exigíveis, na contabilidade, pelo fato de


haver a obrigatoriedade de pagamento, os compromissos por bens comprados
ou de despesas ou custos feitos anteriormente, seja débito adquirido por meio
de despesa paga no curto prazo (imediatamente) ou em determinado prazo
estabelecido.

O patrimônio líquido expressa os resultados positivos da empresa nos


bens e direitos, menos os resultados negativos demonstrados nas obrigações. O
capital social é o investimento realizado pelo empresário ao iniciar um negócio,
existem também ressalvas de recursos, os lucros ou os prejuízos obtidos pela
empresa. Se encontra do lado do passivo que representa um débito da empresa
diante dos acionistas ou sócios. No caso de falência da empresa, o patrimônio
líquido é pago aos sócios.

A figura 17 apresenta uma demonstração do patrimônio e do patrimônio


líquido na contabilidade das empresas.

Figura 17 – O patrimônio e o patrimônio líquido na contabilidade

Patrimônio = Bens, direitos e obrigações

Bens + Direitos

Elementos positivos

Obrigações Elementos negativos

Patrimônio líquido

PL = Bens + Direitos - Obrigações PL

Fonte: Adaptada de Bächtold (2011).

O balanço patrimonial é uma demonstração financeira fundamental


na contabilidade, pois representa o equilíbrio no patrimônio na organização,
composto pelo ativo – bens e direitos –, o passivo – resultado de obrigações e o
patrimônio líquido. Portanto, no balanço patrimonial, o ativo é igual ao passivo.

Conforme Padoveze (2015), o balanço patrimonial na origem e na


aplicação de recursos apresenta uma relação entre o ativo, que mostra a aplicação
dos recursos, e o passivo, que demonstra como a organização buscou os recursos
68
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

e a sua origem. Nas transações financeiras, o ativo fixo e o capital de giro são
investimentos, enquanto o passivo é dividido com relação à origem das fontes
em capital de terceiros ou a recursos e capital próprio ou recursos. As dívidas na
contabilidade das organizações são identificadas como capital de terceiros, pois
estão fora das mesmas. O patrimônio líquido demonstra a riqueza do negócio
pelo capital próprio presente no balanço patrimonial

Na tabela 1, apresentamos um exemplo do balanço patrimonial, com o


ativo e passivo, suas respectivas contas.

Tabela 1- Balanço patrimonial de origens e aplicações de recursos


Ativo (aplicação Passivo (origens ou
R$ R$
de recursos) fontes de recursos)
Capital de giro Capital de terceiros
Poupança 5.000,00 Dívida bancária 18.000,00
Ativo fixo Capital próprio
Carro 35.000,00 Patrimônio líquido 22.000,00
Total 40.000,00 40.000,00

Fonte: Adaptada de Padoveze (2015).

A tabela 1 mostra no ativo uma conta poupança com R$ 5.000,00,


componente do capital de giro da empresa, acrescido de um veículo no valor de
R$ 35.000,00 no ativo fixo, com total de R$ 40.000,00. No passivo, verifica-se uma
dívida em banco de R$ 18.000,00, um patrimônio líquido de R$ 22.000,00, um
total de R$ 40.000,00. Portanto, o ativo é igual ao passivo, no total de R$ 40.000,00.

A natureza do patrimônio, o lançamento contábil e a acumulação


monetária estabelecem características as contas na contabilidade que são:

a. Contas do patrimônio permanente: representadas pelos itens do


ativo e do passivo, e respectivos saldos.
b. Contas de resultados ou chamadas de temporárias: identificam itens
de despesas e receitas em determinado período. As despesas são
zeradas para iniciar posteriormente um novo processo acumulativo.
c. Contas de apuração: demonstram a apuração do resultado de despesa
e de receita de forma temporária, por meio do lucro ou prejuízo.
Destaca-se a conta de lucros ou prejuízos acumulados ou despesas
financeiras líquidas em um período, com a finalidade de obtenção do
valor resultante do somatório das despesas financeiras subtraídas das
receitas financeiras.

A Lei n. 10.406 de 2002, do Código Civil no Brasil, determina a


obrigatoriedade do balanço patrimonial para pessoas jurídicas, seguindo normas
contábeis determinadas pela Lei n. 11.638 de 2007 e a Lei n. 11.941 de 2009, as
quais modificaram a estrutura contábil obrigatória proveniente da Lei n. 6.404
de 1976 das Sociedades por Ações para adequação da contabilidade aos padrões

69
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

internacionais das International Financial Reporting Standards (IFRS), normas


internacionais de contabilidade, atualizados e publicados pelo International
Accounting Standards Board (IASB).

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) apresenta as alterações


no patrimônio da organização durante o período fiscal, no Brasil de um ano,
começa em 01/01/ano até 31/12/ano, com os resultados das vendas, receitas,
despesas ou custos e o pagamento de tributos, lucro bruto ou prejuízo ou lucro
líquido ou prejuízo. Na contabilidade pública, o prejuízo é denominado de
déficit público (resultado negativo) e o lucro é chamado de superávit (resultado
positivo).

A receita é uma conta resultante das vendas de produtos (bens e/ou


serviços) da empresa. As despesas, ou custos, são contas de gastos efetivados
pela empresa que precisam de pagamentos. A despesa ou custo pode ser fixa ou
variável. A despesa ou custo fixo é aquele que existe todo o mês, independentemente
das vendas de bens e/ou serviços, como, por exemplo, aluguel, energia, água,
condomínio, funcionários fixos, dentre outros. A despesa variável é aquela que
pode variar todo mês, dependendo da quantidade produzida ou vendida, por
exemplo, energia para o pagamento de produção em horário extra, propaganda,
o pagamento de consultoria, embalagens, funcionários esporádicos terceirizados
e outros. A despesa, ou custo fixo, adicionada à despesa ou ao custo variável é a
despesa ou custo total.

A conta de resultado do exercício é composta pela receita subtraída do


total das despesas ou custos. Se a receita supera as despesas ou os custos, o
resultado da empresa é o lucro. Se a receita é inferior às despesas, a empresa
apresenta prejuízo. A receita subtraída das despesas ou custos resulta no lucro
bruto ou prejuízo. Após a dedução dos tributos, o resultado é o lucro líquido.

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) proporciona


informações contábeis da receita gerada, despesas, tributos, lucro ou prejuízo,
decisivas para o usuário da contabilidade tomar uma decisão referente à empresa.
Um exemplo de uma Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) é exposto
na tabela 2 – os valores monetários não são exatos, sim, aproximados.

Tabela 2 - Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)


Receita Operacional Líquida R$ 420.000,00
(-) Custo das mercadorias vendidas -302.900,00
= Lucro Bruto 117.100,00
(-) Despesas operacionais -95.000,00
(-) Depreciação -7.800,00
= Lucro operacional antes das despesas financeiras 14.300,00
(-) Despesas financeiras -2.900,00
(+) Receitas financeiras +140,00
= Lucro antes dos tributos sobre o lucro 11.540,00
(-) Tributos sobre o lucro -3.840,00
= Lucro Líquido do Período 7.700,00

Fonte: Adaptada de Padoveze (2015).

70
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

A Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) apresentou uma


receita de 420.000,00, proveniente, geralmente, da quantidade vezes o preço dos
produtos e/ou serviços, um lucro bruto de 117.100,00, após a dedução dos custos
das mercadorias vendidas de 302.900,00, despesas operacionais de 95.000,00 e
depreciação de 7.800,00. O lucro operacional antes das despesas financeiras é
14.300,00 e o lucro líquido no período é de 7.700,00, após despesas financeiras e
tributos.

O acompanhamento mensal da DRE é muito importante para a empresa,


pois tem a finalidade de verificar a evolução da receita, dos custos ou das despesas,
da depreciação, das despesas financeiras e do pagamento dos tributos. Por fim,
visa a analisar se a empresa teve lucro ou prejuízo e, caso tenha queda no lucro,
é preciso a tomada de decisão para melhorar a receita e o controle dos custos e/
ou despesas. Quando a DRE demonstrar prejuízo, é necessário desenvolver uma
estratégia para a empresa voltar a ter lucro.

O lançamento contábil é uma escrituração das movimentações econômicas,


contábeis e administrativas, com o uso do método das partidas dobradas. A
escrituração busca atingir os seguintes objetivos: a) o estabelecimento dos
resultados em menor tempo da administração; b) a fiscalização e o controle das
diversas organizações da administração; c) a escrituração por meio de sistemas;
d) a escrituração ao longo do tempo em cronograma; e) as etapas no trajeto das
operacionalizações e as perspectivas para a elaboração de previsões.

A escrituração é legalmente contemplada em dois livros, o diário e o


razão. Aquela realizada ao longo do tempo, por um cronograma, é o lançamento
no livro diário. Já a escrituração sistemática acontece quando há uma junção de
informações contábeis, registradas no livro razão, porém, não é apenas nele.

No processo de acumulação da informação contábil, o lançamento é


um elemento-chave, por demonstrar os fatos econômicos na organização, suas
operações e as perspectivas de resultados, com a possibilidade de realização de
análise da informação pelos usuários para a tomada de decisão mais adequada
para a organização. Os aspectos relevantes do lançamento no Sistema de
Informação Contábeis (SIC) são:

a. A navegabilidade de dados no SIC: o lançamento gera a informação


em diversos subsistemas e segmentos, além do conhecimento para a
decisão assertiva na organização.
b. O lançamento contábil pode levar a organização a ação: a informação
clara e objetiva do lançamento pode permitir uma ação de curto e de
longo prazos de mudanças nos setores da organização, com o objetivo
de melhorar o patrimônio.
c. A medição correta do fato econômico: o lançamento contábil precisa
apresentar fácil compreensão, e as medidas de mensuração, como
uma expressão do fato econômico ocorrido na organização de forma
certa.

71
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

d. A utilidade e a capacidade de decisão: as informações dos lançamentos


contábeis precisam demonstrar utilidade e servir de suporte para a
tomada de decisão, seja do gestor, acionistas ou demais usuários da
informação.

Os usuários das informações contábeis organizam modelos de decisões


capazes de estruturar a informação contábil no sistema de informação, com a
finalidade de atender à demanda da organização nos problemas que ela enfrenta
diante dos fatos econômicos. No lançamento contábil, é preciso contemplar os
aspectos principais e os dados exigidos de informações salientes, de acordo com
a situação econômica da organização no ambiente interno e externo. Portanto, o
modelo de decisão está interligado ao lançamento contábil e ao fato econômico
gerado na organização.

Os lançamentos contábeis considerados tradicionais na contabilidade


societária e fiscal apresentam a data, a conta debitada, a conta creditada, o histórico
e o valor. As informações básicas nos Sistemas de Informação Contábeis (SIC) são
utilizadas, acrescentadas por outras informações para aumentar o potencial de
decisão dos usuários das informações contábeis.

O lançamento multidimensional, ou lançamento multipartite, apresenta


a possibilidade de inclusão do aspecto quantitativo no lançamento ou meios na
atividade capazes de pensar melhor no fato contábil. A operacionalização do
lançamento multidimensional mostra opções de diversas medidas quantitativas
para mensurações diferenciadas e a percepção do registro das atividades que
podem causar alterações nos recursos para repensar o fato contábil.

As demandas societárias e fiscais da organização são cumpridas, conforme


legislação, contas creditadas, contas debitadas e os valores, além de todos os itens
necessários para a tomada de decisão dos usuários das informações contábeis.

A data na escrituração contábil tradicional é única, porém podem acontecer


adversidades no setor operacional da organização e a data ser registrada após
o fato ou em outro momento. Na compra de materiais, por exemplo, existem
as seguintes datas possíveis em um lançamento ampliado: data da criação da
necessidade de material pelo sistema MRP, data da cotação, data do pedido, data
da nota fiscal do fornecedor, data da entrada na empresa, data do recebimento
físico, data da aprovação pelo sistema de qualidade, data da estocagem, data
do recebimento fiscal e/ou escrituração fiscal; data de contabilização e a data do
pagamento.

72
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

A data é muito importante nas informações contábeis, particularmente


se a organização realiza transações no comércio exterior em moeda estrangeira e
necessita da data para a conversão da moeda em dólar, euro, peso ou outras. No
controle do estoque dos produtos, na data da nota fiscal, na data de pagamento
e na data da contabilização, a data é uma informação contábil que precisa ser
considerada no SIC para a modelagem e a adequação das necessidades da
organização.

Nas contas debitadas e creditadas, é certa uma revisão para a ampliação


da percepção de uso da multidimensionalidade da informação contábil, com o
lançamento podendo ser realizado em outras contas para aperfeiçoar a capacidade
decisória gerencial.

ATENCAO

Segundo Padoveze (2015), por exemplo, na venda de um produto à vista,


existem as seguintes alternativas de contas:
Contas Legais e Fiscais: Conta Debitada – Clientes; Conta Creditada – Vendas à vista.
Contas Gerenciais: Vendas Produto X; Vendas Cliente A; Vendas Mercado 1; Vendas
Região 10; Vendas Setor de Atividade 15; Ordem de Trabalho.

As informações contábeis detalhadas de vendas no SIC ampliam a visão


de como estas aconteceram. Esse é um acompanhamento relevante, por exemplo,
para verificação de redução ou aumento de vendas em determinados mercados,
mudanças no perfil dos clientes, se as vendas à vista aumentaram ou diminuíram
em determinado período. Conforme a estrutura do sistema contábil, algumas
das informações contábeis propostas podem aparecer em outro histórico de
subsistemas operacionais ou de gestão, identificadas pelo conceito DSS/EIS.

Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC), geralmente, apresentam um


conceito de “histórico padronizado”, com conta e evento padronizados para
lançamentos que são repetidos. Enquanto no conceito de lançamento ampliado
existe a proposta tanto de “codificação do histórico”, com a finalidade de
sintetizar as codificações, como potencializador de informações e de possíveis
acumulação. É necessário que seja realizada da melhor forma possível, para não
prejudicar o histórico do lançamento e oferecer suporte para a viabilização da
ação na organização.

73
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

O histórico ampliado apresenta as seguintes informações quantitativas:

a. número de registros, cadastros, itens e demais pertinentes;


b. quantidade física das transações registradas;
c. qualificações das transações;
d. outras classificações acrescentadas, além das contas creditadas e
debitadas.

Os lançamentos de despesas e de receitas podem ser exemplificados,


como mostra o quadro 6.

Quadro 6 – Os tipos de lançamentos (TL) e informações de histórico ampliado (IHA)


a) TL – despesas de viagens de funcionários; IHA – número do registro do funcionário; departamento ou
centro de custo; código do cliente ou fornecedor visitado; motivo da viagem; código do material ou produto
negociado; quantidade de km rodados e quantidade de horas na visita.
b) TL – despesas de energia elétrica; IHA – imóvel, divisão ou relógio; kWh consumidos; demanda
consumida; demanda contratada; demanda na ponta e demanda fora de ponta.
c) TL – serviços de consultoria; IHA – horas trabalhadas; quantidade de pessoas envolvidas; tipo de serviço
prestado e beneficiário do serviço.
d) TL – despesas de alimentação; IHA – quantidade de refeições e quantidade de usuários.
e) TL – transporte de funcionários; IHA – quantidade de veículos utilizados; quantidade de linhas utilizadas;
quantidade de usuários das linhas.
f) TL – assistência médica; IHA – quantidade de atendimentos; funcionários atendidos; quantidade de
consultas; quantidade de exames e beneficiários atendidos por funcionário.
g) TL – receita de assistência técnica; IHA – cliente atendido; horas gastas no atendimento; motivo do
atendimento; produto assistido; fora/dentro da garantia e materiais aplicados.

Fonte: Adaptado de Padoveze (2015).


Os lançamentos contábeis organizados por assunto, com informações
específicas, como demonstradas anteriormente, contribuem para o planejamento,
controles e as possíveis modificações na gestão e/ou operação na organização. Na
padronização simples e geral, as informações não permitem uma ampliação do
conhecimento no nível de detalhamento dos fatos ocorridos, para uma melhor
tomada de deliberação assertiva na gestão da organização.

O valor é outro assunto pertinente nos lançamentos contábeis ampliados.


Dois aspectos são ressaltados em um conceito novo de histórico no manuseio
de valor: explosão (breakdown) do valor contábil e diversos tipos de valores
para o evento econômico. No tratamento das informações contábeis, o valor do
lançamento é considerado base (valor-base), como resultado de valores parciais.

74
Custos dos serviços prestados, do produto vendido e da mercadoria vendida

Por exemplo, o valor das movimentações de materiais e produtos em


uma organização, no conceito ampliado, pode abordar as seguintes informações
contábeis:

a. Composição do valor – quantidade; preço unitário; total; valor do


ICMS; valor do ISS; valor do IPI; cálculo e valor do PIS; cálculo e valor
do Cofins; valor do frete, valor do seguro, dentre outros.
b. Tipos de valor – valor contábil bruto (com impostos); valor contábil
líquido (sem impostos); valor em moeda estrangeira 1; valor em
moeda estrangeira 2; preço de custo histórico; preço de custo de
reposição; preço de venda; valor de mercado; valor presente líquido;
fluxo futuro de benefícios e fluxo de caixa descontado.

Se houver uma combinação dos valores e das datas de realização financeira


do lançamento contábil, existirá uma outra perspectiva de abordagem dos fatos
em moeda estrangeira. Os tipos de valores multidimensionais permitem diversas
formas de avaliação dos materiais e produtos transacionados pela organização,
como: custo de aquisição; custo de reposição; a preço de venda, dentre tantas
outras possibilidades, de acordo com as necessidades da organização. O evento
econômico pode ser avaliado com conceitos avançados do “valor presente do
fluxo futuro de benefícios”, para maximizar a capacidade do fato econômico e o
seu uso adequado.

75
AUTOATIVIDADE

1. O método das partidas dobradas direciona os registros na


contabilidade desde longa data. Embora a contabilidade passe por mudanças
nos procedimentos, o método das partidas dobradas simples ainda é utilizado.

Assim, escolha a alternativa que apresenta a característica do método


das partidas dobradas simples na contabilidade.

a. É um método da contabilidade de um crédito para outro crédito.


b. É um método da contabilidade de um crédito para um passivo.
c. É um método da contabilidade que para um passivo existe um
ativo.
d. É um método da contabilidade que para cada registro de débito
existe um registro de crédito do mesmo valor.

2. O balanço patrimonial demonstra as mutações do patrimônio de


uma organização, composto pelas contas do ativo e as contas do passivo.
Identifique, entre as alternativas seguintes, o significado de patrimônio
líquido no balanço patrimonial.

a. O patrimônio líquido expressa os resultados positivos da empresa


nos bens e direitos, menos os resultados negativos demonstrados
nas obrigações.
b. O patrimônio líquido demonstra os resultados negativos da
empresa nos bens e direitos, menos os resultados negativos
demonstrados nas obrigações.
c. O patrimônio líquido mostra os resultados positivos da
empresa nos bens e obrigações, menos os resultados negativos
demonstrados nos direitos.
d. O patrimônio líquido expressa os resultados negativos da empresa
nas obrigações, menos os resultados positivos demonstrados nos
bens.

76
3 O lançamento em um Sistema de Informação Contábil (SIC) precisa
acontecer de forma correta e compreensível. Quais as características de um
lançamento contábil em um SIC?

a. A pesquisa de dados no SIC; o lançamento contábil pode levar a


organização à falência; a medição correta do fato contábil; a utilidade
e a capacidade de decisão.
b. A identificação de dados no SIC; a escrituração contábil pode levar a
organização à ação; a medição correta do fato quantitativo; a utilidade
e a capacidade de decisão apenas dos gestores da organização.
c. A navegabilidade de dados no SIC; o lançamento contábil pode levar
a organização à ação; a medição correta do fato econômico; a utilidade
e a capacidade de decisão.
d. A identificação de dados no SIC; a escrituração contábil pode levar ao
lançamento contábil; a medição correta do fato qualitativo; a utilidade
e a capacidade de decisão apenas dos gestores da organização.

4. As datas são informações relevantes em um Sistema de Informação


Contábil (SIC). Explique como as datas são consideradas na compra de materiais
no SIC.

5. O valor das movimentações de materiais e produtos em uma organização,


no conceito ampliado, pode abordar diversas informações contábeis. Quais são as
informações contábeis com relação ao valor das movimentações?

77
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

78
TÓPICO 2
UNIDADE 2

2. Os Planos de Contas nos Sistemas de


Informação Contábeis (SIC)

2.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO


Os lançamentos e os registros contábeis estão presentes nos Sistemas de
Informação Contábeis (SIC), complementados pelo plano de contas estruturados e
organizados, conforme os segmentos das informações contábeis em subsistemas.

Os subsistemas societário, fiscal e de recursos humanos são básicos em


qualquer sistema de informação. Quanto mais subsistemas integrados, maior
será o nível de complexidade da estrutura de contas e melhor o resultado em
termos de base de dados para a análise e a tomada de decisão na gestão das
organizações.

2.2 A ESTRUTURA DAS CONTAS NA CONTABILIDADE


Conforme Padoveze (2015), a estrutura da conta contábil em lançamento
ampliado usa um método que mostra os aspectos específicos das informações
contábeis e o armazenamento adequado para a execução da ação na organização.
Nos Sistemas de Informação Contábeis (SIC) comprados ou desenvolvidos
na própria organização, o software apresenta uma estrutura básica de contas
tradicional.

Geralmente, os softwares usados nos SICs têm uma estrutura numérica,


mas em alguns casos, porém, podem ser organizados através de letras. A
estrutura oferece a noção de uma divisão em departamentos pelo uso de um
conceito de “centros de custos” e dos setores, como diretorias, departamentos e
coordenadorias, com a demonstração do formato da estrutura da hierarquia da
organização.

E
IMPORTANT

A conta contábil tradicional apresenta características como:


a. um campo para mostrar a empresa do grupo de uma corporação;
b. um campo para mostrar o setor (para o centro de custo);
c. um campo para a conta contábil;
d. um campo destinado a subconta contábil (eventualmente)

79
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

A estrutura de contas é apresentada no formato de tabelas, demonstrada por cada


área, com a ideia de permitir uma associação entre elas, por meio da organização
das contas contábeis. Se o profissional da contabilidade conhece a estrutura
hierárquica da organização, ele tem uma facilidade maior no uso do sistema de
informação pela compreensão rápida do funcionamento da empresa.

Segundo Padoveze (2015), a estrutura de contas nos lançamentos


contábeis tradicional é apresentada em um Sistema de Informação Contábil (SIC)
da seguinte forma:

Tabela 3 - Estrutura de Contas


Tabela de Empresas
Código Empresa
1 Empresa X
2 Empresa Y
3 Empresa Z
Tabela de Centros de Custos – Empresa X
1 Diretoria Administrativa/Financeira
11 Departamento de Controladoria
111 Setor de Contabilidade Geral
112 Setor de Gestão Tributária
113 Setor de Custos, Orçamento e Assessoria Econômica
12 Departamento de Finanças
121 Setor de Contas a Receber
122 Setor de Contas a Pagar
123 Setor de Tesouraria e Planejamento Financeiro
2 Diretoria de Comercialização
21 Departamento de Marketing
211 Setor de Pesquisa de Mercado
212 Setor de Publicidade e Propaganda
213 Atendimento ao Cliente
22 Departamento de Vendas
Código Setor (Diretoria, Departamento e Chefia)
221 Administração e Pedidos
222 Faturamento e Expedição
223 Serviços Pós-venda
etc.
3 Diretoria de Produção
31 Departamento de Controle e Planejamento
311 Setor de Planejamento de Produção
312 Setor de Controle de Produção
313 Setor de Garantia de Qualidade
32 Departamento de Suprimentos e Apoio
321 Setor de Compras e Importação
322 Setor de Almoxarifados e Estoques
323 Setor de Manutenção
33 Departamento de Engenharia
331 Setor de Pesquisa e Desenvolvimento
332 Setor de Métodos e Processos
34 Departamento de Produção
341 Setor de Transformação de Matéria-prima
342 Setor de Serviços/Produção Intermediários
343 Setor de Montagem
80
O método das partidas dobradas, lançamento contábil e plano de contas

344 Setor de Acabamento


Tabela de Contas Contábeis – Empresa X
Código Conta Contábil
1 Ativo
11 Ativo Circulante
111 Disponibilidades
112 Contas a Receber
112.01 Cliente X
112.02 Cliente Y
112.03 etc.
113 Estoques
113.01 Materiais, Componentes e Embalagens
113.02 Em Processo
113.03 Produtos Acabados
Código Ativo Não Circulante
12 Ativo Não Circulante
121 Realizável a Longo Prazo
131 Investimentos
132 Imobilizado
133 Intangível
etc.
2 Passivo
21 Passivo Circulante
211 Fornecedores
211.01 Fornecedor A
211.02 Fornecedor B
211.03 etc.
212 Salários Pagar
213 Encargos a Pagar
214 Impostos a Recolher sobre Mercadorias
215 Impostos a Pagar sobre Lucro
216 Contas a Pagar
217 Empréstimos
22 Passivo Não Circulante
221 Exigível a Longo Prazo
221.01 Empréstimos
221.02 Impostos Parcelados
231 Patrimônio Líquido
231.01 Capital Social
231.02 Impostos Parcelados
231.03 Lucros Acumulados
3 Despesas
31 Materiais
311 Matérias-primas
312 Componentes
313 Embalagens
32 Mão-de-obra
321 Mão-de-obra Direta
321.01 Salários
321.02 Encargos Sociais
322 Mão-de-obra Indireta
322.01 Salários
322.02 Encargos Sociais

81
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

33 Despesas Gerais
331 Materiais Indiretos
331.01 Material de Manutenção
331.02 Material de Expediente
331.03 Material Auxiliar
331.04 Etc.
332 Gastos Gerais
332.01 Energia Elétrica
332.02 Água e Luz
332.03 Comunicações, Correios etc.
332.04 Fretes e Carretos
332.05 Serviços de Terceiros
332.06 Despesas de Viagens
332.07 Comissões
332.08 Propaganda e Publicações
332.09 Etc.
34 Depreciações e Amortizações
341 Depreciações
342 Amortizações do Diferido
4 Receitas
41 Receitas de Vendas
411 Receita Operacional Bruta
412 Impostos sobre Vendas
412.01 IPI
412.02 ICMS
412.03 PIS
412.04 Cofins
42 Revendas
43 Serviços
44 Vendas não operacionais etc.

Fonte - Padoveze (2015)

Na apresentação, cada centro de custo teria a possibilidade de demonstrar


todas as contas contábeis, os ativos e os passivos, porque os centros de custo
operam com contas de despesas e em alguns casos para a receita. As despesas do
setor 321, Compras e Importações são identificadas, segundo as contas contábeis.
Já as despesas do setor 122 – Contas a Pagar, podem usar as contas contábeis da
apresentação acima para os demais centros de custos.

A estrutura da conta contábil ampliada é composta por uma quantidade


de contas, conforme a demanda da organização para aumentar a possibilidade de
armazenamento do sistema de informação, cumprir requisitos legais e gerenciais.
Nos lançamentos contábeis com a estrutura ampliada, é possível propor novas
contas para cada segmento.

82
O método das partidas dobradas, lançamento contábil e plano de contas

E
IMPORTANT

A estrutura da conta contábil ampliada no Sistemas de Informação


Contábeis (SIC) precisa levar em consideração vários aspectos, como a) a necessidade
da organização; b) a capacidade armazenamento do SIC; c) a tecnologia do software;
d) se o sistema é integrado, como o Sige/ERP; e) se a estrutura opta por especialidades;
f) se a controladoria controla as informações contábeis; g) o tamanho da empresa e a
estrutura organizacional.

Conforme Padoveze (2015), todos os segmentos poderão ter uma


estrutura organizada por códigos, e, de acordo com o tamanho da empresa e
a capacidade do SIC, o sistema de informação padronizado, muitas vezes,
precisa ser adaptado à necessidade da empresa, mas isso implica investimento
financeiro. É importante analisar a relação custo-benefício, como também fazer
uma pesquisa no mercado para saber qual o SIC é mais adequado para o perfil da
organização. Podem organizar tabelas, como: a) Tabela de Empresas; b) Tabela de
Unidades de Negócios; c) Tabela de Divisões ou Fábricas; d) Tabela de Centros e
Subcentros de Custos; e) Tabelas de Contas e Subcontas Contábeis; f) Tabelas de
Contas Gerenciais; g) Tabela de ordens de Trabalho, Projeto ou Serviço; h) Tabela
de Produtos e Linhas de Produtos e i) Tabela de Recursos.

As contas sugeridas no modelo de contas contábeis ampliado, com relação


ao modelo tradicional são:

• Unidades de negócios, divisões ou fábricas – é um segmento da


empresa relacionado aos negócios, é uma adequação da estrutura
contábil ao conceito de lucros e centros de investimentos da
contabilidade divisional.
• Subcentros de Contas – apresenta uma especificação no centro de
custos. Pode ser criado um conceito de subcentro de custo para uma
atividade, principalmente empresas que usam o método de custeio
por atividade (Custeio ABC) para obtenção do custo de cada atividade,
como “Faturamento e Expedição”, gerenciado de forma analítica.
Assim, pode ser segmentado em setores de apropriação de pedidos
e orçamentos de vendas, emissão de notas fiscais, administração de
transportadores e logística, comércio exterior, expedição etc.

83
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

• Subcontas Contábeis – Despesas e Receitas – a conta 332.05, Serviços


de Terceiros, é passível de divisão por segmentos nos principais
serviços, como serviços de conservação e limpeza industrial, serviços
de conservação e limpeza administrativos, serviços de manutenção
de obras civis; serviços de manutenção de restaurantes, serviços de
manutenção de alta tensão, serviços de consultoria jurídica, serviços
de consultoria industrial, serviços de engenharia e serviços de
consultoria de meio ambiente etc.
• Contas Gerenciais – na contabilidade tradicional, é cumprida a
questão legal e fiscal. As receitas e despesas podem passar por
uma ampliação no uso dos lançamentos contábeis para melhor
determinar ação e decisão na organização. Os valores apresentados
na contabilidade podem aparecer armazenados na conta gerencial.
Com relação aos tributos financeiros, como o Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF), o Imposto de Renda Retido na Fonte
(IRF) e o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF)
são despesas financeiras na contabilidade. Na conta gerencial, seriam
classificadas como tributos e teriam uma melhor visibilidade do peso
dos pagamentos na conta de tributos.
• Ordem de Trabalho/Projeto – os gastos e receitas podem ser
contabilizados como Ordem de Trabalho ou Ordem de Execução ou
Ordem de Serviços, como também para “acumulação por projetos
ou ciclo de vida dos produtos”, quando a organização não possui o
sistema de informação de custos.
• Produtos e Linhas de Produtos – se, na contabilidade tradicional,
os pedidos realizados à empresa e o faturamento não estiverem
conectados com a rentabilidade e vendas por produto, é necessário
levar em consideração o conceito da informação contábil nos arquivos
contábeis. As informações de vendas brutas e tributos sobre vendas
por produtos, para chegar às vendas líquidas, são informações
relevantes para a tomada de decisão, e elas precisam aparecer e
possuir integração para facilitar o processo de análise.
• Recursos – os gastos e as receitas podem ser armazenados por
recurso, como, por exemplo, em máquinas, equipamentos e veículos.
A finalidade é oferecer a informação contábil específica dos recursos
da empresa e das despesas, com a perspectiva de pensar em aumento
da produção ou possibilidades de negócios. As receitas e as despesas
podem ser segmentadas por funcionário, para validar o conceito de
capital intelectual, e a verificação dos seus desempenhos na empresa,
como também para profissionais prestadores de serviços da mão de
obra indireta, como consultoria em tecnologia da informação, que
possuem um capital intelectual relevante para a empresa.

84
O método das partidas dobradas, lançamento contábil e plano de contas

Os sistemas de informações nos lançamentos contábeis são ampliados


para o detalhamento, a fim de possibilitar um acompanhamento sistemático das
informações contábeis, com o objetivo de ofertar conhecimentos e elementos
específicos. A qualificação do patrimônio é demonstrada nos sistemas de
informações por espécie, por meio dos registros contábeis, conforme uma
ordem estabelecida previamente. A identificação das contas e o plano de contas
são fundamentais nos sistemas contábeis, por isso, em seguida, o assunto
apresentado é a respeito da acumulação das informações contábeis, planos de
contas e respectivos segmentos.

ATENCAO

Conforme Padoveze (2015), as contas contábeis são definidas como


demonstrações contábeis do patrimônio com natureza igual ou semelhante. As contas
podem ser de patrimônio e de resultado. As contas patrimoniais, ou permanentes, são
contas para a realização da classificação da qualidade do ativo e do passivo, de bens
direitos, obrigações e do patrimônio líquido, mesmo permanentes e com saldo zero,
devem ser levadas em consideração. As contas de resultado são transitórias, estabelecem
o lucro ou prejuízo em um período, iniciadas com zero e acumulam valores, com
fechamento no final do período.

No assunto da acumulação, as contas são sintéticas ou analíticas. As contas


sintéticas resultam da soma de contas analíticas iguais ou semelhantes, sem
lançamentos. As contas analíticas são o cerne do sistema de acumulação contábil,
auferem os lançamentos e oferecem informações contábeis específicas. O saldo da
conta, ou saldo contábil, é a identificação do valor monetário, como o resultado
da acumulação de lançamentos contábeis, organizados em banco de dados de
saldos de contas e de realização de transações nas contas. A movimentação da
conta reflete a subtração entre o saldo inicial e o saldo final da conta dentro de
determinado período.

Segundo Padoveze (2015), na conta contábil, com uma estrutura


tradicional, aparece o nome da conta, o período, o saldo em valor monetário e a
movimentação do período, geralmente, mensal. A conta contábil com a estrutura
ampliada, ou gerencial, oferece opções mais detalhadas e diversificadas das
informações contábeis. O plano de contas faz uma ordenação lógica, estruturada e
organizada das contas para a visualização da situação patrimonial da organização.
A finalidade é o registro dos lançamentos contábeis através de uma “classificação
e a acumulação dos dados”.

85
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

De acordo com Padoveze (2015), n a elaboração, na estruturação e na


organização do plano de contas é importante verificar os seguintes aspectos:

a. exposição das contas de forma automática para os relatórios futuros,


reduzir o retrabalho e a repetição de dados;
b. especificações das informações contábeis de forma clara;
c. permissão de inter-relações entre contas do Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE);
d. geração de contas adicionais, conforme a necessidade da organização.

Os tipos de planos de contas contábeis podem ser classificados da seguinte


forma:

E
IMPORTANT

a. Plano Contábil Alternativo – é mais usado no lançamento ampliado ou


multidimensional, com informações quantitativas e qualitativas.
b. Plano Contábil Integrado – a integração é importante nas contas no plano tradicional
e ampliado, na consolidação sistêmica dos lançamentos, com o uso do método das
partidas dobradas.
c. Plano de Conta Fiscal – é elaborado para cumprir a legislação comercial e fiscal.
d. Plano de Conta Auxiliar – são informações contábeis não ressaltadas nas
movimentações e nos saldos das contas contábeis. Os planos de contas auxiliares não
necessitam de registro no diário geral, mas ajudam os outros planos de contas e os
relatórios gerados.
e. Gerenciais, Índices, Taxas e Quantificações – os relatórios gerenciais podem dispor
de informações contábeis específicas, com todas as contas existentes, as fiscais, as
auxiliares etc. Os índices, como a cotação do dólar e a inflação, precisam de um segmento
específico no plano de contas. Os dados quantitativos dos sistemas de informações na
contabilidade podem vir de outros subsistemas operacionais da organização ou dos
subsistemas da contabilidade, com informações quantitativas e qualitativas (PADOVEZE,
2015).

86
O método das partidas dobradas, lançamento contábil e plano de contas

O plano de contas do ativo é organizado por espécie de bem ou direito


igual ou semelhante. O plano de contas do passivo é semelhante ao ativo, com
dívidas, prazos e origem dos recursos. As despesas são segmentadas para mostrar
a natureza de cada gasto, identificado como “local de origem do gasto”. As contas
de cunho geral do balanço patrimonial e a DRE, designadas de outras contas,
outras receitas e outras despesas, só serão permitidas com valores pequenos para
não afetar os relatórios e as realizações no futuro. As contas importantes devem
ser determinadas e integradas entre as áreas contábeis e financeiras.

Segundo Padoveze (2015), a informação de obtenção e de queda de bens


do imobilizado, nos sistemas de informações tradicionais, são contabilizadas
com correção monetária, sendo representativas para o encerramento das
demonstrações de origens e aplicações. É preciso organizar contas adicionais
para segmentar a informação e readquirir os relatórios. As contas adicionais
são as seguintes: a) informações de horas e número de funcionários nos centros
de custos ou atividades; b) quantidade de produtos vendidos, produzidos e
estocados; c) movimentação quantitativa dos itens, se não for muitos elementos;
d) quantidade de ações; e) quantidade de dirigir ação para custear ABC etc.

As contas adicionais geradas em um Sistema de Informação Contábil


(SIC) do ativo imobilizado e intangível de aquisições, baixas e depreciações nos
relatórios gerenciais são demonstrações de origens e das aplicações de recursos,
fluxo de caixa, correção monetária, fluxo de caixa em moeda estrangeira e
orçamento de capital.

As provisões de resultados e de obrigações dos resultados no ano são


relevantes. As contas em duplicadas são permitidas, com o objetivo de estruturar
a demonstração contábil mensal completa e de realizar as previsões de tributos
sobre os lucros e os resultados. As provisões são usadas para a decorrência
acumulada até o mês no período, e poderão não ser concretizadas do ponto de
vista financeiro naquele valor, por passar por modificação todo mês, portanto,
só constitui uma obrigação definitiva no período social para a organização. As
contas de provisões dos tributos sobre o lucro estão vinculadas ao subsistema
contábil de gestão de impostos.

Conforme Padoveze (2015), o plano de contas para relatório gerencial


de movimentação dos financiamentos apresenta as seguintes contas adicionais:
a) entradas do mês; b) pagamentos do mês principal; c) pagamentos do mês de
juros. Enquanto, o patrimônio líquido demonstra a movimentação em contas
adicionais, como: a) integralização do capital; b) outros complementos reais do
patrimônio líquido; c) reduções de capitais; d) correção monetária.

87
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

Na informação quantitativa do patrimônio líquido destacam-se ações


ou cotas de capital. As contas adicionais de despesas de consumo de materiais
podem ser segmentadas em compras brutas, IPI e ICMS, do consumo de materiais,
matéria-prima A, componente B e material de embalagem C, além de informação
quantitativa de materiais comprados ou consumidos. As vendas contabilizadas
apontam o total faturado no mês, a partir do valor bruto cobrado após a subtração
dos impostos indicados nas faturas e notas fiscais na contabilização da receita
líquida de vendas.

Conforme Padoveze (2015), as contas adicionais de vendas do mês são:


vendas brutas; Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); Imposto sobre
Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); Programa de
Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social
(Cofins). A estrutura de relacionamento mostra vínculos entre contas, a conta
mãe e a conta filha, com o objetivo de apresentar um novo saldo por meio da
sumarização, independentemente da natureza, como mostra a figura 18.

Figura 18 - Árvore de relacionamento de contas contábeis

31 32

311 312 313

31101 31102 31103

31101001 31101002 31101003

Fonte: Adaptada de Padoveze (2015).

A árvore de relacionamento de contas contábeis demonstra ramificações


na segmentação das contas que resulta numa conta A, nível 1, com três
ramificações na conta B, conta C e conta D, no nível 2. Da conta C, surgem mais
três ramificações, a conta E, a conta F e a conta G, no nível 3. Da conta F, emergem
duas ramificações, a conta F1 (conta X1 e conta X2) e a conta F2 (conta X3 e conta
X4), no nível 4, cada uma delas se divide em duas contas, atingindo o nível 5.

88
O método das partidas dobradas, lançamento contábil e plano de contas

Segundo Padoveze (2015), a departamentalização do centro de custos,


despesas e receitas é importante para o plano de contas, sendo primordial para
as receitas e as despesas, com menor peso para ativos e passivos, exceto para
informações do controle patrimonial, por ser de destino geral. É baseada na
estrutura organizacional através do organograma, com a determinação de uma
conta de centro de custos até o menor grau da hierarquia, custos, despesas e
receitas passíveis de controles.

Por exemplo, uma rede de três lojas, apresenta uma tabela de centro de
custos e de receitas, como: 1 Administração; 11 Presidência; 111 Presidência;
112 Auditoria Interna; 12 Diretoria Administrativa e Financeira; 121 Diretoria
Administrativa e Financeira; 122 Controladoria; 123 Tesouraria; 124 Recursos
Humanos; 125 Tecnologia da Informação; 126 Administração Geral; 2
Diretoria Operacional; 21 Diretoria Operacional; 211 Diretoria Operacional;
212 Suprimentos; 212.01 Compras; 212.02 Estoques; 213 Planejamento; 213.01
Marketing; 213.02 Produtos; 3 Diretoria de Produção; 31 Diretoria de Produção;
311 Diretoria de Produção; 312 Loja 1; 312.01 Gerência; 312.02 Manutenção; 312.03
Frios; 312.04 Secos; 312.05 Utensílios etc., com a loja 2 e 3.

89
AUTOATIVIDADE

1. Nos Sistemas de Informação Contábeis (SIC) adquiridos ou


desenvolvidos na organização por módulos, o software demonstra uma
estrutura básica de contas tradicional. Aponte a alternativa que explica a
estrutura básica de contas.

a. Empresa – Centro de Custo – Conta Contábil – Subconta –


Fornecedor/Cliente.
b. Lançamento – Conta Fiscal – Subconta Tributos e Subconta
Societária.
c. Empresa – Centro de Contas – Conta Fiscal – Subconta – Vendas/
Custos.
d. Centro de Contas – Empresa – Subconta Societária – Balanço
Patrimonial.

2. A estrutura da conta contábil ampliada no Sistemas de Informação


Contábeis (SIC) precisa levar em consideração alguns elementos. Assinale a
alternativa correta.

a. A necessidade da organização; a capacidade armazenamento


do sistema de gestão; a tecnologia do software Cuca Fresca;
se o sistema é integrado, como o Sige/ERP; se a estrutura opta
por especialidades; se a controladoria controla as informações
contábeis; o tamanho da empresa e a estrutura organizacional.
b. A necessidade da organização; a capacidade armazenamento do
SIC; a tecnologia do software Domínio; se o sistema é integrado,
como o Sige/ERP; se a estrutura opta por especialidades; se a
controladoria controla as informações contábeis; o tamanho da
empresa e a estrutura organizacional.
c. A necessidade da organização; a capacidade armazenamento do
SIC; a tecnologia do software; se o sistema é integrado, como o
Sige/ERP; se a estrutura opta por especialidades; se a controladoria
controla as informações contábeis; o tamanho da empresa e a
estrutura organizacional.
d. A necessidade da organização; a capacidade armazenamento
do sistema de processamento da informação; a tecnologia do
software Folhamatic; se o sistema é integrado, como o Sige/ERP;
se a estrutura opta por especialidades; se a controladoria controla
as informações contábeis; o tamanho da empresa e a estrutura
organizacional.

90
3. No modelo de contas contábeis ampliado em um Sistema de Informação
Contábil (SIC), existem contas que não estão no modelo tradicional. Assinale a
alternativa que apresenta a sequência correta das contas no modelo de contas
contábeis ampliado.

a. Unidades gerenciais, divisões ou fábricas; subcentros de contas;


subcontas contábeis – despesas e receitas; contas contábeis; ordem de
trabalho/projeto; produtos e linhas de produtos; recursos.
b. Unidades gerenciais, divisões da contabilidade; subcentros de contas;
subcontas contábeis – despesas e receitas; contas contábeis; ordem de
trabalho/projeto; produtos e linhas de produtos; recursos financeiros.
c. Unidades de negócios, divisões ou fábricas; subcentros de contas;
subcontas contábeis – lucro e prejuízo; contas gerenciais; ordem de
trabalho/projeto; produtos e linhas de produtos; recursos financeiros.
d. Unidades de negócios, divisões ou fábricas; subcentros de contas;
subcontas contábeis – despesas e receitas; contas gerenciais; ordem
de trabalho/projeto; produtos e linhas de produtos; recursos.

4. No Sistema de Informação Contábil (SIC), em uma estrutura de contas


ampliada nos subcentros de contas, apresenta-se uma especificação. Explique a
especificidade do subcentro de contas nos sistemas de Informação Contábil (SIC).

5. As vendas contabilizadas apontam o total faturado no mês, a partir


do valor bruto cobrado após a subtração dos impostos indicados nas faturas e
nas notas fiscais da contabilização da receita líquida de vendas em informações
quantitativas de um Sistema de Informação Contábil (SIC). Quais as contas
adicionais de vendas no mês no Sistema de Informação Contábil (SIC)? O que a
estrutura de relacionamentos entre contas mostra?

91
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

92
TÓPICO 3
UNIDADE 2

3. Os Subsistemas da Contabilidade no
Sistema de Informação Contábil (SIC)

3.1 INTRODUÇÃO AO TÓPICO


Na estrutura do SIC, é necessário executar as práticas contábeis, de acordo
com a legislação e os procedimentos da contabilidade, e levar em consideração as
áreas, como a societária, a fiscal e a gerencial, que são organizadas por subsistemas.

O subsistema da contabilidade societária e fiscal faz parte do sistema


contábil gerencial, conta com uma eficiente escrituração digital, com informações
contábeis responsáveis por decisões de gestão para a melhoria patrimonial das
organizações privadas e sem fins lucrativos. As informações são armazenadas
em uma base de dados, com o uso da metodologia contábil (método das partidas
dobradas) e os lançamentos realizados.

O subsistema de controle patrimonial é relevante pelos ativos imobilizados


e intangíveis, elementos passíveis de controle, com características peculiares para
atender a parte legal, societária e fiscal. Outro subsistema é o da contabilidade em
outros padrões monetários, com um módulo para somar a contabilidade geral.

Demais subsistemas discutidos neste tópico são os seguintes: subsistema


de valorização de inventários ou custo contábil, subsistema de gestão de tributos,
subsistemas de análise financeira e de balanço, subsistema de orçamento,
subsistema de custos gerencial e preços de venda, subsistema de contabilidade
por responsabilidade, subsistema de acompanhamento do negócio, além da
transferência de informações dos subsistemas empresariais para a contabilidade
geral.

3.2 O SUBSISTEMA DE CONTABILIDADE SOCIETÁRIA E FISCAL


O sistema de contabilidade societária e fiscal é o principal dos sistemas de
informação usados na contabilidade, com base na escrituração e na perspectiva
de uso em um sistema gerencial. A finalidade do subsistema é organizar uma
base de dados e informações, com referência na legislação societária e fiscal,
tendo como método o das partidas dobradas e os lançamentos contábeis. É
necessário demonstrar as informações do registro contábil, do processamento, do
armazenamento e da evidenciação, com os relatórios e arquivos, quais sejam: a)
lançamentos contábeis; b) livro diário; c) livro razão e fichas razão; d) balancetes;
e) plano de contas com saldo; f) balanço patrimonial e DRE; g) arquivo contábil
(PADOVEZE, 2015).

93
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

A função de administração do fluxo de informações contábeis para


o subsistema contábil societário e fiscal é de muita responsabilidade por ser o
principal subsistema do SIC. Os tipos de coletas e armazenamento de dados
são os seguintes: a) lançamentos contábeis executados no subsistema da
contabilidade geral; b) lançamentos contábeis por conexões e interfaces com
outros sistemas contábeis; c) lançamentos contábeis por conexões e interfaces
com subsistemas operacionais; d) coordenação da coleta e do armazenamento de
dados quantitativos destinados aos subsistemas de suporte à gestão e os demais
subsistemas de suporte a tomada de decisão.

Conforme Padoveze (2015), o subsistema contábil societário e fiscal precisa


levar em consideração a administração dos modelos de informação contábeis,
a operacionalização da estrutura legal do sistema, a estruturação da integração
com os outros subsistemas e a conciliação contábil. Na operacionalização do
subsistema, é fundamental ressaltar os aspectos:

a. Flexibilidade e Integridade – a estrutura do SIC precisa ser flexível


e segura, por usar dados societários e fiscais, além das mudanças
passíveis nas informações contábeis na área gerencial.
b. Parametrização – é a geração de novos parâmetros mnemônicos
para uma informação contábil. Por exemplo, se, na base do sistema,
a informação for mensal, há a possibilidade de incluir a informação
semanal, trimestral ou anual.
c. Multiempresa e Multiusuário – é a ideia de divisão de negócios
dentro da empresa, com a contabilização alternativa exclusiva dos
negócios da empresa.
d. Sistema Corporativo e de Consolidação de Balanços – são operações
no SIC que reúnem informações contábeis para a empresa, ajudando
a consolidar balanços, destinadas ao atendimento das questões legais
e gerenciais da organização.
e. Internação dos Dados e Atualização das informações – a entrada de
dados no sistema acontece de forma rápida em cada conta (on-line)
com uma atualização imediata (real-time).
f. Tabelas e Relacionamentos – a utilização de tabelas nos SICs é
recorrente, por permitir a organização dos dados no plano de contas.
É importante criar uma estrutura inteligente de relacionamentos,
com interligações entre as contas contábeis, por meio do conceito de
tabelas de contas e centros de custos.
g. Gerador de Relatórios – é um facilitador para a geração de relatórios
de forma simples, com base no conceito de sistema de suporte à
decisão. O relatório deve ser completo, então, o profissional que
solicitar o relatório necessita ter acesso às informações, realizar uma
edição de acordo com a demanda dos usuários, permitir cálculos
a partir de informações contábeis do sistema, acrescentar textos e
informações. O relatório será atualizado, conforme o sistema-mãe.

94
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

h. Lançamentos Automáticos – o sistema de informação tem uma


alimentação automática nos lançamentos, nas interfaces e nas
integrações com os subsistemas, por outros aplicativos, como
processadores de textos e planilhas eletrônicas, além de realizar
lançamentos por programação para rateio e distribuição de saldos, de
uma conta para outra.
i. Abertura e Formatação de Contas e Planos de Contas – é usada na
operação de geração de um novo departamento no sistema e centro
de custo ou despesa. Corresponde à formatação, à organização e ao
relacionamento entre contas de forma automática nas estruturas de
contas presentes e à facilitação da cópia para mínimas modificações.
j. Encerramento ou mudança de contas e Recomposição Automática
– é possível refazer tabelas e relacionamentos em períodos anteriores
de forma automática, se for necessário encerrar contas ou centros de
custos ou mudança de título ou codificação, comparar o passado, o
presente e a perspectiva futura.
k. Encerramento Automático das Contas Contábeis de Resultado
– é permitido a depender dos tipos de fechamentos no sistema de
informação, quando a organização, por exemplo, usa o mês para
fechamento contábil para cumprimento da legislação do Imposto
de Renda. Por outro lado, precisa, na parte legal e gerencial, uma
informação semestral ou anual. Dessa forma, as informações contábeis
permanecem em contas separadas.
l. Disponibilização de Períodos e Banco de Dados – é a operação
para estabelecimento da quantidade de períodos abertos para
acesso imediato e as informações de disponibilização de consultas,
conforme banco de dados de lançamentos e banco de dados de saldos
e movimentação nas contas. A quantidade de lançamentos abertos
ao mesmo tempo depende da capacidade do hardware. Em relação
aos saldos das contas, não existe problema, por serem informações de
perfil sintético.
m. Criação e Fechamento de Períodos – é o encerramento do período
automaticamente, quando é aberto um novo período para o
lançamento. É possível para vários períodos futuros, como, por
exemplo, lançamentos futuros de despesas de amortização e juros
prefixados de financiamentos. Os juros e as amortizações futuras
podem ser contabilizados ao entrar no sistema.
n. Operacionalização com outros Sistemas – é utilizada no processo
de escrituração, na ótica do conceito de lançamento e dos arquivos
de lotes contábeis, na numeração e na identificação de lotes, na
importação e na exportação dos lotes e dados, na descentralização
dos lançamentos, na articulação das interfaces etc.

95
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

O subsistema societário e fiscal é aquele que abriga informações e


faz interfaces com os outros subsistemas e oferece informações para outros
subsistemas necessários na gestão das organizações.

ATENCAO

Nos objetivos, nas informações e nos relatórios no subsistema societário


e fiscal, é preciso atentar para os aspectos banco de dados de lançamentos e contas
contábeis; arquivo geral de informações e documentos; despesas por departamento
e divisões (centros de custos e despesas); gastos por ordem de trabalho, ordem de
serviço etc.; receitas por produtos, divisões, filiais ou regiões etc.; livro diário e livro razão;
balancetes periódicos, gerais e específicos e planos de contas com saldos; balanço
patrimonial e demonstração de resultados; livro de apuração do lucro real (Lalur) para
Imposto de Renda.

As pequenas e médias empresas, geralmente, não possuem Sistemas de


Informação Contábeis (SIC), contratam escritórios ou consultorias especializadas
para a realização de escrituração e gestão, a folha de pagamento (trabalhista) e a
parte fiscal. Os tipos de SICs usados por prestadores de serviços contábeis são:
Folhamatic, Prosoft, Contmatic e Cuca Fresca, dentre outros. Os sistemas têm
uma parametrização geral baseada no subsistema societário, fiscal e em recursos
humanos.

A partir de dez funcionários a organização pode solicitar uma


personalização, com a possibilidade de pedido de contas adicionais por centros
de custos e departamentos, estruturação das contas pensando na gestão, contas
das despesas e das receitas, balancete de averiguação, relatório das despesas e das
receitas, a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), o balanço patrimonial,
os fluxos de caixa pelo método indireto e uma demonstração dos lucros apurados
até o período. Todas as demonstrações citadas anteriormente, por mês, com
informação contábil que permita decisão gerencial. É importante que o SIC seja
adaptado à necessidade gerencial da empresa, não um padrão geral mais voltado
para a parte fiscal do Imposto de Renda.

3.3 O SUBSISTEMA DE CONTROLE PATRIMONIAL


Conforme Padoveze (2015), é um subsistema de apresentação dos ativos
imobilizados e intangíveis de uma organização, que foi inventado devido ao
surgimento de novas exigências relacionadas à questão legal e fiscal na elevação
dos ativos, que exige mais controles e instrumentos de gestão. O subsistema de
controle do patrimônio tem os objetivos: controle físico e escritural dos ativos
fixos; valorização contábil fiscal e gerencial do ativo fixo; planejamento e controle
dos recursos fixos; armazenamento das informações para gestões com conexões do
ativo fixo; segurança e responsabilização dos bens e dos direitos dos funcionários
e controle dos tributos recuperáveis das imobilizações – ICMS, PIS e Cofins.

96
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

Os eventos patrimoniais são fatos de entradas/saídas de bens e de


direitos para permanência na organização. O subsistema de controle patrimonial
necessita de viabilização de classificação e de normatização para registrar os
fatos patrimoniais. Existem alguns aplicativos na área, como o Workflow,
recomendado para o registro dos procedimentos nos sistemas contábeis em
forma computacional na norma escrita e não só em relatório, como demonstrado
no quadro 7.

Quadro 7 - Os eventos patrimoniais no subsistema de controle do patrimônio


a. obtenção de bens e de direitos com fim permanente;
b. transferências de bens entre organizações fiscais;
c. transferência de bens entre departamentos ou divisões (centro de custos);
d. empréstimos e comodato de bens;
e. doação de bens e direitos;
f. locação e arrendamento mercantil de bens;
g. ativamento interno de bens (obras em andamento);
h. reformas de equipamentos ou aquisições complementares das atividades;
i. obras civis (novos edifícios, ampliações e reformas ativáveis);
j. sinistro de bens;
k. sucateamento e desmonte de bens;
l. bens para museu;
m. venda de bens e direitos;
n. aplicação do teste para a validação do valor recuperável do ativo (impairment).

Fonte: Adaptado de Padoveze (2015).

A operacionalização do subsistema de controle patrimonial ocorre nas


seguintes etapas. O domínio do patrimônio em banco de dados permite o
controle e o armazenamento das informações do patrimônio na forma de banco de
dados, com os dados o número do bem ou direito identificado como patrimônio;
valor original, valor reavaliado e valor de mercado; fabricante e fornecedor; os
dados da nota fiscal; marca, modelo e número de série; identificação para fins de
custeio; código de família de bens; centro de custo; localização física; planta do
seguro; situação de ativamento e movimentação; instruções para a depreciação e
correção; informações sobre garantia a terceiros, aquele que foi dada a garantia,
quantas vezes, vencimentos etc. (PADOVEZE, 2015).

No módulo de cálculo de atualização, o sistema proporciona cálculos,


como a correção monetária, a depreciação para balanço em outras moedas, a
depreciação para fins de custos de produtos, fins de consolidação de balanços
com a matriz. Portanto, a acumulação do valor de bens e direitos é uma conta
específica, com o resultado da acumulação do patrimônio de fatos ocorridos no
passado.

Com relação ao módulo de previsão, existe a atualização e determinação


de critérios das informações contábeis para previsões e projeções das depreciações,
além de permitir a integração e a remessa das informações para o subsistema
orçamentário. Nas reavaliações, incorporações e valor único de bens e direitos,
ocorrem adições de valores contábeis relacionados aos valores originais dos

97
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

bens e direitos, com uma partilha dos valores da mesma natureza, dos valores
originais acrescentados às adições, chamados de valor único. A reavaliação é uma
adição de valor resultante de valor de mercado depois da aquisição, conforme
determinações legais. A incorporação acontece quando existe a obtenção ou os
itens complementares ao bem original.

Segundo Padoveze (2015), com relação à ocorrência de baixas parciais,


é quando a operação permite a exclusão de uma parcela do bem. Os bens de
pequeno valor e ativamento por lotes são os bens de valores pequenos, ativados
de forma conjunta, ou o controle de bens de pequenos valores, com lançamentos
na conta de despesa da contabilidade, porém, controlados fisicamente.

A apuração e o controle dos créditos fiscais é a ativação de itens ou


do valor da depreciação de bens imobilizados autorizada por leis federais
e estaduais, com regras estabelecidas para o crédito parcelado de ICMS, IPI e
Cofins. O sistema precisa apurar os créditos fiscais de forma monetária e exercer
o domínio dos valores reconhecidos em exercícios futuros, ou podem passar por
estorno, conforme a lei.

Conforme Padoveze (2015), é possível, também, que haja integrações


com outros subsistemas, que estão interligadas aos valores das entradas e das
saídas. Nas entradas, o subsistema recebe informações contábeis do subsistema
de entradas de materiais e serviços, subsistema de controle de projetos destinado
aos bens em andamento e o subsistema de remessa de notas fiscais/faturamento
para saídas e transferências.

Nas saídas, as informações provêm dos subsistemas de contabilidade


societária e fiscal destinados ao aproveitamento dos créditos do ICMS,
PIS e Cofins, subsistema de contabilidade em demais padrões monetários
para depreciações e saldos de valores, subsistema de custo relacionado às
depreciações por equipamento e centro de custo, subsistema de contabilidade
por responsabilidade na depreciação e investimentos por área ou divisão na
organização e o subsistema de orçamento e previsões, com informações a respeito
de depreciações futuras, todos os subsistemas estão vinculados ao sistema de
controle patrimonial. As informações e os relatórios gerados são absorvidos
pelos demais subsistemas, conforme o atendimento de suas necessidades, com o
objetivo de suprir informações segmentadas dos usuários da contabilidade.

Segundo Padoveze (2015), é necessário realizar a emissão de relatórios de


controle e livros fiscais, sendo que o relatório mais importante criado pelo sistema
é o Controle de Crédito do ICMS do Ativo Permanente (CIAP), regulamentado no
estado de São Paulo pela portaria CAT número 25/2001. Em nível federal, o fisco
não cobra um livro ou sistema de “controle específico para apuração e controle
do PIS e Cofins creditados sobre os ativos imobilizados”, fato que resulta em um
relatório específico. O controle de impostos creditados para ocasional estorno, se
baixados no período exigido pela lei, é pedido por outros estados da federação,
por meio de um relatório legal e fiscal.

98
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

Figura 19 - Relatórios de controle e livros fiscais

Fonte: Pexels (2021).

Os outros relatórios exigidos são obtenções ou entradas do mês, baixas do


mês, decorrência nas vendas de permanentes; depreciações por equipamentos,
depreciação do mês por centro de custo, imobilizado por centro de custo, ativos
por divisão ou unidades de negócios, perdas por desvalorização, diferenças entre
o valor da depreciação contábil e fiscal, valor dos tributos diferidos pendentes e
realizados no período em função das diferenças de critérios de ativamento e de
cálculo de depreciação e o valor dos bens e dos direitos obtidos por financiamento
como leasing financeiro.

O controle de investimentos, por sua vez, é um subsistema vinculado


ao controle de patrimônio, com a finalidade do controle dos investimentos, a
verificação da responsabilidade na tomada de decisão planejados anteriormente
pela gestão da organização, como também, para a avaliação econômica daquele
investimento executado, a taxa de retorno, o ponto de equilíbrio e o valor líquido
desejado.

De acordo com Padoveze (2015), outro fator que deve ser considerado
com relação aos subsistemas é o valor residual, vida útil e ajuste ao valor
recuperável (impairment). As legislações n. 11.638/07 e 11.941/09 exigiram uma
disposição da legislação brasileira às normas internacionais de contabilidade,
com a determinação dos seguintes procedimentos nos elementos imobilizados
e intangíveis: reavaliação da vida útil do bem ou direito planejado no início do
ano, conforme o período de uso da organização; reavaliação do valor residual
desejado para o bem ou direito, quando terminar a vida útil, seja a acomodação
para a alienação; cálculo da taxa de depreciação ou amortização, quando começa
o período de vida útil de um bem ou direito, se tiver diferença com a anterior;
o patamar do valor depreciável ou amortizável para uma taxa na nova vida útil

99
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

do bem, se o novo valor residual for distinto do anterior; no final do exercício


é necessário um teste sobre a possibilidade do valor recuperável do ativo, um
valor justo ou de mercado ou uso dos fluxos futuros de caixa descontado. Se o
valor recuperável do ativo mostra um resultado menor do que o valor contábil
apurado líquido da depreciação ou amortização, é necessário um lançamento de
adaptação por perda de valor, diante do valor passível de recuperação do ativo
identificado como impairment.

Devemos, também, analisar a depreciação contábil versus depreciação


fiscal. Se a depreciação contábil demonstra valores distintos da lei do Imposto
de Renda, possíveis diferenças podem ser excluídas ou adicionadas ao lucro
contábil, com a finalidade de chegar ao lucro real tributável. A Lei n. 12.973/14
regulamenta a MP n. 627/13, destinada à acomodação da Receita Federal do
Brasil (RFB) para os preceitos do Imposto de Renda e da Contribuição Social para
as organizações, com Lucro Real e Lucro Presumido. Ela é baseada nas práticas
contábeis estabelecidas pelas Leis n. 11.638/07 e 11.941/09 de adaptação às normas
internacionais da contabilidade. A RFB permite o uso das taxas de depreciação
constantes no Regulamento do Imposto de Renda (RIR) de 1999, com fins de
dedução para o lucro tributável (Lucro Real).

Conforme Padoveze (2015), em empréstimos e financiamentos


bancários na configuração de leasing financeiro, os ativos são identificados
como imobilizados ou intangíveis, na compensação de contas do passivo
circulante e passivo não circulante, como resultado dos ativamentos existem
despesas de depreciação contábil e encargos financeiros nos financiamentos. No
leasing financeiro, a organização não tem interesse na propriedade do bem na
finalização do pagamento do financiamento, mas admite os riscos, as despesas e
as vantagens no uso do bem. A Lei n. 12.973/2014 não permite o procedimento,
orienta a contabilização nos livros fiscais por meio de acréscimos e de retiradas
para apuração do lucro real tributável no Imposto de Renda, no qual os valores
do pagamento das contraprestações do leasing financeiro são os custos ou as
despesas no exercício. Portanto, o subsistema de controle patrimonial precisa ser
capaz de oferecer informações para o monitoramento das movimentações por
período dos bens e direitos no leasing financeiro até a baixa no sistema.

Por fim, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) n. 32 orienta que


os valores contábeis para os tributos diferidos (Imposto de Renda e Contribuição
Social sobre o lucro líquido) e as diferenças nos valores da legislação do Imposto
de Renda, com relação ao valor das reavaliações e de adequações de avaliação
patrimonial e ao valor justo, devem ser adaptados sobre o valor contábil de obtenção
do ativo imobilizado e intangível, o valor na contabilidade dos impairments, o
valor das desigualdades entre a depreciação contábil e a depreciação fiscal. A
adaptação do valor do imobilizado pela retirada dos leasings financeiros deve
ocorrer na tributação do Imposto de Renda.

100
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

3.4 O SUBSISTEMA DE VALORIZAÇÃO DE INVENTÁRIOS OU


CUSTO CONTÁBIL
Segundo Padoveze (2015), as finalidades do subsistema de valorização de
inventários são a medição dos estoques e das transações entre si, de valorização
dos estoques finais pela mensuração das quantidades no sistema de inventário,
de estoques de origem comum e possíveis saídas para demais estoques, clientes
e fornecedores, nas demandas da legislação do custo integrado, dos livros de
inventário e da gestão na atualização dos estoques. Os controles e apurações de
inventário podem acontecer de forma periódica ou permanente.

Os controles e apurações de inventário periódico são realizados


por contagem no final do período, sem analisar as devidas movimentações
intermediárias de consumos de materiais e outros custos. Enquanto no
inventário permanente, por sua vez, as movimentações de entradas e saídas são
contabilizadas no período referido, não existe inventário final, porque o sistema
de forma automática indica o inventário final.

Conforme Padoveze (2015), é preciso haver uma discussão entre a


contabilidade e a gestão da organização para definir parâmetros básicos e/ou
alternativos, como preço médio ponderado e primeiro a entrar/primeiro a sair
(critérios básicos) e/ou preço de reposição, menor preço de mercado para possível
envio para o subsistema de contabilidade por responsabilidade e avaliação
de empresa, preço padrão, preço da última compra corrigido para gestão e/
ou Comissão de Valores Mobiliários (CVM), valorização em demais padrões
monetários e o preço de venda para produtos acabados (critérios alternativos).

O quadro 8 apresenta os procedimentos necessários para a contabilidade


de entradas e saídas na valorização de inventários ou custos contábeis.

Quadro 8 – A identificação de procedimentos para movimentação do subsistema de valorização


de inventários contábeis
Entradas Saídas
Solicitação de materiais ou produtos para
Compra e importação de materiais ou produtos
venda
Devolução de clientes Pedido de materiais de consumo nos departs
Transferência de materiais ou de produtos Transferência de materiais ou de produtos
Empréstimos de materiais Devolução para fornecedores
Retorno de industrialização Empréstimos de materiais
Reaproveitamento de materiais e sucatas Saídas para a industrialização
Edificação de materiais internos para estoque e
Saídas para entrega na garantia
solicitação
Retorno de materiais aproveitáveis Saídas para ativamento interno
Retorno de materiais inaproveitáveis Refugo de materiais
Mudança da origem do material, de fabricado Mudança da origem do material, de
para comprado comprado para fabricado

Fonte: Adaptado de Padoveze, 2015.

101
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

Com relação à operacionalização do subsistema de valorização de


inventários ou custos, devemos compreender alguns pontos. O primeiro são
os conceitos de valor e diretrizes para cálculos periódicos. Na operação do
subsistema, é inserida a “emissão de livros” e a “organização de arquivos” dos
inventários por regras de valor. No cálculo do valor dos inventários, são previstos
três períodos, a valorização da transação, a valorização do movimento diário e a
valorização da movimentação mensal, todas nos itens movimentados.

Conforme Padoveze (2015), com relação aos estoques de mercadorias


e custo das mercadorias vendidas para organizações comerciais, o estoque
operacional usado pelas empresas comerciais é o de mercadorias disponíveis
para venda – mesmo nos materiais indiretos e na parte administrativa, expresso
na quantidade vezes o preço (valor), oriundo do sistema operacional de controle
de estoque de mercadorias e o valor nos subsistemas de compras de mercadorias
e de entradas fiscais. A operação da valorização é a mesma para o estoque final
e as saídas do sistema, modificadas em “custo das mercadorias vendidas”. O
subsistema de valorização de inventários é integrado com diversos subsistemas,
absorve os dados dos subsistemas de compras, de entradas fiscais, de recebimento
físico, de controle de estoques e remessa de dados para o subsistema da
contabilidade.

Os estoques e insumos industriais mostram um fluxograma de


movimentação do almoxarifado para remessa de material para fábrica que
requisita materiais e estoca materiais não solicitados. Na produção, são incluídos
fatores como a mão de obra, as despesas e a depreciação, que estoca a produção
inacabada. A produção acabada é então encaminhada para produtos acabados,
remete para vendas e estoca produtos acabados não vendidos e os custos dos
produtos vendidos são enviados para contabilização.

Os estoques de materiais e requisição de materiais para organizações


industriais são os estoques das empresas industriais, alimentados por compras
de fornecedores. Eles são segmentados em estoques de matérias-primas, de
componentes, de materiais indiretos, de materiais de expediente, de materiais de
segurança, materiais de embalagem e materiais de manutenção, dentre outros.

De acordo com Padoveze (2015), os estoques de produtos em processo


e custo da produção acabada para organizações industriais são o resultado dos
valores das solicitações de materiais acrescido dos gastos de fabricação debitados
às fábricas. As despesas de fabricação acrescentadas aos materiais são mão de
obra direta e indireta da fábrica de chefia e apoio, despesas gerais, depreciação
dos imobilizados e amortização dos intangíveis.

Os estoques de serviços em processo e o custo dos serviços acabados das


empresas de serviços estocáveis correspondem aos empreendimentos de serviços,
principalmente industriais. Estocam e valorizam serviços em curso, de usinagem
e de montagem industrial, e possuem os mesmos procedimentos na valorização
de estoques de materiais. Por sua vez, os estoques de produtos acabados e custo
dos produtos vendidos de organizações industriais seguem o conceito de custo

102
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

por ordem, de forma que cada unidade de produto ou lote de produção será
valorizado e estocado, identificado como custo de produto vendido. No caso de
produção contínua, o estoque de unidades acabadas aufere o mesmo custeio do
estoque das unidades produzidas, por meio da regra de unidades equivalentes.

Segundo Padoveze (2015), as informações e relatórios gerados são


as principais informações contábeis geradas no subsistema de valorização de
inventário. Elas são compostas por valor dos estoques finais de mercadorias ou
materiais, produtos em processo e produtos acabados; valor dos movimentos
nos estoques e, entre eles, valorização das solicitações dos materiais, o custo da
produção acabada e o custo dos produtos vendidos; estoques finais e transações
em padrões monetários, ou valor em moeda corrente, como custo padrão, preços
de venda e preço de mercado, dentre outros. Os livros, ou registros, são o livro
de inventário, a contabilização do custo integrado e são coordenados com a
contabilidade fiscal e societária e o livro de inventário auxiliar, para correção
monetária integral realizada pela empresa.

Por fim, nos sistemas de Custos Contábeis no ERP, são utilizadas duas
estruturas básicas de informações contábeis quantitativas: a estrutura dos produtos
e os roteiros de fabricação. Os dados são acumulados a partir do subsistema de
ordens de produção, com a articulação de outro módulo ou subsistema do ERP,
identificado como MRP, administrado pela área de planejamento e controle da
produção (PCP). Os demais subsistemas que oferecem suporte do MRP são os
sistemas de chão de fábrica, os sistemas de Kanban, gestão das limitações e just-
in-time.

3.5 O SUBSISTEMA DE GESTÃO DE TRIBUTOS E OS


SUBSISTEMAS DE ANÁLISE FINANCEIRA E DE BALANÇO NOS
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBEIS (SIC)
Segundo Padoveze (2015), o subsistema de gestão de tributos apresenta
as seguintes informações: impostos e contribuições sobre mercadorias; impostos
e contribuições sobre o lucro, contribuições sobre a folha de pagamento; demais
impostos, contribuições e taxas. Os objetivos estão relacionados à capacidade de
informar as bases de cálculos de incidência dos tributos, as exceções das bases
de cálculo dos tributos, a gestão operacional dos tributos, o impacto dos tributos
sobre os estabelecimentos da empresa e do grupo corporativo, o monitoramento
resumido dos impostos a recuperar, dos créditos tributários pendentes regulares e
contenciosos e dos impostos parcelados, além das informações do balanço social.
A figura 20 demonstra os subsistemas de gestão de tributos e suas conexões.

103
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

Figura 20 – As integrações dos subsistemas de gestão de tributos e outros subsistema

Emissão de NFs
Escrita Fiscal de Saídas
Gestão de
Tributos

Entradas de NFs
Escrita Fiscal de Entradas
Sobre
Mercadorias

Apuração Fiscal Sobre o Contabilidade


Lucro Fiscal e
Societária

Outros
Contabilidade Fiscal e Societária Tributos

Sem Folha de
Pagamento
Folha de Pagamento

Fonte: Adaptada de Padoveze (2012).

Para cada tributo gerado, existe um relatório com informações, como


suportes de incidência dos impostos; bases de não incidência dos impostos;
tipos de movimentações de entradas, compras, importações, exportações,
transferências, remessas, despesas operacionais, receitas operacionais, receitas
financeiras etc.; prazos de recolhimento, indexador legal, se for o caso, prazo de
entrega das guias ou declarações; alíquotas básicas para as movimentações mais
relevantes e valor dos impostos debitados, creditados, aproveitados, prazo de
entrega, postergados, diferidos, a recuperar etc.

Conforme Padoveze (2015), os relatórios no subsistema de gestão de


tributos, com assuntos específicos, são impostos sobre mercadorias, como IPI,
ICMS, ISS, PIS, Cofins, Imposto de Importação, Imposto de Exportação, Simples;
imposto sobre o lucro, Imposto de Renda, Contribuição Social, Imposto de Renda
Retido na Fonte sobre Juros sobre o Capital Próprio e o Lucro Presumido; Imposto
sobre a Folha de Pagamento, INSS, FGTS, Sesi, Senai, Sest, Seguro-acidente etc.;
outros impostos, como Imposto de Renda nas Remessas para o Exterior, Imposto
sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto/Contribuição sobre Movimentação
Financeira, Imposto de Renda Retido na Fonte sobre aplicações Financeiras, INSS
autônomos, Imposto Territorial Rural (ITR), Imposto Predial e Territorial Urbano
(IPTU), Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) etc.

3.6 O SUBSISTEMA DE CUSTOS GERENCIAL E PREÇOS DE VENDA


E O SUBSISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DO NEGÓCIO NOS
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO CONTÁBEIS (SIC)
Conforme Padoveze (2015), o sistema de custos e o sistema de contabilidade
por responsabilidade têm obstáculos para a generalização e a padronização pelas
particularidades de cada empresa, com os segmentos e os diferentes métodos dos
custos dos produtos, por exemplo, a discussão entre o custo variável e o custo por
104
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

absorção presente na contabilidade até hoje. O subsistema de custo gerencial e


os preços de vendas apresentam os seguintes objetivos para contribuir na gestão
das organizações: custo unitário dos produtos e atividades; custo por ordem de
trabalho; custo para formação de preços de venda; análises de custos; análise de
rentabilidade de produtos; listas de preços; acompanhamento de preços de venda
formados e praticados; custo-padrão e análise das variações; acompanhamento
das variações de preços dos insumos etc.

De acordo com Padoveze (2015), a operacionalização do subsistema de


custos gerencial e preços de vendas ocorre da seguinte forma:

• Integração para análise – os subsistemas integrados no SIC são


relevantes para a tomada de decisão dos gestores nos negócios, como
em compras, engenharia, processo, faturamento integrados com o
subsistema de custos gerenciais e preços de vendas.
• Apuração por objetos de custos – a apuração do custo unitário de
produtos é recorrente no subsistema de custos. Porém, existem outras
formas de apuração, como custo por ordem de trabalho, ordem de
serviço e ordem de execução; custo por lote de fabricação; custo por
partes e peças; custo por conjuntos, normais e opcionais; custo de
configuração de produtos; custo por processos; custo por setor ou
departamento etc.
• Geração de listas de preço – é um meio usado de forma automática
na organização e na correção das listas de preços em custo unitário,
comumente utilizada em peças de reposição.
• Análise das variações – o subsistema trabalha com variadas
alternativas de preços de insumos de produção, inclusive de outros
subsistemas, como preços reais, preços padrões e preços de reposição.
• Avaliação geral da eficiência – é uma fase de reunião de informações
contábeis quantitativas e de valores, a partir de dados dos custos
unitários dos produtos, com a finalidade de realização de análise
comparativa de dados e avaliar a eficiência dos custos.
• Informações e relatórios gerados – o subsistema de custos gerenciais
e preços de vendas não gera muitos relatórios, pelo fato de oferecer
apoio decisório na gestão da organização. Alguns relatórios são
gerados com mais frequência, como: custo unitário dos produtos;
comparação entre preços de venda praticados versus preços de
venda; custos das ordens de trabalho, no custeio por ordem; custo
de fabricação por setor ou departamento, no custeio por processo;
análise das variações entre o custo-padrão e o custo real.

Segundo Padoveze (2015), atualmente, existem aplicativos de tecnologia


para pesquisa de dados dos clientes e do mercado, como: Armazém de Dados
(Data Warehouse – DW); Inteligência nos Negócios (Business Intelligence – BI);
Mineração de Dados (Data Mining – DM); Redes Neurais (RN); Inteligência

105
UNIDADE 2 As Práticas das Principais Demonstrações Contábeis e Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC)

Artificial (IA) e Grande Armazém de Dados (Big Data).

O subsistema de acompanhamento do negócio complementado pela


controladoria é fundamental para o acompanhamento da organização no mercado
e a tomada de decisão. O objetivo é a coleta, a organização e o armazenamento
de informações contábeis para o planejamento estratégico e o sistema de decisão.

Os objetivos do subsistema são o monitoramento do desempenho das


vendas, de clientes e de mercados, da situação econômica da empresa, do país e
do mundo, os indicadores internos versus externos de preços, de crescimento das
vendas, produtividade etc., da concorrência, das importações e das exportações
dos concorrentes, tamanho dos mercados, da participação da organização no
mercado (market share) e os indicadores de produtividades, todos por período.

A figura 21 demonstra a operacionalização do subsistema de


acompanhamento do negócio e as integrações com outros subsistemas.

Figura 21 – Integração do Subsistema de Acompanhamento do Negócio

Faturamento

Sistema de
Acomp. do
Cadastro de Negócio
Clientes

Análise das
Análise de vendas
Balanço

Avaliação do
Tamanho do
Dados do Mercado
Setor

Análise
Sistema
do Setor x
Dados da Orçamentário
Empresa
Conjuntura

Dados e
Dados de Análise da
Exportações e Conj. Econ
Importação

Dados dos
concorrentes

Fonte: Padoveze, 2015.


A figura 21 demonstra os aspectos mais significativos na tomada de
decisões nos negócios e a integração entre os subsistemas. O acompanhamento
do faturamento da empresa é fundamental, é necessário conhecer os clientes,
saber a condição patrimonial por meio do balanço. Além disso, é preciso conhecer
conjuntura econômica brasileira, um ambiente externo que interfere nos negócios
das empresas, os dados do comércio exterior de importações e exportações, visto
que a economia é globalizada, então, existem relações com o mercado externo, e
é fundamental entender os concorrentes, as vendas e a participação da empresa
no mercado.
106
Os subsistemas da contabilidade no Sistema de Informação Contábil (SIC)

Em uma pesquisa realizada Nibo, em 2016, com 43,3% de profissionais da


contabilidade, 20,9% na área administrativa, 12,9% a área fiscal, 5,9% departamento
de pessoal, 3,5% financeiro, 2,0% departamento de recursos humanos, todos 3,3%
e outras profissões 8,1%, em empresas com até quatro funcionários, sendo que
48% são sócios da empresa, 11% analista, 10% diretor e 10% gerente, em mais de
65% das empresas, antes de adquirir um Sistema de Informação Contábil (SIC)
pesquisam em até três opções de software, com duração de duas semanas até três
meses.

Aproximadamente, em 60% das empresas, o software é escolhido pelos


sócios, com base nos critérios de atendimento das necessidades das empresas,
facilidade no uso e o preço. O quadro 9 apresenta o Ranking dos SICs avaliados
na pesquisa.

Quadro 9 - Ranking por recomendação


De 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar esse software para
um amigo?

Colocação SIC Nota


1º Lugar Fortes 8,2

2º Lugar Domínio 8,0

3º Lugar Nasajon 8,0

4º Lugar e-contab 7,4

5º Lugar Mastermaq 7,4

6º Lugar Alterdata 7,3

7º Lugar Contmatic 7,2

8º Lugar SCI Visual Sucessor 6,9

9º Lugar Cordilheira 6,6

10º Lugar Folhamatic 6,5

11º Lugar Prosoft 6,4

Fonte: Adaptado de Nibo (2016).


Os Sistemas de Informação Contábeis (SICs) Fortes, Domínio, Nasajon,
e-contab, Mastermaq, Alterdata e Contmatic foram os mais recomendados pelas
informações contábeis que oferecem e por atender a demanda das empresas
usuárias.

1. A função de gestão do fluxo de informações contábeis para o subsistema


contábil societário e fiscal é fundamental para os subsistemas de informações na

107
AUTOATIVIDADE

contabilidade. Identifique a alternativa que apresenta os tipos de coletas e


armazenamento de dados nos subsistemas contábil societário e fiscal:

a. lançamentos contábeis no subsistema da controladoria;


lançamentos contábeis por conexões com outros sistemas
contábeis; lançamentos contábeis por conexões com subsistemas
gerenciais; coordenação da coleta e do armazenamento de dados
quantitativos.
b. lançamentos contábeis no subsistema da contabilidade geral;
lançamentos contábeis por conexões com outros sistemas
contábeis; lançamentos contábeis por conexões com subsistemas
operacionais; coordenação da coleta e do armazenamento de
dados quantitativos.
c. lançamentos contábeis no subsistema da contabilidade de
custos; lançamentos contábeis por conexões com outros sistemas
contábeis; lançamentos contábeis por conexões com subsistemas
fiscais; coordenação da coleta e do armazenamento de dados
qualitativos.
d. lançamentos contábeis no subsistema da contabilidade societária;
lançamentos contábeis por conexões com outros sistemas
contábeis; lançamentos contábeis por conexões com subsistemas
fiscais; coordenação da coleta e do armazenamento de dados
quantitativos.

2. Os Sistemas de Informação Contábeis (SIC) são utilizados por


grandes, médias e pequenas empresas. A contabilidade societária e fiscal e
os recursos humanos são áreas de um padrão de SIC. Aponte os quatro SICs
mais utilizados no Brasil para pequenos escritórios e pequenas empresas:

a. Domínio, Alterdata, e-contab, Cuca Fresca.


b. Domínio, Contmatic, Prosoft, Folhamatic.
c. Domínio, Folhamatic, Cuca Fresca, Alterdata.
d. Folhamatic, Prosoft, Contmatic, Cuca Fresca.

3. O subsistema de controle do patrimônio é um dos principais


subsistemas que compõem um sistema de informação, é o cerne da
contabilidade, responsável pelo acompanhamento das mutações do

108
patrimônio. Identifique os objetivos do subsistema de controle do patrimônio em
uma das alternativas abaixo:

a. controle físico e escritural dos ativos fixos; valorização contábil fiscal


e gerencial do ativo fixo; planejamento e controle dos recursos fixos;
armazenamento das informações para gestões com conexões do
ativo fixo; segurança e responsabilização dos bens e dos direitos dos
funcionários e controle dos tributos recuperáveis das imobilizações –
ICMS, PIS e Cofins.
b. capacidade de informar as bases de cálculos de incidência dos tributos,
exceções das bases de cálculo dos tributos, gestão operacional dos
tributos, impacto dos tributos sobre os estabelecimentos da empresa
e do grupo corporativo, monitoramento resumido dos impostos a
recuperar.
c. monitoramento do desempenho das vendas, de clientes e de
mercados, da situação econômica da empresa, do país e do mundo,
indicadores internos versus externos de preços, de crescimento das
vendas, produtividade etc.
d. monitoramento do desempenho de custos, do patrimônio, da situação
econômica da empresa, dos indicadores internos versus externos de
preços, de crescimento das vendas, produtividade etc.

4. A operacionalização do subsistema de valorização de inventários ou


custos é a parte pragmática dos subsistemas de informações para a compreensão
do seu funcionamento. Quais os conceitos de valor e as diretrizes para cálculos
periódicos no subsistema de valorização de inventários ou custos?

5. O subsistema de gestão tributária nos sistemas de informações


contábeis enfrenta um desafio das mudanças de legislações e a complexidade na
arrecadação dos impostos no Brasil. Explique quais os relatórios são produzidos
pelo subsistema de gestão tributária.

109
RESUMO
A unidade 2 apresentou conhecimentos centrais para a compreensão das
práticas contábeis em sistemas de informações. Para que tenham aproveitado
o conteúdo com sucesso, estudantes precisam ter compreendido os seguintes
objetivos:

a. entender sobre o Método das Partidas Dobradas na Contabilidade,


o Balanço Patrimonial, Patrimônio Líquido e a Demonstração do
Resultado do Exercício (DRE);
b. aprender os lançamentos, o plano de contas e as principais contas
utilizadas nos SICs;
c. compreender os subsistemas componentes dos Sistemas de
Informação Contábeis;
d. conhecer os SICs mais usados nas empresas.

110
CHAMADA

Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem


pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.

111
UNIDADE 3
O Sistema Público de Escrituração
Contábil – Sped (ICMS e IPI,
Contribuições, Contábil e Fiscal)

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• Entender a definição, o histórico e a tecnologia do Sistema Público de


Escrituração Digital (SPED).

• Compreender as principais legislações que norteiam o uso do Sped.

• Identificar os principais livros de escrituração contábil e opções de ope-


rações no Sped.

• Conceber etapas de funcionamento da operacionalização do processo de


escrituração contábil e fiscal no Sped (ICMS e IPI; contribuições).

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um
deles, você encontrará atividades visando à compreensão dos conteúdos
apresentados.

TÓPICO 1 - A definição e a cronologia do Sistema Público de


Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

TÓPICO 2 - A estrutura e a operacionalização do Sistema Público de


Escrituração Digital (Sped)

TÓPICO 3 - Apresentação das legislações e estatísticas de


escrituração contábil digital.

CHAMADA

Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos


em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá
melhor as informações.

113
114
Introdução da Unidade
O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é um sistema de
informação contábil, gratuito, com a finalidade de realização da escrituração
digital e a escrituração fiscal, um instrumento fundamental para facilitar o
trabalho do profissional da contabilidade, gerar economia de tempo e de
recursos financeiros, com a substituição da escrituração de livros contábeis
físicos por livros digitais.

A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é componente do Sped na área


fiscal, nos tributos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e no
Imposto sobre a Circulação de Mercadorias (ICMS). É um sistema com a
capacidade de reduzir a burocracia na arrecadação de tributos, contribuições
e evitar a sonegação de tributos.

Nos tópicos desta unidade, o estudante encontrará autoatividades,


com o objetivo de praticar o conteúdo apresentado. No processo de leitura,
de forma atenciosa, deve prestar atenção aos exemplos práticos, figuras,
gráficos, tabelas e quadros que ajudam o aluno(a) na compreensão do
tema abordado. É relevante, portanto, nesta unidade, pensar nos seguintes
assuntos: conteúdos de escrituração contábil digital no Sped; estruturas
do Sped; livros digitais e operações no Sped para tributos ICMS e IPI,
e contribuições; os possíveis problemas no uso do Sped na escrituração
contábil e fiscal.

115
116
TÓPICO 1
UNIDADE 3

1. A definição e a cronologia do Sistema


Público de Escrituração Digital (Sped), a
tecnologia e as principais legislações
1.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO
O tópico 1 apresenta o significado do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped), as etapas de avanços no sistema e a incorporação de possibilidades
de uso da escrituração digital para os usuários da contabilidade, ofertados pelo
governo, representado pela Receita Federal do Brasil (RFB).

A contabilidade, ao entrar na era digital, agilizou o trabalho dos


profissionais da área e reduziu o retrabalho. O sistema de tributação no Brasil
é complexo, demorado e pouco ágil, portanto, o avanço da tecnologia e a
digitalização de operações contábeis e fiscais colabora para o funcionamento
mais eficiente da contabilidade e da arrecadação do governo, que, por sua vez,
possui gastos obrigatórios e possui necessidade de um sistema ágil.

O conteúdo abordado no tópico 1 é muito importante para o profissional


da contabilidade, por explicar o significado de Sped, como surgiu o sistema, a
identificação de modificações no sistema ao longo do tempo, quem são os usuários,
o que ele pode oferecer de praticidade no trabalho do contador e/ou contabilista,
como realizar operações, no sentido de fazer uma escrituração digital mais fácil,
rápida e eficiente.

1.2 A DEFINIÇÃO E OS USUÁRIOS DO SISTEMA PÚBLICO DE


ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)
O Sped é uma ferramenta resultante da tecnologia para a realização
da escrituração contábil e fiscal digital, de forma estruturada, nas funções de
recebimento e respaldo de informações, de armazenamento e de garantia de
autenticidade na forma de documentos, das pessoas jurídicas, até mesmo, com
isenção, por meio de um fluxo único de informações.

A definição acima surgiu no decreto Lei n. 6.022 de janeiro de 2007, quando


o Sped foi criado pelo Governo Federal. A redação do texto foi modificada no
decreto n. 9.795 de 2019, como exposto.

Segundo o artigo 3º do decreto Lei n. 6.022 de janeiro de 2007, os usuários


do Sistema Público de Escrituração Contábil (SPED) são os seguintes:

I. a Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda;

117
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

II. as administrações tributárias dos Estados, Distrito Federal e


Municípios, por meio de convênios com a Secretaria da Receita
Federal do Brasil;
III. os órgãos e entidades da administração pública federal direta e
indireta, com responsabilidade legal de normatização, controle,
regulação e fiscalização (o texto foi alterado pelo decreto n. 9.795, de
2019). É relevante destacar, no aspecto das competências, os usuários
referidos anteriormente, determine a obrigação, o período e o prazo
de exposição dos livros e documentos pelo Sped.
IV. Todos os atos administrativos determinados entrarão
simultaneamente no Sped, conforme o vigor do ato. Os usuários
podem pedir informações aditivas imprescindíveis para a realização
das obrigações. As informações acessadas pelos usuários guardadas
no Sped podem ser compartilhadas, de acordo com atribuições, sem
comprometer a legislação nos assuntos de sigilos fiscal, comercial e
bancário. (BRASIL, 2007, on-line)

A figura seguinte apresenta os principais usuários do Sped para uma


dimensão do uso das informações, coordenadas pela Receita Federal do Brasil
(RFB).

Figura 22 – Os usuários do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)

Municípios

Adm. Tributária
Órgãos e entidades da RFB Municípios
administração pública Sped
direta e indireta

Distrito
Federal

Fonte: Adaptada de Brasil (2019).

Vejamos, agora, quais são as competências da Receita Federal do Brasil no


que diz respeito à escrituração digital.

118
A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

1.3 AS COMPETÊNCIAS DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL


(RFB) NA ESCRITURAÇÃO DIGITAL
A Receita Federal do Brasil é o órgão do Governo Federal responsável
pela execução do Sped, com devidas competências listadas a seguir:

a. executar medidas para oferecer suporte ao sistema de informação


Sped;
b. conduzir ações do Sped;
c. adequar o sistema a necessidade dos usuários;
d. assegurar uma política de segurança e de acessibilidade às informações
contidas no sistema.

O Sped oferece opções para o uso de funções de órgãos para agilizar


a autenticidade de livros mercantis. A Receita Federal do Brasil, os órgãos e as
entidades da administração pública federal direta e indireta podem apresentar
“normas complementares”, de layout e prazo, referentes às informações da
contabilidade, editadas depois das consultas e na situação de anuência dos
usuários do sistema, por meio de convênios da RFB e os usuários.

ATENCAO

É importante deixar claro, como a escrituração contábil é denominada pelas


instituições. A Receita Federal do Brasil (RFB) utiliza o termo Escrituração Contábil Digital,
enquanto o Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI) chama de Livro
Digital e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) de Escrituração Contábil em Forma
Eletrônica. O termo Sped Contábil é mais conhecido e usual.

Na Escrituração Contábil Digital (ECD), há diversos livros digitais, como


livro geral; diário com escritura resumida, relacionado ao livro auxiliar, diário
auxiliar; razão auxiliar; livro de balancetes diários e balanços.

O processo de digitalização na contabilidade facilitou muito o trabalho


do profissional contador e do contabilista, dos escritórios de contabilidade, das
consultorias, das grandes, médias, pequenas e microempresas, governos em nível
federal, estadual e municipal, além de órgãos públicos da administração direta e
indireta terem passado a realizar a escrituração digital, com a dispensa dos livros
físicos ou manuais. A escrituração digital agiliza o trabalho dos profissionais da
contabilidade, economiza tempo e pode aumentar o tempo de análise dos dados
contábeis, que é muito relevante para os gestores tomarem decisões e reduzir o
tempo destinado ao trabalho operacional.

119
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

1.4 A ARRECADAÇÃO DE TRIBUTOS E O HISTÓRICO DA


DIGITALIZAÇÃO NA RECEITA FEDERAL DO BRASIL (RFB)
O setor público brasileiro demorou muito tempo até inserir a digitalização
nos órgãos públicos em nível federal, estadual e municipal, nas instituições
públicas diretas e indiretas. A digitalização, como, por exemplo, no Sped, é um
sistema de escrituração digital contábil e fiscal, pode colaborar para facilitar o
lançamento de informações de forma rápida e ágil, facilitar o cumprimento
das obrigações legais, integrar sistemas em nível federal, estadual e municipal,
diminuir a sonegação de tributos, facilitar o controle dos tributos pelo governo e
melhorar a arrecadação.

A figura 23 demonstra os ganhos fiscais para o governo em nível federal,


estadual e municipal com uso do Sped.

Figura 23 – O Sped e as vantagens fiscais para o governo

ELEVAÇÃO DA
REDUÇÃO DA
SPED ARRECADAÇÃO
SONEGAÇÃO
DE TRIBUTOS

Fonte: Adaptada de Brasil (2021a).

Conforme Nardon Filho (2010), a exigência de imposto de renda para


pessoa física e jurídica no Brasil existe desde quando surgiu a RFB em 1922.
Durante muito tempo, a Receita Federal do Brasil (RFB) teve dificuldades de
fiscalizar e arrecadar tributos devido à falta de equipamentos adequados e a falhas
na fiscalização, realizada por sorteio ou acusação, porque a RFB não conseguia
fiscalizar todas as empresas. Na resolução do problema, em 1965, a RFB criou um
sistema de inteligência para o cadastro de todos os contribuintes, pessoas físicas
e pessoas jurídicas.

Entre a fiscalização, a arrecadação do governo e a contabilidade nas


empresas, existia uma incompatibilidade. As empresas seguiam a Lei n. 2.627 das
Sociedades Anônimas, mas mesmo empresas limitadas eram muito atrasadas,
com relação aos lançamentos e registros contábeis. Surgiu, então, a Lei n. 6.404,
de 1976, o Decreto-Lei n. 1.598, das Sociedades Anônimas, e foi quando ocorreu
um estreitamento da legislação contábil com a legislação fiscal.

A figura 24 identifica os problemas existentes antes da organização do site


da RFB e do uso da internet na questão contábil e fiscal.

120
A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

Figura 24 – Entraves na arrecadação de tributos antes da internet

Não conseguia Falta de


cobrar todos os
Falta de identificação
RFB tributos. entre a prática
Arrecadação equipamentos
baixa. contábil e
a área

Fonte: Adaptada de Nardon Filho (2010).

Por exemplo, o Imposto sobre os Produtos Industrializados (IPI), um


tributo federal, era cobrado, anteriormente, por coerção. Nas unidades da
federação no Brasil, a fiscalização era emitida pela via da nota fiscal. Porém,
existia uma dificuldade na cobrança do tributo. Os estados começam a cobrar
das empresas uma síntese do que ocorreu em cada mês, com a finalidade de
identificar a necessidade de pagamento do IPI, fato que deu origem ao trabalho
de inteligência na fiscalização de tributos, melhorou.

Em 1995, a Receita Federal do Brasil (RFB) colocou à disposição


conhecimentos e serviços pela internet aos usuários da contabilidade, um
processo de investimentos por parte do Estado brasileiro em infraestrutura
e equipamentos. Então, no ambiente virtual, por meio de um site, foi possível
oferecer informações, promover agilidade no pagamento dos tributos, redução de
despesas e, além de tudo, houve estímulo à inclusão digital do cidadão brasileiro.

A Receita Federal do Brasil (RFB) ao longo do processo passou por


mudanças, desde o início do uso da internet para desenvolver o Sped, como
demonstra o quadro 10.

Quadro 10 – Cronologia do uso da Internet pela Receita Federal até o Sped


MÊS/ANO ATIVIDADE
Outubro de 1995 A Receita Federal do Brasil começa a divulgar informações na internet.
Março de 1996 Difunde uma página sobre o Imposto de Renda no site do Ministério da Fazenda.
Setembro de 1996 Apresenta na internet o site da www.receita.fazenda.gov.br.
Outubro de 1996 Oferece informações da restituição do Imposto de Renda para Pessoas Físicas.
Março de 1997 Permite a realização da declaração do Imposto de Renda pela internet.
Janeiro de 1998 Certidão negativa de pessoas jurídicas.
Setembro de 2000 Oferece serviço de correio eletrônico.
Julho de 2002 Serviço Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).
Agosto de 2002 Condição de consulta pública ao CPF.
Outubro de 2002 Receita 222 cria atendimento virtual.
Novembro de 2002 Trabalho de cidadania e educação fiscal para crianças e jovens pelo leãozinho.
Fevereiro de 2003 Oferece consulta de extrato, elaboração e envio da declaração de IR retido na fonte.
Outubro de 2003 Considerado um dos cinco melhores sites do mundo entre governos.
Agosto de 2004 Extrato simplificado da DIRPF.
Novembro de 2005 Lança o site memória da SRF.
Dezembro de 2005 Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte e-CAC.
Julho de 2006 Sistema Público de Escrituração Digital (Sped).

Fonte: Adaptado de Nardon Filho (2010).

121
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

Na evolução do uso da internet pela Receita Federal até chegar ao Sped,


verificamos o surgimento, em 4 de outubro de 1995, quando o órgão público
passou a divulgar informações sobre tributos, datas de vencimento, quantidade
de tributos coletados naquele mês e restituição do Imposto de Renda, uma
informação de interesse mais amplo por parte dos usuários (NARDON FILHO,
2010).

Em março de 1996, houve um avanço significativo na disponibilidade


de informações aos contribuintes, ao ser criada uma página sobre Imposto de
Renda no site do Ministério da Fazenda. A RFB passou a disponibilizar diversas
informações para o Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF), retido na fonte.
Foi criada uma opção, on-line, para baixar o programa para a declaração do IRPF,
a fim de facilitar o preenchimento da declaração do contribuinte e evitar filas –
anteriormente, era distribuído um disquete de forma presencial, com o software
para a execução da declaração de IRPF (NARDON FILHO, 2010).

Em 19 de setembro de 1996, a RFB criou e lançou o seu próprio site, com a


finalidade de oferecer mais informações sobre tributos, principalmente o Imposto
de Renda, para facilitar a operacionalização das declarações de imposto de renda.

A página da RFB foi a mais acessada, na época, no site do Ministério da


Fazenda. Então, cada vez mais, os contribuintes pediam informações sobre os
tributos, em um período de crescimento do número de pessoas com acesso aos
computadores e a internet no Brasil. A internet começou a ser visualizada no país
como um meio de obtenção de dados, informações e conhecimentos. A burocracia
para o pagamento dos tributos no país era muito elevada, os contribuintes
esperavam do governo federal um meio de facilitação das declarações de Imposto
de Renda, especialmente de IRPF.

Em outubro de 1996, a Receita Federal do Brasil (RFB) passou a


disponibilizar no site do órgão federal informações sobre a restituição do Imposto
de Renda Pessoa Física (IRPF), fato muito apreciado pelos contribuintes. Os
acessos no site da RFB subiram de 5 mil, em setembro de 1996, para um patamar
acima de 30 mil, em outubro de 1996.

O programa Receitanet, da Receita Federal do Brasil (RFB), foi lançado


em 17 de março de 1997 no site do órgão, como uma experiência pioneira no
mundo, com a finalidade de estreitar a comunicação do governo federal e os
contribuintes de tributos. O Receitanet permite preencher declaração de Imposto
de Renda e transmiti-la em tempo real, com redução de despesas e de tempo no
processamento das informações. A RFB recebeu vários prêmios pelo Receitanet,
devido à capacidade criadora e ao incremento tecnológico, acrescido da relação
de confiança e de segurança entre o governo e os contribuintes de tributos.

Em primeiro de janeiro de 1998, a Receita Federal do Brasil (RFB)


atendeu aos usuários do site do órgão, com a disponibilização de um recurso
pela internet para a emissão da Certidão Negativa de Débitos (CND) de pessoa
jurídica, depois, de pessoa física, uma reivindicação que vinha sendo feita pelos

122
A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

contribuintes. Em setembro de 2000, respostas automáticas foram inseridas no


site da RFB, respondendo a 70% das dúvidas dos contribuintes pela oferta do
correio eletrônico, embora já existisse um canal de comunicação do contribuinte
de tributos com o governo, por meio do fale conosco.

Outros avanços ocorreram em julho de 2002, com a implantação do Sistema


Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), entradas/saídas de mercadorias e o
acompanhamento da Balança Comercial brasileira, com uma integração maior
entre a RFB, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e o Banco Central do Brasil
(Bacen) nas operações de exportações e importações para facilitar a padronização
de termos, conceitos e dados, além do controle das operações do comércio exterior
no Brasil.

Em agosto de 2002, a RFB passou a oferecer a consulta ao Cadastro de


Pessoas Físicas (CPF) na internet, embora ele exista desde 1965, para obtenção de
dados dos contribuintes de Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). A consulta
ao CPF é relevante até hoje, por empresas, bancos, hospitais e governo, como uma
referência para informações das pessoas físicas. Com a oferta de uma consulta
ao CPF na internet, a ideia da RFB era ampliar o cadastro de pessoas físicas,
independentemente de declararem o Imposto de Renda ou não. O número de
cadastrados era 157 milhões (2002), dos quais 22 milhões eram contribuintes de
IRPF.

Ainda em outubro de 2002, a RFB lançou o 222, um serviço de atendimento


pela internet. Em novembro de 2002, um trabalho educativo e de cidadania na
área fiscal foi iniciado, com a criação do leãozinho. Em agosto de 2004, a RFB
apresentou o extrato simplificado da DIRPF. Dentre outras implementações da
RFB, foi criado o Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte denominado
de e-CAC, em dezembro de 2005. Em julho de 2006, surgiu o Sistema Público de
Escrituração Digital (Sped) e a legislação em 2007.

Em 2005, aconteceu o II Encontro Nacional de Administradores Tributários


(ENAT) na cidade de São Paulo, evento que resultou na assinatura de termos de
cooperação n. 2 e n. 3 para a execução do Sistema Público de Escrituração Digital
(Sped) e a facilitação do trabalho dos contribuintes, por meio da nota fiscal de
forma eletrônica. Faz parte de um Projeto de Modernização da Administração
Tributária e Aduaneira (PMATA), com o objetivo de avanços na tecnologia da
informação por parte do governo federal, impulsionado pelo Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC), executado de 2007 a 2010, o qual contemplava
a diminuição do custo Brasil, a melhoria do sistema tributário brasileiro, a redução
de sonegação e fraudes.

O Sped foi criado no decreto n. 6.022 de 22 de janeiro de 2007, como


explicado anteriormente, um processo de alterações iniciado na informatização
da RFB, em uma relação digital iniciada entre o governo e os contribuintes,
resultante em Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital
(EFD) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) em um ambiente digital com inovações
tecnológicas.

123
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

A digitalização facilita as conexões entre as esferas em nível federal,


estadual e municipal, parcerias com empresas para o desenvolvimento de
alternativas para a execução de obrigações tributárias acessórias, a transparência
e a segurança das informações. O quadro 11 apresenta as premissas do Sped.

Quadro 11 – As principais premissas no desenvolvimento do Sped


1 - O Sped é um documento eletrônico com teor jurídico e certificação digital no
patamar ICP de padronização de qualidade.
2 - Estimula trocas de informações e melhora o ambiente de negócios.
3 - Possui encargo jurídico no armazenamento eletrônico e a escrituração digital
pelo contribuinte.
4 - Diminuição de despesas para os contribuintes tributários.
5 - Desenvolvimento de aplicativos para a introdução e a remessa da Escrituração
Digital e da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), como alternativas para o contribuinte.

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

O contribuinte pode acessar uma consulta ao Sped pelo ambiente


virtual da Receita Federal do Brasil (RFB), especificamente no Centro Virtual
de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC), por meio de certificado digital, com
valor jurídico. O contribuinte recebe acesso ao instalador do Sped ReceitanetBx,
um programa para baixar a Escrituração Contábil Digital (ECD) e a Escrituração
Fiscal Digital (EFD), local no qual aparece a contribuição tributária da empresa ao
Sped, como demonstra a figura 25.

Figura 25 – Acesso ao Sped na Receita Federal do Brasil (RFB)

www.receita.fazenda.gov.br

Consulta - Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC)

Sped ReceitanetBx

Escrituração Contábil Digital (ECD)

Escrituração Fiscal Digital (EFD)

Fonte: Adaptada de Brasil (2021a).

O desenvolvimento do Sped facilita o trabalho de escrituração, a RFB


procura aperfeiçoar o programa Sped ReceitanetBx, com o objetivo de melhorar o
acesso ao contribuinte e facilitar a viabilização da escrituração digital.

124
A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

1.5 APRESENTAÇÃO DAS LEGISLAÇÕES E ESTATÍSTICAS DE


ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL
O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) no Brasil passou por
mudanças, inovações tecnológicas, na estrutura, na organização, no acesso e na
legislação. No item, apresenta-se as principais alterações na legislação e dados
alcançados sobre a escrituração digital no país para a visualização da dimensão
do Sped, atualmente, em 2021.

O quadro 12 apresenta as modificações na legislação brasileira que


regulamenta juridicamente o Sped.

Quadro 12 – As legislações do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)


LEGISLAÇÃO OBJETIVO PRINCIPAIS ASPECTOS
Os livros de escrituração serão emitidos
de forma digital.
Decreto n. 6.022 de 22 de Criou o Sistema Público de
janeiro de 2007 Escrituração Digital (Sped).
Estabelece os usuários do Sped e
competência da RFB.
Substituição de empresários e sociedades
empresariais por empresários e das
pessoas jurídicas, imunes ou isentas, por
meio de fluxo único de informações.
Alteração da redação do art.
2º do decreto n. 6.022 de 22 de A disposição no caput não dispensa os
janeiro de 2007. empresários e as pessoas jurídicas, como
as isentas da responsabilidade de manter
Mudança na redação do art. 2º os livros e documentos, conforme prazos
§ 2° do decreto n. 6.022 de 22 e a legislação.
de janeiro de 2007.
Trata dos órgãos da adm. Pública direta e
Modificação na redação do art. indireta, com tributo legal de regulação,
Decreto n. 7.979 de 2013 3º, III do decreto n. 6.022 de 22 normatização, controle e fiscalização
de janeiro de 2007. dos empresários e das pessoas jurídicas,
incluindo isentas.
Alteração na redação do art. 4º,
parágrafo único, do decreto n. Com relação à responsabilidade na
6.022 de 22 de janeiro de 2007. transmissão das informações no Sped
dos empresários e das pessoas jurídicas,
Mudança na redação do art. 5º incluindo as isentas.
§ 2º do decreto n. 6.022 de 22 de
janeiro de 2007. Referente a pedido da RFB aos
empresários e as pessoas jurídicas,
mesmo isentas, e de org. representativa
nacional de profissionais na área contábil,
com relação ao Sped.
Prorrogação em caráter emergente da
entrega da ECD, até o último dia útil
A prorrogação do prazo da
de julho de 2020, mesmo nos casos de
Escrituração Contábil Digital
extinção, fusão, cisão e incorporação na
(ECD), do ano de 2019.
totalidade ou na parcialidade de pessoa
jurídica.

125
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

A Escrituração do Livro Aprova determinações para a


Registro de Controle da obrigatoriedade de Escrituração do Livro
Instrução Normativa da Produção e do Estoque Registro de Controle da Produção e do
RFB n. 1.672 de 24 de Integrante da Escrituração Estoque Integrante da Escrituração Fiscal
novembro de 2016 Fiscal Digital (EFD) pela Digital (EFD), por meio da Instrutiva
Instrutiva Normativa n. 1.652 Normativa n. 1.652 de 20 de junho de
de 20 de junho de 2016. 2016.
Prorrogação em caráter emergente da
entrega da ECD, até o último dia útil
Instrução Normativa A prorrogação do prazo da
de julho de 2020, mesmo nos casos de
da RFB n. 1950 de 12 de Escrituração Contábil Digital
extinção, fusão, cisão e incorporação na
maio de 2020 (ECD), do ano de 2019.
totalidade ou na parcialidade de pessoa
jurídica.
Consolidação de informações
Obrigação para pessoas jurídicas e as
Instrução Normativa RFB da Instrução Normativa n.
equiparadas, como também isentas,
n. 2003 de 18 de janeiro 1.774 de 2017, mudanças
a obrigação de manter a escrituração
de 2021 posteriores e alteração no art.
contábil, conforme a legislação comercial.
3º.

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

A principal legislação do Sped, o Decreto n. 6.022 de 22 de janeiro de


2007, é simplificada e apresenta diretrizes gerais sobre a criação e uso do Sistema
Público de Escrituração Digital (Sped). Com a definição, os livros digitalizados da
contabilidade, a identificação dos usuários do Sped, o acesso e compartilhamento
de informações é competência da Receita Federal do Brasil (RFB), apresentado no
início do tópico.

A legislação foi alterada apenas com correção de redação pelo decreto


n. 9.795, de 2019, principalmente para acrescentar empresários e das pessoas
jurídicas, inclusive isentas em substituição ao empresário e sociedade empresarial,
como apresentado no quadro anterior. Algumas instruções normativas foram
aprovadas para modificação de aspectos na escrituração digital, com a finalidade
de especificar algumas questões, como explica o mesmo quadro.

DICAS

Recomendamos a leitura da Instrução Normativa mais recente, a Instrução


Normativa n. 2.003, de 18 de janeiro de 2021.
BRASIL. Ministério da Economia. Secretaria Especial da Receita Federal. Instrução
Normativa n. 2.003, de 18 de janeiro de 2021. Dispõe sobre a Escrituração Contábil
Digital. Brasília, DF: Ministério da Economia/Secretaria Especial da Receita Federal, 2021.
Disponível em: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/instrucao-normativa-n-2.003-de-
18-de-janeiro-de-2021-299786138. Acesso em: 13 maio 2021.

Todos os artigos apresentados nessa Instrução Normativa estabelecem de


forma objetiva diretrizes para o funcionamento da Escrituração Contábil Digital
(ECD) no Sped. É fundamental para o profissional da área de contabilidade o
conhecimento da legislação vigente, porque é obrigatório o seu cumprimento.

126
A definição e a cronologia do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), a tecnologia e as principais legislações

Os responsáveis pela contabilidade na ECD responderão juridicamente caso a


legislação não seja respeitada, além de ser possível que tenham de pagar multas,
como mostra a figura 26.

Figura 26 – As Principais Legislações na ECD

Decreto n. 6.022 de 22 de 2007 E S


Decreto n. 9.795 de 2013 C P
Instrução Normativa n. 2.003 de 2021 D E
D

Fonte: Adaptada de Brasil (2021a).

Verifique, agora, a estatística da Escrituração Contábil Digital no Brasil


(ECD) para a verificação do crescimento ao longo dos anos, por meio do aumento
do número de ECD recebidas pela Receita Federal do Brasil (RFB).

Tabela 4 – Escrituração Contábil Digital (ECD) recebida no Brasil (2017 – 2020)


ANO QUANTIDADE
2017 939.062
2018 975.049
2019 1.092.773
2020 1.213.507

Fonte: Adaptada de Brasil (2021a).

A tabela 4 mostra um aumento no número de ECD recebidas no Brasil,


no período de 2017 a 2020. Em 2018, foram 975.049 ECD, uma elevação de 35.987,
com relação ao ano de 2017, uma quantidade no total de 939.062 escriturações.
Em 2019, atingiu mais de um milhão, com 1.092.773 ECD, um resultado de
117.724 superior ao ano de 2018. Em 2020, chegou ao patamar de 1.213.057, com
um aumento de 120.734 ECD, com relação a 2019.

A Escrituração Contábil Digital (ECD) tem uma adesão maior a cada


ano. Por facilitar o trabalho do profissional de contabilidade, significa economia
em termos de despesas de armazenagem de documentos, economia de trabalho,
agilidade na execução dos livros digitalizados, uma maior eficiência no resultado
da contabilidade por permitir a análise mais rápida dos resultados, como também
pelo tempo que os profissionais podem destinar a outras questões relevantes da
contabilidade tributária.

127
AUTOATIVIDADE

1. O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) foi desenvolvido


pela Receita Federal do Brasil (RFB) para facilitar o trabalho do contador e/ou
contabilista na digitalização. Dessa forma, aponte os principais componentes
do Sped.

a. Lançamentos contábeis de tributos estaduais.


b. Registros contábeis de tributos em nível federal e municipal.
c. Escrituração contábil e fiscal.
d. Escrituração financeira e fiscal.

2. A Escrituração Contábil Digital (ECD) faz parte do Sped e é composta


por livros contábeis obrigatórios, regulamentados pelos procedimentos e
legislação da contabilidade. Sendo assim, identifique os livros digitalizados
na ECD.

a. Livros societários; livros trabalhistas e livros contábeis.


b. Livro diário e auxiliares (se houver); razão auxiliar e auxiliares;
livro de balancetes diários e balanços.
c. Livros exigidos pelo Estado.
d. Livro fiscal; livro contábil e livro societário.

3. A Receita Federal do Brasil (RFB) é o órgão responsável pelo


Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), pela coordenação do sistema
no Brasil e em inter-relações entre esferas de governos. Aponte as principais
competências da RFB no Sped:

a. Suporte ao sistema de informação; adequação do sistema à


necessidade dos usuários; assegurar uma política de segurança e
de acessibilidade às informações contidas no sistema.
b. Realiza a escrituração contábil e fiscal; a segurança é de
responsabilidade do profissional da área de contabilidade; o
acesso aos dados é restrito aos usuários.
c. Digitalização do acervo enviado; Execução de livros de balancete
e balanço; disponibiliza o programa Receitanet e informações
fiscais.

128
d. Suporte ao programa Receitanet; adapta o programa à necessidade
das administrações fiscais diretas e indiretas dos estados; permite
ao usuário o uso livre das informações; o prazo da escrituração é
irrevogável no sistema.

4. O decreto n. 6.022, de 22 de janeiro de 2007 deu origem ao Sistema


Público de Escrituração Digital (Sped). Os usuários são muito importantes em
um sistema de informação e colaboram para o aperfeiçoamento do Sped. Quais
os usuários do Sped de acordo com a legislação acima?

5 – O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) trouxe diversas


vantagens para os profissionais da contabilidade, governo federal, estadual e
municipal, usuários externos e usuários internos, por facilitar o acesso à informação
de forma rápida, com maior integração entre governos e menor despesa. Assim,
quais as principais premissas no desenvolvimento do Sped? Quais os aspectos
que destacariam na Instrução Normativa n. 2.003, de 18 de janeiro de 2021, com
relação à obrigatoriedade, aos livros da escrituração digital e ao acesso ao Sped?

129
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

130
TÓPICO 2
UNIDADE 3

2. A estrutura e a operacionalização do
Sistema Público de Escrituração Digital (Sped)

2.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO


A compreensão do funcionamento do Sped é essencial para o usuário
do sistema na operacionalização. A escrituração digital facilita a execução dos
seguintes livros: livro diário e auxiliares (se houver); razão auxiliar e auxiliares;
livro de balancetes diários e balanços, conforme o Decreto n. 6.022 de 22 de janeiro
de 2007.

A Receita Federal do Brasil (RFB) desenvolveu o Sped a partir de três áreas,


a Escrituração Contábil Digital (ECD), a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Nota
Fiscal Eletrônica (NF-e). A ECD é focada na digitalização dos livros contábeis,
enquanto a EFD é executada para facilitar a operacionalização da questão fiscal,
do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) e contribuições.

O objetivo do tópico 2 é apresentar conhecimentos da estrutura,


organização e operação do Sistema Público de Escrituração Contábil (Sped) para
o entendimento de uso pelo profissional da contabilidade.

2.2 APRESENTAÇÃO DA ESTRUTURA DO SPED E


FUNCIONALIDADES
O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é um sistema de
informação disponibilizado pela Receita Federal do Brasil (RFB) para a
digitalização da escrituração contábil e fiscal, integrado nas esferas federal,
estadual e municipal dos governos.

Os seguintes princípios foram estabelecidos pela Lei n. 13.460/2017 para o


atendimento do usuário no Sped: a) acessibilidade; b) eficiência; c) segurança; d)
presunção da boa-fé por parte do usuário; e) respeito; f) cortesia; g) urbanidade;
h) igualdade; i) eficiência; j) ética (BRASIL, 2017, on-line).

A RFB disponibiliza uma página específica para o sistema de escrituração,


com as opções de informações de serviços, legislação e parceiros do projeto e
um ícone de busca chamado de pesquise no Sped. Do lado esquerdo da página
na internet, apresentam-se os módulos: Central de Balanços; Conhecimento de
Transporte eletrônico (CT-e); Escrituração Contábil Digital (ECD); Escrituração
Contábil Fiscal (ECF); Escrituração Fiscal Digital (EFD) Contribuições;
Escrituração Fiscal Digital (EFD) ICMS e IPI; Escrituração Fiscal Digital (EFD)

131
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

Reinf (retenções e outras informações fiscais); e-financeira (arquivos digitais);


eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas); Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDF-e); Nota Fiscal
de Consumidor Eletrônica (NFC-e); Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); Nota Fiscal
de Serviços Eletrônica (NFS-e) e Simplificação (integração das administrações
tributárias). Em todos os módulos, os usuários encontram aspectos, como: o quê?;
Downloads; legislação; perguntas frequentes e serviços (BRASIL, 2021a, on-line).

Na opção “conheça o Sped”, o usuário encontra as seguintes informações:


apresentação; benefícios; histórico; objetivos; premissas; universo de atuação
e estatísticas do Sped. Em serviços, informações a respeito de contribuinte,
atualização de tabelas, estatística ECD junta, entes conveniados e habilitação de
usuários (BRASIL, 2021a, on-line).

Na legislação, a RFB disponibiliza a principal lei do Sped – Lei n.


13.460/2017. Por fim, nos parceiros do projeto, membros, entidades e empresas
piloto. No site do Sped, usuário encontra disponível o programa instalador
do Sped denominado de ReceitanetBX, disponível em Windows (sistema
operacional da Microsoft) e no Linux (sistema operacional livre para a execução
de programas), realizar o download da Escrituração Contábil Digital (ECD) e da
Escrituração Fiscal Digital (EFD) (BRASIL, 2021a, on-line).

O contribuinte pode consultar os arquivos enviados anteriormente da


Escrituração Contábil Digital (ECD) e da Escrituração Fiscal Digital (EFD). A RFB
esclarece que desde a versão 1.6.0, todas as versões anteriores do ReceitanetBX
devem ser trocadas para a mais atualizada e aprimorada em termos de tecnologia
(BRASIL, 2021a, on-line).

É importante destacar que a máquina virtual Java (JVM), na versão 1.6 ou


superior, precisa de instalação, porque o programa em Java (JVM) só funciona
com a JVM. No dia 27 de abril de 2021, a RFB lançou uma nova versão do
programa para Escrituração Contábil Digital (ECD), a versão 8.0.5. As principais
mudanças no programa 8.0.5 foram as seguintes: a) houve uma alteração corretiva
na condição comparativa de saldos anteriores e saldos atuais, na situação de
saldos finais e iniciais é zero; b) aperfeiçoamento no programa na validação da
escrituração (BRASIL, 2021a, on-line) .

DICAS

Caso você queira saber mais sobre o programa, ele está disponível no site
da Receita Federa, na área do Sped, e o download pode ser feito por meio deste link:
https://www.gov.br/receitafederal/pt-br/assuntos/orientacao-tributaria/declaracoes-
e-demonstrativos/sped-sistema-publico-de-escrituracao-digital/escrituracao-contabil-
digital-ecd/escrituracao-contabil-digital-ecd.

132
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

As atualizações precisam ser feitas, geralmente, a cada ano, pois a


tecnologia muda e novos recursos são oferecidos. A perspectiva da RFB é
oferecer o programa ReceitanetBX, de forma gratuita, com uma tecnologia
moderna, segurança digital e atender as necessidades dos usuários, com relação
a escrituração digital e fiscal, além de melhorar a arrecadação de tributos, como
ICMS e IPI, contribuições, reduzir a sonegação fiscal e fraudes (BRASIL, 2021a,
on-line).

Após a instalação do programa ReceitanetBX, os usuários do Sped realizam


o requerimento para o acesso ao sistema. Quando o usuário estiver habilitado,
como membro conveniado, terá acesso às informações das escriturações realizadas
dos contribuintes, conforme a legislação do Decreto lei n. 6.002 de 2007.

Para enfatizar, os membros conveniados são compostos pela Secretaria


Especial da Receita Federal do Brasil (RFB); administrações de tributos dos
Estados, do Distrito Federal e Municípios; órgãos e entidades da gestão pública
federal direta e indireta, com responsabilidade jurídica de regulação, estabelecer
normatização, controles e fiscalização dos empresários e das pessoas jurídicas,
mesmo aquelas imunes ou isentas. Todos os demais órgãos e governos precisam
estabelecer um convênio com a Receita Federal do Brasil (RFB) (BRASIL, 2021a,
on-line).

O atendimento prioritário no Sped é destinado às pessoas com deficiência,


aos idosos de 60 anos e mais, às gestantes e às lactantes e àquelas pessoas com
crianças de colo e aos obesos (BRASIL, 2021a, on-line).

Nos serviços oferecidos pelo Sped, na opção contribuinte, existe a


possibilidade de consultar acesso à Escrituração Contábil (EC), com o objetivo
de a empresa verificar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-C)
da Receita Federal do Brasil (RFB), quais foram os componentes do Sped que
tiveram acesso a ECD, por meio do uso de uma certificação digital do responsável
juridicamente ou o procurador. Oferece opções de download da Escrituração
Contábil e Fiscal Digital (EFD) do contribuinte emitidos para o Sped. O site do
Sped também oferece diversas informações para os usuários do sistema, como:
conheça o Sped; Serviços; Legislação e Parceiros do Projeto (BRASIL, 2021a, on-
line).

O e-CAC, Centro de Atendimento ao Contribuinte, dispõe o acesso do


usuário pelo CPF ou CNPJ, código de acesso e senha. O código de acesso é gerado
pelo sistema. O GovBR é um serviço on-line para a identificação e autenticidade
digital dos usuários no acesso aos serviços públicos digitais. No caso de procuração
eletrônica, o portal e-CAC enfatiza a necessidade de o contribuinte e o procurador
obterem o certificado digital. Na opção de solicitação de procuração para a RF,
isso aparece fora do portal e-CAC, porém somente o procurador necessita de
certificação digital (BRASIL, 2021a, on-line).

133
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

Em 2019, foram recebidos 1.094.516 Speds contábeis, com a participação


de 980.989 empresas. Em 2020, o resultado foi de 1.213.506 Speds Contábeis e
1.067.902 empresas. Em 2021, 29 de abril de 2021, foram 132.009 Speds Contábeis
e a participação de 116.481 empresas (BRASIL, 2021a, on-line).

No site do Sped, em parceiros do projeto, verificam-se os membros do


projeto, como: Associação Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais
(Abrasf); Banco Central do Brasil (Bacen); Comissão de Valores Mobiliários
(CVM); Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC); Encontro
Nacional dos Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (ENCAT);
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB); Secretarias de Fazenda, Finanças,
Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal; Superintendência da
Zona Franca de Manaus (Suframa) e Superintendência de Seguros Privados
(Susep) (BRASIL, 2021a, on-line).

As entidades participantes do Sped são as seguintes: Agência Nacional


de Transportes Terrestres (ANTT); Associação Brasileira das Companhias
Abertas (Abrasca); Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e
Serviço (Abecs); Associação Brasileira de Bancos (ABBC); Associação Brasileira
das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima); Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea); Conselho Federal
de Contabilidade (CFC); Federação Brasileira de Bancos (Febraban); Federação
Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento,
Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon); Federação Nacional das Empresas
de Serviços Técnicos de Informática e Similares (Fenainfo) e a Junta Comercial do
Estado de Minas Gerais (JUCEMG) (BRASIL, 2021a, on-line).

Os membros do projeto piloto do Sped são compostos por diversas


empresas, como Ambev; Banco do Brasil S.A.; Brasil veículos Companhia de
Seguros; Caixa Econômica Federal; Cervejarias Kaiser Brasil S.A. (FEMSA); Cia.
Ultragaz S.A.; Disal - Administradora de Consórcios Ltda - Grupo Assobrav;
Eurofarma Laboratórios Ltda; FIAT Automóveis S.A.; Ford Motor Company
Brasil Ltda; General Motors do Brasil Ltda; Gerdau Aços Longos S.A. e Petróleo
Brasileiro S.A, dentre muitas outras ( BRASIL, 2021a, on-line).

2.3 OS LIVROS DIGITALIZADOS, OBRIGATORIEDADE E O


PLANO DE CONTAS NA ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL
(ECD) NO SPED
Para a compreensão da estrutura e da organização do Sped contábil é
relevante explicar os seguintes livros passíveis de digitalização:

134
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

ATENCAO

G – Diário Geral
R – Diário com Escrituração Resumida (atrelado ao Livro Auxiliar)
A – Diário Auxiliar
Z – Razão Auxiliar
B – Livro de Balancetes Diários e Balanços

Segundo Manual de Orientação do Leiaute 9 da ECD (2020) da Receita


Federal do Brasil (RFB), o profissional da contabilidade precisa ter ciência do
processo de digitalização dos livros na escrituração. O Livro G - Diário Geral, é
um livro que não apresenta livros auxiliares, como: A ou Z, portanto legalmente
não possui capacidade de coexistir com qualquer outra forma de escrituração
principal, se considerar o mesmo período. As escriturações consideradas
principais (G, R ou B) na contabilidade não podem estar juntas.

No caso da escrituração G, como ela, não apresenta Livros Auxiliares,


como: A ou Z, também não possui capacidade de coexistência com os demais
tipos de escrituração. Enquanto, a escritura Resumida R, sim, possui competência
para coexistir com os livros auxiliares, A ou Z. Os livros auxiliares precisam de
transmissão em período anterior ao livro principal e os hash dos livros auxiliares
após transmissão serão comunicados no registro I012 do livro principal. Vale
salientar, o Livro de balancetes e Balanços Diários B pode coexistir com os Livros
Auxiliares A ou Z.

ATENCAO

Livro G – Não apresenta livros auxiliares e não pode coexistir com outros.
Livros R e livro de balancetes e balanços – Pode coexistir com livros auxiliares A e Z.

Na digitalização de documentos e arquivos, existe a necessidade de


validação da leitura do arquivo, para isso, o programa do Sped calcula o hash, uma
prova eletrônica recebida de um arquivo de entrada, por exemplo, nos formatos
de PDF e TXT, ou mesmo de arquivos zipados, com a finalidade de modificação
para um único resumo digital na saída.

No ECD, o hash, em nenhum momento apresenta a letra “O”, mas o


número zero “0”, devido a sua constituição através de um código hexadecimal,
obrigatoriamente é um intervalo entre os números de 0 a 9 e das letras de A a F.
Quando o livro digital for validado, o hash do arquivo pode ser acessado, por meio
do menu “Escrituração > Dados da Escrituração”. Acrescenta a importância de

135
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

deixar de lado os separadores e o dígito verificador, com o objetivo de mencionar


o hash em algum campo no arquivo.

Os livros contábeis são organizados em papel, ou por fichas ou no formato


digital. Os dois livros diários não possuem coexistência no mesmo período,
quando se trata de um livro digital e outro livro impresso. Na escrituração contábil
digital, o trabalho do profissional da contabilidade foi facilitado, não precisa
imprimir e encadernar os livros digitais, pois o livro magnético autenticado é
guardado pelo Sped.

Quanto à obrigatoriedade da entrega da Escrituração Contábil Digital


(ECD) é exigida legalmente nos seguintes regimes tributários, como mostra o
quadro 13.

Quadro 13 – Obrigatoriedade da Escrituração Contábil Digital (ECD)


Lucro Real Todas.
Não optou pelo livro caixa (parágrafo único do art. 45 da Lei n. 8.981/1995) ou distribuiu
parcela de lucros ou dividendos sem incidência do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
Lucro
(IRRF) em montante superior ao valor da base de cálculo do imposto sobre a renda apurado
Presumido
diminuída dos impostos e contribuições a que estiver sujeita, independentemente se optou
ou não pelo livro caixa.
Imunes/ Auferiu receitas, doações, incentivos, subvenções, contribuições, auxílios, convênios e
Isentas ingressos assemelhados, cuja soma seja igual ou maior R$ 4.800.000,00.
Seguem as mesmas regras de obrigatoriedade das empresas do lucro real, presumido e
SCP
imunes/isentas e entregam a ECD em arquivos separados da sócia ostensiva.
Demais Entrega facultativa (não há multa por atraso na entrega).

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

Cada arquivo da Escrituração Contábil Digital (ECD) é um livro, precisa


ser enviado em um único arquivo referente ao ano-calendário, exceto no caso
da escrituração resumida com livros auxiliares, que permite mais de um livro
por ano-calendário, além de mais de um arquivo, com o Livro Principal e Livros
Auxiliares (um ou mais). Outra exceção, é na situação do arquivo referente ao
mês superar o limite de tamanho de 5 GB (gigabyte). Dessa forma, a escrituração
pode ser enviada uma vez por mês, com a totalidade de 12 arquivos por ano.

Geralmente, um arquivo da ECD é disponibilizado com o resultado de


todo o ano-calendário, porém pode também apresentar de forma mensal ou
trimestral. O livro principal e os livros auxiliares possuem o mesmo período. Se
o livro principal for enviado em 12 livros, por causa do tamanho, como explicado
anteriormente, o livro auxiliar precisa ser enviado da mesma forma em 12 livros.
O ano precisa apresentar todos os meses, exceto, em caso de cisão parcial ou
incorporação, se for incorporadora, a exigência legal é de duas escriturações.

136
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

O quadro 14 apresenta os prazos estabelecidos legalmente para a entrega


da escrituração digital.

Quadro 14 – Os prazos de entrega da Escrituração Contábil Digital (ECD)


Período da escrituração Prazo de entrega

Último dia útil do mês de maio do ano seguinte


Situação normal.
ao ano-calendário a que se refere a escrituração.

Situação especial (extinção, cisão parcial, cisão total,


Último dia útil do mês de maio do ano-
fusão ou incorporação) ocorrida de janeiro a abril do
calendário a que se refere a escrituração.
ano da entrega da ECD para situações normais.

Situação especial (extinção, cisão parcial, cisão total,


fusão ou incorporação) de maio a dezembro do ano da Último dia útil do mês seguinte ao do evento.
entrega da ECD para situações normais.

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

Na substituição dos livros enviados para o Sistema Público de Escrituração


Digital (Sped), o Manual de Orientação do Layout 9 da Receita Federal do Brasil
(RFB) aponta para a regulamentação jurídica no artigo 7º da Instrução Normativa
n. 1.774 de 2017, como demonstra a seguinte citação:

Art. 7º A ECD autenticada somente pode ser substituída caso contenha


erros que não possam ser corrigidos por meio de lançamento contábil
extemporâneo, conforme previsto nos itens 31 a 36 da Interpretação
Técnica Geral (ITG) 2000 (R1) – Escrituração Contábil, do Conselho
Federal de Contabilidade, publicada em 12 de dezembro de 2014.
(BRASIL, 2017, on-line)

A RFB esclarece que, na condição de alteração de cadastro, não precisa


da substituição dos livros remetidos, mas o último arquivo enviado precisa
apresentar o cadastro atual. Pode ser atualizado na transmissão de um arquivo
mais recente da ECD. Não é permitida a troca de CNPJ de empresas. O CNPJ
precisa ser o mesmo para o envio da ECD.

Quando passar o período legal de substituição e a empresa desejar fazer


uma Retificação de Escrituração Contábil Fiscal (ECF), é preciso recuperar a
ECD original enviada para a RFB, realizar as mudanças pertinentes nas contas
e/ou dados que foram recuperados da ECD nos referidos blocos J, espaço de
surgimento de novas contas, e no bloco K, referente às modificações de resultados
de contas de saldos. Como exemplos dessa situação, temos a soma de todos os
saldos das contas devedoras se iguala a soma daqueles saldos das contas credoras
em um período estabelecido, conforme práticas contábeis.

As orientações referentes ao funcionamento da inserção dos dados


contábeis na substituição na ECD são oferecidas pela RFB, por meio do Manual da

137
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

Escrituração Contábil Fiscal (ECF). Os principais aspectos são: a) trazer o arquivo


da ECF retificadora; b) fazer a recuperação do arquivo ativo no Sped; c) inserir os
blocos J e K da ECF, devidas contas e saldos que ainda não estivessem na ECD,
a partir do layout 5 (2018), é exigida uma explicação para os saldos modificados
depois da validação da ECF no programa do Sped. A justificativa só pode ser
realizada no final diante de cada mudança de saldo. O quadro 15 apresenta as
regras de funcionamento da substituição.

Quadro 15 - Casos de possíveis substituições


Original Substituta
O Livro “G” transmitido é substituto do livro “G” original, deve informar o HASH
G G do livro “G” original e deve conter o registro J801 (Termo de Verificação para Fins
de Substituição da ECD).
Deve-se transmitir um dos livros auxiliares “A” ou “Z” do livro “R” como
substituto do livro “G” original, informando o HASH do livro “G” original, além
G R do registro J801 (Termo de Verificação para Fins de Substituição da ECD). Os
demais livros devem ser enviados como originais, inclusive o próprio livro “R”.
O livro “R” transmitido é substituto do livro “R” original, deve informar o HASH
do livro “R” original e deve conter o registro J801 (Termo de Verificação para Fins
de Substituição da ECD).
R R
Observação: Caso haja substituição ou inclusão dos livros auxiliares, eles devem
ser substituídos ou incluídos (como originais) antes da substituição do livro “R”.
O livro “G” transmitido é substituto do livro “R” original, deve informar o HASH
do livro “G” original e deve conter o registro J801 (Termo de Verificação para Fins
de Substituição da ECD).

No momento da transmissão, o sistema demonstrará o livro “R” e todos os seus


livros auxiliares “A” ou “Z”, permitindo a substituição de todos os livros “R”, “A”
R G ou “Z” pelo livro “G”.

Observação: Caso só exista um livro “A” na base de dados do Sped, ou seja, houve
a transmissão do livro “A” e não foi transmitido o livro “R”, também é possível
substituir o livro “A” por um livro “G” adotando o mesmo procedimento previsto
para a substituição de um livro “R” por um livro “G”.
Se o livro “B” não tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de
substituição de um livro “G” por outro livro “G”.
G B
Se o livro “B” tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição
de um livro “G” pelo livro “R”.
Se o livro “B” não tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de
substituição de um livro “R” pelo livro “G”.
R B
Se o livro “B” tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição
de um livro “R” por outro livro “R”.
Se o livro “B” não tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de
substituição de um livro “G” por outro livro “G”.
B G
Se o livro “B” tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição
de um livro “R” pelo livro “G”.
Se o livro “B” não tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de
substituição de um livro “G” pelo livro “R”.
B R
Se o livro “B” tiver livros auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição
de um livro “R” por outro livro “R”.

138
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

Se os livros “B” original e substituto não tiverem livros auxiliares, adote o mesmo
procedimento de substituição de um livro “G” por outro livro “G”.

Se o livro “B” original não tiver livros auxiliares e o livro “B” substituto tiver livros
auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição de um livro “G” pelo
livro “R”.

B B

Se o livro “B” original tiver livros auxiliares e o livro “B” substituto não tiver livros
auxiliares, adote o mesmo procedimento de substituição de um livro “R” pelo livro
“G”.

Se os livros “B” original e substituto tiverem livros auxiliares, adote o mesmo


procedimento de substituição de um livro “R” por outro livro “R”.
O livro “A” ou “Z” transmitido é substituto do livro “A” ou “Z” original, deve
informar o HASH do livro “A” ou “Z” original e deve conter o registro J801 (Termo
A ou Z A ou Z de Verificação para Fins de Substituição da ECD).

Observação: É possível substituir livro “A” por livro “Z” e vice-versa.


Sem Utilizar a opção “1 – Substituta” no campo 0000.IND_FIN_ESC e deixar o campo
Com NIRE
NIRE NIRE (I030.NIRE) em branco.
Sem Com Utilizar a opção “1 – Substituta” no campo 0000.IND_FIN_ESC e informar o NIRE
NIRE NIRE no campo I030.NIRE.
Um dos arquivos transmitidos é substituto do arquivo original, deve informar
o HASH do arquivo original e deve conter o registro J801 (Termo de Verificação
para Fins de Substituição da ECD). Os demais arquivos devem ser enviados como
Um Vários
originais.
arquivo arquivos
Exemplo: Substituição de um arquivo contendo o período de 01/01/2020 a
31/12/2020 por vários arquivos mensais.
O arquivo transmitido é substituto de um dos arquivos originais, deve informar
o HASH do livro original e deve conter o registro J801 (Termo de Verificação para
Fins de Substituição da ECD).

Vários Um
No momento da transmissão, o sistema demonstrará todos os arquivos originais,
Arquivos arquivo
permitindo a substituição de todos os arquivos originais pelo arquivo substituto.

Exemplo: Substituição de vários arquivos contendo períodos mensais por um


arquivo contendo o período de 01/01/2020 a 31/12/2020.

Fonte: Adaptado de Brasil (2020).

Se a ECD for recuperada anteriormente, não é permitida a substituição


no período vigente. Se a ECD tiver sido recuperada e fizer parte da atual, o saldo
final da conta referente ao período anterior precisa ser igual ao saldo inicial da
conta no período atual, exceto quando a próxima ECD trata do exercício financeiro
subsequente, seja no ano posterior ao do calendário (BRASIL, 2021a, on-line).

139
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

Dessa forma, os referidos saldos são identificados pela conta contábil, não
pela conta e centro de custo, como alguns usuários podem confundir. Se houver
erro anterior, não é possível a substituição, é preciso recuperar a ECD anterior
no Sped, corrigir o saldo na conta centro de custos no período vigente pelos
lançamentos extemporâneos nos registros I200/I250. A conta de centro de custo
precisa começar com saldo anterior a partir de 2020. As ECD de anos anteriores
a 2019, não serão mais substituídas. Portanto, só é possível substituir a ECD de
2019, com prazo para 31 de maio de 2021 (BRASIL, 2021a, on-line).

O processo de escrituração digital segue a legislação e uma padronização


de acordo com o plano de contas da contabilidade, regras para o funcionamento
dos livros explicados anteriormente, contas e subcontas. Os dados considerados
agregados são aqueles que demonstram uma consolidação mensal de saldos
contábeis e demonstrações contábeis. Vale salientar que os lançamentos contábeis
não estão contemplados nos dados agregados, gerados pelo Sped de forma
automática após o recebimento dos arquivos, como explicado antes (BRASIL,
2021a, on-line).

2.4 OS LANÇAMENTOS E AS SUBCONTAS NA ESCRITURAÇÃO


CONTÁBIL DIGITAL (ECD)
Os lançamentos de quarta fórmula e planos de contas com quatro níveis são
os seguintes: Nível 1 - Ativo; Nível 2 - Ativo Circulante; Nível 3 - Disponibilidades
e Nível 4 - Caixa. Precisam contemplar um único fato contábil, e o Sped contábil
valida o CTG 2001 (R3).

O programa do Sped Contábil ReceitanetBX usa o mesmo plano de contas


referenciais constantes, desde 2014, nos registros L100, L300, P100, P150, U100 e
U150. Os planos de contas referenciais aparecem no arquivo de tabelas dinâmicas
na opção Escrituração Contábil Fiscal (ECF) no site do Sped.

O padrão usado na razão auxiliar das subcontas inseridas nos registros


I030 e I500 a I555), e quanto à origem do livro são identificadas no campo 4 do
registro I030. É importante explicar que os espaços informados são referentes ao
registro I510, seguindo à ordenação no quadro 16 apenas das cinco primeiras
para exemplificar, pois são 27 indicações de subcontas.

140
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

Quadro 16 - A razão auxiliar das subcontas em moeda funcional


N. Campo Descrição Tipo Tamanho Decimal

01 REG Identificador do registro: I510. C 004 -

Natureza da subconta correlata, conforme


02 NAT_SUB_CNT C 002 -
tabela do registro I053.
03 COD_SUB_CNT Código da subconta vinculada ao item. C 020 -
Código do centro de custos vinculado ao
04 COD_CCUS C 020 -
item, quando aplicável.
CNPJ da empresa investida detentora
da subconta de AVJ, cujo reflexo é
evidenciado pela declarante.

05 CNPJ_INVTD Observação: esse campo só deve ser N 014


preenchido no caso de AVJ Reflexo
(Código 60 da tabela do registro I053) e de
AVJ Subscrição de Capital (Código 65 da
tabela do registro I053).

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

O profissional da contabilidade precisa ficar atento a todas as regras


estabelecidas de validação aplicadas ao RAS, como por exemplo, identificar o
nível compatível da origem do livro razão auxiliar das subcontas (I030.NAT_
LIVR) e identificadores de moeda funcional (0000.IDENT_MF).

E
IMPORTANT

Se I030.NAT_LIVR = “RAZAO_ AUXILIAR_DAS_SUBCONTAS”, o 0000.IDENT_


MF deve ser igual N. Se I030.NAT_LIVR = “RAZAO_ AUXILIAR_DAS_SUBCONTAS_MF”, o
0000.IDENT_MF deve ser igual a S.
Se o padrão estabelecido não for seguido, o Sped cria avisos para demonstrar a
necessidade de execução das regras.

141
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

A demonstração apresentada no quadro seguinte é um exemplo de uma


apresentação de parte de um modelo de arquivo razão auxiliar subcontas, após o
lançamento na ECD.

Figura 27 – Modelo de arquivo razão auxiliar subcontas


|0000|LECD|01012020|31122020|EMPRESA TESTE LIVRO RAZAO
AUXILIAR|11111111000191|ES|ISENTO|3205200|1256535||0|0|0||0|1||N|N|0|0|1|

|0001|0|

|0007|00||

|0990|4|

|I001|0|

|I010|Z|8.00|
|I012|001|LIVRO DIÁRIO COM ESCRITURAÇÃO RESUMIDA|0||

|I015|1.01.01.01|

|I015|1.05.05.05|

|I015|1.07.07.07|

|I015|1.09.09.09|
|I030|TERMO DE ABERTURA|001|RAZAO_AUXILIAR_DAS_SUBCONTAS|99|EMPRESA TESTE LIVRO
RAZAO AUXILIAR||11111111000191|15021978||BRASILIA|31122020|

|I050|01012015|01|S|1|1.01.01.01||Ativo Sintética 1|

|I050|01012015|01|S|1|1.05.05.05||Ativo Sintética 2|

|I050|01012015|01|S|1|1.07.07.07||Ativo Sintética 3|

|I050|01012015|01|S|1|1.09.09.09||Ativo Sintética 4|

|I500|4|

Fonte: Adaptada de Brasil (2021a).

142
O Histórico da digitalização da Receita Federal do Brasil (RFB) e o desenvolvimento do Sistema Público de Escrituração
Digital (Sped)

No programa ReceitanetBX do Sped aparece uma opção de exportar


demonstrações na escrituração contábil, com a finalidade de exportá-las,
conforme: registro 0000; registros 0001, 0020, 0035 e 0990; registros I001, I010, I030
e I990. Os registros do bloco J e registros 9001, 9900, respectivamente dos registros
elencados, como 9990, 9999.

Para abrir os arquivos na ECD no formato de txt (texto) e no Excel, é


preciso estar com o arquivo da ECD importado, acionar escrituração/exportar
arquivo e identificar um diretório, salvar o arquivo enviado. Se o arquivo estiver
na forma de texto, não precisa realizar a operação explicada, é só abrir o arquivo
no excel em arquivos/abrir e pesquisar, em seguida, mudar o list box dos arquivos
do excel para todos os arquivos. No diretório do arquivo em texto, selecione e abra
o arquivo em questão. Aparecerá a opção assistente de importação de texto (etapa
1 e 3), selecione delimitado e avance. Na opção filtros em dados, o profissional da
contabilidade pode trabalhar todos os registros de forma separada, como somas,
cálculos, inclusive, com funções no Excel. Quando salvar o arquivo, podemos
mudar o formato ou manter no formato Excel (.xlsm).

É importante, então, para o profissional da contabilidade, seguir o Manual


Layout 9, a última versão disponibilizada pela Receita Federal do Brasil (RFB)
para a Escrituração Contábil Digital Sped, publicado em dezembro de 2020, com
todas as informações essenciais para ECD, conforme a legislação e normas da
contabilidade.

143
AUTOATIVIDADE

1. O Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) é um instrumento


da contabilidade na digitalização de livros contábeis e na escrituração fiscal
digital. A Escrituração Contábil Digital (ECD) é definida como:

a. um Sistema privado de escrituração digital para empresas.


b. o acesso ao Sped na ECD não ocorre pelo programa ReceitanetBX.
c. o Sped não promove a integração tributária entre esferas dos
governos federal, estadual e municipal.
d. a Escrituração Contábil Digital (ECD) é a digitalização de
escrituração de livros contábeis.

2. A tributação é uma área presente na contabilidade e no processo


de digitalização da escrituração. Então, identifique nas opções seguintes, os
regimes tributários com a obrigatoriedade da Escrituração Contábil Digital
(ECD):

a. Regime Tributário Simples, Lucro Real e Lucro Presumido.


b. Lucro Presumido, Regime Tributário Simples e SCP.
c. Lucro Real, Lucro Presumido, Imunes e Isentas, SCP e demais.
d. SuperSimples, Lucro Real e imunes e isentas.

3. Os lançamentos contábeis não estão contemplados nos dados


agregados gerados pelo Sped de forma automática após o recebimento dos
arquivos. Para compreender a questão, é importante identificar, nas opções,
os lançamentos de quarta fórmula e planos de contas, com quatro níveis:

a. Nível 1 - Ativo; Nível 2 - Ativo Circulante; Nível 3 – Disponibilidades;


Nível 4 – Caixa;
b. Nível 1 - Passivo; Nível 2 - Ativo Circulante; Nível 3 -
Disponibilidades e Nível 4 – Caixa;
c. Nível 1 - Ativo; Nível 2 – Passivo Circulante; Nível 3 -
Disponibilidades e Nível 4 - Caixa.
d. Nível 1 - Ativo; Nível 2 - Ativo Circulante; Nível 3 – Lucro Líquido
e Nível 4 - Caixa.

144
4. A digitalização dos livros contábeis no Sped é um processo que ocorre
em etapas, colabora na escrituração contábil, mas é regulamentada por legislação.
Existem condições para a substituição dos livros enviados ao Sped. Explique as
condições da substituição dos livros remetidos ao Sped.

5. O plano de contas facilita a operacionalização na contabilidade, por


apresentar uma estrutura, de acordo com os procedimentos. Quais os planos de
contas referenciais usados pelo Sped desde 2014?

145
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

146
TÓPICO 3
UNIDADE 3

3. A Escrituração Fiscal Digital (EFD) –


ICMS, IPI e contribuições

3.1 INTRODUÇÃO DO TÓPICO


A questão tributária é primordial no processo de digitalização da
escrituração contábil no Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), com
destaque para o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), o Imposto
sobre Produtos Industrializados (IPI), além das contribuições.

A digitalização da escrituração fiscal é resultado de um processo de


discussão a respeito das vantagens obtidas a partir da facilitação de um programa
digital gratuito e público, como é o Sped, com a finalidade de realização da
escrituração de tributos (ICMS e IPI), além de contribuições.

O trabalho do profissional da contabilidade é mais rápido e preciso, com


economia de tempo e de despesas no armazenamento de documentos, além da
redução na burocracia e da agilidade no pagamento dos tributos. Para o governo,
as vantagens são uma integração entre sistemas nas esferas federal, estadual
e municipal, o reconhecimento ágil dos tributos e contribuições, redução na
sonegação fiscal e fraudes.

3.2 A DEFINIÇÃO E A OPERACIONALIZAÇÃO DA


ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL FISCAL (ECF)
A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é um registro de informações fiscais, por
meio de um arquivo digital, composto de dados fiscais das unidades da federação
do Brasil – com as respectivas movimentações de tributos dos contribuintes,
com assinatura digital, transmitido pela internet no ambiente virtual do Sistema
Público de Escrituração Digital ( Sped) (BRASIL, 2021a, on-line).

Conforme orientações da Receita Federal do Brasil (RFB), a empresa


precisa remeter um arquivo digital baseado no layout determinado pela Comissão
Técnica Permanente (Cotepe) do ICMS, com a apresentação dos documentos
fiscais e outras informações exigidas pela esfera federal e estadual, segundo o
período de apuração dos tributos ICMS e IPI. O arquivo precisa ser importado
e validado pelo Programa Validador e Assinador (PVA) fornecido pelo Sped
(BRASIL, 2021a, on-line).

A operacionalização da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), desde o ano


de 2014, passou a substituir a Declaração de Informações Econômico-Fiscais da
Pessoa Jurídica (DIPJ), extinta este ano. A entrega da ECF ocorre no último dia

147
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

útil de julho do ano seguinte da escrituração no Sped, exceto casos de fusão, cisão,
incorporação ou extinção; se ocorrer de janeiro a abril, o prazo é o último dia
útil do mês de julho do ano da escrituração. Se acontecer no período de maio a
dezembro, o prazo é o último dia útil do terceiro mês após o evento (BRASIL,
2021a, on-line).

A ECF é obrigatória para todas as pessoas jurídicas, mesmo as imunes


e isentas, com a opção de tributação do Lucro Real, Lucro Arbitrado ou Lucro
Presumido, com exceção de algumas pessoas jurídicas.

E
IMPORTANT

Pessoas Jurídicas com outros Regimes de Tributação (BRASIL, 2021a, on-


line):
I - As pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de
Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), de que trata a Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de
2006.
II - Os órgãos públicos, as autarquias e as fundações públicas.
III - As pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Normativa RFB n. 1.536, de
22 de dezembro de 2014; e sejam elas tributadas pelo lucro real, lucro arbitrado ou
lucro presumido, exceto:Nos termos da Instrução Normativa RFB n. 1536, de 22 de
dezembro de 2014, considera-se pessoa jurídica inativa aquela que não tenha efetuado
qualquer atividade operacional, não operacional, patrimonial ou financeira, inclusive
aplicação no mercado financeiro ou de capitais, durante todo o ano-calendário. Estas
deverão apresentar a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Inativa.

O programa gerador e da validação da escrituração contábil fiscal é um


requisito necessário na digitalização. O programa versão 7.0.4 da Escrituração
Contábil Fiscal (ECF) passou pelas seguintes modificações: houve um ajuste na
importação dos arquivos da ECF na alíquota da CSLL para um patamar igual
a 20%; ocorreram aperfeiçoamentos na validação do arquivo da ECF; todas as
orientações do layout 7 são apresentadas no Manual da ECF e no arquivo de
Tabelas Dinâmicas; o programa será encontrado pelo profissional da contabilidade
na parte de downloads do site do Sped (BRASIL, 2021a, on-line).

3.3 A LEGISLAÇÃO DA ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL


(EFD) NO SPED
A Instrução Normativa n. 2.003 de 18 de janeiro de 2021 no artigo 2º
determina as operações que interferem na base de cálculo e no valor do Imposto
de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), como também da Contribuição Social sobre o
Lucro Líquido (CSLL), nos seguintes aspectos:

148
Apresentação das legislações e estatísticas de escrituração contábil digital.

I - à recuperação do plano de contas contábil e saldos das contas, para


pessoas jurídicas obrigadas à entrega da Escrituração Contábil Digital
(ECD) relativa ao mesmo período da ECF;

II - à recuperação de saldos finais da ECF do período imediatamente


anterior, quando aplicável;

III - à associação das contas do plano de contas contábil recuperado da


ECD com o plano de contas referencial, definido pela Coordenação-
Geral de Fiscalização (Cofis) por meio de Ato Declaratório Executivo;

IV - ao detalhamento dos ajustes do lucro líquido na apuração do


lucro real, no Livro Eletrônico de Apuração do Lucro Real (e-Lalur),
mediante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis por meio de
Ato Declaratório Executivo;

V - ao detalhamento dos ajustes da base de cálculo da CSLL, no


Livro Eletrônico de Apuração da Base de Cálculo da CSLL (e-Lacs),
mediante tabela de adições e exclusões definida pela Cofis por meio
de Ato Declaratório Executivo;

VI - aos registros de controle de todos os valores a excluir, adicionar ou


compensar em exercícios subsequentes, inclusive prejuízo fiscal e base
de cálculo negativa da CSLL;

VII - aos registros, lançamentos e ajustes que forem necessários para a


observância de preceitos da lei tributária relativos à determinação do
lucro real e da base de cálculo da CSLL, quando não devam, por sua
natureza exclusivamente fiscal, constar da escrituração comercial, ou
sejam diferentes dos lançamentos dessa escrituração; e

VIII - à apresentação do Demonstrativo de Livro Caixa, a partir do ano-


calendário de 2016, para as pessoas jurídicas optantes pela sistemática
do lucro presumido que se utilizem da prerrogativa prevista no
parágrafo único do art. 45 da Lei n. 8.981, de 20 de janeiro 1995, e
cuja receita bruta no ano seja superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão e
duzentos mil reais), ou proporcionalmente ao período a que se refere.

Parágrafo único. À adoção da Escrituração Fiscal Digital (EFD)


instituída pelo Ajuste Sinief n. 2, de 3 de abril de 2009, supre:

I - a elaboração, o registro e a autenticação de livros para registro de


inventário e o registro de entradas em relação ao mesmo período,
efetuados com base no caput e no § 7º do art. 2º e no art. 3º da Lei n.
154, de 25 de novembro de 1947, desde que informados na EFD na
forma prevista nos arts. 276 e 304 a 310 do Anexo do Decreto n. 9.580,
de 22 de novembro de 2018 - Regulamento do Imposto sobre a Renda;
e

II - a exigência contida na Instrução Normativa SRF n. 86, de 22 de


outubro de 2001, em relação às informações constantes da EFD.
(BRASIL, 2021b, on-line)

A Escrituração Fiscal Contábil (EFC) precisa seguir alterações nas


legislações da escrituração e na parte fiscal, com a finalidade de entendimento
dos ajustes necessários no processo de tributação para a digitalização, conforme o

149
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

funcionamento do Sped. O plano de contas e a base tributária do ICMS, IPI e das


contribuições, como CSLL são fundamentais para a Escrituração Fiscal Digital
(EFD).

O art. 7º da Instrução Normativa n. 2.004 de 18 de janeiro de 2021 discute


a retificação da ECF entregue. A ECF, portanto, precisa ser entregue novamente,
uma substituindo a outra, sem necessidade de solicitação de autorização das
administrações fiscais. Não é permitida a mudança no regime tributário na
retificação da ECF, exceto, adoção de lucros arbitrados em situações estabelecidas
por legislação. A ECF retificadora pode modificar os saldos das contas B do e-Lalur
ou do e-Lacs, no ano seguinte, se houver necessidade de ajustes dos saldos.

A ECF retificadora não terá resultado na condição que à escrituração


apresentar o seguinte na diminuição dos valores do IRPJ ou da CSLL, segundo na
Instrução Normativa n. 2.004 de 18 de janeiro de 2021:

a. cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-


Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa
da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos;
b. em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações
indevidas ou não comprovadas prestadas na Declaração de Débitos e
Créditos Tributários Federais (DCTF), sobre pagamento, parcelamento,
dedução, compensação, exclusão ou suspensão de exigibilidade, que já
tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; c) que tenham
sido objeto de exame em procedimento fiscal; ou d) que tenham sido
objeto de pedido de parcelamento deferido. (BRASIL, 2021b, on-line)

O art. 8º da normativa acima explica que a pessoa jurídica precisa entregar


a ECF retificadora, quando tiver a ECD substituta, com alteração de contas ou
saldos contábeis recuperados na escrituração ativa no Sistema do Sped. Enquanto
o art. 9º fala sobre lançamentos extemporâneos na ECD com mudança no cálculo
do IRPJ ou da CSLL enfatizados em ECF no ano anterior. No art. 9º, a pessoa
jurídica precisa realizar o ajuste através de ECF retificadora relativa ao ano
vigente, com acréscimos ou subtrações ao lucro líquido, mesmo na condição
da ECD recuperada na ECF retificada não sendo alterada. No art. 10°, a pessoa
jurídica deve enviar a ECF retificadora com mudanças nos valores de apuração
do IRPJ ou da CSLL em DCTF, necessita apresentar DCTF retificadora, com
explicação das regras específicas da declaração.

O art. 11, por sua vez, revoga as seguintes Instruções Normativas: I - a


Instrução Normativa RFB n. 1.422, de 19 de dezembro de 2013; II - a Instrução
Normativa RFB n. 1.489, de 13 de agosto de 2014; III - a Instrução Normativa
RFB n. 1.524, de 8 de dezembro de 2014; IV - a Instrução Normativa RFB n.
1.574, de 24 de julho de 2015; V - a Instrução Normativa RFB n. 1.595, de 1º de
dezembro de 2015; VI - a Instrução Normativa RFB n. 1.633, de 3 de maio de 2016;
VII - a Instrução Normativa RFB n. 1.659, de 13 de setembro de 2016; VIII - a
Instrução Normativa RFB n. 1.770, de 18 de dezembro de 2017; e IX - a Instrução
Normativa RFB n. 1.821, de 30 de julho de 2018. Art. 12. Esta Instrução Normativa
foi publicada no Diário Oficial da União e entrou em vigor em 1º de fevereiro de
2021.

150
Apresentação das legislações e estatísticas de escrituração contábil digital.

3.4 O ICMS E O IPI NA ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL NO


SPED
O arquivo digital da EFD-ICMS/IPI, criado pelo contribuinte, segue
orientações do layout determinado no Cotepe, com as informações econômicas,
fiscais e contábeis, do período entre o primeiro e o último dia do mês. No Ajuste
SINIEF 02/09, os livros fiscais não precisam de impressão. A respeito disso, estas
informações são importantes:

1- as entradas e saídas de bens e serviços prestados e tomados dos


itens identificados como mercadorias, produtos e serviços.

2- a quantidade, descrição e valores de bens, matérias-primas, produtos


intermediários, materiais de embalagem, produtos manufaturados e
produtos em fabricação da empresa ou do contribuinte declarante ou
mesmo fora da empresa e de terceiros e de posse do informante.

3 - a produção de produtos em processo e produtos acabados e


respectivos consumos de insumos para a empresa do contribuinte ou
de terceiros, além do estoque escriturado.

4- informação com efeito no inventário físico e contábil na produção,


na apuração, no pagamento ou na cobrança de tributos de competência
dos entes conveniados ou outras de interesse das administrações
tributárias. (BRASIL, 2020, on-line)

O Programa de Validação e Assinatura da EFD-ICMS/IPI, conhecido


como PVA-EFD-ICMS/IPI, na versão 2.0.6, possibilita a importação de blocos
organizados com informações estruturadas no bloco da EFD-ICMS/IPI importada
antes. A opção EFD-ICMS/IPI pode ser modificada se estiver aberta no PVA-
EFDICMS/IPI.

ATENCAO

O bloco importado desse programa apresenta a seguinte estrutura:

1- é preciso registrar a abertura do arquivo digital e identificar a organização, um


procedimento semelhante ao da EFD-ICMS/IPI;

2- registro de abertura do bloco;

3- registros que precisam de inclusão;

4- é preciso realizar o registro de finalização do bloco. As informações validadas


consideradas constantes nos registros 0000 dos arquivos demais. Na versão 2.3.0
de novembro/2016, o Programa Validador incluiu a “seleção múltipla de arquivos para
importação”.

151
UNIDADE 3 O Sistema Público de Escrituração Contábil – Sped (Icms e Ipi, Contribuições, Contábil e Fiscal)

As informações necessárias para criação dos arquivos da EFD-ICMS/IPI


são: Seção 1 – Dos blocos e registros da EFD-ICMS/IPI; Blocos - entre o registro
inicial - registro 0000 e o registro final - 9999. O arquivo digital é composto de blocos,
cada um com registro de abertura, de dados e de finalização, com cada arquivo
relacionado ao agrupamento de documentos e de informações econômicas e
fiscais. Existe uma obrigatoriedade de exposição dos blocos, conforme demonstra
o quadro 17.

Quadro 17 - Os blocos e registros da EFD-ICMS/IPI


Bloco Descrição
0 Abertura, Identificação e Referências
B*** Escrituração e Apuração do ISS.
C Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI)
D Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)
E Apuração do ICMS e do IPI
G* Controle do Crédito de ICMS do Ativo Permanente (CIAP)
H Inventário Físico
K** Controle da Produção e do Estoque
1 Outras Informações
9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital

Fonte: Adaptado de Brasil (2021a).

Os registros são constituídos de campos expostos na sequência


determinada no leiaute do registro, com opções prévias, independentes da
informação ou não a ser colocada, de outro lado, se houver exclusão de opções
ocorre o erro na organização do registro. A ordem de exposição dos registros
é estruturada de forma ascendente, e os registros com o destaque de “registro
obrigatório” precisam participar do arquivo.

3.5 A ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL DE RETENÇÕES E


OUTRAS INFORMAÇÕES FISCAIS (EFD-REINF) NO SPED
A Escrituração Fiscal Digital de Retenções e Outras Informações Fiscais
(EFD-Reinf) é identificada como módulos do Sistema Público de Escrituração
Digital (SPED), operado por pessoas jurídicas e físicas, com a finalidade de
complementar o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas conhecidas por -Social. A escrituração de
rendimentos pagos e retenções de Imposto de Renda, Contribuição Social do
contribuinte, mesmo aquelas destinadas ao trabalho e informações a respeito
da receita bruta para a apuração das contribuições previdenciárias substituídas.
Poderá substituir o módulo da EFD - Contribuições que apura a Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).

A EFD-Reinf e o eSocial, depois da obrigatoriedade, liberam a opção para


substituir informações pedidas em obrigações acessórias, como: a GFIP, a DIRF,
além de obrigações acessórias constituídas por órgãos de governo, a RAIS e o
CAGED, relacionadas ao trabalho. A escrituração está organizada por grupos

152
Apresentação das legislações e estatísticas de escrituração contábil digital.

de informações, com possíveis múltiplas transmissões em períodos distintos,


conforme a obrigatoriedade legal.

Nas informações presentes na EFD-Reinf, destacam-se aquelas associadas


(BRASIL, 2011):

a. aos serviços tomados/prestados por cessão de mão de obra ou


empreitada, com relação ao aprisionamento de contribuição social
previdenciária - Lei 9.711/98;
b. retenções na fonte de IR, CSLL, COFINS, PIS/PASEP que incidam
sobre os pagamentos realizados a pessoas físicas e jurídicas, com uma
previsão de execução na série 4000 ou retirar ou excluir, antes de ser
executado;
c. aos recursos recebidos ou enviados e as organizações promotora de
eventos para associação desportiva com equipe de futebol profissional,
com relação à contribuição social previdenciária;
d. à comercialização da produção e à apuração da contribuição
previdenciária substituída pelas agroindústrias e demais produtores
rurais pessoa jurídica;
e. empresas sujeitas à CPRB (cf. Lei 12.546/2011).

A Escrituração Fiscal Contábil (EFC) e a Escrituração Fiscal Digital (EFD)


são passíveis de diversas legislações e regras específicas, com exceções em alguns
casos. O profissional da contabilidade precisa ler e entender a base da tributação,
a legislação em nível federal, e/ou estadual e/ou municipal, adequar a estrutura
do Sped, conforme o Guia Prático da EFC publicado pela RFB.

153
AUTOATIVIDADE

1. A Escrituração Fiscal Digital (EFD) é componente do Sistema


Público de Escrituração Digital (Sped), como uma ferramenta facilitadora nas
operações tributárias da contabilidade. Aponte a definição de Escrituração
Fiscal Digital (EFD):

a. Registro de informações contábeis, através de um arquivo digital,


com dados do estado de São Paulo, para movimentação de tributos
dos contribuintes, por meio de assinatura digital.
b. Registro de informações fiscais, através de um arquivo digital,
com dados fiscais das unidades da federação do Brasil para
a movimentação de tributos dos contribuintes, por meio de
assinatura digital, transmitido pela internet no ambiente virtual
do Sped.
c. Registro de informações contábeis, através de um arquivo
digital, com dados do IRPJ para movimentação de tributos dos
contribuintes, por meio de assinatura digital na RFB.
d. Registro de informações contábeis, através de um arquivo digital,
com dados do Brasil, para arrecadação de todos os tributos dos
contribuintes, por meio do Sped.

2. A Escrituração Contábil Fiscal (ECF) é obrigatória para as pessoas


jurídicas, mesmo as imunes e isentas, para quais os seguintes regimes de
tributação:

a. Lucro Presumido, Lucro Líquido, Lucro Real.


b. Lucro Bruto, Lucro Presumido, Lucro Real.
c. Lucro Real, Lucro Arbitrado, ICMS/IPI.
d. Lucro Real, Lucro Arbitrado, Lucro Presumido.

154
3. A Escrituração Fiscal Digital (EFD) executada no Sistema Público
de Escrituração Digital (SPED) utiliza um programa que é permanentemente
atualizado e existem alterações nas alíquotas dos tributos. O programa versão
7.0.4 da Escrituração Contábil Fiscal (ECF) passou por uma modificação na
alíquota da Contribuição Social de Lucro Líquido (CSLL) para um patamar:

a. igual a 40%.
b. igual a 10%.
c. igual a 20%.
d. igual a 30%.

4. A Instrução Normativa n. 2.004 de 18 de janeiro de 2021 regulamenta


os apontamentos do Plano de Contas na Escrituração Contábil Digital (ECD), por
colaborar para o entendimento do funcionamento da digitalização da escrituração
na contabilidade. Quais os principais aspectos na recuperação do plano de contas
da ECD na Instrução Normativa 2.004?

5. O Programa de Validação e Assinatura da EFD-ICMS/IPI conhecido


como PVA-EFD-ICMS/IPI, na versão 2.0.6, possibilita a importação de blocos
organizados com informações estruturadas. A opção EFD-ICMS/IPI pode ser
modificada se estiver aberta no PVA-EFDICMS/IPI. Dessa forma, identifique a
estrutura exigida no bloco importado.

155
RESUMO
O aluno(a) adquiriu conhecimentos, nesta unidade, a respeito do Sistema
Público de Escrituração Digital (SPED), a Escrituração Contábil Digital (ECD) e a
Escrituração Fiscal Digital (EFD). Portanto, o estudante será capaz de compreender
os seguintes conhecimentos:

a. Definição, os usuários e as premissas do Sped.


b. A história da digitalização na Receita Federal do Brasil (RFB) até
chegar ao Sped.
c. Competências da RFB e a operacionalização do Sped.
d. A validação e autenticação da certificação digital.
e. As principais legislações referentes ao funcionamento do Sped.
f. Os livros contábeis digitalizados e os substitutos.
g. Definição, legislação e informações da Escrituração Fiscal Digital
(EFD), ICMS, IPI e contribuições.

CHAMADA

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156
REFERÊNCIAS
BÄCHTOLD, C. Contabilidade Básica. Curitiba: Instituto Federal do Paraná,
2011.

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ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/
d6022.htm. Acesso em: 27 maio 2021. Brasília, decreto n. 7.797 de 2013.

BRASIL. Lei n. 12.546, de 14 de dezembro de 2011. Institui o Regime Especial


de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras […] e
dá outras providências. Brasília, DF: Congresso Nacional, 2011. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12546.htm. Acesso
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bre a Escrituração Contábil Digital. Brasília, DF: Receita Federal do Brasil, 2017.
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BRASIL. Decreto n. 9.795, de 17 de maio de 2019. Aprova a Estrutura Regi-


mental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de
Confiança do Ministério da Saúde, remaneja cargos em comissão e funções de
confiança, transforma funções de confiança e substitui cargos em comissão do
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS por Funções Comissionadas
do Poder Executivo – FCPE. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Dis-
ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/decreto/
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BRASIL. Instrução normativa n. 2.003, de 18 de janeiro de 2021. Dispõe sobre


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Especial da Receita Federal, 2021b. Disponível em: https://www.in.gov.br/en/
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CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Resolução n. 785/95, de 28 de


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